Anderson F. FragaR.A: 1213446 Turma: SCCN1B Curso: Cincias Contbeis

FICHA TCNICA: Filme: Narradores de Jav Gnero: Drama Estreia: 2003 Direo: Eliane Caff Roteiro: Cristina Camargo, Eliane Caff, Hugo Kovensky, Luiz Alberto de Abreu. Elenco: Alessandro Azevedo, Altair Lima, Bene Silva, Gero Camilo, Jos Dumonte (Antnio Bi), Luci Pereira (Deodora/ Maria Dina), Matheus Nachtergaele, Maurcio Tizumba, Nelson Dantas, Nelson Xavier, Rui Resende (Vado). Sinopse: Somente uma ameaa prpria existncia pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de jav. a que eles se deparam com o anncio de que a cidade pode desaparecer sob as guas de uma enorme usina hidreltrica. Em resposta notcia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratgia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heroicos de sua histria, para que jav possa escapar da destruio. Como a maioria dos moradores so analfabetos, a primeira tarefa encontrar algum que possa escrever as histrias. Enredo: O filme mostra a memria dinmica e no como algo guardado em uma caixa secreta, em um ba, como costumamos dizer e que, em algum momento, resgatada. Acredito que a memria trabalho, imaginao, como mostra os narradores de Jav. Memria: lembrana e esquecimento; memria: trabalho de criao em funo do presente. Diante da ameaa concreta de inundao de suas terras e sem nenhuma documentao formal que comprove que elas lhes pertencem, surge a necessidade de usar a escrita- at ento rechaada (rechao evidenciado no filme pelo desprezo ao morador que escrevia), a escrita, a ferramenta do outro- revelador de outra cultura requisitada como ltima chance de manter suas as terras que foram ocupadas atravs de outras migraes, em tempos ancestrais. Passa ento a realizar um trabalho de memria, evocando lembranas, imaginando um passado pico, uma histria grande do vale de Jav, com heris forjados e requisitados pelos homens- Indalcio- e pelas mulheres mais ousadas- a Maria Dina. E, nessa trama que visa buscar as origens de Jav, aparecem mltiplos elementos da memria individual e coletiva, como por exemplo, a histria dos gmeos, presente nos mitos de origem dos povos indgenas brasileiros. Ex. o mito de origem guarani tambm existem gmeos, que so gerados cada um com um pai.

A relao entre histria e memria intensa e aparece em sua complexidade que dificulta colocar no papel, no livro da salvao as lembranas, as histrias contadas, as ideias que esto na cabea. Aparecem no filme memria e histria com suas peculiaridades: a histria, filha de memria no pode com ela ser confundida e nem, tampouco h uma linearidade de produo da histria como registro de lembrana dos fatos do passado. A memria, matria prima da histria , como esta, produzida num campo de poder, evidenciados no filme por uma disputa para registrar lembranas de pessoas e famlias de maior prestgio. Portanto, histria e memria so construes e ocorrem num campo de disputas como bem mostra o filme, em que cada famlia, cada morador tem a sua verso, constri um passado para jav, a partir de seus interesses pessoais e familiares. Vemos tambm os jogos de seduo de bi, encarregado dos registros e que usa o poder da escrita para tirar vantagem em relao s pessoas que escolhe para registrar as narrativas. No filme, cada pessoa, especialmente as mais velhas, requer para si o papel de guardi da memria e o passado pico recriado como estratgia de luta para manuteno da terra diante da ameaa de inundao provocada pela construo de uma barragem. A memria, entre lembranas e esquecimentos seleciona a partir dos anseios individuais e coletivos do presente, os fatos que devem a podem ser lembrados e ou esquecidos. E, nesse sentido, o filme mostra as diferentes verses do passado, cada uma com sua legitimidade, cada uma forjada por relaes de afetos e desafetos: a disputa dos irmos envolvendo heranas; o heri versus a heroica lembrada pelas mulheres e desconstruda por lembranas masculinas. O que interessa naquela situao falar da fuga ou da retirada? Falar do medo e das frustaes ou da coragem dos ancestrais? So elementos que vem a tona e que a memria oral, com sua dinmica, d conta de todos esses conflitos, porm na iminncia de tornar essas narrativas fixas, a necessidade de uma verdade cientfica, comprovada e, se possvel, documentada para escrever. O terror da escrita, ao abordar os conflitos vividos na mortalidade ocidental que processual e conflitiva abandona a tradio oral e adere escrita como linguagem principal e de maior poder. A escrita, temida pelo povo de Jav, altera a relao com as palavras, fixa as ideias, rouba-lhe o movimento. A escrita faz a lei. Muito mais ainda, ela a lei. (...) ela obriga pela atitude imposta, pela fixao, pela recorrncia implacvel, pelo testemunho (transmisso e ensino) e pela historicidade assim estabelecida para a eternidade. Ideia central: A importncia da escrita, da fala e sua dimenso; a formao cultural de um povo, heranas histricas, crenas, valores, oposio entre memria, histria, verdade e inveno; importncia da oralidade na construo cientfica; confronto entre o progresso e as tradies do vilarejo.

Questes: 1) Qual o tema do filme? O que os realizadores do filme tentaram nos contar? Eles conseguiram passar a mensagem? Resposta: O filme tem como tema principal a narrao, tendo como alicerce as pluralidades orais dos personagens. Mostra um Brasil de todos os brasileiros, dando voz as etnias, religies e classes excludas... E que todos ns somos narradores de uma histria sem fim. 2) Por que se afirma que o filme discute questes ligadas memria histrica e suas verdades Resposta: A memria uma construo do presente, a partir das experincias e vivncias do passado. Ela est em constante mudana, sendo aberta dialtica da lembrana e do esquecimento, sendo assim seletiva. por meio da memria que os sujeitos do processo histrico buscam salvar o passado do esquecimento, edificando o presente e o futuro, colaborando para a formao da identidade, individual ou coletiva. No pode deixar de ser mencionado que, muitas vezes, a memria manipulada, quando alguns grupos sociais decidem o que deve ser lembrado ou esquecido, com o objetivo de exercer seu controle sobre os demais grupos. por essa experincia de resgate e registro da memria que passam os moradores de jav, lembrando as histrias que originam a comunidade. 3) Voc assimilou/ aprendeu alguma coisa com esse filme? Oque? Resposta: Aprendi como importante utilizarmos de forma correta a linguagem oral e a escrita, como a nossa histria importante e determinante para mostrar quem somos ns e de onde viemos. A histria documentada a prova da nossa existncia e dos nossos antepassados. 4) Do que voc mais gostou nesse filme? Por qu? Resposta: Gostei do espirito de equipe, da unio que todos tiveram para lutar contra a extino do vilarejo de jav. Isso mostra a realidade. s pessoas mais humildes sempre se unem na hora do desespero. Um sempre a prontido para ajudar o prximo, mesmo existindo interesses individuais. 5) Jav um lugar fictcio, criado pelo enredo do filme. No Cear temos uma Jav voc sabia? Pesquise sobre esta cidade cearense que passou por este mesmo problema mostrado no filme. Resposta:

NOVA JAGUARIBARA- CE Nova Jaguaribara foi primeira cidade projetada do estado do Cear, com o objetivo de construir o aude Castanho. A obra foi iniciada em 1995 e concluda em 2003, por uma parceria entre a secretaria de Recursos Hdricos do Cear- SRH-CE e o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca- DNOCS.

A origem do municpio de Jaguaribara remota ao final do Sculo XVII quando foi estabelecida no local, uma fazenda destinada criao de gado. Em 1694 dada a forte resistncia dos ndios, ocupantes originais da rea, seus proprietrios foram obrigados a se retirarem para as proximidades de Fortaleza, voltando anos mais tarde depois de vencida a resistncia indgena. O povoado de Santa Rosa constituiu- se de um desdobramento desta rea, a qual foi transferida, em 1786 por doao de um dos herdeiros, para o patrimnio da igreja catlica. Elevada a condio de vila, Santa Rosa foi inicialmente distrito do municpio de Frade, posteriormente denominado de Jaguaretama. Em 31 de outubro de 1824, o povoado foi marcado pelo mais importante embate verificado no Cear, entre as tropas imperiais e os componentes da Confederao do Equador que lutaram por um nordeste independente. Deste embate, realizado as margens do Rio Jaguaribe, resultou a captura e o assassinato de Tristo Gonalves de Alencar Araripe, presidente da confederao do estado do Cear. No ano de 1924, o Instituto Histrico do Cear, ergueu no local denominado Alto dos Andrade, no Stio Tapera, zona rural de Jaguaribara, um pequeno monumento ao heri. Supostamente seus restos mortais foram sepultados na capela do povoado. Jaguaribara foi distrito de Jaguaretama, at que a Lei de n 3.550 de nove de maro de 1957, promoveu-o a municpio. A denominao atual de Jaguaribara oficializou-se com o decreto Lei n 1.113 de 30 de dezembro de 1943, sendo uma referncia tribo tupi que habitava a regio. Etimologicamente Jaguaribara significa Moradores do Rio das Onas. Em 1985 chegaram a Jaguaribara as primeiras notcias acerca da construo da barragem do castanho. A grande obra, maior reservatrio hdrico do Brasil destinado para a irrigao, vai guardar sob suas guas 2/3 (dois teros) de Jaguaribara, inclusive a antiga sede do

municpio, que foi substituda pela primeira cidade planejada do Cear. Vale ressaltar que a nova sede conta com rplicas da antiga sede, sendo elas: a igreja matriz e ainda a igreja do Poo Comprido, antigo distrito do municpio. O governo do estado est conduzindo a implantao da barragem do Castanho de modo a assegurar a justa compensao a todos os atingidos e, adicionalmente, a criar as condies para a participao destes nas oportunidades de negcios e progresso decorrentes do empreendimento. Com esta finalidade foi criado o grupo de trabalho participativo para acompanhamento das obras da barragem do Castanho, principalmente a relocao da cidade de Jaguaribara (onde foram deslocadas aproximadamente 3.600 pessoas da rea urbana), alm do reassentamento da populao rural da rea a ser inundada e da rea atingida pelas obras civis, o que implica no deslocamento de cerca de 8.000 pessoas residentes nos municpios de Jaguaretama, Alto Santo e Jaguaribe. Quanta mudana! O que parecia apenas um sonho, hoje algo real. Em pleno serto cearense, sob um sol de 40 graus, e cercado de Caatingas, nasce a primeira cidade totalmente projetada do estado do Cear. Um trabalho intenso e amplamente ousado dar vida a um espao que antes abrigou sonhos, desafios e conquistas eram desocupados pela populao e em breve viraria p, retornando ao que fora anos atrs, com um aspecto nativo de solido e abandono. A estrutura fsica, agora escombros, desaparecer debaixo das guas do Castanho. Enquanto isso, a nova sede ganhava o aspecto de cidade, com seus equipamentos projetados, acolhendo o povo para a qual estava destinada. Inaugurada em 25 de setembro de 2001, a cidade trilha os novos rumos de sua histria contando com novas oportunidades de desenvolvimento. Neste caminho que se refaz, Jaguaribara uma referncia histrica que ultrapassa fronteiras, onde o seu povo reescreve sua histria, cultivando no corao a esperana de dias melhores.AUDE CASTANHO

6) Pesquise e comente sobre a relao entre o progresso e o patrimnio histrico. Resposta: Progresso- Movimento para frente: O progresso de uma inundao, aumento, desenvolvimento para melhor ou para pior: O progresso de um aluno; o progresso de uma doena; O desenvolvimento de um pas; O crescimento de uma nao, de uma economia, de uma regio, da civilizao; O progresso da humanidade, ETC. Patrimnio Histrico pode ser definido como um bem material, natural ou imvel que possui significado e importncia artstica, cultural, religiosa, documental ou esttica para a sociedade. Estes patrimnios foram construdos ou produzidos pelas sociedades passadas, por isso representam uma importante fonte de pesquisa e representao cultural. Sendo assim o patrimnio histrico por um lado interfere no progresso. Como progredir, como evoluir, como andar para frente com uma cultura antiga na nossa frente. 7) Para os personagens do filme por que era importante resgatar a memria e escrever a Histria daquele vilarejo? Resposta: Como jav est prestes a ser inundado para a construo de uma hidreltrica, os moradores resolvem escrever sua histria e tentar transformar o local em patrimnio histrico a ser preservado. 8) Como voc considera a importncia da memria para uma sociedade. Resposta: O mundo passa por transformaes constantes, passa por mudanas, evoluo e tudo que fica para traz cai no esquecimento. Resta ns tentarmos resgatar as nossas origens, a cultura, a histria para que as nossas origens no entre em extino.

Referencia Bibliogrfica Pt.shvoong/entertainment/movies/1879508-Os-Narradores-Jave/ www.ampuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/St%2005%20%20Adeilma%20carneiro%20bastos%20tc.pdf www.consciencia.br/resenhas/memoria/narradores.htm Thiago-opoderdaspalavras.blogspot.com.br/2009/05/resenha-sobr-o-filme-narradoresde.html www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1288&titulo=os_narradores_de_ eliane_caffe Pablolisboa-culturalivre.blogsport.com.br/2007/10/narradores-de-jav-filme.html Pt.wikipedia.org/wiki/jaguaribara www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/07/259877.5html Pt.wikipedia.org/wiki/castanhao Coisadecearense.blogspot.com.br/2010/03/nova-jaguaribara.html