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Hoehnea 31 (2): 2 J 5-223, 26 fig., 2004 Aspectos morfoanatomicos e citoquimicos de folhas de Alibertia myrcifolia (Spruce ex Schum.) Schum. eRudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae) Claudia Alves da Silva l , Edenise Segala Alves l e Marcia Regina Braga J ,2 Recebido: 28.05.2003; aceito: 28.06.2004 ABSTRACT - (Morpho-anatomical and cytochemical aspects of leaves of Alibertia myrcifolia (Spruce ex Schum.) Schum. and Rudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae)). Leaves of Alibertia myrcifolia and Rudgeajasminoides, two tropical Rubiaceae species with distinct phytoalexin response, were compared by light (ML) and scanning electron microscopy (SEM). In both species, the leaf blade is dorsiventral, presenting one-layered palisade in R. jasminoides and two-layered palisade in A. myrcifolia. Parallelcitic stomata are located only on the abaxial surface of both species. Di fferences were observed in the petiole shape, thickness of the cuticle of adaxial surface and organization of the spongy parenchyma between the two species. Remarkable differences were also seen with regard to the toluidine blue and periodic acid/Schiff reactive (PAS) stainings, indicating the predominance of acidic material in the R.jasminoides mesophyll. These results are in agreement with the differences in leafcell wall composition previously reported for these Rubiaceae species, which might be related to their distinct phytoalexin response when challenged by fungi. Key words: leafanatomy, Rubiaceae, phytoalexin, pectin RESUMO - (Aspectos morfoanatomicos e citoquimicos de folhas de Alibertia myrcifolia (Spruce ex Schum.) Schum. e Rudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae)). Foram estudados aspectos da anatomia foliar de Alibertia myrcifolia e Rudgea jasminoides pOI' microscopia de luz (ML) e eletronica de varredura (MEV), com 0 objetivo de comparar essas duas especies, que diferem quanto a capacidade de produzir fitoalexinas. Ambas as folhas sao do tipo dorsiventral, sendo observadas uma camada de celulas no parenquima paliyadico de R. jasminoides e duas no de A. myrcifolia. Estomatos paraciticos estao pesentes apenas na superficie abaxial das duas especies. Diferenyas foram observadas no formato do peciolo, na espessura da cuticula da superficie adaxial e na organizayao do parenquima lacunoso entre as especies. Diferenyas tambem foram observadas nas colorayoes com azul de toluidina e PAS, indicando predominio de material de carateI' acido no mesofilo de R.jasminoides. Esses resultados estao de acordo com as diferenyas previamente observadas na composiyao da parede celular das folhas das duas rubiaceas. E possivel sugerir que essas diferenyas possam influenciar a induyao da sintese de fitoalexinas quando as folhas dessas rubiaceas entram em contato com fungos. Palavras-chave: anatomia foliar, Rubiaceae, fitoalexinas, pectinas Introdw;ao As folhas, por estarem constantemente expostas a flutua90es ambientais, podem sofrer modificayoes morfol6gicas e anatomicas relacionadas a adaptayoes da planta ao ambiente (Fahn 1964, Mendes & Paviani 1997). Portanto, representam urn excelente substrato para 0 crescimento de comunidades epifilas, formadas por musgos, liquens, algas, fungos e bacterias (Coley & Kursar 1996), sendo, muitas vezes, 0 principal alvo do ataque de microrganismos patogenicos que, ao penetrarem em seus tecidos, causam doenyas que podem levar a morte da planta. As caracteristicas morfoanatomicas foliares influenciam diretamente processos fisiol6gicos como a fotossintese e 0 transporte de agua, determinando, por exemplo, a quanti dade de luz absorvida ou refletida pela folha ea magnitude da transpirayao cuticular (Stace 1965, Saddi 1988). Caracteres morfoanato- micos tambem estao envolvidos na defesa da planta contra parasitas e pat6genos, funcionando como barreiras estruturais ainvasao microbiana (Hahn et af. 1989). A familia Rubiaceae e uma das rna is representativas da Mata Atlantica, com cerca de 10.700 especies incluidas em aproximadamente 637 1. Instituto de Botanica, Caixa Postal 4005, 0I 06 I -970 Sao Paulo, SP, Brasil. 2. Autor para correspondencia: [email protected]

Aspectos morfoanatomicose citoquimicos de folhas Alibertia ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2017/05/312_t10_22_07_2015.… · (fitoalexinas) em rubiaceas arb6reas nativas tropicais,

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Hoehnea 31 (2): 2 J5-223, 26 fig., 2004

Aspectos morfoanatomicos e citoquimicos de folhas de Alibertia myrcifolia(Spruce ex Schum.) Schum. eRudgeajasminoides

(Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae)

Claudia Alves da Silva l, Edenise Segala Alves l e Marcia Regina Braga J ,2

Recebido: 28.05.2003; aceito: 28.06.2004

ABSTRACT - (Morpho-anatomical and cytochemical aspects of leaves ofAlibertia myrcifolia (Spruce ex Schum.) Schum.and Rudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae)). Leaves of Alibertia myrcifolia and Rudgeajasminoides, twotropical Rubiaceae species with distinct phytoalexin response, were compared by light (ML) and scanning electron microscopy(SEM). In both species, the leaf blade is dorsiventral, presenting one-layered palisade in R. jasminoides and two-layeredpalisade in A. myrcifolia. Parallelcitic stomata are located only on the abaxial surface of both species. Di fferences wereobserved in the petiole shape, thickness of the cuticle of adaxial surface and organization of the spongy parenchymabetween the two species. Remarkable differences were also seen with regard to the toluidine blue and periodic acid/Schiffreactive (PAS) stainings, indicating the predominance ofacidic material in the R.jasminoides mesophyll. These results arein agreement with the differences in leafcell wall composition previously reported for these Rubiaceae species, which mightbe related to their distinct phytoalexin response when challenged by fungi.Key words: leaf anatomy, Rubiaceae, phytoalexin, pectin

RESUMO - (Aspectos morfoanatomicos e citoquimicos de folhas de Alibertia myrcifolia (Spruce ex Schum.) Schum. eRudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. (Rubiaceae)). Foram estudados aspectos da anatomia foliar de Alibertia myrcifoliae Rudgea jasminoides pOI' microscopia de luz (ML) e eletronica de varredura (MEV), com 0 objetivo de comparar essas duasespecies, que diferem quanto a capacidade de produzir fitoalexinas. Ambas as folhas sao do tipo dorsiventral, sendoobservadas uma camada de celulas no parenquima paliyadico de R. jasminoides e duas no de A. myrcifolia. Estomatosparaciticos estao pesentes apenas na superficie abaxial das duas especies. Diferenyas foram observadas no formato dopeciolo, na espessura da cuticula da superficie adaxial e na organizayao do parenquima lacunoso entre as especies. Diferenyastambem foram observadas nas colorayoes com azul de toluidina e PAS, indicando predominio de material de carateI' acido nomesofilo de R.jasminoides. Esses resultados estao de acordo com as diferenyas previamente observadas na composiyao daparede celular das folhas das duas rubiaceas. Epossivel sugerir que essas diferenyas possam influenciar a induyao dasintese de fitoalexinas quando as folhas dessas rubiaceas entram em contato com fungos.Palavras-chave: anatomia foliar, Rubiaceae, fitoalexinas, pectinas

Introdw;ao

As folhas, por estarem constantemente expostasa flutua90es ambientais, podem sofrer modificayoes

morfol6gicas e anatomicas relacionadas a adaptayoesda planta ao ambiente (Fahn 1964, Mendes & Paviani1997). Portanto, representam urn excelente substratopara 0 crescimento de comunidades epifilas, formadaspor musgos, liquens, algas, fungos e bacterias (Coley& Kursar 1996), sendo, muitas vezes, 0 principal alvodo ataque de microrganismos patogenicos que, aopenetrarem em seus tecidos, causam doenyas quepodem levar amorte da planta.

As caracteristicas morfoanatomicas foliaresinfluenciam diretamente processos fisiol6gicos comoa fotossintese e 0 transporte de agua, determinando,

por exemplo, a quantidade de luz absorvida ou refletidapela folha e a magnitude da transpirayao cuticular(Stace 1965, Saddi 1988). Caracteres morfoanato­micos tambem estao envolvidos na defesa da plantacontra parasitas e pat6genos, funcionando comobarreiras estruturais ainvasao microbiana (Hahn et af.

1989).A familia Rubiaceae e uma das rna is

representativas da Mata Atlantica, com cerca de10.700 especies incluidas em aproximadamente 637

1. Instituto de Botanica, Caixa Postal 4005, 0 I06 I -970 Sao Paulo, SP, Brasil.2. Autor para correspondencia: [email protected]

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generos, distribuidos principalmente nas regioestropicais (Robbrecht 1988). Braga et al. (1991, 1998),estudando a produyao de substancias de defesa(fitoalexinas) em rubiaceas arb6reas nativas tropicais,verificaram que nenhuma especie de Alibertiaproduziu estas substancias quando inoculada comesporos de fungos, enquanto que a maioria dasespecies de Rudgea respondeu positivamente a estainoculayao. A comparayao da composiyao das paredescelulares das folhas de duas rubiaceas tropicais,Alibertia myrcifolia e Rudgeajasminoides, mostroudiferenyas significativas na frayao de pectinas, que ea fonte de moleculas sinalizadoras diretamenteenvolvidas na induyao de respostas quimicas de defesaem plantas (Braga et al. 1998). Recentemente, Silva& Braga (2004) verificaram diferenyas no grau demetilesterificayao (GM) das pectinas das paredescelulares dessas duas rubiaceas, sugerindo que estasdiferenyas poderiam influenciar a capacidade deresposta fitoalexinica das especies.

Dentre os trabalhos sobre anatomia foliar deespecies de Rubiaceae, destaca-se 0 de Accorsi(1947), que analisou a ocorrencia de celulas anexasdos estomatos em 553 especies, pertencentes a 107generos de Rubiaceae, definindo a presenya dessascelulas como urn caniter anatomico de importanciataxonomica para a familia; 0 de Vieira (1986), queestudou a anatomia foliar de Diodia radula; os deVieira et al. (1992), que trabalharam com Psychotrianuda e P leiocarpa e Mantovani et al. (1995), queanalisaram, atraves da microscopia de luz (ML), aanatomia foliar de Rudgea decipiens eR. macrophylla. Ao microsc6pio eletronico devarredura (MEV), Vieira & Gomes (1995) estudarama superficie foliar de P. nuda, P. leiocarpa,P stenocalyx e P tenuinervis.

Neste trabalho, foram estudados aspectos daanatomia foliar de A. myrcifolia e R. jasminoidesempregando-se ML e MEV, com 0 objetivo de ampliaro conhecimento sobre a estrutura das folhas dessasespecies, que diferem quanta a capacidade de sedefender contra 0 ataque de microrganismos, e defornecer subsidios para melhor compreensao dasdiferenyas bioquimicas encontradas na composiyaode suas paredes celulares.

Material e metodos

Folhas de Alibertia myrciJolia (Spruce exSchum.) Schum. (SP28307) e Rudgea jasminoides(Cham.) Mull. Arg. (SPI61348), completamente

expandidas e sem lesoes, foram coletadas na mata daReserva Biol6gica do Parque Estadual das Fontes doIpiranga, no Instituto de Botanica, localizada no interiorda regiao metropolitana de Sao Paulo, SP, Brasil. 0Parque esta localizado entre as coordenadas23°38'-23°40'S e 46°36'-46°38'W. Sua area total e de549,31 ha, ocupando a mata cerca de 345 ha,delimitados em uma Reserva Biol6gica. 0 clima daregiao e, segundo c1assificayao de Koeppen, do tipoCwa. As medias anuais de temperatura situam-seentre 17,0 °C e 19,5 °C, sendo fevereiro 0 mes maisquente e julho 0 mais frio (De Vuono 1985).

Para 0 estudo ao microsc6pio de luz, folhas desol do quarto n6 de A. myrcifolia e R. jasminoidesforam fixadas em FAA 70 (Johansen 1940). Ap6s 48 h,as folhas foram transferidas e conservadas em etanol70% ate 0 seu processamento. Com 0 auxilio de laminade barbear, foram obtidas secyoes transversais, amaolivre, do peciolo e do limbo foliar de ambas especies.As secyoes foram obtidas a partir de amostras dasfolhas retiradas de sua regiao mediana na altura dobordo e da nervura central. As secyoes foramclarificadas com hipoclorito de s6dio a 20% e, emseguida, submetidas ao processo de dupla colorayaocom azul de astra e safranina aquosos (9: I) (Johansen1940), desidratadas em serie etan61ica crescente emontadas em Permout. 0 material foi observado efotografado em microsc6pio de luz Zeiss, Jenamed 2.

Para os testes microquimicos, com 0 auxilio deuma lamina de barbear, foram retiradas poryoesretangulares do mesofilo foliar de ambas especiessendo estas submetidas a fixayao com glutaraldeido0,1% e paraformaldeido 2% em tampao fosfato depotassio 0,05 mM pH 7 por 24 h. Posteriormente, 0

material foi lavado em tampao fosfato por tres vezes(30 min cada) e colocado em soluyao de tampaofosfato com 0,15 M de glicina, por uma noite. Ap6sdesidratayao em serie etan61ica (etanol 70, 80 e 95%por 30 min cada e etanol 100% por duas vezes de15 min cada), 0 material foi infiltrado emetanol:historesina 2: 1, 1: 1, 1:2 por 4 h cada etapa e emresina pura por 24 h, seguida de inclusao em capsulasde gelatina, com polimerizayao em estufa a 60°C por48 h (modificado de Cortelazzo 1992). Foramefetuados cortes semifinos (250 nm) em micr6tomoLKB Bromma 8.800 e estes observados emmicrosc6pio 6ptico Zeiss, Jenamed 2, ap6s ascolorayoes especificas descritas a seguir.

Para visualizayao dos radicais anionicos totais insitu, parte das secyoes foi coberta com uma soluyao

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C.A. Silva, E.S. Alves & M.R. Braga: Anatomia foliar de A. myrcifolia e R. jasmilloides 217

de azul de toluidina (AT) 0,025% em tampaoMcIlvaine pH 4,0, por 15 min atemperatura ambiente.Na sequencia, as secyoes foram lavadas rapidamenteem agua destilada e secas ao ar (Vidal 1977). A laminafoi, entao, imersa em xilol por 10 min e montada emEntelam. A detecyao de radicais cati6nicos totais foifeita atraves de colorayao com Xylidine Ponceau (XP)a 0,1 % em acido acetico 3%, pH 2,5, por 15 min. Oscortes foram lavados em soluyao de acido acetico 3%por 30 min e duas vezes em agua destilada por 5 mincada. Seguiu-se uma desidratayao em etanol 95% e100% por 2 min cada (Cortelazzo 1992). A lamina foiigualmente imersa em xilol e montada em Entelam,como citado acima. Para a detecyao de polissacarideosneutros, foi realizada a colorayao com acido peri6dico­reativo de Schiff (PAS). As secyoes foram cobertascom uma soluyao de acido peri6dico 0,5% por 9 min.Em seguida, foram lavadas em agua destilada por tresvezes, e secas. Na sequencia, foram tratadas comreativo de Schiffpor 30 min, atemperatura ambientee na ausencia de luz. Ap6s colorayao, foramsubmetidas a tres banhos em agua sulfurosa (18partes de agua, I parte de HCI 1N, 1 parte demetabissulfito de s6dio 10%) por 3 min cada, seguidosde desidratayao etan61ica 95% e 100% por 2 min cada,imersao em xilol por 10 min e montagem em Entelam(Cortelazzo 1992).

Para observayoes ao nivel de MEV, com 0 auxiliode urn bisturi, foram retiradas secyoes retangularesdo mesofilo de folhas recem coletadas deA. myrcifolia e R. jasminoides. Essas secyoes forammontadas em suportes especiais para MEV, congeladase liofilizadas. Em seguida foram metalizadas emmetalizador Baltec SCD 050 e observadas emmicrosc6pio eletr6nico de varredura XL 20 Phillips,com acelerayao de 10 KV (Tine et al. 2000).

Resultados e Discussao

Nas figuras 1 a 18 sao apresentadas ascaracteristicas anat6micas do peciolo e do limbo foliarde A. myrcifolia e R. jasminoides.

o peciolo de A. myrcifolia (figuras 1-3), deformato cilindrico na regiao mediana, apresentaepiderme uniestratificada com celulas isodiametricas,em secyao transversal, cuja cuticula estende-se ate ametade das suas paredes anticlinais (figura 1); xilemae floema (figura 2) disp6em-se como urn anel continuoestando 0 xilema envolto pelo floema; internamenteao xilema, ilhotas de floema apresentam-se separadaspor parenquima disposto radial mente; 0 feixe vascular

central e delimitado por uma camada de celulas queapresentam amido (figura 3); foi observada a presen9ade cristais no c6rtex (figura 3).

A folha de A. myrcifolia e glabra, dorsiventral ehipoestomatica com est6matos do tipo paracitico(figura 4); apresenta epiderme unisseriada fornladapor celulas retangulares em secyao transversal e comcuticula mais espessa na superficie adaxial (figura 5);abaixo da epiderme encontra-se uma camada deparenquima em paliyada rico em conteudoacastanhado, provavelmente formado pelo acumulode compostos fen61icos (figura 6); abaixo destacamada encontram-se 1-2 fileiras de celulas alongadasno sentido axial e com nucleo bastante evidente, abaixodesta encontram-se 4-5 camadas de celulas deparenquima lacunoso (figura 7). Na regiao do bordo,o parenquima clorofiliano e substituido por colenquimado tipo angular (figura 8). Ao longo do limbo, os feixesmenores sao circundados por uma bainha bern definidaque, topograficamente, corresponde a endoderme(figura 5); tal camada, na superficie adaxial, aproxima­se da epiderme e na regiao abaxial esta em contatocom colenquima; internamente a esta cam ada,observam-se fibras em contato com 0 xilema e floema.Na regiao da nervura principal, encontram-se 5-6camadas de colenquima; urn anel de esclerenquimaenvolve 0 floema que se distribui concentricamenteao xilema; na regiao medular do feixe observam-seagrupamentos de floema acompanhados por xilema(figura 9).

o peciolo de R. jasminoides apresenta formatoplano-convexo, epiderme uniestratificada composta por

celulas de farmata irregular em sec9ao transversal,cuja cuticula estende-se ate a metade de suas paredesanticlinais (figura 10); 0 parenquima cortical apresentagrande quantidade de cristais aciculares (figura 11); 0

feixe vascular central e circundado por esclerenquimadisposto num semi-arco descontinuo (figura 12); 0

floema, acompanhado pelo xilema, forma urn semi­arco com as extremidades f1etidas para dentro;simetricamente dispostos a esquerda e a direita dofeixe central, na altura onde 0 mesmo e aberto,observam-se dois feixes vasculares pequenos (figura10). Mantovani et al. (1995) descreveram 0 peciolode R. decipiens e R. macrophylla tambem comotendo formato plano-convexo. Esse padrao tamberne semelhante aquele descrito por Vieira et al. (1992)para duas especies de Psychotria.

Como em A. myrcifolia, a folha deR. jasminoides e dorsiventral e hipoestomatica com

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Figuras 1-3. Fotomicrografias da sec9ao transversal do peciolo de Aiiberlia myrcifoiia. I. Destaque para epiderme e cortex. 2. Destaquepara a nervura central. 3. Graos de amido (seta), cristais (cabe9a de seta). Figura 4. Epiderme da face abaxial da folha de A. myrcifoliaevidenciando estomatos paraciticos. Figuras 5-9. Fotomicrografias da sec9ao transversal da folha de A. myrcifolia. 5. Aspecto geral domesofilo na regiao de nervura secundaria. 6. Celulas em pali9ada com conteudo. 7. Parenquima pali9adico com nucleo evidente (seta).8. Regiao do bordo. 9. Regiao da nervura central. Escalas: figuras I, 2, 5, 9 = 50 11m; figuras 3, 4, 6-8 = 30 11m. Co = colenquima,E = estomato, En = endoderme, F = tloema, Fb = fibra, PI = parenquima lacunoso, Pp = parenquima pali9adico, X = xilema.

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CA. Silva, E.S. Alves & M.R. Braga: Anatomia foliar de A. myrcifolia e R. jasminoides 219

Figuras 10-12. Fotomicrografias da secc;:ao transversal do pedolo de Rudgea jasminoides. 10. Destaque para feixe vascular de pequenocalibre presente no cortex. II. Cortex com cristais. 12. Feixe vascular do pedolo. Figura 13. Epiderme da face abaxial da folha deR. jasminoides evidenciando est6mato paradtico (cabec;:a de seta) e tricoma unicelular (seta). Figuras 14-18. Fotomicrografias da secc;:aotransversal da folha de R. jasminoides. 14. Aspecto geral do mesofilo na regiao de nervura secundaria. 15. Celulas do parenquimapalic;:adico com cristais. 16. Regiao do bordo. 17. Regiao da nervura central. 18. Nervura central em detalhe. Escalas: figuras 10, 13, 14,16, 18 = 50 mm; figuras II, 15 = 30 ~m; figuras 12, 17 = 100 ~m. C = cristal, Co = colenquima, E = est6mato, En = endoderme, F =floema, Fb = fibra, PI = parenquima lacunoso, Pp = parenquima palic;:adico, X = xilema.

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220 Hoehnea 3 I (2), 2004

estomatos do tipo paracitico, diferindo quanta aoindumento, uma vez que apresenta tricomasunicelulares na superficie abaxial (figura 13), naoobservados em A. myrcifolia. A presenc;:a deestomatos paraciticos dispostos apenas na superficieabaxial foi descrita tambern por Vieira et al. (1992) epor Mantovani et al. (1995) em seus estudos comrepresentantes das Rubiaceae, portanto, parece urnpadrao comum dentro da familia. A folha deR.jasminoides apresenta epiderme unisseriada, cujascelulas em secc;:ao transversal sao retangulares; 0

parenquima palic;:adico e formado por uma unicacamada de celulas onde se depositam cristais(figura 15); estao presentes 6-7 camadas deparenquima lacunoso. Na regiao do bordo da folha, 0

parenquima c1orofiliano e substituido por colenquimado tipo angular (figura 16), como ja mostrado paraA. myrcifolia (figura 8). Os feixes vasculares demenor diametro estao envolvidos por urn anel deesclerenquima (figura 14). Proximo ao bordo, 0 feixeapresenta urn agrupamento de esclerenquima, naochegando, contudo a formar urn anel. Na regiao danervura principal, em contato com a epiderme da facesuperior (adaxial), encontram-se 2-3 camadas decolenquima do tipo angular seguidas de parenquimapaliyadico e, na sequencia, 5-6 camadas de

parenquima cortical. Em contato com este, encon­tram-se 1-3 camadas de fibras perivasculares queenvolvem 0 feixe vascular (figuras 17-18); 0 floema eo xilema estao dispostos em arco. 0 padrao deorganizayao do sistema vascular de R. jasminoidesassemelha-se aquele descrito por Mantovani et al.(1995) para R. decipiens e R. macrophyUa.

Observayoes realizadas ao MEV (figuras 19-22)revelaram que A. myrcifolia apresenta na superficieabaxial cuticula pouco estriada (figura 19) quandocomparada a R. jasminoides (figura 21). Accorsi(1947) relatou a ocorrencia de cuticula estriada nafamilia Rubiaceae e atraves da analise de 553especies, incluindo as duas especies aqui estudadas,definiu a presenya de tal caracteristica nas celulasanexas de estomatos. A superficie adaxialapresenta-se estriada em A. myrcifolia (figura 20) elevemente sulcada em R. jasminoides (figura 22).

Vieira & Gomes (1995) observaram hifas defungos distribuidas na superficie abaxial de quatroespecies de Psychotria, correlacionando este fatocom a alta umidade relativa do ambiente onde asespecies sao encontradas, 0 que favorece 0

estabelecimento da micoflora. Cordeiro-Neto &Dietrich (1992), estudando a superficie foliar deA. myrcifolia, R. gardenioides e Palicourea

Figuras 19-20. Eletromicrografias de varredura da epiderme de Alibertia myrcifolia. 19. Regiiio abaxial. 20. Regiiio adaxial. Figuras21-22. Eletromicrografias da epiderme de Rudgea jasminoides. 21. Regiao abaxial. 22. Regiiio adaxial. Escala: figuras 19-22 = 50 11m.Ct = cuticula, E = estomato, Hf = hifa de fungo.

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C.A. Silva, E.S. Alves & M.R. Braga: AnalOmia foliar de A. myrcifolia c R. jasminoides 221

marcgravii, tres rubiaceas de sub-bosque, verificaramque a micoflora varia sazonalmente, sendo a maiordiversidade de esporos encontrada sobre as folhas nooutono-inverno. Folhas de A. myrcifolia eR. jasminoides foram coletadas em primavera-veraoe outono-inverno, sendo observadas, entre as duasespecies, diferenyas na quantidade de hifas de fungosexistentes na superficie foliar, que foi bern maior emA. myrcifolia (figura 19). Entretanto, nao foramobservadas diferenyas na quantidade de hifasrelacionadas aepoca do ana em que as especies foramcoletadas, as quais tambern sao de sub-bosque. Epossivel sugerir que a presenya de menor quantidadede hifas sobre 0 filoplano de R. jasminoides(figura 20) quando comparada a A. myrcifolia possaestar relacionada a capacidade da primeira especieem responder rapida e intensamente com a produyaode substancias de defesa (fitoalexinas), que saoexsudadas, quando a folha e inoculada com esporos

de fungos, conforme relatado por Braga et al. (1991).Por outro lado, a participayao de outras caracteristicasfoliares, que podem funcionar como barreiras pre­formadas a invasao microbiana e que nao foramanalisadas neste trabalho, nao pode ser descartada.

A analise citoquimica de secyoes transversais defolhas de A. myrcifolia e R. jasminoides (figuras23-26) mostrou que, na colorayao com azul de toluidina(AT) (figuras 23, 24), onde se espera que pectinas ecromatina sejam coradas, ambas as especiesrevelaram intensa metacromasia das paredescelulares das celulas epidermicas (colorayaoarroxeada). Em A. myrcifolia (figura 23),0 citoplasmade algumas celulas foi corado em tom esverdeado(ortocromcitico), principalmente nos parenquimaspaliyactico e lacunoso. A regiao periferica das celulasmostrou-se azul, sugerindo a presenya de materiaiscom diferenya de afinidade pelo corante. Variascelulas apresentaram urn conteudo nao identificado,

Figuras 23-26. Fotomicrografias da secr;iio transversal da folha. 23, 25. Alibertia myrcifolia. 24, 26. Rudgeajasminoides. 23, 24. Colorar;iiocom azul de toluidina. 25, 26. Colorar;iio com acido peri6dico/reativo de Schiff(PAS). Escala: figuras 23, 25 = 30 flm; 24, 26 = 50 flm.Ei = epiderme inferior (abaxial), Es = epiderme superior (adaxial), Fv = feixe vascular, PI = parenquima lacunoso, Pp = parenquima

palir;adico.

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tambem evidenciado nas figuras 5 e 6. Essa colora9aoortocromatica poderia sugerir a presen9a de conteudoproteico, porem, alem de nao serem visualizadoscorpos proteicos nesse material, a utiliza9ao deXylidine Ponceau, que cora proteinas em vermelho,nao confirmou essa sugestao. Outra sugestao seria apresen9a de compostos fen61icos (taninos), que foramencontrados em grande quantidade em folhas deA. myrcifolia (Braga et al. 1991). Ainda emA. myrcifolia, foi observado que entre os parenquimasocorre urn conjunto de celulas em tom azul claro ondesao observados nitidamente os nucleos. Urn feixevascular, corado em azul claro, tambem pode sernotado (figura 23).

Para R. jasminoides, metacromasia intensa foiobservada nas paredes celulares do parenquimalacunoso, especialmente nas regioes de contato dascelulas (figura 24), indicando a presen9a de grandequanti dade de radicais anionicos encontrados nassubstancias pecticas. Nucleos corados tambem saomais evidentes nas celulas desse parenquima.

Na colora9ao com PAS (figuras 25-26), asparedes celulares de ambas especies mostraram-sebastante coradas, na cor magenta, evidenciando osa9ucares neutros presentes nas mesmas,principalmente em A. myrcifolia (figura 25). Seuconteudo citoplasmatico mostrou-se heterogeneo emalgumas celulas diferenciadas (coradas em amarelo).Nota-se que praticamente as mesmas celulas queapresentaram metacromasia para AT (figura 23)coraram seu conteudo citoplasmatico em amarelo paraPAS (figura 25). Corpos globulares corados, presentesespecialmente no citoplasma, sao graos de amido, eforam observados para ambas especies, emborapredominem no parenquima pali9adico deA. myrcifolia (figura 25) e nas celulas do parenquimalacunoso de R. jasminoides (figura 26). GranulosPAS-positivos tambem foram notados no interior dascelulas em ambas especies.

Em resumo, a analise das folhas deA. myrcifoliae R. jasminoides mostrou que as especies possuemdiferen9as, tanto anatomicas quanta citoquimicas, quepodem ser relevantes na intera9ao planta­microrganismo. Na analise anatomica podem serdestacadas a maior espessura da cuticula da superficieadaxial, a compacta9ao do mesofilo e a presen9a decompostos de provavel natureza fen61ica noparenquima pali9adico de A. myrcifolia. Confom1emencionado por Adaskaveg (1992), a espesssura dacuticula tern sido relacionada a resistencia de diversas

plantas ao ataque de pat6genos, uma vez que esta,juntamente com paredes celulares mais espessadas,representa uma barreira mecanica a penetra9ao dosmesmos. A presen9a de compostos fen61icosconstitutivos, por sua vez, em algumas plantas, confereprote9ao quimica, inibindo a germina9ao de esporosde fungos e/ou promovendo a lise de suas hifas(Pascholati & Leite 1994). Desse modo, a presen9ade tais caracteristicas em A. myrcifolia poderia indicarmaior resistencia dessa especie ao ataque demicroorganimos. Entretanto, maior quantidade de hifasde fungos foi observada sobre 0 filoplano dessa especie(figura 19) e lesoes ocasionadas por fungos saofrequentemente encontradas em suas folhas, 0 queindica que as barreiras de defesa pre-existentesparecem nao ser tao eficazes como mecanismo deprote9ao quando comparadas a indu9ao de defesasquimicas p6s-infeccionais do tipo fitoalexinas,encontradas em R. jasminoides (Braga ef al. 1991).

Na analise citoquimica, intensa metacromasia foiobservada para as paredes celulares deR. jasminoides, devido a presen9a de substanciaspecticas. Braga et al. (1998), analisando a composi9aoquimica das paredes celulares de folhas dessa especie,relataram a ocorrencia de maior conteudo de a9ucaresacidos nas pectinas, quando comparadas aquelasextraidas de A. myrcifolia. Essas moleculas acidas,quando hidrolisadas, dao origem a fragmentossinalizadores de defesa percebidos pel a planta.Diferen9as na quanti dade e atividade dessesfragmentos, que sao maiores em R. jasminoides,foram observados por Braga & Dietrich (1998),0 queesta de acordo com os resultados aqui obtidos pelacolora9ao das folhas com AT. Assim, as diferen9asentre as folhas de A. myrcifolia e R. jasminoidesobservadas pelas analises efetuadas neste trabalhosao coerentes com dados bioquimicos anteriormenteobtidos e podem ter influencia na capacidadediferencial de resposta fitoalexinica dessas especiesquando em contato com fungos.

Agradecimentos

As autoras agradecem a A.N.V. Pedroso peloauxilio na prepara9ao das laminas histol6gicas (ML),a E.L. Longui pelo auxilio na montagem de parte daspranchas e ao Dr. Angelo L. Cortelazzo (U ICAMP)pelas sugestoes. Agradecem tambem it Funda9ao deAmparo a Pesquisa do Estado de Sao Paulo(FAPESP) pela bolsa concedida para a primeira autora

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Ci\. 511\ a. E.S. i\h es & 1 R I3raga: !\natol11ia roliar de .'/. /IIyrc~rotta c R. jos/II/lloules 223

(proccsso 99/01218-0) c pclo auxilio ao projctotCI11c\tico BIOTASP (proccsso 98/05124-8).

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