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Departamento de Serviço Social Página 1 ASSISTÊNCIA SOCIAL E PRÁTICAS CLIENTELISTAS: MAPEANDO OS CENTROS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS/RJ. Aluna: Leandro de Castro Benício. Orientador: Marcio Eduardo Brotto. 1) Introdução Com base nos estudos ao longo da pesquisa, o presente relatório, é resultado das ações acompanhadas e realizadas pelo bolsista, em continuidade as investigações e estudos acerca do tema. A pesquisa tem como eixo central o debate sobre as práticas clientelistas que ainda integram o sistema de proteção social brasileiro, apesar dos avanços com a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Neste sentido, cabe resgatar e sinalizar que, historicamente, a política de assistência social apresenta uma trajetória marcada por vinculações ideológicas, religiosas e políticas que colocam em evidência um conjunto de práticas que se contrapõem a sua compreensão como política pública, garantidora de direitos do cidadão e de dever do Estado. Em si, a assistência social pode ser considerada um campo em transformação, que ganha expressão com sua inscrição, enquanto política integrada ao sistema de seguridade social brasileiro na Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, com a implantação, em 1993, da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e, em 2004, da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Tal inscrição requer uma nova concepção de assistência social, firmada como política pública de dever do Estado, e o reconhecimento de que tal concepção deve ser assimilada e incorporada por toda a sociedade, sendo, assim, capaz de promover significativas alterações estruturais e legais que permitam romper com valores e práticas tradicionais. Neste sentido é possível afirmar que se, por um lado, o sistema de proteção social brasileiro é compreendido como efeito da ação do proletariado e de pressões da sociedade organizada para a intervenção do Estado, de outro, é considerado, também, fruto de uma prática paternalista das elites, comumente associada à figura de Getúlio Vargas. Assim, no processo histórico, as políticas sociais são constantemente alvo de questionamentos que tomam por base um conjunto significativo de traços que perduram e

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Departamento de Serviço Social

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ASSISTÊNCIA SOCIAL E PRÁTICAS CLIENTELISTAS:

MAPEANDO OS CENTROS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE DUQUE

DE CAXIAS/RJ.

Aluna: Leandro de Castro Benício.

Orientador: Marcio Eduardo Brotto.

1) Introdução Com base nos estudos ao longo da pesquisa, o presente relatório, é resultado das ações

acompanhadas e realizadas pelo bolsista, em continuidade as investigações e estudos acerca

do tema. A pesquisa tem como eixo central o debate sobre as práticas clientelistas que ainda

integram o sistema de proteção social brasileiro, apesar dos avanços com a implantação do

Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Neste sentido, cabe resgatar e sinalizar que, historicamente, a política de assistência

social apresenta uma trajetória marcada por vinculações ideológicas, religiosas e políticas que

colocam em evidência um conjunto de práticas que se contrapõem a sua compreensão como

política pública, garantidora de direitos do cidadão e de dever do Estado.

Em si, a assistência social pode ser considerada um campo em transformação, que

ganha expressão com sua inscrição, enquanto política integrada ao sistema de seguridade

social brasileiro na Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, com a implantação, em

1993, da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e, em 2004, da Política Nacional de

Assistência Social (PNAS). Tal inscrição requer uma nova concepção de assistência social,

firmada como política pública de dever do Estado, e o reconhecimento de que tal concepção

deve ser assimilada e incorporada por toda a sociedade, sendo, assim, capaz de promover

significativas alterações estruturais e legais que permitam romper com valores e práticas

tradicionais.

Neste sentido é possível afirmar que se, por um lado, o sistema de proteção social

brasileiro é compreendido como efeito da ação do proletariado e de pressões da sociedade

organizada para a intervenção do Estado, de outro, é considerado, também, fruto de uma

prática paternalista das elites, comumente associada à figura de Getúlio Vargas.

Assim, no processo histórico, as políticas sociais são constantemente alvo de

questionamentos que tomam por base um conjunto significativo de traços que perduram e

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atravessam diferentes conjunturas e dinâmicas políticas, direcionando ao Estado um papel de

benfeitor, apesar de, na verdade, expressar evidentes interesses particularistas.

Torna-se importante destacar que a trajetória da política de assistência no Brasil

permite verificar a influência de culturas políticas distintas – que também explicitam desafios

distintos – qualificadas por seu caráter democrático ou, por oposição, tecnocrático e/ou

clientelista. A influência dessa cultura política agrega à trajetória da política de assistência

social características que a legitimam e a caracterizam como promotora de ações

emergenciais, restritas e pontuais, direcionadas à parcela da população dita “carente”,

“desassistida”, “miserável” ou “pobre”. Portanto, qualifica-se como resultante da pobreza e da

miséria, ganhando visibilidade e fortalecendo-se em conformidade com a expansão das

necessidades sociais, sejam elas emergentes, urgentes ou excepcionais.

Neste contexto, o clientelismo configura-se como mecanismo central no conjunto de

práticas seletivas do Estado que, ao estabelecer vínculo com a esfera social, adota como

parâmetro as lealdades individuais, as diretrizes personalistas, bem como as perspectivas de

reciprocidade dos benefícios. Pode-se, assim, dizer que esses parâmetros “reforçam as figuras

do pobre beneficiário, do desamparado e do necessitado, com suas demandas atomizadas e

uma posição de subordinação e de culpabilização pela sua condição de pobreza” (YASBEK,

1993, p. 50). Da mesma forma, o clientelismo fortalece-se como um sistema de controle,

distribuição e alocação de recursos, de poder e de influência, sustentado por uma cultura

política baseada no medo, que pode não ter “raízes diretas na criminalidade urbana”, mas “se

associa à criminalidade por uma via simbólica” (PASTANA, 2005, p.197), o que remete a já

referida compreensão de poder simbólico por parte de Bourdieu (1998), que dirige ao poder

um sentido determinado tanto pelas relações materiais como pelas relações simbólicas, isto é,

de status e/ou culturais.

Por outro lado, o clientelismo significa também uma ação de troca entre sujeitos que,

por um lado, demandam um serviço de caráter público que, normalmente, não poderia ser

obtido por meio do mercado e, de outro lado, por aqueles que administram ou têm acesso às

decisões sobre a concessão desse serviço. Essa troca dá-se via “moeda política”, cujo débito

será provavelmente cobrado no próximo evento eleitoral (SEIBEL e OLIVEIRA, 2006).

Pode-se concluir, portanto, que o clientelismo se fortalece nos momentos de

necessidades, normalmente excepcionais e urgentes. E é justamente no campo das políticas

sociais que essa cultura política assume o seu formato mais primitivo, em particular na

política de assistência social. O resultado desse processo é a reedição histórica de uma relação

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socialmente perversa e excludente que desqualifica as demandas sociais e suas possibilidades

de transformação em políticas sociais de cunho democratizante e garantidoras de cidadania.

Diante dessa configuração, e de um cenário social capitalista demarcado por crises,

desigualdades e marginalizações do campo social, as necessidades sociais são utilizadas como

meio de ampliação de práticas de legitimação de favores, servindo como moeda de troca por

parte de uma elite detentora de poder e de uma rede de “provedores” privados que atuam em

prol da manutenção de “carências” da classe trabalhadora, colocando-se claramente a favor da

reprodução das situações que dão origem a sua “clientela”.

A existência dos centros sociais reflete, sobretudo, o desenvolvimento de práticas de

promoção política e de manutenção de redutos eleitorais, atreladas e/ou motivadas pela

ausência de serviços e investimentos públicos que possam atender as necessidades da

população local. Neste sentido, o estudo demonstra a complexidade para superação das

práticas clientelistas exercidas pelos próprios representantes do Governo, através de serviços

que ainda estão pautados pela benemerência, fragilizando o acesso e a luta pela melhoria dos

serviços públicos garantidos em lei.

2) Metodologia:

Este é um estudo exploratório e de caráter essencialmente qualitativo, sendo

importante reforçar que a escolha do município de Duque de Caxias decorre do fato deste

apresentar contradições sociais significativas representadas de um lado pelo segundo maior

produto interno bruto (PIB) e, de outro, um dos mais baixos índices de desenvolvimento

humano (IDH), em relação ao conjunto do municípios que integram o Estado do Rio de

Janeiro. Assim, apresenta um quadro de significativa vulnerabilidade social, cuja rede de

assistência social é considerada insuficiente para suprir as demandas da população, abrindo

espaço para criação dos mencionados Centros Sociais.

Neste momento a pesquisa nos leva a indagar quais os impactos do clientelismo no

município de Duque de Caxias e suas interlocuções no processo de implementação da política

de assistência social. Entender essa estrutura, a relação dos usuários com esses espaços que

oferecem serviços que desqualificam os equipamentos públicos de direito, serve como

parâmetro para a construção de novos processos metodológicos.

Essa percepção torna-se necessária nessa fase da pesquisa, além de entender como os

espaços de controle social lidam com tais práticas e como os representantes do Governo

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entendem esta estrutura formada e caracterizada por ações fragmentadas, descontinuadas de

caráter assistencialista.

Para isto, nessa fase da pesquisa a realização de entrevistas semiestruturadas com os

representantes do legislativo municipal, lideranças da sociedade civil, que atuam no campo da

assistência social municipal e usuários da política é indispensável para futura análise de

dados, na busca de compreender como esses diferentes segmentos locais veem o

funcionamento dos centros sociais no município. Explorar espaços (fóruns, conselhos,

seminários, núcleos de pesquisa e etc.), de discussões sobre o tema em estudo faz parte desse

processo onde novas reflexões surgem.

Neste processo também serão verificados através da mídia e do portal da Câmara de

Vereadores de Duque de Caxias/RJ os discursos potenciais dos vereadores em relação ao uso

de centros sociais como instrumentos políticos, bem como analisada a prioridade dada à

política de Assistência Social em seus projetos e intervenções.

Seu desenvolvimento inclui verificar através da mídia e do portal da Câmara de

Vereadores de Duque de Caxias/RJ os discursos potenciais que caracterizam por parte dos

vereadores a relação do uso de centros sociais como ferramentas de cunho clientelista, numa

estratégia de perpetuação do poder, de controle do território, além da analisada prioridade

dada à política de Assistência Social em seus projetos e intervenções.

3) Considerações:

O processo de construção da rede socioassistencial em Duque de Caxias tem uma

considerável quantidade de instituições que solicitam reconhecimento, porém suas ações são

executadas ou apresentadas por meio de uma estrutura, onde as atividades não estão

tipificadas conforme os moldes definidos pela Resolução nº 16 do Conselho de Assistência

Social (CNAS). Fóruns populares, Conferências, são espaços que ultimamente tem levantando

discussões sobre as resoluções e diretrizes do Conselho Nacional de Assistência Social, tendo

em vista, o reordenamento das atividades conforme a tipificação nacional dos serviços

socioassistencias na rede socioassistencial privada, de caráter complementar no munícipio. Do

mesmo modo, que estão sendo realizadas diversas visitas institucionais, pelo corpo técnico de

profissionais dedicados ao credenciamento de instituições a rede.

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Além dos desafios da própria política de assistência social, verificamos que a criação

dos denominados centros sociais, pelos próprios representantes do legislativo municipal,

tornam-se espaços para barganha política, onde o clientelismo se estabelece e o direito é

substituído pela lógica do favor, em troca de votos e controle do território local.

Os estudos e investigações realizados permitem inferir que os centros sociais, são

abertos quase sempre em períodos de eleição, por políticos, ou mesmo por lideranças que

aspiram poder público e que exercem uma forma de controle de votos em determinados

territórios, construindo uma imagem de benfeitor, de alguém que se preocupa com a situação

de pobreza da população, frente inoperância do poder público.

Com está manobra, os políticos beneficiam-se das vulnerabilidades da população e da

ausência e eficácia do poder público, gerando um ciclo vicioso em que o político passa a não

desempenhar o seu papel de fiscalizados e propositor de melhorias, passando a fazer parte de

seu mandato, a intervenção de forma pontual e eleitoreira, uma forma de aproveitar-se das

limitações da atuação do Estado, e construir uma imagem que lhe garanta votos na próxima

eleição.

É nessa concepção que se apoiam os discursos das representações políticas detentoras de

centros sociais que, ao invés de aprovarem a ampliação e destinação de verbas públicas para a

implantação e execução de serviços sociais básicos, visando à melhoria da qualidade de vida

da população, acabam se beneficiando dessa situação para fortalecer o seu poder local.

Pretendemos através de entrevistas, inferir se os centros sociais caracterizam-se como

eficientes estruturas, ou “máquinas”, para a captação de votos, onde, na maioria das vezes, os

políticos assumem uma posição de ambiguidade.

Conforme a proposta metodológica nessa fase da pesquisa, as entrevistas com os

representantes do legislativo municipal, bem como lideranças da sociedade civil e usuários

dos serviços locais, foram iniciadas, mas a dificuldade para obter respostas e falar sobre o

assunto no munícipio é algo presente, pois a cultura do medo, e dos supostos envolvimentos

de políticos com o crime, práticas de violência, e disputas até mesmo familiares pelo poder

político, afastam a população da participação e luta por uma representatividade efetiva, em

viabilizar a garantia de direitos para os moradores locais. Mostraremos algumas concepções

dos vereadores sobre estas estruturas, mais ao fim deste item.

Essas dificuldades, apontam a necessidade de pensar novas formas de cumprir com os

objetivos da pesquisa, talvez criar novos procedimentos metodológicos que ajudem a otimizar

as investigações, mapeando os centros sociais e destacando sua influência na política de

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assistência social. Uma tentativa de superar tais dificuldades do processo de entrevistas foi

realizar a analise documental da tese de doutorado, realizada pelo professor orientador da

pesquisa onde o mesmo faz algumas entrevistas, com representantes governamentais,

representantes da sociedade civil, profissionais da secretaria de assistência social e moradores

do município.

O acompanhamento através da mídia também denuncia algumas intervenções do

Ministério Público Federal, de fiscais da propaganda eleitoral, onde há políticos envolvidos

em escândalos eleitorais, e de ordem administrativa de verba pública. A exemplo, a abertura

de um centro social (a nota aponta o político como dono de mais quatro centros sociais em

Duque de Caxias) em plena eleições, fazendo parte das atividades um show gospel em trio

elétrico, e atendimento médico hospitalar em várias especialidades. O político pode ter seu

mandato cassado por abuso de poder econômico, conduta vedada e captação ilícita de

sufrágio, podendo ficar até oito anos proibidos de participar de processos eleitorais.

Acreditamos diante das abordagens realizadas que estes espaços não só ajudam a

deslegitimar o papel da política de assistência social, reforçando a reprodução das práticas

assistencialistas que permeiam a história de Caxias é parte do traço clientelista local que ainda

se mantém, mesmo após a LOAS, a PNAS e o SUAS.

Essas práticas legitimam, assim, a manutenção do status quo. A lógica da dádiva e do

favor torna-se conteúdo de vínculos políticos e sociais, operando nas esferas da vida particular

e privada as questões que, numa sociedade de direitos, deveriam ser tratadas como de caráter

público (SEIBEL e OLIVEIRA, 2006, p. 137). O clientelismo, ao filtrar demandas sociais,

compromete os princípios clássicos de universalidade e de equidade.

Se, de um lado, o SUAS prevê a fiscalização das entidades socioassistenciais definidas

através de diretrizes que integram o conjunto das legislações vigentes, de outro, os centros

sociais não sofrem qualquer tipo de monitoramento, por não serem reconhecidos e nem se

enquadrarem nas modalidades pré-definidas para atendimento socioassistencial. Nesse

contexto, alguns aspectos destacam-se como intrigantes e estão relacionados à ausência de

dados concretos que permitam dimensionar o tamanho da rede de serviços oferecidos por

essas estruturas, bem como a origem de seus recursos e a qualidade dos serviços ofertados.

A dificuldade em mapear a quantidade de centros sociais reside em diversos aspectos:

uns só funcionam próximos das eleições; a manutenção de seu funcionamento depende da

eleição do candidato mantenedor; os locais de funcionamento vão de grandes estruturas a

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simples espaços em fundos de quintal; o aumento no uso de “laranjas” como responsáveis

pelo serviço, dentre outros.

Além disso, a organização dessas instituições, em grande parte, sequer atende a qualquer

tipo de registro, limitando sua identificação. E isso se confirma nos dados do mapeamento1

realizado pelo Ministério Público Estadual (MPE), realizado para servir de base para o

Tribunal Regional Eleitoral (TRE) fiscalizar propagandas eleitorais irregulares em 2010,

identificou vinte e dois (22) centros sociais, comandados por oito (08) vereadores, em Duque

de Caxias. Em contraponto, as atividades e articulações no campo empírico desta pesquisa,

entre abril de 2012 e maio de (2015), permitiram identificar a existência de quarenta e nove

(49) estruturas desse tipo, sendo trinta e quatro (34) vinculadas a atuais vereadores, quatro

(04) a deputados estaduais; dois (04) a ex-vereadores e oito (08) a lideranças comunitárias,

que provavelmente almejam acessar o cargo público. De 2010 a 2015 o quantitativo de

Centros Sociais é crescente.

Verifica-se, assim, a instabilidade no quantitativo de equipamentos, com crescimento

considerável em períodos próximos às eleições, sendo possível constatar que dos vinte e um

(21) vereadores do município de Duque de Caxias, quinze (15) possuem ligações diretas com

funcionamento de centros sociais e, por conseguinte, com a execução de práticas

assistencialistas e clientelistas – abrangendo assim, 71% das representações da Câmara

Municipal, ainda em 2015.

Em todo o período de pesquisa, alguns registros fotográficos, continuaram sendo feitos

para evidenciar a grandiosidade das estruturas:

Foto: Social Fábrica dos Sonhos, 2014.

1 Dados do estudo podem ser verificados em reportagem do Jornal Extra, publicado em 14 de agosto de 2011,

sobre Vereadores de Boa Saúde, que apresenta um balanço do uso de Centros Sociais como mecanismo

eleitoral.

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Foto: Sala de Informática e Banner com lista de cursos ofertados, 2015.

Foto: Instalações Centro Social no bairro Vila São Luiz, 1º Distrito de

Duque de Caxias/RJ, 2014/2015.

A ligação entre políticos locais e centros sociais, coloca em evidência e chama atenção

para as ofertas de "serviços assistenciais", no que se diz a origem dos recursos investidos

nesses espaços. Com base em nosso processo de investigação, verificamos que os recursos

financeiros têm como fonte doações de empresários e de aliados políticos, membros da

sociedade local, que contribuem para manutenção e funcionalidade dos centros sociais,

também prestando apoio a ascensão política de lideranças do território.

Ainda no debate sobre os recursos, constatamos, a partir de algumas abordagens e

entrevistas, outra forma de financiar os centros sociais. Neste caso, documentos demostram o

uso de recursos oriundos da folha de pagamento de cargos comissionados nos gabinetes dos

vereadores, sendo cobrados e repassados em forma de doação para determinados centros

sociais. Portanto, esta prática é utilizada como forma indireta de utilizar o dinheiro público

destinado ao pagamento de salários, ou seja, o cargo de confiança aparece como uma ponte

para ilegalidade no uso desses recursos públicos, desvirtuando a devida relação funcional do

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cargo. Da mesma forma, mais uma modalidade para obtenção e desvio de recursos,

estabelece-se pela aprovação de dotações orçamentarias do munícipio, via emendas

constitucionais, pelos próprios representantes de governo.

Na atualidade, apesar de proibida a realização de convênios, verificamos que até bem

pouco tempo a prefeitura de Duque de Caxias mantinha contratos que beneficiavam os

acordos políticos. Nesse sentido, citaram expressamente a vinculação de um político local,

que exerceu o cargo de secretário municipal de assistência social e possui um centro social.

Vale ressaltar, que vários entrevistados mencionam o uso de recursos financeiros,

oriundos de práticas ilícitas (traficantes e milicianos), caracterizando como tendência atual,

representantes vinculados ao crime, ocupando espaços públicos e representativos como

câmara de vereadores e etc. Contudo, ainda não temos documentos, ou demais instrumentos

que permitam comprovar esta modalidade de repasse de recursos.

De todas essas possíveis vinculações é possível extrair que os centros sociais,

comandado por vereadores, ou por pessoas de sua confiança - tentando apropriar-se das

necessidades apresentadas pela população – que parecem de fato atuar de forma paralela aos

serviços públicos e, segundo os participantes da pesquisa, executam um grande número de

ações, determinadas como de responsabilidade das políticas de Assistência Social e Saúde.

Com base nessas percepções, as investigações continuaram de forma a delimitar a

concepção dos atores locais sobre a existência e funcionamento na atualidade. Incluímos ai a

abordagem a políticos e representantes do legislativo local, valendo destacar algumas de suas

considerações, apesar de ainda estarmos em processo de pesquisa. Dizem eles:

[...] eu não deixo de atender ninguém, eu atendo todo mundo, todos os dias, eu ajudo lá

o trabalho social; político não é pra ter centro social desde que o poder público

atingisse a necessidade do povo, mas o poder público não chega até elas, não atende,

não resolve os grandes problemas e nem os pequenos [...] aí o vereador tem que tá

tirando de seu dinheiro [...] porque todo dia tem uma mãe, tem um pai, tem uma

pessoa, um vizinho na sua porta, no seu gabinete pedindo ajuda pra comprar um

remédio, pra comprar o gás, pra comprar uma cesta básica, pra fazer um exame que não

pode pagar e o vereador que tem um coração bom, que pensa e se preocupa com o

povo, ele acaba absorvendo [...] ele vai lá e consegue, pois isso aqui é pra defender o

povo, é pra fazer realmente as coisas que o povo necessita [...] (Vereador A, em

10/01/2015).

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Os centros sociais existem por inoperância do poder público, pela inoperância do

Executivo, porque se o Executivo, se a Prefeitura, se o Governo do Estado, eles

fizessem as suas atuações básicas na saúde, na educação, não existiriam os centros

sociais. Por que se abrem centros sociais? Se abrem, é porque não existem dentistas na

localidade, não existem fisioterapeutas [...]. Meu sonho é que um dia não se tenha mais

nenhum centro social, que a Prefeitura e o Governo do Estado façam todo esse

trabalho. [...] Espero acabar com isso, assim que eu for prefeito, se Deus quiser vai ter

os centros sociais da Prefeitura e ai tá resolvido. (Vereador B – Presidente da Câmara,

em 27/04/2015).

[...] a gente tem que ser honesto a ponto de colocar que há um vácuo muito grande

deixado pelo poder público nesse sentido, então a gente vê hoje aí vários locais da

cidade com centros sociais se proliferando em função da falta do poder público. Aí o

eleitor, que tem necessidade de um atendimento médico, levando o candidato a

vereador, prefeito, associação de moradores e até mesmo o vereador que já tem

mandato a abrir uma portinha para aquele atendimento [...] passando assim a fazer a

troca do serviço pelo voto, mascarando o dever que na realidade é do Executivo

municipal, que vem deixando um vazio muito grande neste sentido (Vereador D, em

14/05/2015)

Eu acho que era desnecessário ter social. Eu tenho essa instituição que eu ajudo, mas se

eu pudesse, eu não teria, porque isso é obrigação do poder público, não é obrigação do

vereador, não é obrigação do deputado [...] Mas se não tivesse essa instituição, como

seria? Porque, você imagine, quantos sociais têm no Estado do Rio de Janeiro e que

beneficiam a população por uma ausência do governo? [...] aí os vereadores e

deputados que têm e fazem para ajudar a população ainda são penalizados, dizem que

fazem assistencialismo. O maior assistencialismo que eles (governo) fazem é não

investir, é maltratar as pessoas. Pra mim não tem problema nenhum mandar fechar, eu

boto uma faixa lá no Jardim Gramacho e digo que a justiça determinou que fechasse

[...] Manda eles fazerem uma pesquisa ao povo, à população, pergunta se tem que

acabar e eles não vão querer que acabe e sim que bote muito mais coisas [...] (Vereador

F, em 17/05/2015).

Este processo permite identificar a existência, em Duque de Caxias, de um ciclo

vicioso, no qual o vereador passa a não desempenhar o seu papel de fiscalizador e propositor

de melhorias, investindo, ao contrário, nas lacunas e limitações da atuação do Estado para

intervir de forma pontual e eleitoreira, na tentativa de suprir as lacunas existentes e, assim, ser

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reconhecido como “benfeitor”. É nessa concepção que se apoiam os discursos das

representações políticas detentoras de centros sociais que, ao invés de aprovarem a ampliação

e destinação de verbas públicas para a implantação e execução de serviços sociais básicos,

visando à melhoria da qualidade de vida da população, acabam se beneficiando dessa situação

para fortalecer o seu poder local.

Como espaço de revisão das ações no campo das politicas, nos dias 15, 16, e 17 de Julho

no Centro de Duque de Caxias aconteceu a XII Conferência Municipal de Assistência Social

2015, o encontro teve como lema "Pacto Republicano no SUAS rumo a 2026: O SUAS que

temos e o SUAS que queremos", três dias de debate sobre o tema "Consolidar o SUAS de vez

rumo a 2026". Foram avaliadas propostas e ações com o objetivo de consolidar cada vez mais

a política de Assistência Social de Duque de Caxias, do Estado, e do País para os próximos 10

anos, com vistas à construção do Novo Plano Decenal de Assistência Social.

Acompanhar a conferência, foi uma atividade que auxiliou para novas reflexões, no

mesmo espaço estava presente o professor, pesquisador e orientador, Marcio Brotto, que falou

sobre uma década do SUAS, abordando a importância de sua implementação no munícipio.

Uma observação da conferência, diz respeito à presença de políticos em eventos da área de

Assistência Social, um dos políticos presentes na conferência está envolvido na abertura de

centros sociais, em época de eleição, assunto este tratado pelo professor/orientador em sua

conferência.

Algumas deliberações aprovadas na conferência, contribuem para o fortalecimento da

política de Assistência Social no munícipio, e implementação do SUAS, medidas que visam

melhorar o atendimento à população usuária dos serviços, e aos profissionais da área. A

medida que os equipamentos públicos funcionarem de maneira efetiva, e a população entender

estes espaços (CRAS, CREAS, CREPOP) como sendo de direito e não de favor, ou moeda de

troca política, os centros sociais deixarão de ser a melhor ou única opção para o atendimento

das situações de vulnerabilidade social no território.

Além disso, as autoridades do Estado precisam realizar ações que fiscalizem e apurem

denuncias sobre os centros sociais abertos, e os vínculos destes espaços com representantes

governamentais, bem como supostos desvios de dinheiro público para manutenção e uso

indevido para práticas clientelistas.

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4) Conclusões Preliminares:

Os estudos, atividades e investigações que contribuem para o mapeamento dos centros

sociais, destacando sua influência na política de Assistência Social, nos permitiram indagar e

constatar que o clientelismo no município de Duque de Caxias, tem forte ligação com a

história e cultura política local. Até então, realizou-se o mapeamento parcial de 49 centros

sociais localizados e em funcionamento, que vem permitindo desvendar, parcela de uma

estrutura de poder local, de fundamental relevância para entender a dinâmica de consolidação

da política de assistência social local e a relação desta com a população usuária dos serviços.

Observamos no último ano que este quantitativo de centros sociais é flutuante e volta a se

ampliar em períodos prévios a articulações politicas e atividades eleitorais. Assim, na analise

de 2014/2015 verificamos o quantitativo constante, sinalizando-se a abertura de alguns novos

e o fechamento de outros já existentes – que podem reabrir a oferta de serviços futuramente,

visto que 2016 é ano eleitoral e estes equipamentos são estruturas de interface de políticos

locais com a população.

Assim, diante dos estudos já realizados, devemos destacar as dificuldades, em mapear a

quantidade exata de centros sociais, estes possuem uma complexa dinâmica de

funcionamento, uns só funcionam próximos das eleições; a manutenção de seu funcionamento

depende da reeleição do candidato mantenedor; os locais de funcionamento vão de grandes

estruturas a simples espaços em fundos de quintal; o aumento no uso de "laranjas" como

responsáveis pelo serviço, dentre outros. A falta de registro, por parte dessas instituições

revela um modelo organizacional confuso, o que limita a identificação dos espaços.

Esta fotografia municipal consolida a perspectiva de que o clientelismo se caracteriza

como um mecanismo utilizado pelos próprios representantes governamentais e parlamentares,

que veem em sua prática formas de perpetuar seu poder. Contudo vale considerar que a falta

de investimentos em equipamentos públicos e privados reconhecidos e legitimados para

operar o sistema de garantia de direitos, aparecem como um dado a ser considerado. Hoje

esses equipamentos eles concorrem com outros públicos e filantrópicos, constituintes da rede

socioassistencial municipal, sendo: 09 CRAS, 02 CREAS, 01 CREPOP e 42 Instituições

filantrópico-privadas. Uma analise previa sobre a valorização da população pelos serviços,

vem demonstrando que os centros sociais são mais reconhecidos que as entidades públicas e

privadas, prestadoras de serviços sociais - seja pela possibilidade de aproximação a um

politico local, seja por uma série de serviços e recursos que a rede não tem para atendimento a

demanda da população. Isso coloca em questão a rede socioassistencial municipal oferta

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serviços direcionados as demandas da população? Reforça-se assim a importância da

vigilância social e do reconhecimento do território como um importante instrumento para o

fortalecimento da política de assistência social.

Continuamos na tentativa de aprofundar novas reflexões e obter novos resultados do

estudo exploratório, e mapeamento dos centros sociais no munícipio de Duque de Caxias, as

informações até aqui levantadas e analisadas supõem que a prática do clientelismo, além de

deslegitimar uma política social (política de assistência social), pode naturalizar

vulnerabilidades, e servir como estratégia na perpetuação de poder.

Os desafios para a política de assistência social na superação do clientelismo continuam.

Pensar formas de aproximação (numa metodologia que supere tais dificuldades) da população,

sociedade civil e representantes políticos para entender os diferentes pontos de vista, mesmo

diante das dificuldades que permeiam o debate acerca do tema, faz parte dessa trajetória de

análises e aproximação da realidade no território.

Por fim, espaços como Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas em Seguridade e

Assistência Social (NIEPSAS), Fóruns, Conferências, Simpósios, e outros eventos em que o

professor orientador tem ampliado debate a respeito deste estudo, se mostram de fundamental

importância para o desenvolvimento de novas reflexões.

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