ARQVIVA, ed.03

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    1/12

    VIDA NOVA AOSPORTOS VELHOS

    No mundo inteiro, grandes cidades esto se debruando sobre as guas para criar novosmodelos de desenvolvimento urbano e social. O Brasil tambm est seguindo esta ondae espera impulsionar o turismo com os investimentos em revitalizao porturia

    PORFERNANDA PERUZZO

    Fot

    oAndreasMeyer

    arqviva24/

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    2/12

    /25

    _especl_ubnsmo

    arqviva

    Depois dos arranha-cus, dos subrbios

    de luxo e dos centros comerciais de

    mltiplas vocaes, voltar-se para

    as guas parece ter se tornado a nova tnica

    urbanstica. Os projetos de revitalizao porturia

    so um fenmeno global. Apoiados na ideia de

    reaproximar a populao de suas regies costeiras,

    resgatar reas degradadas e atrair investimentos,

    estes projetos agem como liftingsfaciais, reti-

    rando de cena os defeitos mais evidentes para

    exibir uma aparncia mais fresca e renovada, sem

    deixar de guardar seus traos originais. Detalhe

    que se mostra especialmente eficiente na hora

    de fomentar o turismo. Que o digam Buenos

    Aires, Baltimore e Barcelona, os exemplos mais

    bem-sucedidos deste tipo de transformao e

    cujos novos-velhos portos, pitorescos por sua

    histria ou conjunto arquitetnico, so pontos de

    visitao obrigatria. Com seus dois gigantescos

    eventos esportivos no programa de atraes

    para os prximos anos, o Rio de Janeiro promete

    engrossar esta lista. O plano de recuperao do

    antigo porto carioca a maior obra financiada

    com recursos pblico-privados em execuo no

    pas neste momento. Orada em mais de R$ 8

    bilhes, ela promete mudar a cara da cidade e

    elevar de 22 mil para mais de 100 mil o nmero de

    habitantes do local sem mencionar os visitantes.

    A Ponte da Mulher,

    inaugurada em 2001, obra do

    espanhol Santiago Calatrava,

    um dos marcos arquitetnicos

    de Puerto Madero.

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    3/12

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    4/12

    arqviva /27

    _especl_ubnsmo

    dos portos abandonados cidade, concorda

    a arquiteta Verena Andreatta, professora daUniversidade Politcnica da Catalunha e autora

    do livro Porto Maravilha: Rio de Janeiro + 6

    casos de sucesso de revitalizao porturia. A

    partir dele, o patrimnio histrico e industrial

    porturio comeou a ser encarado como

    elemento urbano rico, que oferece grande

    potencial construtivo e pode abrigar centros

    culturais e reas de lazer.

    Barcelona, um dos principais destinos

    tursticos da Espanha, no duvidou da eficin-

    cia dessa frmula nem se privou de copi-la.

    Motivado pela realizao das Olimpadas de

    1992, o ento prefeito Pasqual Maragall colo-

    cou um fim m fama do entorno porturio

    ao aceitar o desafio de abrir o caminho at

    o mar e mostrar aos prprios habitantes os

    encantos escondidos de sua orla. At o incio

    das obras, nos anos 80, o Port Vell oferecia

    um grande obstculo populao, que se

    via privada do contato com as guas claras

    do Mar Mediterrneo. Assim como no case

    americano, o comprometimento pblico foi

    fundamental para o sucesso do projeto. Em

    declaraes oficiais, Maragall afirma que houve

    at mesmo cidados que se ofereceram para

    trabalhar de graa, tudo pelo sonho de mudara histria de sua cidade. Vinte anos depois,

    o local atrai 16 milhes de pessoas por ano.

    So catales, europeus e turistas de todo o

    mundo que se deslocam no s para passar

    dias de sol em sua bela praia e aproveitar os

    passeios para praticar exerccios ou simples-

    mente apreciar a vista, mas por conta de suas

    atraes culturais e de entretenimento, que

    incluem um aqurio, o Museu de Histria Catal

    e um complexo de cinemas e restaurantes.

    Na Amrica do Sul, o bom exemplo vem

    de Buenos Aires. Nossos vizinhos argentinos

    viram o poder da vontade poltica criar uma

    rea de interesse pblico onde antes no

    existia nada alm de guindastes e containers.

    Puerto Madero retirou a zona leste portenha

    do ostracismo com seu conjunto arquitetnico

    moderno e uma nova proposta habitacional,

    onde os galpes foram aproveitados, refor-

    mados e convertidos em lofts. Ainda que

    venha sendo tachado de uma bolha elitista,

    seu legado inegavelmente positivo (leia a

    entrevista com o arquiteto Alberto Varas na

    pgina 28).

    Nas prximas pginas voc vai conhecer

    cidades que se destacaram por apostar narevitalizao porturia como propulsora do

    turismo local. Cada uma delas seguiu um

    caminho diferente para alcanar um mesmo

    resultado: o desenvolvimento.

    Barcelona investiu na

    revitalizao do Port Vell parareceber as Olimpadas de 1992 e

    hoje atrai turistas do mundo todo.

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    5/12

    O HOMEM DAS

    DOCASCartes-portais retratammonumentos e endereos

    emblemticos de uma cidade

    ou pas. Alberto Varas, arquiteto

    argentino que o principal

    divulgador do projeto Puerto

    Madero, pode se orgulhar

    de ter concebido dois

    A

    s docas 7 e 8 de Puerto Ma-

    dero, com seus tijolos verme-

    lhos e arquitetura em estilo industrial

    ingls, so os smbolos deste bairro

    criado em Buenos Aires ao longo dos

    ltimos vinte anos e que atualmente

    representa o lado mais moderno da

    capital argentina. O trabalho de retro-

    fitdestes prdios-monumentos foi to

    significativo no contexto da obra que

    acabou deixando uma marca na bio-

    grafia profissional de Varas, ele prprio

    convertido graas a esta operao em

    um dos maiores especialistas em revi-

    talizao porturia do mundo.

    arqviva28/

    ARQ VIVA: Puerto Madero se tornou um exemplo

    bem-sucedido de recuperao de reas porturias

    e espaos pblicos degradados. Em sua opinio,

    o que faz este projeto ser to importante?Alberto Varas: Do ponto de vista do urbanismo,

    a importncia do projeto reside, mais do que

    tudo, em ter sido o primeiro grande trabalho

    contemporneo a criar um novo espao urbano

    na cidade a partir de uma grande infraestrutura

    obsoleta. Ele se distingue pela recuperao

    da relao com o rio da Prata e por permitir a

    emergncia de uma paisagem urbana diferente

    em concordncia com sua geografia costeira.

    ARQ VIVA: Em pouco mais de dez anos, mais de 1

    milho de metros quadrados j foram construdos

    em Puerto Madero. Alm dessa nova rea urbana,

    que outras mudanas este projeto trouxe para a

    vida dos habitantes de Buenos Aires?

    Alberto Varas: Um dos efeitos mais importantes

    do desenvolvimento urbano de Puerto Madero foi

    costurar o Norte ao Sul da cidade atravs do seu cais,

    de valor patrimonial e paisagstico. O Sul sempre foi

    uma rea degradada da cidade, principalmente nas

    proximidades da margem do rio. Esta interveno,

    alm das outras que se seguiram, conseguiu

    iniciar a recuperao dessa regio. Alm disso, a

    liberdade de ao que fornece este solo urbano

    que no est sujeito a restries construtivas tem

    permitido o desenvolvimento de novos programas

    e tipologias arquitetnicas inovadoras, tanto em

    instalaes residenciais como no que diz respeito

    aos equipamentos urbanos.

    ARQ VIVA: Quais foram as maiores lies

    ensinadas pelo Projeto Puerto Madero?

    Alberto Varas: No geral, a experincia de

    Puerto Madero pode ser considerada muito bem-

    sucedida, especialmente em seus mecanismos de

    gesto. No entanto, alguns aspectos de contedo

    urbano mostram fragilidades. Devido qualidade

    do local e, consequentemente, ao preo da terra,

    produziu-se ali uma alta concentrao de recursos

    da populao, sem excees. No foi levada em

    conta a necessidade de reas residenciais e espaos

    de trabalho para a populao de renda mdia, o que

    teria proporcionado uma maior integrao social

    no bairro. Outro aspecto que no foi bem resolvido

    inicialmente e deve ser melhorado no futuro

    o transporte pblico. A chegada aqui continua

    a ser difcil, sem contar que o uso de veculos

    particulares aumenta a poluio ambiental e sonora.

    ARQ VIVA: Projetos semelhantes esto em

    execuo em todo o mundo. Podemos falar

    de um fenmeno urbano?

    Alberto Varas:H muitos projetos desse

    tipo no mundo, mas ainda poucos na Amrica

    do Sul. A maioria desses projetos est integrada a

    transformaes de infraestrutura urbana bastante

    complexas, como o sistema de transporte e

    grandes parques urbanos. Outros, j concludos,

    aproveitaram a realizao de grandes eventos,

    como Barcelona e os Jogos Olmpicos de 1992, ou a

    comemorao do quinto aniversrio da descoberta

    da Amrica, em Gnova, para recuperar suas reas

    costeiras. A Copa do Mundo e as Olimpadas no

    Brasil oferecem uma enorme oportunidade para

    se criar novos espaos pblicos e infraestruturas

    mais modernas nas cidades costeiras.

    ARQ VIVA: Do ponto de vista arquitetnico

    e urbanstico, estes projetos oferecem tambm

    grandes oportunidades aos arquitetos.

    Alberto Varas: Sim. Mas tambm

    importante que ns, arquitetos, estejamos

    preparados para resolver estes projetos de grande

    complexidade em conjunto com profissionais

    de outras disciplinas para amenizar o impacto

    de obras deste porte. A revitalizao porturia

    um processo metablico, que gera sofrimento

    cidade com suas demolies e construes.

    ARQ VIVA:Mas eles tambm podem mudar e melhorar

    a relao dos moradores com suas frentes-de-gua?

    Alberto Varas: A revitalizao das reas

    porturias melhora substancialmente a qualidade de

    vida das cidades costeiras. Os antigos portos em si

    contm um grande potencial, com uma paisagem

    ps-industrial que pode ser convertida em espaos

    pblicos e de paisagismo. Naturalmente, eles se

    tornam pontos de passeio nas cidades e por isso

    que tantos municpios esto concentrados nisto.

    Mas para uso turstico, estas obras requerem uma

    reviso mais aprofundada, que oferea espaos

    pblicos que agreguem outras caractersticas,

    sejam elas culturais, como em um museu, ou de

    lazer, como nos aqurios e restaurantes.

    Fotodivulgaco

    A Copa do Mundo e as

    Olimpadas no Brasiloferecem uma enormeoportunidadepara secriar novos espaos pblicosnas cidades costeiras.

    Alberto Varas, arquiteto

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    6/12

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    7/12

    CINGAPURA

    Revitalizao futursticano distrito financeiro Quarto lugar mundial no ranking de ne-

    gcios e uma das naes mais prsperas do

    mundo, apesar da enxuta populao de 4,4

    milhes de habitantes em um territrio insular

    de 699 quilmetros quadrados, Cingapura

    no se envergonha de estar alterando suas

    feies para exibir uma face urbana mais

    ocidental. Por meio da arquitetura, o governo

    pretende transformar esta cidade-estado em

    uma verso tropical de Nova York, Paris ou

    mesmo Londres quando o assunto mercado

    financeiro. O ambicioso projeto de revitalizao

    batizado de Marina Bay o ponto de ouro

    desta operao. Em construo desde 2000

    e com a maior parte das obras j finalizadas, o

    novo distrito financeiro agrupa arranha-cus

    suntuosos, cassinos, a maior roda-gigante do

    mundo e um futurstico jardim botnico, o

    Gardens By the Bay.

    O complexo comercial e hoteleiro Marina

    Bay Sands, composto por trs torres idnticas

    de 50 andares, ficou famoso por sua piscina

    panormica instalada na cobertura, em for-

    ma de bote. Alm das caladas cobertas, a

    infraestrutura urbana da regio de pouco

    mais de 300 hectares conta com sistemas

    subterrneos para circulao de pedestres

    conectados s estaes de transporte cole-

    tivo, tudo para garantir que ningum falte

    ao trabalho, independente do clima. Para

    ser dado como completo, este projeto de

    US$ 14 bilhes, tambm custeado a partir

    de uma parceria entre governo e empresas,

    ainda precisa ver finalizado um terminal de

    cruzeiros internacionais.

    Diferentemente das obras do lado de c

    do mundo, o usufruto deste marco urbano

    asitico no ficar restrito contemplao ou

    a uma rotina de trabalho e lazer sobre a terra,

    nos parques e passeios arborizados. As guas

    do rio Cingapura, que desaguam nessa baa

    aterrada em 1970, podero ser usadas por seus

    habitantes para a prtica de vela, windsurfe e

    at mesmo pescaria sem contar que serve

    como reservatrio para a cidade.

    Arranha-cus modernos, mastambm jardins, passeios e reas de lazer:

    o prospecto do novo porto de Cingapura

    privilegia o bem-estar da populao.

    FotoUrbanRedevelopmentAuthoritySingapure

    arqviva30/

    O projeto de revitalizao, batizado deMarina Bay, agrupa arranha-cus,

    cassinos, jardim botnico e a maiorroda-gigante do mundo.

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    8/12

    arqviva /31

    RIO DE JANEIRO

    Atraes culturais no porto cariocaO Brasil est a um passo de se unir a

    este grupo. As obras da chamada Opera-

    o Porto Maravilha fazem parte do pacote

    olmpico que est alterando a rotina dos

    cariocas desde 2009, quando a cidade no

    passava de uma candidata a sede dos jogos.

    Assumidamente inspiradas pelo modelo

    espanhol, as transformaes incluem urba-

    nizao da rea das docas, inaugurao de

    dois museus, implantao de uma rede de

    Veculos Leves sobre Trilhos (VLT), amplia-

    o do sistema virio, abertura de ciclovias,

    melhorias da infraestrutura de gua, esgoto

    e escoamento e, ainda mais importante, a

    demolio do Viaduto Perimetral, o minhoco

    carioca, apontado como o responsvel pelo

    esvaziamento de toda esta grande fatia do

    centro histrico, separando os moradores

    do mar. Exatos 4,5 quilmetros deste algoz

    sero demolidos. Para compensar a ausn-

    cia, outros quatro quilmetros de tneis e

    duas avenidas expressas sero construdas,

    alm de 70 quilmetros de novas vias. Ao

    todo, os 5 milhes de metros quadrados que

    compem a regio porturia e seu entorno

    sero modificados.

    Como nas revitalizaes-modelo, a cria-

    o de novos espaos culturais a principal

    ncora deste projeto. O Museu do Amanh

    leva a assinatura do arquiteto espanhol

    Santiago Calatrava. Instalado numa rea

    de 30 mil metros quadrados no Per Mau,

    cercado por jardins, espelhos dgua e reas

    de lazer, a edificao de 15 mil metros qua-

    drados foi concebida para ser sustentvel.

    O sistema de climatizao interna utilizar

    as guas da Baa de Guanabara enquanto

    placas fotovoltaicas de captao de energia

    solar vo garantir a iluminao das obras. Na

    Praa Mau, o Museu de Arte do Rio (MAR),

    ao contrrio, vai reabilitar duas construes j

    existentes: o palacete Dom Joo VI, em estilo

    ecltico, da poca imperial, e um edifcio

    modernista. Para completar o novo perfil

    da cidade, uma parceria entre a Odebrecht

    Realizaes Imobilirias e a Performance

    Empreendimentos Imobilirios vai erguer

    sete torres corporativas e dois hotis. Quatro

    das torres tero 60 metros de altura acima

    do solo, e uma delas, 120 metros.

    A venda de Certificados de Potencial

    Adicional de Construo que vai permitir

    tal marca na silhueta do Rio. Os recursos

    captados fazem parte da Parceria Pblico-

    -Privada que est viabilizando todas essas

    mudanas. Esta espcie de sociedade facilita

    o financiamento privado de obras pblicas

    em troca do direito de explor-las mais tarde.

    Apenas a primeira fase do projeto, concluda

    no primeiro semestre deste ano, teve como

    origem de financiamento os cofres pblicos:

    R$ 136 milhes foram usados na melhoria de

    caladas, iluminao pblica e das redes de

    gua, esgoto, gs e drenagem. A segunda

    fase, mais longa e tambm a mais visvel, s

    deve terminar em 2016. Temos uma regio

    muito rica em valor histrico e arquitetnico

    que esta operao urbana est potenciali-

    zando. Ela promover uma transformao

    profunda, declara o presidente da Companhia

    de Desenvolvimento Urbano da Regio do

    Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Jorge Arraes.

    A revitalizao vai alterar

    a silhueta carioca: graas

    aos Cepacs, os novos prdios

    podero ter at 60 andares.

    _especl_ubnsmo

    Imagem

    simulaodigitalPrefeituraMunicipaldoRiodeJaneiro

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    9/12

    arqviva32/

    SANTOSInvestimento privado na recuperao

    do mais importante porto brasileiro

    O Projeto Valongo Santos vai tirar damarginalidade os armazns mais antigos

    do maior porto da Amrica Latina. Sem uso

    h dcadas, apesar do volume intenso de

    trabalho por ali (quase 30% do comrcio

    exterior do Brasil), todo o espao entre os

    galpes 1 e 8 ser readequado para fun-

    cionar como complexo de lazer e nutico

    a partir de 2013. Um centro de convenes,

    um museu porturio, bares, restaurantes,

    galerias de arte e at mesmo a nova sede do

    Instituto Oceanogrfico da Universidade de

    So Paulo (USP) vo ocupar os espaos hoje

    ociosos. A estrutura totalizar 140 mil metros

    quadrados de rea construda, incluindo as

    edificaes restauradas, novas construes

    e intervenes em terra e no mar.

    Pelo menos R$ 555 milhes sero in-

    vestidos. Boa parte destes recursos vir da

    iniciativa privada. Alm disso, a prefeitura

    pretende criar um novo terminal de pas-

    sageiros, capaz de receber at trs navios

    ao mesmo tempo e 12 mil passageiros por

    dia. Com as obras, o porto finalmente vol-

    tar a ter contato com o Centro Histrico

    e o Valongo, antigo bairro aristocrtico da

    cidade, hoje s voltas com borracharias e

    oficinas mecnicas. Pedestres e ciclistas sero

    privilegiados, e no os carros. Ao invs de

    ruas, o projeto prev a abertura de grandespasseios e faixas para bicicletas. A ligao

    entre a cidade e a linha dgua ser feita

    por meio de VLT. E os caminhes, pesadelo

    deste osis urbano, que hoje cortam o bairro

    do Valondo, sero desviados para baixo do

    solo: uma passagem subterrnea deve sair

    do papel j no ano que vem.

    SALVADORIncentivo ao turismo emtempos de Copa do Mundo

    Um novo terminal de passageiros tam-

    bm promete melhorar a vida dos 260 mil

    passageiros que fazem escala na capital

    baiana a cada ano e modernizar o Porto de

    Salvador, o mais antigo do pas, justamente

    no ano do seu centenrio. A obra orada

    em R$ 30,2 milhes faz parte do Programa

    de Acelerao do Crescimento (PAC da

    Copa) e prev a construo de espaos de

    lazer, restaurantes e toda a infraestrutura

    de um receptivo turstico, como guichs

    alfandegrios e reas para o despacho de

    bagagens e check-in. Os galpes 1 e 2 sero

    demolidos para dar lugar s novas estruturas

    que ocuparo uma rea de 3,4 mil metros

    quadrados, em um projeto que, se no

    valorizado por um plano esttico apurado,

    pelo menos vai resolver o problema dafalta de conforto de quem chega ao local,

    atualmente o terceiro maior destino de

    cruzeiros martimos do pas, atrs apenas

    de Santos e Rio de Janeiro. O terminal ter

    sistema de refrigerao e ser construdo

    de acordo com os padres internacionais,

    garante o presidente da Companhia de

    Docas do Estado da Bahia (Codeba), Jos

    Muniz Rebouas. Mais do que o legado da

    Copa para a cidade, esta obra vai marcar o

    incio do processo de revitalizao de todo

    o bairro do Comrcio, finaliza.

    O ATRASO DE PARANAGUApesar do grande potencial

    turstico, o porto paranaense aindasofre com a falta de investimentos

    para atrair visitantes

    T

    erceiro maior porto pblico do pas, com

    trs quilmetros de beros (pontos de

    atracao das embarcaes no cais) e respons-

    vel por 4,9% do movimento de cargas do Brasil,

    o Porto de Paranagu passa ao largo do conceito

    de abandono se comparado com as demais zo-

    nas porturias citadas nesta matria. Mesmo as-

    sim, seu entorno e sua infraestrutura esto longe

    de ser exemplares. Falta ao grande canal de esco-

    amento de soja e gros um lado mais humano.

    A cidade tambm vive s moscas quando

    o assunto so atrativos culturais e de lazer. A

    tal ponto que at mesmo a construo de um

    terminal de passageiros, em fase inicial de estu-

    dos de viabilidade, esbarra no problema do d-

    ficit de hospedagem e infraestrutura turstica.

    Existe esta proposio de um plano piloto de

    expanso para ser executado dentro de 10 a 20

    anos, que poderia dar uma cara mais amigvel

    ao porto, comenta o arquiteto e professor Car-

    los Garmatter Netto, da Secretaria de Turismo

    do Estado do Paran. No entanto, ela se limita

    criao de um terminal de passageiros, que

    para sair do papel ter de estar conectada a um

    grande complexo hoteleiro, acrescenta.

    FotoGermanoLders/AbrilImagens

    Do mais movimentado ao

    mais humano: reformas vo

    integrar reas entre os armazns 1

    e 8 ao centro histrico de Santos.

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    10/12

    i

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    11/12

  • 7/30/2019 ARQVIVA, ed.03

    12/12