SUINOS - INSTALAÇÕES

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRCOLAAREA DE CONSTRUES RURAIS E AMBIENCIA

    INFORMAES BSICAS PARA PROJETOS DE

    CONSTRUES RURAIS

    (Unidade 2)

    Instalaes para sunos

    Prof. Valmir Sartor

    Profa. Ceclia de F. Souza

    Profa. Ilda de F.F. Tinoco

    NOVEMBRO - 04

    VIOSA - MG

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    Instalaes para sunos Construes Rurais e Ambincia (DEA UFV) Valmir Sartor et al.

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    1. INTRODUO

    A populao suna no globo terrestre de aproximadamente 1 bilho de cabeas,sendo que o rebanho da China perfaz aproximadamente 50% do total (Embrapa - 2002). OBrasil possui um rebanho de sunos 32,8 milhes de cabeas, ocupando a quarta posio com

    relao produo de carne, com aproximadamente 2,9 milhes de toneladas em 2003. Osprincipais estados produtores de sunos no Brasil so Rio Grande do Sul, Santa Catarina aParan.

    O Brasil o pas do mundo que as melhores condies para aumentar o plantel desunos, dentre eles o clima tropical, mo-de-obra de baixo custo, facilidade para manejo etratamento de dejetos pelas grandes dimenses territoriais e topografia plana, grandeproduo de gros (milho e soja), dentre outros. Desta forma a tendncia hoje de se instalarsuinoculturas industriais na regio Centro-Oeste. O Brasil tem condies de aumentar asexportaes de carne suna que foi aproximadamente 500 mil toneladas em 2003, sendo agrande maioria para a Rssia. E aumentar tambm o consumo interno que apenas deaproximadamente 14 kg/hab/ano, muito distante de pases europeus que chegam a 60

    kg/hab/ano. Vale lembrar que a carne suna a mais consumida no mundo e que os paseseuropeus, bem como os Estados Unidos, tem como tendncia reduzir o plantel em virtude deproblemas ambientais e altos custos de produo.

    No decorrer dos anos, os criadores vm intensificando suas tcnicas de manejo,mudando-as gradualmente do sistema de criao extensivo para o sistema intensivo,procurando melhorar o controle sanitrio, a eficincia da mo-de-obra e o desempenho dosanimais. Com isso eliminaram-se as opes de busca, por parte dos animais, de um ambientemais propcio ao seu bem-estar. Nesse sentido, as instalaes apresentam um papelfundamental no desempenho dos animais.

    As atividades pecurias competitivas devem ser altamente tecnificadas e exigemanimais geneticamente melhorados; nutrio e manejo adequados; e instalaes planejadas eequipadas de forma a propiciar condies ambientais adequadas.

    Quando se trata de instalaes para animais, as dificuldades econmicas e crises comunstornaram obrigatria a racionalizao do empreendimento para atingir um nvel satisfatrio derentabilidade, forando a boa combinao de fatores genticos do rebanho, alimentao emanejo, que por sua vez contriburam para a melhoria produtiva.

    Dentre os fatores que contriburam para aumento da produtividade, destacam-se omanejo intimamente ligado s instalaes bem planejadas e executadas, que reduzem oscustos de produo, devido a maior eficincia de mo-de-obra, conforto, salubridade eprodutividade dos animais, bem como maior satisfao do pecuarista.

    As instalaes devem atuar no sentido de:

    - amenizar as adversidades climticas inerentes ao meio ambiente, oferecendo maiorconforto aos animais e ao operador, em todas as fases da explorao;- otimizar a mo-de-obra, tornando os trabalhos agrcolas menos rduos, com economia

    de tempo a espao;- aumentar a renda da propriedade agrcola por meio da maior produo de homens e

    animais, bem como permitir a estocagem de alimentos abundantes na estao das guas.

    2. SISTEMAS DE CRIAO

    a) Extensivo: os animais so criados solta, basicamente sem prticas de higiene ou uso de

    instalaes. A alimentao simples (apenas milho, por exemplo).

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    b) Semi - intensivo: j existe um certo controle de alimentao e higiene. Existem instalaesprincipalmente para as fmeas durante a fase de gestao e amamentao. As instalaes soligadas a piquetes gramados.c) Intensivo: os animais so mantidos em confinamento, porm em algumas fases da vidapodem ter acesso a piquetes com gramneas e leguminosas. Recebem rao balanceada,

    prticas sanitrias e instalaes apropriadas. H tambm, neste sistema, a possibilidade decontrole da ventilao, da temperatura e da umidade do ar.

    3. DISTRIBUIO DAS CONSTRUES QUE COMPEM A ATIVIDADE

    A disposio das instalaes deve ser racional, com o que se conseguir maiorrendimento da mo-de-obra, boa movimentao dos insumos ou produtos finais, bom destinofinal dos subprodutos a conseqentemente maiores lucros.

    Quando da seleo de reas para implantao de uma explorao pecuria devem serobservados os seguintes aspectos:

    - proximidade dos centros de consumo;- infra-estrutura relacionada meios de comunicao, disponibilidade de insumos (rao,matrizes), de energia eltrica, abastecimento d'gua, facilidade de crdito, de assistnciatcnica mdico-veterinria), etc;- clima, no que se refere s condies adequadas de temperatura e umidade relativa do ar,ventilao, radiao, etc. Normalmente, so estabelecidas condies prprias para cada raaidade e na maioria das vezes, prefervel instalar a granja em locais de temperaturas mdias ecom boa ventilao natural;- O local deve apresentar boas condies de salubridade no que se refere drenagem do solo,insolao, espao fsico, topografia (terreno com inclinao mais suave), vias de acessoapropriadas para perodos chuvosos a secos, controle de trnsito;- Enfim, o prprio espaamento entre galpes fator de suma importncia, o que justifica apreocupao com o espao fsico disponvel. Normalmente, para evitar a transmisso dedoenas, galpes que abrigam animais de mesma idade so espaados entre si 10, 20 ou 30metros e os que abrigam animais de idades diferentes, 100 a 200 metros.

    4. PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAO DAS CONSTRUES

    Devem ser levados em conta os seguintes fatores:1) Anlise de mercado: volume da empresa, mercado consumidor, capital disponvel, pessoal

    (mo-de-obra).2) Infra-estrutura fsica: terreno (alto, bem drenado a de baixo custo), higiene, temperatura,umidade, energia (fontes alternativas), comunicao, vias de acesso. Ainda necessrioconsiderar a infra-estrutura de apoio (controle de entrada, fbrica de raes, armazns, etc),facilidade de escoamento da produo a entrada de matria prima, facilidade de disposio dedejetos (canalizaes por gravidade para lagoas de decantao, evitando poluio ambiental),distanciamento adequado com relao a ferrovias, rodovias e zonas residenciais.3) Sistema de criao (manejo): escolher o sistema de criao e detalhar o manejo. Asinstalaes devem se adequar ao manejo e no o contrrio.

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    5. CONSTRUES DE MODO GERAL

    As construes compreendem o conjunto de prdios que o criador deve possuir pararacionalizar sua criao. Devem atender a determinadas condies bsicas quanto higiene,orientao, funcionalidade e custo. Construes suntuosas, onerosas, exageradas e

    complicadas, alm de serem anti-econmicas, revelam mau preparo de quem as projetou.Devem portanto merecer cuidado especial do criador, porque de sua eficincia ir depender,em grande parte, o sucesso da empresa. No sentido de aumentar a eficincia dos sistemas decriao de animais e prevenir ou controlar doenas, a tendncia atual de se adotar oconfinamento total, o que tem determinado uma modificao dos prdios a dos equipamentos,especialmente nas grandes empresas.

    As construes devero obedecer as seguintes condies bsicas:- serem higinicas: terem gua disponvel e destino adequado dos resduos;- serem bem orientadas no terreno;- serem simples e funcionais;- serem durveis e seguras: utilizao de materiais e tcnicas construtivas adequadas;

    - serem racionais: rapidez a eficincia no uso de materiais e mo-de-obra;- permitirem controle das variveis climticas;- permitirem expanso; e- serem de baixo custo.

    Os componentes necessrios para implantao de uma atividade criatria so apresentadosa seguir:a) setor de produo: galpes para os animais e silos para rao.b) setor de preparo de alimentos: armazns ou silos, fbricas de rao, paiol, etc.c) setor administrativo: escritrio, almoxarifado, controle (porto de entrada).d) setor sanitrio: fossa, crematrio (animais mortos), pedilvio para desinfeco dos ps naentrada, rodolvio para desinfeco dos pneus dos veculos, lana-chamas.e) setor residencial: casa sede, casas de empregados.t) setor de apoio: galpo-oficina.g) setor externo: posto de vendas, abatedouros, cooperativas.

    6. OUTRAS CONSIDERAES

    O conhecimento das necessidades ambientais dos animais e o estudo das condiesclimticas da regio em que ser implantado o sistema so fundamentais na definio das

    tcnicas e dispositivos de construes que maximizem o conforto dos animais.As construes destinadas aos animais devero estar afastadas do trnsito de veculos, emterreno alto, seco, com declividade adequada de forma a permitir suprimento adequado degua, bom escoamento a acesso fcil. Isto se faz necessrio para que sejam evitadosproblemas de umidade.

    Um ponto importante referente s instalaes a proteo do sistema (conjunto deconstrues) contra a propagao de doenas, bem como o isolamento do mesmo com relaoa outras exploraes localizadas nas proximidades. Assim, normalmente adota-se um cordosanitrio com o objetivo de proteger toda a zona de produo, separando-a da zona externa. Ocordo sanitrio pode ser obtido por meio de uma cerca metlica de aproximadamente 2m dealtura, sobre mureta de alvenaria de 30 cm de altura. Isto evita a entrada de pequenos animais

    como ces, gatos, galinhas, etc., que podem atuar como vetores de diversas doenas. Asfiguras abaixo demonstram este sistema sanitrio.

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    Figura 1. construo do rodolvio

    Figura 2 sistema de isolamento das construes utilizado para evitar entrada de doenaspelo ar.

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    Figura 3 cercas de proteo utilizadas para delimitarem reas.

    7. INSTALAES

    No Brasil, as concepes construtivas da maioria das instalaes conduzem aproblemas de desconforto trmico e diminuio do desempenho dos animais.

    Pesquisas realizadas analisaram as condies ambientais de vero de diferentes tiposde construes para sunos, incluindo 153 construes, em 23 municpios do Sul do Brasil, everificaram que: as temperaturas internas foram elevadas, em relao s consideradas timas;a ventilao interna foi deficiente; os criadores no utilizaram adequadamente os dispositivosde modificaes ambientais (janelas, cortinas, etc.); altura do p-direito foi considerada baixa(2,0 a 2,2 m); e as instalaes no possuam lanternim.

    Por outro lado, pesquisa realizada em Concrdia-SC, em salas de maternidade comdimenses de 8,3 x 4,2m p-direito de 2,5 m, superfcies de abertura de 2,8 x 1,0m presenade forro e cobertura com telha cermica concluram que as caractersticas construtivas emquesto no foram suficientes para permitirem o condicionamento ambiental desejado emcondies de vero.

    Uma concepo construtiva que tem sido largamente empregada e que permite que se

    tenha um melhor controle das condies ambientais e um melhor manejo para cada fase dacriao, a diviso das edificaes para abrigar sunos pela fase de vida e pela atividade.Dessa forma, tm-se galpes distintos para creche, crescimento e terminao, reproduo,gestao e maternidade.

    Creche ou unidade de crescimento inicial: projetada para abrigar os leites aps odesmame at atingirem 25 kg de peso corporal (o que ocorre por volta de 65 dias de idade). Ainstalao pode possuir gaiolas para 10 leites ou baias para grupos de 20 leites.

    Unidade de crescimento e terminao: utilizadas para animais com 25 a 60 kg de pesocorporal (65 a 110 dias de idade, aproximadamente), criados em baias coletivas do setor decrescimento; e de 60 a aproximadamente 100 kg (peso de abate), tambm em baias coletivas.Em cada uma destas fases, so utilizados prdios separados, a no ser em caso de plantel

    pequeno (menor ou igual a 36 fmeas criadeiras).

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    Setor de reproduo (pr-cobrio e cobrico): as fmeas j podem ser selecionadaspara reproduo logo ao nascimento, caso apresentem peso corporal maior ou igual a 1,4 kg.Depois, podem ser separadas pelas suas tetas em quantidade (nmero > 14 tetas) a emqualidade (ausncia de tetas invertidas). Alm destas, outras caractersticas podem ser usadaspara o agrupamento do plantel de fmeas reprodutoras, as quais j apresentam o primeiro cio

    no 5 ms de vida a esto aptas para reproduo com aproximadamente 7 meses de idade,quando apresentam peso corporal de 100 a 110 kg. Ento, so encaminhadas ao setor dereproduo, onde so cobertas a permanecem at a confirmao da prenhez. Podem seremtambm adquiridas de empresas especializadas.

    Unidade de gestao confirmada a prenhez, so encaminhadas para a unidade degestao (baias coletivas ou gaiolas individuais) onde permanecem at uma semana antes doparto, sendo que a gestao dura aproximadamente 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias).

    Maternidade: uma semana antes do parto so levadas para a maternidade (gaiolasindividuais com abrigo para proteo dos leites) onde permanecem at terminar a fase dealeitamento. A desmama ocorre, normalmente, quando os leites atingem entre 21 e 28 diasde idade, sendo os leites encaminhados para a creche e as porcas retornam para o setor de

    reproduo.No caso da maternidade, o controle das condies ambientais mais complexo que

    nas demais instalaes, j que o projeto deve atender a microambientes especficos para asmatrizes e para os leites, alm de proteg-los contra possvel esmagamento. Para evitar oesmagamento, normalmente so projetadas gaiolas, com protees e delimitaes de reasdestinadas aos leites, chamadas escamoteadores, que possibilitam poucos movimentos fmea. Para o conforto trmico dos leites, mantm-se um abrigo, vedado e aquecido pormeio de lmpadas ou resistncias eltricas, procurando manter no seu interior a temperaturaem torno de 30 oC, enquanto que na maternidade no deveria ultrapassar a 25 oC .

    Alm destes, ainda h a fbrica de rao, silos/armazns, controle da entrada,plataformas de desinfeco, unidades de disposio de dejetos, etc.

    Quadro 01 ndices zootcnicos de granjas tecnificadas, 1995.ndice Bom Mdio RuimLeites nascidos vivos 10 a 12 9 a 10 menos de 9% natimortos 2 a 4 % 4 a 5 % mais de 5 %% de mumificados menos de 1% 1 a 1,5 % mais de 1,5 %Leites nascidos (total) 11,5 a 12,5 10,5 a 11,5 menos de 10,5Peso ao nascer 1,4 a 2,0 kg 1,3 a 1,4 kg menos de 1,3 kgLeites desmamados 10 a 11 9 a 10 menos de 9

    % de mortes na maternidade menos de 5 % 5 a 10 % mais de 10 %Peso ao desmame (21 dias) mais de 6 kg 5,7 a 6 kg menos de 5,7 kgGPD na maternidade mais de 300 g 270 a 300 g menos de 270 gPeso sada da creche (65 dias) mais de 25 kg 22 a 25 kg menos de 22 kgGPD na creche mais de 400 g 370 a 400 g menos de 370 g% mortes na creche menos de 0,5 % 0,5 a 1 % maior de 1 %Peso ao abate (150 dias) mais de 100 kg 90 a 100 kg menos de 90 kgGPD do nasc. ao abate (150 dias) mais de 640 g 600 a 640 g menos de 600 gCA do rebanho menos de 2,7 2,7 a 3 mais de 3% de retorno ao cio menor de 10 % 10 a 12 % maior que 12 %Taxa de fertilidade maior de 90 % 83 a 90 % menos que 83 %

    Fonte: Roppa, 1996.

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    A seguir sero dados exemplos de dimensionamentos, indicaes de tcnicasconstrutivas e de materiais de construo referentes s instalaes para cada fase de produodos sunos.

    Considere um rebanho composto por 100 porcas em produo, 15 leitoas de reposio,

    5 porcas a serem substitudas e 6 cachaos, totalizando 126 animais no plantel de reproduo.

    I. Unidade de Pr-cobrio e cobrio (Setor de Reproduo):

    a) Nmero de baias = n fmeas x n ciclos porca / ano x perodo de use da baian fmeas / baia x n de semanas do ano

    - n de fmeas = 100 porcas em produo;- n ciclos porca/ano = com um bom manejo possvel se obter uma mdia de 2,3 a 2,5

    gestaes por fmea por ano;- perodo de uso da baia = 2 semanas da desmama at a cobrio + 4 semanas da

    cobrio at a confirmao da prenhez. TOTAL de 6 semanas.- n fmeas/baia = recomenda-se de 4 a 6 fmeas por baia; e- n de semanas do ano = 52.

    100 x 2,4 x 65 x 52 = 6 baias coletivas

    b) rea de cada baia = 2,5 m2/porca; para 6 porcas = 15 m2.c) Comprimento = (0,5 a 0,6 m de comedouro/porca x 6 porcas) + 0,7 m de porto = 4 m.d) Largura = 15 m2/4m = 4 m (contando espao para o comedouro).

    comum prever o espao para os machos prximo das fmeas, pois isto estimula nasfmeas o aparecimento e exteriorizao mais rpida do cio, facilitando detectar e acelerando oprocesso de cobrio.

    N' de machos = 1 para cada 20 a 25 fmeas = 4 machos. rea necessria = 6 m2/ macho.

    Detalhes de uma construo para a fase de reproduo:

    Caracterstica da instalao: galpo aberto contendo baias para as fmeas reprodutoras emfrente ou ao lado das baias para os machos (cachaos).

    Fundao: direta descontnua (sapatas) sob os pilares e direta contnua rasa (alicerce corrido)sob as alvenarias, ambas em concreto simples 1:3:5 (cimento: areia :brita).Piso: 6 a 8 em de espessura em concreto simples 1:3:5 com revestimento ou no de argamassa1:3 ou 1:4 (areia mdia a fina). O piso spero danifica o casco do animal e o piso muito liso muito escorregadio.Divisrias: as externas podem ter 1,0m de altura em alvenaria de tijolo cermico furado ouem bloco de concreto, revestimento com argamassa (podendo ser natado). As internas (entreuma baia e outra) podem ser confeccionadas em alvenaria com menor espessura ( tijolo) oucom postes de concreto armado onde so encaixadas placas de concreto pr-fabricadas oucordoalhas de ao.Pilares: 15 a 20cm (seo quadrada) ou 15 a 20 cm de dimetro em madeira ou concreto

    armado (1:2:4).

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    Figura 4. Esquema em planta baixa do prdio de pr-cobrio e cobrio.

    fmeas

    macho

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    P-direito: 3,0 a 4,0m para cobertura com telhas de cimento amianto e 2,5 a 3,5 m para telhasde barro, dependendo da largura.Estrutura do telhado: tesouras ou prticos (madeira, metal, ou concreto armado).Beiral: 1,0 a 1, 5m dependendo do p-direito.Declividade: 2% a partir do corredor central em direo as laterais no sentido da largura e 1%

    no sentido do comprimento (fosso).Coleta dos Dejetos; fosso dotado de grelha na parte mais baixa da baia.Comedouros: podem ser de concreto simples com os cantos arredondados com o uso deargamassa deixando a superfcie interna lisa (largura de 0,50m e altura na frente de 0,20m).Bebedouro: tipo concha ou chupeta (um por baa).

    Figura 5. Esquema em corte do prdio de pr-cobrio e cobrio.

    Figura 6. detalhe do comedouro.

    fosso

    comedouro

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    II. Unidade de Gestao

    a) Nmero de baias = n fmeas x n ciclos porca / ano x perodo de use da baian fmeas / baia x n ' de semanas do ano

    - perodo de uso da baia => da confirmao da prenhez at uma semana antes do parto = 12semanas;- n fmeas/baia = recomenda-se utilizar baias coletivas para 4 a 6 fmeas com rea de 2,5 m2

    por cabea, ou gaiolas individuais de 2,2 x 0,6 x 1,1 m (comp.x larg.x alt.).

    a) 100 x 2,4 x 125 x 52 = 12 baias coletivas

    b) rea de cada baia = 2, 5 m2 x 5 porcas = 12, 5 m2 ;c) Comprimento = (comedouro + 0,7 m (porto) = 3,5 m;d) Largura = 12,5/3,5 = 3,50m.

    A construo pode seguir os mesmos padres adotados para a unidade de reproduo.e) Nmero de Gaiolas Individuais

    a) = 100 x2,4 x121 x 52 = 56 gaiolas individuais

    comum agrupar num mesmo prdio as unidades de pr-cobrio, cobrio egestao, principalmente para pequenos criadores. O galpo deve estar orientado no sentidoleste-oeste e pode ter anexos como escritrio, sanitrio e depsito para medicamentos, rao,ferramentas e equipamentos. Especial ateno deve ser dada s fundaes (dimensionamentoe execuo) caso tenha presena do fosso de escoamento de dejetos. As demais caractersticasconstrutivas podem obedecer os mesmos padres mencionados para a unidade de reproduo.

    Figura 7 gaiolas individuais de gestao.

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    Figura 8 esquema em planta baixa de um prdio com gaiolas individuais de gestao.

    Figura 9 baias coletivas para porcas em gestao.

    corredor

    gaiolas

    fosso

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    Figura 10 esquema em planta baixa de um prdio com baias coletivas, possveis de se usar

    para animais em crescimento e porcas em gestao

    III. MATERNIDADE

    Nesta unidade, as porcas permanecem desde uma semana antes do parto at terminar afase de aleitamento. O local que abriga os leites no deve ter umidade (fezes, urina, gua) enem calor ou frio em excesso. Os leites devem estar protegidos contra o esmagamento, estarsob uma fonte de calor (eltrica, gs, etc.) a recebendo gua de forma continua. Deve permitirbom escoamento de dejetos. Esta fase pode ser conduzida em baias convencionais (2,5x2,5 m)feitas de alvenaria, piso de concreto, dotadas de escamoteador para abrigar os leites a de

    proteo contra esmagamento, feita de madeira ou metal (barra ou tubo) a 25 cm do piso e a25 cm da parede, popularmente conhecida como banca. Entretanto normalmente oscriadores preferem as gaiolas de pario, pela proteo proporcionada aos leites.

    a) Nmero de gaiolas = n fmeas x n leitegadas / ano x perodo de usonfmeas / gaiola x n de semanas do ano

    perodo de uso - varia de 5 a 6 semanas (1 semana antes do parto + idade de desmama + 1semana limpeza e desinfeco);

    a) 100 x 2,4 x 5

    1 x 52 = 24 gaiolas de pario

    baia

    corredor

    fosso

    comedouro

    porto

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    Figura 11 maternidade utilizando gaiolas e alimentao automtica.

    Figura 12 gaiolas de maternidade.

    IV. CRECHE OU UNIDADE DE CRESCIMENTO INICIAL

    Nesta unidade os leites permanecem desde a desmama, com peso corporal deaproximadamente 5 kg, at atingirem peso corporal prximo de 25 kg ( 65 dias de idade).

    Consta de baias que abrigam na faixa de 20 leites cada (2 leitegadas), as quais tm o pisototal ou parcialmente ripado (madeira, concreto ou metal) com fendas de 1 cm de largura. Area disponvel deve ser de 0,25 a 0,32 m2 por cabea. Podem ser usadas tambm gaiolaselevadas (de metal) que abrigam 1 leitegada cada. Em qualquer dos casos deve haver sempreo comedouro (0,20 m de comprimento para cada 3 animais) e o bebedouro tipo chupeta (1para cada 10 leites) a altura de 20 a 25 cm a partir do piso. importante locar o bebedourono lado oposto ao comedouro a em cima do fosso ripado para facilitar o escoamento da gua.

    a) Nmero de baias = n fmeas x n ciclos porca/ano x n desmamados/leiteg. x perodo uson leites / baia x n de semanas do ano

    - nmero de leites desmamados = 10 (mdia);- perodo de uso = varia de 7 a 9 semanas (uma semana para limpeza e desinfeco)

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    a) 100 x 2,4 x 10 x 820 x 52 = 20 baias

    b) rea da baia = 0,27 m2 /leites x 20 leites = 5,4 m2c) Comprimento da baia = 0,20m de comedouro/3 leites = = 1,33 m de comedouro/20

    leites + 0,7m (porto) = 2,0 md) Largura da baia = 5,4 m2/2,0 m = 2,7 m

    As baias de crescimento inicial podem estar em um galpo semelhante aos descritosanteriormente porm possuindo sistemas de fechamento (janelas ou cortinas) e sistemas deaquecimento. As divisrias entre baias podem ser do tipo ripado de madeira, de alvenaria emcutelo ou gradeado pr-fabricado de concreto. Sempre necessrio que as unidades tenhampontos de gua para lavagens.

    Figura 13 creche utilizando gaiolas e alimentao manual.

    Figura 14 creche utilizando baias e alimentao automtica.

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    Instalaes para sunos Construes Rurais e Ambincia (DEA UFV) Valmir Sartor et al.

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    V. UNIDADES DE CRESCIMENTO E ACABAMENTO

    Podem ser considerados dois mtodos de conduo destas fases: com mudana debaia, recria em um galpo alojando animais com 25 a 60 kg de peso corporal e terminao emoutro galpo para animais de 60 a 100 kg de peso corporal; e a recria e terminao em baia

    nica (25 a 100 kg de peso corporal.

    a) Nmero de baias = n fmeas x n ciclos porca/ano x n desmamados/leiteg. x perodo uson leites / baia x n de semanas do ano

    Perodo de uso: - Com mudana de baia: crescimento = 7 semanasacabamento = 7 semanas

    - Sem mudana de baia:crescimento + acabamento = 14 semanas

    Nmero de leites por baia = 20

    a) 100 x 2,4 x 10 x 720 x 52 = 16 baias (crescimento)

    A rea disponvel por animal nas baias de crescimento, para o sistema de mudana debaia, deve ser de 0,50 m2 , se o piso for totalmente ripado, 0,65 m2 se for parcialmente ripadoa 0,75 m2 se for totalmente compacto. Logo, para a opo de fosso de dejetos sob o piso(parcialmente ripado), tem-se:

    b) rea da baia = 0,65 m2/cabea x 20 leites = 13 m2c) Comprimento da baia = 2,0 m de comedouro/baia + 0,70 (porto) + 0,3 (folga) = 3 m.d) Largura da baia = 13 m' /3,0 m = 4,33 m

    A rea disponvel por animal nas baias de acabamento, para o sistema de mudana debaia, deve ser de 0,85 m2 se for parcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto.

    A rea disponvel por animal nas baias de crescimento a acabamento, para o sistemasem mudana de baia, deve ser de 0,70 m2, se o piso for totalmente ripado, 0,80 m2 se forparcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto. Logo, o dimensionamento pode serfeito da mesma forma anterior.

    As divisrias das baias podem ser feitas de madeira ou alvenaria at a altura de 90 cme o galpo que contm as baias pode ser totalmente aberto e ter cortinas para fechamento paraproteo contra chuva. Pode ter tambm sistema de ventilao mecnica (ventiladores ou

    exaustores) para atenuar o problema da grande formao de gases a calor que normalmenteocorre nestas instalaes, devido ao grande nmero de animais e volume de dejetos. Comaproximadamente cinco meses de idade, 100 a 110 kg de peso vivo, as fmeas j esto aptaspara a reproduo, quando ento so selecionadas pelas suas boas caractersticas, como porexemplo, nmero a qualidade de tetas, a seguem para a unidade de reproduo. Nessa mesmaidade a peso, os machos tambm so selecionados para reproduo ou so abatidos.

    Caso exista abatedouro este deve ser azulejado, total ou meia parede, dotado de pia,bancada, canais escoadouros com sadas apropriadas, ganchos, varais, pontos de gua a luz,etc. O piso no deve ser escorregadio.

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    Figura 15 sistema tradicional de baias de crescimento.

    Figura 16 sistema cama utilizado para sunos em crescimento e engorda.

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    V. MANEJO DOS DEJETOS

    Dependendo da idade, o suno pode produzir de 1,1 a 18,8 kg de dejetos por dia.Para os sistemas de confinamento, nos quais os animais no dispem de piquetes para

    distribuir suas dejees, elas podem ser reaproveitadas como fertilizante, alimento para peixesou podem passar por processo de degradao biolgica.A opo mais econmica para a disposio dos dejetos da granja de sunos a

    utilizao de um depsito para reteno da parte slida dos dejetos, provido de sistema dedrenagem para a parte lquida, a qual pode ser conduzida para a lagoa de criao de peixes.

    Figura 17 sistema tradicional de manejo de dejetos utilizando lagoas de estabilizao.

    VI. CONTROLE SANITRIO

    Para proteger a criao a evitar a proliferao de doenas, a indispensvel a construo

    de rodolvios, cujo objetivo a desinfeco das rodas dos veculos que venham a transitar nolocal, por meio de uma soluo desinfetante. O rodolvio consiste de um tanque raso, de pisoconcretado a comprimento necessrio para que todas as rodas, durante um pequeno trajeto,fiquem inteiramente banhadas.

    Ainda so necessrios pedilvios em cada local de acesso s instalaes para quesejam desinfetados os ps das pessoas que transitam nas unidades de produo. Tambmcomo medida complementar as anteriores, recomendado que o pessoal que trabalha com acriao, tome banho a troque de roupa antes do inicio do trabalho.

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