Upload
newton-scheufler
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
8/13/2019 Artigas o Desenho
1/11
:::::::::::: O DESENHO :::::::::::::
O DESENHO
Vilanova Artigas
Texto da Aula Inaugural pronunciada na Faculdade de Arquitetura e Uranis!o daUS" e! # de !ar$o de #%&'( )eedi$*o da pulica$*o do +entro de Estudos,rasileiros do -r.!io da FAU/US"0 #%'1(
O ca!po de atua$*o do arquiteto0 nas condi$2es do !undo conte!por3neo0a!plia/se cada ve4 !ais( N*o se trata de u!a avalia$*o quantitativa 5 !aiscasas0 !ais cidades0 !ais servi$os necess6rios( Seria a7ir!ar o 8vio( 9eu pontode vista o da esttica( E !el;or dito0 signi7icaria: as artes gan;a!0 cada ve4
!ais0 ra
8/13/2019 Artigas o Desenho
2/11
arquitetos0 qui$6 assustados co! o car6ter de!i@rgico0 que a vida exige da a$*odos que traal;a! no aper7ei$oa!ento da cultura(
No 7undo0 a de7ini$*o de -ilert Scott0 que escol;i para co!e$ar asconsidera$2es que 7arei0 tradu40 co!o 7acil!ente se percee0 o con7lito ;ist8rico
entre a tcnica e a arte 5 !era constru$*o versus decora$*o 5 pronunciada napoca e! que o con7lito se apresentou so a 7or!a as !ais agudas e irritantes 5 apoca da i!planta$*o da !6quina(
N*o espere! que eu to!e partido contra as tcnicas( 9uito ao contr6rio0 =ulgoque 7rente a elas0 os arquitetos e os artistas vira! a!pliado o seu repert8rio 7or!alassi! co!o se a!pliara! seus !eios de reali4ar( Alin;o/!e entre os que est*oconvictos de que a !6quina per!ite B arte u!a 7un$*o renovada na sociedade( esta0 ali6s0 a tese que pretendo experi!entar aqui0 aproveitando a oportunidadepara tecer considera$2es e! torno do desen;o0 linguage! da arquitetura e datcnica(
O >desen;o? 5 co!o palavra0 segundo vere!os0 tra4 consigo u! conte@dose!3ntico extraordin6rio(
Este conte@do equipara/se a u! espel;o onde se re7lete todo o lidar co! aarte e a tcnica no correr da ;ist8ria( o !todo da lingneo/;u!anis!o 7ilol8gico e pl6stico0 que si!ples!ente se inicia0 !as pode vir a seru!a das 7or!as novas de re7lex*o !oderna sore as atividades superiores dasociedade?(
O conte@do se!3ntico da palavra desen;o desvenda o que ela cont! detraal;o ;u!ano acrisolado durante o nosso longo 7a4er ;ist8rico(
O 7a4er ;ist8rico para o ;o!e! co!porta dois aspectos( De u! lado este7a4er do!inar a nature4a0 descorir os seus segredos0 7ruir de sua generosidadee interpretar as suas 7reqentes de!onstra$2es de ;ostilidade( Do!inar anature4a 7oi e criar u!a tcnica capa4 de orig6/la a dorar/se Bs nossasnecessidades e dese=os( De outro lado0 7a4er a ;ist8ria 0 ta!!0 co!o se di4;o=e0 u! do! de a!or( 7a4er as rela$2es entre os ;o!ens0 a ;ist8ria co!oiniciativa ;u!ana(
Neste dualis!o0 provis8rio e did6tico0 que nada te! de !isterioso0 queencontra suas origens o con7lito entre a tcnica e a arte( U!a tcnica paraapropria$*o da nature4a e o uso desta tcnica para a reali4a$*o do que a !ente;u!ana cria dentro de si !es!a(
U!a tcnica para apropria$*o da nature4a e o uso dessa tcnica para areali4a$*o do que a !ente ;u!ana cria dentro de si !es!a(
U! con7lito que n*o separa0 !as une(
8/13/2019 Artigas o Desenho
3/11
Na ;ist8ria da luta que o ;o!e! ve! travando co! a nature4a0 a tcnica e aarte ca!in;a! =untas0 quando n*o se con7unde!( O gra7is!o paleolarte deHip8crates?0 nada convence que se trate de u! auso de linguage!( A cirurgiate! suas 7acetas art
8/13/2019 Artigas o Desenho
4/11
E! oposi$*o B Idade 9dia0 O )enasci!ento reailitou o ;u!ano( As no$2essore o ;o!e! surgira! de todas as 7ontes i!agin6veis0 descoertas pelos quepintava! e esculpia!0 pois o ;u!anis!o cl6ssico e liter6rio ;erdado do !undogreco/ro!ano tendia a considerar as artes co!o atividade !anual pr6tica0 e o
saer co!o 7il;o do 8cio( >O ;o!e! considerado pelos antigos u! !undo !enor? 5 queixou/se DaVinci(
A tcnica e as artes cu!prira! seu papel( Na verdade0 a tcnica !oderna te!sua orige! no )enasci!ento(
eonardo Da Vinci0 talve4 o !aior de seus artistas0 7oi ta!! engen;eiro naacep$*o !es!a da orige! do ter!o( Arquiteto0 pintor e escultor0 enquantoconstruiu ou ideali4ou oras de ;idr6ulica e de sanea!ento0 pro=etou cidades ecasas pr/7aricadas( )eali4ou ou i!aginou propostas tcnicas de soeraenvergadura0 !as soue !ostrar despre4o aos seus conte!por3neos que>relegava! a pintura ao n
8/13/2019 Artigas o Desenho
5/11
+o! ele e os de!ais artistas do )enasci!ento o desen;o se i!ps( "assoua ser linguage! da tcnica e da arte 5 co!o interpreta$*o da nature4a e co!odesDesen;ar no papel( >For!a! inani!o designata! lineis descriere? 5 delineare?( >Gue desen;asse a 7orti7ica$*oM(
A din3!ica que esse duplo conceito proporciona ou0 se pre7erire!0 con7litoque a palavra carreia dentro de si !es!a e que0 a !eu ver0 su!a!ente criador0encontrou no sculo seguinte0 na )evolu$*o Industrial dos !eados do sculo I0u!a condi$*o toda especial(
O con7lito trans7or!ou/se e! crise aguda 5 expri!iu/se atravs de duraspol.!icas que at ;o=e reverera! no 3!ito das artes(
8/13/2019 Artigas o Desenho
6/11
Ac;a!o/nos de volta B de7ini$*o in7eli4 de Sir -ilert Scott0 nu! >da capo?inevit6vel( +o!o esta !e irrita ta!!0 =ulgo prudente n*o repeti/la(
A trans7or!a$*o do con7lito discreto e criador0 e! orige! de u!a pol.!ica
inter!in6vel n*o pode ser atriudesen;o? enc;arcada de nore conte@do se!3ntico0 ou se=a0 !uitotraal;o ;u!ano reali4ado so duras condi$2es0 co!o s8i acontecer(
A culpa cae !el;or ao apareci!ento da !6quina de u! lado e dopensa!ento ro!3ntico do outro 5 advers6rios i!plac6veis0 co!o vere!os(
>A tcnica !oderna torna poss)o!antis!o?0 di4er 5 >as idiaspredo!inantes nos !eados do sculo I?( Houve outras correntes depensa!ento que ta!! tivera! sua parte na pol.!ica(
A oposi$*o irredut
8/13/2019 Artigas o Desenho
7/11
E$a e Jos de Alencar s*o exe!plos !uito !eigos0 co!parados co! o suepassare!os a co!entar(
A principal 7igura do sculo I contra a !6quina e as tcnicas !odernas deprodu$*o 7oi0 se! d@vida0 Jo;n )usin( Trans7or!ou a arte e! religi*o( +on7eriu/
l;e u! grau de suli!e t*o exacerado que0 7rente ao !onstro que o aterrava0criou u! outro ser !onstruoso0 !
8/13/2019 Artigas o Desenho
8/11
industriali4ado( )e7iro/!e ao parecer que )ui0 co!o relator0 apresentou sore oensino pri!6rio no ,rasil( 60 creio que pela pri!eira ve4 e! nossa los e7eitos triviais da produ$*o e! !assa co! sua a=eta depend.ncia deu! grande !ercado?(((
8/13/2019 Artigas o Desenho
9/11
((( >a 6rara indecis*o dos editores !odernos ante a pulica$*o depoe!as?((( ((( >o anal7aetis!o decorrente do desenvolvi!ento excessivo daradiotele7onia e da televis*o?((( Note e!: >desenvolvi!ento excessivo?(
O desen;o que d6 >7or!a aerodin3!ica ao saca/rol;as ou a o=etos deescrit8rio0 ou trans7or!a u! radiador de auto!8vel e! oca de tuar*o?(((
De toda u!a srie de considera$2es dessa orde!0 que se! d@vida cada u!adelas pode tra4er u!a parte da verdade se! contudo sere! a verdade7unda!ental 5 conclui que n*o se deve quanti7icar o uso da !6quina0 !asquali7ic6/lo( +onclus*o que i!posscoloca/!e plena!ente ao lado do autor de RA=uda 9@tua: +a!pos0F6ricas e O7icinas que co!preendeu que o avan$o da !6quina0 co!o agente deu!a vida verdadeira!ente ;u!ana0 signi7icava o uso de unidades e! escalaspequenas0 poss
8/13/2019 Artigas o Desenho
10/11
8/13/2019 Artigas o Desenho
11/11
+o! certe4a0 a se!3ntica da palavra >desen;o? tende a enriquecer nessadire$*o( Senti!os =6 as pri!eiras !udan$as( O desen;o n*o a @nica linguage!para o artista( E as linguagens s*o 7or!as de co!unica$*o ligadas estreita!enteao que expri!e!(
Da Vinci di4ia: >os ol;os s*o a =anela da al!a?( Nossa linguage! essencial!ente visual0 de co!unica$*o social(
A arte n*o u! s