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Contabilidade para Iniciantes – 2013 Teoria e Questões Comentadas Professor Thiago Ultra Prof. Thiago Ultra www.estrategiaconcursos.com.br 1 AULA 01 – CONTABILIDADE PARA INICIANTES – 2013 – Teoria e Questões Comentadas SUMÁRIO PÁGINA 1 Contas Contábeis...........................................................................2 1.1 Plano de Contas.......................................................................3 1.2 Contas e Subcontas.................................................................4 1.3 Estrutura da Conta ..................................................................6 1.4 Alguns exemplos de contas contábeis.........................................7 2 Atos e Fatos Contábeis.................................................................13 2.1 Atos Contábeis.....................................................................13 2.2 Fatos Contábeis.....................................................................14 2.2.1 Fatos contábeis permutativos: ..........................................15 2.2.2 Fatos contábeis modificativos: ..........................................18 2.2.3 Fatos contábeis mistos:....................................................20 1ª Série de Exercícios.............................................25 3 Teoria das Contas.......................................................................37 3.1 Teoria Personalista.................................................................38 3.1.1 Origens e Aplicações de Recursos......................................42 3.2 Teoria Materialista.................................................................43 3.3 Teoria Patrimonialista.............................................................43 3.4 Natureza e alteração de saldo das contas..................................46 2ª Série de Exercícios.............................................48 4 Método das Partidas Dobradas.......................................................54 4.1 Lançamento..........................................................................55 4.1.1 Fórmulas de lançamento...................................................57 5 Configurações do Estado Patrimonial.............................................59 Última série de Exercícios........................................62 LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS...............................................85 GABARITOS...................................................................................98

Aula 01 (1)

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  • AULA 01 CONTABILIDADE PARA INICIANTES 2013 Teoria e Questes Comentadas

    SUMRIO PGINA1 Contas Contbeis...........................................................................2

    1.1 Plano de Contas.......................................................................31.2 Contas e Subcontas.................................................................41.3 Estrutura da Conta ..................................................................61.4 Alguns exemplos de contas contbeis.........................................7

    2 Atos e Fatos Contbeis.................................................................132.1 Atos Contbeis.....................................................................132.2 Fatos Contbeis.....................................................................14

    2.2.1 Fatos contbeis permutativos: ..........................................152.2.2 Fatos contbeis modificativos: ..........................................182.2.3 Fatos contbeis mistos:....................................................20

    1 Srie de Exerccios.............................................253 Teoria das Contas.......................................................................37

    3.1 Teoria Personalista.................................................................383.1.1 Origens e Aplicaes de Recursos......................................42

    3.2 Teoria Materialista.................................................................433.3 Teoria Patrimonialista.............................................................433.4 Natureza e alterao de saldo das contas..................................46

    2 Srie de Exerccios.............................................484 Mtodo das Partidas Dobradas.......................................................54

    4.1 Lanamento..........................................................................554.1.1 Frmulas de lanamento...................................................57

    5 Configuraes do Estado Patrimonial.............................................59 ltima srie de Exerccios........................................62LISTA DE EXERCCIOS COMENTADOS...............................................85GABARITOS...................................................................................98

  • Ol pessoal! um prazer rev-los! Vamos seguir em frente,

    compreendendo e aprofundando cada vez mais o conhecimento sobre a

    Contabilidade! Espero que tenham sedimentado as informaes da Aula

    00. A cada aula, os conhecimentos anteriores vo, aos poucos, sendo

    requisitados, portanto muito importante que os as informaes sejam

    bem assimiladas. Vamos comear!

    1 Contas Contbeis

    Contas contbeis so utilizadas para registrar elementos

    semelhantes do patrimnio, de maneira a possibilitar seu

    controle e acompanhamento minucioso, to importante finalidade

    informativa da contabilidade. Por exemplo:

    A conta Caixa, de ativo, registra as variaes ocorridas com o

    numerrio (moeda) que a empresa guarda consigo (fora do banco).

    A conta Veculos, de ativo, registra as variaes ocorridas com os

    bens que a empresa possui e que podem ser considerados como

    veculos (carros, motos, caminhes, etc...)

    A conta Fornecedores, de passivo, registra as variaes ocorridas

    com as obrigaes que a entidade possui com seus fornecedores.

    Nas contas contbeis que so realizados os registros das variaes de

    valores dos elementos semelhantes no patrimnio, portanto, elas devem

    ser denominadas de maneira a identificar a que elementos se

    referem. No faria nenhum sentido criar uma conta chamada Terrenos

    que controlasse alteraes de mquinas e equipamentos, no verdade?

    Apesar de haver grande liberdade s entidades, para a nomenclatura de

    suas contas (desde que identifiquem corretamente os elementos do

    patrimnio aos quais se referem), existe uma vedao, imposta pela Lei n

  • 6.404/76, no que diz respeito a nomes genricos. Vejam o que diz o 2

    do Art. 176 da referida Lei:

    Art. 176 ()

    2 Nas demonstraes, as contas semelhantes podero ser

    agrupadas; os pequenos saldos podero ser agregados, desde que

    indicada a sua natureza e no ultrapassem 0,1 (um dcimo) do valor do

    respectivo grupo de contas; mas vedada a utilizao de designaes

    genricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".

    (...)

    Existem duas informaes importantes neste pargrafo. A

    primeira a que diz respeito possibilidade de agregao

    de contas semelhantes, para fins de apresentao nas

    demonstraes contbeis (desde que no ultrapassem 10% do valor do

    grupo de contas). A segunda , justamente, a vedao quanto

    utilizao de designaes genricas. Isso j caiu em prova!

    1.1 Plano de Contas

    O plano de contas uniformiza os registros contbeis de uma

    entidade. Essa uniformizao alcanada, pois, o plano de contas

    estabelece uma relao das contas que devero ser utilizadas para registro

    das variaes patrimoniais, alm de ditar diretrizes e normas de maneira a

    padronizar a contabilizao dos fatos contbeis. Em razo da dinmica das

    atividades das empresas, o plano de contas precisa ser malevel, a fim de

    possibilitar a incluso ou excluso de contas contbeis sempre que

    necessrio.

    com base no plano de contas, tambm, que a entidade codifica suas

    contas contbeis. Alm de nome-las, as numera, principalmente para

    identificar os grupos patrimoniais aos quais pertencem e suas subcontas.

  • Vamos ver, abaixo, um plano de contas bastante sinttico, para termos

    uma noo:

    Plano de ContasCdigo da Conta Descrio da Conta1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante 1.1.1 Disponvel 1.1.1.1 Caixa 1.2 Ativo No Circulante2 PASSIVO 2.1. Passivo Circulante 2.1.1 Fornecedores

    O elenco de contas, que est inserido no plano de contas da

    entidade, tem a funo de, apenas, relacionar as contas e cdigos

    respectivos que so utilizadas pela entidade, sem explicar suas funes ou

    funcionamento. apenas um elenco mesmo... no final dos filmes,

    sempre so apresentados os nomes dos artistas e das pessoas envolvidas

    na produo, lembram? Ento, aquilo o elenco do filme, e relaciona o

    nome das pessoas que trabalharam no longa metragem. O elenco de

    contas faz a mesma coisa, ao apresentar o nome das contas que so

    utilizadas na escriturao das empresas.

    Por ltimo, um sistema de contas consiste na sistematizao das

    contas de uma entidade. Ou seja, o sistema de contas trata de organizar e

    agrupar as contas que guardam entre si alguma semelhana.

    1.2 Contas e Subcontas

    As contas contbeis tanto podem figurar como sintetizadores de saldos de

    outras contas, como podem servir individualmente a algum elemento

    patrimonial, registrando suas variaes de valor. Vamos chamar o Z para

    exemplificar esta situao.

  • Como vimos na aula passada, o Z Luis virou empresrio.

    Por estar estudando para ser um bom administrador, ele

    pediu ao seu Contador que fossem criadas contas mais

    especficas a partir da conta Fornecedores, para que fosse possvel

    acompanhar as obrigaes da empresa com cada um de seus

    fornecedores. Seu contador, prontamente, fez o que o Z pediu, da

    seguinte maneira:

    Cd. Da Conta Descrio da Conta Saldo da conta2.1.1 Fornecedores 10.0002.1.1.1 Fornecedor de Peas Ltda. 6.0002.1.1.2 Fornecedor de Mveis Ltda. 4.000

    Notem que as obrigaes com o Fornecedor de Peas Ltda e com o

    Fornecedor de Mveis Ltda so registradas nas subcontas respectivas, e

    estas esto vinculadas conta Fornecedores. No entanto, para fins de

    informao, a ser apresentado no Balano Patrimonial, a empresa do Z

    Luis poder publicar somente o saldo consolidado da conta Fornecedores.

    A soma das subcontas deve ser igual ao saldo da conta principal de

    Fornecedores.

    As classificaes tcnicas para este sistema de conta e subconta so as

    seguintes:

    Contas Sintticas: so as contas que consolidam os saldos de contas a

    ela vinculadas. Diz-se sintticas pois elas resumem o estado patrimonial

    dos elementos aos quais se refere. No exemplo, a conta sinttica a 2.1.1

    Fornecedores.

    Contas Analticas: so as contas propriamente ditas, utilizadas para

    controle e acompanhamento de itens especficos. No exemplo, as contas

    analticas so a 2.1.1.1 - Fornecedor de Peas Ltda. e 2.1.1.2 - Fornecedor

    de Mveis Ltda.

  • 1.3 Estrutura da Conta

    As contas contbeis possuem uma estrutura bsica, composta por

    elementos essenciais, necessrios para a correta identificao e

    mensurao dos eventos contbeis em cada um dos componentes

    patrimoniais (ativo, passivo, patrimnio lquido) e de resultado (receitas e

    despesas). A estrutura padro de uma conta a que se segue:

    Nome da ContaData Histrico Dbito Crdito Saldo

    Este modelo apresentado o que, normalmente, ser encontrado no Livro

    Razo das entidades. Ns ainda teremos uma aula sobre Livros contbeis

    mas, de antemo, saibam que o Livro Razo organiza e totaliza os

    lanamentos contbeis para cada conta da entidade.

    Felizmente, para fins didticos e, principalmente, para acertar as questes

    na prova, existe uma estrutura simplificada das contas contbeis

    denominada conta em T ou Razonete (em referncia ao Livro Razo),

    com a seguinte forma grfica.

    Ou apenas

    Fixem o seguinte: no lado esquerdo do Razonete so

    registrados os lanamentos a Dbito, e no lado Direito

    so registrados os lanamentos a Crdito.

    Ttulo da ContaDbito Crdito

    Saldo Devedor Saldo Credor

    Ttulo(lado dbito) (lado crdito)

  • O saldo da conta (devedor ou credor) obtido pela diferena entre os

    lanamentos a dbito e a crdito que forem efetuados na conta.

    1.4 Alguns exemplos de contas contbeis

    Vocs j foram apresentados a algumas contas contbeis cujos nomes so

    bastante intuitivos, como Caixa, Veculos e Fornecedores. Agora, a

    fim de ampliar um pouco mais seus conhecimentos, vou relacionar e

    explicar, suscintamente, algumas delas nas linhas que se seguem:

    Algumas Contas de ATIVO:

    Disponibilidades So os recursos de liquidez imediata que a

    entidade tem a sua disposio, em geral dinheiro! Normalmente, nas

    questes esta conta aparece como sinnimo de Caixa e Bancos.

    Bancos Representa os valores depositados em contas bancrias e

    que a entidade tem direito a sacar a qualquer momento.

    Estoques Conta que agrega os valores das mercadorias

    (normalmente para venda) que a entidade tem em estoques.

    Duplicatas a Receber a conta Duplicatas a Receber controla os

    direitos que a entidade detm de exigir dos compradores o

    pagamento pelos produtos vendidos a prazo. Mas, vocs sabem o

    que so duplicatas?

    A duplicata uma espcie de ttulo de crdito e est

    vinculada a um contrato de compra e venda de mercadorias

    ou de prestao de servios. O comprador (sacado da

    duplicata) ao assin-la afirma o seu aceite, que nada mais que o

    reconhecimento da sua condio de devedor, se obrigando a pagar ao

    vendedor (sacador da duplicata) a quantia nela informada, originada

    na negociao de mercadorias ou servios. No se admite a emisso de

  • duplicatas que no estejam amparadas por um contrato de compra e

    venda de mercadorias ou de prestao de servios. Elas podem ser

    endossadas (transferidas) a terceiros e negociadas. Portanto, quando

    vocs se depararem com a conta Duplicatas a pagar saibam que elas

    se referem a mercadorias que foram adquiridas pela entidade e que,

    mediante aceite, esta se obrigou ao pagamento do ttulo na data

    estipulada. Duplicatas a receber, por sua vez, correspondem a

    vendas realizadas pela entidade, cujo aceite foi dado pelo cliente e,

    portanto, representam um Direito!

    Importante! Quem emite a duplicata o vendedor (credor) e quem d o

    aceite o comprador (devedor)!

    Existe uma operao realizada pelos bancos que se chama Desconto de

    Duplicatas, que funciona assim: A entidade leva ao banco suas

    duplicatas emitidas e aceitas pelos seus clientes, e solicita instituio

    financeira que antecipe o valor daquelas duplicatas (que iro vencer em

    alguns dias/meses). A instituio prontamente concorda com a

    antecipao e desconta o valor das duplicatas a uma taxa determinada,

    depositando na conta da empresa o valor lquido do desconto. Vamos

    ilustrar: se a entidade entrega R$ 1.000,00 em duplicatas instituio

    financeira, todas a vencer em 30 dias, e a instituio determina que a

    taxa de juros pela antecipao de 10% ao ms, ento, ela creditar

    apenas R$ 900,00 na conta da empresa.

    Imveis conta que representa os imveis de titularidade da

    empresa (terrenos e edificaes).

    Imposto a Recuperar Conta que registra os impostos que foram

    pagos pela entidade na aquisio de bens ou servios, mas que por

    autorizao da legislao tributria (previsto para os impostos no-

    cumulativos, como o ICMS e o IPI) a entidade tem direito a recuperar

    (ressarcimento, restituio) do governo, ou compensar com outros

  • impostos a serem pagos, cujos dbitos se originaram nas vendas

    realizadas.

    Notas Promissrias a Receber As notas promissrias so um

    ttulo de crdito em que o emitente (devedor) assume a obrigao

    (faz uma promessa) de saldar a dvida constante do ttulo, em favor

    do beneficirio (credor). Ateno! Ao contrrio das

    duplicatas, quem emite a Nota Promissria o

    DEVEDOR. Como se trata de uma promessa de pagamento, no se

    fala em aceite por parte do credor, j que o ttulo emitido pelo

    prprio devedor.

    Aes a conta Aes representa a participao da entidade no

    capital de outras empresas. A titularidade de aes d direito a uma

    frao ideal sobre o patrimnio da entidade, que se reflete

    principalmente na distribuio de dividendos (parcela do lucro

    distribuda aos acionistas).

    Adiantamento a Fornecedores A conta de adiantamentos a

    Fornecedores consolida os valores que foram adiantados pela

    entidade a seus fornecedores. Como o adiantamento representa uma

    antecipao que fica sujeita a uma contrapartida do fornecedor (seja

    pela entrega da mercadoria ou devoluo do valor adiantado) um

    direito da entidade, por isso conta de Ativo.

    Seguros a Vencer Seguros a vencer representam um direito da

    entidade. Como sabem, os seguros so pagos antecipadamente e

    tm prazo determinado. Uma vez que a entidade efetua o pagamento

    da aplice, o prazo de validade se inicia e, a partir de ento,

    considera-se que o seguro est por vencer. A aplice representa um

    Direito, j que em caso de sinistro a entidade ir reclamar da

    seguradora os valores respectivos. Por isso, Seguros a Vencer so

    considerados Ativos da entidade.

  • Algumas Contas de PASSIVO:

    Duplicatas a Pagar / Fornecedores Representam as obrigaes

    com fornecedores de mercadorias e servios.

    Notas Promissrias Emitidas - conta que registra as obrigaes

    assumidas por meio da emisso de Notas Promissrias, pela

    entidade, em favor de terceiros.

    Emprstimos a Pagar / Financiamentos a Pagar contas que

    controlam as obrigaes relacionadas a emprstimos ou

    financiamentos adquiridos em instituies financeiras.

    Adiantamentos de Clientes Esta conta controla os

    adiantamentos realizados por clientes. Est situada no Passivo, pois

    estes adiantamentos representam obrigaes da entidade,

    uma vez que os clientes anteciparam os valores no sentido de verem,

    no futuro, alguma de suas vontades satisfeitas seja a entrega de

    uma determinada mercadoria ou servio, ou simplesmente a

    devoluo do valor adiantado.

    Impostos a Recolher A conta Impostos a Recolher representa as

    obrigaes que a entidade possui com o Governo, por isso est

    situada no Passivo.

    Dividendos a Pagar representa as obrigaes da entidade com

    seus acionistas. Ao trmino do exerccio social, a entidade realiza a

    apurao do seu resultado e, em caso de Lucro, destina uma parcela

    deste Resultado (dividendos) aos acionistas. Por representar uma

    obrigao, est localizada no Passivo.

    Algumas Contas de PATRIMNIO LQUIDO:

    Capital Social ou Capital Social Subscrito conta que registra o

    total de recursos, nos termos do contrato social/estatuto, que os

    scios/acionistas devero entregar entidade. Os scios, na

    constituio (ou quando aumentam o capital social da entidade,

  • posteriormente), assinam um termo (um compromisso) de entregar

    entidade os valores subscritos no contrato social/estatuto. Estes

    recursos podem ser entregues entidade de imediato ou ficarem

    pendentes para entrega em momento posterior. A fim de registrar

    estas diferenas, o saldo do Capital Social pode vir a ser

    retificado, por meio de uma conta redutora denominada Capital

    Social a Realizar ou a Integralizar, que ir totalizar o valor dos

    recursos ainda no entregues pelos scios.

    Pela diferena entre o Capital Social Subscrito e Capital a

    Realizar obtemos o montante do Capital Integralizado, ou seja,

    aquilo que j foi efetivamente entregue pelos scios.

    Capital Autorizado Capital Autorizado um limite, um teto de

    subscrio de capital nas sociedades annimas, estabelecido em

    estatuto. Assim, quando previsto, os scios podero subscrever

    capital at o limite do Capital Autorizado. Para qualquer valor acima

    desse, ser necessrio proceder alterao estatutria da entidade.

    Se a questo mencionar apenas Capital Social, sem qualquer

    indicao de capital realizado ou a realizar, iremos assumir que o

    Capital Social foi integralmente realizado pelos scios.

    Reservas de Lucros A conta de Reserva de Lucros registra a

    parcela do lucro auferido pela entidade que foi reservado para uso

    futuro. A Reserva Legal uma espcie de Reserva de Lucros. Legal

    porque determinada por lei! Estudaremos estas contas com

    profundidade na aula apropriada.

    Prejuzos Acumulados Conta que registra os prejuzos incorridos

    pela entidade. conta de saldo DEVEDOR e, por isso, lanada

    no PL com sinal Negativo. A Lei 6404/76 (Lei das S.A. Art. 178,

  • 2, inciso III) permite apenas a contabilizao de Prejuzos

    Acumulados no Patrimnio Lquido. J os Lucros precisam ser,

    necessariamente, distribudos ou destinados para as contas de

    Reservas.

    Aes em tesouraria A conta de Aes em Tesouraria registra as

    aes que a empresa comprou dela mesma, por alguma situao

    atpica. A empresa emitiu aes no mercado, que deveriam ser

    adquiridas por terceiros, mas que por algum motivo foram adquiridas

    pela prpria entidade emitente das aes. Por esta razo, tem saldo

    devedor, e considerada uma conta retificadora do patrimnio

    lquido. A definio de conta retificadora est mais adiante nesta

    aula.

    Pra demonstrar a relao de contas existentes no Patrimnio Lquido,

    vamos ver, abaixo, um exemplo da Cia. CapCap (como apresentado no

    Balano Patrimonial):

    PL da Cia. CapCapPATRIMNIO LQUIDO 72.000Capital Subscrito 90.000 Capital a Realizar (20.000)

    Reserva de Lucros 13.000Aes em Tesouraria (15.000)

    Algumas Contas de RECEITA:

    Receitas Operacionais Receitas Operacionais so os aumentos

    patrimoniais decorrentes da atividade normal da empresa, como

    a venda de mercadorias, a prestao de servios, etc.

    Receitas Financeiras Receitas financeiras so aumentos

    patrimoniais que decorrem do recebimento de juros, seja de

    aplicaes financeiras, de contas recebidas em atraso, entre

    outras.

  • Algumas Contas de DESPESA:

    Juros Passivos considera-se despesas com Juros Passivos os

    juros que reduzem o Patrimnio da entidade e, por isso, so

    considerados despesas. Por exemplo, no pagamento de fornecedores

    com atraso, a entidade fica sujeita ao pagamento de juros. Como

    estes juros iro tornar o desembolso mais pesado, reduzindo o

    patrimnio da entidade, so considerados despesas.

    Custo de Mercadorias Vendidas - as mercadorias adquiridas

    quando vendidas sero consideradas despesas. Vejam que a

    entidade incorre em despesas apenas no momento da venda. A

    simples aquisio de mercadorias de Fornecedores para incremento

    do Estoque no considerada despesa.

    2 Atos e Fatos Contbeis

    Vamos agora estudar a diferenciao existente entre Atos e Fatos

    contbeis.

    2.1 Atos Contbeis

    Atos Contbeis (ou Atos Administrativos) so acontecimentos que no

    alteram o patrimnio da entidade. Os melhores exemplos de atos

    contbeis so as prestaes de garantias (como o aval ou a fiana) em

    contratos de emprstimos ou de aluguis. Pra clarear, vamos chamar o Z

    Lus!

    Olha o doido a denovo! O Z Lus, com sua inesgotvel

    gentileza e prestatividade, aceita o convite de seu

    conhecido Bart para ser avalista de um contrato de

    emprstimo. No momento em que o Z Lus assina o contrato, colocando-

    se como avalista, ele se torna garantidor da operao contratada. No

  • entanto, no h qualquer obrigao patrimonial para o Z Lus nesse

    momento, j que o Bart acabara de tomar o emprstimo. A obrigao

    para o Z Lus s ir surgir a partir da inadimplncia do Bart, momento

    em que o Z ser acionado para o pagamento das prestaes vencidas.

    Assim, o ato de conceder a garantia (na assinatura do contrato) um

    Ato Contbil, pois apesar de vincular o Z operao de emprstimo do

    Bart, no gera nenhuma implicao patrimonial enquanto no se

    implemente a condio de inadimplncia.

    Os atos contbeis quando relevantes (como a prestao de garantias) so

    registrados nas contas de compensao, que no integram o sistema de

    contas patrimoniais, mas que se prestam a registrar todos aqueles atos

    relevantes que podem tornar-se, no futuro, uma obrigao ou um direito

    para a entidade.

    2.2 Fatos Contbeis

    Vejam como um F faz toda a diferena... Fatos contbeis so

    acontecimentos que alteram o patrimnio da entidade. Em outras

    palavras, Fatos contbeis so acontecimentos que Flexionam o

    patrimnio, assim fica mais fcil pra associar e decorar!

    Muito bem. Como vimos, o ato de concesso de uma garantia um Ato

    Contbil que no causa qualquer mutao no patrimnio da entidade

    concessora, inicialmente. Porm, uma vez implementada a condio

    (futura e incerta, porque ela pode ocorrer ou no) de no-pagamento pelo

    tomador do emprstimo, surge para a entidade garantidora a obrigao de

    pagar a dvida. Neste momento, ocorre um Fato Contbil, pois a obrigao

    de pagar afeta diretamente o patrimnio da entidade.

    Portanto, complementando a histria do Z Lus, somente a partir do

    instante em que o Bart deixar de pagar o emprstimo e se tornar

  • inadimplente que surgir a obrigao, com reflexos patrimoniais, para o

    Z Lus.

    Os Fatos Contbeis alteram o patrimnio da entidade tanto em termos

    qualitativos (apenas troca de valores entre os componentes do

    patrimnio bens, direitos e obrigaes mantido o patrimnio lquido

    constante) quanto em termos quantitativos (quando o fato provoca

    aumento ou reduo do patrimnio lquido). Vejamos as classificaes.

    2.2.1 Fatos contbeis permutativos:

    Fatos contbeis permutativos so transaes que alteram

    a composio do patrimnio, promovendo a permuta (troca)

    de valores entre suas contas, mas que no afetam o

    patrimnio lquido da entidade. Vejamos alguns exemplos da

    contabilizao destes fatos. Obs: As setinhas, ao lado do nome das contas,

    indicam se o saldo delas aumentou () ou diminuiu ().

    2.2.1.1 Depsito de dinheiro no Banco

    Se uma entidade retira R$ 3.000 em dinheiro do caixa e deposita no banco,

    h uma permuta de valores entre as contas Caixa e Bancos, sem

    qualquer impacto sobre o patrimnio lquido. Para ilustrarmos, usaremos

    um balano patrimonial inicial para, a partir dele, demonstrar as alteraes

    de seus componentes. Vejam que o balano obedece equao

    fundamental do patrimnio dada por PL = A P. No exemplo, o Ativo

    totaliza R$ 50.000, o Passivo exigvel soma R$ 5.000 e o Patrimnio

    Lquido R$ 45.000.

    Balano Patrimonial inicial

    ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000

  • Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Contabilizao de um depsito de 3.000 reais.ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 7.000 Fornecedores 5.000 Bancos 8.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Notem que, aps a operao de depsito, no houve alterao do

    patrimnio lquido da empresa, que continuou em R$ 45.000. Assim,

    ocorreu apenas uma permutao de valores entre os elementos

    patrimoniais (o dinheiro saiu da conta Caixa e entrou na conta Bancos),

    motivo pelo qual chamamos estes acontecimentos de Fatos

    Permutativos.

    2.2.1.2 Pagamento de fornecedores com cheque

    Vou dar mais um exemplo, mas, dessa vez, a empresa emite um cheque

    no valor de R$ 2.000 para pagamento dos fornecedores. Neste caso,

    haver sada de valores do banco e reduo dos valores devidos aos

    Fornecedores. Partiremos novamente do Balano Patrimonial inicial:

    Balano Patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Contabilizao de um Cheque de R$ 2.000 para pagamento de fornecedores.ATIVO R$ PASSIVO R$

    Caixa 10.000 Fornecedores 3.000Bancos 3.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

  • 48.000 48.000

    Vejam que interessante pessoal. Na contabilizao de um cheque para

    pagamento de fornecedores, h reduo do saldo da conta Bancos e

    reduo do saldo da conta Fornecedores a pagar. Esta reduo dos

    saldos faz com que o patrimnio bruto da entidade (que igual ao

    Ativo) tambm seja reduzido (para R$ 48.000)! Mas percebam que o

    Patrimnio lquido restou sem alterao. Por isso, este lanamento

    tambm um fato permutativo!

    2.2.1.3 Adiantamento de Clientes

    Para ilustrar esse problema, trataremos da seguinte hiptese: Um cliente

    antecipa R$ 5.000,00, por meio de um depsito bancrio, como sinal

    para a compra de um bem:

    Balano patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Contabilizao de um adiantamento de R$ 5.000 recebidos de clientes, por depsito bancrioATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 10.000 Adiant. de clientes 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A - P 45.000

    55.000 55.000

    Neste exemplo, houve o surgimento de uma obrigao no Passivo

    (que representa a obrigao de entregar a mercadoria ao cliente, no

    futuro) e concomitante aumento de valor do Ativo (depsito de R$

    5.000 reais promovido pelo cliente). O patrimnio bruto da entidade

    aumentou no mesmo valor da antecipao, passando a R$ 55.000,00,

  • porm, o patrimnio lquido manteve-se constante, e, por isso, diz-se

    que esta transao tambm representa um Fato Permutativo.

    2.2.2 Fatos contbeis modificativos:

    Fatos contbeis modificativos so transaes que

    modificam o patrimnio lquido da entidade. As alteraes

    podem ser no sentido de aumentar ou de reduzir o seu valor,

    por isso so classificados em:

    Fatos Modificativos aumentativos: aqueles que aumentam

    diretamente o patrimnio lquido, como o recebimento de juros, de

    aluguis ou comisses.

    Fatos Modificativos diminutivos: aqueles que reduzem

    diretamente o patrimnio lquido, como o pagamento de juros ou de

    aluguis.

    Vamos visualizar alguns Fatos Modificativos na prtica, para facilitar a

    compreenso. Mais uma vez, partiremos de um Balano Patrimonial Inicial.

    2.2.2.1 Receita de Aluguel

    Neste exemplo, a entidade auferiu receita de aluguel (surgiu o direito de

    receber) no valor de R$ 1.000,00. Vejamos:

    Balano Patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

  • Contabilizao de Aluguis a Receber no valor de 1.000 reaisATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A P 46.000 Aluguis a Rec. 1.000

    51.000 51.000

    As coisas esto comeando a melhorar! Como vocs viram na definio dos

    Fatos Modificativos, eles so representados por transaes que modificam

    diretamente o patrimnio lquido da entidade. No exemplo acima, a

    entidade auferiu receita de R$ 1.000,00 em razo dos aluguis, cujos

    valores foram agregados conta Aluguis a Receber (lembrem, o

    surgimento do direito a receber os aluguis constitui a receita, em

    observncia ao princpio da competncia, ainda que outro seja o momento

    do efetivo recebimento). Como houve o surgimento de um Ativo (direito)

    isoladamente, sem qualquer Passivo (obrigao) correlacionado, a receita

    de aluguel de R$ 1.000,00 ir promover um aumento no Patrimnio

    lquido da entidade, no mesmo valor. Por isso, a receita de aluguel

    considerada um Fato Modificativo Aumentativo.

    2.2.2.2 Despesas com multas trabalhistas

    Vamos a mais um exemplo para Fatos Modificativos. Desta vez, a entidade

    ir contabilizar despesas com multas trabalhistas no valor de R$ 2.000, da

    seguinte maneira:

    Contabilizao de Despesas com Multas Trabalhistas no valor de 2.000 reaisATIVO R$ PASSIVO R$

    Balano Patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

  • Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Multas Trab. a pagar 2.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A P 43.000

    50.000 50.000

    A transao semelhante ao exemplo anterior. A contabilizao das

    despesas com Multas Trabalhistas (que considerada incorrida a partir da

    cincia da multa, em obedincia ao Regime de Competncia), dever ser

    efetuada por meio da conta Multas Trabalhistas a Pagar, no Passivo

    (obrigao). No entanto, como esta obrigao surge isoladamente, o Ativo

    ir permanecer inalterado. Assim, se o passivo aumentou e o ativo se

    manteve inalterado, haver reduo no patrimnio lquido da entidade,

    no mesmo valor da obrigao surgida. Com isso, diz-se que esta transao

    representa um Fato Modificativo Diminutivo.

    2.2.3 Fatos contbeis mistos:

    Os Fatos Contbeis Mistos promovem a permuta de

    valores entre os componentes patrimoniais e, tambm,

    modificam o valor do patrimnio lquido. Ou seja, so

    permutativos e modificativos, ao mesmo tempo. Por isso, classificam-

    se em:

    Fatos Mistos aumentativos: aumentam o PL, como a venda de um

    bem por um preo acima do custo de sua produo, gerando um

    excedente positivo (lucro).

    Fatos Mistos diminutivos: reduzem o PL, como a venda de um

    veculo por um preo abaixo de seu valor contbil, gerando um

    prejuzo.

    Vejam que salada rsrs! Fatos Contbeis Mistos so aqueles que, quando

    ocorridos, provocam tanto a permuta de valores entre componentes

    patrimoniais como a mudana de valor do patrimnio lquido da entidade.

    Para ficar mais tranquilo, vamos seguir exemplificando!

  • 2.2.3.1 Venda de mercadoria vista, com lucro

    Uma companhia realiza a venda de uma mercadoria por um valor superior

    ao seu custo. Significa dizer que ela auferir lucro, j que a Receita ser

    maior que os custos relacionados operao. O bem vendido vista (o

    pagamento se d no momento da concretizao da venda) por R$ 3.000,

    enquanto que o custo desse bem de R$ 2.000. Acompanhem:

    Balano patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Contabilizao da venda vista de um bem por 3.000, com custo de 2.000.ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 13.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 13.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A P 46.000

    51.000 51.000

    Vamos entender como se deu esse lanamento. Primeiro, a empresa

    contabilizou a entrada de R$ 3.000 em dinheiro no Caixa, em decorrncia

    do pagamento vista recebido pela venda. Em seguida, a empresa baixou

    do seu estoque de mercadorias o valor correspondente ao custo do bem,

    que foi de R$ 2.000. Como essa venda foi realizada com lucro de R$ 1.000,

    esse lucro se refletiu no patrimnio lquido da entidade, aumentando-o

    para R$ 46.000. Por isso, a venda de um bem por um valor acima do seu

    custo considerado um Fato Contbil Misto Aumentativo, pois h

    permuta de valores entre as contas Mercadorias e Caixa e aumento do

    patrimnio lquido da entidade no mesmo montante do lucro da operao.

    Sensacional, no mesmo?!

    2.2.3.2 Venda de mercadoria a prazo, com prejuzo

  • Outro exemplo! Desta vez, a venda importar em prejuzo para a entidade

    (o preo de venda ser inferior ao custo da mercadoria vendida). Os dados

    do exemplo, agora, so os seguintes: a entidade realiza a venda do bem

    por R$ 3.000, mas o custo da mercadoria vendida de R$ 5.000,

    importando em prejuzo de R$ 2.000.

    Balano patrimonial inicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Mercadorias 15.000 PATRIMNIO LQUIDO Veculos 20.000 PL = A - P 45.000

    50.000 50.000

    Contabilizao da venda de um bem a prazo por 3.000, com custo de 5.000.ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Clientes 3.000 Bancos 5.000 PATRIMNIO LQUIDO Mercadorias 10.000 PL = A P 43.000 Veculos 20.000

    48.000 48.000

    Muito bem, agora a empresa, sabe-se l por que cargas dgua, resolveu

    vender uma mercadoria por um preo inferior ao seu custo. A

    contabilizao foi da seguinte maneira: Primeiro, a empresa contabilizou a

    venda de R$ 3.000, a prazo, na conta Clientes, que representa valores a

    receber (mas a receita j foi incorrida em respeito competncia!);

    Depois, a empresa baixou do estoque as mercadorias vendidas, no valor

    de R$ 5.000; Como houve um prejuzo de R$ 2.000 nesta venda, o

    patrimnio lquido foi reduzido neste mesmo valor, caindo para R$ 43.000.

    Captaram!? Mais uma vez, h permuta de valores entre as contas

    patrimoniais, alm da reduo do patrimnio lquido, por isso, este um

    Fato Contbil Misto Diminutivo.

    2.2.3.3 Pagamento de duplicatas com abatimento

  • Beleza! Vamos voltar ao exemplo de pagamento de duplicatas com

    abatimento (ou, apenas, desconto). Digamos que a nossa empresa tenha

    R$ 10.000 de duplicatas a pagar e, no momento do pagamento, seja

    beneficiada com R$ 1.000 de descontos de pontualidade - abatimento por

    pagar a conta em dia! Vejamos como este fato contbil impacta no balano

    patrimonial:

    Balano Patrimonial InicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Duplicatas a Pagar 10.000 Veculo 20.000 PATRIMNIO LQUIDO Mercadorias 15.000 PL = A - P 35.000

    50.000 50.000

    Pagamento de 10.000 de duplicatas, com desconto de pontualidade de 1.000.ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 1.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Duplicatas a Pagar 0,00 Veculo 20.000 PATRIMNIO LQUIDO Mercadorias 15.000 PL = A - P 36.000

    41.000 41.000

    Show pessoal! Vamos entender o exemplo. Como falei, a empresa pagou

    R$ 10.000 de duplicatas, porm, em razo da pontualidade, recebeu um

    desconto de R$ 1.000. Isso significa dizer que a entidade quitou a sua

    obrigao no valor de R$ 10.000, mas em razo do desconto s precisou

    desembolsar R$ 9.000 em dinheiro! Como houve o desaparecimento de

    R$ 1.000 de obrigaes no Passivo sem correspondente reduo do

    ativo, este abatimento (desconto) importou no aumento do

    Patrimnio Lquido da entidade, aumento este que ser reconhecido

    como Receita.

  • Pessoal, peo que tenham ateno ao seguinte: Existe o desconto no

    pagamento ou recebimento da duplicata, que significa uma reduo no

    valor para pagamento ou recebimento do ttulo, mas tambm existe o

    desconto de duplicatas, este uma operao financeira, em que o Banco

    antecipa os valores referentes duplicata entidade. Ateno!

    2.2.3.4 Recebimento de clientes com juros

    Outro exemplo sobre duplicatas. Desta vez, a entidade ao receber o

    pagamento de um cliente ir cobrar juros pelo pagamento em atraso. O

    valor da duplicata era de R$ 5.000, porm, em razo de ter sido paga aps

    o vencimento, houve um acrscimo de R$ 500 de juros por atraso:

    Balano Patrimonial InicialATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Dupl. a Receber 5.000 PATRIMNIO LQUIDO Mercadorias 15.000 PL = A - P 50.000 Veculo 20.000

    55.000 55.000

    Recebimento de 5.000 de duplicatas, com juros por atraso de 500.ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 15.500 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Dupl. a Receber 0,00 PATRIMNIO LQUIDO Mercadorias 15.000 PL = A P 50.500 Veculo 20.000

    55.500 55.500

    Olhem que interessante. Neste exemplo, o cliente devia R$ 5.000

    entidade, porm, em razo dos juros de R$ 500, a empresa recebeu R$

  • 5.500 em dinheiro. O que ocorreu? Houve uma permuta de R$ 5.000 entre

    as contas Caixa e Dupl. a Receber, e os R$ 500 adicionais, que

    surgiram por si s no patrimnio, foram incorporados como Receita,

    impactando diretamente no patrimnio lquido. Repisando as informaes

    j apresentadas no curso, se o Ativo da entidade aumentou (passou de R$

    55.000 para R$ 55.500) e o Passivo Exigvel manteve-se constante (em R$

    5.000), o Patrimnio Lquido precisar refletir esse acrscimo

    patrimonial de R$ 500, em obedincia equao fundamental.

    01 (FCC Agente Fiscal de Rendas/SP - 2009) A empresa Capital

    ltda. aumentou seu capital em R$ 200.000,00. A sociedade

    formada por quatro scios, cada um com 25%. Dois scios fizeram

    a transferncia dos recursos no ato da reunio da diretoria, e os

    demais acordaram em transferir os recursos em dois meses. A

    conta em que ficar registrado o direito da empresa em receber

    estes recursos Capital Social a:

    A)Autorizar;

    B) Capitalizar;

    C) Receber;

    D)Integralizar;

    E) Subscrever.

    Comentrios:

    Vimos estes conceitos em aula, no mesmo?

    Capital Subscrito - o capital que os scios se comprometeram a

    entregar. Capital Integralizado a parcela do capital social subscrito

    que os scios efetivamente entregam a empresa Capital a Integralizar

    1 Srie de Exerccios

  • a parcela do capital social que os scios ainda precisam entregar

    empresa.

    Portanto, a conta que registrar o direito da empresa em receber os

    recursos que ainda no foram entregues a conta Capital Social a

    Integralizar.

    Gabarito Letra D.

    02 (Simulado) Considere a representao grfica do patrimnio

    em R$, em dois momentos:

    Pode-se afirmar que o fato contbil ocorrido entre ANTES e

    DEPOIS um fato:

    A)misto aumentativo;

    B) permutativo;

    C)misto diminutivo;

    D)modificativo aumentativo;

    E) modificativo diminutivo.

    Comentrios:

    Para encontrarmos a resposta, precisamos antes identificar quais

    mudanas se procederam no balano patrimonial. A primeira coisa que

    salta aos olhos que houve aumento do patrimnio lquido, j que o

    capital social passou de 100 para 105! Esta informao, por si s, j nos

    mostra que: 1) ou o fato contbil foi modificativo aumentativo; 2) ou o fato

    contbil foi misto aumentativo. Portanto, j podemos eliminar as

    alternativas B, C e E.

    DEPOISAtivo PassivoCaixa 50 Fornecedores 20Clientes 10 Credores 100Mercadorias 15 Patrimnio LquidoImobilizado 150 Capital Social 105

    225 225

    ANTESAtivo PassivoCaixa 50 Fornecedores 20Mercadorias 20 Credores 100Imobilizado 150 Patrimnio Lquido

    Capital Social 100220 220

  • Analisando as demais contas, percebemos que houve reduo da conta

    Mercadorias (de 20 para 15), e surgimento da Conta Clientes! Esta

    variao indica permuta de valores entre as contas! Sendo assim, se houve

    aumento do patrimnio lquido e permuta de valores entre contas

    patrimoniais, estamos diante de um Fato Misto Aumentativo!

    Gabarito Letra A.

    03 (ESAF Prefeitura do Recife/Contador - 2003) A operao de

    compra de mercadorias com pagamento a vista considerada como

    um fato contbil;

    A)de iliquidez;

    B)modificativo;

    C)misto;

    D)extraordinrio;

    E) permutativo.

    Comentrios:

    Na operao de compra de mercadorias com pagamento a vista ocorre o

    seguinte registro no patrimnio: Reduo do saldo da conta Caixa, pela

    sada do dinheiro; aumento do saldo da conta Mercadorias, pela aquisio.

    Vamos supor que o total de mercadorias adquiridas some 10.000, assim:

    Em razo de haver apenas a permuta de valores entre as contas Caixa e

    Mercadorias, o fato contbil permutativo. Lembrem, na compra de

    mercadorias a entidade no incorre em despesa, hein!

    Gabarito Letra E.

    Balano Patrimonial Inicial

    ATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 50.000 Dupl a pagar 10.000Mercadorias 20.000 PATR. LQUIDO PL = A - P 60.000

    70.000 70.000

    Registro da compra, a vista, de 10.000 em mercadorias

    ATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 40.000 Dupl a pagar 10.000Mercadorias 30.000 PATR. LQUIDO PL = A - P 60.000

    70.000 70.000

  • 04 (FCC Agente Fiscal de Rendas/SP - 2009) A empresa

    Aquisies S.A. comprou 100 nibus vista, para substituio de

    sua frota. Esse evento contbil representa um fato

    A) permutativo entre elementos do Passivo.

    B) modificativo entre elementos do Ativo e do Passivo.

    C) permutativo entre elementos do Ativo.

    D) modificativo no Passivo No-Circulante.

    E) misto diminutivo no Ativo e no Passivo.

    Comentrios:

    A aquisio de 100 nibus deve ser registrada da seguinte forma: Aumento

    da conta Veculos, de maneira a refletir os nibus adquiridos; e reduo da

    conta Caixa, para registrar a sada de dinheiro. Vamos supor um Balano

    Patrimonial fictcio, e, ainda, que cada nibus custou 10 (total de 1.000 em

    aquisies), para ilustrar esse evento:

    Como ocorreu apenas uma troca de valores entre as contas do Ativo (Caixa

    e nibus), o Patrimnio Lquido manteve-se constante e o fato

    permutativo entre elementos do Ativo.

    Gabarito Letra C.

    05 - (CESPE Tcnico Jud. - TRE/BA 2009) So partes de um

    plano de contas: descrio do funcionamento das contas, elenco de

    contas e mtodo de encerramento de contas, entre outras.

    Comentrios:

    Registro da compra de 100 nibus a 10 cada

    ATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 9.000 Emprstimos 5.000nibus 1.000 PATRIMNIO LQUIDO PL = A - P 5.000

    10.000 10.000

    Balano Patrimonial Inicial

    ATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 10.000 Emprstimos 5.000

    PATRIMNIO LQUIDO PL = A - P 5.000

    10.000 10.000

  • Esta afirmao est correta, gente. Como vimos, descrio do

    funcionamento das contas, elenco de contas e mtodo de encerramento de

    contas so, realmente, partes de um plano de contas.

    Gabarito: CERTA.

    (CESPE TRE/ES ANALISTA JUD. CONTABILIDADE 2010) A

    Julgue os itens seguintes, relativos a atos e fatos administrativos.

    06 - Considera-se a compra de um computador para uso da

    administrao da firma com parte do pagamento vista e parte a

    prazo como um fato administrativo modificativo.

    Comentrios:

    O enunciado afirma que a compra de um computador para uso da

    administrao da firma com parte do pagamento vista e parte a prazo

    um fato administrativo modificativo. Esta informao est incorreta, pois

    esta operao trata, apenas, de um fato permutativo, caracterizado pela

    troca de valores entre componentes patrimoniais. Vejam s: digamos que

    uma entidade adquiria R$ 5.000,00 em computadores, sendo R$ 2.000,00

    vista e R$ 3.000,00 a prazo. O balano patrimonial sofreria as seguintes

    alteraes.

    Balano Patrimonial inicial

    ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 10.000 Fornecedores 5.000 Bancos 5.000 Computador - PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 30.000

    35.000 35.000

    Compra de um computador ATIVO R$ PASSIVO R$ Caixa 8.000 Fornecedores 8.000

  • Bancos 5.000 Mercadorias 5.000 PATRIMNIO LQUIDOVeculos 20.000 PL = A - P 45.000

    38.000 38.000

    O que eu preciso que vocs percebam que, a compra de um computador,

    com parte do pagamento vista e parte a prazo, um fato contbil que

    importa na troca de valores entre contas do patrimnio e que, at,

    aumenta o valor do ativo e passivo total, contudo, no logra alterar

    o Patrimnio Lquido da entidade. Por este motivo, tal fato

    permutativo e a afirmativa est errada.

    Gabarito: ERRADA.

    07 - Considera-se a compra a prazo de uma cafeteira para preparo

    do lanche dos empregados um fato administrativo permutativo.

    Comentrios:

    Opa, situao muito semelhante questo anterior. A compra a prazo de

    bens, em regra, se caracteriza por um fato permutativo, j que h apenas

    a permuta de valores entre o ativo e o passivo, sem que haja qualquer

    variao no PL.

    Gabarito: CERTA.

    08 - (CESPE SEC/PE - AUDITOR 2010) A conta de seguros a

    vencer uma conta de resultado, retificando o saldo das despesas

    totais incorridas com seguros

    Comentrios:

    A conta Seguros a Vencer representa um direito da entidade. Como

    sabemos, os seguros so pagos antecipadamente e tm prazo

    determinado. Uma vez que a entidade efetua o pagamento da aplice, o

  • prazo de validade se inicia e, a partir de ento, considera-se que o seguro

    est por vencer. A aplice representa um direito, j que em caso de

    sinistro a entidade ir reclamar da seguradora os valores respectivos. Por

    isso, Seguros a Vencer so considerados Ativos da entidade e, por tanto,

    contas patrimoniais. As contas de resultado so aquela que registram as

    receitas e despesas incorridas ao longo do perodo de apurao,

    apresentadas na Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    Gabarito: ERRADA.

    (CESPE TCE/TO TEC. CONTABILIDADE 2008) Julgues se as

    prximas 03 afirmativas correspondem a um ato ou fato

    administrativo que provoca alterao no valor do patrimnio

    lquido.

    09 - compra de mercadorias vista

    Comentrios:

    E a, vocs acham que esta operao resulta em reduo do PL? Na compra

    de mercadorias vista ocorre, to somente, uma permuta de valores entre

    as contas patrimoniais Caixa e Estoque de mercadorias. Por exemplo, se a

    entidade compra R$ 2.000,00 de mercadorias vista, vejam o que

    acontece:

    Balano Patrimonial InicialATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 10.000 Emprstimos 10.000Estoque de mercadorias 10.000 PATRIMNIO LQUIDO

    PL = A - P 10.00020.000 20.000

    Balano Patrimonial aps compra de mercadorias vistaATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 8.000 Emprstimos 10.000Estoque de mercadorias 12.000 PATRIMNIO LQUIDO

  • PL = A - P 10.00020.000 20.000

    Mais uma vez, percebam que a operao no importou em variao do

    valor do patrimnio lquido. Por isso, o fato no modificativo e a

    afirmativa falsa.

    Gabarito: ERRADA.

    10 - compra de mveis para uso a prazo

    Comentrios:

    Na compra de mveis a prazo h o aumento do saldo da conta Mveis, de

    ativo, e aumento das obrigaes a pagar, no passivo. Ou seja, como h,

    apenas, troca de valores iguais entre contas patrimoniais (de ativo e

    passivo), o fato considerado permutativo. Por exemplo, se a entidade

    adquire 5.000 de mveis para uso a prazo, o balano patrimoniail sofreria

    a seguinte alterao:

    Balano Patrimonial InicialATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 10.000 Emprstimos 10.000Estoque 10.000 PATRIMNIO LQUIDO

    PL = A - P 10.00020.000 20.000

    Balano Patrimonial posterior aquisio da patente a prazo:ATIVO R$ PASSIVO R$Ativo Circulante Passivo Circulante Caixa 10.000 Emprstimos 10.000 Estoques 10.000 Compra mveis a prazo 5.000Ativo No Circulante PATRIMNIO LQUIDO Imobilizado PL = A - P 10.000

  • Mveis 5.000

    25.000 25.000

    Aqui, tambm, no houve alterao do PL. Por isso, a afirmativa

    incorreta.

    Gabarito: ERRADA.

    11 - despesa com passagens de transporte urbano

    Comentrios:

    Pessoal, sempre que um fato contbil envolver uma receita ou despesa

    ele ser modificativo ou misto. Isto porque, as receitas e as despesas

    representam aumento e redues diretas sobre o patrimnio, o que

    significa dizer que o patrimnio lquido diretamente afetado pelas receitas

    e despesas.

    Querem ver? Quando a entidade tem despesa com passagens de

    transporte urbano ela fica obrigada a pag-la. Portanto, dever haver uma

    reduo do caixa da entidade pela sada dos recursos, ou o surgimento de

    um obrigao, em caso de pagamento a prazo. Nesta situao ir ocorrer,

    isoladamente, a reduo do ativo (sada dos recursos) ou o aumento do

    passivo (obrigao a pagar). Como estes fatos surgem isoladamente, o

    patrimnio lquido ir se alterar para refletir tais alteraes. Vejamos o que

    ocorre no pagamento vista de 1.000 em despesas de transportes.:

    Balano Patrimonial InicialATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 10.000 Emprstimos 10.000Estoque 10.000 PATRIMNIO LQUIDO

    PL = A - P 10.00020.000 20.000

    Balano Patrimonial aps pagamento vista das despesas

  • ATIVO R$ PASSIVO R$Caixa 9.000 Emprstimos 10.000Estoque 10.000 PATRIMNIO LQUIDO

    PL = A - P 9.00020.000 20.000

    Vejam que, como a despesa promoveu reduo direta do PL da entidade,

    este fato modificativo diminutivo.

    Gabarito: CERTA.

    (CESPE SEC/PE - AUDITOR 2010) O patrimnio lquido de uma

    entidade pode ser formado por diversas contas semelhantes, mas

    com caractersticas distintas. Julgue os trs prximos itens acerca

    da denominao das contas de patrimnio lquido e a respectiva

    definio.

    12 - Capital realizado a soma de todas as integralizaes feitas

    com as contas de reservas de lucros.

    Comentrios:

    Falsa, gente! Reservas de lucros so contas integrantes do patrimnio

    lquido e, como vocs podem imaginar, so reservas constitudas pelas

    entidades por meio da apropriao dos lucros auferidos no perodo de

    apurao, e justamente isso que diz o 4 do art. 182 da Lei n

    6.404/76.

    As reservas de lucros tm sua destinao determinada ou autorizada por

    lei, pelo estatuto social da companhia, ou por concordncia dos acionistas.

    Estas distines existem pois diversas so as espcies de reservas de

    lucros, cada um delas motivadas por uma situao especfica.

  • Segundo a Lei das S.A., as companhias podem constituir as seguintes

    reservas de lucros:

    A) Reserva legal (determinada pela lei das S.A Art. 193)

    B) Reservas estatutrias (determinada pelo estatuto social Art. 194)

    C) Reservas para contingncias (autorizada por lei Art. 195)

    D) Reserva de lucros a realizar (autorizada por lei Art. 197)

    E) Reserva de lucros para expanso reteno de lucros (consentido

    pelos acionistas Art. 196)

    F) Reserva de incentivos fiscais (autorizada por lei Art. 195-A)

    G) Reserva especial para dividendo obrigatrio no distribudo ( 4 e

    5 do Art. 202)

    Ento, o enunciado afirma que o capital realizado a soma de todas as

    integralizaes feitas com as contas de reservas de lucros. Esta

    afirmativa est incorreta. Capital integralizado corresponde parcela do

    capital social subscrito que foi efetivamente entregue pelos scios, seja por

    meio da entrega de bens e direitos, ou pela incorporao de lucros do

    exerccio.

    Gabarito: ERRADA.

    13 - Capital autorizado a parcela do capital social que pode ser

    utilizada nas operaes normais da entidade.

    Comentrios:

    Capital Autorizado Capital Autorizado um limite, um teto de

    subscrio de capital nas sociedades annimas, estabelecido em estatuto.

    Assim, quando previsto, os scios podero subscrever capital at o limite

    do Capital Autorizado. Para qualquer valor acima desse, ser necessrio

    proceder alterao estatutria da entidade. Mais especificamente, o

    estatuto das sociedades annimas pode prever um limite (em valor ou

  • em nmero de aes) pelo qual autoriza o Conselho de Administrao da

    companhia a aumentar o seu capital social, independentemente de reforma

    estaturia. Este limite chamado de Capital Autorizado e, quando

    existir, poder ser controlado contabilmente pela companhia.

    Acima est a definio de capital autorizado. Como podem ver, bem

    diferente do que diz a afirmativa, razo pela qual ela est incorreta.

    Gabarito: ERRADA.

    14 - Capital social o montante de capital que pode ser

    integralizado pelos acionistas, sem necessidade de convocao de

    assembleia geral.

    Comentrios:

    O Capital Social o montante de capital que foi subscrito pelos acionistas.

    Como sabemos, o capital social pode ficar pendente de integralizao,

    pendncia esta que fica registrada conta Capital a Integralizar (redutora

    de patrimnio lquido). Assim, o Capital Social no significa,

    necessariamente, o montante de capital que pode ser integralizado pelos

    acionistas. Os valores passveis de integralizao, sem necessidade de

    convocao de assembleia geral, correspondem ao Capital a

    Integralizar. Na verdade, a convocao da assembleia geral s se faz

    necessria em caso de aumento de capital social (subscrito), quando

    no houver limite disponvel de capital autorizado no estatuto.

    Gabarito: ERRADA.

    15 - Capital social a conta genrica que traz como espcies o

    capital subscrito e o capital a realizar, a ser apresentado como

    deduo.

  • Comentrios:

    Certssima, gente. A conta Capital Social , de fato, genrica. J as contas

    de Capital Subscrito e Capital a Realizar so contas mais especficas, que

    possibilitam a obteno de informao acerca do total de capital subscrito

    no estatuto da companhia e de qual parcela deste capital j foi

    integralizada pelos scios. A conta de Capital a Integralizar, por esta razo,

    uma conta redutora de patrimnio lquido: tem saldo devedor e se

    apresenta no sinal negativo. Vamos rever o exemplo da Cia. CapCap, visto

    na aula.

    PL da Cia. CapCapPATRIMNIO LQUIDO 72.000 Capital Subscrito 90.000 Capital a Realizar (20.000)

    Reserva Legal 13.000Aes em Tesouraria (15.000)

    Gabarito: CERTA.

    3 Teoria das Contas

    Existem trs teorias principais que foram formuladas ao longo do tempo no

    sentido de explicar e sistematizar o estudo da contabilidade. As principais

    teorias das contas desenvolvidas so a Personalista, a Materialista e a

    Patrimonialista. Estas trs teorias nos concedem trs vises distintas a

    respeito das contas contbeis.

    3.1 Teoria Personalista

    A Teoria Personalista fantstica! Nela, as contas contbeis

    representam pessoas e as relaes entre elas geram crditos

    e dbitos que se correlacionam.

    Pela teoria personalista, as contas so classificadas em:

  • Contas dos agentes consignatrios

    As contas dos agentes consignatrios (de confiana) representam os

    bens da entidade. A razo desta classificao que, sob a ptica da

    teoria personalista, os bens so confiados pela entidade a seus

    agentes internos, (empregados, gerentes e diretores). Assim, a conta

    caixa representa o dinheiro que foi confiado ao responsvel pelo caixa. A

    conta veculos representa os veculos que foram confiados aos gerentes

    respectivos, e assim por diante. Estes agentes utilizaro e preservaro os

    bens recebidos em confiana no sentido de promoverem a sua devida

    operacionalizao e gerarem as Receitas esperadas.

    Saquem s the jump of the cat (o pulo do gato!) -> Como os bens

    so confiados pela entidade a seus agentes de confiana, entende-se que

    estes agentes esto em dbito com a entidade, pois respondem

    pelos bens confiados, devendo zelar por eles e prestar contas!

    Por isso, quando se aumenta o saldo de uma conta que registre

    bens, no Ativo, realizado um lanamento a dbito, por importar no

    aumento do saldo devedor dos agentes consignatrios com a entidade.

    J a reduo do saldo de um bem no ativo realizado por um

    lanamento a crdito, significando a reduo do saldo devedor dos

    agentes consignatrios.

    Contas dos Agentes Correspondentes:

    As contas dos agentes correspondentes se referem a terceiros

    (pessoas de fora da entidade) com os quais a entidade se relaciona.

    Estas contas englobam tanto os Direitos (no ativo) como as Obrigaes

    (no Passivo exigvel). Aqui tambm existe uma lgica particular. Os

    agentes correspondentes que representam direitos da entidade so

  • aqueles que receberam um voto de confiana, como o cliente que

    levou a mercadoria e se comprometeu a pag-la no futuro. No entanto,

    enquanto no realizado o pagamento, este cliente encontra-se em dbito

    com a entidade! Ou seja, o Direito que a entidade possui representa

    um dbito do cliente para com a entidade.

    Os agentes correspondentes que representam obrigaes da

    entidade, por sua vez, so pessoas que deram entidade algum voto de

    confiana, como um fornecedor que entregou uma mercadoria para

    recebimento no futuro. Em outras palavras, obrigaes que a entidade

    possui representam crditos que terceiros tm com a entidade.

    As contas dos agentes correspondentes representantes de direitos

    funcionam como as dos agentes consignatrios: O aumento dos seus

    saldos efetuado por meio de um lanamento a dbito, no sentido

    de aumentar o saldo devedor destes agentes. A reduo do saldo, por

    outro lado, feito por meio de um lanamento a crdito.

    As contas dos agentes correspondentes representantes de

    obrigaes, no Passivo, por significarem crditos de terceiros com a

    entidade, tm seus saldos aumentados atravs de lanamentos a

    crdito, no sentido de aumentar o saldo credor destes agentes. A reduo,

    ao contrrio, feito por lanamentos a dbito.

    Contas do Proprietrio

    Por ltimo, o proprietrio! As contas do proprietrio representam as

    contas do Patrimnio lquido, de Receitas e de Despesas da

    entidade. No entanto, a lgica aqui parecida com as obrigaes

    existentes com os agentes correspondentes, sabem por qu? Tal qual

    os terceiros que representam obrigaes da entidade, o proprietrio est

    em crdito com a entidade, uma vez que entregou azienda seus

  • recursos (representados pelo capital social) para que a entidade

    desempenhasse suas funes. Os lucros auferidos tambm so do

    proprietrio!

    A que concluso chegamos?

    Se os bens e direitos no Ativo significam pessoas em

    dbito com a entidade, representadas pelos agentes

    consignatrios (bens) e agentes correspondentes (direitos),

    conclumos que o Ativo possui natureza devedora. Assim, sempre que

    houver aumento do saldo do ativo, haver aumento do dbito destes

    agentes com a entidade. Na prtica isto significa que o saldo do Ativo

    aumenta com registro a Dbito e diminui com registro a crdito.

    Do mesmo modo, se as obrigaes no passivo exigvel e no patrimnio

    lquido da entidade significam pessoas em crdito com a entidade,

    representadas pelos agentes correspondentes (obrigaes) e pelo

    proprietrio (PL), conclumos que o Passivo Exigvel e o Patrimnio

    Lquido possuem natureza credora. Assim, sempre que houver

    aumento do saldo do Passivo ou do PL, haver aumento do crdito destas

    pessoas com a entidade. Na prtica, isto significa que os saldos do

    Passivo e do PL aumentam com registro a Crdito e diminuem com

    registro a dbito.

    Assim, as contas Patrimoniais (ativo, passivo e patrimnio lquido) so

    bilaterais, por aceitarem tanto lanamentos a dbito quanto

    lanamentos a crdito, que iro aumentar ou diminuir o saldo da conta a

    depender de sua natureza devedora ou credora, respectivamente.

    E as Receitas e Despesas?

  • Vocs viram que as Receitas e Despesas so contas do proprietrio. Estas

    contas, em regra, s admitem um tipo de lanamento (a dbito ou a

    crdito) e por isso so chamadas de Unilaterais. As contas de Receita,

    por representarem aumentos do patrimnio, so, em regra, escrituradas

    a crdito. J as contas de despesas, por representarem redues do

    patrimnio, so, em geral, registradas a dbito.

    Pessoal, o em regra no pargrafo anterior foi s pra demonstrar que, na

    maioria das vezes, os lanamentos so unilaterais. Mas, essa determinao

    no absoluta, pois poder ser feito lanamento diverso na conta,

    especialmente em casos de estornos, que ser visto na prxima aula.

    Portanto, se a entidade registra uma despesa de R$ 1.000 como R$

    10.000, por erro, ela posteriormente dever creditar a conta de despesa

    (R$ 9.000) para corrigir o lanamento.

    Pra resumir, vejam o quadro abaixo:

    Vamos aproveitar este gancho para apresentar, com base neste mesmo

    grfico, o conceito de Origens e Aplicaes de Recursos.

    3.1.1 Origens e Aplicaes de Recursos

    As entidades, ao desempenharem suas funes, contam com

    recursos prprios e com recursos de terceiros para

    persecuo de seu objetivo, seja ele o lucro econmico ou a

    finalidade social.

  • No grfico ilustrativo da teoria personalista, fica claro que aqueles que

    entregam recursos entidade caracterizam as origens dos recursos,

    que podem ser prprios ou de terceiros. Os recursos prprios da

    entidade so aqueles contidos no patrimnio lquido, composto pelo

    capital social (recursos entregues pelos scios) e pelo lucro da atividade.

    Os recursos de terceiros, por sua vez, so aqueles provenientes de

    obrigaes da entidade (do Passivo Exigvel), terceiros estes que

    entregam recursos entidade na expectativa de, por eles, serem

    retribudos (com juros, taxas, encargos).

    Muito bem. No sentido de dar o melhor aproveitamento possvel a estes

    recursos recebidos, a entidade os aplica em bens e direitos que, pela

    teoria personalista, o mesmo que dizer que a entidade entrega estes

    recursos aos agentes em quem ela confia, para que deles faam bom uso.

    Portanto, o Ativo representa a aplicao dos recursos que as

    entidades tm a sua disposio. Desta classificao foram extrados alguns

    termos que podem confundi-los em prova e, por isso, vou coloc-los aqui

    pra que todos acertem!

    Capital Aplicado ou Total de Recursos Aplicados so sinnimos

    de Ativo!

    Capital de Terceiros ou Capital Alheio o Passivo Exigvel

    Capital Prprio o mesmo que Patrimnio Lquido

    Capital Disposio da Empresa o total das origens de

    recursos, ou seja, Passivo Exigvel + Patrimnio Lquido.

    Situao Lquida o mesmo que patrimnio lquido! Alguns

    autores preferem a expresso Situao Lquida, principalmente por

    entenderem que em alguns casos o uso da expresso Patrimnio Lquido

    no seja apropriado, como quando houver Passivo a Descoberto

    (quando a Situao Lquida negativa). Nas questes de concursos,

  • vocs iro encontrar ambos os termos, como sinnimos, portanto

    fiquem espertos!

    3.2 Teoria Materialista

    Pela teoria Materialista, as contas no representam nada mais do que

    valores em movimentao, positivos ou negativos. Por esta teoria, as

    contas dividem-se em Integrais e Diferenciais:

    Contas Integrais: So as contas que representam o patrimnio da

    entidade, e so positivas (ativo) ou negativas (passivo exigvel)

    Contas Diferenciais: So as contas capazes de promover a

    alterao do patrimnio lquido da entidade e, por isso, representam

    as Receitas, as Despesas, e o Patrimnio lquido.

    3.3 Teoria Patrimonialista

    A Teoria Patrimonialista a utilizada atualmente na Contabilidade.

    Por esta teoria, as contas contbeis so divididas em:

    Contas Patrimoniais: envolve as contas do Ativo, do Passivo, e

    do Patrimnio lquido.

    Contas de Resultado: engloba as Receitas e Despesas.

    As contas patrimoniais so contas permanentes e, a menos que

    excludas do plano de contas da entidade, so apresentadas no balano

    patrimonial ao longo dos exerccios sociais, continuamente. O que isso

    significa? Significa que o saldo das contas patrimoniais, ao final de

    um exerccio, ser transportado para o primeiro dia do exerccio

    seguinte. Com isso, o saldo de encerramento de uma conta patrimonial,

    igual ao saldo inicial desta mesma conta, no exerccio imediatamente

  • posterior. Por exemplo, se no Balano Patrimonial de 31/12/X1 o saldo de

    encerramento da conta Veculos for de R$ 10.000, no dia 01/01/X2 o saldo

    da conta Veculos ser mantido, passando os mesmos R$ 10.000 a figurar

    como saldo inicial.

    As contas de resultado, por sua vez, registram os fatos que aumentaram

    ou diminuram o patrimnio da entidade ao longo do exerccio. Ao final do

    exerccio, o saldo lquido das contas de resultado (receitas menos

    despesas) incorporado ao Patrimnio Lquido de maneira a refletir,

    no Balano Patrimonial, os lucros auferidos ou prejuzos incorridos. Por

    esta razo, o saldo das contas de Resultado no incio de cada

    exerccio Zero. Por exemplo, se em 31/12/X1 verifica-se que a entidade

    teve como resultado R$ 50.000 de lucro, este saldo ser transportado para

    o Patrimnio lquido e, em 01/01/X2 o saldo das contas de resultado estar

    zerado. Veremos esta apropriao de resultados com mais profundidade na

    aula 03.

    Para ilustrar o exemplo acima:

    DESPESAS RECEITAS Saldo Inicial 0,00 Saldo Inicial 0,0001/01/X1 ... ...

    ... ...

    ... 31/12/XX01 ...Resultado 31/12/X1

    ATIVO PASSIVO

    PATRIMNIO LQUIDOResultado 31/12/X1

  • O que o exerccio social?

    Art. 175. O exerccio social ter durao de 1 (um) ano e a data do

    trmino ser fixada no estatuto.

    Pargrafo nico. Na constituio da companhia e nos casos de alterao

    estatutria o exerccio social poder ter durao diversa. Lei n. 6404/76

    (Lei das S.A.).

    O exerccio social, ou apenas exerccio, corresponde ao perodo de 12

    meses ao longo do qual as entidades iro apurar seus resultados e

    apresentar seus balanos patrimoniais, de maneira a mensurar seus

    desempenhos. Conforme transcrito, o Art. 175 da Lei n. 6404/76 fixa

    para as Sociedades Annimas o perodo de 1 ano para o exerccio social

    (que poder ser maior ou menor em caso de constituio da companhia

    ou alterao estaturia) mas no fixa uma data especfica, deixando a

    critrio das companhias esta definio. Assim, o exerccio social pode ou

    no coincidir com o ano civil (que vai de 01/jan a 31/dez).

    Apesar de a teoria patrimonialista ser a base da Contabilidade atual, ela

    herdou algumas caractersticas das outras teorias. A principal delas foi a

    que trata da natureza devedora ou credora das contas patrimoniais. Como

    na teoria personalista, aqui o Ativo tambm possui natureza Devedora,

    enquanto que o Passivo Exigvel e o Patrimnio Lquido possuem natureza

    Credora. Alm disso, as Receitas, por representarem aumentos do

    patrimnio, tm natureza credora. E as despesas, por representarem

    redues do patrimnio, tm natureza devedora. A importncia dessa

    caracterstica vocs descobriro nas prximas pginas.

    3.4 Natureza e alterao de saldo das contas

  • Quem est iniciando na Contabilidade hoje pode ser levado a pensar que

    os lanamentos a dbito representam algo negativo para a conta, e que

    os lanamentos a crdito representam algo positivo para a conta. No

    entanto, como vocs estudaram na teoria Personalista, os aumentos ou

    reduo dos saldos da contas so considerados a depender da

    natureza devedora ou credora da conta contbil que estivermos

    estudando. Vamos ver como fica isso.

    Contas de Ativo

    J foi visto que as contas de Ativo tm

    natureza DEVEDORA e, por este

    motivo, sempre que quisermos

    aumentar o saldo de uma conta de

    ativo deveremos efetuar um lanamento a Dbito. A reduo de seu

    saldo, por outro lado, depende de um lanamento a Crdito.

    Convm ressaltar que, como representam Bens e Direitos, as contas de

    ativo no podem ter saldo credor, j que a entidade ou tem bens e

    direitos, ou no os tem! Portanto, ou as contas de ativo tm saldo

    Devedor ou so nulas.

    Contas de Passivo

    As contas de passivo aparecem do lado

    Direito do balano patrimonial e, segundo

    a teoria personalista, possuem natureza

    CREDORA. Portanto, para promovermos

    o aumento do saldo de uma conta de Passivo deveremos realizar

    um lanamento a crdito, e para sua reduo realizamos um lanamento

    Conta de AtivoDbito Crdito

    Aumentos Diminuies

    Conta de PassivoDbito Crdito

    Diminuies Aumentos

  • a dbito. A entidade ou possui obrigaes ou no as possui. Por

    conseqncia, as contas de Passivo ou possuem saldo credor ou

    saldo nulo.

    Conta de Patrimnio Lquido

    O Patrimnio lquido possui natureza

    CREDORA, porm, ao contrrio das

    contas de Passivo, admite tanto saldo

    credor como saldo devedor! O porqu

    desta possibilidade vocs descobriro no captulo 5, onde estudaremos as

    Configuraes do Estado Patrimonial da entidade.

    Vamos resumir na tabela abaixo:

    Natureza da conta

    Saldo aumenta com lanamento a:

    Saldo diminui com lanamento a:

    Ativo devedora dbito crditoPassivo credora crdito dbitoPL credora crdito dbitoDespesas devedora dbito crditoReceitas credora crdito dbito

    Contas retificadoras (redutoras) de elementos patrimoniais

    Contas retificadoras (ou redutoras) dos elementos

    patrimoniais so aquelas utilizadas para reduzir o saldo

    do grupo de contas aos quais se referem. Os motivos

    para essa reduo so diversos, e sero vistos com detalhes nas prximas

    aulas. Embora as contas retificadoras apaream inseridas num

    determinado grupo patrimonial (Ativo, Passivo Exigvel ou Patrimnio

    Lquido) elas possuem natureza contrria s demais contas do grupo

    ao qual pertencem, e por isso so grafadas com sinal negativo.

    Conta de Patrimnio LquidoDbito Crdito

    Diminuies Aumentos

  • Contas Retificadoras do Ativo, por terem saldo credor, aparecem no

    Ativo com sinal negativo.

    Contas Retificadoras do Passivo Exigvel e do Patrimnio Lquido,

    por terem saldo devedor, aparecem no Passivo com sinal negativo.

    No exemplo abaixo, as contas Proviso para Devedores Duvidosos,

    Depreciao Acumulada, Juros a transcorrer e Aes em

    Tesouraria so todas contas retificadoras:

    16 (NCE/CVM Analista Contbeis e Auditoria - 2008) Com

    base nos conceitos de origens e aplicaes de recursos, os recursos

    totais disposio da empresa so:

    A)Capital Prprio + Capital de Terceiros;

    B)Duplicatas a Pagar + Lucros Acumulados;

    C) Capital Social + Duplicatas a Pagar;

    D)Capital Social + Lucros Acumulados;

    E) Capital Social + Capital Prprio.

    Comentrios:

    Balano Patrimonial ExemplificativoATIVO R$ PASSIVO R$Disponibilidades 10.000 Emprstimos 10.000Duplicatas a Receber 10.000 Juros a transcorrer (5.000) Devedores Duvidosos (2.000)

    Imveis 10.000 PATRIMNIO LQUIDO Depreciao Acumulada (3.000) Capital Social 25.000

    Aes em Tesouraria (5.000)25.000 25.000

    2 Srie de Exerccios

  • Como vimos em aula, o total de recursos disposio da empresa

    corresponde ao total das Origens dos Recursos, que igual ao o Capital

    Prprio + o Capital de Terceiros.

    Gabarito: Letra A.

    17 (ESAF Tcnico da Receita Federal (atual Analista Tributrio)

    2002.2) (adaptada) A firma J.J.Montes Ltda. apurou os seguintes

    valores em 31.12.01:

    - dinheiro existente 200,00- mquinas 400,00- dvidas diversas 900,00- contas a receber 540,00- rendas obtidas 680,00- emprstimos bancrios 500,00- moblia 600,00- contas a pagar 700,00- consumo efetuado 240,00- automveis 800,00- capital registrado 450,00- adiantamentos a diretores 450,00

    Os componentes acima, examinados pelo prisma doutrinrio

    lecionado segundo a Teoria das Contas, demonstra a seguinte

    atribuio de valores:

    A) R$ 2.990,00 s contas de agentes consignatrios e

    correspondentes devedores.

    B) R$ 2.540,00 s contas de agentes consignatrios.

    C) R$ 2.100,00 s contas integrais devedoras.

    D) R$ 890,00 s contas de resultado.

    E) R$ 440,00 s contas diferenciais.

    Comentrios:

    Para resolver esta questo, nosso primeiro passo dever ser classificar as

    contas:

  • - dinheiro existente 200,00 Bens- mquinas 400,00 Bens- dvidas diversas 900,00 Obrigaes- contas a receber 540,00 Direitos- rendas obtidas 680,00 Receitas- emprstimos bancrios 500,00 Obrigaes- moblia 600,00 Bens- contas a pagar 700,00 Obrigaes- consumo efetuado 240,00 Despesas- automveis 800,00 Bens- capital registrado 450,00 Patr. Liquido- adiantamentos a diretores 450,00 Direitos

    Alternativa A Correta. Os agentes consignatrios representam os Bens, e

    os correspondentes devedores os Direitos da entidade. A soma de todos os

    Bens e Direitos totaliza 2.990.

    Alternativa B Incorreta. As contas dos agentes consignatrios somam

    2.000.

    Alternativa C Incorreta. As contas Integrais so as do Ativo (devedoras)

    e do Passivo (Credoras). Assim, como o total de Bens e Direitos da

    entidade soma 2.990, a alternativa est incorreta.

    Alternativa D Incorreta. As contas de Resultado so as Receitas e

    Despesas. O seu saldo dado por Receitas Despesas. Com base nos

    dados fornecidos, encontramos que 680 240 = 440, razo pela qual a

    alternativa est incorreta.

    Alternativa E Incorreta. As contas diferenciais englobam o Patrimnio

    Lquido, as Receitas e as Despesas. Para encontar seus valores, vamos

    aproveitar os dados da alternativa anterior e somar os resultados ao

    patrimnio lquido. Neste sentido, teramos que de Receitas Despesas +

    Patrimnio Lquido = 990.

    Gabarito: Letra A.

    18 (ESAF Tcnico da Receita Federal (atual Analista Tributrio)

    2002.1) Estudiosos notveis da Contabilidade tm-na

  • contemplado com diversas teorias e proposies. Trs dessas

    teorias sobrevivem e, hoje, so consideradas principais. Uma delas,

    conhecida como Teoria Personalista ou Personalstica, classifica

    todas as contas em:

    A)contas patrimoniais e contas diferenciais.

    B) contas integrais e contas diferenciais.

    C) contas patrimoniais e contas de resultado.

    D)contas de agentes consignatrios e contas de proprietrio.

    E) contas de agentes e contas de proprietrio.

    Comentrios:

    Como vimos em aula, a Teoria Personalista classifica as contas em: Contas

    dos agentes consignatrios, Contas dos agentes Correspondentes, e Contas

    de Proprietrio. Portanto, a nica alternativa correta a E! Vejam que a

    banca preferiu por reunir os agentes consignatrios e correspondentes sob

    o termo agentes.

    Gabarito: Letra E.

    19 (CESPE Fiscal de Rendas Mun. Ipojuca/PE 2009) No plano

    de contas, esto relacionadas todas as contas julgadas necessrias

    ao registro dos componentes patrimoniais e dos fenmenos da

    gesto. Acerca da funo e do funcionamento dessas contas, julgue

    os itens a seguir.

    Os saldos devedores ou credores das contas retificadoras sero

    apresentados como valores redutores.

    Comentrios:

    Correta. As contas retificadoras (redutoras) dos grupos patrimoniais so

    apresentadas a fim reduzir o saldo do grupo de contas no qual esto

  • inseridas. Alguns exemplos: Duplicatas Descontadas, Proviso para

    Devedores Duvidosos, Depreciao e Aes em Tesouraria.

    Gabarito: Certa.

    20 (ESAF AFC/CGU 2008) A Cincia Contbil estabeleceu

    diversas teorias doutrinrias sobre as formas de classificar os

    componentes do sistema contbil, que so denominadas Teorias

    das Contas. Sobre o assunto, indique a opo incorreta.

    a) A Teoria Materialstica divide as contas em Integrais e de

    Resultado.

    b) Na Teoria Personalstica, as contas dos agentes consignatrios

    so as contas que representam os bens, no ativo.

    c) Segundo a Teoria Personalstica, so exemplos de contas do

    proprietrio as contas de receitas e de despesas.

    d) Na Teoria Materialstica, as contas traduzem simples ingressos

    e sadas de valores, que evidenciam o ativo, sendo este

    representado pelos valores positivos, e o passivo representado

    pelos valores negativos.

    e) Na contabilidade atual, h o predomnio da Teoria

    Patrimonialista, que

    classifica o ativo e passivo como contas patrimoniais.

    Comentrios:

    A Teoria Materialstica (ou Materialista) divide as contas em Integrais e

    Diferenciais (Patrimnio Lquido, Receitas e Despesas). As Contas de

    Resultado abarcam apenas as Receita e as Despesas e so da teoria

    Patrimonialista.

    Gabarito: Letra A.

    21 (TRE/ES ANALISTA JUD. CONTABILIDADE 2010) De

    acordo com a teoria materialista, as contas denominadas integrais

  • so aquelas representativas de bens, direitos, obrigaes e

    situao lquida das entidades, enquanto as receitas e despesas

    formam o conjunto de contas denominadas diferenciais.

    Comentrios:

    Afirmativa incorreta, n gente? As contas integrais, segundo a teoria

    materialista, so aquelas que compe o ativo e o passivo exigvel da

    entidade. As diferenciais, por sua vez, so formadas pelo conjunto das

    contas de patrimnio lquido, receitas e despesas.

    Gabarito: ERRADA

    22 - (CESPE ANA. JUD. CONTABILIDADE CARGO 30 TJ/ES) As

    contas de passivo reduzem seus saldos quando se registra movi-

    mento a dbito.

    Comentrios:

    Para respondermos estas questo, importante entendermos a teoria

    personalista, que pode ser resumida pela tabela abaixo:

    Natureza da conta

    Saldo aumenta com lanamento a:

    Saldo diminui com lanamento a:

    Ativo devedora dbito crditoPassivo credora crdito dbitoPL credora crdito dbitoDespesas devedora dbito crditoReceitas credora crdito dbito

    Assim, as contas de passivo realmente reduzem seus saldos com

    lanamento a dbito, e, por isso, a afirmativa est correta.

    Gabarito: CERTA.

  • 4 Mtodo das Partidas Dobradas

    Como vimos na aula 00, Escriturao a tcnica contbil desenvolvida

    para registrar as transaes que afetem o patrimnio das entidades.

    Essas transaes so chamadas de Fatos Contbeis. O registro dos fatos

    feito mediante a sua descrio em livros contbeis especficos. O ato de

    descrever um fato contbil chamado de Lanamento. Assim, a

    escriturao nada mais que um conjunto de lanamentos realizados

    nos livros contbeis.

    Muito bem, como vocs podem imaginar, precisa haver um mtodo

    bastante especfico para a realizao dos lanamentos contbeis. Isto

    porque, considerando que as entidades incorrem numa quantidade enorme

    de fatos contbeis diariamente, os lanamentos, se feitos de maneira

    pouco organizada, dificilmente poderiam ser recuperados, o que

    prejudicaria o controle e o estudo patrimonial das entidades.

    Pois bem, o mtodo bastante especfico ao qual me referi j existe (que

    bom!) e denominado Mtodos das Partidas Dobradas.

    Por que partidas dobradas?

    Na escriturao dos fatos contbeis, todo e qualquer

    lanamento dever ter, no mnimo, duas partidas, uma

    a dbito e outra a crdito, ambas no mesmo valor. Por

    isso, diz-se que as partidas so dobradas! A consequncia deste mtodo

    que, necessariamente, os saldos devedores se igualam aos saldos

    credores da entidade. Por isso o lado esquerdo do balano patrimonial

    (devedor) deve ser igual ao seu lado direito (credor). As partidas dobradas

    tambm so conhecidas por Digrafia Contbil!

  • 4.1 Lanamento

    O lanamento consiste no ato de descrever um fato

    contbil nos livros da entidade. Em vista da necessidade da

    correta identificao dos fatos contbeis e suas repercusses

    patrimoniais, o lanamento deve conter os seguintes elementos bsicos:

    Data do fato contbil;

    Conta que foi debitada;

    Conta que foi creditada;

    Valor do fato contbil;

    Histrico.

    Vamos supor que uma entidade adquiriu, vista e em dinheiro, um terreno

    no valor de 50.000, na data de 20 de maro de 2011. Na aquisio do

    terreno haver aumento do saldo da conta Terrenos, no ativo. Como

    esta conta de natureza devedora, o lanamento dever ser feito a

    dbito (D). A conta Caixa, tambm de Ativo, ter seu saldo reduzido

    pela sada do dinheiro, por meio de um lanamento a crdito (C). O

    lanamento no Livro Dirio ficaria assim:

    20 de Maro de 2011.

    D Terrenos

    C Caixa

    Aquisio de Terreno na Rua X, lote Y 50.000

    No entanto, bastante comum encontrarmos o lanamento de maneira

    simplificada, desse jeito:

    D - Terrenos

    C - Caixa 50.000 ou, aindaTerrenos

    A Caixa 50.000

  • Por conveno, o lanamento a crdito pode ser identificado pela

    preposio a seguida do nome da conta. Tambm por conveno,

    apresenta-se primeiro as contas debitadas e, em seguida, as creditadas.

    Veja que o valor s apareceu ao final do lanamento, ao invs de aparecer

    na mesma linha de cada conta. Isso ocorre por economia, pois os valores

    debitados e creditados foram idnticos.

    O Livro Dirio aquele que registra os fatos contbeis em estrita ordem

    cronolgica dos acontecimentos. No incio da aula, eu lhes apresentei o

    razonete (estrutura simplificada da conta contbil no Livro Razo) e

    expliquei que o Livro Razo o Livro que organiza e totaliza os fatos

    contbeis agrupados por contas. Apesar de bastante resumidas, estas

    informaes so suficientes at o momento. Nas prximas aulas, teremos

    um espao dedicado ao estudo dos livros contbeis. Portanto, um mesmo

    fato contbil ensejar os seguintes lanamentos:

    No Dirio: No Razo:

    Obs: apenas para fins de ilustrar o lanamento, vamos supor que a conta

    Terrenos estava zerada at a aquisio do Terreno do exemplo, e que a

    conta Caixa possua saldo inicial (s.i) de 50.000, no exato valor do terreno

    adquirido.

    Portanto, apenas para ressaltar, os Livros Dirio e Razo registram os

    mesmos fatos contbeis, mas enquanto no Dirio os fatos so lanados

    segundo a ordem cronolgica, sem uma sistematizao mais especfica,

    no Razo os lanamentos so sistematizados e lanados por conta e,

    dentro de cada conta, organizados por ordem cronolgica.

    TerrenosDbito Crdito50.000

    50.000

    CaixaDbito Crdito

    (s.i) 50.000 50.000

    0

    Terrenosa Caixa 50.000

  • 4.1.1 Frmulas de lanamento

    Lanamento de 1 Frmula - No lanamento de 1 frmula,

    apenas uma conta debitada e apenas uma conta creditada,

    como ocorre no pagamento de 2.000 de obrigaes com

    fornecedores, em dinheiro.

    ou

    Porqu debitamos fornecedores e creditamos caixa?