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Aspectos Econômicos da Aspectos Econômicos da Gestão de Serviços Públicos Gestão de Serviços Públicos de Saneamento de Saneamento Política Tarifária Política Tarifária Econ. João Batista Peixoto Econ. João Batista Peixoto

Aspectos Econômicos da Gestão de Serviços Públicos de Saneamento Política Tarifária Econ. João Batista Peixoto

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Aspectos Econômicos da Gestão de Aspectos Econômicos da Gestão de Serviços Públicos de SaneamentoServiços Públicos de Saneamento

Política TarifáriaPolítica Tarifária

Econ. João Batista PeixotoEcon. João Batista Peixoto

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IntroduçãoIntroduçãoA regulação econômica dos serviços públicos, em que se inclui a A regulação econômica dos serviços públicos, em que se inclui a política de cobrança (política tarifária), é prevista desde a Constituição política de cobrança (política tarifária), é prevista desde a Constituição de 1934, sendo competência legislativa da União até a Constituição de 1934, sendo competência legislativa da União até a Constituição de 1946, e do ente federativo titular dos serviços desde então.de 1946, e do ente federativo titular dos serviços desde então.

Lei Federal 6.528/78 e Decreto 82.587/78 estabeleceram a Lei Federal 6.528/78 e Decreto 82.587/78 estabeleceram a regulação econômica dos serviços de abastecimento de água e regulação econômica dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, no âmbito do Planasa. Esse Decreto foi esgotamento sanitário, no âmbito do Planasa. Esse Decreto foi revogado em 1991 e a Lei em 2007 (Lei 11.445/07).revogado em 1991 e a Lei em 2007 (Lei 11.445/07).

Fora esse caso, a regulação dos serviços, desde o início da Fora esse caso, a regulação dos serviços, desde o início da República, historicamente tem sido feita pelo ente federativo que República, historicamente tem sido feita pelo ente federativo que presta de fato o serviço, consoante ou não com a Constituição presta de fato o serviço, consoante ou não com a Constituição vigente.vigente.

Cenário atual da regulação confuso, com serviços sendo prestados, Cenário atual da regulação confuso, com serviços sendo prestados, na maioria dos casos, com base em normas ou instrumentos jurídicos na maioria dos casos, com base em normas ou instrumentos jurídicos insuficientes ou inadequados, ou com a ausência dos mesmos. insuficientes ou inadequados, ou com a ausência dos mesmos. Reflexos negativos dessa situação nas delegações realizadas antes Reflexos negativos dessa situação nas delegações realizadas antes da Lei 11.445/07.da Lei 11.445/07.

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IntroduçãoIntrodução

A Lei nº 11.445, de 05 janeiro de 2007, instituiu as diretrizes A Lei nº 11.445, de 05 janeiro de 2007, instituiu as diretrizes normativas nacionais para o saneamento básico e a Política normativas nacionais para o saneamento básico e a Política Federal de Saneamento Básico.Federal de Saneamento Básico.

As diretrizes desta Lei constituem as bases para a regulação As diretrizes desta Lei constituem as bases para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, em particular a dos serviços públicos de saneamento básico, em particular a regulação econômica e a política de cobrança (política tarifária).regulação econômica e a política de cobrança (política tarifária).

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Política TarifáriaPolítica Tarifária

Independente do regime aplicável, a política de cobrança pela Independente do regime aplicável, a política de cobrança pela prestação dos serviços é condicionada pelas normas da regulação prestação dos serviços é condicionada pelas normas da regulação estabelecida pelo Poder Público competente.estabelecida pelo Poder Público competente.

Qualquer que seja o regime de cobrança pelos serviços, tributário Qualquer que seja o regime de cobrança pelos serviços, tributário (taxa) ou preço público (tarifa), devem ser observados elementos e (taxa) ou preço público (tarifa), devem ser observados elementos e conceitos comuns, quanto aos aspectos econômico-financeiros, para conceitos comuns, quanto aos aspectos econômico-financeiros, para o estabelecimento da política, para a configuração e formulação de o estabelecimento da política, para a configuração e formulação de sua estrutura e para a respectiva regulação.sua estrutura e para a respectiva regulação.

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Aspectos DeterminantesAspectos DeterminantesSão elementos essenciais para definição da política de cobrança pela prestação de serviços públicos de saneamento:

Planos de saneamento (diagnóstico, objetivos e metas)

estudo de viabilidade econômica - sustentabilidade

forma de prestação dos serviços

regime de cobrança – taxa ou tarifa

modalidade de regulação econômica

formas e fontes de financiamento

critérios para determinação/composição do custo do serviço, inclusive forma de remuneração do prestador

estrutura de cobrança (estrutura tarifária)

política de subsídios

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Plano de Saneamento BásicoPlano de Saneamento Básico

A vigência de plano de saneamento básico é condição requerida pela A vigência de plano de saneamento básico é condição requerida pela Lei nº 11.445/07 para a validade dos contratos que tenham por objeto Lei nº 11.445/07 para a validade dos contratos que tenham por objeto a prestação dos serviços.a prestação dos serviços.

A competência para a elaboração desse plano é do titular dos A competência para a elaboração desse plano é do titular dos serviços, podendo ser elaborado pelo conjunto de titulares nos casos serviços, podendo ser elaborado pelo conjunto de titulares nos casos de gestão associada (consórcio público).de gestão associada (consórcio público).

Os planos de saneamento básico poderão ser específicos para cada Os planos de saneamento básico poderão ser específicos para cada serviço, e poderão ser elaborados com base em estudos fornecidos serviço, e poderão ser elaborados com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço. pelos prestadores de cada serviço.

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Plano de Saneamento BásicoPlano de Saneamento BásicoObjetivos:Objetivos: Elaborar diagnóstico da situação e de seus impactos utilizando Elaborar diagnóstico da situação e de seus impactos utilizando

indicadores de saúde, ambientais e socioeconômicos e apontando indicadores de saúde, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;as causas das deficiências detectadas;

Definir os objetivos e metas para a universalização, admitidas Definir os objetivos e metas para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, compatíveis com os planos soluções graduais e progressivas, compatíveis com os planos setoriais;setoriais;

Estabelecer os programas, projetos e ações necessárias para Estabelecer os programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, compatíveis com os planos atingir os objetivos e as metas, compatíveis com os planos plurianuais e outros planos governamentais, e identificar fontes de plurianuais e outros planos governamentais, e identificar fontes de financiamento;financiamento;

Definir as ações para emergências e contingências; eDefinir as ações para emergências e contingências; e

Estabelecer mecanismos e procedimentos para a avaliação Estabelecer mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.

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Estudo de viabilidadeEstudo de viabilidade

Embora não seja definido na Lei 11.445/07 como parte intrínseca do Embora não seja definido na Lei 11.445/07 como parte intrínseca do plano de saneamento básico, o estudo de viabilidade técnica e plano de saneamento básico, o estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira constitui peça indispensável do processo de econômico-financeira constitui peça indispensável do processo de planejamento dos serviços para demonstrar a sua exeqüibilidade e planejamento dos serviços para demonstrar a sua exeqüibilidade e sustentabilidade e é determinante na definição do modelo de gestão sustentabilidade e é determinante na definição do modelo de gestão mais adequado para sua organização e prestação.mais adequado para sua organização e prestação.

É importante também para definir e testar as premissas e parâmetros, É importante também para definir e testar as premissas e parâmetros, bem como as condições e critérios de aplicação dos elementos do bem como as condições e critérios de aplicação dos elementos do plano de saneamento básico, cujos resultados são essenciais para a plano de saneamento básico, cujos resultados são essenciais para a regulação econômica da prestação e para o plano de gestão regulação econômica da prestação e para o plano de gestão administrativa, financeira e operacional dos serviços. administrativa, financeira e operacional dos serviços.

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Regulação econômicaRegulação econômica

Teoria da regulação Teoria da regulação

Sentido amplo – atividades econômicas: regras impostas pelo Estado sobre a liberdade de indivíduos e organizações para tomar decisões econômicas, sob ameaça de imposição de penalidades.

regulação é limitada aos aspectos particulares da atuação dos agentes econômicos, públicos ou privados, visando a harmonia e o equilíbrio das relações econômicas entre eles.

Sentido estrito – serviços públicos: exigência constitucional para a garantia de direitos sociais (serviços e bens essenciais) ou para garantia de acesso/universalização e proteção do usuário/consumidor (serviços e bens de utilidade pública).

regulação é plena – abrange todos os aspectos da atuação, direitos e obrigações dos agentes envolvidos, inclusive o próprio Estado.

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Formas de prestação dos serviçosFormas de prestação dos serviçosQuadro esquemáticoQuadro esquemático

régie direta Centralizada

régie indireta Direta

autarquiaDescentralizada empresa pública

(outorga legal) soc. econ. mista

fundação

Prestação de Serviço Público concessão

Indireta permissão(delegação) autorização

consórcio público contrato de

Gestão associada convênio de cooperação

programa

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Regime de cobrançaRegime de cobrança

São admitidos dois regimes de cobrança direta dos usuários pela prestação dos serviços públicos de saneamento básico, conforme o artigo 29 da Lei nº 11.445/07: o de preços públicos e o tributário.

No entanto, conforme interpretação desse dispositivo e do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66, atualizada pela LC nº 104/01), esses regimes e suas espécies não se aplicam de modo uniforme para os diferentes serviços de saneamento básico ou para as diferentes formas de sua prestação dos serviços.

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Regime de cobrançaRegime de cobrança

Requisitos para adoção dos regimes de cobrança Requisitos para adoção dos regimes de cobrança

O regime de preço público (tarifário) requer: adesão voluntária e contratual do usuário

o serviço seja específico, quando prestado de forma destacada para unidades autônomas de usuários determinados e divisível, quando puder ser utilizado, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários

o serviço seja efetivamente prestado e utilizado pelo usuário

a utilização do serviço seja quantificável por instrumento de medição ou critério técnico e objetivo de aferição.

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Regime de cobrançaRegime de cobrança

Requisitos para adoção dos regimes de cobrança Requisitos para adoção dos regimes de cobrança

O regime tributário na forma de taxa requer: serviço específico e divisível, conforme definição anterior

o serviço deve ser efetivamente prestado e utilizado pelo usuário; e/ou

quando de utilização compulsória, haja a possibilidade de utilização efetiva ou potencial do serviço público pelos usuários/contribuintes, isto é, o serviço seja efetivamente prestado ao usuário/contribuinte ou posto à sua disposição, mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, para que possa utilizá-lo quando necessitar

se vinculada ao nível de utilização, o serviço seja objetivamente quantificável, por medição ou critério técnico de aferição

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Regime de cobrançaRegime de cobrança

Ausentes esses requisitos, o serviço não pode ser cobrado diretamente do usuário em qualquer desses regimes, observada a hipótese de instituição de contribuições especiais previstas na Constituição Federal, como é o caso do serviço de iluminação pública definido no seu art.149-A.

Observar que, quando o serviço for prestado diretamente por órgão ou entidade pública do titular, sempre que presentes os requisitos para cobrança de preço público (tarifa), também poderá ser adotado o regime tributário de taxa*. O contrário nem sempre se aplica.

* Há divergências interpretativas de alguns magistrados.

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Regime de cobrançaRegime de cobrançaRegimes de cobrança segundo a forma de prestaçãoRegimes de cobrança segundo a forma de prestação

Abastecimento de água e esgotamento sanitário:

prestação direta centralizada ou descentralizada: por autarquia, regime de taxa ou de tarifa.

prestação direta descentralizada: por empresa pública ou mista ou por fundação, exclusivamente regime de tarifa .

prestação indireta: mediante concessão, permissão ou autorização, exclusivamente mediante regime de tarifa.

gestão associada: por consórcio público ou convênio de cooperação, exclusivamente regime de tarifa.

Para os serviços de manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, em razão de suas peculiaridades, a cobrança direta do usuário normalmente se aplica no regime de taxa, pelo prestador se for órgão ou entidade de direito público do titular, ou pelo titular se o serviços for delegado.

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Regulação econômicaRegulação econômica

A prestação dos serviços públicos de saneamento básico admite algumas

modalidades de regulação econômica, sempre com o objetivo fazer com que o prestador opere em regime de máxima eficiência econômica e eficácia social.

Em tese esses modelos de regulação econômica se aplicam, conceitualmente, tanto ao regime de tarifa como ao regime de taxa, tendo como premissa que, em ambos os casos, o valor da contraprestação paga pelo usuário esteja associado ao efetivo custo econômico do serviço, explicitando-se, quando for o caso, eventual subsídio vinculado.

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Regulação econômicaRegulação econômica

Modalidades de regulação econômica de serviços públicosModalidades de regulação econômica de serviços públicos

Regulação pelo custo econômico do serviço:

Representa, grosso modo, regras para a determinação do preço pelo custo econômico médio do serviço, de modo que a receita total se iguale ao custo total e o prestador tenha lucro econômico zero. Observando-se, nesta condição, que o lucro financeiro do prestador é representado pela taxa de retorno ou de remuneração do capital financeiro (investimentos) e/ou tecnológico (conhecimento) do prestador.

Metodologias de cálculo: taxa de retorno sobre capital próprio taxa de retorno sobre capital total ou investimento reconhecido* taxa de remuneração do prestador

* Método e terminologia adotados no âmbito do Planasa

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Regulação econômicaRegulação econômica

Modalidades de regulação econômica de serviços públicosModalidades de regulação econômica de serviços públicos

Regulação por incentivos: taxa de retorno com bandas moratória de revisão de preços compartilhamento de lucros com usuários compartilhamento de receitas com usuários

Preço teto (Price cap)Receita máximaRegulação de referência (Yardstick ou Benchmark)

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Formas e Fontes de FinanciamentoFormas e Fontes de Financiamento

SustentabilidadeSustentabilidade

Conforme o art. 29 da Lei nº 11.445/07, “os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços”, mediante os regimes e suas espécies anteriormente comentadas.

A cobrança não é único mecanismo e fonte de sustentabilidade.

A sustentabilidade é assegurada quando o Poder Público estabelece e garante meios e fontes de recursos (financeiros ou não) regulares, estáveis e suficientes para o seu financiamento (custeio e investimentos), sob modelo de gestão institucional e jurídico-administrativo adequado.

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Formas e Fontes de FinanciamentoFormas e Fontes de Financiamento

Cobrança direta dos usuários – Taxa ou TarifaCobrança direta dos usuários – Taxa ou Tarifa

Subvenções e subsídios públicos e privadosSubvenções e subsídios públicos e privados

Inversões diretas de capitais públicos e/ou privados (empresas Inversões diretas de capitais públicos e/ou privados (empresas estatais públicas ou mistas)estatais públicas ou mistas)

Cobrança pelo uso de recursos hídricos e compensações ambientaisCobrança pelo uso de recursos hídricos e compensações ambientais

Empréstimos – capitais de terceiros (Fundos e Bancos)Empréstimos – capitais de terceiros (Fundos e Bancos)

Fundos de universalizaçãoFundos de universalização

Delegação a terceiros - Concessões e PPPsDelegação a terceiros - Concessões e PPPs

Proprietário do imóvel urbano – aquisição ou contribuição de melhoriaProprietário do imóvel urbano – aquisição ou contribuição de melhoria

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Determinação do CustoDeterminação do Custo

Modelos conceituais de custosModelos conceituais de custos

Custo histórico/contábilCusto histórico/contábil

Custo incremental/médio de longo prazoCusto incremental/médio de longo prazo

Custo financeiro em regime de caixaCusto financeiro em regime de caixa

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Reflete o custo do bem ou serviço em “regime de competência Reflete o custo do bem ou serviço em “regime de competência de exercício”, a preços correntes, com base nos preceitos da de exercício”, a preços correntes, com base nos preceitos da contabilidade privada, sendo de aplicação limitada no caso de contabilidade privada, sendo de aplicação limitada no caso de serviços prestados por órgãos públicos (Adm. serviços prestados por órgãos públicos (Adm. Direta/Autarquias), que adota sistema de contabilidade pública, Direta/Autarquias), que adota sistema de contabilidade pública, baseado em regime misto: “regime de caixa” para as receitas e baseado em regime misto: “regime de caixa” para as receitas e “regime de competência” para as despesas.“regime de competência” para as despesas.

Custo histórico/contábilCusto histórico/contábil

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Fórmula BásicaFórmula Básica

TCC = (DEX + DEP + RIO) / VFTCC = (DEX + DEP + RIO) / VF , Sendo , Sendo

RIO = r RIO = r IOP IOP

TCC = Tarifa pelo Custo ContábilTCC = Tarifa pelo Custo Contábil

DEX = Despesas de Exploração;DEX = Despesas de Exploração;

DEP = Depreciações/Amortizações de investimentos;DEP = Depreciações/Amortizações de investimentos;

RIO = Remuneração do Investimento em Operação;RIO = Remuneração do Investimento em Operação;

VF = Volume Faturado;VF = Volume Faturado;

r = Taxa de Remuneração do Investimento;r = Taxa de Remuneração do Investimento;

IOP = Investimento em Operação.IOP = Investimento em Operação.

Custo histórico/contábilCusto histórico/contábil

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Neste conceito, a tarifa ou preço do bem ou serviço é Neste conceito, a tarifa ou preço do bem ou serviço é estimado pelo Custo Incremental de Longo Prazo estimado pelo Custo Incremental de Longo Prazo (CILP), refletindo o custo médio equivalente anual das (CILP), refletindo o custo médio equivalente anual das operações e dos investimentos atuais e futuros. O operações e dos investimentos atuais e futuros. O CILP é estimado a preços de mercado, conforme a CILP é estimado a preços de mercado, conforme a regulação, expressos em valores atuais constantes.regulação, expressos em valores atuais constantes.

Custo incremental de longo prazoCusto incremental de longo prazo

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Fórmula BásicaFórmula Básica

(t(t1,n)1,n) (DEX (DEXtt + INV + INV t t) / (1+i)) / (1+i)t t + INV+ INV to to

TCILP = -------------------------------------------------- , TCILP = -------------------------------------------------- , ondeonde (t(t1,n) 1,n) VF / (1+i)VF / (1+i)tt

TCILP = Tarifa pelo Custo Incremental de Longo Prazo;TCILP = Tarifa pelo Custo Incremental de Longo Prazo;

DEXt = Despesas de Exploração projetadas para os períodos “t”;DEXt = Despesas de Exploração projetadas para os períodos “t”;

INV t = Investimentos atuais e futuros para os períodos “t INV t = Investimentos atuais e futuros para os períodos “t 0,n0,n”;”;

VF = Volume Faturado nos períodos “t”;VF = Volume Faturado nos períodos “t”;

i = Taxa de Desconto do Fluxo de Caixa (custo de oportunidade do i = Taxa de Desconto do Fluxo de Caixa (custo de oportunidade do capital).capital).

Em tese, no caso de delegação (concessão), não há valor residual de Em tese, no caso de delegação (concessão), não há valor residual de investimentos ao final do prazo contratual. Se houver, deduzir o investimentos ao final do prazo contratual. Se houver, deduzir o seu VP no numerador da fórmula.seu VP no numerador da fórmula.

Custo incremental de longo prazoCusto incremental de longo prazo

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Custo financeiro em regime de caixaCusto financeiro em regime de caixa

Reflete o custo financeiro ocorrido durante o período de Reflete o custo financeiro ocorrido durante o período de produção ou comercialização do bem ou serviço, em “regime de produção ou comercialização do bem ou serviço, em “regime de caixa” e a preços correntes, com base nos desembolsos caixa” e a preços correntes, com base nos desembolsos efetivamente realizados no período, independente se esses efetivamente realizados no período, independente se esses gastos integram diretamente a composição do custo contábil do gastos integram diretamente a composição do custo contábil do bem ou serviço.bem ou serviço.

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Custo financeiro em regime de caixaCusto financeiro em regime de caixa

Fórmula básicaFórmula básica

TCF = (DEX + SDV + INF + RCP) / VFTCF = (DEX + SDV + INF + RCP) / VF , , sendo sendo

TCF = Tarifa pelo Custo Financeiro;TCF = Tarifa pelo Custo Financeiro;

DEX = Desembolsos com despesas de exploração;DEX = Desembolsos com despesas de exploração;

SDV = Desembolsos com serviço da dívida (juros, encargos e SDV = Desembolsos com serviço da dívida (juros, encargos e amortizações);amortizações);

INF = Investimentos não financiados;INF = Investimentos não financiados;

RCP = Remuneração do estoque de capital próprio;RCP = Remuneração do estoque de capital próprio;

VF = Volume Faturado.VF = Volume Faturado.

Page 28: Aspectos Econômicos da Gestão de Serviços Públicos de Saneamento Política Tarifária Econ. João Batista Peixoto

Estrutura TarifáriaEstrutura Tarifária

A estrutura tarifária compreende a forma como os valores das A estrutura tarifária compreende a forma como os valores das tarifas serão distribuídos conforme os elementos que integram a tarifas serão distribuídos conforme os elementos que integram a prestação dos serviços, entre os quais:prestação dos serviços, entre os quais:

tipos de serviços prestados pela mesma organização; categorias de usuários (residencial, industrial, comercial, etc.) de cada

serviço; classes ou grupos de usuários de uma mesma categoria (residencial:

social, condominial, normal, etc.); escala de progressividade dos valores unitários conforme a quantidade

de serviço utilizado, para cada classe e categoria de usuários e cada tipo de serviço;

características de subsídios tarifários.

Page 29: Aspectos Econômicos da Gestão de Serviços Públicos de Saneamento Política Tarifária Econ. João Batista Peixoto

Estrutura TarifáriaEstrutura Tarifária

Outros elementos da estrutura tarifária previstos na Lei Outros elementos da estrutura tarifária previstos na Lei 11.445/07:11.445/07:

Espécies de serviços prestados (escopo) Área de prestação – local ou regional (escala) Padrões de uso ou de qualidade requeridos Quantidade mínima de utilização (tarifa mínima) Custo mínimo necessário para disposição do serviço (tarifa básica) Ciclos significativos de aumento da demanda (tarifa sazonal); Capacidade de pagamento dos usuários Serviços ou atividades interdependentes

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Política de subsídiosPolítica de subsídios

Serviços públicos com contraprestação pecuniária normalmente Serviços públicos com contraprestação pecuniária normalmente requer a adoção de política de subsídios como mecanismo de requer a adoção de política de subsídios como mecanismo de universalização ou garantia de acesso aos usuários de mais universalização ou garantia de acesso aos usuários de mais baixa renda.baixa renda.

O subsídio não deve cobrir custos de ineficiências do prestador O subsídio não deve cobrir custos de ineficiências do prestador dos serviços, ou objetivar exclusivamente viabilizar a sua dos serviços, ou objetivar exclusivamente viabilizar a sua exploração econômica e custos de ineficiência de planejamento, exploração econômica e custos de ineficiência de planejamento, de regulação e de fiscalização do titular.de regulação e de fiscalização do titular.

Deve focar primordialmente o usuário que não tem condição de Deve focar primordialmente o usuário que não tem condição de pagar integralmente pela prestação dos serviços, pressupondopagar integralmente pela prestação dos serviços, pressupondo inclusive a gratuidade em casos extremos, para os serviços inclusive a gratuidade em casos extremos, para os serviços públicos essenciais.públicos essenciais.

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Política de SubsídiosPolítica de SubsídiosModalidades e fontes de subsídiosModalidades e fontes de subsídios

Subsídio público Subsídio público (fiscal)(fiscal) - quando parte do custo do serviço é coberta por - quando parte do custo do serviço é coberta por recursos públicos, mediante subvenção ao prestador ou pagamento direto recursos públicos, mediante subvenção ao prestador ou pagamento direto aos usuários beneficiados, ou investimentos diretos do Poder Público. aos usuários beneficiados, ou investimentos diretos do Poder Público.

Subsídio cruzado interno Subsídio cruzado interno (tarifário) - se processa dentro do sistema de (tarifário) - se processa dentro do sistema de prestação e cobrança de determinado serviço, quando uma parcela de prestação e cobrança de determinado serviço, quando uma parcela de usuários ou determinada categoria paga tarifas ou taxas maiores que o custo usuários ou determinada categoria paga tarifas ou taxas maiores que o custo econômico médio. econômico médio.

Subsídio cruzado externoSubsídio cruzado externo (tarifário) - se processa mediante transferências (tarifário) - se processa mediante transferências ou compensações financeiras entre diferentes localidades e distintos ou compensações financeiras entre diferentes localidades e distintos titulares, com recursos originados da cobrança pela prestação de serviços titulares, com recursos originados da cobrança pela prestação de serviços públicos (gestão associada – consórcio público ou prestação regionalizada).públicos (gestão associada – consórcio público ou prestação regionalizada).

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Política de SubsídiosPolítica de Subsídios

Forma de concessãoForma de concessão

diretosdiretos quando destinados direta e distintamente aos usuários quando destinados direta e distintamente aos usuários beneficiários, em espécie ou mediante desconto na fatura/conta. beneficiários, em espécie ou mediante desconto na fatura/conta.

indiretosindiretos quando concedido de forma coletiva indireta e quando concedido de forma coletiva indireta e indistinta a um grupo, categoria ou todos os usuários do serviço, indistinta a um grupo, categoria ou todos os usuários do serviço, seja por meio da política e estrutura de cobrança definida nos seja por meio da política e estrutura de cobrança definida nos instrumentos de regulação, ou por decisão do titular, mediante instrumentos de regulação, ou por decisão do titular, mediante transferência contratual de recursos fiscais diretamente ao transferência contratual de recursos fiscais diretamente ao prestador do serviço ou mediante realização de investimentos prestador do serviço ou mediante realização de investimentos diretos pelo próprio titular ou por sua conta.diretos pelo próprio titular ou por sua conta.

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Obrigado!Obrigado!

João Batista PeixotoJoão Batista PeixotoConsultor em Gestão de Serviços de SaneamentoConsultor em Gestão de Serviços de Saneamento

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