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Colégio Estadual Agrícola Augusto Ribas Curso de Técnico em Agropecuária APOSTILA DA DISCIPLINA DE SUINOCULTURA Prof.(a) Claudia Aluno: ______________________________________ Ponta Grossa

Apostila suinos

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Colégio Estadual Agrícola Augusto Ribas

Curso de Técnico em Agropecuária

APOSTILA DA DISCIPLINA DE SUINOCULTURA

Prof.(a) Claudia

Aluno: ______________________________________

Ponta Grossa

2012

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MATÉRIA DE SUINOCULTURA - 2º ANO

1º SEMESTRE

PROF.(A): CLAUDIA

ATUAÇÃO DO TÉCNICO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO

1- FORNECER ORIENTAÇÕES, ESTABELECER, CONTROLAR E CORRIGIR MANEJOS.

a) Instalações: verificar se estão adequadas com as categorias de animais, se há manutenção de bebedouros, comedouros, acúmulo de sujeiras, desperdício de ração.

b) Ambiente: higiene das baias, isolamento da granja, ausência de insetos e roedores.

c) Genética: melhoramento dos animais de acordo com exigências do mercado. d) Nutrição: balanceamento correto das rações de acordo com a categoria.e) Sanidade: Saúde de um animal e ou rebanho é o estado de equilíbrio entre os

fatores que levam à doença e a resistência dos animais a eles submetidos, vacinações, higiene, prevenção de patógenos.

f) Biossegurança: é a utilização das técnicas de produção mais modernas para a eliminação dos agentes de doença do ambiente como forma mais efetiva de proteção dos indivíduos em geral. Qualquer agente infeccioso como vírus, bactérias, ou fungos podem passar diretamente de animal para animal ou através de seus próprios tratadores, da comida ou da água, das instalações e equipamentos, e até mesmo pelo ar.

Assim, deve-se manter nas entradas os pedilúvios, e todo pessoal deve passar por eles ao entrar no ambiente. Qualquer veículo que entre na granja deve ser desinfetado no rodolúvio e pulverizado para evitar contaminação. (Usar mistura de Fenol / Cresol).

Todos visitantes e funcionários, antes de entrar no local devem lavar as mãos usando produtos de limpeza e assepsia, pois as mãos sujas podem transmitir infecções.

Ainda, deve-se restringir a entrada de visitas não-essenciais nos locais de criação, visitantes essenciais devem vestir roupas protetoras.

g) Mercado: realizar pesquisa de consumo na região, fornecedores de matéria prima, e compradores para a produção.

2- CAPACITAÇÃO DE PESSOAL: em práticas de manejo como caudectomia, castrações, lixamento de dentes, partos distócicos.

GESTÃO DE QUALIDADE NA SUINOCULTURA

Qualidade na suinocultura significa atender às exigências do consumidor, em uma produção globalizada; para isso, é necessário ser tecnicamente eficiente e economicamente viável;

Ser eficiente significa produzir um suíno que o mercado exige, com menor custo.

Requisitos :

- Gerenciamento eficiente:

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- Potencial genético: - Sanidade: - Produção em escala: - Produto aceito: - Conversão alimentar baixa: - Desempenho reprodutivo:

CLASSIFICAÇÃO DOS SUÍNOS:

Classe: MamíferaSubordem: UnguladosOrdem: ArticuladosFamília: SuidadeGênero: SuisEspécies: Sus Scrofa Javali (espécie selvagem) Sus Scrofa Asiático (espécie doméstica)

O suíno atual descende do javali, cuja constituição era mais forte na região anterior, por fatores de sobrevivência na natureza. O suíno atual, melhorado, possui uma estrutura pequena dianteira, e posterior bem desenvolvido, devido ao maior valor comercial destes cortes.

CARACTERÍSTICAS DAS RAÇAS PARA CARNE

Os suínos para a produção de carne são mais esguios, compridos e pernudos, de pescoço mais longo que os do tipo para banha, que são muito mais compactos e baixos. A pelagem de acordo com a raça. Os pelos devem ser finos, lisos e a pele sem pregas, lisa.

Peso e Estatura de médio a grande, de acordo com a idade e a raça. Deve pesar de 80 a 100Kg no ato do abate.

Cabeça um pouco mais longa que no tipo de banha, leve, com a marrafa larga e cheia, olhos bem espaçados, brilhantes e cheios. As orelhas são moderadamente finas,

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Fig.1:Evolução do suíno

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franjadas com cerdas finas. O focinho, de médio comprimento, não grosseiro. As bochechas, nítidas, não pendentes, de regular largura e musculatura.

Pescoço de comprimento médio, musculoso, sem ser arqueado em cima. Corpo longo, profundo, liso, bem equilibrado ou com o quarto posterior predominando Peito largo e cheio. A linha superior é uniformemente arqueada, variando o arqueamento com a raça. O dorso e lombo são regularmente largos, musculados e fortes.

A garupa, de mesma largura das costas, comprida, em nível, com a cauda de inserção alta. O tórax é cheio, com costelas longas e arqueadas. Os pernis são cheios, carnudos, firmes, descidos, não muito bombeados, sem pregas. Membros afastados, fortes, porém não grosseiros, com quartelas levantadas e cascos firmes. Os membros anteriores são de altura média e os posteriores um pouco compridos no geral. Locomovem-se, com facilidade, em linha reta.

A fêmea difere do macho pela cabeça e corpo mais leves e mais delicados, pescoço menos maciço, pelos mais finos, especialmente no pescoço e não terá menos que 12 tetos bem separados. As diferenças sexuais, entretanto só se acentuam com a idade, sendo pequenas na ocasião da matança, em média aos 07 meses.

1- RAÇAS NACIONAIS

Piau, Canastra, Caruncho, Nilo, Macau, Piratininga, Tatuí, Junqueira, Pinhal, Pedreira.

São animais para produção de banha, toucinho, rústicos, pouco precoces (tardios), pouco prolíferos, podendo atingir 60Kg de peso vivo aos seis meses, pouco exigentes no trato.

2- RAÇAS ESTRANGEIRAS

São raças altamente especializadas na produção de carne, precoces, prolíferas (maior nº de leitões/ partos), bastante econômicas.

São elas: Duroc (EUA), Hampshire (EUA), Landrace (Dinamarca), Yorkshire (EUA),

Wessex, Large White, (Inglaterra), Pietrain (Bélgica).

PRINCIPAIS RAÇAS PARA MÃES

Landrace, Large White, Wessex.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS:

- Aptidão materna; - Alta prolificidade;- Boa capacidade de produção de leite;- Pequena espessura do toucinho;- Boa conversão alimentar.

2.1- LANDRACE :

Origem na Dinamarca, boa conversão alimentar, boa mãe, muito prolífera, magra.

DESCRIÇÃO:

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Cabeça comprida, de perfil sub côncavo, larga entre as orelhas e com queixadas leves. As orelhas são compridas, finas, inclinadas para frente, do tipo Céltico. Não devem ser grandes e pesadas, nem eretas, o que constitui defeito mais grave.

Corpo da mais perfeita conformação para a produção de carne, bastante comprido e enxuto, de igual largura e espessura em todo o comprimento. O dorso e lombo são compridos e direitos, em ligeira ascensão, a garupa alta e comprida de cauda com inserção alta, espáduas finas, leves, pouco aparentes, costados profundos, bem arqueado, sem depressões e finalmente com ventre plano, linha inferior firme e no mínimo 12 tetas boas bem localizadas.

Membros são fortes, corretamente aprumados, com quartelas, articulações e tendões curtos e elásticos e unhas fortes e iguais. Os pernis são amplos, cheios até o garrão, sem rugas horizontais. Pelagem branca, fina e sedosa, sem redemoinhos ou pelos crespos. Em qualquer parte do corpo, os pelos crespos acarretam desclassificação. A pele é fina solta e sem rugas, despigmentada, porém para as regiões tropicais prefere-se que seja coberta com manchas escuras. PESO - Os adultos atingem 250-300 Kg. Aos 6-7 meses atingem 80-100 Kg, ponto de matança.

O Landrace é muito prolífero, precoce, produtivo, dotado de perfis bem conformados, de modo a atender perfeitamente ao tipo ideal de porco tipo carne.

Nos cruzamentos com raças exóticas ou nacionais melhora a carcaça, produzindo bons mestiços para carne. Quando criado puro, devido à pelagem branca, exige maior proteção contra os raios solares, por meio de abrigos ou árvores de sombra nos piquetes. Para revelar toda sua alta aptidão produtiva necessita de alimentação adequada. A conversão é boa, mas suplantada por outras raças.Média de leitões nascidos por parto: 10,28Peso médio da leitegada aos 21 dias: 6,41kg

2.2- LARGE WHITE :

Das raças puras criadas, foi à última a ser introduzida no país, no início da década de 1970 e, pelo desempenho apresentado, vem aumentando anualmente a sua participação. A raça é muito utilizada na produção de híbridos e se caracteriza pela sua prolificidade.Origem da Inglaterra, é musculoso, pouca gordura, boa conversão alimentar, as fêmeas são boas mães, e boas produtoras de leite.Média de leitões nascidos: 10,36Peso médio da leitegada aos 21 dias: 6,26kg

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2.3- DUROC

Origem americana, rústico, gordo, sendo intermediário para carne e toucinho, agressivo, baixa produção de leite, ruim para mãe, desenvolvimento precoce. Cor vermelha.Média de leitões nascidos: 9,74Peso médio da leitegada aos 21 dias: 5,26kg

2.4- PIETRAIN :

Origem na Bélgica é uma raça que possui uma excelente massa muscular, sendo muito utilizada em cruzamentos. Nos últimos anos tem sido importado suínos e sêmen da Inglaterra, Alemanha e França. Apresenta como principais características, ótimos pernis, super desenvolvidos, menor camada de gordura e muito boa para cruzamentos, mas baixa velocidade de ganho de peso.

Pelagem: Branca com manchas pretas. Média de leitões nascidos: 9,68Peso médio da leitegada aos 21 dias: 5,31kg

2.5- HAMPSHIRE :

Origem nos EUA, boa carcaça, rústica, carne magra, cor preta com faixa branca nos membros anteriores. Orelhas curtas e eretas.

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Média de leitões nascidos: 9,26 Peso médio da leitegada aos 21 dias: 4,62kg

6- WESSEX :

Origem na Inglaterra, foi uma raça preferida pelas granjas que utilizavam o sistema de produção extensivo ou criação ao ar livre. Como este sistema é pouco utilizado no Brasil, os registros vem diminuindo. É prolífera, rústica, boa habilidade materna. Pouco usada em cruzamentos. Pelagem preta com faixa branca nos membros anteriores. Orelhas Célticas.Média de leitões nascidos: 9,00Peso médio da leitegada aos 21 dias: 4,902kg

7 - MEISHAN :

Originária da China, é uma raça muito prolífera, sendo cada parto com 15 a 17 leitões, são muito resistentes a doenças, boas mães produtoras de leite. São de crescimento lento e muito gordas.

GENÉTICA

1-MELHORAMENTO: Consiste em melhorar as qualidades de uma determinada raça, utilizando dois animais previamente selecionados com características desejáveis.

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2- HERDABILIDADE: características fenotípicas que foram passadas para a prole. ex.: peso da leitegada ao desmame: 17% espessura de toucinho: 48%

3- CRUZAMENTO: misturar ou cruzar duas raças diferentes, visando obter o vigor do híbrido ou heterose, ou seja, definir um melhor desempenho nos mestiços em relação aos puros, explorar características com baixa herdabilidade, ex.: características reprodutivas( n de leitões nascidos – 5 a 8% ).

POR QUE O CRUZAMENTO MELHORA A PRODUTIVIDADE?

O cruzamento de reprodutores de raças diferentes objetiva explorar as vantagens da heterose ou vigor híbrido. A heterose define o desempenho superior dos animais mestiços em relação à media de desempenho das raças que lhe deram origem. As características reprodutivas, como o número de leitões nascidos e desmamados por leitegada e o peso das leitegadas ao nascer e ao desmame, são as que apresentam os maiores ganhos genéticos da heterose (5 a 8%). A seguir, com vantagens de heterose de 2 a 5%, estão a taxa de crescimento diário e a conversão alimentar. As características de carcaça, como a espessura de toucinho e o rendimento de carne, praticamente não apresentam heterose, sendo o desempenho dos animais mestiços semelhante à média do desempenho das raças paterna e materna. Portanto, o uso de fêmeas mestiças F-1 pode trazer benefícios razoáveis quando se pretende aumentar a produção de leitões por matriz/ano, ao passo que o cruzamento simples de duas raças pode reduzir a idade de abate e melhorar a conversão alimentar. Para se explorar simultaneamente as características reprodutivas e de taxa de crescimento provenientes da heterose, recomenda-se cruzar fêmeas F-1 com machos de uma terceira raça como, por exemplo, fêmeas F-1 Large White-Landrace com machos Duroc, ou fêmeas F-1 Duroc-Landrace com machos Large White.

O QUE É SUÍNO HÍBRIDO E SUÍNO F-1?

Suíno híbrido é o mesmo que mestiço ou cruzado. O termo é utilizado para denominar animais resultantes do cruzamento de raças ou linhas genéticas diferentes. Animais F-1 são os da primeira geração de cruzamento. Suínos mestiços LWLD, produzidos por machos Large White (LW) e fêmeas Landrace (LD), são exemplos de suínos F-1. Os animais têm 50% dos genes da raça do pai e 50% dos da mãe.

4- TIPOS DE CRUZAMENTOS:

1- simples: duas raças, 50% cada = Lw x Pt = F1

2- Contínuo: vai cruzando até melhorar os mestiços = PC

LW x PT = F1 x LW = F2 x LW=......

3- Retrocruzamento: vai intercalando dois reprodutores de raças diferentes.

LW x PT = F1 x DR = F2 x PT=......

FISIOLOGIA:

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Os suínos são animais onívoros, monogástricos (estômago simples), não sintetizam nenhuma substância (fornecer vitaminas e nutrientes), não consegue digerir fibras grosseiras.

Seu olfato é bem desenvolvido, mas sua respiração é difícil, devido a conformação da sua face, por isso, é um animal sujeito a asfixia, quando submetido a exercícios prolongados em dias quentes e exposto aos raios solares.

A cabeça, em forma de pirâmide, é delicada nas raças melhoradas e grosseira nas raças primitivas, a pele é espessa com longa camada de gordura, coberta de cerdas firmes.

As fêmeas possuem 4 a 7 pares de mamas, em duas fileiras paralelas, quem vão da região inguinal à região peitoral.

Os machos possuem uma constituição mais forte, e porte maior. O suíno adulto possui capa de gordura, que tem função de isolante térmico, não

conduz calor por contato, perde calor pela respiração. O leitão quando nasce, não possui gordura, e perde calor por contato, causando hipotermia, sendo sua temperatura normal de 40,5º e a temp ambiente de 30º C. Já os adultos, possuem temperatura média de 39,5ºC.

Movimentos respiratórios são de 15 a 20 por minuto.A gestação dura 115 a 120 dias ( 3meses, 3semanas e 3 dias).Não suportam, correntes de ar frio abaixo de 20º entram em estress e fazem

canibalismo.

SISTEMAS DE CRIAÇÃO:

As criações podem ser extensivas e intensivas.

1- EXTENSIVA :

É a forma de criação à solta dos suínos, que pode coexistir com exploração de florestas adultas (pinhais ou coqueiros) ou pomares de árvores adultas e de casca grossa, como abacateiros ou mangueiras. Não há preocupação com produtividade ou economia, sendo mais uma forma de cultura extrativa ou de subsistência, não havendo nenhum controle técnico sobre a criação, sendo que, todos os suínos de diferentes idades; permanecem juntos numa mesma área e disputam, entre eles, o mesmo alimento.

Nesse sistema os animais são mantidos permanentemente soltos, a campo, às vezes totalmente abandonados em determinada área de terra. O sistema caracteriza criações primitivas, sem utilização de tecnologias adequadas e, portanto, apresenta baixos índices de produtividade (Tabela 1).

A concentração por área é baixa, sendo necessárias grandes extensões de terra. E bastante usado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, principalmente por criadores que nunca receberam algum tipo de orientação técnica.

A maior parte da produção de animais, nesse sistema, é destinada ao fornecimento de carne e gordura para alimentação dos proprietários. O excedente é comercializado perto da propriedade.

Segundo Gomes et al. (1992), em 1990 esse sistema de criação representava 32,9% das criações no país. A projeção para o ano 2000 era 17%, indicando uma clara tendência ao abandono dessa forma de criação.

Tabela 1. Informações relativas a produtividade de sistemas de produção extensiva.Leitões/porca/ano__________________________5 a 6 Desmamados/parto ________________________3 a 5N° de partos/ano __________________________menos de 1

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Idade abate (meses) _______________________12 a 18 Peso abate (kg) ___________________________70 a 90Fonte: Gomes et al. (1992).

2-INTENSIVA :

É a atividade (no caso de animais) que acumula o trabalho e o capital em terreno relativamente restrito. Apresenta preocupação com produtividade e economia podendo ser para subsistência, produzir parte da renda ou ser a fonte da renda familiar.

Os sistemas intensivos de criação de suínos podem ser classificados em três tipos de sistemas com seus subsistemas:

2.1- SISTEMA DE CRIAÇÃO INTENSIVA AO AR LIVRE OU SISCAL OU PLAIN AR:

Esse sistema ao ar livre, proporciona bem estar ao suíno, ocupa muito espaço, 1ha p/10 fêmeas, onde 50% deve ser verde, deve ter cochos de água e ração bem como uma cabana de proteção contra sol, chuva e ventos. Pode ser utilizado para todas as fazes da criação.

O sistema Siscal tem conquistado grande número de criadores, face ao bom desempenho técnico, baixo custo de implantação e manutenção, número reduzido de edificações, facilidade na implantação e na ampliação da produção, mobilidade das instalações e redução do uso de medicamentos.

O Siscal é caracterizado por manter os animais em piquetes, nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e, ou, telas de arame eletrificadas com corrente alternada. As fases de crescimento e terminação (25 a 100 kg de peso vivo) ocorrem em confinamento. Muitos suinocultores utilizam o Siscal para produção de leitões, que, ao atingirem 25 a 30 kg de peso vivo, são vendidos para terminadores.

Quando a área utilizada pelo sistema de criação for desprovida de sombra, a mesma deverá ser providenciada através da edificação de sombreadores, pois o sol intenso pode provocar sérios problemas para os suínos.

Todos os piquetes devem ser equipados com abrigos, um ou mais por piquete, e esses abrigos serão coletivos (fêmeas em cobertura e em gestação e leitões em creche) ou individuais (cachaço e porca em lactação com sua leitegada). A função primordial dos abrigos é proporcionar sombra aos animais. No caso dos abrigos maternidade e creche, além de sombra, eles devem, também, proteger contra o frio. Numa criação que pressuponha a rotação dos piquetes, os abrigos devem ter características construtivas que facilitem sua remoção e transporte.

O Siscal não deve ser instalado em terrenos com declividade superior a 15%, dando-se preferência a solos com boa capacidade de drenagem.

O tempo de ocupação dos piquetes deve ser aquele que permita a manutenção constante da cobertura vegetal sobre o solo e uma recuperação rápida da mesma.

Com o objetivo de facilitar a limpeza do solo sob a cerca, sugere-se colocar dois fios de arame nos piquetes de cobertura, pré-gestação, gestação e maternidade a 35 e 60 cm do solo.

Deve-se limpar constantemente o local sob as cercas, através do ato roçar (não capinar), mantendo o solo coberto nesta área, a fim de permitir boa visualização dos fios e evitar curtos-circuitos.

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A creche deve ser cercada com tela metálica de arame galvanizado, malha quatro ou cinco, presa ao chão. Pela parte interna do piquete colocar um fio de arame eletrificado (corrente alternada), a 10 cm do solo, até a primeira semana após o desmame; após esse período, a corrente elétrica pode ser desligada.

Os suínos, quando mantidos em piquetes, voltam a exercitar seu hábito, inerente à espécie, de fuçar e revolver a terra. Através desse hábito destroem as pastagens de cobertura do solo, favorecendo a erosão.

Portanto, as matrizes suínas destinadas a reprodução, ou seja, aquelas que irão fazer parte do plantel deste sistema de criação, deverão ser destrompadas, antes da sua introdução no sistema. Periodicamente, todo o plantel deverá ser vistoriado e, caso alguma matriz tenha perdido a argola, deverá ser reposta imediatamente.

2.1.2-SISTEMA DE CRIAÇÃO AO AR LIVRE DE CICLO COMPLETO

Nesse sistema todas as fases são mantidas em piquetes (cobertura, gestação, maternidade, creche e terminação).

Esse sistema de criação de suínos é utilizado por alguns produtores mas o desempenho desse sistema deixa a desejar, pois os índices técnicos obtidos são inferiores aos do sistema confinado, em vista da pouca tecnologia usada.

2.2- SISTEMA DE CRIAÇÃO MISTO OU SEMICONFINADO

É o que usa piquetes para a manutenção permanente ou intermitente para algumas categorias e confinamento para outras.

Dependendo do número de categorias animais previstas para serem manejadas em confinamento, terá um investimento inicial, desconsiderando o valor da terra, maior do que o sistema ao ar livre e menor do que o confinado.

2.3- SISTEMA DE CRIAÇÃO CONFINADO

INDOOR: sistema fechado, não depende do meio ambiente, menor problema com parasitoses, alto investimento, pouco conforto animal. Mais usado, pelo manejo intensivo para grandes rebanhos.

Nesse sistema, todas as categorias estão sobre piso e sob cobertura. As fases da criação podem ser desenvolvidas em um ou em vários prédios.

A necessidade de área para criação é mínima, a não ser a área do solo usada para a produção de alimentos. O investimento em custeio e equipamentos é muito alto, podendo chegar muito próximo de US$ 2.000,00 por matriz alojada, desconsiderando-se o valor da terra.

CONSTRUÇÕES PARA OS SUÍNOS

As edificações destinadas aos suínos devem ser projetadas de forma a aproveitar ao máximo os recursos naturais como ventilação. O local deve ser aberto, drenado, bem ventilado, plano, ensolarado, afastado de morro e outros obstáculos e com exposição Norte.

Em regiões onde há ocorrência de frio, as edificações devem ser planejadas para o conforto térmico do verão, mas com dispositivos que protejam os animais contra o esfriamento ambiental, no inverno. Recomenda-se abertura lateral que corresponda a uma área de 25 a 40% da superfície lateral do prédio. Telhados leves, mas isolantes, de cor clara, para reduzir a incidência de calor, ventilados (com lanternim ou tubo de alívio), para

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permitir a saída de ar quente e de gases. Pisos com textura regular e média (nem áspera e nem lisa).

É importante propiciar um volume total interno de ar na construção visando manter as condições de conforto e higiene e facilitar a renovação de ar. As paredes devem ser de cor clara para evitar o ganho de calor nas instalações. A inclinação do telhado e a projeção das abas devem ser projetadas para reduzir os efeitos da insolação e da chuva. Os prédios devem ter orientação Leste-Oeste, no sentido do movimento do Sol, a fim de reduzir o ganho de calor solar na construção.

As instalações não podem ficar próximas de morros ou árvores, que são obstáculos para a ventilação natural. O emprego de árvores para fazer sombra no telhado ou arredores da construção deve ser cuidadosamente estudado para não prejudicar o regime de ventilação natural.

O afastamento entre instalações deve ser suficiente para que uma não atue como barreira à ventilação natural da outra. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação, entre as duas primeiras a barlavento, sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 a 25 vezes esta altura, como representado na Figura 2.

Figura 2. Esquema da distância mínima entre instalações.

Figura 3. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol.

HOMEOTERMIA

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Os suínos são animais homeotérmicos, capazes de regular a temperatura corporal. No entanto, o mecanismo de homeostase é eficiente somente quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites. Portanto, é importante que as instalações tenham temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto dos suínos. Nesse sentido, o aperfeiçoamento das instalações com adoção de técnicas e equipamentos de condicionamento térmico ambiental tem superado os efeitos prejudiciais de alguns elementos climáticos, possibilitando alcançar bom desempenho produtivo dos animais.

Tabela 4. Temperatura de conforto para diferentes categorias de suínos.

Categoria Temperatura de conforto

(°C)

Temperatura crítica inferior

(°C)

Temperatura crítica superior

(°C)

Recém-nascidos 32-34 - -

Leitões até a desmama 29-31 21 36

Leitões desmamados 22-26 17 27

Leitões em crescimento 18-20 15 26

Suínos em terminação 12-21 12 26

Fêmeas gestantes 16-19 10 24

Fêmeas em lactação 12-16 7 23

Fêmeas vazias e machos 17-21 10 25

Fonte: (Referência n° 33) Perdomo et.al. (1995).

MODELOS DE INSTALAÇÃO PARA A SUINOCULTURA

Existem quatro modelos de edificação muito utilizados pelos criadores do Sul do Brasil:MODELO UNILATERAL FECHADO - Tradicionalmente utilizado pelos pequenos produtores, com uma lateral aberta e a outra (geralmente a do lado Sul) fechada, dispondo de janelas, de janelões ou tampões.

MODELO BILATERAL FECHADO - Fechado nas duas laterais: utilizado por médios e grandes produtores, especialmente na fase de maternidade e creche.

MODELO ABERTO - As laterais são abertas: muito comum em todos os níveis de criação.

PÉ-DIREITO DA INSTALAÇÃO

A altura do pé direito varia de acordo com as características dos materiais usados nas edificações e com o número de animais. O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Estando os suínos mais distantes da superfície inferior do material de cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante, por unidade de superfície do corpo, sob condições normais de radiação. Desta forma, quanto maior o pé direito da instalação, menor é a carga térmica recebida pelos animais. Recomenda-se como regra geral pé direito de 3m a 3,5m.

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LARGURA

A grande influência da largura da instalação é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu custo. A largura da instalação está relacionada com o clima da região onde a mesma será construída, com o número de animais alojados e com as dimensões e disposições das baias. Normalmente, recomenda-se largura de até 10m para clima quente e úmido e largura de 10m até 14m para clima quente e seco.

TAMANHO IDEAL DA BAIA DA MATERNIDADE

O tamanho da baia depende do tipo de animal e do tipo de contenção que se quer fazer. Para celas parideiras, sugere-se uma área mínima de 4,32m² compreendendo o espaço para a matriz, com 0,60 m de largura por 2,40 m de comprimento, e o espaço para os leitões, com 0,60 m de largura de cada lado do espaço da matriz, por 2,40m² de comprimento. Para a baia convencional, sugere-se formatação retangular de 6m², incluindo bebedouros, comedouros e protetor contra o esmagamento de leitões. A altura do protetor contra esmagamento deve ser de 0,20 m.

COMO CONSTRUIR A MATERNIDADE

Na maternidade, deve-se prever dois ambientes distintos, um para as matrizes e outro para os leitões, pois a faixa de conforto da matriz é diferente daquela dos leitões, tornando-se obrigatório o uso de escamoteador. Aconselha-se o uso de forro isolante térmico junto à cobertura, a fim de melhorar o conforto dos animais. As fêmeas podem ser manejadas em baias convencionais ou em celas parideiras.

ESCAMOTEADOR

É o abrigo fechado para a proteção de leitões contra o esfriamento ambiental e deve estar instalado junto à baia de maternidade. Pode ser de madeira, alvenaria ou outro material. Deve ter uma tampa móvel para facilitar o manejo e uma porta de entrada e saída dos leitões de 25 x 25 cm. Suas dimensões são de 90 cm de comprimento, 70 cm de largura e 90 cm de altura, devendo ser colocado na parte da frente da cela parideira.

Podem ser utilizadas várias fontes de calor. Entre elas destaca-se, por seu custo e facilidade de aquisição, a lâmpada comum incandescente de 100w controlada por termostato, e que apresenta boa eficiência.

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O termostato é um instrumento que permite corrigir as deficiências de manejo da fonte de calor, funciona de forma independente da presença do criador mantendo o ambiente sempre estável, com economia de energia de 30 a 50% em relação ao sistema sem termostato. Diversos escamoteadores são ligados à mesma rede de controle do termostato que, por meio de um sensor, desliga ou liga automaticamente a lâmpada, mantendo temperatura de conforto dentro do escamoteador.

CRECHE

Geralmente nesta fase, utilizam-se gaiolas suspensas, que proporcionam maior higiene ao ambiente. Existem várias formas de proteger os animais contra o esfriamento ambiental, entre elas o aquecimento com pisos térmicos, a colocação de lâmpadas e o uso de abafador (sistemas de cortinas e tampões), em regiões muito frias. Outra forma é melhorar o isolamento (forro, cortinas) do prédio e controlar a ventilação de forma que o calor produzido pelos animais não saia. Recomenda-se que utilize um bebedouro chupeta para cada 10 leitões nesta fase. Geralmente o consumo de água previsto nesta fase é de 3 litros por dia, por animal.

PISO

Os pisos devem ser construídos de forma a reduzir a abrasividade ou aspereza e facilitar a limpeza, além de duradouros e resistentes ao impacto animal. Sugere-se a implantação de um contra-piso de concreto magro (cimento, areia e brita) com espessura de 5cm sobre uma camada de 3cm de pedra britada número 1 ou 2 em solo compactado, e um piso (cimento e areia média peneirada) com espessura de 3 cm e acabamento desempenado

BEBEDOURO EM NÍVEL

O bebedouro em nível é um sistema simples composto de uma caixa d’água (reservatório) com bóia flutuante, tubulação de alimentação do sistema e do bebedouro. O bebedouro propriamente dito é um pedaço de cano de ferro, com ponta em forma de bisel, fixado em ângulo na parede da baia. O funcionamento, semelhante ao ato de mamar, consiste em fazer sucção na ponta do cano para extrair a água. A bóia regula a entrada de água no reservatório e mantém o nível de água o mais próximo possível da ponta do bebedouro.

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NÚMERO DE BEBEDOUROS POR BAIA

O número de bebedouros por baia depende do modelo utilizado, do formato da baia, do número de animais por baia, da fase animal e do sistema hidráulico. Em geral, recomenda-se um bebedouro, no mínimo, para grupos menores que dez animais, dois bebedouros para grupos de dez a quinze animais e um bebedouro para cada sete suínos em grupos maiores que quinze animais por baia.

ÁGUA MAIS APROPRIADA

A fonte de água apropriada é a que fornece água potável. Ela deve ser inodora, incolor, límpida e que não apresente substâncias minerais dissolvidas ou qualquer substância de origem orgânica. Águas superficiais ou de rio geralmente são inadequadas para abastecer as granjas de suínos. Se o uso desse tipo de água for inevitável, é imprescindível o controle rigoroso de sua qualidade por meio de análises diárias e de indicadores biológicos.

NECESSIDADE DE ÁGUA POR SUÍNO/DIA?

A quantidade mínima diária de água é aquela exigida pelo organismo do animal a fim de equilibrar perdas, produzir leite e formar novos tecidos durante o crescimento e a gestação. Para cada 4 kg de ganho de peso em tecido magro, aproximadamente 3 kg são formados pela deposição de água no organismo. A exigência em água nos suínos depende de fatores como temperatura, umidade relativa do ar, idade, peso vivo, estágio ou ciclo reprodutivo, quantidade de ração consumida, teor de matéria seca da dieta, composição da ração (proteína, aminoácidos, sódio e potássio) e sua palatabilidade.

A ingestão de água é condicionada pelas exigências do organismo que são, por sua vez, influenciadas pela qualidade e temperatura da água, fluxo de água e tipo de bebedouros, modelo da instalação e estado de saúde dos animais. Dependendo da categoria de suíno considerada, a faixa de conforto térmico pode não estar contemplada. É importante que todas as categorias de suíno tenham livre acesso à água potável com temperatura adequada. A matriz em lactação é a categoria de suíno que mais necessita de água para ter uma produção adequada de leite e manter seu metabolismo fisiológico em condições ótimas.

MANEJO DAS CATEGORIAS:

ANIMAIS DE REPOSIÇÃO.

Se os animais de reposição vêm de outra granja, devem passar por um período de quarentena. As leitoas de reposição devem ser alojadas no prédio de gestação com idade média de aproximadamente 155 dias, em baias coletivas próximas aos machos e até duas semanas antes da cobertura deverão receber ração de crescimento à vontade, sendo alimentadas duas vezes ao dia. Os machos de reposição devem ser alojados no prédio de

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gestação com idade média de aproximadamente 165 dias em baias individuais, onde permanecerão até o fim de sua vida útil. Os machos só deverão ser utilizados em montas após feita uma avaliação do sêmen que comprove sua qualidade. Devem receber 2 kg de ração de gestação por dia, sendo um de manhã e outro à tarde.

FÊMEAS

FÊMEA NULÍPARA = MARRÃ = LEITOA

CUIDADOS AO NASCIMENTO, DESMAME E CRESCIMENTO

A futura mamãe acaba de nascer, é filha de uma matriz prolífera com qualidade genética, boa conformação, apresenta uniformidade das glândulas mamárias e uma perfeita habilidade materna. Com todos os pré -requisitos acima citado haverá uma grande herdabilidade na fêmea que acaba de nascer. Primeiro observamos a capacidade de produzir n° de fêmeas, será nosso objetivo que supere 50%, desta forma notificamos o n° de leitões nascidos machos e fêmeas, pesamos individualmente, esperando leitões com peso superior a 1,400 Kg. Poderá existir leitões abaixo deste peso, o qual não deverá ultrapassar 7-10% dos leitões nascidos. O próximo passo será avaliar o número de tetas do recém nascido, esperando obter acima de 3 pares de tetas entre a região peitoral e o cordão umbilical e um total mínimo de 6 pares. Imediatamente colocaremos tampões de esparadrapo para proteger esta região nobre que não poderá ser lesada durante toda a sua existência. O piso áspero poderá produzir perdas de tetas tornando-as cegas e afuncionais.

O aparelho genital da fêmea segue seu crescimento de acordo com o desenvolvimento corporal, sendo importante manter um crescimento constante e um peso mínimo de 5,5 - 6,0 Kg aos 21 dias. A capacidade de produção de óvulos será determinada nas primeiras 5 semanas, é importante evitar situações estressantes que comprometam seu desempenho.

O desmame deverá seguir uma situação estável de crescimento, evitando grandes grupos e altas competições que possam comprometer seu desempenho. É importante seguir avaliando o ganho de peso, aparelho mamário e aparelho locomotor. Animais que apresentem comprometimento deverão ser tratados adequadamente se necessário ou removidos do destino de produção.

SANIDADE

Se adquiridas de uma outra granja, deverá ter conhecimentos das doenças ou patologias existentes nas granjas fornecedoras e recebedoras para uma perfeita orientação quanto a medicação e vacinação. Em caso de recebimento, o ideal é receber estas fêmeas em um quarentenário para um período de observação clínica, em seguida uma pré -adaptação e uma outra fase que será de recuperação para evitar aumento na quantidade de patógenos caso estes animais cheguem a adoecerem comprometendo o resultado da granja como um todo. Será importante estabelecer provas sorológicas para melhor entendimento de como estão circulando os patógenos.

As patologias podem ser específicas ou não da área reprodutiva. Em caso de específicas os transtornos de infertilidade são mais evidentes por produzirem alterações na atividade do ovário e do endométrio, quando se trata de processos não específicos como estado febril, inapetência poderá gerar perdas embrionárias parcial ou total, abortos, mumificação de fetos e diminuição da prolificidade.

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Quando preparadas na própria granja deverá seguir estratégias de medicações e vacinações de acordo com os desafios de manejos dentro de cada circunstância. Os animais devidamente protegidos contra as enfermidades da granja, respondem com melhor produtividade devido a proteção que apresentam quando submetidos a diferentes desafios.

VACINAS

Leitoas e matrizes:- Parvovirose, Leptospirose, Aujesky, PSC, Rinite Atrófica, Pneumonia Enzoótica,

Erisipela, Pleuropneumonia, Colibacilose.

INSTALAÇÕES

As instalações, densidade e competitividade do alimento são pontos importantes para garantir um perfeito crescimento, puberdade, e manutenção da gestação. Evitar superlotações, manter o arraçoamento individualizado, ter um alimento de boa qualidade e armazenagem livre de fungos e micotoxinas, para uma adequada capacidade de ingestão.

Evitar ambiente úmido e presença de correntes de ar, manter uma área limpa e seca com muita higiene e com capacidade de locomoção para que possa ser possível exercícios que favorecem a musculatura, crescimento e aparelho locomotor ( articulações e cascos).

As instalações deveram ser com grades divisórias (barras de ferro) para facilitar a visualização de outras fêmeas e o mais importante a do cachaço, que deve permanecer a 1 metro de distancia para melhor motivação e estímulo de cio, como também aumento de libido sexual do macho.

MEIO AMBIENTE

As mudanças bruscas de temperatura como também as altas temperaturas produzem efeitos negativos na prolificidade e fertilidade, atuando nas perdas embrionárias, abortos prematuros e aumento nos dias não produtivos devido a inatividade ovariana. Outro fator importante são as insolações, agrupamentos (stress social) e contaminações ambientais que interferem negativamente nos resultados reprodutivos.

MANEJO

A idade, peso e espessura de toucinho dorsal no momento da cobertura ou inseminação é considerado fundamental.

O momento da cobertura ou inseminação da nulípara apresenta uma repercussão decisiva sobre a prolificidade no primeiro parto e esta é a chave para mantermos uma prolificidade alta durante a vida útiÌ deste animal.

O tamanho do útero aumenta progressivamente com a idade da fêmea e dos seus ciclos sexuais. A atividade da progesterona sobre o aparelho genital ajuda o desenvolvimento da capacidade uterina e o incremento de peso dos ovários.

A seleção do cachaço para indução e estímulo de cio é de fundamental importância. O macho deve apresentar uma idade entre 10 - 18 meses, ser um indivíduo de alto libido sexual, produzir ferormônios diante das fêmeas (salivar e urinar com frequência), ser atencioso com o manejador e cuidadoso com as fêmeas.

Levar a fêmea em presença ou início de cio até a baia do macho para um completo cortejo e estímulo da ovulação. São necessários entre 10 - 15 minutos de exposição da

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fêmea ao macho 2 vezes ao dia. Manter no máximo 10 fêmeas por dia para diagnóstico individual para o macho.

A fêmea deve ser coberta no 2º ou 3º cio de exposição ao macho, com 210 dias (7 meses) e 110kg de peso mínimo. Na fêmea suína, o primeiro cio já foi observado a partir de 127 dias até 250 dias de idade. No entanto, a idade média do aparecimento do cio fica em torno dos 200 dias. A ocorrência de cios precoces e tardios é devida a fatores ambientais. Para a primeira cobertura, utilizar um varrão já "experiente" em cobertura, porém mais jovem e de menor peso.

NUTRIÇÃO

É fundamental acompanhar o crescimento das fêmeas para que seja constante e não sofra interrupções. O esperado é obtermos um crescimento entre 580 - 610g de peso diário com uma espessura, de toucinho de acordo com o padrão da genética. É importante o consumo de ração total que recebe uma fêmea durante toda a fase de preparação.

Alta taxa de crescimento incrementa alto custo econômico e pode atrasar a puberdade. O uso de flushing 10 -14 dias antes do cio incrementa número maior de óvulos liberados.

É importante que as fêmeas tenham comodidade para comer, facilidades de chegar ao comedouro para um consumo necessário as suas funções vitais e seu desempenho. Evitar situações de alta competitividade diariamente na disputa da comida: As fêmeas de menor capacidade de hierarquia podem se manter distante por medo e não comer o suficiente para seu desenvolvimento.

O sucesso da preparação das nulíparas dependerá de fatores como, vistos anteriormente, mas é o homem, que responsável pela combinação desses fatores e interfere de acordo com sua capacidade de realizar as informações recebidas em prática do dia - dia.

MANEJO DE PRIMÍPARAS

Durante muitos anos, em diferentes tipos de granjas e genética, um dos grandes problemas na produção de suínos era e ainda persiste em alguns casos o número de leitões nascidos no primeiro parto e, na maioria o segundo parto é inferior ao primeiro e aos posteriores. Sendo apontada como uma das grandes causas a falta de conhecimentos necessários para preparar e formar a futura mamãe.

Para obtermos bons resultados e elevar a produtividade das primíparas ou marrãs, a partir do segundo parto, necessitamos oferecer condições favoráveis para se cumprir o esperado dos atuais programas qenéticos e realidades que ocorrem em alguns grupos ou casos isolados de produtividade, capacidade de cuidar dos seus leitões, ótimo instinto materno, magnífica produção de leite e um cio fértil entre 3 - 5 dias pós desmame.

ALIMENTAÇÃO DAS NULÍPARAS GESTANTES

Se a condição corporal das nulíparas antes do momento da cobertura ou inseminação apresenta-se muito boa, dentro do esperado, poderá haver restrição alimentar imediatamente após a cobertura.

Normalmente os níveis de alimento serão entre 1,8 - 2,0 Kg/dia desde o momento da cobertura até 14 dias antes do parto- realizar o flushing ( incremento energético, aumentando a quantidade de ração fornecida ou usar ração para lactação, que vai aumentar a ovulação), momento em que o nível alimentar aumenta até dia anterior ou dia que antecede o parto, em que ocorre quase uma redução total de alimento até terminar o parto.

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Após a cobertura da marrã, passar a fornecer "ração de gestação" na quantidade de 2kg a 2,2kg por marrã, por dia, até aos noventa dias de gestação. Dar a metade da ração pela manhã e metade à tarde (ração seca).

Após os noventa dias de gestação (nas baias coletivas) as marrãs deverão ser conduzidas para as gaiolas individuais de gestação, cuidar com as infecções do aparelho urinário (pielonefrite e cistite).

De 112 a 113 dias de gestação fornecer 1,8 kg a 2,0kg de "ração de lactação" por dia por marrã. Água de 8-10l por dia. Neste período as porcas devem ser conduzidas à maternidade, dar banho com sabão e água, desinfetar a fêmea com iodo a 0,2% (evitar staphylococus).

No dia do parto não oferecer ração a marrã; colocar a disposição da mesma somente água fresca e potável, em alguns casos, pode ser oferecida à mesma (800 gramas por dia).

Evermifugar as marrãs de três em três meses e quando no período de gestação evermifugar vinte dias antes do parto. Utilizar produtos a base de "fenbendazole; mebendazole; ivermectina".

CIO

Única fase em que a fêmea aceita o macho, a vulva fica rósea, inchada, úmida, com muco, fica parada para o macho 2-3 dias. A ovulação ocorre no fim do cio, o óvulo fica 4h vivo e o sêmem leva 12h para chegar. Precisa de 4 ou mais embriões para reconhecer a gestação.

A duração do cio pode variar de 48 a 108 horas e está relacionada ao intervalo desmame/cio. Fêmeas com intervalo desmame/cio de três a quatro dias apresentam maior duração do cio (em média 71 horas), diferentemente daquelas com maior intervalo desmame/cio, em que a duração média do cio é de 56 a 63 horas.

Se não houver acasalamento (cobertura), o cio repete-se de forma cíclica a cada 21 dias na maioria das fêmeas, podendo variar de 17 a 25 dias.

A manifestação do cio deve ser verificada duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde.Havendo dúvida sobre a manifestação do cio, procurar levar a marrã até a baia do varrão para proceder a verificação, ou seja, se a marrã aceita ou não a cobertura.

Deve-se inseminar a porca no local onde ela vai permanecer no primeiro mês, para evitar morte embrionária. Fazer em horas frescas para evitar estress. Pode retornar ao cio 21 dias depois caso haja morte ou perda dos embriões.

Cio ou estro é a manifestação externa de uma série de eventos no trato genital da fêmea, regulados por hormônios, que tornam a fêmea apta para a procriação durante determinados períodos de sua vida. Durante esse período, a fêmea apresenta o reflexo de tolerância ao cachaço, permitindo sua monta. No período intermediário do cio, a fêmea também apresenta reflexo de tolerância ao homem, ficando imobilizada quando realiza-se o teste da pressão lombar.

A fêmea apresenta alterações no comportamento e modificações no organismo, em períodos diferenciados:

Pró-estro: Alterações no comportamento, de dois a quatro dias, em média, antes do início do cio: vulva inchada e avermelhada, mais visível nas leitoas e em animais das raças brancas; secreção vulvar com consistência de muco aquoso; ·nervosismo, redução do apetite; salta sobre as companheiras, mas não aceita o salto das outras; procura o macho, mas não permite a cobertura.

Estro ou cio: ·imobilidade, membros posteriores afastados, cabeça baixa, movimento de elevação das orelhas; ·aceitação do salto e da cópula;·tolerância à pressão do criador sobre o lombo e os flancos.

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Pós-estro: Volta à normalização: a fêmea recupera o apetite e as atividades normais, mas não tolera a monta do macho ou a pressão lombar.

Uma matriz é viável enquanto parir uma boa leitegada (onze leitões) e desmamá-la sem perdas acima de índices considerados normais, a fêmea pode ser mantida no plantel. Em geral, as fêmeas são utilizadas até seis parições, em média.

A hora mais adequada para realizar a monta deve ser realizada nas horas mais frescas do dia, pela manhã ou no final da tarde.

O local de cobertura deve ser limpo e ter espaço suficiente para a movimentação e correto posicionamento do macho e da fêmea. O piso não deve ser escorregadio a fim de evitar acidentes durante a monta, que deve ser realizada na baia do cachaço. É importante que o macho esteja familiarizado com o local.

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Inseminação artificial (IA) é uma biotécnica de reprodução, cujo objetivo principal é manter e mesmo melhorar a eficiência reprodutiva e produtiva em relação à monta natural.

A Inseminação Artificial (AI), que se iniciou timidamente em Portugal no ano de 1981, tem registrado uma expansão notável após 1990, sobretudo em empresas suinícolas bem organizadas e dirigidas por empresários dinâmicos e que reconhecem na IA uma ferramenta de grande valia no incremento da produtividade, higiene, genética e mesmo como forma de minimizar os custos de produção.

A contaminação ativa do sêmen pode ser notada quando o macho doador padece de uma infecção aguda, com viremia ou bacteriemia, fato que pode ocorrer na ausência de sintomatologia evidente, como a anorexia ou a hipertermia. A contaminação passiva do sêmen pode ser diagnosticada pela deficiente higiene do material utilizado na colheita ou derivar da conspurcação do mesmo por contaminantes facultativos presentes nos divertículos prepuciais (DP) do macho, na urina ou nas fezes.

As vantagens do uso da inseminação artificial são:·aproveitamento intensivo dos reprodutores melhorados; menor número de reprodutores por plantel e menor custo de aquisição e

manutenção dos cachaços; ·aproveitamento racional de reprodutores, evitando seu uso em excesso e

facilitando o manejo das fêmeas em grupos; ·reconhecimento de machos subférteis ou inférteis; ·controle mais preciso das características a serem melhoradas no rebanho.

A IA é de realização simples e prática, mas exige treinamento adequado. Para a realização da IA são utilizados catéteres ou pipetas que podem ser descartáveis ou reutilizáveis. No Brasil, são mais utilizadas as pipetas reutilizáveis de borracha, do tipo Melrose, que simulam o pênis do cachaço, e que têm grande durabilidade. As pipetas de IA vêm esterilizadas do laboratório, junto com o sêmen, acondicionadas em sacos de plástico ou envolvidas em papel de embrulho. Para a IA são recomendadas as seguintes atividades: ·fazer a limpeza a seco da vulva com papel higiênico, preferencialmente estéril; ·cortar a ponta do adaptador do frasco de sêmen (bisnaga);·retirar a pipeta do plástico ou papel;· umedecer a ponta da pipeta com algumas gotas de sêmen; ·abrir os lábios vulvares com o dedo indicador e polegar da mão esquerda e com a direita introduzir a pipeta de IA na vulva na direção dorso-cranial (levemente dirigida para cima e para a frente), com leves movimentos de rotação para a esquerda, até ser fixada pela cérvix;·adaptar o frasco à pipeta e introduzir o sêmen, fazendo leve pressão sobre o frasco durante um período mínimo de quatro minutos.

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O maior entrave à expansão dessa técnica é a impossibilidade de preservar o sêmen por longos períodos sem prejuízo da capacidade de fertilização. Criações distantes das centrais produtoras de sêmen, número insuficiente de centrais produtoras de sêmen, exigência de pessoal treinado (criador) e de inseminadores aptos para realizar o diagnóstico do cio, também contribuem para esse quadro.

A utilização de sêmen fresco (sem ter passado por qualquer processo de conservação), em geral é feita sem diluição e imediatamente após ter sido colhido. É possível manter o sêmen a 37 °C ou à temperatura ambiente por duas ou três horas, no máximo, antes de sua aplicação. A inseminação com um ejaculado de sêmen fresco permite inseminar três fêmeas, no máximo, sendo um recurso utilizado em situações em que o número de machos é insuficiente para a quantidade de fêmeas em cio, em dado momento. No entanto, esse método não é o mais recomendado. A técnica mais viável do ponto de vista biológico e econômico é a inseminação com sêmen resfriado, que vem crescendo em importância no País. O sêmen é armazenado à temperatura de +15 a +18 °C.

Na preparação do esperma refrigerado, é necessário utilizar a taxa de diluição apropriada, um diluente adequado e empregar velocidade lenta de resfriamento, a fim de não alterar a fertilidade . Os diluentes de sêmen contêm tampões e nutrientes para as células espermáticas. Os tampões controlam as mudanças eventuais no pH e os nutrientes são utilizados pelos espermatozóides. A adição de antibióticos no diluidor, para controlar uma eventual proliferação bacteriana, também é prática nos centros de inseminação artificial suína. A tecnologia de resfriamento de sêmen permite fracionar um ejaculado suíno em dez ou quinze doses, cada uma com 3 bilhões de espermatozóides. Os resultados das taxas de parição e de leitões nascidos vivos são similares aos da monta natural.

PARÂMETROS PARA DESCARTE DE ANIMAIS DO PLANTEL:

Leitoas de reposição que não apresentarem cio até os sete meses de idade; fêmeas que não apresentarem cio até 30 dias após o desmame; fêmeas que retornarem ao cio duas vezes consecutivas; fêmeas com dois partos consecutivos com menos de sete leitões nascidos vivos; fêmeas que apresentarem problemas graves de aprumo antes da cobertura.

RELAÇÃO IDEAL ENTRE O NÚMERO DE MACHOS E FÊMEAS

Em média, recomenda-se a relação de um macho para cada 20 fêmeas. Deve-se, porém, respeitar a relação de um macho para cada três fêmeas desmamadas a serem cobertas, na semana.

MATRIZ EM GESTAÇÃO

As fêmeas em gestação devem ser mantidas em ambiente calmo, tranqüilo e confortável e devem receber água e ração de boa qualidade. Além das quantidades de ração recomendadas, o criador pode fornecer algum tipo de pasto ou forragem para as fêmeas.

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Observar diariamente, com o auxílio do macho, se as fêmeas retornaram ao cio. A temperatura deve ser controlada a fim de proporcionar uma faixa adequada, nessa fase, que vai de 16 a 20 °C. Diariamente, há necessidade de limpar as instalações de gestação com pá e vassoura e, uma vez por semana, limpar com água. As vacinas a serem aplicadas dependem do programa de vacinação da granja. O controle de endo e ectoparasitos deve ser realizado periodicamente e, em casos de granjas com problemas, antes de as fêmeas serem transferidas para a maternidade. Sete a dez dias antes da data prevista para o parto, as fêmeas devem ser transferidas para a maternidade, depois de terem sido lavadas.

O manejo de alimentação de uma matriz (com mais de uma cria) em gestação deve ser água à vontade e cerca de 2,0 kg de ração à base de milho, farelo de soja e núcleo vitamínico-mineral por dia até os 90 dias de gestação. Dos 90 dias até um dia antes do parto, deve-se fornecer de 2,5 a 3,0 kg da mesma ração por dia, com aumento gradativo até atingir os 3kg. No dia do parto, reduzir o fornecimento da ração.

SINAIS DO PARTO

É importante que se possa prever o início do segundo estágio do parto (ou seja, a expulsão dos leitões) com precisão, em situações nas quais a supervisão dos partos seja prática habitual. Existem diversos indícios de que o parto é iminente, incluindo:

Contrações abdominais: Surgem, na maioria dos casos, cerca de uma a duas horas antes do nascimento do primeiro leitão, variando de 15 minutos a 10 horas antes do nascimento do primeiro leitão. Com uma amplitude tão grande, este fator não pode predizer o nascimento do primeiro leitão com precisão.Preparo da "cama" ou nidação: À medida que o parto se aproximava, a porca selvagem se ocupava em reunir folhas secas, selecionava um local bem-abrigado e fazia um ninho, preparando-o para o parto e para a nova leitegada. Este instinto ainda está presente na porca doméstica, manifestando-se sempre que ela tiver à sua disposição material para preparar a cama. Quando não há material à disposição, a fêmea tende a raspar o piso da cela parideira com movimentos das patas, como se fizesse um ninho.

A nidação pode iniciar a qualquer momento, sendo a média de cerca de cinco horas. Após a fêmea iniciar a nidação, coletando todo material ao seu alcance de dentro de sua cela, ela vai arrumar e rearrumar o ninho a intervalos bastante regulares, até o nascimento do primeiro leitão. Devido à amplitude de intervalo de tempo com relação à expulsão do primeiro leitão, a nidação não é um indício garantido de início de parto.Inquietude crescente: Sendo um animal satisfeito e pacífico no final da gestação, a fêmea entra numa inquietude crescente à medida que o parto se aproxima. Ocorre um aumento na atividade, e a fêmea pode mascar qualquer estrutura disponível na baia, provavelmente devido ao desconforto, ao nervosismo e à frustração. Ao mesmo tempo, ela ingere água, além de urinar e defecar com maior freqüência, tornando-se mais ruidosa, à medida que o parto se aproxima.

FASES DO PARTO

O parto pode ser dividido em três fases:

PRIMEIRO ESTÁGIO - Preparatório (dilatação da cérvix):

A cérvix dilata na preparação da liberação dos leitões, e as paredes musculares do útero começam a contrair ritimadamente, conduzindo os fetos na direção do canal pélvico.

Estas contrações ocorrem, em média, a cada 15 minutos, e duram cerca de 5 a 10 segundos, tornando-se mais freqüentes à medida que o parto se desenvolve. Durante o primeiro estágio, os únicos sinais externos são o desconforto abdominal e a inquietação.

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SEGUNDO ESTÁGIO - Nascimento dos Leitões:

Logo que o primeiro leitão passa pela cérvix, que se situa na pélvis ou no canal ósseo, a fêmea começa a expulsar o feto com contrações abdominais visíveis (contraindo ou pressionando). As observações indicam que o período do início das contrações abdominais até a expulsão do primeiro leitão pode demorar de uma a três horas, na maioria dos casos (com uma duração de 15 minutos até quase 10 horas).

TERCEIRO ESTÁGIO - Expulsão da Placenta:

A extremidade de cada placenta funde-se à placenta adjacente na maioria dos casos, formando um tubo contínuo através do qual o leitão passa. Porém, parte do "tubo" pode romper-se durante o parto, de modo que um amontoado de placenta pode passar, entre o nascimento de um leitão e outro. Porém, na maioria dos casos, toda a placenta passa como uma massa inteira após o nascimento do último leitão.

A. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO

Rotineiramente, à medida que os leitões nascem, eles são submetidos ao seguinte manejo: remoção das membranas fetais, atadura, corte e desinfecção do cordão umbilical, usa-se um frasco de boca larga com tintura de iodo (5 a 7%) ou iodo glicerinado.

Mergulha-se o umbigo na solução pressionando o frasco contra o abdômen do leitão e fazendo um movimento de 180 graus para que o desinfetante atinja a base do umbigo. O umbigo deve permanecer em contato com o desinfetante por três a cinco segundos.corte e desinfecção do rabo e corte dos dentes. Imediatamente após, os leitões devem ser colocados em contato com o úbere da porca, para que possam realizar a primeira mamada o mais rápido possível. A assistência ao parto é indispensável, pois os leitões, na maioria das vezes, nascem envoltos nas membranas fetais e, se não atendidos imediatamente, podem morrer. Neste procedimento, segura-se o leitão com uma mão, e com a outra traciona-se o cordão umbilical. Nunca tracionar o leitão diretamente, pois corre-se o risco de lesar o peritônio, o que pode resultar em hérnia umbilical.O passo seguinte consiste em suspender o leitão pelos membros posteriores, livrá-lo das membranas fetais e secá-lo com papel toalha. Esta prática estimula a respiração, a circulação e a eliminação de secreções, caso tenham sido aspiradas pelo leitão. O cordão umbilical deve ser cortado e, em seguida, mergulhado em álcool iodado. Como medida preventiva, deve-se aplicar Ferro Dextrano, por via intramuscular. No 3º a 5º dia. a presença deste elemento no leite (1 mg/litro) é insuficiente para atender a demanda orgânica dos leitões que é de 5 mg por dia. A reserva de ferro no organismo do leitão recém-nascido é de 20mg, em quatro dias a reserva do elemento se esgotaria para atender a demanda orgânica diária.

INGESTÃO DO COLOSTRO

Assim que acabarem os primeiros cuidados com os leitões, eles devem ser colocados para mamar. Isso deve ser feito o mais rápido possível, para que os leitões ingiram o colostro o quanto antes. Os leitões devem ingeri-lo, pois ele é fundamental para um bom início de vida. As primeiras mamadas devem ser, de preferência, orientadas, de modo que os leitões mais fracos mamem mais nas tetas peitorais, que normalmente apresentam mais leite. Não deixe os leitões recém-nascidos presos em cestos, caixotes ou escamoteadores sem ingerirem o colostro. Se a porca produzir muitos leitões e existir a

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possibilidade de passar alguns para outra porca, faça com que tomem bastante colostro e depois efetue as transferências.

O COLOSTRO E A MORTALIDADE PRÉ-DESMAME

O colostro nada mais é do que o primeiro leite produzido pela porca após o parto. Ele é essencial para os leitões, pois é através dele que os mesmos adquirem as primeiras defesas contra as enfermidades, além da energia necessária para evitar a hipoglicemia.

A composição do colostro pode se alterar rapidamente, assim como sua produção, que pode estar diminuída em até 50% nas primeiras 6 horas após o parto, ou totalmente acabada decorridas 10 horas do término do parto. Neste caso, os níveis de anticorpos se reduzem drasticamente, colocando em risco a imunidade, especialmente para aqueles leitões que nascem por último. A permeabilidade intestinal para as imunoglobulinas diminui em função do tempo, sendo máxima nas primeiras 12 - 24 horas de vida do leitão, e praticamente nula às 36 horas após o nascimento.

Como substituto do leite da matriz, pode-se utilizar leite de vaca, de ovelha ou de cabra, conforme a tabela a seguir. A nata é adicionada ao leite de vaca devido a seu baixo percentual de gordura em comparação ao leite da matriz, o que não ocorre com o leite de cabra e de ovelha. O antibiótico é adicionado como profilático contra infecções e para proporcionar melhor desenvolvimento aos leitões. Outra possibilidade é preparar o substituto do leite da matriz, adicionando ao leite de vaca 50ml de nata, uma clara de ovo, suco de limão e 15 mg de tetraciclina por litro de leite. Atualmente, é possível encontrar no mercado alguns produtos prontos para substituir o leite da matriz ou para suplementar a alimentação de leitões mais fracos, bem como produtos à base de leite para serem reconstituídos (adicionando água). A dosagem do substituto do leite depende da idade do leitão e varia de 20ml (duas colheres das de sopa) a 50ml, numa freqüência de 20 a 22 vezes ao dia para leitões recém-nascidos. A dosagem pode ser aumentada com a idade dos animais.

Após uma semana, aumenta-se o intervalo de fornecimento do substituto do leite e coloca-se à disposição dos leitões uma ração inicial. Dependendo do desenvolvimento dos leitões e do consumo de ração inicial, pode-se substituir o alimento artificial pela ração quando os leitões atingirem a idade de três semanas.

É importante que, por ocasião da amamentação, o substituto do leite da matriz esteja a uma temperatura entre 37 e 40º C.

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COMO MANEJAR OS LEITÕES MAIS FRACOS

Os leitões mais fortes e os que nascem primeiro têm a oportunidade de mamar em várias tetas quando o colostro ainda está íntegro, o mesmo não acontecendo com aqueles que nascem mais fracos ou por último.Várias práticas de manejo vêm sendo aplicadas, objetivando otimizar o aporte de colostro aos leitões mais fracos. O descarte dos leitões se faz quando os leitões apresentarem peso abaixo de 800g, pois o índice de mortalidade de leitões durante o período de lactação, bem como seu desenvolvimento, estão intimamente relacionados com o peso e o vigor dos leitões ao nascerem.

PESO AO NASCER X ORDEM DE NASCIMENTO

Os leitões que nascem por último correm maior risco de receber um colostro já diluído, com baixos níveis de anticorpos, constituindo-se em fortes candidatos a refugos. Este risco aumenta quando administramos ocitocina às porcas para acelerar o parto, pois este hormônio produz um gotejamento prematuro do colostro, acelerando a sua eliminação.

Considerando que os leitões recém-nascidos mamam de hora em hora, ingerindo em torno de 20ml de leite por mamada, recentes observações demonstram que os leitões maiores são capazes de ingerir até 100ml por mamada. Portanto, práticas de manejo específicas devem ser adotadas para assegurar um aporte de colostro suficiente para os leitões mais fracos (900 a 1.200g de peso). Quanto maior o peso ao nascer, maior será o ganho diário do leitão na fase de aleitamento. A mortalidade também é reduzida em recém-nascidos de peso elevado. Por isso, o ideal seria que todos os leitões tivessem, ao nascer, pelo menos 1,5 kg.

TRANSFERÊNCIA DE LEITÕES

A transferência deve ser realizada, o mais tardar, nos primeiros três dias após o parto da matriz adotiva, uma vez que as glândulas mamárias excedentes e não utilizadas tendem a involuir (secar). É impossível prever se uma matriz vai ou não aceitar os animais transferidos. Se a matriz que adota sentir odor diferente no leitão recém-chegado, ela pode simplesmente rejeitá-lo ou mesmo matá-lo. Geralmente, quando a transferência é feita logo após o parto e a placenta da fêmea adotiva ainda estiver disponível, recomenda-se esfregá-la nos leitões a serem transferidos para que tenham o mesmo cheiro dos seus leitões.

Quando isso não é possível, deve-se reunir os leitões da matriz adotiva com aqueles que se pretende transferir, num cesto, durante 10 a 25 minutos, e pulverizá-los com uma solução fraca de creolina ou outro produto para dificultar seu reconhecimento, pela matriz, através do cheiro. Outra possibilidade é manter o grupo de leitões separados da mãe adotiva durante duas a três horas para que seu úbere atinja um grau de enchimento tal que a matriz sinta necessidade de amamentá-los devido à pressão existente nas glândulas mamárias. Nesse caso, também, é aconselhável dificultar o reconhecimento do leitão estranho, através de produtos.

TRANSFERÊNCIA CRUZADA DE LEITÕES

A transferência cruzada de leitões consiste na transferência de leitões segundo seu peso, isto é, os leitões mais leves ficam com uma fêmea e os leitões mais pesados com outra fêmea. Dessa forma, procura-se fazer com que os leitões tenham um desenvolvimento mais homogêneo. É realizada em granjas, preferencialmente nas

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primeiras 24 horas após o parto, entre fêmeas que deram cria no mesmo dia. Esse método é realizado em granjas que induzem o parto.

ALIMENTAÇÃO

O leitão mama de dez a 22 vezes por dia, e essa freqüência diminui à medida que o leitão cresce, devido ao aumento da capacidade de seu estômago. Cada mamada dura de 20 a 30 segundos, durante os quais ocorre a ingestão de 20 a 60 g de leite.

Os leitões devem ter água limpa e de boa qualidade à disposição a partir do primeiro dia de vida.

A maior dificuldade para a adequada nutrição do leitão durante a lactação reside no desconhecimento da quantidade de leite que a matriz produz. Para cobrir as exigências nutricionais de uma leitegada com dez leitões, a matriz deve produzir 6,5 litros de leite/dia ao final da primeira semana e 11 litros de leite/dia no final da terceira semana de lactação.

Na prática, porém, isto não ocorre. Por esse motivo, deve-se fornecer ração pré-inicial peletizada para os leitões, a partir do sétimo dia de vida. No início, as quantidades fornecidas devem ser pequenas e substituídas quando houver sobras, a fim de não ocorrer alteração no sabor e na composição da ração. Assim, os leitões dispõem de alimento na medida de suas necessidades de modo a poderem expressar todo seu potencial de ganho de peso.

De 7 a 10 dias após o parto, colocar em torno de 100 gramas de ração por dia ("ração pré-inicial") para a leitegada de cada porca. A ração, se possível deve ser colocada em cocho ou sobre o piso do abrigo escamoteador. A quantidade de ração oferecida aos leitões, deve ser aumentada gradativamente, de acordo com o consumo dos leitões até à desmama.

A ração ("ração de lactação") deve ser oferecida seca numa quantidade inicial de 1,000 kg por matriz. Esta quantidade deverá ser aumentada gradativamente, conforme o consumo da matriz ,até 5kg.

AQUECIMENTO DOS LEITÕES:

No escamoteador dos leitões, observar e testar se a fonte de aquecimento está em funcionamento. Os leitões recém-nascidos precisam de uma temperatura de 28 a 32 graus centígrados nos 5 a 6 primeiros dias de idade. Após uma semana de idade, a fonte de calor deve ser ligada sempre que a temperatura cair de 25 graus centígrados.

O aquecimento dos leitões, geralmente, é efetuado por dois sistemas: sistema elétrico incorporado ao piso do abrigo; por lâmpadas infravermelho; por resistências revestidas de louça ou metal.

Estas referidas fontes de aquecimento tem demonstrado bons resultados, desde que bem manejadas.

Observar e testar se o sistema de ventilação e/ou arejamento da maternidade está funcionando manter dentro da maternidade um "termômetro" de máxima e mínima, para medir a temperatura ambiente (cortinas, janelões e ventilação forçada). Com mais conforto as porcas produzirão mais leite para os leitões e estes desenvolverão mais rapidamente. Para as matrizes a temperatura ideal seria em torno de 18 a 20 graus centígrados.

CASTRAÇÃO:

É realizada de 10-15 dias de vida, para evitar a presença de cheiro forte na carne, caracterizado pelos hormônios masculinos.

IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS

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A marcação pode ser efetuada através de tatuagem, brincos e piques na orelha.Entre os diversos sistemas de piques na orelha, o mais comum e utilizado nas

granjas de nosso estado é o Sistema Australiano que pode marcar até 1599 leitões sem repetição; os piques na orelha são feitos com auxílio de um alicate especial e com um perfurador circular. A tatuagem é realizada com um alicate especial onde pode-se encaixar os números que perfuram a pele.

Os brincos possuem numerações certas, e são mais fáceis de visualizar e identificar os animais.

ESTRATÉGIA DE DESMAME

A recomendação é desmamar os leitões na quarta- feira à tarde transferindo - os a salas de creches e retirar a matriz da maternidade apenas quinta feira pela manhã. Este sistema parece dar lugar a um cio melhor e subseqüente, uma cobertura mais efetiva.

A maioria das fêmeas serão cobertas entre segunda e terça - feira seguinte com intervalos de 24 horas. As poucas fêmeas que apresentarem o cio depois, deverão ser cobertas duas vezes ao dia.

A maioria das fêmeas (acima de 85%), apresentam cio entre segunda e terça - feira e serão cobertas neste caso com 24 horas depois do início de cio, seguindo inseminações com intervalos de 12 horas, no caso de 12 horas depois do início de cio, efetuaremos a 2a com intervalo de 24 horas e se houver uma terceira manteremos um intervalo de 12 horas.

Para fêmeas que apresentam cio posteriormente não oferecemos intervalos maiores de 12 horas para a primeira inseminação e seguimos duas inseminações por dia.

ALIMENTAÇÃO PÓS DESMAME DAS PRIMÍPARAS

- Depois do desmame as fêmeas chegam a gestação e recebem toda a quantidade de ração que necessitam (cedo e a tarde) praticamente à vontade.

- No dia seguinte não recebe alimento.- Depois de um dia sem comer, as fêmeas recebem ração à vontade até a cobertura.Esta prática de manejo não antecipa a entrada de cio, porém favorece a liberação de

um maior número de óvulos.

MANEJO NA CRECHE

Em propriedades mais tecnificadas, com bom controle sanitário, realiza-se o desmame com 21 dias, pois o útero da mãe já involuiu e está pronto para nova gestação. Seu peso mínimo de vê ser de 5,7Kg.

Em propriedades menos tecnificadas, a desmama é realizada tardiamente, em torno de 28 a 35 dias, quando os leitões já estão com o aparelho digestivo mais adaptado e a imunidade mais alta.

Os prédios ou setores destinados a receber os leitões, após a desmama, são chamados de ‘unidades de crescimento inicial" ou creches conforme comumente é denominado. O período de utilização desta instalação, normalmente, vai da desmama até 65 a 70 dias de idade dos leitões, quando estes atingem em torno de 25 kg de peso vivo por leitão.

Geralmente, os prédios destinados à creche, são construídos próximos ou anexos à maternidade, visando facilitar o manejo dos leitões.

A baia de creche pode ser construída de diversas maneiras (creches com piso ripado de concreto ou metal, creche com 2/3 de piso compacto e 1/3 ripado, etc.), mas a mais funcional e usada pelas granjas tecnificadas são as creches metálicas, tipo gaiolas, onde o

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piso em forma de gradil (ferro redondo) fica aproximadamente à 60 cm do piso da instalação, possuindo comedouro metálico e bebedouro tipo "chupeta". O tamanho das gaiolas de creche são variáveis, mas normalmente as mais utilizadas são aquelas feitas para receber uma leitegada (10 a 12 leitões), ou, no máximo duas, afim de evitar brigas e competição entre os animais.

Na creche a área necessária para cada leitão varia de 20 a 30 cm por leitão.De uma maneira geral a melhor creche é aquela em que os leitões não tem contato

com as fezes; que não tenha umidade excessiva (máximo de 70%); que não seja fria; que o piso permita um bom escoamento dos dejetos dos leitões; que o ambiente seja ventilado, mas não frio.

É importante observar que é nesta fase que o leitão tem a melhor conversão alimentar, porém é uma fase crítica, que exige atenção e cuidados com o manejo, sanidade e nutrição dos leitões.

MANEJO NA CRECHE

Procurar utilizar o sistema "All-in, All-out" visando melhor controle sanitário e uniformização da leitegada.

Procurar colocar na gaiola de creche a leitegada de uma, ou, no máximo de duas matrizes. É importante que os lotes de leitões estejam sempre uniformes.

Antes dos leitões serem transferidos deverão estar limpos, secos e desinfetados. As paredes deverão estar caiadas com água de cal e creolina.

Observar e manter os bebedouros (tipo chupeta) em funcionamento, providos de suporte para regulagem de altura. Deve-se observar para que os bebedouros fiquem sempre de 2 a 3 cm acima da linha de dorso dos animais. O bebedouro deve ficar a uma altura mínima de 20 a 25 cm do piso da gaiola de creche. Recomenda-se que utilize um bebedouro chupeta para cada 10 leitões nesta fase. Geralmente o consumo de água previsto nesta fase é de 3 litros por dia, por animal. Outros tipos de bebedouro podem ser utilizados, porém o tipo "chupeta" é o mais funcional.

Após a desmama, se por algum motivo, os leitões foram transferidos de imediato, para as gaiolas de creche, deve-se proceder o manejo da alimentação conforme mencionamos no ítem anterior (manejo na maternidade). Observar que a restrição alimentar para os leitões deve ser feita, mas com bastante critério, pois os leitões não devem passar muita fome, já que nesta fase, eles alcançam a melhor conversão alimentar.

Procurar evitar, no máximo o desperdício de ração pelos leitões. O comedouro deve ser sempre observado; deve estar sempre com ração disponível aos leitões e guardar uma proporção de 3 leitões por divisória do comedouro, cuja largura deve ser de 15 a 18 cm.

Procurar fornecer aos leitões, até aos 42 dias de idade, a ração "pré-inicial" à vontade; a ração deve ser oferecida seca aos animais. É importante observar que este tipo de alimentação é recomendável para as granjas que desmamam seus leitões aos 21 dias de idade.

Ao mudar a ração de uma fase para outra, deve-se proceder a mudança de maneira gradativa, utilizando a ração misturada por um a dois dias, visando que os animais não venham rejeitar a ração, ou, que a mesma venha causar algum distúrbio intestinal.

Após os 42 dias de idade os leitões deverão receber "ração inicial", à vontade, até aos 60 a 63 dias de idade. (ração seca).

Aos 60 a 63 dias de idade substituir a "ração inicial" pela "ração de recria". Fornecer ração a vontade. (ração seca).

Aos 65 a 70 dias de idade transferir os leitões da creche para as baias de recria ou crescimento e terminação, as quais já deverão estar limpas e desinfetadas para receber os

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leitões. É importante que mantenha os lotes de leitões já formados, quando os mesmos forem transferidos da creche para a recria.

Colocar, observar e manter a fonte de aquecimento para os leitões. A temperatura na creche deve ser mantida ao redor de 18 a 22 graus centígrados; leitões na creche de 21 a 28 dias de idade necessitam de uma temperatura em torno de 20 a 22 graus centígrados e a partir de 28 dias de idade a temperatura ideal é em torno de 18 graus centígrados. É importante que o ambiente seja arejado, mas na creche não deve haver correntes de ar. Procurar manter o ambiente da creche tranqüilo e com luminosidade diminuída.

Observar e manter os canais de dejetos e piso sob as gaiolas da creche, sempre limpos evitando a formação de gases (amônia) para os leitões.

Observar e anotar em fichas próprias todas as ocorrências que houver com a leitegada. O controle zootécnico e contábil são indispensáveis.

Combater sistematicamente as moscas e ratos através de medidas e produtos específicos. Vacinar os leitões contra a peste suína clássica aos 65 dias de idade (filhos de porcas vacinadas ou 14 dias de idade filhos de porcas não vacinadas). Vacinar os leitões contra a erisipela suína 3 semanas após a desmama. Vacinar os leitões contra a Parvovirose e Leptospirose 3 semanas após a desmama.

MANEJO NA RECRIA E TERMINAÇÃO

As fases de recria e terminação, também chamadas, respectivamente de crescimento e acabamento, são realizadas em instalação, relativamente simples e com menor número de equipamentos destinados ao manejo dos leitões. Nessas fases os animais já apresentam uma maior resistência aos microorganismos patogênicos, uma melhor digestibilidade dos alimentos e, enfim, necessitam de menores cuidados, quando comparados com os leitões nas fases anteriores (creche e maternidade).

Para o melhor desenvolvimento dos leitões na fase recria /terminação, vários tipos de construções tem sido testados: algumas apresentam piso de concreto totalmente compactos com ligeiro desnível em sentido de canaletas de dejetos; outras com piso parcialmente ou totalmente "ripado" sobre canaletas de dejetos que ficam imersas em água e periodicamente esgotadas. Outros tipos apresentam-se com pisos totalmente ripados e sob estes uma canaleta (sem água) com acentuado desnível, permitindo a limpeza quando da descarga dos depósitos d’água, instalados estrategicamente para esta finalidade.

Nas regiões quentes e com maior disponibilidade de água, pode-se utilizar, na construção da recria/terminação, o sistema de lâmina d’água, que é feito mediante um rebaixamento do piso de 6 a 12 cm, na parte final da baia, ou seja, na parte oposta ao corredor central de manejo, com aproximadamente, 1,00 m de largura, onde nesta parte rebaixada é colocada uma lâmina d’água que fica à disposição dos leitões, visando minimizar os efeitos do calor e melhoria de manejo dos animais. Este tipo de construção não é mais utilizado devido à grande quantidade de resíduos produzidos.

Todos esses tipos de construções tem proporcionado bons resultados quando o manejo das instalações e dos animais são bem executados. Nessas instalações, o importante é observar para que sejam arejadas, que protejam os leitões contra o calor, que o número de animais por baia seja compatível com a área disponível, que o manejo dos dejetos seja facilitado, enfim, que os leitões tenham um ambiente de conforto e sem "stress", obtendo-se por conseqüência um maior ganho de peso e melhor conversão alimentar.

Para a construção da recria/terminação, observa-se que vários suinocultores, principalmente os menores, procedem o manejo dos animais sem mudança de baia durante a fase de recria e terminação. Já nas granjas maiores, as instalações recria e terminação são construídas separadamente, visando melhor manejo dos animais e menores custos (a área

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necessária por leitão na fase de recria é menor do que a exigida na fase de terminação) quando da construção da granja.

FASES DE RECRIA OU CRESCIMENTO

A fase de recria ou crescimento compreende, aproximadamente, o período entre 70 a 120 dias de idade dos leitões, ou seja, dos 25 kg a 60kg de peso vivo, a área necessária para manejo, nesta fase, é em média 0,60 a 0,65 m2 por leitão, dependendo do tipo de piso utilizado.

Nesta fase, quando a criação dos animais é direcionada para o abate, geralmente, não realiza-se a separação por sexo, conforme observamos nas criações destinadas a venda de animais para reprodução, onde os machos não sendo castrados, apresenta libido ou apetite sexual, já aos 3 a 4 meses de idade, exigindo a separação por sexo para não prejudicar o manejo dos animais.

MANEJO NA RECRIA

Os leitões deverão ser transferidos da creche para recria com 63 a 70 dias de idade.

As baias de recria deverão estar limpas, secas, desinfetadas e caiadas para receber os leitões transferidos da creche.

Procurar utilizar o sistema "All-in, All-out" para obter um melhor controle sanitário e uniformidade dos leitões.

Procurar evitar, através da uniformidade dos leitões (lotes de leitões transferidos da creche), que a variação de peso dos animais de um lote seja maior que 20% do peso médio dos mesmos, ou seja, 10% abaixo e 10% acima.

Deve-se realizar todas as operações de manejo, inclusive a transferência dos leitões da creche para o galpão de recria em dias pré-determinados, isto facilita muito as práticas de manejo.

Procurar dar o máximo de arejamento às salas de creche, quando da transferência dos leitões para recria, visando minimizar as diferenças de temperaturas entre os ambientes citados.

Manter nas baias de recria, lotes com 10 a 20 animais, no máximo. É importante observar, que é mais fácil manejar e dar uniformidade a lotes menores de leitões, pois a competitividade é menor. O ideal é que os lotes de leitões sejam formados de leitegada, evitando desta forma briga entre os animais agrupados, "stress de adaptação" em excesso e parada ou perda de desenvolvimento dos animais transferidos da creche.

Deve-se evitar de lavar as baias de recria diariamente. Essas deverão ser raspadas e limpas pela manhã e à tarde todos os dias, com auxílio de enxada, pá, vassoura ou "rodos". A lavação em excesso torna o piso da baia abrasivo, promovendo grande desgaste nos cascos dos leitões, predispondo-os às diversas infecções.

Observar e manter os bebedouros (chupetas) em funcionamento, providos de suporte para regulagem de altura. Deve-se observar para que os bebedouros fiquem sempre 2 a 3 centímetros acima da linha de dorso dos animais. Deve-se utilizar 1 bebedouro para cada 10 animais. A água deve ser fresca e de boa qualidade.

Manter uma temperatura média de 20 graus centígrados dentro da instalação. Em locais de muito vento e frio intenso, recomenda-se o uso de cortinas para proteger principalmente os animais recém transferidos da creche.

Manter sempre ração nos cochos ("ração de recria") à disposição dos leitões. A ração deve ser oferecida seca e à vontade até os 120 dias de idade. Evitar, ao máximo, qualquer desperdício de ração. A ração representa, em torno de 80%, do custo de produção.

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Substituir a "ração de recria" pela "ração de terminação" a partir de 120 dias de idade e fornecê-la até à venda dos animais. Proceder a mudança de ração de maneira gradativa, utilizando a ração nova misturada na anterior, por um a dois dias.

Os comedouros devem oferecer fácil acesso aos leitões, guardando uma proporção de três leitões por "boca" ou divisória. A largura dessas divisórias deve ser de 25 a 26 centímetros.

Combater sistematicamente as moscas e ratos através de medidas e produtos específicos. Evitar a permanência nas baias de recria de animais "refugos", doentes ou com lesões graves, visando um melhor controle sanitário.

Observar e anotar em fichas próprias todas as ocorrências que houver com a leitegada.

FASE DE TERMINAÇÃO OU ACABAMENTO

A fase de terminação ou acabamento compreende, aproximadamente, o período entre 120 a 154 dias de idade dos leitões (castrados) ou seja dos 60kg a 100kg de peso vivo.A área necessária para o manejo dos animais nesta fase é de 0,91 a 1,00 m2 por animal, dependendo do tipo de piso utilizado.

É importante observar que os animais após os 100kg de peso vivo, tem uma conversão alimentar pior, aumentam mais gordura na carcaça e, geralmente, tornam-se antieconômicos.

O MANEJO NA TERMINAÇÃO

As baias de terminação deverão estar limpas, secas, desinfetadas e caiadas para receber os animais transferidos das baias de recria ou crescimento, como nas outras fases, o sistema "All-in, All-out", visando manter um bom controle sanitário do rebanho.

Procurar manter nas baias de terminação os mesmos lotes de animais transferidos das baias de recria. Procurar não lavar as baias de terminação diariamente; observar o mesmo manejo recomendado para a limpeza de recria.

Observar e manter bebedouros em funcionamento, providos de suporte para regulagem de altura. Colocá-los 2 a 3 centímetros acima do dorso dos animais. Utilizar 1 bebedouro (chupeta) para cada 10 leitões (castrados).

Observar e procurar manter uma temperatura média ideal de 18 a 20 graus centígrados dentro dos galpões de terminação.

Substituir a "ração de recria" pela "ração de terminação" a partir de 120 dias de idade e fornecê-la até à venda dos animais. Proceder a mudança de ração de maneira gradativa, utilizando a "novas" ração misturada à ração anterior, por um período de dois dias.

Os comedouros, como na recria, devem guardar uma proporção de três animais por "boca" ou divisória. A largura dessas divisórias deve ser de 30 centímetros. Combater sistematicamente as moscas e ratos através de medidas e produtos específicos. Os animais "refugos", doentes ou portadores de graves lesões, devem ser separados em uma baia própria e, vendidos e/ou sacrificados o mais breve possível, visando um melhor controle sanitário. Deve-se evitar o aumento da pressão de infecção em todas as instalações trabalhadas na granja. Observar e anotar um fichas próprias todas as ocorrências que houver com a leitegada.

CUIDADOS COM OS VARRÕES

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O manejo de reprodutores, também denominados de varrões ou cachaços, é muito importante dentro da criação de suínos, pois o reprodutor colabora com 50% do material genético de cada leitão nascido. A importância do macho torna-se, individualmente, maior do que a da fêmea dentro de um rebanho, devido o macho poder atender, através de cruzamentos, em torno de 20 fêmeas, produzindo, portanto, 20 vezes mais descendentes.

Daí, a importância da introdução de bons reprodutores no rebanho, pois dependendo do nível genético do reprodutor, poderemos beneficiar ou prejudicar o rebanho.

O MANEJO DOS VARRÕES

Os varrões devem ser adquiridos com 6 a 7 meses de idade para que seja avaliado fisicamente e para que haja melhor adaptação do animal no novo ambiente. Ao ser adquirido, o reprodutor ou varrão, já deve estar com sua baia preparada para recebê-lo, ou seja, a mesma deve estar limpa, desinfetada, seca, bem arejada e com espaço suficiente para a movimentação do varrão (7 a 8 m2).

É importante, para condicionar o varrão à cobertura, colocar nas baias vizinhas, marrãs em idade de aparecimento de cio, possibilitando ao varrão, observá-las, escutá-las e cheirá-las. Isto estimulada a libido dos machos e ao mesmo tempo estimula o aparecimento de cio nas fêmeas.

Procurar manter o varrão em baia com piso adequado, ou seja, o piso não deve ser liso e nem áspero. No piso o varrão tem dificuldades de manter-se de pé e o piso áspero provoca desgaste excessivo nos cascos do animal, predispondo-o às infecções.

Para evitar os problemas, que eventualmente podem acometer os cascos dos varrões, recomenda-se tratá-los de 10 em 10 dias, fazendo-os passarem por um pedilúvio contendo uma solução a 5% ou 10% de formol.

O varrão só deve ser utilizado para a cobertura a partir dos 8 meses de idade, quando o mesmo já se adaptou ao novo ambiente e demonstre já estar condicionado (treinado) a realizar a monta ou cobertura.

O condicionamento do varrão jovem à monta, deve ser feito levando uma matriz à sua baia. A matriz deve ser plurípara, de comportamento calmo, de tamanho aproximadamente, ao do varrão e que se encontre dentro do período ideal para aceitar a monta.

Procurar realizar as coberturas sempre na baia do varrão; não sendo possível, procurar realizá-las em baias próprias à cobrição e neste caso, deve-se conduzir primeiramente a fêmea à baia de cobrição para depois conduzir o varrão. É importante que o varrão conheça o ambiente do local de cobrição, pois em ambientes desconhecidos o mesmo pode ficar agitado e não realizar uma monta satisfatoriamente.

Procurar, antes da realização da monta, higienizar ou remover as secreções e restos de urina que ficam retidos na bolsa prepucial do varrão. Para isto basta fazer ligeira compressão sobre a bolsa prepucial expulsando os referidos produtos.

A monta, sempre, deve ser assistida e auxiliada pelo tratador ou responsável pelos animais. é importante verificar a integridade física do pênis quando da realização da monta.

Procurar não deixar o varrão cobrir porcas com corrimento ou com infecções no aparelho genital. Caso o varrão venha a cobrir alguma porca com "corrimento vaginal purulento", o mesmo não deve ser colocado para cobrir outras fêmeas, antes que seja submetido a um tratamento específico.

Procurar localizar as baias individuais dos varrões, próximas às baias da fêmeas, pois esta prática possibilita estimular o aparecimento de cio nas porcas; permite um manejo mais fácil a cobrição; estimula os varrões à cobertura e permite um melhor controle do cio, facilitando o reconhecimento do mesmo.

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Procurar alimentar os varrões, fornecendo no máximo 2,000 kg a 2,500 kg de "ração gestação", por dia, por varrão. Evitar que o varrão venha ficar magro ou com peso em excesso. Isto é importante para a boa performance reprodutiva.

A ração do varrão deve ser oferecida seca, sobre o piso, no canto da baia, ou, no cocho.

O varrão deve ter sempre à sua disposição água fresca e de boa qualidade. Manter os bebedouros (chupeta) em funcionamento, providos de suporte para

regulagem de altura. Colocá-los 2 a 3 centímetros do dorso dos animais. Procurar manter uma temperatura, na baia do varrão, em torno de 18 a 20 graus. O

excesso de calor prejudica a espermatogênese. Vacinar os varrões contra "rinite atrófica’ de 6 em 6 meses. Vacinar contra a "parvovirose e leptospirose" de 6 em 6 meses. Vacinar contra a "peste suína clássica" anualmente. Vacinar contra a "erisipela suína" de 6 em 6 meses. Varrer diariamente pela manhã e à tarde, a baia do varrão, procurando mantê-la

limpa e seca. Procurar manter as instalações livres de moscas e ratos através de medidas e produtos

específicos. Procurar combater, sempre que detectar, a sarna e vermes com medidas e produtos específicos.

Somente adquirir varrões de fontes idôneas, que se dedicam ao melhoramento genético dos animais. A escolha da fonte fornecedora dos varrões determinará o nível de produtividade do rebanho.

Procurar sempre adquirir os varrões de uma mesma fornecedora de animais para reprodução, sobre a qual possa depositar confiança, não só em referência a qualidade genética dos animais, como também em referência ao padrão sanitário dos mesmos.

Procurar manter um ambiente de tranqüilidade quando da cobertura. Procurar evitar, quando da cobertura, que a matriz torne-se agitada, deslocando-se

bruscamente, frustando as tentativas de coberturas feitas pelo varrão jovem. Procurar evitar que o varrão "salte" pela frente ou pelos lados da matriz dificultando

monta; para isto o varrão deve ser retirado calmamente, sem assustá-lo. Procurar não deixar a matriz por muito tempo na baia do varrão quando da cobertura,

mesmo que as primeiras tentativas de cobertura não tenham sido efetivadas. O tratador ou responsável pelos animais deve ter paciência e voltar à prática em outra hora ou outro dia.

Realizar a monta, preferencialmente, nas horas mais frescas do dia. Procurar não utilizar exageradamente o reprodutor jovem, principalmente no início de sua vida reprodutiva. O número de coberturas por varrão, segundo alguns pesquisadores, é o seguinte:

Varrões até 15 meses de idade poderão realizar 1 cobertura por dia, ou, 8 coberturas por semana, ou, 20 coberturas por mês.

Varrões com mais de 15 meses de idade poderão realizar 2 coberturas por dia, ou, 12 coberturas por semana, ou, 35 a 40 coberturas por mês. Procurar não utilizar o varrão durante 4 a 5 dias seguidos, sem proporcionar ao mesmo igual período de descanso. A relação varrão/matriz deve ser mantida, segundo dados de pesquisa, da seguinte

maneira; varrões de 8 a 15 meses de idade podem cobrir 10 a 12 matrizes por mês e varrões acima de 15 meses de idade podem cobrir em torno de 35 a 40 matrizes por mês.

Deve-se observar, que nas granjas em que a desmama é realizada em grupo, deve-se ter um varrão, apto para a cobertura, para cada três fêmeas desmamadas.

Na prática, geralmente, recomenda-se a relação de 1 varrão para cada 20 matrizes, entretanto nas criações com mais de 30 matrizes, deve-se considerar mais de 1 varrão para o plantel devido a possibilidade de retorno ao cio de algumas matrizes, sobrecarregando o

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MATÉRIA DE SUINOCULTURA - 2º ANO

1º SEMESTRE

PROF.(A): CLAUDIA

trabalho do varrão; devido a possibilidade de algum acidente com o varrão, tornando-o incapaz, de realizar a monta no momento preciso; e também para minimizar os riscos de perda de cios (1 cio perdido eqüivale ao custo de 100 kg de ração aproximadamente).Procurar anotar em fichas próprias todas as ocorrências que houver com o varrão. O controle zootécnico e contábil são indispensáveis.

O tratador ou responsável pelos animais, deve ser capaz quando do diagnóstico de cio nas fêmeas e orientações das montas, de reconhecer situações individuais e adaptar o manejo às condições peculiares a seu rebanho. a mão-de-obra é muito importante no manejo das matrizes e reprodutores.

Procurar substituir os varrões aos 2 a 3 anos de idade, observando o peso atingido e a capacidade reprodutiva dos mesmos. Quando o peso do varrão atinge incompatível com o peso das fêmeas, recomenda-se quando da cobertura, a utilização de "tronco de monta" para não descadeirar as fêmeas a serem cobertas. Sempre que for viável deve-se ter na granja um varrão jovem e experiente para as marrãs e um varrão mais velho para as matrizes prulíparas.

Sempre que for conduzir ou transferir o varrão de sua baia para outra, deve fazê-lo com calma e segurança, utilizando, para isto, de uma tábua de mais ou menos 0,60 cm 2

para melhor direcionar o varrão e proporcionar proteção ao condutor do animal. Geralmente os varrões e matrizes são dóceis, mas sempre devemos lidar com segurança.

INDICADORES DE PRODUTIVIDADE

Chamamos de "Indicadores de Produtividade" os índices zootécnicos demonstrados ou calculados, através dos dados obtidos pelo acompanhamento da performance do rebanho, mediante anotações feitas em fichas próprias, sobre o desenvolvimento ou ocorrências acontecidas com o animal ou grupo de animais, desde o nascimento até a venda ou morte dos mesmos.

É importante proceder a verificação e acompanhamento dos indicadores de produtividade periodicamente, pois somente através destes, conseguiremos manter um manejo racional e economicamente viável.

Média de Nascidos: É o número de leitões nascidos, dividido pelo úmero de partos.

Média de Nascidos vivos: É o número de leitões nascidos vivos, dividido pelo número de partos.

Média de Leitões Desmamados: É o número de leitões desmamados, dividido pelo número de porcas desmamadas.

Porcentagem de Mortalidade, até a Desmama na Maternidade: É o número de leitões nascidos vivos, das porcas desmamadas, menos os leitões desmamados. Deste restante divide-se pelos leitões nascidos vivos das porcas desmamadas.

Partos por Porcas por Ano: É o número de partos do ano, dividido pelo número médio de matrizes do ano.

Desmamados por Porca por Ano: É o número de leitões desmamados no ano, dividido pelo número médio de matrizes do ano.

Porcentagem de matrizes refugadas: É o numero de matrizes refugadas, dividido pelo número de matrizes do rebanho.

Porcentagem de Natimortos : É o número de leitões natimortos, dividido pelo número de leitões nascidos.

Porcentagem de Mumificados: É o número de leitões mumificados, dividido pelo número de leitões nascidos.

Porcentagem de Mortes de Leitões Mamando: É o número de mortes de leitões mamando, dividido pelo número de leitões nascidos vivos.

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Porcentagem de Mortalidade na creche: É o número de mortes na creche, dividido pelo número de leitões desmamados.

Porcentagem de Repetição de Cio: É o número de primeiras cobrições, mais o número de repetição de cio, sendo o número de repetições de cio, dividido por este total.

Desmamados por Gaiola por Ano: É o número de leitões desmamados no ano, dividido pelo número de gaiolas existentes na maternidade.

Dias até a Desmama: É a soma da data da desmama no mês, menos a soma da data do último parto; isto dividido pelo número de porcas cobertas no mês.

Dias até a cobertura Efetiva: É a soma da data da cobertura do mês, menos a soma da data da desmama do mês; isto dividido pelo número de porcas no mês.

Medida de Gordura Corporal: É feita no ponto chamado de P2, que fica entre a última e penúltima costela, a uma distância de 6,5 cm da coluna vertebral. A medida é feita com auxílio de um medidor "ultra-sônico" de gordura. O nível sempre deve estar acima de 10 mm, pois abaixo disto aparecem problemas de reprodução.Este nível refere-se às linhagens "tipo" carne.

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS CONSIDERADOS BONS NA SUINOCULTURA TECNIFICADA ATUAL Dias

Idade de Reprodução (dias)-------------------------------------------- 210 a 240Idade à primeira cria (dias)--------------------------------------------- 324 a 354Intervalo entre desmama e cobrição fértil (dias)------------------------- 5 a 10Intervalo entre partos (dias)--------------------------------------------- 150Taxa de concepção ou fertilidade (%)---------------------------------- 82 a 85Vida útil das matrizes (anos)-------------------------------------------- 3Vida útil do varrão (anos)----------------------------------------------- 3Reforma anual de matrizes (%)----------------------------------------- 33,3Reforma anual de varrões (%)------------------------------------------ 33,3No de parto por porca por ano----------------------------------------- 2,35 a 2,43No de leitões nascidos por parto---------------------------------------- 10,8 a 11No de leitões nascidos vivos por parto---------------------------------- 10,26 a 10,45No de leitões desmamados por parto----------------------------------- 9,6 a 9,8No de leitões desmamados por porca por ano-------------------------- 22,5 a 23,8No de cevados por porca por ano-------------------------------------- 22,0 a 23,0No de leitões desmamados por gaiola por ano-------------------------- 112 a 114Dias até a desmama---------------------------------------------------- 21Taxa anual de desfrute (%)--------------------------------------------- 160 a 180Taxa de mortalidade na maternidade (%)------------------------------- 6 a 8Taxa de mortalidade na creche (%)------------------------------------- 1 a 3Taxa de mortalidade na recria/terminação (%)-------------------------- 0,5 a 1Taxa de mortalidade de matrizes (%)----------------------------------- 3 a 4Porcentagem de repetição de cio (%)----------------------------------- 12 a 15Porcentagem de natimortos (%)---------------------------------------- 5 a 6Porcentagem de mumificados (%)-------------------------------------- 1Porcentagem de abortos (%)------------------------------------------- 0,6 a 0,8Porcentagem de matrizes para reposição (1o ano)---------------------- 15Porcentagem de matrizes para reposição (2o ano)---------------------- 25Porcentagem de matrizes para reposição (3o ano)---------------------- 33,3Porcentagem de matrizes em relação ao rebanho (%)------------------- 10 a 12Período de gestação (dias)--------------------------------------------- 114 a 115Peso médio dos leitões ao nascimento (kg)----------------------------- 1,35 a 1,40Peso médio aos 21 dias de idade (kg)---------------------------------- 6 a 6,5Peso médio aos 42 dias (kg)-------------------------------------------- 12 a 13

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Peso médio aos 65 a 70 dias (kg)-------------------------------------- 25 a 30Peso médio aos 91 dias (kg)-------------------------------------------- 43 a 48Peso médio aos 120 dias (kg)------------------------------------------ 60 a 65Peso médio aos 150 dias (kg)------------------------------------------ 95 a 100Relação varrão/matriz (No)--------------------------------------------- 1/20Conversão alimentar de rebanho (kg)----------------------------------- 2,80 a 3,00Idade do varrão à 1a cobertura (dias)----------------------------------- 240Peso do varrão à 1a cobertura (kg)-------------------------------------- 120 a 140Idade da marrã à 1a cobertura no 2o cio (dias)------------------------- 210Peso da marrã à 1a cobertura no 2o cio (kg)---------------------------- 110Comprimento de carcaça (mínimo) - cm-------------------------------- 99 a 100

Espessura de toucinho (máximo) cm------------------------------------ 2,50 a 2,70

Ganho diário de peso (mínimo) - gramas-------------------------------- 600 a 650

DIAS NÃO-PRODUTIVOS

Dias não-produtivos (DNP) são, de maneira genérica, os dias em que uma fêmea não está produzindo na granja. Tradicionalmente, são os dias em que as fêmeas não estão em gestação ou em lactação. Do ponto de vista econômico, são dias prejudiciais ao produtor, pois nesse período, os animais estão ingerindo ração, ocupando espaço produtivo na granja, utilizando mão-de-obra e produtos veterinários sem oferecer, em troca, nenhum retorno produtivo. Por isso, o controle rigoroso dos DNPs da granja é de fundamental importância para que o produtor maximize seus lucros.

Conhecendo-se o número de partos por fêmea/ano e o número médio de dias de gestação e de lactação, pode-se calcular o número de DNP a partir da aplicação da seguinte fórmula:DNP = 365 - [Partos por fêmea por ano x (dias em Gestação + dias em Lactação)]

PARTOS PORCA/ANO

o número de partos por matriz ano na média; nas granjas boas é de aproximadamente 2,39 partos por porca/ano, que quer dizer : se tivermos uma granja de 100 matrizes, no período de um ano ( 365 dias ) deveremos ter 239 partos ou 4,5 partos por semana. Vejamos o exemplo:

Período de gestação : . . . . . . . . . . . . . . . 114 dias Período de lactação: . . . . . . . . . . . . . . . .. 21 dias Período desmama/cobertura: . . . . . . . . . . . 5 dias Ciclo Reprodutivo. . . . . . . . . . . . Total/dias 140 dias.

Se dividirmos um ano 365 dias : 140 teríamos 2,60 partos por matriz / ano, mas deveremos considerar as perdas reprodutivas, como : repetições de cio, abortos, descartes e ou mortes de matrizes gestantes, qua afetam diretamente a eficiência reprodutiva de um rebanho. Se considerarmos um plantel com bom nível tecnológico, com bom status sanitário, e um bom manejo, conseguiremos por volta de 2,39 partos por fêmea/ano. Isto para granjas que desmamam leitões com 20 a 21 dias. Quando a desmama é tardia, acima de 28 dias estes resultados serão piores.

MARCAÇÃO DE SUÍNOS

SISTEMA AUSTRALIANO - Oficializado pela Associação de Criadores de Suínos

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A marcação de suínos pelo sistema "australiano" é feita mediante mossas aplicadas nas orelhas. Cada mossa tem um valor convencional. Além das mossas são usados furos que representam os números 400 e 800 como mostram os clichês ao lado. Com o sistema australiano podem ser aplicados os números de 1 a 1.599 da seguinte forma:

ORELHA DIREITA:Cada pique embaixo da orelha corresponde a 1, em cima a 3, na ponta 100 e no centro 400.

ORELHA ESQUERDA:Cada pique embaixo da orelha significa 10, em cima 30, na ponta 200 e no centro 800.A marcação deve ser feita ao nascer ou no máximo quando os leitõezinhos tiverem 15 dias.

OBSERVAÇÃO:Os piques podem ser usados na seguinte freqüência (máxima): - 100 - 200 - 400 - 800 ------1 vez 1 e 10 -------------------2 vezes 3 e 30 -------------------3 vezes

A marcação pode ser efetuada através de tatuagem, brincos e piques na orelha.Entre os diversos sistemas de piques na orelha, o mais comum e utilizado nas granjas de nosso estado é o Sistema Australiano que pode marcar até 1599 leitões sem repetição; os piques na orelha são feitos com auxílio de um alicate especial e com um perfurador circular. O sistema Australiano de Marcação é o método oficial adotado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Os piques nas orelhas, estabelecidos pelo método australiano de marcação, são também chamados de "mossas". Estas, representando os números 100, 200, 400 e 800 só podem ser usadas uma vez. As "mossas" 1 e 10 podem ser usadas duas vezes e as que representam 3 e 30 podem ser usadas até três vezes.

Não devemos fazer mais que um furo no centro de cada orelha. Não fazer mais que três piques em cada borda da orelha, e não fazer nenhum pique na outra borda da mesma orelha. Sempre marque em papel e confira, com antecedência o número que será marcado para evitar erros. Após a marcação desinfete o local com Iodo.

Pode-se utilizar brincos convencionais ou tatuagens como marcação mais fácil tanto de colocação como de visualização, e menos agressivas.

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Page 39: Apostila suinos

TABELA DE GESTAÇÃO BASE DE GESTAÇÃO - 114 DIAS

Mo

nta Ja

n.

Parto

Mo

nta F

ev.

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Mo

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Mo

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Mo

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Parto

1 24/abr 1 25/mai 1 22/jun 1 23/jul 1 22/ago 1 22/set 1 22/out 1 22/nov 1 23/dez 1 22/jan 1 22/fev 1 24/mar

2 25/abr 2 26/mai 2 23/jun 2 24/jul 2 23/ago 2 23/set 2 23/out 2 23/nov 2 24/dez 2 23/jan 2 23/fev 2 25/mar

3 26/abr 3 27/mai 3 24/jun 3 25/jul 3 24/ago 3 24/set 3 24/out 3 24/nov 3 25/dez 3 24/jan 3 24/fev 3 26/mar

4 27/abr 4 28/mai 4 25/jun 4 26/jul 4 25/ago 4 25/set 4 25/out 4 25/nov 4 26/dez 4 25/jan 4 25/fev 4 27/mar

5 28/abr 5 29/mai 5 26/jun 5 27/jul 5 26/ago 5 26/set 5 26/out 5 26/nov 5 27/dez 5 26/jan 5 26/fev 5 28/mar

6 29/abr 6 30/mai 6 27/jun 6 28/jul 6 27/ago 6 27/set 6 27/out 6 27/nov 6 28/dez 6 27/jan 6 27/fev 6 29/mar

7 30/abr 7 31/mai 7 28/jun 7 29/jul 7 28/ago 7 28/set 7 28/out 7 28/nov 7 29/dez 7 28/jan 7 28/fev 7 30/mar

8 01/mai 8 01/jun 8 29/jun 8 30/jul 8 29/ago 8 29/set 8 29/out 8 29/nov 8 30/dez 8 29/jan 8 01/mar 8 31/mar

9 02/mai 9 02/jun 9 30/jun 9 31/jul 9 30/ago 9 30/set 9 30/out 9 30/nov 9 31/dez 9 30/jan 9 02/mar 9 01/abr

10 03/mai 10 03/jun 10 01/jul 10 01/ago 10 31/ago 10 01/out 10 31/out 10 01/dez 10 01/jan 10 31/jan 10 03/mar 10 02/abr

11 04/mai 11 04/jun 11 02/jul 11 02/ago 11 01/set 11 02/out 11 01/nov 11 02/dez 11 02/jan 11 01/fev 11 04/mar 11 03/abr

12 05/mai 12 05/jun 12 03/jul 12 03/ago 12 02/set 12 03/out 12 02/nov 12 03/dez 12 03/jan 12 02/fev 12 05/mar 12 04/abr

13 06/mai 13 06/jun 13 04/jul 13 04/ago 13 03/set 13 04/out 13 03/nov 13 04/dez 13 04/jan 13 03/fev 13 06/mar 13 05/abr

14 07/mai 14 07/jun 14 05/jul 14 05/ago 14 04/set 14 05/out 14 04/nov 14 05/dez 14 05/jan 14 04/fev 14 07/mar 14 06/abr

15 08/mai 15 08/jun 15 06/jul 15 06/ago 15 05/set 15 06/out 15 05/nov 15 06/dez 15 06/jan 15 05/fev 15 08/mar 15 07/abr

16 09/mai 16 09/jun 16 07/jul 16 07/ago 16 06/set 16 07/out 16 06/nov 16 07/dez 16 07/jan 16 06/fev 16 09/mar 16 08/abr

17 10/mai 17 10/jun 17 08/jul 17 08/ago 17 07/set 17 08/out 17 07/nov 17 08/dez 17 08/jan 17 07/fev 17 10/mar 17 09/abr

18 11/mai 18 11/jun 18 09/jul 18 09/ago 18 08/set 18 09/out 18 08/nov 18 09/dez 18 09/jan 18 08/fev 18 11/mar 18 10/abr

19 12/mai 19 12/jun 19 10/jul 19 10/ago 19 09/set 19 10/out 19 09/nov 19 10/dez 19 10/jan 19 09/fev 19 12/mar 19 11/abr

20 13/mai 20 13/jun 20 11/jul 20 11/ago 20 10/set 20 11/out 20 10/nov 20 11/dez 20 11/jan 20 10/fev 20 13/mar 20 12/abr

21 14/mai 21 14/jun 21 12/jul 21 12/ago 21 11/set 21 12/out 21 11/nov 21 12/dez 21 12/jan 21 11/fev 21 14/mar 21 13/abr

22 15/mai 22 15/jun 22 13/jul 22 13/ago 22 12/set 22 13/out 22 12/nov 22 13/dez 22 13/jan 22 12/fev 22 15/mar 22 14/abr

23 16/mai 23 16/jun 23 14/jul 23 14/ago 23 13/set 23 14/out 23 13/nov 23 14/dez 23 14/jan 23 13/fev 23 16/mar 23 15/abr

24 17/mai 24 17/jun 24 15/jul 24 15/ago 24 14/set 24 15/out 24 14/nov 24 15/dez 24 15/jan 24 14/fev 24 17/mar 24 16/abr

25 18/mai 25 18/jun 25 16/jul 25 16/ago 25 15/set 25 16/out 25 15/nov 25 16/dez 25 16/jan 25 15/fev 25 18/mar 25 17/abr

26 19/mai 26 19/jun 26 17/jul 26 17/ago 26 16/set 26 17/out 26 16/nov 26 17/dez 26 17/jan 26 16/fev 26 19/mar 26 18/abr

27 20/mai 27 20/jun 27 18/jul 27 18/ago 27 17/set 27 18/out 27 17/nov 27 18/dez 27 18/jan 27 17/fev 27 20/mar 27 19/abr

28 21/mai 28 21/jun 28 19/jul 28 19/ago 28 18/set 28 19/out 28 18/nov 28 19/dez 28 19/jan 28 18/fev 28 21/mar 28 20/abr

29 22/mai     29 20/jul 29 20/ago 29 19/set 29 20/out 29 19/nov 29 20/dez 29 20/jan 29 19/fev 29 22/mar 29 21/abr

Page 40: Apostila suinos

DOENÇAS DE IMPORTÂNCIA NA SUINOCULTURA

BRUCELOSE

A Brucelose é uma doença contagiosa, que afeta várias espécies de animais, entre elas o suíno e o homem. É provocada por uma bactéria do gênero Brucella, caracterizada, principalmente, por provocar abortos no último terço de gestação e causar comprometimento do sistema ósteo-articular em suínos, esterilidade, aumento da mortalidade em leitões e orquite unilateral no machos reprodutores. A doença em suínos é provocada principalmente pela bactéria Brucella suis.

A doença é disseminada, principalmente, pelo contato suíno-suíno, geralmente através de material biológico contaminado. Cachaços podem transmitir a doença durante a monta ou através do sêmen.

A Brucella pode resistir até 4 dias na urina de bovinos, 75 dias no feto abortado em período frio e 120 dias em locais úmidos, escuros e pH neutro. Entretanto, é sensível a desinfetantes comuns (álcool, produtos clorados, formol e compostos fenólicos), raios solares, fervura e pasteurização.

VIA DE ELIMINAÇÃO: produtos do abortamento (feto, placenta, líquido amniótico), corrimento vaginal e urina (por 15 a 30 dias após aborto ou parto normal), sêmen, leite.

VIA DE TRANSMISSÃO:

contato direto: transmissão venérea (monta natural), pessoas que trabalham diretamente com os animais (doença ocupacional).contato indireto: ingestão de pastagens, alimentos e/ou água contaminados por restos de aborto, secreções vaginais que contenham brucela, IA.Porta de entrada: mucosa digestiva,conjuntiva, pele lesada, mucosa genital Suceptível: Homem, bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos, suínos e cães. Animais jovens são refratários à doença até atingirem a maturidade sexual, podendo ser portadores e vir a desenvolver brucelose posteriormente.

PATOGENIA: Uma vez atravessando a porta de entrada, as brucelas vão para os gânglios

linfáticos regionais e a partir destes, via linfa ou sangue, disseminam-se por todo o organismo, indo colonizar os órgãos ou tecidos ricos em células do sistema de defesa, tais como gânglios linfáticos, medula óssea, fígado, baço e articulações. Além destes, as brucelas se disseminam para órgão reprodutivos como útero gravídico das fêmeas e os testículos, epidídimo e vesícula seminal dos machos.

A predileção para útero gravídico se deve à produção, pelo mesmo, do hormônio chamado eritritol. O eritritol atrai as brucelas e funciona como fator estimulante para o seu crescimento. Este hormônio só está presente em bovinos, caprinos, ovinos, suínos e cães, e está relacionado com a ocorrência do abortamento. Este hormônio não é produzido pela mulher ou pela égua que, por conseguinte, não apresentam abortamento em conseqüência da brucelose.

SINTOMAS: Infertilidade em fêmeas: decorrência de metrite, retenção de placenta. Infertilidade em machos: orquite e processos inflamatórios na vesícula seminal e ampolas. Abortamento precoce em suínos: aumento na taxa de repetição de cio ou maior número de fetos mumificados ou mesmo deteriorados indicando morte fetal precoce. Lesões articulares (em suínos, eqüinos e homem)

Page 41: Apostila suinos

MATÉRIA DE SUINOCULTURA - 2º ANO

1º SEMESTRE

PROF.(A): CLAUDIA

Lesões cutâneas (no homem e suínos) Mastite brucélica - nódulos no úbere, coágulos no leite (em vacas e cabras)

DIAGNÓSTICO

Exame clínico: deve ser considerado com cautela, pois os sintomas são inespecíficos sendo que o principal sintoma - a infertilidade - pode ter etiologia diversa. O abortamento costuma ocorrer após o 5º mês de gestação, sendo comum a retenção fetal por 24-72 horas após a morte. Ocorre com freqüência a retenção de placenta e endometrite.

TRATAMENTO

Em rebanhos comerciais o tratamento não deve ser realizado, sendo que por questões epidemiológicas é recomendado o sacrifício dos animais. Em animais de estimação, porém, o tratamento é baseado em antibioticoterapia

CONTROLE

- Todos os animais de reprodução (reposição) deverão ser comprados de Granjas de Suínos Certificadas, que estão oficialmente livres dessa doença;

- Realizar a quarentena e isolamento, antes da introdução de novos reprodutores na Granja.

- Animais infectados deverão ser abatidos imediatamente.- A vacinação é inviável e não existe recomendação para tratamento.- Em caso de positividade de um rebanho o melhor plano de erradicação é a venda

para o abate de todo o rebanho, limpeza e desinfecção das instalações e somente após o tempo mínimo de 60 dias, realizar o repovoamento.

PARVOVIROSE

É uma doença viral que ocorre nos rebanhos suínos em todo o mundo. A infecção pelo parvovírus suíno provoca falhas reprodutivas que se manifestam pelo aparecimento de natimortos, fetos mumificados, morte embrionária e infertilidade. Se a infecção ocorrer no primeiro mês de prenhez, os embriões serão reabsorvidos e a fêmea repete seu ciclo; em caso de ocorrer dos 30 aos 70 dias de prenhez, observa-se principalmente a mumificação fetal.PREVENÇÃO: vacinação: via IM. TRATAMENTO: Não é eficaz.

ERISIPELA

Doença bacteriana infecciosa produzida pela Erysipelothrix rhusiopathiae também conhecida como Ruiva dos Suínos, pode ocorrer nas formas aguda, subaguda ou crônica, ela é espalhada por pombos, galinhas, perus, que não ficam doentes, só espalham.

A forma aguda é difícil de diferenciar-se de outras doenças, uma vez que produz elevação na temperatura, perda de apetite, embora os animais continuem bebendo água. A Erispela cutânea identifica-se claramente pela presença de manchas em forma de Lonsango, de cor púrpura na pele, situadas no abdômen e no dorso dos animais. A forma crônica pode causar artrite, aumento no tamanho das articulações e dificuldade de movimento. A Erisipela cardíaca ocorre em suínos adultos, produzindo lesões nas válvulas do coração. Também ocorrem falhas reprodutivas, como abortos e natimortos.

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1º SEMESTRE

PROF.(A): CLAUDIA

TRATAMENTO: Adotar um programa de vacinação, que ficam imunizados por 150 dias, associado

ao um programa de desinfecção, vazio sanitário, eliminação dos animais contaminados classificados como forma aguda casos menos graves, combater com penicilinas; diminuir as chances de nova introdução da bactéria no ambiente da granja, adotar cercas de isolamento, quarentenário para novos animais a serem introduzidos no plantel, banho e troca de roupas para funcionários e visitantes

DOENÇA DE AUJESZKY

É uma doença infecto-contagiosa, que pode atacar diversas espécies animais e se caracteriza por perturbações nervosas, incoordenação motora severa, movimentos de pedalagem, excitação, acompanhadas de prurido intenso. E conhecida ainda como: peste de coçar, pseudo-raiva, paralisia bulbar infecciosa. O homem é muito resistente ao vírus, havendo porém casos raros de infecção laboratorial.

A Doença de Aujeszky, é uma virose que afeta os suínos causado pelo agente etiológico Herpes vírus suis, provocando transtornos nervosos e respiratórios, causando altos índices de mortalidade, em leitões, principalmente no início da ocorrência do problema em uma granja. Observamos alta mortalidade entre leitões recém nascidos, abortos, repetições de cio, e crescimento deprimido nas fases de recria e terminação.

Baixas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, presença de colóides, presença de tecidos e soluções protéicas, são fatores favoráveis `a sobrevivência do vírus. Os fatores desfavoráveis, são: temperatura e umidade relativa do ar altas, radiações ultra-violeta, pH acido, presença de enzimas proteolíticas. O vírus da D.A. é altamente sensível ao éter, e ao clorofórmio. A formalina a 3% o inativa em 3 horas a cloramina a 3% em 10 minutos. O vírus da D.A. não tem variação antigênica, existindo entretanto, cepas com diferentes graus de patogenicidade e tropismo, por diferentes tecidos dos suínos, especialmente dos sistemas respiratório, e nervoso.

TRANSMISSÃO: A D.A. pode ocorrer por contato direto com animais doentes e ou portadores,

(narina / narina) ou pelo ar. Nos reprodutores ocorre a infecção genito/nasal, (durante a estimulação da matriz ). No período de gestação, o vírus pode se difundir por via transplacentária. Durante a lactação pode ser veiculado da porca para os leitões através do leite.A infecção por contato indireto pode ocorrer através da água, ração, restos de matadouro, caminhões de transporte, roupa e botas da granja, ou contato com qualquer material contaminado. O vírus da D.A. penetra no organismo principalmente, por via respiratória, e ocasionalmente por via digestiva ou sexual.

Não existe tratamento específico para DA. A medida mais acertada seria o abate de todos os animais, e manter a granja fechada ( totalmente vazia ), por pelo menos 6 meses, promovendo limpeza, higiene e desinfecções semanais, de acordo com um programa elaborado pelo seu assistente técnico.

LEPTOSPIROSE

A Leptospirose, ou Enfermidade de Weil, é uma doença provocada por uma bactéria, causando diferentes síndromes, sobretudo reprodutivas, urinárias e circulatórias, sendo transmitida principalmente através da urina de roedores infectados. Atualmente a doença é de distribuição mundial, tendo maior prevalência em países tropicais e sub-tropicais.

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A doença é provocada pela bactéria Leptospira interrogans. O agente é sensível à luz solar direta, aos desinfetantes comuns, à dessecação, às variações de pH e a temperaturas superiores a 40ºC. Todavia, pode sobreviver por vários dias em água (comprovadamente por até 180 dias) com pH neutro (7,2 a 7,4) e em solos com alta saturação de água, demonstrando sua preferência por locais úmidos. Sobrevivem também ao frio e mesmo ao congelamento - 100 dias a 20ºC negativos.

Apesar da doença ser causada por uma única espécie de bactéria, existem cerca de 200 sorotipos diferentes da Leptospira interrogans, conforme suas propriedades antigênicas.

FONTE DE INFECÇÃO: Diversas espécies animais podem atuar como FI, tal como roedores, carnívoros,

marsupiais, quirópteros, e primatas bem como todos os animais domésticos (bovinos, suínos, cães, etc.). Todavia, em termos de zoonoses, os roedores desempenham um papel epidemiológico mais importante que os demais.

VIA DE ELIMINAÇÃO: urina é a principal via de eliminação. Sêmen e líquido vaginal também podem eliminar leptospiras.

VIA DE TRANSMISSÃO: contato com água e/ou solo úmido contaminados com leptospiras provindas de animais infectados. Outras vias são a direta, por contato com a urina, sangue e tecidos ou outros órgãos de animais infectados, monta natural e IA. Alimentos contaminados são vias de transmissão, mas a via oral é considerada pouco eficiente pois são sensíveis ao pH gástrico.

PORTA DE ENTRADA: pele e tecidos lesados, seguida da mucosa genital, nasal, oral e conjuntival. Pode também penetrar por pele íntegra, desde que tenha ficado imersa em água por longo período (dilatação dos poros).

SINTOMAS: As manifestações clínicas da leptospirose e sua gravidade são extremamente variáveis. Em alguns animais não há infecção aparente, o que os tornam portadores sãos ou convalescentes, que eliminam as leptospiras pela urina por 38 dias no mínimo, podendo se manter como tal por anos.Suínos: abortamento (15 a 30 dias após infecção), nascimento de leitões fracos, icterícia, hemoglobinúria, convulsões e transtornos intestinais.

TRATAMENTO: Dose única de 25 mg/kg de diidroestreptomicina, por via intramuscular. A estreptomicina é nefrotóxica, não devendo ser fornecida aos animais em quadros agudos de leptospirose (pequenos animais, bezerros) para estes, oferecer penicilina e outros, esperando que o animal saia desta fase aguda para utilizar a estreptomicina.

CONTROLE: Na fonte de infecção: controle de roedores. Isolamento, diagnóstico e tratamento de animais doentes. Na via de transmissão: destino adequado das excretas, limpeza e desinfecção química das instalações (uso de derivados fenólicos). Drenagem da água das pastagens, não utilizar sêmen suspeito .

Cepa da Leptospira interrogans

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RINITE ATRÓFICA

Doença infecto-contagiosa, causada pela Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida. Caracteriza-se pela presença de espirros, secreção ocular, respiração ruidosa, descarga nasal, algumas vezes sanguinolenta, hipotrofia ou atrofia dos cornetos nasais, desvio do septo nasal e deformidade do focinho.Trata-se de uma enfermidade insidiosa, que não produz sinais clínicos evidentes e nem mortalidade.

A deformação das estruturas nasais modifica o fluxo de ar inspirado por meio das fossas nasais, a qual elimina a barreira protetora física e permite que as partículas suspensas no ar entrem no aparelho respiratório, causando sérios problemas.

A Rinite Atrófica é uma doença de alta transmissibilidade e enzoótica em certas regiões. Compromete animais na faixa de três a oito semanas de idade. Assume-se hoje que existe dois tipos de Rinite Atrófica:

1. Rinetite Atrófica Progressiva, em que o agente principal é a Pasteurella multocida tipo D, que isoladamente ou em combinação com a Bordetella bronchiseptica produz severas deformações nos cornetos.

2. Rinite Atrófica Regressiva, causada em especial pela Bordetella bronchiseptica, responsável pela hipoplasia dos cornetos de caráter benigno.

Os primeiros sintomas da Rinite Atrófica Progressiva são estertores com exudato seroso ou mucopurulento e, às vezes, sanguinolento, apresentando diversos graus de lesão nos cornetos.

Já na Rinite Atrófica Regressiva não existe deformação nos cornetos, mas os pulmões podem apresentar áreas de hepatização e edemas, com complicações secundárias.

TRATAMENTO: Eficaz unicamente no início dos sintomas. O controle de doenças respiratórias quase sempre envolve o uso de medicamentos na alimentação dos suínos.

Embora seja uma medida necessária e efetiva, apresenta o potencial do grande problema de deixar resíduos de antibióticos nas carcaças dos animais. Recentes pesquisas tem levado ao descobrimento de novas drogas com período residual muito curto, o que facilita a sua utilização.

PNEUMONIA ENZOÓTICA

Doença causada pela bactéria Mycoplasma hyopneumoniae que apresenta elevados índices de incidência em granjas comerciais. Acomete animais de todas as idades e seus efeitos mórbidos se fazem notar, principalmente, durante as fases de crescimento e terminação.

A doença não apresenta sintomatologia clássica nos estágios iniciais, caracterizando-se em especial por apresentar alta morbidade (efeitos maléficos sobre o ganho de peso e conversão alimentar) e baixa mortalidade. O período de incubação característico da doença é de 10 a 21 dias. No entanto, pode prolongar-se em função de práticas de manejo sanitário.

Quando aparecem, os sintomas clássicos se apresentam sob a forma de uma tosse seca improdutiva, afetando os animais jovens em fase de crescimento.

Evolui geralmente para um quadro mais grave, de consequências mais desastrosas em função da associação do Mycoplasma a outros invasores secundários como a Pasteurella multocida, Actinobacillus pleuropneumoniae, Streptococcus sp e outros, reduzindo a atividade mucociliar diminuindo as defesas contra patógenos que entram pela via respiratória e, portanto, predispoem o pulmão a entrada de outros microrganismos.

A vacinação contra a Pneumonia Enzoótica já é uma prática muito difundida no Brasil e sem dúvida alguma é bastante útil no controle das pneumonias.

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PLEUROPNEUMONIA

É uma doença causada pelo Actinobacillus pleuropneumoniae, onde os animais se mostram muito doentes e com anorexia, febre, dificuldade respiratória severa com cianose, dispnéia e morte súbita. Nesta doença, o pulmão inflama, e a pleura gruda nas costelas causando hemorragia pulmonar e morte.

Também se observam de maneira comum descargas espumosas e sanguinolentas pelos orifícios nasais e orais em animais infectados de forma aguda. Os animais afetados permanecem nos cantos das baias em posição de cão sentado ou em decúbito esternal. A morte pode ocorrer dentro de 24 a 36 horas, sendo possível que esta ocorra de forma súbita sem que se observem sinais clínicos prévios. Os sobreviventes a infecção podem continuar com a doença em sua forma crônica.

A forma crônica se desenvolve após o desaparecimento dos sinais agudos, onde os sintomas mais observados são a falta de desenvolvimento e acessos esporádicos de tosse e nestes casos pode ser observado um aumento significativo de condenações de carcaças nos abatedouros por problemas de aderências pleurais. O tratamento se faz com antibióticos e a prevenção com vacinas adequadas.

CISTITE

A infecção urinária na fêmea suína está entre as principais causas de falhas reprodutivas que influem na produtividade do rebanho por afetarem, principalmente, a saúde geral das matrizes e aumentarem consideravelmente a taxa de reposição sendo ela considerada a doença endêmica mais importante da fêmea suína em produção. As perdas caracterizam-se por problemas reprodutivos, como redução do tamanho da leitegada, aumento nas taxas de retorno ao cio, aborto, síndrome mastite-metrite-agalaxia e de anestro.

Em geral, entre os microorganismos encontrados com maior freqüência nas infecções urinárias estão as bactérias Escherichia coli, Staphylococcus spp., Streptococcus spp. e o Actinobaculum suis.

Isso ocorre mais em porcas sedentárias, que não se movem muito, e que encontran-se em lugares sujos e contaminados. A monta também pode ser responsável pela transmissão das bactérias, sendo estas normalmente presentes na região do prepúcio, que serão inoculadas diretamente na cérvix das fêmeas, de onde atinge os rins da fêmea causando hemorragias e urinas com sangue.

Tratamento com antibióticos, a prevenção é feita com a higiene das baias, instalação da inseminação artificial na propriedade.

SALMONELLA SP. EM SUÍNOS

Existem, duas formas da infecção por Salmonella sp. em suínos: uma, com a manifestação clínica e outra, pela presença desse agente em carcaças e produtos que podem levar a toxinfecções em humanos. Os animais portadores de sorovares de Salmonella sp. que comumente não causam infecção clínica em suínos são os mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pois são as principais fontes de contaminação das carcaças nos abatedouros e passam desapercebidos enquanto estão na propriedade. A contaminação por Salmonella sp., por sua vez, possui um grande potencial de amplificação ao longo da cadeia produtiva, uma vez que animais portadores contaminam o lote, os companheiros de transporte ao abate e os novos grupos de animais no local de espera no abatedouro.

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A salmonelose pode se apresentar clinicamente nos animais na forma entérica (localizada) com diarréia ou na forma generalizada, afetando vários sistemas, resultado de septicemia. Os sorovares normalmente associados são o Typhimurium para as enterites e o Cholerasuis para as septicemias. O animal infectado pode ou não desenvolver sintomas clínicos da doença, entretanto o estado de portador e conseqüente disseminador de salmonela é a forma mais importante de manutenção do agente nos rebanhos e de sua entrada nos frigoríficos.

O principal ciclo de infecção é fecal-oral, podendo a bactéria se alojar nos linfonodos, e ser excretada quando o animal for submetido a um fator estressante. Para alcançar os linfonodos, a Salmonella sp. resiste ao ácido clorídrico do estômago, à motilidade intestinal e ação da microbiota local e invade a mucosa intestinal.

A doença ocorre em um número variável de animais, com mortalidade entre 40%, normalmente em leitões com menos de 5 meses de idade. Estes animais se contaminam pela entrada de suínos portadores no rebanho, os quais excretam o microrganismo que se torna amplamente disseminado. A utilização de rações contaminadas, principalmente por ingredientes de origem animal, também é considerada uma importante fonte de contaminação.

O período de incubação é de 24-48 horas. Na forma localizada, os leitões apresentam diarréia aquosa, amarelada, fétida durante 3 a 7 dias, podendo ser sanguinolenta e com a presença de estrias de tecido necrótico, hipertermia moderada, anorexia e desidratação. É observada a perda progressiva de peso. Os animais que se recuperam tornam-se portadores e excretores intermitentes de Salmonella no rebanho.

SARNA Doença parasitária externa, muito contagiosa, produzida pelo Sarcoptes scabiei

variedade suis. Este ácaro escava galerias na epiderme dos animais, produzindo irritação e intenso prurido. A pele fica avermelhada e os animais perdem peso por causa do incômodo. O diagnóstico é feito por raspagem e isolamento do ácaro; às vezes torna-se muito difícil, por isso deve ter-se em conta a sintomatologia clínica e diferenciar-se a doença de outras parasitoses externas. Tratamento e prevenção com Deltametrina, (BUTOX®) ou cipermetrinas para pulverização. Os endectocidas (Ivermectina, Doramectina, Fenbendazole) previnem e controlam infestações por ectoparasitas e endoparasitas. São indicados no tratamento e controle de vermes redondos pulmonares e gastrintestinais, carrapatos, piollhos, bernes e sarnas de suínos.

ZOONOSES

A transmissão de doenças por vetores como roedores, moscas, pássaros e mamíferos silvestres e domésticos deve ser evitada ao máximo. Entre as medidas gerais de controle estão: a cerca de isolamento; destino adequado do lixo, dos animais mortos, de restos de parição e de dejetos; a limpeza e organização da fábrica e depósito de rações e insumos e dos galpões e arredores.

ROEDORES O primeiro passo para evitar roedores é criar um ambiente impróprio para a

proliferação dos mesmos, ou seja, limpeza e organização, eliminando os resíduos e acondicionando bem a ração e os ingredientes. O combate direto pode ser realizado através de meios mecânicos como a utilização de armadilhas e ratoeiras ou através de produtos químicos (raticidas), os quais devem ser empregados com cuidado (dispositivos apropriados) para evitar intoxicação dos animais e operadores. Esta desratização deve ser repetida a cada seis meses para evitar a superpopulação de roedores.

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INSETOS

Para o controle de moscas, recomenda-se o "controle integrado" que envolve medidas mecânicas direcionadas ao destino e tratamento de dejetos, o qual deve ser realizado permanentemente, somado ao controle químico ou biológico que eliminam o inseto em alguma fase do seu ciclo de vida. Sempre que houver aumento da população de insetos na granja, em especial de moscas, deve-se procurar e eliminar os focos de procriação.

Zoonoses

Categoria Doença TransmissorTipo de agente

Agente

Doenças relacionadas

com mamíferos

Raiva Cão, morcego Vírus RNA Lyssavirus

Leptospirose Roedor Bactéria Leptospira interrogans

Hantavirose Roedor Vírus RNA Buyanvirus

Tuberculose Bovino Bactéria Mycobacterium spp

Brucelose Bovino Bactéria Brucella spp

BSE Bovino Príon Príon

Antraz Bovino Bactéria Bacillus anthracis

Encefalomielite Eqüina Eqüino (mosquito) Virus RNA Alphavirus

Mormo Eqüino Bactéria Burkholderia mallei

Doenças relacionadas

com aves

Criptococose Pombo FungoCriptococcus neoformans

Histoplasmose Pombo, morcego Fungo Histoplasma capsulatum

Psitacose Aves Bactéria Chlamydophila psittaci

Doenças relacionadas

com invertebrados

Dengue Mosquito Vírus RNA Flavivirus

Febre amarela Mosquito Vírus RNA Flavivirus

Doença de Chagas Mosquito Protozoário Trypanosoma cruzi

Malária Mosquito Protozoário Plasmodium spp

Leishmaniose Mosquito (+cão) Protozoário Leishmania  spp

Doença de Lyme Carrapato Bactéria Borrelia burgdorferi

Febre maculosa Carrapato Riquétsia Rickettsia rickettsii

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