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ARISTÓTELES
ARISTÓTELES
INCM
CFUL
O interesse que ainda hoje desperta a filoso-fia de Aristóteles assenta em especial na Metafísica e, em menor grau, na Ética e na Política. Desde há alguns anos tem vindo a assistir-se a uma valorização da sua produ-ção lógica, não tanto da silogística, mas da dialéctica, ou «lógica do saber comum», área cujo texto fundamental é a obra que agora se publica: os Tópicos. Costumavam os Tópicos ser tidos em menor apreço, dadas as circuns-tâncias de serem, por um lado, um texto ainda da juventude do A., por outro, de sofrerem a concorrência da lógica «científica» desenvol-vida nos Analíticos. Na actualidade, porém, atendendo ao grande relevo dado às técnicas da informação e da comunicação social, os Tópicos apresentam-se como um instrumento fundamental para «desconstruir» os mecanis-mos subjacentes a esta «sociedade» e para avaliar a qualidade da «informação e dos conhecimentos» por ela produzidos. Sob este ponto de vista, portanto, não será talvez exagerado considerar esta obra como uma das mais modernas do Estagirita.
Texto grego utilizado como base para a pre- sente tradução: Aristotelis, Topica et Sophis- tici Elenchi, recensuit..., W. D. Ross, Oxford, Clarendon Press, 1958 (Oxford Classical Texts).
ARISTÓTELESARISTÓTELESOBRAS COMPLETAS DE ARISTÓTELESOBRAS COMPLETAS DE ARISTÓTELES
COORDENAÇÃO DE ANTÓNIO PEDRO MESQUITACOORDENAÇÃO DE ANTÓNIO PEDRO MESQUITA
INCM
FCT Fundação para a Ciência e a TecnologiaMINISTÉRIO DA CIÊNCIA E DO ENSINO SUPERIOR
OBRAS COMPLETASOBRAS COMPLETAS
9 7 8 9 7 2 2 7 1 4 8 5 3
ISBN 978-972-27-1485-3
TÓPICOSTÓPICOS
TÓPICO
STÓ
PICOS
9
NOTA PRÉVIA
A presente tradução foi feita sobre a edição de W. D. Rosspara a série dos Oxford Classical Texts; para os primeiros quatrolivros utilizámos ainda a edição da Collection des Universités deFrance, da editora Les Belles Lettres, da autoria de JacquesBrunschwig; sempre que nos pareceu necessário atender a outrasopiniões, recorremos ainda às traduções latinas de Boécio e do tra-dutor anónimo publicadas na colectânea Aristoteles Latinus, bemcomo às restantes obras indicadas na bibliografia.
O estilo de Aristóteles, sobretudo em certos passos maiselípticos, não prima pela transparência, pelo que com frequêncianos vimos confrontados com a necessidade de suprir na traduçãocertos termos e expressões subentendidos no texto grego: quandoisso acontece, os termos, ou expressões, que não têm correspon-dência explícita no original são impressos em itálico.
A respeito da tradução ainda queremos chamar a atençãopara os pontos que seguem:
Um dos termos subentendidos que ocorrem com bastan-te frequência é o que refere a presença do chama-do «oponente»; no texto grego essa referência nun-ca é explícita, pelo que a presença do «oponente»tem de ser deduzida das formas verbais na terceirapessoa do singular (p. ex., «ele disse», «se ele afir-mar»), ocasionalmente de algum pronome que adenuncie;
No que respeita ao uso dos parênteses há que notar: osparênteses redondos são da responsabilidade doeditor do texto grego, W. D. Ross; os parênteses
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angulares identificam algum passo do texto resul-tante de conjectura; os parênteses rectos assinalama presença de alguma expressão eliminada porRoss, ou, eventualmente, algum outro editor;
Um traço característico da língua grega é o uso frequentede adjectivos no género neutro, sobretudo no plu-ral, substantivados pelo artigo definido; habitual-mente essas expressões são traduzidas por «coi-sas… x…» (u. g. t¦ ¢gaq£ «as coisas boas», t¦
calep£ «as coisas difíceis», etc.); no caso de adjecti-vos neutros no singular substantivados pelo artigona tradução ocorre um adjectivo português subs-tantivado (p. ex., d…kaioj adj. «justo»; tÕ d…kaion adj.nt. substantivado «o justo», «o justo em si»);
No texto dos Top. são muito frequentes as repetições deexpressões como «por exemplo» (oƒon), ou outras,do género «deve verificar-se… se…», «deve obser-var-se… se…», «deve estabelecer-se… que…», etc.;pese embora a monotonia que tais repetições porvezes ocasionam, entendemos que não cabia ao tra-dutor a tarefa de tentar «embelezar» um texto cujomotivo de interesse não está propriamente na suaqualidade estética.
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ABREVIATURAS
Obras de Aristóteles:
Anal. AnalíticosAn. Po. Segundos Analíticos (= Analytica posteriora)An. Pr. Primeiros Analíticos (= Analytica priora)Ath. Pol. Athenaiôn Politéia (= Constituição de Atenas)Cat. Categoriasde an. de Animade int. de InterpretationeEE Ethica eudemiaEN Ethica nicomacheaMet. MetaphysicaPhys. PhysicaPol. PoliticaRhet. Ars rhetoricaSE Sophistici elenchiTop. Topica
Outras:
A. autorAA. autoresad loc. ad locumadj. adjectivoadv. advérbioal. alii (= e outros )al. alemão/ãant. antónimoArist. Aristótelesart. artigobras. brasileiro/acap. capítulo
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cast. castelhano/acf. confiracol. colecçãocol. colunacomp. comparativode soph. el. (= SE)DL Diógenes Laércioed. edição, editore. g. exempli gratia (= por exemplo)fem. femininofr. francês/agr. gregogr. mod. grego modernohrsg. herausgegeben (= editado)Hrsg. Herausgeber (= Editor)i. e. id est (isto é)ing. inglês/ait. italiano/alat. latimlit. literal, à letraLSJ Liddell-Scott-Jones, Greek Dictionarymasc. masculinomss. manuscrito(s)n. nota(s)nt. neutroo. c. obra citadao. l. opus laudatum (= o. c.)p. páginapart. particípiopass. passadoport. português/app. páginasPW Pauly-Wissowa (= RE)RE Realencyclopädie der klassischen Altertumswissenschaftrep. reimpressãosc. scilicet (a saber, quer dizer)sin. sinónimoss. seguintessub. substantivos. u. sub uerbo (= no vocábulo)SVF Stoicorum Veterum Fragmenta (ed. von Arnim)trad. traduçãov. uide (veja)u. g. uerbi gratia (= por exemplo)VOC B. Cassin, Vocabulaire européen des philosophiesvol. volumevv. versos
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ÍNDICE GERAL
Nota prévia ................................................................................................... 9
Abreviaturas ................................................................................................. 11
Introduçãopor J. A. SEGURADO E CAMPOS ....................................................... 13
Os Tópicos na obra de Aristóteles ............................................... 15
O Órganon [§ 1] ..................................................................... 15
As Categorias e os Tópicos [§§ 2-11] ............................................. 19
O Da Interpretação e os Tópicos [§§ 12-15] .................................. 37
As Refutações Sofísticas e os Tópicos [§§ 16-32] .......................... 44
Os Analíticos e os Tópicos [§§ 33-39] ........................................... 71
Sumário e estrutura dos Tópicos .................................................. 83
Livro I (Introdução geral) ................................................... 83Caps. 1-3: Objectivos da obra; o método dialéctico; ti-
pos de raciocínio («silogismo»); utilidade e finali-dade da dialéctica [§§ 40-47] .................................... 83
Cap. 4: Os elementos do método dialéctico: proposiçõese problemas; os predicáveis; propriedade, defini-ção, género e acidente ............................................... 103
Caps. 5-6: Definição dos quatro predicáveis e suasinter-relações [§§ 48-49] ............................................. 103
Caps. 7-12 [§ 50] ................................................................... 105Caps. 13-18 [§ 51] ................................................................. 106
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Esquema sumário dos restantes livros ....................................... 106
Livro II: «Lugares» relativos ao predicável «acidente»[§ 52] .............................................................................. 106
Livro III (continuação) ......................................................... 107Livro IV: «Lugares» relativos ao predicável «género»
[§ 53] .............................................................................. 107Livro V: «Lugares» relativos ao predicável «proprie-
dade» [§ 54] .................................................................. 107Livro VI: «Lugares» relativos ao predicável «defini-
ção» [§ 55] .................................................................... 107Livro VII (continuação) ....................................................... 108Livro VIII: A prática da dialéctica — regras para uso
dos praticantes [§ 56] ................................................. 108
O problema dos tÒpoi «lugares» [§§ 57-80] ............................... 108
Finalidade dos tÒpoi [§§ 81-85] .................................................... 140
Dialéctica e Retórica [§§ 86-90] .................................................... 143
Unidade e diversidade dos Top. [§§ 91-96] ............................... 158
Aristóteles e a linguagem [§§ 97-115] ........................................ 167
Tópica e Direito [§§ 116-128] ......................................................... 189
Bibliografia ................................................................................................. 211
TÓPICOS
LIVRO I ....................................................................................................... 231LIVRO II ..................................................................................................... 267LIVRO III .................................................................................................... 297LIVRO IV .................................................................................................... 319LIVRO V ..................................................................................................... 355LIVRO VI .................................................................................................... 399LIVRO VII .................................................................................................. 447LIVRO VIII ................................................................................................. 463
*
Glossário ..................................................................................................... 501Índice onomástico ..................................................................................... 507