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ASPECTOS ÉTICOS NA
PRÁTICA DA
MEDICINA FETAL
Prof. Dr. Hermes de Freitas BarbosaDepartamento de Patologia e Medicina Legal
FMRP - USP
MEDICINA FETAL
Fim do efeito surpresa: os exames pré-natal e oultrassom significaram um grande salto para odiagnóstico de anomalias fetais
Nas últimas duas décadas: aprimoramento nodiagnóstico e desenvolvimento de terapias intra-uterinas
Consolida-se a Medicina Fetal como área de atuaçãoda Ginecologia e Obstetrícia
Resoluções CFM 1.845/2008 e 1.973/2011
MEDICINA FETAL
ÁREA DE ATUAÇÃO
Formação: 1 ano
CNRM: Opcional em PRM em Ginecologia e Obstetrícia
AMB: Concurso da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia – edital exige 2 anos de estágio
Requisito: TE-AMB em Ginecologia e Obstetrícia
Resoluções CFM 1.845/2008 e 1.973/2011
PECULARIEDADES
O paciente é o “trinômio” feto-mãe-pai
Transmissão adequada de informações ao casal, quedeve compreendê-las
Estabelecimento de interação não-diretiva
Eliminação do paternalismo e da diretividade nainteração do médico com o “trinômio”
Equipe multidisciplinar
Privilegiar autonomia
EXCEÇÕES AO TRATAMENTO
NÃO-DIRETIVO
Em caso de terapia claramente benéfica ao feto, e ocasal dá sinais de recusa, o médico pode fazer umainteração mais diretiva
Renúncia da autonomia pelo casal e sua transferênciaao médico (CUIDADO!!!)
CONSENTIMENTO
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
É vedado ao médico:
Art. 22. Deixar de obter consentimento dopaciente ou de seu representante legal apósesclarecê-lo sobre o procedimento a serrealizado, salvo em caso de risco iminente demorte.
TERMO DE
CONSENTIMENTO INFORMADO
Sinonímia: Termo de Consentimento Pós-Informado;Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Cumprimento do dever de informação a que omédico é obrigado; não é termo de isenção deresponsabilidade
Em algumas situações o Termo é obrigatório(esterilização, transplantes, reprodução assistida)
Não é obrigatório em Medicina Fetal, mas altamenterecomendável
E quando não é obrigatório, ele tem validade?
O Termo de Consentimento Informado é o ato final deum PROCESSO maior, de escolha esclarecida
Não deve ser dado ao paciente somente no momentoda realização do procedimento (pode perder suaeficácia legal)
Mito: receio de assustar o paciente
TERMO DE
CONSENTIMENTO INFORMADO
IMPORTÂNCIA DO DOCUMENTO
Superior Tribunal de Justiça
Recurso Especial Nº 436.827 - SP (2002/0025859-5)
Relator : Ministro Ruy Rosado de Aguiar
EMENTA
RESPONSABILIDADE CIVIL. Médico. Consentimentoinformado. A despreocupação do facultativo emobter do paciente seu consentimento informadopode significar - nos casos mais graves -negligência no exercício profissional. As exigênciasdo princípio do consentimento informado devem seratendidas com maior zelo na medida em que aumentao risco, ou o dano. Recurso conhecido.
PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS NO FETO Reconhecidos e indicados somente na malformação
adenomatoide cística ou no teratoma sacro-coccígeo, quetenham levado a hidropsia fetal.
Contra-indicações formais:
a) Condição clínica materna de risco;
b) Gestação múltipla;
c) Anormalidade cromossômica ou presença deoutras anomalias congênitas graves no feto.
Resolução Cremesp 143/2006
Outros procedimentos: se reconhecidos cientificamentesão permitidos; caso contrário, deverão consideradosexperimentais
ABORTO NO BRASIL
É crime!! E não é passível de pena em somenteduas situações, previstas no Código Penal:
Art. 128 - (...)
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
ABORTO SELETIVO
Má-formação incompatível com a vida
Não há previsão legal, dependendo de autorização judicial
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
Solicitação da gestante à autoridade judicial
Consentimento informado
Um ou mais exames de ultra-som morfológico assinado por dois especialistas
Relatório do médico assistente
Em caso de doença rara, cópia de artigo científico
HISTÓRICO – ADPF 54
2004 - A Confederação Nacional dos Trabalhadoresda Saúde entram com uma ADPF, para que o STFreconheça o direito ao aborto nesses casos, pedindotambém autorização em caráter liminar
2004 – O relator Ministro Marco Aurélio de Meloconcedeu liminar para admitir, até o julgamento domérito, o abortamento de fetos anencéfalos em todoo território nacional
2004 – Revogação da liminar pela plenária do STF,que julgou necessária a apreciação do mérito
HISTÓRICO – ADPF 54
2008 – Audiência pública no STF para debates, comrepresentantes do governo, especialistas em genética,entidades religiosas e da sociedade civil, com duraçãode 4 dias
05/03/2011 – O relator Ministro Marco Aurélio Melloconcluiu seu voto e liberou o processo para a entradaem pauta no plenário do STF
Não há data prevista para o julgamento