Arte Naval - Cap. 03

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    1/58

    CAPTULO 3

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS

    SEO A CLASSIFICAO GERAL;NAVIOS DE GUERRA

    3.1. Classificao geral Os navios e embarcaes menores podem serclassificados, de modo geral, como se segue:

    a. Quanto ao fim a que se destinam(1) de guerra;(2) mercantes;(3) de recreio; e

    (4) de servios especiais.b. Quanto ao material de construo do casco(1) de madeira;(2) de ferro ou de ao;e(3) de cimento armado;c. Quanto ao sistema de propulso(1) a vela;(2) a remos;(3) propulso mecnica; e(4) sem propulso.

    3.2. Navios de guerra So os navios construdos especialmente paraconduzir as campanhas navais ou que estejam sob comando militar, arvorando flmulaou pavilho e a bandeira do pas a que pertencem.

    Os navios de guerra so classificados em navios de combate e navios auxili-ares. Os primeiros podem ser definidos como navios destinados a aes ofensivassendo, para isso, dotados de armas capazes de infligir ao inimigo o maior danopossvel.

    Navios auxiliaresso todos os empregados no suprimento, manuteno e

    reparo dos demais navios de guerra e instalaes navais, transporte de tropas,remoo de feridos etc. Em geral, eles so designados de acordo com o emprego;h muitos tipos, alguns especialmente desenhados para o fim a que se destinam,enquanto outros so adaptados.

    Tnder um navio que serve como base a determinada classe de navios,possuindo oficinas para reparos, paiis de sobressalentes, suprimentos e aloja-mentos para as tripulaes destes navios.

    Antigamente, na disposio clssica de uma esquadra para a batalha, os naviosmais poderosos constituam uma linha de batalha, de onde podia ser concentrada

    uma grande potncia de fogo sobre o adversrio. Da a denominao de navios delinha dada aos encouraados e cruzadores de batalha. Em tal classificao os cruza-dores pesados e leves, contratorpedeiros e demais navios de guerra menores eramconsiderados navios ligeiros: unidades menos armadas, menos protegidas, masdotadas de grande velocidade e mobilidade. Porta-avies e submarinos constituam

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    2/58

    ARTE NAVAL92

    grupos parte. Hoje, se bem que ainda possam ser citadas, as expresses naviosde linha e navios ligeiros no devem constituir base para uma classificao geralque possa incluir todos os navios de combate.

    Avies e msseis tornaram ilimitadas as distncias de combate, e no pro-

    vvel que as foras navais modernas se defrontem em linha de batalha.Na Segunda Guerra Mundial, a unidade bsica de combate foi a Fora-Tarefa(FT) que, como o nome diz, uma fora especialmente organizada para cumprirdeterminada tarefa. Como a tarefa pode variar, tambm varia a composio da FT,que no , portanto, uma fora de constituio padronizada.

    A propulso nuclear permitiu um aumento extraordinrio da velocidade dosnavios e autonomia praticamente ilimitada. Nos submarinos, isto significa que nada(a no ser a fadiga de sua tripulao) os obrigar a vir superfcie, podendo operara altas velocidades e grandes profundidades por longos perodos.

    Os submarinos tm aumentado em tamanho, potncia propulsora, capacida-de defensiva e poder de destruio, tornando-se verdadeiros cruzadores submersos;podem atacar qualquer inimigo, inclusive instalaes de terra, por meio de msseis,sem vir superfcie.

    Nos navios de superfcie de propulso nuclear, a chamin, admisses de arpara o motor e grandes tanques de combustvel foram eliminados; as superestrutu-ras foram reduzidas, permitindo a instalao de novos equipamentos eletrnicos egrandes antenas de radar; os navios podem se manter totalmente fechados, diminu-indo a vulnerabilidade de sua instalao propulsora aos danos de combate e evitan-

    do o perigo de contaminao por agentes biolgicos e radioativos.Os navios modernos no tm grandes canhes; quase todos so armadoscom msseis e canhes automticos de pequeno calibre e tiro rpido, podendoainda transportar bombas anti-submarino, torpedos, minas e helicpteros. A bateriaprincipal constituda por msseis de superfcie-superfcie ou de superfcie-ar.

    No se pode mais estabelecer uma classificao rgida de navios de guerra,especificando as caractersticas essenciais de cada tipo. A incluso de um navioligeiro na categoria de cruzador leve, fragata ou contratorpedeiro, depende de umaclassificao arbitrria da Marinha de cada pas. No h uma linha divisria entre

    deslocamento, armamento e velocidade desses navios, e cada um deles tem hojefunes mltiplas, misturando-se vrias de suas antigas atribuies; qualquer umdaqueles navios, de modo geral, pode ser destinado guerra anti-submarino, oufazer parte de uma cobertura para defesa antiarea, ou ser destacado frente deuma fora naval, como piquete ou saltador.

    No que se refere propulso, todos os tipos esto sendo empregados nosnavios de guerra: turbina a vapor, turbina a gs, motores diesel de alta velocidade epropulso nuclear.

    3.3. Porta-Avies ou Navio-Aerdromo (NAe)a. Caractersticas gerais Os porta-avies ou navios-aerdromos sounidades capazes de levar a aviao a reas distantes onde no haja pistas terrestresutilizveis. Eles devem operar, manter, abastecer e reparar as aeronaves com rapideze eficincia. Um navio-aerdromo , quase sempre, parte integrante de uma FT,

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    3/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 93

    estando pronto para participar nas campanhas navais em quase todas as opera-es e aes de guerra naval. Sua importncia pode ser avaliada, principalmente,pelo enorme alcance de sua armas, ou seja, avies e helicpteros.

    Navios-aerdromos transportam diferentes tipos de aeronaves cujas tarefas

    principais so as seguintes:(1) patrulha e observao das foras navais de superfcie, submarinos e aero-naves inimigas;

    (2) ataques s foras navais, a navios isolados inimigos e a instalaes deterra;

    (3) proteo do prprio navio e de suas aeronaves, ou de outros navios, contraa aviao adversria; e

    (4) busca e ataque a submarinos.Os porta-avies, com suas aeronaves e a FT ao seu redor, so o corao de

    uma fora naval. A principal caracterstica da estrutura dos porta-avies um grandeconvs corrido, sem obstrues, servindo para pista e espotagem das aeronaves,chamado convs de vo. Todas as instalaes que devem estar situadas no passa-dio, ou nas proximidades dele, so concentradas numa superestrutura lateral, toestreita quanto possvel, em geral a boreste, chamada ilha. As instalaesnecessrias manuteno dos avies so encontradas cobertas abaixo. A primeiracoberta o hangar, onde so guardados os avies. Alojamentos do pessoal, oficinas,paiis de sobressalentes e de material de manuteno ocupam os diferentes espaosinternos. Hangares e oficinas exigem grandes espaos livres de obstrues e, por

    isso, no se encontram ps-de-carneiro, predominando a estrutura transversal, comonos navios-tanques.Para transporte das aeronaves h dois ou trs elevadores grandes e rpidos,

    que tm 1/4 a 1/3 da largura do convs, e na posio superior ficam rente a ele.Os NAe apresentam, normalmente, um convs de vo, reforado para rece-

    ber avies a jato mais pesados, tornando-se o convs resistente do navio que, emalguns casos, encouraado. um convs em ngulo, permitindo que os aviesdesam a um ngulo de 8 a 10 graus para bombordo da linha de centro do navio.Assim, o avio pode decolar novamente caso no tenha pego o cabo do aparelho de

    travamento (ou parada), sem colocar em perigo as operaes de lanamento dosoutros avies na proa. Deste modo as fainas de lanamento e recolhimento podemser realizadas simultaneamente. Com este dispositivo, e o advento da catapulta avapor, o tempo para lanar os avies ficou reduzido metade.

    Um sistema de espelhos para orientar o pouso e um aperfeioado aparelhode travamento tornam as descidas mais seguras.

    Como proteo, os NAe mais modernos dispem de couraa, compartimen-tos estanques e um perfeito sistema de controle de avarias.

    Os porta-avies conseguem desenvolver grandes velocidades e possuem boa

    estabilidade de plataforma para facilitar a decolagem e o pouso dos avies. Nessasoperaes o navio deve manter a proa na direo de onde vem o vento, ou toprximo a ela quanto possvel, mantendo a velocidade necessria para fazer umvento aparente no convs de cerca de 30 ns. O quadro a seguir apresenta dadoscomparativos de porta-avies:

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    4/58

    ARTE NAVAL94

    sacitsretcaraC EAN oluaPoS essalC ztimiN

    otnemacolseD sadalenot000.03 sadalenot000.001

    otnemirpmoC sortem562 sortem043

    acoB sortem2,15 sortem55

    odalaC sortem5,8 sortem21

    aicntoP PH000.621 PH000.082

    edadicoleV sn23 sn53edamica

    oalupirT snemoh009.1 snemoh000.6

    satlupataC saud ortauq

    sevanoreaedsoremN 04edacrec 001edacrec

    A diferena bsica entre os porta-avies e as demais unidades de combate que eles lanam seus projteis por meio de avies, em vez de canhes e tubos detorpedo. Portanto, o alcance de seu armamento ofensivo muito maior que o dosdemais navios.

    A defesa fixa do NAe consiste numa boa concentrao de msseis ou ca-nhes de tiro rpido de superfcie e antiareos. Este armamento geralmente colo-cado na primeira coberta ou na superestrutura. A principal defesa, contudo, suaaviao de caa.

    A proteo de couraa bem menor que a dos encouraados e dos cruzado-res. Admite-se que se tenha feito grande progresso na proteo abaixo dgua nosporta-avies modernos, mas, de modo geral, esta ainda considerada a qualidademais deficiente. A necessidade de ter um grande convs, muito elevado em relao linha de flutuao, significa um alvo maior que qualquer outro navio de igual deslo-camento; alm disso, os porta-avies transportam sempre grande quantidade degasolina de aviao, bombas e artefatos de artilharia, isto , inflamveis perigosos.So, pois, navios de grande poder ofensivo, que no podem se proteger adequada-mente, precisando de cobertura de outros tipos de navios para serem bem defendi-

    dos. No h dvida que devem ser protegidos por seus prprios avies de caa epossuir boa velocidade para se evadirem. As experincias dos combates nos lti-mos conflitos mostram que os porta-avies e outros tipos de navios de superfciecompletam-se nas diferentes misses.

    Os porta-avies ASW so considerados adequados para controle de reamartima, enfrentando ameaas de superfcie e, principalmente, submarinas.

    O porta-avies deve ser o ncleo de uma FT capaz de operar onde os aviesbaseados em terra no conseguem alcanar. Caso contrrio, mais interessanteoperar a partir de terra firme.

    b. Histrico A primeira decolagem de um avio de rodas feita em navio foirealizada por Eugene Ely, em 1910, num convs provisrio instalado na popa docruzador americano Birmingham. Pouco depois, o mesmo piloto decolou e pousoucom sucesso numa plataforma de madeira construda sobre as torres de r doencouraado americano Pennsylvania.

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    5/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 95

    Durante a Primeira Guerra Mundial, vrios navios transportaram avies, masnenhum deles oferecia condies de segurana para o pouso. Os avies decolavamdo convs, mas este no era suficientemente grande para permitir o pouso, e osaparelhos eram obrigados a aterrissar flutuando na gua at serem iados parabordo. Nessa mesma poca ia sendo estudada a catapulta, aparelho destinado aolanamento de avies, por meio de ar comprimido ou vapor, em qualquer tipo denavio; o primeiro navio de guerra que utilizou uma catapulta foi o americano NorthCarolina, em 1916.

    O precursor dos porta-avies atuais, com um convs bastante grande e safopara permitir a decolagem e o pouso de avies de roda, foi o ingls Argus, cujaconstruo foi terminada em setembro de 1918, dois meses antes de findar a PrimeiraGuerra Mundial. Entretanto, somente em 1922 surgiram os primeiros aparelhos parafazer parar o avio no pouso, permitindo-lhe pousar mesmo em ms condies detempo e mar. Da para os dias de hoje, houve importantes melhoramentos no desenhodos porta-avies, tais como o aumento e o arranjo do convs de vo, o aumento develocidade, os progressos na proteo estrutural e nos aparelhos de travamento,bemcomo novos dispositivos para evitar a interferncia da fumaa das caldeiras nasoperaes dos avies.

    c. Tipos No existeuma padronizao para aclassificao dos porta-avies,pois cada marinha adota umsistema diferente. De uma

    maneira geral, podemos dividi-los em dois grupos:

    Grandes porta-avi-es Pertencem a este grupoos porta-avies convencionaisou nucleares, onde podemosincluir os norte-americanos daClasse Nimitz(fig. 3-1), o bra-sileiro So Paulo (fig. 3-2), o

    Fig. 3-2 NAe So Paulo

    Fig. 3-1 NAe Classe Nimitz

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    6/58

    ARTE NAVAL96

    francs Charles De Gaullee o sovitico Admiral Kuznetzov, aptos a utilizar caasmodernos de mesmo desempenho das aeronaves baseadas em terra. Por seremmuito caros e utilizarem aeronaves igualmente caras, esses navios acabam tornando-se um investimento para poucos pases.

    O Admiral Kuznetzov, criado dentro da filosofia sovitica da Guerra Fria,otimizado no combate anti-submarino e antinavio, tambm se adapta projeo defora ao redor do globo, razo pela qual o nico porta-avies ainda em operao naMarinha russa. O Charles De Gaulle o nico porta-avies com propulso nuclearque no pertence aos EUA.

    Pequenos porta-avies Neste grupo esto o ingls Invencible, oespanhol Principe de Asturias, o italiano Giuseppe Garibaldie o tailands ChakriNarubet, que operam com avies STOL da famlia Harrier. O Minas Gerais (fig. 3-3), desativado em outubro de 2001, seria o ltimo de sua classe, utilizando aviesconvencionais leves, como os Skyhawk A4 (na Marinha brasileira recebeu adesignao de AF-1).

    3.4. Submarinos (S)a. Funes O submarino um navio capaz de imergir, podendo operar na

    superfcie do mar ou abaixo dela.Tornando-se praticamente invisvel enquanto imerso e podendo avistar os outros

    navios por meio do periscpio, o submarino essencialmente uma arma de surpresa,que pode aproximar-se do inimigo para lanar seus torpedos. Possui grande raio deao em virtude de poder transportar leo combustvel em grande quantidade. Suaprincipal fraqueza era a reduzida velocidade: cerca de 16 ns na superfcie e 10 nsem imerso, nos melhores tipos construdos antes de 1939. Entretanto, ossubmarinos modernos podem atingir 30 ns, ou mais, em imerso.

    A misso principal dos submarinos afundar os navios inimigos por meio detorpedos. Podem operar sozinhos ou em flotilhas. Foram muito utilizados na guerrade corso, contra os navios inimigos, de comrcio ou de guerra. Na Segunda GuerraMundial, os submarinos tiveram os mais diferentes empregos. Fizeram misses dereconhecimento em praias inimigas e desembarcaram comandos em pequenas

    Fig. 3-3 NAel Minas Gerais

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    7/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 97

    ilhas. Em 1942, pouco antes de os americanos abandonarem as Filipinas, ossubmarinos foram levar munio e medicamentos, e evacuaram ouro e outros valores.Tambm evacuaram civis e feridos. Em outras operaes, foram utilizados paraobservao, permanecendo imersos nas proximidades dos portos inimigos. Muitossubmarinos-mineiros tambm foram usados operando na superfcie ou em imerso.

    As duas guerras mundiais do sculo passado resultaram em notveldesenvolvimento dos submarinos. Hoje em dia, temos o submarino de propulsonuclear (submarino nuclear), que, alm de poder realizar as mesmas tarefas dosubmarino convencional, aperfeioado em muitos aspectos, alm do que diz respeito sua propulso. Alguns pases convergem para a construo de submarinos compropulso independente do ar atmosfrico (AIP Air Independent Propulsion), queprescinde da utilizao do esnorquel, pois a combusto necessria para os motoresseria realizada com o submarino imerso, a qualquer profundidade, sendo o oxignioobtido da prpria gua do mar por meio de processos qumicos.

    O submarino nuclear de msseis balsticos (SNMB) um elemento das forasestratgicas de dissuaso. Ele tem duas guarnies, uma descansando e outrafazendo patrulha. Os maiores SNMBs tm 560 ps de comprimento e deslocamentode 18.750 toneladas, submersos.

    Mais recentemente, em 1996, foi comissionada uma nova classe desubmarinos, os SSN Seawolf(fig. 3-4), com 353 ps de comprimento e deslocamentode 9.150 tons. Esta classe est equipada com diversas melhorias tecnolgicas quepermitem seu deslocamento a velocidades muito altas (acima de 30 ns) irradiandoum pequeno rudo hidrodinmico. Ademais, podem lanar msseis tticos Tomahawk,

    com grande alcance e poder de destruio (ogivas convencionais e nucleares).

    Fig. 3-4 Submarino Classe Seawolf

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    8/58

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    9/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 99

    outro de descarga. O tubo de descarga mais curto que o de aspirao, para evitarque os gases da combusto sejam aspirados novamente com o ar puro; isto temainda a vantagem de permitir que os gases possam ser descarregados dentro dgua.Ambos os tubos so alagados quando o submarino navega com as baterias.

    Os submarinos tm seus tubos de torpedo localizados na proa e/ou na popa(sendo uma tendncia das novas classes contemplar apenas os tubos na proa). Ostorpedos so transportados dentro dos tubos e tambm em beros a eles destinados.

    Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, a Marinha americana tinha maisde 200 submarinos de esquadra, que haviam realizado com xito a campanha doPacfico. Eles tinham notveis equipamentos e excelentes qualidades de manobras,1.925 toneladas de deslocamento na superfcie e velocidade de 10 ns em imerso.

    Adaptando a esse tipo de navio o esnorquel; retirando o canho, apndices eoutras projees externas ao casco; alterando a relao boca/comprimento, demodo a torn-lo mais curto para obter maior eficincia na navegao imersa;

    modificando o desenho do casco para formas hidrodinmicas, a Marinha americanaobteve depois da guerra um novo tipo que se libertou definitivamente da navegaona superfcie e desenvolvia maior velocidade em imerso do que na superfcie. Coma propulso nuclear, novos progressos foram conseguidos, e um submarino modernodifere daquele tipo, em desenho e equipamentos, nas seguintes caractersticasprincipais:

    O casco em forma de gota, sendo a proa bulbosa, ao contrrio dossubmarinos antigos, que tinham formas finas e a proa afilada para melhor fender omar na superfcie; a parte horizontal do convs mnima, ou no existe; a vela

    fina, assemelhando-se s nadadeiras dorsais dos peixes; o passadio muitopequeno, mal alojando dois homens, permitindo aumentar as qualidades de manobras;os timoneiros operam sentados e o equipamento de manobra dos lemes se assemelhaao de um avio, pois as evolues so muito rpidas; a velocidade mxima mantidaem imerso superior a 30 ns, e o submarino pode imergir a centenas de metrosde profundidade; a capacidade de operar em imerso limitada apenas pelaresistncia fsica e psicolgica dos tripulantes; foram obtidos novos progressos nosequipamentos sonar e de direo do tiro; h equipamentos para navegao inercial,navegao astronmica, e navegao por satlite (GPS); em alguns submarinos

    foram instalados aparelhos de lanamento de msseis guiados ou msseis balsticos,alm de torpedos.Pode-se dizer que esses submarinos modernos resultaram da combinao

    dos desenhos de dois submarinos experimentais: o Nautilus, o primeiro de propulsonuclear, e o Albacore, de casco hidrodinmico em forma de gota.

    Os mais recentes submarinos nucleares de msseis balsticos so os daclasse Ohio(fig. 3-6). Esses submarinos deslocam 16.600 toneladas, na superfcie,e 18.700 toneladas, submersos. Seus msseis so do tipo Trident-I, que tm umalcance de mais de 4.000 milhas. Alm de 24 tubos para lanamento de msseis,

    esses submarinos possuem 4 tubos de torpedo MK-68.Convm acentuar as qualidades tpicas dos submarinos, que se aplicam atodos eles, qualquer que seja o desenho, mtodo de propulso ou funes especficas.A caracterstica bsica a ocultao. Se esta no for necessria a determinadamisso, o submarino torna-se ento o meio mais difcil e mais caro de execut-la.

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    10/58

    ARTE NAVAL100

    Outra caracterstica que eles operam abaixo da superfcie, onde o estado do mar,ventos, tempestades e gelo no os afetam. Operando em uma terceira dimenso a profundidade os submarinos podem escolher a camada de gua mais favorvel a

    seus sensores de escuta (sonares), mantendo-se em operao silenciosa.Os submarinos nucleares, mais do que seus antecessores, se prestam aoperaes prolongadas, a grande distncia das bases, em reas prximas do inimigo;eles no precisam operar em foras balanceadas, nas quais os navios se apiammutuamente. Assim, se corretamente utilizados, os submarinos podem, mesmoisoladamente, obter resultados muito grandes relativamente aos meios empregados.Certo nmero deles pode se manter em qualquer ponto dos oceanos, pronto adesfechar um ataque termonuclear, constituindo uma permanente ameaa a qualquernao agressora que tente iniciar uma guerra atmica.

    c. Histrico A histria do submarino intimamente ligada aodesenvolvimento do torpedo, pois tal navio foi desenhado para usar esta arma commaior impunidade que o torpedeiro. O Housatonic, bloqueando Charleston, em 1864,foi o primeiro navio afundado por um torpedo amarrado proa de um submarino, quefoi a pique tambm, com sua tripulao de 9 homens. Muito antes, porm, j sepensara em submarinos. Os primeiros planos, ao que parece, foram os de Leonardoda Vinci, no princpio do sculo XVI. Depois, em 1624, o holands Cornelius VanDrebel construiu o primeiro submarino que se conheceu, de propulso a remos, queimergiu a 5 metros. Em 1771, o norte-americano David Bushnell desenhou os planos

    de um submarino de guerra; em 1801, Roberto Fulton, tambm norte-americano,lanou o Nautilus, no Rio Sena, em Paris. Em 1863, foi construdo na Frana oPlongeur. De 1885 a 1888, Nordenfelt construiu 4 submarinos, os primeiros queusaram torpedos automveis. Iniciou-se ento uma poca de grande progresso naconstruo de submarinos, na Frana, a partir de 1888. Nesse ano, foi lanado ao

    Fig. 3-6 Submarino Classe Ohio

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    11/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 101

    mar o submarino Gymnote, de 30 toneladas, desenhado a princpio por Dupuy deLome, sendo o desenho depois modificado por Gustave Zed. Em seguida apareceu,no mesmo pas, o Gustave Zed, de 270 toneladas de deslocamento. Devido aogrande sucesso obtido, o Ministrio da Marinha da Frana instituiu um prmio parao melhor desenho de submarino, e o vencedor foi Max Laubeuf com oNarval, terminadoem 1900, sendo este o primeiro submarino de casco duplo.

    Nos Estados Unidos, em 1875, John Holland iniciou a construo desubmarinos; na Alemanha, os primeiros navios deste tipo foram construdos em1890.

    Somente em 1900, contudo, Holland conseguiu construir um submarino aceitopela Marinha americana; eram os primeiros com a forma aproximada dos atuais:tinham bateria para navegar em imerso e motor a gasolina na superfcie; assim,pela primeira vez, os submarinos se libertavam da superfcie do mar, pois at entopodiam navegar em semi-imerso, porque eram acionados por motores a gasolina.

    Os motores diesel foram usados em submarinos americanos em 1912, poucoantes da Primeira Guerra Mundial, eliminando-se assim as desvantagens dos motoresa gasolina (fumaa e gases perigosos).

    Pode-se dizer que o submarino de hoje um produto das duas guerrasmundiais do sculo passado, durante as quais os alemes se dedicaram intensamenteao desenvolvimento dessa arma. Em 1941, no ataque a Pearl Harbour, os japonesesutilizaram submarinos de dois tripulantes; em 1943 os alemes comearam a lanarem grande escala seus submarinos com esnorquel. Por outro lado, a Marinhaamericana, animada com o enorme sucesso de seus submarinos de esquadra frente

    aos japoneses na ltima guerra, dedicou-se intensamente ao desenvolvimento dessesnavios, a partir de 1946.

    Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha construiu submarinosexperimentais, cuja mquina propulsora no dependia da atmosfera, sendo acombusto realizada com o oxignio obtido de decomposio do perxido dehidrognio. Mais tarde essas experincias foram repetidas sem grande xito pelaMarinha americana; mas em 1956 os ingleses lanaram novamente submarinosexperimentais de perxido de hidrognio, de alta velocidade em imerso.

    Em 14 de junho de 1952, a Marinha americana iniciou a construo do Nautilus,

    o primeiro navio de propulso nuclear do mundo, que foi incorporado esquadra em30 de setembro de 1954. O segundo e o terceiro submarinos nucleares foram oSeawolfe o Skate. O Seawolf permaneceu imerso durante 2 meses, de 6 de agostoa 6 de outubro de 1958.

    Em viagem considerada histrica, o Nautilusnavegou imerso sob a calotapolar, pela primeira vez, de 23 de julho a 5 de agosto de 1958, viajando 1.830 milhassob o gelo, do Pacfico ao Atlntico. Nessa ocasio, navegando em sentido inverso,o Skateatingiu o Plo Norte, emergindo a 40 milhas dele, num lago gelado, em 3 deagosto de 1958.

    3.5. Cruzadoresa. Funes Os cruzadores so navios de tamanho mdio, grande

    velocidade, proteo de casco moderada, grande raio de ao, excelente mobilidadee armamento de mdio calibre rpido. Msseis de longo alcanceso as principais

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    12/58

    ARTE NAVAL102

    armas de um cruzador moderno, capacitando o navio a prover defesa antiarea eantinavio paraum grupo de batalha nucleado em um NAe, alm da possibilidade delanamento de msseis de cruzeiro com finalidades estratgicas e tticas.

    Possuem ainda grande capacidade A/S (sonares, helicpteros orgnicos,torpedos, foguetes etc.) e diversos equipamentos de guerra eletrnica, propriedadesessas que os tornam navios empregados nas mais diferentes tarefas.

    Os cruzadores podem enfrentar qualquer outro navio em condies favorveis.Suas principais tarefas so:

    (1) proteo de um grupo de batalha nucleado em um NAe;(2) coberturas de FT e apoio a operaes anfbias;(3) guerra de corso contra a navegao mercante;(4) ataque contra alvos estratgicos; e(5) escolta de comboios.b. Tipos Os cruzadores construdos at a Segunda Guerra Mundial eram

    classificados em cruzadores pesados e cruzadores ligeiros. lgico admitir que oscruzadores pesados eram maiores e mais poderosos, mas a base desta classificaono era o tamanho, e sim o armamento, sendo considerados cruzadores pesadosos que tinham canhes de mais de seis polegadas em sua bateria principal ecruzadores ligeiros aqueles cujos canhes eram menores. Havia ainda os cruzadoresde batalha, navios que, em comparao com os encouraados, tinham canhes demesmo calibre, mas em menor nmero, possuam maior velocidade e menor couraa.

    Os cruzadores pesados (CP) possuam uma bateria principal de oito a dezcanhes de 8 polegadas, dispostos em torres duplas encouraadas, ou nove canhes

    em torres trplices. Sua bateria secundria era constituda de oito a doze canhesde 5 polegadas e a bateria antiarea por um grande nmero de armas automticaspara tiro a curta distncia. Possuam proteo de couraa e alguns CP levavamhidroavies ou helicpteros.

    Os cruzadores ligeiros tinham uma bateria de oito a dezesseis canhes de 5ou 6 polegadas, de duplo emprego. A bateria antiarea era constituda por um grandenmero de armas automticas. Podiam levar um hidroavio ou helicptero e possuamleve proteo de couraa.

    Atualmente, com o desenvolvimento de novos armamentos, a denominao

    dada aos diversos tipos de cruzadores mudou e tornou-se muito fluida, variando demarinha para marinha. Embora tenha surgido novos tipos de cruzadores, queconstituem uma evoluo dos cruzadores ligeiros, em algumas marinhas eles aindarecebem esta denominao.

    Os cruzadores pesados ainda existentes so remanescentes da SegundaGuerra Mundial ou construdos na dcada seguinte quele conflito. Navios comcaractersticas de deslocamento e velocidade similares aos antigos cruzadores debatalha, dotados de menor nmero de canhes e grande nmero de msseis antinavio,antiareo e armamento A/S esto sendo construdos.

    Atualmente, por possurem capacidade de lanamento e recolhimento deaeronaves, os cruzadores apresentam uma flexibilidade a mais ao utiliz-las comovetor de armas, tanto para o ambiente de superfcie, quanto na guerra A/S. Existemainda os cruzadores lanadores de msseis guiados, categoria esta onde se encontraa maioria dos cruzadores modernos em servio ativo. So navios de 6.000 a 10.000

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    13/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 103

    toneladas de deslocamento, dois a quatro canhes de at 5 polegadas, grandequantidade de msseis antiareos e antinavios; excelentes equipamentos de guerraeletrnica; boa capacidade A/S, com lanadores de foguetes ou msseis anti-submarinos, lanadores de torpedo e sonares; e em alguns casos disponibilidadede msseis de cruzeiro de longo alcance utilizados em ataques estratgicos.Normalmente podem operar com dois helicpteros de mdio porte.

    c. Histrico Os cruzadores descendem, sem dvida, das antigas fragatas.A grande revoluo industrial que permitiu, em meados do sculo passado, asubstituio quase simultnea da vela pela mquina a vapor e da madeira pelo ferroresultou em profundas modificaes nos mtodos da guerra naval. Em 1860,comearam a surgir as primeiras fragatas dotadas de couraa, assumindo logodepois um papel preponderante na linha de batalha, e sentiu-se a necessidade dedar s fragatas mais velozes e menos armadas uma funo de observao avanada.

    Na Guerra Civil norte-americana (1860-1865) apareceu o cruzador ligeiro, um

    navio levemente armado, sem proteo, destinado a dar caa aos navios de comrcioe reprimir o contrabando. Pouco depois surgia o cruzador protegido, dotado de umacoberta protetora e subdivises internas adequadas.

    Entretanto, somente em 1889 que comearam a aparecer os modernoscruzadores, tendo a Inglaterra nesse ano mandado construir navios que classificavaem trs tipos: cruzadores de 1a, 2ae 3aclasses.

    No princpio do sculo XX a Inglaterra construiu os cruzadores de batalha. Nabatalha da Jutlndia, em 1916 (Primeira Guerra Mundial), trs cruzadores de batalhaingleses foram afundados com quase toda a tripulao: o Invencible, o Indefatigable

    e o Queen Mary. Todos eles explodiram depois de alguns impactos e admitiu-se queos projteis tenham atingido os paiis de munio devido sua leve couraa. Omesmo fato repetiu-se em 1941 (Segunda Guerra Mundial) com o Hood, tambmingls e o maior navio do mundo em sua poca, liquidado com a terceira salva doencouraado alemo Bismarck.

    Os tratados assinados depois de 1918 proibiam a Alemanha de construirnavios de guerra com mais de 10.000 toneladas de deslocamento. Tendo isto emvista, esse pas construiu trs navios, o Almirante Graf Spee, o Almirante Scheereo Deutschland(este nome foi mudado em 1940 para Ltzow), os quais classificoucomo Panzerschiffe (navio encouraado). At 1939 pouco se sabia sobre eles forada Alemanha, e a imprensa os cognominou encouraados de bolso; aparentementetinham 10.000 toneladas de deslocamento, mas eram na realidade supercruzadoresde 12.000 toneladas, armados com seis canhes de 11 polegadas (280 mm) e oitode 5,9 polegadas (150 mm).

    O Almirante Graf Speefoi vencido na batalha do Rio da Prata, em 1939, poruma fora inglesa composta de um cruzador pesado de 8.400 toneladas o Exeter e dois cruzadores leves o Ajaxe o Achilles.

    Em 20 de julho de 1959, a Marinha norte-americana lanou ao mar o LongBeach, de 14.000 toneladas de deslocamento, classificado como cruzador nuclear

    de msseis guiados. Foi o primeiro navio de guerra de superfcie de propulso nuclearno mundo, tendo 2 reatores nucleares acionando 2 turbinas a vapor e com velocidadesuperior a 45 ns. Desenhado para operar contra quaisquer inimigos na guerra nuclearou convencional, possua os mais modernos equipamentos para detectar e destruirsubmarinos, avies e msseis inimigos da poca.

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    14/58

    ARTE NAVAL104

    O Cruzador Nuclear de Msseis Guiados California, de 9.500 toneladas, lanadoao mar em 1971, semelhante ao Long Beach, foi o primeiro navio de guerra a serarmado com canhes de 5 polegadas desguarnecidos.

    O primeiro cruza-dor de msseis guiados daClasse Ticonderoga(fig.3-7) foi lanado ao mar em1981, constituindo-se nomais moderno e poderosocruzador da atualidade,podendo contar com umaexcelente capacidade dedeteco nos trs am-bientes de guerra, alm deequipamentos de guerraeletrnica de ltima ge-rao e boa capacidadede defesa contra ataquenuclear, qumico e bio-lgico.

    3.6. Contratorpedeirosa. Funes e caractersticas Alm de serem navios bastante versteis,

    os contratorpedeiros so tambm os mais numerosos navios de guerra do mundo.So navios de grande velocidade, podendo desenvolver at mais de 30 ns, possuemgrande mobilidade, pequena autonomia, tamanho moderado e pequena proteoestrutural. Seu armamento principal consta de msseis de curto e longo alcance,torpedos, canhes e helicpteros.

    Os contratorpedeiros executam todos os tipos de tarefas. So empregadosprincipalmente em:

    (1) proteo de um grupo de batalha nucleado em um NAe;(2) guerra anti-submarino;

    (3) ataques contra navios de superfcie e alvos em terra;(4) defesa antiarea e antimssil;(5) apoio a operaes anfbias;(6) operaes de esclarecimento e como piquete radar; e(7) escolta de comboios.b. Armamento Os contratorpedeiros modernos possuem msseis de

    cruzeiro de longo alcance, canhes de 4,5 ou 5 polegadas de tiro rpido, msseisantinavio, lanadores de torpedo, msseis para defesa antiarea a curta, mdia elonga distncias, helicpteros capazes de levar torpedos e msseis e grande

    capacidade de trocar informaes com os navios da fora por meio de linkde dados.A Marinha americana possui ainda contratorpedeiros com grande capacidade dedefesa nuclear e utilizao de tecnologia stealth, a qual dificulta a identificao domesmo pelo inimigo, utilizando para isso diferentes tecnologias, como o uso desuperfcies e bordas em ngulo (evitando-se os ngulos retos), para diminuir sua

    Fig. 3-7 Cruzador Classe Ticonderoga

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    15/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 105

    superfcie refletora radar, sistemas de resfriamento de equipamentos ecompartimentos diminuindo a assinatura infravermelha. Um exemplo disso seria oresfriamento dos gases de descarga das turbinas, que, antes de atingirem o exteriordo navio, aquecem a gua dos grupos destilatrios e conseqentemente se resfriam

    antes de chegarem ao meio ambiente, dificultando assim a deteco do navio porsistemas de infravermelho.A utilizao de equipamentos eltricos, tais como cabrestante e guinchos,

    nas partes internas do navio muito eficiente para diminuir a assinatura acsticados navios e com isso dificultar a deteco por submarinos. Todo e qualquer artifcioutilizado para dificultar a deteco do navio pelo inimigo pode ser considerado comotecnologia stealth.

    c. Histrico Os primeiros torpedos surgiram no incio do sculo XIX, sob aforma de uma carga explosiva rudimentar, que deveria ser transportada por pequenas

    embarcaes para ser colocada sob o casco de um navio fundeado, onde explodiriacom uma espoleta de tempo. Apareceram tambm os torpedos rebocados por umcabo de ao, mas a dificuldade da aproximao sem ser notado pelo inimigo retardouo desenvolvimento da nova arma. Apesar disto, alguns navios foram afundados destamaneira, at 1864, quando o escocs Roberto Whitehead construiu o primeiro torpedode autopropulso.

    Com o desenvolvimento do torpedo, comearam a aparecer os naviosdestinados a sua utilizao, os torpedeiros. Os primeiros navios deste tipo, queempregaram torpedos Whitehead foram construdos de 1875 a 1880. Eram

    embarcaes costeiras, com aproximadamente 30 toneladas de deslocamento eque atacavam principalmente noite ou com nevoeiro, pois seus torpedos de 6 nsde velocidade s percorriam 100 metros de distncia.

    O sucesso dos torpedeiros fez aparecer, logo depois, o navio destinado acombat-los. Maior, mais rpido e armado com canhes de mdio calibre paraemprego contra a chapa fina dos torpedeiros, ficou conhecido como contratorpedeiro.

    Na Guerra Hispano-Americana (1898), os torpedeiros e contratorpedeirosassumiram papel preponderante, mas os ltimos, logo dotados tambm de torpedos,mostraram-se to eficientes em todas as formas de combate que foram tomando o

    lugar dos prprios navios a que eram destinados a combater, reduzindo a importnciados torpedeiros.Os contratorpedeiros foram aumentando de ano a ano, em tamanho, velocidade

    e poderio, e hoje so navios destinados no somente a atacar navios de sua espcie,mas podem ser empregados com eficincia contra todos os demais navios, tornando-se os mais decididos adversrios dos submarinos. Nas duas guerras mundiais dosculo passado, esses navios tiveram grande desenvolvimento e foram usados commuito sucesso.

    Os maiores contratorpedeiros dos ltimos anos so os da Classe Spruance

    (fig. 3-8). Construdos de forma modular em uma linha de montagem muito avanada,tm 563 ps de comprimento, deslocamento de 8.040 toneladas, propulso a turbinaa gs e velocidade mxima acima de 30 ns. Seu armamento inclui msseis decruzeiro, antiareos, antinavios, armas para a guerra anti-submarino, canhes ehelicpteros.

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    16/58

    ARTE NAVAL106

    Os contratorpedei-ros mais modernos daMarinha americana so osda Classe Arleigh Burke(fig. 3-9), que possuemuma gama de equipamen-tos, armas e tecnologiasde ltima gerao, poden-do ser aplicados em qual-quer ambiente da guerranaval.

    Na Marinha doBrasil os contratorpedeirosmais modernos so os daClasse Par(fig. 3-10).

    Fig. 3-8 Contratorpedeiro Classe Spruance

    Fig. 3-9 Contratorpedeiro Classe Arleigh Burke

    Fig. 3-10 Contatorpedeiro Classe Par

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    17/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 107

    3.7. Fragatasa. Funes e caractersticas Intimamente ligadas aos contratorpedeiros

    esto as fragatas. Cumprindo os mesmos tipos de tarefas e com caractersticassemelhantes, estes navios se confundem. Pode-se dizer no entanto que, em geral,as fragatas tm menor deslocamento, menor velocidade e menor quantidade dearmamento que os contratorpedeiros, mas isso est longe de ser uma regra geral evaria de marinha para marinha. Podem atuar em qualquer ambiente da guerra naval,sendo principalmente empregadas em:

    (1) ataques contra navios de superfcie;(2) guerra anti-submarino;(3) defesa antiarea e antimssil;(4) apoio a operaes anfbias;(5) operaes de esclarecimento e como piquete radar;(6) escolta de comboios; e

    (7) guerra de corso contra a navegao mercante e combate ao narcotrfico.Seu principal emprego em operaes de superfcie e anti-submarino. As fragatas

    americanas da Classe Oliver Hazard Perry(fig. 3-11) utilizam msseis guiados nadefesa antiarea, antimssil e para ataque a navios de superfcie. A primeira unidadedesta classe foi comissionada em 1977. Os navios da classe tm propulso a turbinaa gs e so equipados com msseis Standard e Harpoon, armamento de 76 e 20 mme dois tubos triplos de torpedo (MK-32), alm de vrios equipamentos utilizados naguerra eletrnica. Elas tambm podem operar com dois helicpteros orgnicos.

    Fig. 3-11 Fragata Classe Oliver Hazard Perry

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    18/58

    ARTE NAVAL108

    As fragatas mais modernas da atualidade possuem tambm incorporadas sua construo tecnologias stealth. Como exemplo pode-se citar as fragatasfrancesas da Classe Lafayette, que so consideradas os navios mais difceis deserem detectados nos dias de hoje. As fragatas brasileiras da Classe Greenhalgh(fig. 3-12) tambm so navios bastante versteis, possuindo boa capacidade dearmamento e sensores nos diversos ambientes de guerra, sendo capazes de reagirde forma rpida e eficiente a uma ou mais ameaas, com pouca interveno humana.

    A Marinha do Brasil tambm possui as fragatas da classe Niteri(fig. 3-13),que aps serem modernizadas tero um grande incremento na capacidade de

    deteco, compilao do quadro ttico e engajamento, com a utilizao do sistemaSiconta-2, que far a integrao dos sistemas de deteco, designao de alvos edisparo. Alm disso, esses navios tero seus canhes substitudos e aumentada asua capacidade de defesa antiarea com a incluso de msseis Aspide, que poderoser utilizados tanto para a defesa de ponto, quanto de rea restrita.

    3.8. Navios e embarcaes de desembarque

    a. Operaes anfbias (aspectos doutrinrios) A operao anfbia refere-se, normalmente, a um ataque lanado do mar por uma Fora-Tarefa Anfbia(ForTarAnf), sobre litoral hostil ou potencialmente hostil. Esta operao comportaquatro modalidades: o assalto anfbio, a incurso anfbia, a demonstrao anfbia ea retirada anfbia.

    Fig. 3-12 Fragata Classe Greenhalgh

    Fig. 3-13 Fragata Classe Niteri

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    19/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 109

    A modalidade mais completa o assalto anfbio,ataque lanado do marpara, mediante um desembarque, estabelecer firmemente uma fora de desembarqueem terra. Pode ter como propsitos: conquistar rea para o desencadeamentoposterior de ofensiva terrestre; negar o uso de reas ou de instalaes ao inimigo;

    e conquistar uma rea para o estabelecimento de base avanada.A incurso anfbia compreende uma rpida penetrao ou a ocupaotemporria de um objetivo em terra, seguida de uma retirada planejada. Tal operaopode ter como propsitos: destruir ou neutralizar certos objetivos; obter informaes;criar uma diverso; e capturar, evacuar ou resgatar pessoal e material.

    A demonstrao anfbia compreende a aproximao do territrio inimigo porforas navais, inclusive com meios que caracterizam um assalto anfbio, sem oefetivo desembarque de tropas. Pode ter como propsito confundir o inimigo quantoao local da operao principal ou induzi-lo a empreender aes que nos sejam

    favorveis.A retirada anfbia abrange a retirada de foras de um litoral hostil, de formaordenada e coordenada.

    A operao anfbia, na sua forma mais completa, observa uma seqncia defases bem definida, compreendendo o planejamento, o embarque, o ensaio, a travessiae o assalto.

    Os meios navais e areos e as unidades de fuzileiros navais empregados naoperao anfbia constituem a Fora-Tarefa Anfbia (ForTarAnf), organizada em funodas tarefas previstas em seu planejamento e comandada por oficial do Corpo da

    Armada.Estas operaes caracterizam-se por grande mobilidade (habilidade dedesembarcar foras onde quer que se faa necessrio) e pela flexibilidade (escolhade hora do desembarque e mtodos para faz-lo, se por meio de aeronaves ou pelouso de embarcaes). Para sua efetivao, so exigidos diversos navios eembarcaes de tipos e tamanhos variados, capazes de transportar material e pessoalao objetivo.

    Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha americana construiu cerca de80.000 embarcaes de desembarque, de mais de 40 tipos, variando em tamanho

    desde balsas de borracha at navios com mais de 5.000 toneladas.b. Tipos de embarcaes de desembarque As operaes anfbiasutilizam variados tipos de navios na composio da Fora Naval, porm dentre osnavios ou embarcaes que podem ser classificados como anfbios destacam-seos seguintes tipos:

    (1) navios de desembarque Navios de alto-mar que transportam edesembarcam tropas, carga e viaturas desde o local de embarque at a costa hostildo objetivo. O desembarque pode ser realizado navegando, fundeado nasproximidades da praia ou mesmo abicados costa;

    (2) embarcaes de desembarque Quase sempre so transportadas nosnavios de desembarque, de onde so lanadas ao mar, nas proximidades das praiasonde podem abicar; e

    (3) viaturas anfbias Podem ser transportadas nos navios ou nas embarcaesde desembarque; so os nicos meios combatentes realmente anfbios, pois se

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    20/58

    ARTE NAVAL110

    lanam ao mar junto praia e podem prosseguir operando em terra (com exceodos hovercraftsmodernos que, apesar de serem embarcaes de desembarque,tambm prosseguem operando em terra).

    c. Caractersticas principais De modo geral, qualquer que seja o tipo, osnavios de desembarque (ND) e embarcaes de desembarque (ED) tmcaractersticas que os distinguem dos demais meios das Foras Navais, quais sejam:

    (1) pequeno calado Nos navios, para possibilitar maior aproximao daspraias; e nos navios que abicam, fundo chato (para no adernarem) e hlices acimada quilha (para no tocarem o fundo);

    (2) ncoras na popa Principalmente nos navios e embarcaes maioresque abicam, a fim de auxiliar na manuteno de posio durante a abicagem e namanobra de retrao da praia;

    (3) lemes voltados para vante Somente nas embarcaes que abicam; servempara auxiliar a manobrabilidade na retrao e manuteno da posio quandoabicadas; e

    (4) grande capacidade de realizao de operaes areas Visando apossibilitar o emprego conjunto do desembarque utilizando o movimento navio-terra(MNT), por mar, e o movimento helitransportado (MHT), pelo ar.

    As embarcaes anfbias, devido s reduzidas dimenses e fundo chato, sonormalmente bastante sujeitas ao das vagas e de difcil manobrabilidade.Caracterizam-se por possuir armamento defensivo de armas automticas antiareas.

    Modernamente, as embarcaes de desembarque no tm sido empregadasnas primeiras vagas devido a sua vulnerabilidade quando abicadas. Primeiramente,

    tm sido empregadas viaturas anfbias (e hovercrafts), que garantem mobilidade nosolo hostil, sendo as embarcaes utilizadas nas vagas subseqentes, para odesembarque de maior quantidade de tropas e material.

    A seguir so enunciados os principais tipos de navios, embarcaes e viaturasanfbias em utilizao.

    3.8.1. Navio de Desembarque e Assalto Anfbio (NDAA) o maior tipode navio destinado guerra anfbia, com deslocamento variando entre 15.000 e40.000 toneladas. Possuitodos os recursos de um

    navio destinado ao assal-to anfbio, sendo capazde desembarcar tropas eseus equipamentos decombate, por meio deaeronaves, helicpteros,embarcaes de desem-barque e veculos anf-bios. Como exemplo,podemos destacar asClasses Tarawa(LHA) eWasp(LHD) da Marinhaamericana (fig. 3-14). Fig. 3-14 NDAA Classe Wasp

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    21/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 111

    3.8.2. Navio de Desembarque de Comando (NDC) Prov comando econtrole para os comandantes da fora anfbia. Possui mltiplos e sofisticadosequipamentos de comunicao, alm de diversas facilidades para atingir essesobjetivos. Como exemplo, podemos destacar a Classe Blue Ridge(LCC) da Marinha

    americana, que apresenta um deslocamento de 18.000 toneladas (fig. 3-15).

    3.8.3. Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) umnavio que desloca entre 4.000 a 9.000 toneladas, sendo capaz de encalhar em umapraia para desembarcar viaturas atravs de uma grande rampa de mais de 100 psna proa, sustentada por dois guindastes. Possui pequenos propulsores laterais (bowthruster) capazes demanter o navio emposio, quando abi-

    cado, enquanto feitoo desembarque deviaturas anfbias. Napopa, possui uma pla-taforma para pouso dehelicptero e umaporta para embarque/desembarque de viatu-ras. Como exemplo,podemos destacar a

    Classe Newport(LST)da Marinha americana,da qual provenienteo NDCC Matoso Maia(fig. 3-16).

    Fig. 3-15 NDC Classe Blue Ridge

    Fig. 3-16 NDCC Matoso Maia

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    22/58

    ARTE NAVAL112

    3.8.4. Navio de Desem-barque e Doca (NDD) Sonavios com mais de 10.000toneladas de deslocamento,bastante versteis, pois socapazes de operar helicpterose reabastecer navios de pequenoporte. Podem tambm, por ala-gamento dos tanques de lastroe aberturas de portas na popa,criar um porto flutuante, dentrodo seu espaoso convs. Comoexemplo, podemos destacar osNDD Classe Cear(fig. 3-17),

    alm das Classes Anchorage(LSD), Whidbey Island(LSD) eHarpers Ferry(LSD-CV) da Marinha americana.

    3.8.5. Navio de Desembarque, Transporte e Doca (NDTD) So ossucessores do NDD, tendo a Marinha americana introduzido a Classe Austin(LPD)a partir de 1965 e a nova Classe Santo Antonio, a partir de 2002, esta ltima comdeslocamento acima de 20.000 toneladas, capaz de controlar e apoiar foras dedesembarque terrestres e areas. Podem transportar uma tropa em torno de 700fuzileiros navais e hangarar uma aeronave.

    3.8.6. Navio-Transporte de Tropa (NTrT) So navios com deslocamentoacima de 5.000 toneladas, mais de 100 metros de comprimento e velocidade entre12 e 18 ns que, embora construdos especialmente para as operaes anfbias,no podem abicar na praia, servindo para transportar no oceano a tropa, a carga eas embarcaes de desembarque. Transportam carga e viaturas nos pores, e noconvs principal podem conduzir algumas EDVP e um nmero limitado de EDVM.Como exemplo, podemos destacar trs navios da nossa Marinha: Custdio de Mello,Ary Parreirase Soares Dutra(fig. 3-18).

    Fig. 3-17 NDD Cear

    Fig. 3-18 NTrT Classe Ary Parreiras

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    23/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 113

    3.8.7. Embar-cao de Desem-barque de CargaGeral (EDCG) Inici-almente classificadacomo embarcao dedesembarque de carrosde combate, foi re-classificada como em-barcao de desembar-que de carga geral,devido ao seu empregovariado no transporte dematerial (fig. 3-19).

    uma embarcao com propulso prpria, de cerca de 40 metros decomprimento, possuindo uma proa quadrada, a qual se pode abrir formando umaprancha para embarque e desembarque de tropas e viaturas. Possui hlicesprotegidos, lemes a vante dos mesmos para facilitar a retrao e uma ncora napopa para fundeio na abicagem.

    As EDCG foram desenhadas para o transporte de carros de combate e veculospesados, mas tm executado outras tarefas, como o transporte e desembarque detropas de infantaria com seu equipamento. Hoje, h diversos tipos de EDCG, conformeo uso particular a que se destinam.

    Devido s suas dimenses e recursos podem tanto ser transportadas nointerior de navios com docas quanto navegarem por distncia razovel at a abicagem.So as maiores embarcaes de desembarque de casco rgido.

    3.8.8. Embarcao de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM)Existem atualmente dois tipos, EDVM 6 e EDVM 8, que se distinguem pelostamanhos e capacidades de transporte. Ambas podem ser transportadas no interiordos navios com docas e so, em sntese, um batelo aberto, de fundo chatoretangular, de proa quadrada e retrtil, que utilizado como prancha para odesembarque (fig. 3-20). Em geral, participam das vagas anteriores s das EDCG.

    3.8.9. Embarcaes de Desembarque de Viaturas e Pessoal (EDVP) So embarcaes anfbias pequenas, de aproximadamente 12 metros decomprimento (fig. 3-21), muito utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.

    Fig. 3-19 Embarcao de Desembarquede Carga Geral

    Fig. 3-20 EDVM

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    24/58

    ARTE NAVAL114

    Transportam pessoale viaturas pequenas(de at 1/4 de tonela-da) e possuem a pe-culiaridade de nopossurem fundo cha-to, o que no as capa-cita a serem transpor-tadas nos conveses-doca de navios. Emgeral, so transporta-das sobre beros emnavios anfbios earriadas por meio deaparelhos de foranas proximidades doobjetivo. Semelhantes s EDVM, porm com dimenses e recursos bem menores,so muito influenciadas pelo estado do mar, o que, s vezes, dificulta uma abicagemcom vagas altas.

    3.8.10. Embarcao de Desembarque Guincho Rebocador (EDGR) AsEDGR so empregadas nos desembarques anfbios para instalao dos pontes edesencalhe das demais embarcaes de desembarque.

    3.8.11. Carro de Combate Anfbio (CCAnf) Tem um casco estanque

    montado sobre lagartas, como os carros de combate terrestres. Quando a embarcaoest na gua, as lagartas agem como ps de roda, para propulso; alm dissoservem para o governo da embarcao, pois so independentes, podendo diminuir avelocidade em um dos bordos, como os carros de combate de terra. O casco levemente blindado e transporta metralhadora ou um pequeno canho. Tem poucavelocidade, mas pode mover-se em guas rasas, ou sobre praias, recifes e pntanos,sem necessidade de mudar o meio de propulso. Sua grande vantagem poderatingir uma praia defendida, provendo maior segurana s tropas de infantaria queteriam que desembarcar e andar a p.

    3.8.12. Carro La-garta Anfbio (CLAnf) Tem uma carroceriaestanque e com pequenablindagem, montada so-bre lagartas (fig. 3-22),como os CCAnf. utilizado para desembar-que de tropas, armas,

    munio e suprimentos,levando-os a pontos maisinteriores da praia-objetivo Pode atravessararrebentaes e trafegar

    Fig. 3-21 EDVP

    Fig. 3-22 CLAnf

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    25/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 115

    nos mais variados tipos de terreno, sem, no entanto, ter capacidade para ultrapassarrecifes to bem quanto os CCAnf. Possuem a vantagem, sobre os CCAnf, decontarem com propulso hidrojato (quando no mar) para incremento da velocidade eda manobrabilidade.

    3.8.13. Embarcao deDesembarque Pneumtica uma balsa de borracha, cuja cmarade ar dividida em vrios com-partimentos. Para manter a forma debote, tem um vigamento interno leve.Como quase no tem calado, podeser empregada em guas muitorasas. Pode ter um motor externo,de popa, mas usam-se remos, emgeral, por no fazer barulho.Capacidade: 10 homens, comarmamento porttil e equipamento(fig. 3-23).

    Devido ao seu pequeno tamanho e silncio (quando utilizando remos) muitoutilizada para o desembarque de grupos precursores (operaes especiais) anterioresao desembarque anfbio propriamente dito.

    3.8.14.Hovercraft uma embarcao com razovel capacidade de cargade pessoal, material e viaturas que se desloca sobre colcho de ar, trafegando tanto

    sobre a terra plana como sobre o mar (fig. 3-24). Desenvolve velocidades superioresa 40 ns, atingindo at 70 ns em algumas classes da Marinha russa.

    equipada tanto para o desembarque anfbio como para patrulha, e podepossuir armamento tanto ofensivo como defensivo, incluindo lanadores de msseis.Utilizam a mesma propulso para deslocamento sobre a gua e sobre terra, queso turboventiladores de alto desempenho, o que lhes garante rapidez na transiomar-terra e grande manobrabili-dade.

    So as embarcaes mais

    modernas utilizadas para o desem-barque anfbio devido rapidez e segurana oferecidas tropa eao material desembarcados. Oshovercraftssero tratados maisdetalhadamente na seo D destecaptulo.

    3.9. Navios-Mineiros

    3.9.1. Navios-Mineiros ou lana-minas (NM) So navios empregadospara semear campos de minas quer ofensivamente em guas usadas pelo inimigo,quer defensivamente em guas prprias. Navios-mineiros destinados a operar emguas inimigas devem ser velozes, mas seu tamanho pode variar muito; alguns sonavios especialmente desenhados para este fim.

    Fig. 3-23 Embarcao de DesembarquePneumtica

    Fig. 3-24 Hovercraft

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    26/58

    ARTE NAVAL116

    3.9.2. Navios-Varredores ou caa-minas (NV) Os navios-varredores (fig.3-25) so empregados para limpar os portos ou outras reas em que se sabe ou sesuspeita que o inimigo tenha lanado minas. Os varredores so navios que possuemcaractersticas especiais de projeto. Podem ser de madeira, fibra ou ao no

    magntico, possuem equipamentos amagnticos e operam com motores eltricosde corrente contnua, de forma a ter uma assinatura magntica baixa. Os navioscaa-minas modernos so dotados de equipamentos sofisticados e especiais paraefetuar o rastreamento de minas, como um sonar, um veculo remotamente dirigidoe uma equipe de mergulhadores para neutralizar as minas. A principal diferenaest na sofisticao tcnica. O varredor pode efetuar varreduras dos tipos acstica,magntica, mecnica ou combinada (acstica e magntica ou magntica emecnica), dependendo do tipo de mina a ser varrida, visando a provocar por excitaoa destruio da mina. J o caa-minas atua com a finalidade de detectar, investigare neutralizar a mina, demandando mais tempo, porm com maior eficincia paralimpar reas minadas ou na abertura de um canal varrido permitindo o trnsito denavios amigos.

    3.10. Corvetas (CV) As corvetas apareceram nos fins do sculo XVIII parasubstituir a fragata e o brigue em misses de reconhecimento ofensivo, para asquais o brigue era demasiado fraco e a fragata, forte demais. Durante a SegundaGuerra Mundial foram empregadas pelos aliados para patrulha anti-submarina eescolta de comboios. As corvetas construdas aps a guerra eram basicamentenavios de patrulha adaptados a diversas finalidades, inclusive salvamento e reboque.Eram navios pequenos, de 500 a 1.100 toneladas, e velocidade de 12 a 18 ns (fig.3-26). Atualmente, principalmente devido aos altos custos das fragatas econtratorpedeiros, as corvetas esto readquirindo sua importncia, com vriasmarinhas envolvidas em programas de construo de navios desta classe. Asmodernas corvetas da Marinha brasileira (fig. 3-27) so dotadas de boa capacidadeA/S, msseis antinavio, canho de duplo emprego, sistemas de defesa antiarea eantimssil de curta distncia e podem operar um helicptero. Devido a suacomplexidade e armamento, algumas marinhas as classificam como fragatas leves.

    Fig. 3-25 Navio-varredor Classe Aratu

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    27/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 117

    3.11. Caa-Submarinos (CS) Navio menor que as corvetas e cujo nicoemprego na guerra A/S. Atualmente o caa-submarino est em desuso pois osmodernos sonares e armas A/S exigem plataformas maiores.

    Na Segunda Guerra Mundial, a Marinha brasileira empregou dois tipos deCS: o de casco de ferro, com 280 toneladas de deslocamento, 50 metros decomprimento e 20 ns, e o de casco de madeira , com 95 toneladas, 33 metros decomprimento e 15 ns.

    So navios de grande mobilidade, mas o pequeno tamanho (a boca,principalmente, estreita) no lhes concede boa estabilidade de plataforma paraoperar com mau tempo. Apesar disso, prestaram excelentes servios na ltimagrande guerra, no somente em operao de patrulha anti-submarino como escoltade comboios ou em servio de guarda-costa.

    Fig. 3-26 Corveta Classe Imperial Marinheiro

    Fig. 3-27 Corveta Classe Inhama

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    28/58

    ARTE NAVAL118

    3.12. Canhoneiras (Cn) e Monitores (M)3.12.1. Canhoneiras Navios de pequenos porte, calado e borda-livre,

    empregados na defesa de portos e rios.3.12.2. Monitores Navios de pouco calado, com couraa e forte artilharia

    para o seu tamanho; usados para operar nos rios e prximo da costa, servem parabombardear as posies (fig. 3-28).

    3.13. Navios-Patrulha So navios empregados em patrulhas costeira efluvial das guas sob jurisdio nacional, sendo-lhes aplicveis as tarefas de fiscalizare resguardar os recursos do mar territorial, zona contgua e zona econmica exclusiva;colaborar com os servios de represso ao trfico e comrcio ilcito; controlar a reamartima sob jurisdio brasileira; e contribuir para a segurana das instalaescosteiras e plataformas de explorao/explotao de petrleo no mar.

    3.13.1. Navio-Patrulha Fluvial Navio de pequeno porte, pouco calado,deslocamento de 120 a 700 toneladas, comprimento entre 29 m e 64 m, armado

    com canhes de 40 mm, metralhadoras 20 mm e de 0.50 mm, morteiros de 81 mme, por vezes, podendo possuir plataforma de lanamento de helicptero. Soempregados na patrulha (contrabando, trfico e pesca), defesa de portos fluviais,defesa de foz e controle de rea fluvial (fig. 3-29a e 3-29b).

    Fig. 3-28 Monitor Parnaba

    Fig. 3-29a Navio-Patrulha Classe Pedro Teixeira

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    29/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 119

    3.13.2. Navio-Patrulha Costeira Os navios de patrulha costeira (figs.3-30a e 3-30b) apareceram como prolongamento dos navios de guerra. Empregadosprincipalmente na patrulha e observao de reas prximas costa, tm pequenodeslocamento e autonomia, e sua eficincia muito influenciada pelas condiesdo tempo.A importncia desses navios aumentou muito nos ltimos anos,principalmente devido aos modernos sistemas de armas, propulso e inovaes naarquitetura naval, tais como o hidrofoile o casco sobre colcho de ar (hovercraft),que o tornaram um navio muito rpido, verstil e com capacidade de engajar comunidades muito maiores; , no entanto, muito vulnervel a arma area.

    Fig. 3-29b Navio-Patrulha Classe Piratini

    Fig. 3-30a Navio-PatrulhaClasse Bracu

    Fig. 3-30b Navio-PatrulhaClasse Graja

    3.14. Lancha de Combate (LC) ou Lancha de Ataque Rpido (LAR) Asprimeiras LC ou LAR que apareceram foram as lanchas torpedeiras. So embar-caes pequenas (20 a 105 toneladas de deslocamento), alta velocidade (40 a 52ns) e grande mobilidade (fig. 3-31).

    a. Comprimento 20 metros, ou pouco mais.b. Tripulao 10 homens, se a patrulha de guas costeiras, podendo

    atacar os navios maiores com msseis, torpedos ou morteiros, dependendo do seu

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    30/58

    ARTE NAVAL120

    armamento. As LAR so menores(cerca de 10 m) e so usadas em riospara efetuar ataques surpresa a naviosou buscas nas margens dos rios.

    c. Armamento Metralhadorasde 12,7 mm e tambm algumas armasautomticas. Procuram atacar noiteou em ocasies de pouca visibilidade.Depois de efetuar seu ataque, tentamescapar em grande velocidade, algu-mas vezes empregando a fumaa paraeste fim; por vezes so do tipo hidrofoil,e neste caso elas so mais velozes.

    3.15. Encouraados (E)a. Funes At a Segunda Guerra Mundial, o encouraado era considerado

    o navio mais poderoso, reunindo mximo poder ofensivo e defensivo. Em aes daesquadra, ele permanecia na linha de batalha atacando os maiores navios do inimigocom tiros de canho de grosso calibre, apoiado por cruzadores, porta-avies econtratorpedeiros.

    Os encouraados tm sido utilizados para bombardeio pesado e contnuo deinstalaes de terra e portos inimigos, inclusive para apoio de operaes anfbias.Na Segunda Guerra Mundial, eles tambm faziam parte da escolta dos grandes

    comboios.b. Armamento At a ltima guerra, o armamento dos encouraados

    constitua-se de:(1) uma bateria principal com canhes de 12 a 16 polegadas, geralmente

    dispostos em torres trplices e que lanavam projteis pesando cerca de 1 toneladaa mais de 20 milhas de distncia;

    (2) uma bateria secundria com canhes de 5 ou 6 polegadas, em nmero de15 a 20, dispostos em torres duplas;

    (3) bateria antiarea com armas automticas de pequeno calibre.

    A modernizao dos encouraados que esto sendo recolocados em servioinclui: substituio de parte de sua bateria secundria e antiarea por lanadores demsseis de cruzeiro e antinavio; instalaes de novos sensores, sistema de defesaantimssil, sistema de direo de tiro e equipamentos de guerra eletrnica passiva eativa; e capacitao para operar trs helicpteros de porte mdio.

    c. Caractersticas principais O encouraado , em sntese, uma plataformaflutuante e mvel de canhes de grosso calibre e longo alcance. fortemente protegidopor couraa e por uma compartimentagem especial e tambm dispe de armamentodefensivo constitudo por numerosos canhes e armas automticas de menor calibre.

    d. Proteo A couraa constitui a principal proteo contra tiros de canho.A espessura da couraa varia nas diferentes partes do casco, devendo a espessuramxima ser aproximadamente igual ao calibre dos canhes dos navios semelhantesde outras naes. Considera-se que a couraa deve resistir penetrao dos projteisde calibre igual a sua espessura, quando lanados das distncias usuais de tiro.

    Fig. 3-31 Lancha de Combate

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    31/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 121

    A couraa de maior espessura nas torres e na cinta, onde mais provvelo impacto direto dos projteis em ngulo favorvel penetrao. Nas torres doscanhes e na torre de comando, a espessura pode atingir 18 pol. (457 mm).

    A couraa lateral uma cinta encouraada de pouco mais de uma altura decoberta, estendendo-se ao longo da parte central do casco, que compreende suaspartes vitais, na linha-dgua e um pouco abaixo.

    A couraa horizontal protege o casco contra bombas areas e tiros de canhode grande elevao; consta de um convs encouraado, de 6 a 8 pol. (152 a 205mm) e um convs protegido, abaixo do primeiro com cerca de 4 pol. (101 mm) deespessura. Os pavimentos acima destas coberturas ajudam a absorver a energia dechoque do projtil.

    Outras partes do casco, como os compartimentos dos aparelhos de governo,estaes de direo de tiro, passagens principais e tubulaes colocadas acima dacoberta encouraada so tambm protegidas por chapas de couraa. O peso da

    couraa pode atingir 40% do peso total do navio.A proteo contra exploses submarinas (torpedos, bombas e minas)

    realizada por duas ou trs anteparas longitudinais, constituindo compartimentos desegurana laterais, chamados cferds ou contraminas. Esses compartimentosso cheios de leo, de gua, ou so conservados vazios. A espessura das chapasdos cferds, o leo e a gua absorvem grande parte do choque e do calor daexploso; os espaos vazios tendem a absorver a compresso dos gases resultantesda exploso, reduzindo seus efeitos antes de ser atingida a antepara interna.

    e. Histrico Os navios de linha nos tempos da vela eram as fragatas,

    navios de 3 mastros, armados com 30 a 60 bocas de fogo dispostas em duascobertas que eram chamadas baterias.

    Os primeiros navios encouraados foram a fragata francesa Gloiree a inglesaWarrior, construdos em 1860. Eram navios a vela e vapor, tendo seus numerososcanhes nas cobertas, que ficavam protegidas pela couraa. NaGloire, a couraaestendia-se por todo o comprimento do casco, desde o convs at 2 metros abaixoda linha-dgua em plena carga, e tinha uma espessura de 120 milmetros nas obrasvivas e 110 milmetros nas obras mortas. A Warriortinha uma cinta encouraadaestendendo-se por 60 metros na parte central do casco, limitada AV e AR por duas

    anteparas transversais de couraa.Na Guerra Civil americana, em 1861, surgiu o Monitor, primeiro navio armadocom dois canhes numa torre giratria, sustentando tremenda luta contra o poderosoencouraado Merrimacdos confederados. A vela fora abolida, e o casco do Monitorera todo de ferro, bastante baixo, com uma borda-livre de 40 centmetros apenas; asnicas estruturas acima da borda eram a torre, uma pequena estao de governo eas chamins. A disposio da torre sobre o convs permitia a reduo do nmerode canhes, por atirarem eles para os dois bordos.

    O calibre dos canhes foi aumentando gradualmente com a espessura das

    couraas at que, com o surgimento dos primeiros torpedeiros, de 1875 a 1880,houve necessidade de se adotar nos encouraados uma artilharia de calibre mdioe tiro rpido.

    Na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), apareceram encouraados maiores,bem armados, com canhes de grosso, mdio e pequeno calibres. Em 1906, a

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    32/58

    ARTE NAVAL122

    Inglaterra revolucionou a arquitetura naval com a construo da classe Dreadnought,em que se suprimia a artilharia de mdio calibre, aumentava-se o deslocamentopara 18.000 toneladas e a velocidade para 21 ns. Logo em seguida, em 1910, omesmo pas sentia a necessidade de restaurar a bateria secundria ao construir

    para o Brasil os encouraados Minas Geraise So Paulo, os maiores navios daquelapoca, cujo tipo evoluiu nos encouraados da Segunda Guerra Mundial.

    SEO B NAVIOS MERCANTES

    3.16. Classificao dos navios mercantes Os navios mercantes destinam-se ao transporte de passageiros e mercadorias, e podem ser classificados de diversosmodos:

    a. Quanto ao fim a que se destinam:

    (1) navios de passageiros (fig. 3-32) Transportam grande nmero depassageiros, podendo alguns receber uma carga moderada. Tm boa velocidade,superestruturas altas, e grandes espaos destinados a acomodao e bem-estardos passageiros.A Conveno Internacional para a Salvaguarda da Vida Humanano Mar, de 1974, considera navio de passageiro o que transporta mais de 12passageiros;

    (2) navios de carga ou cargueiros (fig. 3-33) So destinados, em geral, ao

    transporte exclusivo de carga, mas alguns tipos podem acomodar pequeno nmerode passageiros (12, no mximo). So geralmente navios de velocidade moderada(10 a 18 ns). Distinguem-se dos navios de passageiros por suas formas baixas,pequenas superestruturas, de carga, e numerosos paus-de-carga ou guindastes.

    Fig. 3-32 Navio de passageiros

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    33/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 123

    Cargueiros a frete so os queno tm itinerrio estabelecido, poden-do destinar-se a qualquer porto ondehaja carga a embarcar; so navios detamanho e calado moderados devendoentrar em portos de pequena profun-didade, e tm velocidades mais baixas(10 a 14 ns). Usualmente so em-pregados no transporte de carvo,minrios ou cereais em gros.

    Cargueiro regular um navioconstrudo para linha regular de na-vegao entre dois ou mais portos,podendo transportar carga geral ou carga frigorificada, como carne, frutas, ovos,queijos etc.;

    (3) navios de carga modular (full container)(fig. 3-34) So os navios em quea carga j vem acondicionada em contineres (grandes caixas-mdulos) deao,comtamanho padronizado de8 x 8 x 20 ps, ou 8 x 8 x 40 ps, que garantem auniformidade de manipulao e estoque.

    A evoluo dos navios modulares deram origem a dois outros tipos: os naviosde carga modular barcaas(Lash) e os navios de carga modular rolante (Ro/Ro).

    Navios de carga modular barcaas (Lash) (Lash) a sigla para LighterAboard Ship, que significa em portugus Batelo a Bordo de Navio. Nesse tipo denavio, barcaas ou bateles modulares so trazidos para bordo de locais decarregamento a distncias variveis do local de fundeio do navio transportador.Projetados para esse fim, esses navios so rpidos na operao de carga e descargados mdulos;

    Navios de carga modular rolante(Ro/Ro) (fig. 3-35) So essencialmentenavios transportadores de veculos de todos os tipos, que podem tambm transportarcontineres sobre rodas para bordo atravs de rampas nos bordos e na popa. Umavez dentro do navio, veculos e contineres so colocados em posio para a travessiados oceanos atravs de um sistema de rampas internas.

    Fig. 3-33 Navio de carga ou cargueiro

    Fig. 3-34 Navios de carga modular

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    34/58

    ARTE NAVAL124

    (4) navios mistos So navios destinados ao transporte simultneo de cargae passageiros;

    (5) navios graneleiros So construdos geralmente com convs nico, tanqueslaterais elevados e tanques laterais inferiores nos espaos de carga edestinadosaotransporte de carga seca a granel, e incluem tipos como de transporte de minrioe combinados;

    (6) navios-tanques ou petroleiros (fig. 3-36) So navios destinadosaotransporte a granel de petrleo e seus derivados. No tm escotilha e seus poresso denominados tanques;

    (7) navios de carga lquida Como os navios-tanques, podem ser consideradosnavios de carga a granel lquida. Os navios deste tipo se assemelham aos navios-tanques, mas suas cargas so diferentes. Eles ilustram a tendncia dos naviosmercantes para a especializao. Alguns destes navios transportam gs liquefeito,isto , butano, propano etc., debaixo de refrigerao e alta presso. Alguns

    Fig. 3-36 Navio-tanque ou petroleiro

    Fig. 3-35 Navios de carga modular rolante (Ro/Ro)

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    35/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 125

    transportam gs natural liquefeito a 259F. Outros carregam vinho, suco de laranjaou amnia lquida. Alguns tipos transportam produtos qumicos a granel, atravs decompartimentagem especial; e

    (8) navios de pesca So aparelhados especialmente para a pesca; possuemcmaras frigorficas para acondicionamento do pescado.

    b. Quanto s guas em que navegam:(1) navios de longo curso So destinados navegao em longos percursos

    atravs dos oceanos. Podem ser de passageiros ou de carga;(2) navios de cabotagem So destinados navegao costeira ou em reas

    martimas limitadas; e(3) navios fluviais e de lagos Desenhados para a navegao em rios ou

    lagos. So navios de pequeno calado e superestruturas relativamente altas.c. Quanto ao tipo de construo: os armadores classificam os navios

    mercantes de acordo com o tipo de construo do casco, que depende muito dotamanho do navio e do comrcio a que se destina.

    muito difcil, primeira vista, dizer se um navio mercante pertence adeterminado tipo, pois a classificao feita de acordo com diferentes requisitos,como robustez da estrutura, forma do casco, nmero de pavimentos, ou depende departicularidades relativas s superestruturas.

    H inmeros modelos de navios em servio, de variados aspectos, dentro deum mesmo tipo de construo. Contudo, a propenso padronizar a construodos navios mercantes, adotando-se certos tipos j reconhecidos como os maisadequados a cada comrcio em particular.

    Nos cargueiros modernos, h uma tendncia em aumentar o nmero de pores,o que significa um maior nmero de escotilhas possveis de operar simultaneamente;geralmente, h quatro ou cinco pores, podendo esse nmero chegar at sete nosnavios maiores.

    SEO C EMBARCAES E NAVIOS EM GERAL

    3.17. Embarcaes de recreio So embarcaes de propriedade particular,podendo classificar-se em embarcaes de cruzeiro e embarcaes de regatas; as

    ltimas caracterizam-se pela grande velocidade e as primeiras pelo conforto desuas instalaes.

    3.18. Navios e embarcaes de servios especiais Nesta categoriaincluem-se diversos tipos de navios e embarcaes de equipamento especial; osmais usuais so:

    a. Navios de salvamento Com aparelhagem especial para reparo esalvamento de embarcaes avariadas, encalhadas ou submersas. Em geral, dispemde aparelho de reboque;

    b. Navios de cabo submarino Empregados na instalao e reparo decabos submarinos;c. Dragas Utilizadas para retirar o material do fundo, em portos, rios e

    canais de pequena profundidade. Para fundos de areia ou de lama podem serempregadas dragas de suco ou dragas de escavao. Para fundos de pedra h

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    36/58

    ARTE NAVAL126

    um tipo especial, que retira a pedra anteriormente quebrada por explosivo ou pormartelos especiais. As dragas podem ser de propulso mecnica ou sem propulso,as maiores sendo, em geral, do primeiro tipo. Tambm podem ter poro para recebero material escavado, ou se fazem acompanhar de lameiros, bateles com ou sempropulso empregados nesse servio;

    d. Rebocadores (fig. 3-37) Pequenos navios de grande robustez, altapotncia de mquina e boa mobilidade,destinados principalmente para reboque,podendo em alguns casos prestar outrossocorros, tais como combate a incndioe servios de esgoto. Podem ser rebo-cadores de alto-mar ou rebocadores deporto;

    e. Embarcaes quebra-gelos(ice-breakers) Executam o servioindicado pelo prprio nome; no hembarcaes deste tipo no Brasil;

    f. Barcas Destinam-se ao trans-porte martimo de uma a outra margemde um rio, baa etc.;

    g. Embarcaes de prticos So geralmente a motor, mas nos portosmenores podem ser a remo. Construdas de casco robusto a fim de resistir aos

    embates das ondas e atracao aos navios em qualquer condio de tempo emar; e

    h. Embarcaes de porto Sob este nome designam-se todas asembarcaes que executam os servios normais no porto, como fiscalizaoalfandegria e de polcia martima, auxlio atracao, carga, descarga eabastecimento dos navios; tais embarcaes no so construdas para a navegaono mar, no lhes sendo permitido sair barra a fora, tanto pelas Capitanias dos Portoscomo pelas companhias seguradoras, exceto em casos especiais.

    3.19. Navios de madeira So aqueles em que as partes superestruturaisdo casco, isto , quilha, roda de proa, cadaste, cavernas, vaus, longarinas, forroexterior, forro interior e forros dos pavimentos so de madeira.

    Pouco empregada atualmente para a construo dos navios de grande porte,a madeira , entretanto, bastante usada para as embarcaes pequenas, tais comobarcos de pesca, embarcaes fluviais, embarcaes de recreio e embarcaesmidas dos navios de guerra.

    As embarcaes de madeira destinadas a servios ou lugares que no lhespermitam facilidades de docagem tm geralmente a carena revestida de folhas de

    cobre, ou, algumas vezes, de zinco. Isto tem por fim proteger o forro de madeiracontra a aderncia de moluscos e vegetao marinhas e contra a ao do gusano.

    3.20. Navios de ferro So navios em que o casco todo construdo depeas de ferro. Constituram, evidentemente, um estgio na transio dos navios de

    Fig. 3-37 Rebocador

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    37/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 127

    madeira para os de ao; hoje, entretanto, a grande maioria dos navios de ao, poiseste mais resistente que o ferro, permitindo uma economia no peso do casco paraas mesmas condies de resistncia.

    3.21. Navios de ao Atualmente, com exceo de algumas embarcaespequenas, a quase totalidade dos navios, de guerra ou mercantes, de vela ou depropulso mecnica, de ao doce.

    As principais vantagens dos navios de casco metlico em comparao comos de madeira so:

    (1) economia de peso do casco, ou aumento da resistncia;(2) maior facilidade de construo e de reparo;(3) maior segurana contra o alagamento, pois a compartimentagem mais

    fcil;(4) menor perigo de incndio;

    (5) maior capacidade interior disponvel;(6) possibilidade de aumento do comprimento e do deslocamento;(7) possibilidade de adotar formas quaisquer, inclusive de maior fineza; e(8) maior durabilidade.As desvantagens que podiam ser atribudas aos navios de ao j esto

    completamente removidas: a perturbao produzida pelo magnetismo do casco sobreas agulhas magnticas evitada pelas compensaes, pelo emprego de metaisdiamagnticos e pelo uso das agulhas giroscpicas; as condies de habitabilidadeso melhoradas por um sistema aperfeioado de ventilao, aquecimento e

    refrigerao; e as corroses e incrustaes na carena so diminudas com as pinturase as docagens freqentes.

    3.22. Navios de cimento armado Os navios de cimento armado surgiramcom as dificuldades de material impostas pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918),e tiveram a construo novamente incrementada durante a Segunda Guerra Mundial(1939-1945). Sua principal qualidade o baixo custo de construo. H naviosmercantes de cimento armado de tamanho moderado, at cerca de 100 metros decomprimento.

    3.23. Navios a vela ou veleiros So movidos pela ao do vento em suasvelas. H veleiros que dispem de motor de pequena potncia destinado a asseguraro deslocamentoem caso de calmaria ou para entrada e sada dos portos.

    3.24. Navios de propulso mecnica Nestes navios, a energia mecnicanecessria propulso fornecida por mquinas, que podem ser mquinas a vaporou motores de combusto interna. As mquinas transmitem um movimento de rotaoa uma linha de eixos, na extremidade da qual fixado um hlice. Ocasionalmente

    encontramos navios de rodas, em vez de hlices, para navegao em rios, baas elagos.A fora de propulso exercida pela gua sobre o hlice em movimento

    transmitida ao navio por meio de um mancal de escora que rigidamente ligado aocasco. Entre o eixo do hlice e o mancal de escora pode haver um ou mais eixos

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    38/58

    ARTE NAVAL128

    intermedirios, conforme a distncia entre a mquina e o hlice. Estas sees deeixo so ligadas entre si por meio de flanges, e a estanqueidade do casco napassagem do eixo do hlice assegurada por meio de uma bucha com gaxetas.

    No descreveremos aqui os diversos tipos de mquinas propulsoras, pois

    isto foge ao escopo desta publicao. Mas convm lembrar que todos os oficiais,mesmo os de convs, devem conhecer a instalao propulsora de seu navio, a fimde saberem as manobras que podem executar e, em caso de emergncia, a reservade potncia de que dispem. Por exemplo, se o navio a vapor, o comandante devesaber, em qualquer momento, quanto tempo necessrio para que o chefe demquinas obtenha a presso desejada nas caldeiras. Em viagem, o oficial de serviono convs deve saber o nmero de caldeiras que esto em uso e a velocidade que amquina permite desenvolver neste regime; num navio a turbina convm saber seesto em movimento as principais ou as de cruzeiro.

    No passadio deve haver tabelas ou curvas de velocidade correspondentesao nmero de rotaes da mquina, com as correes para o nmero de dias que onavio contar fora do dique e as vrias condies de deslocamento e de trim; o temponecessrio para alcanar uma velocidade desejada, partindo da condio de parado,ou para perder o seguimento na marcha AV ou dando atrs, sob diferentesvelocidades; e os consumos de combustvel e os dados evolutivos do navio. Quandose fazem modificaes que alterem esses dados so necessrias novas tabelas oucurvas.

    3.24.1. Mquinas a vapor Nos navios a vapor, a instalao propulsora

    pode ser dividida em duas partes distintas, as caldeiras, que produzem vapor, e asmquinas alternativas, ou as turbinas, que o utilizam, transformando o calor emtrabalho.

    Nas caldeiras queima-se quase exclusivamente o leo combustvel, s seencontrando o carvo nos navios velhos ou em pequenos navios de regies ondeeste combustvel seja abundante e barato.

    3.24.1.1. Mquinas alternativas (fig. 3-38) Representam o tipo mais antigode instalao propulsora, que substituiu rapidamente as velas dos navios. Umacaracterstica das mquinas alternativas a baixa velocidade de rotao: ao contrrio

    das turbinas, elas so ligadas diretamente ao eixo do hlice.No so mais utilizadasnos dias de hoje.

    Fig. 3-38 Mquina alternativa

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    39/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 129

    3.24.1.2 Turbinas a vapor (fig. 3-39) As turbinas, at meados da dcadade 70, eram utilizadas em navios que necessitavam de grandes potncias e altasvelocidades de servio. A partir do desenvolvimento dos motores diesel superlongstroke(que conseguem atingir potncias prximas das turbinas), mais econmicos,as turbinas ficaram restritas a navios de guerra.

    Como so montadas horizontalmente, ocupam menor espao do que asmquinas alternativas, principalmente em altura, o que significa melhorcompartimentagem do navio; permitem obter grandes potncias; podem utilizar ovapor desde as altas presses at as mais baixas, o que resulta em consumomenor de combustvel; sua operao mais simples, pois h poucas partes mveis;e o esforo de toro no eixo uniforme, porque o motor est rigidamente ligado aele, no dependendo de manivelas.

    Suas desvantagens so: a turbina irreversvel, obrigando a instalao deuma turbina para a marcha AV e outra para a marcha AR; sua velocidade de maior

    rendimento muito superior velocidade de maior rendimento (e velocidade mximapossvel) de qualquer hlice imerso na gua.

    Para aproveitar melhor a expanso do vapor, as instalaes usuais constamde trs turbinas correspondentes aos trs estgios de vapor (turbinas de alta presso,de mdia presso e de baixa presso) para cada eixo de hlice. Contudo,modernamente h uma tendncia para usar apenas dois estgios: alta presso ebaixa presso.

    A potncia gerada pela turbina em alta velocidade transmitida ao propulsorem velocidade de rotao muito menor, por meio de redutores de velocidade,

    instalados entre o eixo da turbina e o eixo do hlice. Os tipos de reduo usadosso os seguintes:a. Redutores de engrenagem (fig. 3-39) o tipo mais empregado. A

    turbina aciona uma roda dentada de pequeno dimetro, que engrena numa dentadade grande dimetro e rigidamente fixada ao eixo do hlice. Os dentes so inclinados(helicoidais). A reduo depende do nmero e dimetro das rodas dentadas, podendovariar entre 1/28 e 1/50.

    b. Redutor hidrulico Neste caso, a transmisso da potncia motriz se

    faz por meio de gua ou leo sob presso, e a reduo da velocidade obtidadiminuindo-se a presso: uma espcie de bomba centrfuga ligada ao eixo da turbinaaciona hidraulicamente uma bomba semelhante, de menor velocidade, ligada aoeixo propulsor. Este mecanismo tem rendimento elevado e permite eliminar a turbinade marcha AR, necessria nos redutores de engrenagens.

    Fig. 3-39 Turbina a vapor

    EIXO DOHLICE

    MANCAL DEESCORA

    ENGRENAGEMDE REDUO

    TURBINA

    HLICE

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    40/58

    ARTE NAVAL130

    c. Redutores de corrente Devido falta de engrenagens helicoidais emotores eltricos para pequenos navios durante a SegundaGuerra Mundial, a Marinhaamericana adotou, em alguns rebocadores de porto, a transmisso por correntes.Contudo, este dispositivo no pode competir com os outros meios de reduo nasinstalaes martimas.

    d. Propulso turboeltrica (fig. 3-40) Quando a reduo se faz por motoreseltricos a instalao chama-se propulso turboeltrica. Neste caso, as turbinasso montadas no mesmo eixo de geradores de corrente alternada de grandevelocidade, os quais transmitem a energia a motores eltricos de baixa velocidademontados nos eixos dos hlices. A relao de reduo de velocidade entre a turbinae o hlice igual relao entre o nmero de plos indutores do gerador e do motoreltrico. Este conjunto de maior flexibilidade de instalao (as turbinas podem sercolocadas em qualquer local, mesmo longe dos eixos propulsores) que a reduomecnica; porm, o custo da instalao maior e o peso por Cavalo-Vapor(CV)

    desenvolvido maior. Tambm tem a vantagem de eliminar a turbina de marcha AR,pois a inverso de marcha se faz por meio das conexes eltricas.

    A propulso turboeltrica tem sido muito usada, desde 1927, em porta-avies,encouraados, cruzadores e em navios de passageiros velozes. Na Segunda GuerraMundial, a tonelagem de navios mercantes construdos com esse tipo de propulsoaumentou muito, principalmente devido ao emprego nos 532 petroleiros norte-americanos da classe T-2. Se bem que tenha diminudo nos ltimos anos apercentagem de navios turboeltricos construdos, sua importncia permaneceinalterada.

    3.24.2 Motores diesel Os motores diesel so os mais adequados paranavios de velocidade moderada e constante. Suas principais vantagens so:

    (1) eliminam a instalao de caldeiras e condensadores, o que representauma grande economia de peso e espao;

    (2) economizam peso e espao por dispensarem a gua de alimentao decaldeiras e por consumirem menos combustvel. Realmente, os motores diesel

    consomem 175 gramas por CV-hora efetivo, enquanto as mquinas a vapor maismodernas para navios de potncia moderada tm um consumo de cerca de 350gramas. Isto representa, para um cargueiro a motor, a possibilidade de ter maior raiode ao, ou maior potncia de mquina ou, ento, maior velocidade, ou maiorcapacidade de carga;

    Fig. 3-40 Propulso turboeltrica

    MANCALDE ESCORA

    MOTORELTRICO

    GERADOR ELTRICO

    TURBINA

    HLICE

  • 8/13/2019 Arte Naval - Cap. 03

    41/58

    CLASSIFICAO DOS NAVIOS 131

    (3) so reversveis e, como as mquinas alternativas, desenvolvem praticamentea mesma potncia na marcha a r que na marcha a vante. uma superioridade demanobra sobre os navios a turbina, cuja potncia em marcha AR limitada a 50%da potncia em marcha AV; e

    (4) durante as estadias no porto o consumo dos motores nulo, enquantoque as caldeiras dos navios a vapor devem ser mantidas sob presso.Suas principais desvantagens so:(1) exigem uma instalao de ar comprimido para partida e injeo de

    combustvel;(2) maior custo de instalao;(3) maior trabalho de manuteno, exigindo inspeo peridica a suas diversas

    peas; e(4) consome um combustvel mais caro, e mais lubrificante.

    As instalaes diesel podem ser:a. De propulso direta Os motores de baixa velocidade podem acionardiretamente o eixo. Tm as vantagens de consumir menos combustvel e fazer menorrudo que os motores de grande velocidade.

    b. De redutores de engrenagem ou hidrulicos Os motores de grandevelocidade apresentam as seguintes vantagens sobre as instalaes de propulsodireta: menor peso e tamanho dos motores, maior segurana e flexibilidade deinstalao (dois ou quatro motores, de dez ou doze cilindros cada um, permitemuma distribuio de potncia mais variada).

    c. Propulso diesel-eltrica A instalao diesel em que a reduo develocidade feita por meio de motores eltricos chama-se diesel-eltrica. Os motoresdiesel so diretamente ligados a geradores de corrente eltrica, os quais voalimentar os motores sncronos acoplados aos eixos propulsores. O nmero e otamanho dos motores-geradores eltricos o julgado necessrio, e eles podem sercolocados em compartimentos diferentes. Nas altas velocidades usam-se todos osdiesel-geradores, e nas velocidades econmicas desligam-se os que no foremnecessrios. A inverso de marcha feita por meio das ligaes eltricas.

    Nos navios de propulso eltrica, at ltima guerra, usava-se a corrente

    contnua. Nos navios modernos, exceto nas pequenas potncias, os motores depropulso so de corrente alternada. Contudo, nos motores auxiliares, a correntecontnua usada quase universalmente. Na Amrica do Norte, onde a propulsoeltrica