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Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 160-161

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• Nota da dissertação reporta-se à escrita.

• No entanto, registei, à parte — e talvez com maior peso até —, o mérito de ter havido leitura (e o tipo de livro lido).

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Depois de relanceares os diversos pequenos ensaios na p. 234 (acerca de teatro épico), relê as duas primeiras notas marginais (manual, p. 242; Felizmente, pp. 15-16) explica como já demonstram essa abordagem «épica» na peça de Sttau Monteiro.

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As duas primeiras notas à margem permitem associar Felizmente Há Luar! ao teatro épico. Nelas, o autor fornece informações que possibilitam compreender o efeito de distanciamento a adotar na receção da peça, destacado na utilização, entre aspas, do adjetivo «representado». Com a peça, não se pretende que o público simpatize com as personagens ou se emocione com a ação, mas que tenha «consciência de que ninguém [...] vai esboçar um gesto para o cativar», devendo manter-se lúcido para perceber a mensagem e o exemplo transmitidos.

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A frase colocada entre parênteses no final da segunda nota lateral confirma, em tom metafórico, a ligação de Felizmente Há Luar! ao teatro épico. Assumindo-se a peça, representada pelos atores, como «réu» a ser julgado pelos espectadores, estes, enquanto «juízes», devem manter-se imparciais para conseguirem receber e interpretar corretamente a mensagem transmitida.

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1. Em Cesário, a cidade é vivência do concreto e do quotidiano; ela é o espaço que o sujeito poético habita e percorre e que, pelo seu olhar, nos é revelado diverso e pleno de contrastes. Para além disso, a temática da cidade é um dos traços da modernidade deste autor, pois, através dela, o mundo do homem moderno surge, na poesia, apresentado como uma realidade ora trivial, ora fantasmagórica, ora revelando contrastes sociais, ora suscitando tédio.

De facto, surpreendendo o acontecer da vida urbana, Cesário constrói uma visão dinâmica da Lisboa do seu tempo, trazendo para a poesia o real quotidiano do homem citadino.

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2. Motivo recorrente na poesia de Cesário, a

cidade de Lisboa é uma realidade minuciosamente observada pelo sujeito poético, que, deambulando, capta diferentes matizes do tecido urbano: a Baixa pombalina, com o seu traçado geométrico, os armazéns e hotéis da moda, os teatros, os cafés, os bairros modernos da burguesia mercantil, as zonas aristocráticas e as periferias pobres, onde o povo trabalhador vive, em condições degradantes (por exemplo: «apinham-se num bairro aonde miam gatas, / E o peixe podre gera os focos de infeção»).

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3.

A presença, na obra poética de Cesário, de uma galeria de tipos sociais muito diversos faz sobressair os contrastes que dominam a cidade: ao povo laborioso (os carpinteiros, os calafates, os calceteiros, as varinas, a hortaliceira...), muitas vezes configurado como uma reminiscência do espaço salutar do campo, e que confere vitalidade ao espaço urbano, opõe-se o mundo ocioso das elegantes citadinas, que procuram o luxo dos magasins, dos burgueses, que vivem no «conchego» da «sua vida fácil».

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