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ATOS ADMINISTRATIVOS INTRODUÇÃO Os atos administrativos são espécie do gênero “ato jurídico” Ato jurídico: São qualquer manifestaão unilateral !umana volunt a finalidade imediata #direta$ de produ%ir determinada alteraão jurídico. &referimos reservar a e'pressão “ato jurídico” especificamente para as manifesta(es ou declara(es unilaterais #por e'emplo) uma recompensa) a assinatura de uma nota promiss*ria$. +tili%amos o v “contrato” para os vínculos jurídicos que s* se aperfeioam com m declaraão ou manifestaão de vontade de doaão são ,ilat formaão- o contrato de constituião de uma sociedade com mais de s*cios é plurilateral na sua formaão. ão o,stante recon!ecemos que nen!um pro,lema !" no empregoda e'pressão “at/o jurídico ,ilateral” como sin0nimo de contrato. CONCEITO Os atos administrativos enquadram 1 se na categoria dos atos jurí são manifesta(es !umanas) e não meros fen0menos da nature%a. Ade são sempre manifesta(es ou declara(es unilaterais de vontades #as ,ilaterais comp(em os c!amados contratos administrativos$. O ato administrativo são manifesta(es ou declara(es da p3,lica) agindo nesta qualidade) ou de particulares que e prerrogativas p3,licas) por terem sido investidos em fun( serem praticados no e'ercício de atri,ui(es p3,licas) os atos ad estão sujeitos ao regime de direito p3,lico. Segundo4el52opes 6eirelles) “ato administrativo é todamanifestaão unilateral de vontade da administraão p3,lica que) agindo nessa ten!a por fim imediato adquirir) resguardar) transferir) m declarar direitos) ou impor o,riga(es aos administrados ou a si Os atos administrativos não se confundem com os assim c! políticos ou de governo. São esses os atos da administra sentido amplo) praticados em o,ediência direta 7 constitui imediata no te'to constitucional #e's: iniciativa de lei) sanão políticos não estão sujeitos 7 teoria geral dos atos administrati &or fim) deve8se ressaltar que) no e'ercício geral da atividade p distintas categorias de atos podem ser recon!ecidas) cada qual se típico de um dos poderes do estado: 9 Atos legislativos #ela,oraão de normas prim"rias$- 9 Atos judiciais #e'ercício da jurisdião$- e

Atos Administrativos 2 (1)

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ATOS ADMINISTRATIVOSINTRODUOOs atos administrativos so espcie do gnero ato jurdico. Ato jurdico: So qualquer manifestao unilateral humana voluntria que tenha a finalidade imediata (direta) de produzir determinada alterao no mundo jurdico. Preferimos reservar a expresso ato jurdico especificamente para as manifestaes ou declaraes unilaterais (por exemplo, uma promessa de recompensa, a assinatura de uma nota promissria). Utilizamos o vocbulo contrato para os vnculos jurdicos que s se aperfeioam com mais de uma declarao ou manifestao de vontade de doao so bilaterais na sua formao; o contrato de constituio de uma sociedade com mais de dois scios plurilateral na sua formao. No obstante reconhecemos que nenhum problema h no emprego da expresso at5o jurdico bilateral como sinnimo de contrato. CONCEITOOs atos administrativos enquadram se na categoria dos atos jurdicos. Logo, so manifestaes humanas, e no meros fenmenos da natureza. Ademais, so sempre manifestaes ou declaraes unilaterais de vontades (as bilaterais compem os chamados contratos administrativos).O ato administrativo so manifestaes ou declaraes da administrao pblica, agindo nesta qualidade, ou de particulares que estejam exercendo prerrogativas pblicas, por terem sido investidos em funes pblicas. Por serem praticados no exerccio de atribuies pblicas, os atos administrativos esto sujeitos ao regime de direito pblico. Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo toda manifestao unilateral de vontade da administrao pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria. Os atos administrativos no se confundem com os assim chamados atos polticos ou de governo. So esses os atos da administrao pblica em sentido amplo, praticados em obedincia direta constituio, com base imediata no texto constitucional (exs: iniciativa de lei, sano ou veto.) Os atos polticos no esto sujeitos teoria geral dos atos administrativos. Por fim, deve-se ressaltar que, no exerccio geral da atividade pblica, trs distintas categorias de atos podem ser reconhecidas, cada qual sendo o ato tpico de um dos poderes do estado: Atos legislativos (elaborao de normas primrias); Atos judiciais (exerccio da jurisdio); e Atos administrativos. Embora os atos administrativos sejam os atos tpicos do poder executivo no exerccio de suas funes prprias, no se deve esquecer que os poderes judicirio e legislativo tambm editam atos administrativos, principalmente relacionados ao exerccio de suas atividades de gesto interna, como atos relativos contratao de seu pessoal, aquisio de material de consumo, etc.ATOS PRIVADOS PRATICADOS PELA ADMINISTRAO PBLICAEm diversas situaes a administrao pblica age sem revestir a qualidade de poder pblico, ou seja, despida de suas prerrogativas de direito pblico. Frequentemente isso ocorre quando rgo ou entidades administrativas atuam no domnio econmico, exercendo atividades prprias do setor produtivo. Por exemplo, quando uma sociedade de economia mista vende, no mercado, bens de produo, ou um banco estatal, ou, ainda, quando um agente pblico competente dos quadros de um rgo da administrao direta assina um cheque para pagar um fornecedor. Nesses casos, submete-se a administrao s regras do direito privado que regulam tais atos jurdicos. A doutrina, por vezes, utiliza a expresso "atos da administrao" para se referir especificamente a esses atos qual a administrao pblica pratica quando est desprovida de prerrogativas pblicas, quando est atuando em igualdade jurdica com os particulares, sob regncia predominante do direito privado. Nessa acepo, ampla ou genrica, os atos da administrao incluem:- Os atos administrativos propriamente ditos.- Os atos da administrao pblica regidos pelo direito privado;- Os chamados "atos materiais" praticados pela administrao pblica, que so os atos de mera execuo administrativas, a exemplo de uma pavimentao de uma rua.FATO ADMINISTRATIVOA noo de "fato administrativo" algo problemtica, pois existe discrepncia entre os principais administrativistas, acarretando uma pluralidade de conceitos para a mesma expresso.Numa acepo tradicional, fatos administrativos so descritos como a materializao da funo administrativa; consubstanciam o exerccio material da atividade administrativa, correspondem aos denominados "atos materiais". So exemplos a apreenso de mercadorias, limpeza de um logradouro pblico.Um fato administrativo em regra, resulta de um ato administrativo (ou de mais de um), decorre de uma deciso ou determinao administrativa, mas com esta no se confunde. Uma vez expressa a vontade da administrao mediante a edio de um (ou mais) ato administrativo, segue como consequncia um fato administrativo (a implementao do ato). Exemplificando, a demolio de um prdio (fato administrativo) pode ser resultante de uma ordem de servio da administrao (ato administrativo).Os fatos administrativos no tm por fim (mas podem produzir) a produo de efeitos jurdicos; nessa acepo, eles consubstanciam, to somente, a implementao material de atos administrativos, de decises ou de determinaes administrativas. CLASSIFICAES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Atos vinculados so os que administrao pratica sem margem alguma de liberdade de deciso, pois a lei previamente determinou o nico comportamento possvel a ser obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situao objetiva descrita na lei. No cabe ao agente pblico apreciar a oportunidade ou convenincia administrativas quanto edio do ato; uma vez atendidas as condies legais, o ato tem que ser praticado, invariavelmente. Para exemplificar, tomemos a concesso da licena-maternidade, regulada pela lei 8.112/1990. Atendidas as condies da lei (cuja base direita a constituio), ou seja, nascido o filho do servidor pblico, no cabe ao administrador, sob nenhuma circunstncia, alegar que o servidor essencial ao servio, que no seria conveniente o seu afastamento, ou qualquer outra tentativa de no editar o ato devido de concesso de licena. Atos discricionrios so aqueles que a administrao pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu contedo, seu modo de realizao, sua oportunidade e sua convenincia administrativas.Enquanto o agente pblico est rigidamente adstrito lei quanto a todos os elementos de um ato vinculado (competncia, finalidade, forma, motivo e objeto), ao praticar um ato discricionrio possui ele certa liberdade (dentro dos limites da lei) quanto a valorizao dos motivos e escolha do objeto (contedo), segundo os seus privativos critrios de oportunidade e a convenincia da prtica, ou no, do ato. Explicando, a maior parte de nossa doutrina administrativa atual entende que tambm h discricionariedade, ou possibilidade de atuao discricionria do agente pblico, na aplicao das leis que utilizam conceitos indeterminados tais como boa-f, conduta escandalosa, moralidade pblica quando, no caso concreto, o agente se depara com situaes em que no existe possibilidade de atuao juridicamente legtimas, determinar a mais oportuna e conveniente, tendo em vista o interesse pblico; o poder judicirio no pode substituir a administrao nesse juzo de valor (porque se trata de mrito administrativo). Tal deciso pertence ao mbito do mrito administrativo, isto , caber ao agente pblico, conforme seus critrios exclusivos de convenincia e oportunidades administrativas, determinar se mais adequado ao interesse pblico praticar o ato previsto na lei caso em que enquadrar a situao concreta no conceito indeterminado empregado na descrio do motivo legal. Em sntese, segundo corrente hoje dominante em nossa doutrina, existe discricionariedade: 1. Quando a lei expressamente d a administrao liberdade para atuar dentro de limites bem definidos; so as hipteses em que a prpria norma legal explcita, por exemplo, que a administrao poder prorrogar determinado prazo por at quinze dias, ou que facultado administrao, a exerccio do poder disciplinar ou de polcia administrativa, o ato a ser praticado poder ter como objeto (contedo) esta ou aquela sano e assim por diante;

2. Quando a lei emprega conceitos jurdicos indeterminados na descrio do motivo determinante da prtica de um ato administrativo e, no caso concreto, a administrao se depara com uma situao em que no existe possibilidade de afirmar, com certeza, se o fato est ou no abrangido pelo contedo da norma; nessas situaes, a administrao, conforme o seu juzo de privativo de oportunidade e convenincia administrativas, tendo em conta o interesse o pblico, decidir se considera, ou no, que o fato est enquadrado no contedo do conceito indeterminado empregado no antecedente da norma e, conforme essa deciso, praticar ou no, o ato previsto no respectivo consequente.

Por fim, deve-se distinguir discricionariedade de arbitrariedade. A primeira implica existncia de lei e prtica do ato dentro dos limites por ela impostos, ou dela decorrentes; a segunda significa prtica de ato contrrio lei, ou no previsto em lei. ATOS GERAIS E INDIVIDUAISOs atos administrativos gerais caracterizam-se por no possuir destinatrios determinados. Apresentam apenas hipteses normativas aplicveis a todas as pessoas e situaes fticas que se enquadram nessas hipteses abstratamente neles descritas. Diz-se que tais atos possuem generalidade e abstrao, ou, ainda, que eles tm normatividade razo pela qual so tambm chamados de atos normativos.Os atos gerais so sempre discricionrios, pelo menos quanto ao seu contedo. O contedo limitado ao das leis s quais o ato se subordina, mas, como o ato no mera reproduo da lei ou seria intil -, sempre h alguma margem de escolha para a administrao. Os atos gerais podem ser revogados a qualquer tempo; caso a aplicao de um ato geral em um caso concreto tenha gerado direito adquirido para algum, esse direito ser mantido para a pessoa que j adquiriu, mas isso no impede a revogao do ato geral. Afinal, o ato geral tem, potencialmente, um nmero indeterminado de destinatrios, e a sua revogao evita que, doravante, ele incida sobre todos quantos poderiam vir a concretamente se enquadrar na hiptese abstratamente nele descrita. Exemplos de atos gerais so os decretos regulamentares, as instrues normativas, os atos declaratrios normativos, etc. Os atos gerais necessitam ser publicados em meio oficial, porque se destinam a produzir efeitos externos. A publicao do ato condio para sua eficcia. O autor pode pedir anulao de um ato individual, praticado em cumprimento a um ato geral, alegando, em sua petio, a ilegalidade ou inconstitucionalidade do ato geral, e pedindo, incidentalmente, o afastamento da aplicao do ato geral ao seu caso concreto. O que no possvel ajuizar uma ao em que o pedido seja, diretamente, a anulao de um ato geral.Os atos administrativos individuais so aqueles que possuem destinatrios determinados, produzindo diretamente efeitos concretos, constituindo ou declarando situaes jurdicas subjetivas. O ato individual pode ter um nico destinatrio (ato singular) ou diversos destinatrios (atos plrimo), desde que determinados. So exemplos: a nomeao de aprovados em um cargo pblico, a exonerao de um servidor, etc. Os atos individuais que devam produzir efeitos externos, ou que onerem o patrimnio pblico, necessitam ser publicados em meios oficiais. Os atos individuais podem ser vinculados ou discricionrios. A revogao de um ato individual somente possvel se ele no tiver gerado direito adquirido para seu destinatrio. Os atos individuais admitem impugnao direta por meio de recursos administrativos, bem como de aes judiciais, tais quais o mandado de segurana, a ao popular, as aes ordinrias, etc. ATOS INTERNOS E EXTERNOSAtos administrativos internos so aqueles destinados a produzir efeitos somente no mbito da administrao pblica, atingindo diretamente apenas seus rgos e agentes. Como, em princpio, no obrigam nem geram direitos para o administrador, os atos internos no necessitam ser publicados em meio oficial para vigerem e produzirem feitos, bastando a comunicao direta aos destinatrios ou a utilizao de outros meios de divulgao interna. Deve-se observar, entretanto, que, qualquer espcie de ato, quando onere o patrimnio pblico, exige publicao, como condio para regular a produo de seus efeitos. Os atos internos, em regra, no geram direitos adquiridos para seus destinatrios e podem ser revogados a qualquer tempo pela administrao que os expediu. So exemplos de atos internos: uma portaria de remoo de um servidor, as ordens de servio em geral, etc.Os atos administrativos externos so aqueles que atingem os administrados em geral, criando direitos ou obrigaes gerais ou individuais, declarando situaes jurdicas, etc. So tambm considerados atos externos os que, embora no destinados aos administrados, devam produzir efeitos fora da repartio que os editou, ou onerem o patrimnio pblico, casos em que se imprescindvel a observncia do princpio da publicidade. condio de vigncia e de eficcia dos atos externos a publicao em meio oficial, antes da qual evidentemente no pode ser presumido o seu conhecimento nem exigida sua observncia. Se no for necessrio que o ato externo seja conhecido do pblico em geral, pode a administrao limitar-se a providenciar a cincia do ato diretamente ao destinatrio, como ocorre no caso de uma intimao que o fisco faa a um contribuinte, para este comparecer repartio a que esteja circunscrito, a fim de prestar esclarecimentos sobre informaes constantes de sua declarao de rendimentos. ATOS SIMPLES, COMPLEXO E COMPOSTO