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Direito Tributário para ATRFB
Teoria e questões comentadas
Prof. Aluisio Neto – Aula 02
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AULA 02
SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Princípios Gerais Tributários 03 Princípio da Irretroatividade 04 Princípio da Legalidade Tributária 09 Princípio da Anterioridade Anual 24 Princípio da Anterioridade Nonagesimal 35 Princípio da Isonomia 46 Princípio da Capacidade Contributiva 56 Princípio do Não-Confisco 68 Princípio da Liberdade de Tráfego 79 Princípio da Uniformidade Geográfica 82 Princípio da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da Dívida Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados, Distrito Federal e Municípios
86
Princípio da Proibição de Concessão de Isenções Heterônomas
88
Princípio da Progressividade 93 Princípios da Generalidade e da Universalidade 101 Princípio da não-discriminação quanta à procedência ou ao destino
102
Princípio da Territorialidade 105 Princípio da Seletividade 107 Princípio da Não-Cumulatividade 110 Princípio da Transparência Fiscal 117 Questões Propostas 119 Gabaritos 155 Bibliografia 156
Olá, caro amigo e futuro ATRFB!
Chegamos à segunda aula do nosso curso de direito tributário para o cargo
de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRFB). Espero ter você,
em breve, como colega de trabalho. Um dos passos fundamentais, contudo,
é aprender essa deliciosa matéria chamada direito tributário.
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Nessa aula iremos tratar do seguinte tema:
• Princípios Tributários.
Os princípios constitucionais são um dos temas preferidos pelas bancas
organizadoras de concursos, em especial a ESAF, que sempre aborda o
tema em suas provas de direito tributário.
Nossa aula será composta por uma série de questões comentadas de provas
passadas da ESAF quanto de outras bancas, para aprofundar ainda mais o
conhecimento proposto na aula.
Qualquer dúvida que surgir, peço que me envie o mais breve possível um e-
mail, para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem os meus
dois e-mails:
http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100002354992888
Os comentários às questões propostas e não resolvidas em aula serão
disponibilizadas em arquivo em separado no site. Espero que faça bom
proveito, futuro ATRFB!
Boa sorte! E bons estudos!
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Princípios Gerais Tributários
Veremos agora os seguintes princípios constitucionais tributários, todos
presentes no texto da Carta Federal de 1988:
• Princípio da Irretroatividade;
• Princípio da Legalidade Tributária;
• Princípio da Anterioridade Anual;
• Princípio da Anterioridade Nonagesimal;
• Princípio da Isonomia;
• Princípio da Capacidade Contributiva;
• Princípio do Não-Confisco;
• Princípio da Liberdade de Tráfego;
• Princípio da Uniformidade Geográfica;
• Princípio da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da Dívida
Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados, Distrito
Federal e Municípios;
• Princípio da Proibição de Concessão de Isenções Heterônomas;
• Princípio da Progressividade;
• Princípios da Generalidade e da Universalidade;
• Princípio da não-discriminação quanta à procedência ou ao destino;
• Princípio da Territorialidade;
• Princípio da Seletividade;
• Princípio da Não-Cumulatividade;
• Princípio da Transparência Fiscal;
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Princípio da Irretroatividade
No primeiro princípio da nossa aula iremos tratar deste que está presente nos
chamados princípios relativos à segurança jurídica, protegendo o sujeito
passivo de atos contrários aos ditames do chamado Estado de Direito.
Esse princípio está relacionado ao fato de as leis tributárias somente
alcançarem os fatos geradores surgidos após a sua entrada em vigor, não
podendo alcançar fatos pretéritos.
Por exemplo, caso determinada lei institua o imposto sobre a realização de
concursos, de competência da União (uma vez que é um imposto não previsto
expressamente na CF/88, fazendo parte da chamada competência tributária
residual quanto aos impostos, exclusiva desse Ente Federativo),
estabelecendo como fato gerador o momento de entrega da prova ao
candidato, essa lei somente surtirá efeitos em relação aos concursos
realizados após a data de vigência da respectiva lei.
Logo, os candidatos que fizeram concurso antes do inicio da vigência da lei
não serão obrigados a pagar qualquer tipo de imposto. (Ainda bem, pois eu já
fiz muitos concursos antes de me aposentar... já estava imaginando quanto
que eu iria ter que pagar de imposto sobre a realização de concursos..., e
mais um para a RFB fiscalizar). A irretroatividade da lei tributária,
QUANTO À MAJORAÇÃO OU INSTITUIÇÃO DE TRIBUTOS, NÃO
COMPORTA EXCEÇÕES.
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Esse princípio está insculpido no artigo 150, III, “a”, da CF/88, cujo texto é o
seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;”
(Grifos nosso)
Antes de prosseguirmos, atente bem para o que está presente no enunciado
do inciso III: TRIBUTOS. Assim, a regra é válida para todo tipo de
tributo, e não apenas para impostos, como muitas bancas costumam cobrar
em suas provas, tentando confundir e arrancar pontos preciosos dos
candidatos menos atentos.
O princípio da irretroatividade relaciona-se diretamente como o inciso XXXVI
do artigo 5º da CF/88, tratando da segurança jurídica em geral:
“XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;”
Assim, a lei tributária, regra geral, não retroagirá. Quanto à instituição
ou majoração de tributos, JAMAIS RETROAGIRÁ, conforme comentamos.
Em relação a outros temas, como aplicação de penalidades tributárias e
aplicação de leis meramente interpretativas, teremos situação em que a lei
tributária poderá ter efeitos retroativos, os quais estudaremos quando
estivermos tratando da aplicação da legislação tributária, a ser vista em aula
posterior. Essas disposições constam no artigo 106 do CTN, o qual, nesse
momento, apenas transcrevo para ilustração da possível retroatividade da lei
tributária em relação a leis que não criem ou majorem tributos, caro aluno.
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Em momento posterior, estudaremos cada conjunção do texto do artigo
abaixo:
“Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração
dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de
tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.”
“Antes que o senhor finalize, professor: e quanto aos casos de redução ou
extinção de tributos? O que acontece?”
A CF/88 não fala sobre essas duas situações. Mas, uma vez que se traduz
num benesse ao contribuinte, ao passo que a instituição e majoração numa
obrigação, as leis que extinguem ou reduzem tributos tem aplicação imediata,
conforme doutrina dominante, a menos que a lei determine em contrário.
Veja algumas decisões do STF quanto á irretroatividade tributária:
“A Corte firmou entendimento segundo o qual a revisão ou
extinção de um benefício fiscal, que por se tratar de política
econômica que pode ser revista a qualquer momento pelo
Estado, não está restrita à observância dos princípios
constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. (AI
783509 AgR/SP, de 19/01/2010).”
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“A mudança nos índices de correção monetária, com base em
legislação superveniente, não constitui ofensa ao princípio do
direito adquirido ou da irretroatividade tributária. (RE 395981
AgR / DF, de 28/09/2009).”
“A norma legal que simplesmente altera o prazo de
recolhimento de tributo não se sujeita ao princípio da
anterioridade especial (CF, art. 195, § 6º). II - Não há falar
em "direito adquirido" ao prazo de recolhimento
anteriormente previsto, pois, como se sabe, o STF não
reconhece a existência de direito adquirido a regime jurídico.
III - A circunstância de o fato disciplinado pela norma - isto
é, o pagamento do tributo - haver de ocorrer após a sua
edição é suficiente para afastar a alegada violação ao
princípio da irretroatividade (CF, art. 150, III, a).( RE 219878
/ PE, de 13/06/2000).”
(ESAF/Auditor Fiscal/2005/MG) Assinale a opção correta. O princípio
segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da:
a) anterioridade.
b) irretroatividade.
c) anualidade.
d) imunidade recíproca.
e) legalidade.
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Questão água com açúcar. A proibição de cobrar tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado é característica do princípio da irretroatividade.
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.
Quanto ao princípio da irretroatividade, é apenas isso, caro aluno. Outros
temas mais específicos que também tratam do princípio de algum modo serão
visto no decorrer das aulas
Vamos agora ao princípio da legalidade!
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Princípio da Legalidade Tributária
O princípio da legalidade é um dos princípios basilares do nosso ordenamento
jurídico tributário, por meio do qual se impõe ao ente tributante instituir ou
majorar tributos, ou reduzir ou extinguir tributos, apenas por meio de lei em
sentido estrito, não podendo ser utilizado outro normativo infraconstitucional
que não seja esse. É outro princípio intrinsecamente relacionado ao da
segurança jurídica, sendo uma garantia individual do contribuinte e
cláusula pétrea da nossa atual CF/88.
Esse princípio está presente de forma genérica no inciso II do artigo 5º da
Carta Federal, cujo texto é o seguinte:
“II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;”
Esse princípio está diretamente relacionado à segurança jurídica, a qual, por
sua vez, exige do Estado a previsibilidade e o conhecimento prévio, por parte
dos cidadãos, das normas tributárias a que serão submetidos.
O princípio da legalidade tributária se traduz no fundamento de validade de
todo o ordenamento jurídico tributário e da tributação por ele estabelecida,
sem o qual inexiste o direito tributário.
Esse princípio está contido expressamente no texto constitucional em seu
artigo 150, I, da CF/88, cujo texto é o seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”
Quanto à criação de tributos (e, por meio do princípio do paralelismo das
normas, também quanto à extinção e redução), somente lei em sentido
estrito poderá fazer, não se admitindo nenhuma exceção. Como
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veremos mais adiante, para outros temas tributários, a regra da legalidade
poderá ser atenuada em relação à majoração de tributos por meio do
aumento da alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo. Mas esse tema
trataremos mais adiante.
Quanto à lei em sentido formal, a lei que cria ou majora tributos será, EM
REGRA, lei ordinária. Entretanto, para alguns casos previstos na CF/88, a
criação ou majoração ser dará por lei complementar.
Antes de continuarmos, temos que fazer menção ao que determina o artigo
62, §1º, III, da CF/88, relativamente às medidas provisórias e o confronto de
competências atribuídas à este instituto e à lei complementar:
“Art. 62. (...)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria: (...)
III – reservada a lei complementar;”
Assim, os tributos sujeitos à sua criação ou majoração por meio de lei
complementar jamais poderão ser regulados por meio de medida provisório,
mesmo não ocorrendo para as lei ordinárias, cuja medida provisória terá força
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a esta equivalente. Nada impediria, por exemplo, que o ITR viesse a ser
instituído por meio de MP, desde que atendidos os requisitos exigíveis para a
edição desta. O mesmo não aconteceria, por exemplo, para os empréstimos
compulsórios, que exigem LC para a sua criação ou majoração.
Por sua vez, ao instituir um tributo, cabe à lei criadora definir com clareza os
elementos que o caracterizam e o definem, adequando determinada conduta
do sujeito passivo ao que consta na norma tributária, hipótese em que
falamos do princípio da tipicidade da lei tributária. Esses elementos são,
principalmente, os seguintes:
� Fato Gerador (elemento material);
� Local de ocorrência do fato gerador (elemento espacial);
� Base de cálculo e alíquota(s) (elementos quantificadores do tributo);
� Sujeitos passivos (elemento pessoal);
� Momento da ocorrência do fato gerador (elemento temporal).
O parágrafo acima é decorrente do que determina o artigo 97 do CTN, que
assim nos diz sobre a adoção do princípio da legalidade e determinação dos
elementos nucleares do tributo:
“Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo
52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de
cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e
65;
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V - a cominação de penalidades para as ações ou
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.” (Grifos nosso)
Uma vez que a definição de vencimento do prazo para pagamento de
tributos, bem como a instituição de obrigações tributárias acessórios
não estão elencadas no artigo 97, não estão submetidas ao princípio
da legalidade, podendo ser livremente estipuladas por normativos
infralegais, como Decretos do Poder Executivo.
“Segundo orientação firmada por esta Suprema Corte, a
fixação do prazo de recolhimento de tributo pode ser
realizada por norma infraordinária, isto é, sem o rigor
do processo legislativo próprio de lei em sentido
estrito. Se a redução abrupta do prazo de recolhimento
implicou a majoração artificial do montante real devido,
eventual violação constitucional ocorreria em relação à
capacidade contributiva (equilíbrio base de cálculo ' critério
material), à segurança jurídica e à proibição do uso de tributo
com efeito confiscatório, mas não em relação à regra da
legalidade. (RE 546316 AgR/SP, de 18/10/2011).”
“Improcedência da alegação, tendo em vista não se encontrar
sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a
fixação do vencimento da obrigação tributária; já se
havendo assentado no STF, de outra parte, o entendimento
de que a atualização monetária do débito de ICMS vencido
não afronta o princípio da não-cumulatividade. (RE 195218
AgR/MG, de 28/05/2002).”
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Por sua vez, o princípio da tipicidade não é um princípio autônomo, estando
umbilicalmente ligado ao princípio da legalidade, sendo decorrente deste,
definindo os elementos caracterizadores do tributo instituído. Enquanto que o
princípio da legalidade está relacionado à forma como serão impostos os
normativos tributários (lei em sentido estrito), o princípio da tipicidade está
relacionado ao conteúdo que estes terão, o que devem tratar em seus textos.
(FCC/2011/TCM-BA - Procurador Especial de Contas) O grupo criou
uma rede de 80 empresas de fachada (...) − todas registradas em nome de
laranjas. As empresas importavam produtos químicos, mas não pagavam
nenhum tributo sobre as operações. (...) Os produtos importados eram
‘revendidos’, em operações fictícias, a outras empresas do grupo, espalhadas
por vários estados. A partir daí, o bando revendia os produtos a seus clientes
normalmente, usando empresas reais (...), mas sem arcar com o custo dos
impostos. A quadrilha também fraudava os fiscos estaduais: nessas
operações cruzadas, acumulava créditos tributários, mesmo sem nunca
recolher ICMS. Nessa outra fraude, pode ter sonegado mais de 1 bilhão de
reais.
(Revista Veja. Editora Abril. Edição 2231, Ano 44, no 34, 24/08/2011, p. 76)
O texto acima está se referindo ao princípio explícito da
a) legalidade.
b) irretroatividade da lei tributária.
c) anterioridade da lei tributária.
d) segurança jurídica.
e) igualdade.
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Observe que em todas as situações apresentadas, a quadrilha em questão
burlou o que dizia a lei, sonegando, abrindo empresas fantasmas, realizando
operações fictícias, entre outras. O que faz com que as operações dela sejam
ilegais?? Isso! A presença de lei estipulando o contrário, ou o que deve ser
feito corretamente. Logo, estamos diante do princípio da legalidade, o que
nos leva a ter como gabarito a alternativa “a”.
(ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim entendida como
o poder que os entes políticos – União, Estados- Membros, Distrito Federal e
Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário,
encontra limites na Constituição Federal, entre os quais destacamos o
princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser
instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição
Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo
por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos:
a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP.
b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição
para o PIS/PASEP.
c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e
proventos.
d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguros.
e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.
Os tributos que são exceções ao princípio da legalidade são os que seguem:
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� Imposto de Importação (II);
� Imposto de Exportação (IE);
� Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
� Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros (IOF);
� ICMS monofásico;
� CIDE-combustíveis
Diante disso, somente a alternativa “d” atende a enumeração acima, sendo o
gabarito da questão apresentada.
Mais uma vez fica clara a necessidade de memorizar os tributos que são
exceções aos princípios tributários.
Vamos agora às atenuações do princípio da legalidade, conhecidas também
como exceções ou mitigações ao princípio, de grande importância para as
provas de concursos de direito tributário. As bancas adoram esse tema, caro
aluno! Muita atenção.
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EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Inicialmente temos que fixar que, quanto à majoração ou criação de tributos,
princípio da legalidade não comporta exceções, devendo ser sempre por meio
de lei em sentido estrito, formal.
Por sua vez, quase que regra absoluta, as exceções dizem respeito a
alterações de alíquotas de determinados tributos, as quais veremos agora.
Nenhuma das exceções diz respeito a fatos geradores e sujeitos passivos.
---------------------------
01 – Alteração das alíquotas dos seguintes impostos federais, todos
revestidos de caráter extrafiscal (nesse caráter, a função primordial do
tributo é a de regulação da economia ou de situações de mercado, e não a
função arrecadatória):
� Imposto de Importação (II);
� Imposto de Exportação (IE);
� Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
� Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros IOF).
Essas quatro exceções ao princípio da legalidade estão previstas no artigo
153, §1º, da CF/88. Para tanto, a alteração das alíquotas dos impostos pode
ser feita por meio de ato do poder executivo federal, não necessitando de lei
formal. Em geral, essas alíquotas são alteradas por meio de decreto
presidencial ou portaria do Ministério da Fazenda.
Entretanto, as alterações devem ser apenas para reduzi-las ou restabelecê-
las, jamais para superar os valores previstos na lei instituidora do tributo.
Assim, caso a lei que institui o IPI fixe para determinado produto uma
alíquota de 30%, o poder executivo poderá reduzi-la para 5%, mas, ao
restabelecê-la, deverá fixá-la, no máximo, em 30%, não podendo superar
esse valor, a menos que haja previsão na própria lei.
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Veja o que dispõe o Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, que regula o imposto de
exportação:
“Art. 3o A alíquota do imposto é de trinta por cento,
facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para
atender aos objetivos da política cambial e do comércio
exterior.
Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do
imposto não poderá ser superior a cinco vezes o
percentual fixado neste artigo.” (Grifos nosso)
Por fim, “a competência para a fixação das alíquotas do imposto de
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados não é exclusiva do
presidente da República; pode ser exercida por órgão que integre a estrutura
do Poder Executivo”, conforme citado em prova realizada pelo CESPE em
2010. Quanto aos impostos sobre o comercio exterior, essa competência é da
CAMEX (Câmara de Comércio Exterior).
02 – Definição das alíquotas do ICMS incidente sobre combustíveis e
lubrificantes em relação à incidência monofásica (chamado de ICMS
monofásico) desse tributo.
Para esses casos, cabe aos convênios celebrados pelos Estados e pelo Distrito
Federal, por meio de seus representantes, a fixação de alíquotas do imposto
para essas situações, as quais terão eficácia em todo o território nacional,
não sendo utilizada lei em sentido formal.
Ou seja, para o ICMS incidente uma única vez, e relativo a combustíveis e
lubrificantes, as alíquotas do imposto serão fixadas por meio de Convênio
celebrados pelos Estados e pelo Distrito Federal, assinado pelos
representantes do poder executivo. Essa previsão consta no artigo 155,
§4º, IV, da CF/88:
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“§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
(...)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do §
2º, XII, g, observando-se o seguinte: (...)
Por sua vez, o §2º, XII, g e h, nos diz o seguinte:
“XII - cabe à lei complementar: (...)
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b;”
03 – As alíquotas da CIDE-combustíveis poderão ser alteradas por ato
do poder executivo federal, não necessitando de lei em sentido
estrito.
A CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) somente poderá
ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas, não podendo seus valores
ser majorados além dos previstos na lei que a regula.
Essa previsão consta no artigo 177, §4º, I, “b”, da CF/88:
“§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no
domínio econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (...)
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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo,
não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;” (Grifos
nosso)
Caso o poder executivo queira alterar as alíquotas além do limite permitido,
este não poderá fazer, cabendo ao poder legislativo fixar outro limite máximo.
04 – Também por meio de convênios interestaduais poderão ser
concedidos benefícios fiscais em matéria de ICMS (isenção, concessão
de créditos resumidos, remissões, anistias, reduções de base de
cálculo).
Essa previsão consta no artigo 150, §6º, juntamente com o artigo 155, §2º,
XII, g, ambos da CF/88:
“§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão,
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.”
“§2º (...)
XII - cabe à lei complementar: (...)
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.”
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Uma característica marcante das regras acima é que todas elas possuem o
caráter extrafiscal, ou seja, a função primordial não é a arrecadação, mas a
intervenção no mercado ou na economia, regulando situações em que se
mostra necessária a intervenção do Estado.
Para finalizar esse princípio, vamos a algumas decisões proferidas pelo STF
quanto ao tema:
“Súmula STF nº 239: Decisão que declara indevida a
cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa
julgada em relação aos posteriores.”
“Esta Corte consolidou entendimento no sentido de
caracterizar como taxa a cobrança pecuniária pela SUFRAMA
para anuir aos pedidos de guias de importação de insumos e
bens de capital e aos pedidos de desembaraço aduaneiro e
do controle dos internamentos na Zona Franca de Manaus. 2.
A cobrança de taxa por meio de portaria viola o princípio da
legalidade tributária. (RE 599450 AgR/AM, de 08/11/2011).”
“As contribuições anualmente devidas aos conselhos de
fiscalização profissional possuem natureza tributária e, desse
modo, sujeitam-se ao princípio da legalidade tributária,
previsto no art. 150, I, da Lei Maior. II – O Plenário desta
Corte, no julgamento da ADI 1.717/DF, Rel. Min. Sidney
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Sanches, declarou a inconstitucionalidade de dispositivo legal
que autorizava os conselhos de fiscalização profissional a
fixar suas contribuições anuais. (ARE 640937 AgR/PR, de
23/08/2011).”
“A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de
Justiça afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei
pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas
judiciárias. Precedentes. 4. Inércia da União Federal em
editar normas gerais sobre emolumentos. Vedação aos
Estados para legislarem sobre a matéria com fundamento em
sua competência suplementar. (ADI 1709/MT, de
10/02/2000).”
(ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim entendida como
o poder que os entes políticos – União, Estados- Membros, Distrito Federal e
Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário,
encontra limites na Constituição Federal, entre os quais destacamos o
princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser
instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição
Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo
por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos:
a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP.
b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição
para o PIS/PASEP.
c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e
proventos.
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d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguros.
e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.
Os tributos que são exceções ao princípio da legalidade são os que seguem:
� Imposto de Importação (II);
� Imposto de Exportação (IE);
� Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
� Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros (IOF);
� ICMS monofásico;
� CIDE-combustíveis
Diante disso, somente a alternativa “d” atende a enumeração acima, sendo o
gabarito da questão apresentada.
(ESAF/SRF/ Auditor Fiscal do Tesouro Nacional/1996) O princípio da
legalidade não se aplica, em toda a sua extensão:
a) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos
industrializados e imposto extraordinário decorrente de guerra.
b) aos impostos de importação e exportação, ao imposto sobre produtos
industrializados e ao impostos sobre operações financeiras.
c) às taxas e contribuições de melhoria.
d) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos
industrializados e imposto extraordinário de guerra.
e) às taxas e contribuições sociais.
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Questão repetida, exigindo apenas os tributos aos quais não se aplica o
princípio da legalidade em sua integralidade, sendo assim exceções à este.
Conforme vimos na questão anterior, são exceções ao princípio:
� Imposto de Importação (II);
� Imposto de Exportação (IE);
� Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
� Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros (IOF);
� ICMS monofásico;
� CIDE-combustíveis
Diante disso, somente a alternativa “b” atende a enumeração acima, sendo o
gabarito da questão apresentada.
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Princípio da Anterioridade Anual
Esse é outro princípio relacionado ao princípio da segurança jurídica, e visa
dotar os sujeitos passivos de um tempo mínimo para se ajustarem
aos efeitos de uma nova lei ou imposição tributária. E também
conhecido como princípio da não surpresa tributária, juntamente com o
princípio da anterioridade nonagesimal, a ser visto logo adiante, sendo
conceituado ainda como uma garantia individual dos contribuintes, possuindo
status de clausula pétrea na nossa atual CF/88.
O princípio da anterioridade anual, do exercício financeiro ou comum,
está previsto no artigo 150, III, “b”, da CF/88, cujo texto é o seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: (...)
III - cobrar tributos: (...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou;”
Como podemos observar no texto constitucional, esse postulado se volta para
todos os Entes Federativos, e em relação a todos os tributos por eles
instituídos, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES EXPRESSAMENTE PREVISTAS
NA CF/88. Logo veremos essas importantes ressalvas, bastante cobradas
em provas de concurso.
Conforme o princípio, uma lei publicada no ano X, e que institua ou majore
tributos, somente surtirá efeitos (terá eficácia) no exercício financeiro X + 1.
É vedado aos Entes políticos cobrar tributos dentro do mesmo exercício
financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou majorou,
somente podendo fazer isso no exercício financeiro seguinte ao da publicação.
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Assim, uma lei publicada em 20 de setembro de 2011, e que majora
determinado tributo federal (e desde que não seja uma exceção ao princípio)
já possui plena vigência no mundo jurídico. Entretanto, sua eficácia somente
se dará, regra geral, em 1º de janeiro de 2012, atendendo o princípio da
anterioridade anual.
Por sua vez, por exercício financeiro devemos entender o período
compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de uma mesmo ano do
calendário civil, conforme consta na lei federal nº 4.320, de 1964.
Com efeito, o princípio tem como finalidade evitar a surpresa tributária, como
falamos anteriormente, preparando o sujeito passivo para a nova tributação
ou atenuação desta, de modo que ele possa organizar suas finanças para
“acomodar” o novo ônus tributário.
Atenção, caro aluno: não confunda o princípio da anterioridade anual,
presente na nossa Carta de 1988, como o princípio da anualidade
tributária, não mais vigente nosso ordenamento constitucional. Esse
último princípio rezava que um tributo somente poderia em um determinado
exercício caso autorizado em orçamento anual, sendo autorizada a cobrança
do tributo em um ano e permitida a cobrado no exercício seguinte. Esse
princípio, repito, não mais se aplica aos dias atuais! Cuidado, as bancas
costumam cobrar isso como se fosse o princípio da anterioridade tributária.
O aumento ou a majoração de tributos, como vimos, submete-se ao princípio
da anterioridade tributária. Ok. Mas e a diminuição ou extinção de um
tributo? Submete-se?
Nenhum dos dois se submete, tendo aplicação imediata para os contribuintes.
O princípio se aplica apenas quando há prejuízo para o contribuinte, e não
para beneficiá-lo.
Por sua vez, a revogação de uma isenção INCONDICIONADA TAMBÉM
NÃO SE SUBMETE AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE, uma vez que o
tributo já era existente ao tempo da concessão, sendo conhecido do
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contribuinte que passará a suportar o ônus tributário advindo com a
revogação. Assim, passa a ser imediatamente exigido o tributo outrora
isentado pelo legislador. Esse entendimento está presente em decisão do STF,
a qual transcrevo abaixo, caro aluno:
“EMENTA – CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO.
REVOGAÇÃO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. Revogada a
isenção, o tributo volta a ser imediatamente exigível. Em
caso assim, não há de se observar o princípio da
anterioridade, dado que o tributo já é existente. (RE
204062/ES, de 27/09/96).” (Grifos nosso)
Por sua vez, a redução ou extinção de desconto para o pagamento de
tributo previsto em lei não ofende o princípio da anterioridade, tendo
aplicação imediata. Veja o que diz o STF sobre o tema:
“Alegada violação ao art. 150, III, alínea "c", da Constituição
Federal. 5. A redução ou a extinção de desconto para
pagamento de tributo sob determinadas condições previstas
em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, não
pode ser equiparada à majoração do tributo em questão, no
caso, o IPVA. Não-incidência do princípio da anterioridade
tributária. 6. Vencida a tese de que a redução ou supressão
de desconto previsto em lei implica, automática e
aritmeticamente, aumento do valor do tributo devido. (ADI
4016 MC/PR, de 01/08/2008).”
“A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o
prazo de recolhimento da obrigação tributária, sem qualquer
repercussão, não se submete ao princípio da anterioridade.
(RE 274949/SC, de 13/11/2001).”
Diante do que consta acima, o STF editou a seguinte Súmula:
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“Súmula STF nº 669: Norma legal que altera o prazo de
recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.”
Outras decisões nos dizem o seguinte quanto à anterioridade:
“A modificação dos fatores de indexação, com base em
legislação superveniente, não constitui desrespeito a
situações jurídicas consolidadas (CF, art. 5º, XXXVI), nem
transgressão ao postulado da não-surpresa,
instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade
tributária (CF, art. 150, III, "b"). (RE 200844, de
25/06/2002).”
“EMENTA: I. Ação direta de inconstitucionalidade: L. 959, do
Estado do Amapá, publicada no DOE de 30.12. 2006, que
dispõe sobre custas judiciais e emolumentos de serviços
notariais e de registros públicos, cujo art. 47 - impugnado -
determina que a "lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de
2006": procedência, em parte, para dar interpretação
conforme à Constituição ao dispositivos questionado e
declarar que, apesar de estar em vigor a partir de 1º de
janeiro de 2006, a eficácia dessa norma, em relação aos
dispositivos que aumentam ou instituem novas custas e
emolumentos, se iniciará somente após 90 dias da sua
publicação. II. Custas e emolumentos: serventias judiciais e
extrajudiciais: natureza jurídica. É da jurisprudência do
Tribunal que as custas e os emolumentos judiciais ou
extrajudiciais tem caráter tributário de taxa. III. Lei
tributária: prazo nonagesimal. Uma vez que o caso
trata de taxas, devem observar-se as limitações
constitucionais ao poder de tributar, dentre essas, a
prevista no art. 150, III, c, com a redação dada pela EC
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42/03 - prazo nonagesimal para que a lei tributária se torne
eficaz. (ADI 3064/AP, de 20/09/2006).”
Por sua vez, temos outra importante decisão do STF, já cobrada literalmente
em provas de concurso, que dispõe sobre a simples prorrogação de prazo de
aplicação de alíquota anteriormente publicada e já vigente, não sendo
necessária obediência ao princípio da anterioridade para que seja novamente
aplicável. Segue a sua transcrição:
“TRIBUTÁRIO. ICMS. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA.
PRORROGAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO PRAZO
NONAGESIMAL (ARTIGO 150, III, C, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL). RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E
PROVIDO. 1. A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a
cobrança do ICMS com a alíquota majorada de 17 para 18%,
criada pela Lei paulista 11.601/2003. 2. O prazo
nonagesimal previsto no art. 150, III, c, da
Constituição Federal somente deve ser utilizado nos
casos de criação ou majoração de tributos, não na
hipótese de simples prorrogação de alíquota já
aplicada anteriormente. 3. Recurso extraordinário
conhecido e provido para possibilitar a prorrogação da
cobrança do ICMS com a alíquota majorada. (RE 584100/SP,
de 25/11/2009).”
“CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PIS. EMENDA
CONSTITUCIONAL 10/96. ADI 1.420/DF. EFEITOS
RETROATIVOS. PRORROGAÇÃO DE ALÍQUOTA.
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL: INAPLICABILIDADE.
PRECEDENTES. 1. A decisão agravada aplicou a
jurisprudência desta Corte no sentido da constitucionalidade
da Emenda Constitucional 10/96 e das alterações por ela
trazidas à legislação do PIS. Precedentes. 2. O Supremo
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Tribunal Federal possui entendimento segundo o qual a
prorrogação da data originariamente prevista para vigorar o
tributo não equivale a sua instituição ou majoração, razão
pela qual a anterioridade nonagesimal não incide nessa
hipótese. (RE 537688 AgR/RS, de 19/04/2011).”
Por sua vez, como toda e boa regra, o princípio da anterioridade comporta
algumas exceções, que veremos agora.
O princípio da anterioridade tributária nos diz que nenhum ente político
poderá cobrar tributos no mesmo exercício financeiro que em tenha sido
publicada a lei que os instituiu ou aumento.
Excepcionado essa regra, temos alguns tributos, que, ao serem instituídos ou
majorados, já podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que
essas mudanças forem impostas aos sujeitos passivos.
Observe a figura que segue abaixo, onde constam as exceções ao princípio da
anterioridade, bem como aos da legalidade e ao da anterioridade
nonagesimal, a ser vista logo adiante na aula:
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Assim, temos como exceções ao princípio da anterioridade os seguintes
tributos:
� II, IE, IOF e IPI (os chamados impostos com função extrafiscal)
– Artigo 153, I, II, IV e V;
� Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) – Artigo 154, II;
� Instituição de empréstimos compulsórios nos casos de
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência – Artigo
148, I;
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� Instituição ou majoração de alíquotas das Contribuições
parafiscais para a seguridade social – Artigo 195, §6º;
� Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas da CIDE-
Combustíveis – Artigo 177, §4º, I, “b”;
� Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas do ICMS -
Monofásico, relativo aos combustíveis e lubrificantes – Artigo
155, §4, IV.
A previsão das exceções está contida nos artigos 150, §1º, 148, I, 195, §6º,
177, §4º, II, “b” e 155, §4º, IV, que assim nos dizem:
“Artigo 150. (...)
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154,
II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos
nos arts. 155, III, e 156, I.”
“Art. 195. (...)
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".”
“Art. 177. (...)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (...)
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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se
lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;”
“Art. 155. (...)§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-
á o seguinte: (...)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do §
2º, XII, g, observando-se o seguinte: (..)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, b”.
Assim, por exemplo, caso o poder executivo federal majore as alíquotas da
CIDE-combustíveis no dia 14 de março de 2010, a alteração já poderá surtir
efeito no mesmo exercício financeiro, qual seja, 2010. Para tanto, deverá
observar apenas o prazo de 90 dias contados da data da publicação da lei que
a majorou, em obediência ao princípio da anterioridade nonagesimal, o qual
veremos agora, no item seguinte da aula.
Somente para constar, a alteração das alíquotas já poderia produzir efeitos
para os contribuintes em 13 de junho de 2010, noventa dias após o dia 14 de
março de 2010.
Vamos ver agora como esse tema foi cobrado em prova, caro aluno. Vejas as
seguintes questões.
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(ESAF/SRF/Técnico do Tesouro Nacional/1998) Quanto ao princípio da
anterioridade, pode-se dizer que:
a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do início da
vigência da lei que houver instituído ou aumentado um tributo.
b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações
Financeiras e às Taxas decorrentes do exercício do poder de polícia.
c) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações
Financeiras e ao Imposto de Exportação.
d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o pressuposto
de sua instituição.
e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma que às
outras espécies tributárias.
Alternativa a) Incorreta. Essa definição está relacionada ao princípio da
irretroatividade, e não ao da anterioridade, que proíbe, exceto em relação às
exceções ao princípio, que se tribute fatos geradores no mesmo exercício
financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumento.
Alternativa b) Incorreta. O princípio realmente não se aplica aos dois
primeiros impostos, mas se aplica integralmente às taxas em razão do
exercício do poder de polícia.
Alternativa c) Correta. Esses são algumas das exceções ao princípio da
anterioridade, que são os seguintes:
� II, IE, IOF e IPI (os chamados impostos com função extrafiscal) – Artigo
153, I, II, IV e V;
� Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) – Artigo 154, II;
� Instituição de empréstimos compulsórios nos casos de calamidade
pública, guerra externa ou sua iminência – Artigo 148, I;
� Instituição ou majoração de alíquotas das Contribuições parafiscais para
a seguridade social – Artigo 195, §6º;
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� Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas da CIDE-
Combustíveis – Artigo 177, §4º, I, “b”;
� Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas do ICMS -
Monofásico, relativo aos combustíveis e lubrificantes – Artigo 155, §4,
IV.
Alternativa d) Incorreta. Quanto aos empréstimos compulsórios, o
princípio não se aplica nos casos de instituição do mesmo em razão de de
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. Porém, será aplicado
nos casos de investimento publico de caráter urgente ou de relevante
interesse nacional.
Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa “c”.
(FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado)
Submete-se integralmente aos princípios da legalidade, anterioridade anual e
anterioridade nonagesimal o imposto sobre:
a) os produtos industrializados.
b) a renda e proventos de qualquer natureza.
c) a transmissão de bens causa mortis e doação.
d) a propriedade de veículos automotores.
e) a propriedade territorial urbana.
Consultando a figura apresentada anteriormente, fica fácil encontrar a
resposta, a qual se apresenta na alternativa “c”, uma vez que o ITBI não
apresenta exceções a esse princípio.
Vamos ao princípio da anterioridade nonagesimal!
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Princípio da Anterioridade Nonagesimal
O princípio da anterioridade nonagesimal foi acrescentado à CF/88 pela
Emenda Constitucional nº 42, de 2003, proibindo a cobrança de tributos
antes de decorridos noventa dias da data em que tenha sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, conforme o artigo 150, II,
“c”, cujo texto é seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: (...)
III - cobrar tributos: (...)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b;” (Grifos nosso)
Esse princípio, também conhecido como princípio da anterioridade
privilegiada ou qualificada, veio a reforçar ainda mais a segurança jurídica
dos contribuintes contra um aumento inesperado da carga tributária, uma vez
que muitos tributos poderiam ter suas alíquotas alteradas no dia 31 de
dezembro de 2010, por exemplo, e já produzirem efeitos em 1º de janeiro de
2011, obedecendo estritamente o que determina o princípio da anterioridade
anual.
Assim, ressalvadas as exceções à noventena previstas expressamente
na CF/88, os tributos, na sua majoração ou extinção, estarão submetidos à
observância dos dois princípios: anterioridade anual e nonagesimal.
Por exemplo, caso a União venha a alterar a alíquota do ITR (imposto
submetido aos dois princípios) por meio de lei publicada em 20 de dezembro
de 2011, as alterações somente surtirão efeito em 21 de março de 2012, 90
dias após a data da publicação.
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Caso a mesma lei do ITR seja publicada em 20 de março de 2011, esta
somente produzirá efeitos em 1º de janeiro de 2012, uma vez que o prazo de
90 se encerrará dentro do ano de 2011, hipótese em que não será observado
o princípio da anterioridade anual.
Caso a mesma lei agora seja publicada em 1º de outubro de 2011, depois de
decorridos 90 dias após a data da publicação, chegaremos ao dia 31 de
dezembro, sendo atendido o princípio da noventena, mas não o da
anterioridade anual. Assim, os efeitos da lei somente se darão um dia depois,
em 1º de janeiro de 2012.
Por fim, caso publicada a lei em 02 de outubro de 2011, depois de decorridos
90 dias após a data da publicação, chegaremos ao dia 1º de janeiro de 2012,
no limiar que atende aos dois princípios: anterioridade e noventena.
Com isso, chegamos a uma regra básica para a contagem dos prazos.
Considere que a lei, quanto ao prazo da noventena, somente entra em vigor
no 91º dia após a data de publicação da lei que institui ou majora o tributo. O
texto da CF/88 fala “depois de decorridos 90 dias após a data da publicação
da lei”.
As regras são (GUARDE BEM, CARO ALUNO):
� Caso a lei seja publicada entre 1º de janeiro e 1º de outubro de um
ano, invariavelmente, e desconsiderando as exceções, sua vigência
somente se dará em 1º de janeiro do ano seguinte;
� Caso a lei seja publicada entre 02 de outubro e 31 de dezembro de um
determinado ano, basta, para atendimento dos dois princípios,
estabelecer o 91º dia da contagem, sendo este o dia em que a lei
produzirá efeitos junto aos contribuintes.
Assim como o princípio da anterioridade anual, o da noventena também
possui exceções constitucionalmente previstas, presentes no artigo 150, §1º,
da CF/88:
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“Artigo 150. (...)
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II,
nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I.”
Para fixação das exceções à noventena, trago novamente a figura
apresentada anteriormente:
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Assim, temos como exceções ao princípio da noventena os seguintes tributos:
� II, IE, IOF e IR– Artigo 153, I, II, III e IV;
� Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) – Artigo 154, II;
� Empréstimos compulsórios nos casos de calamidade pública, guerra
externa ou sua iminência – Artigo 148, I;
� Fixação da base de cálculo do IPVA – Artigo 155, III;
� Fixação de base de cálculo do IPTU – Artigo 156, I.
Diante do quadro apresentados, SÃO EXCEÇÕES AOS DOIS PRINCÍPIOS
(ANTERIORIDADE E NOVENTENA) OS SEGUINTES TRIBUTOS:
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II);
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE);
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF);
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG);
EMPRESTIMOOS COMPULSÓRIOS, DECORRENTES DE
CALAMIDADE PÚIBLICA, GUERRA EXTERNA OU SUA IMINENCIA
(EC).
Atenção redobrada quanto aos dois últimos casos de exceção à noventena: as
alterações dizem respeito à BASE DE CALCULO DO IPVA E DO IPTU, E
NÃO SE EXTENDE A ALÍQUOTAS. É comum o elaborador das questões
tentar pegar o candidato menos atento. MUITA ATENÇÃO, CARO ALUNO!
Por sua vez, quanto à base de calculo dos dois tributos acima, esta é
considerada como sendo a VALOR VENAL DO BEM, seja o imóvel, seja o
veiculo. Ao menos, na grande maioria das legislações estaduais e municipais.
Por sua vez, as duas últimas exceções quanto à CIDE-combustíveis e ao ICMS
monofásico dizem respeito às ALTERAÇÕES DE ALIQUOTAS.
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OUTRA OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE PARA CÁLCULOS: 90 DIAS NÃO É
IGUAL A TRÊS MESES, REGRA GERAL. A coincidência somente se dará para a
seqüência dezembro-janeiro-fevereiro e janeiro-fevereiro-março, e desde que
o ano considerado não seja bissexto. ☺
Vamos agora ao que nos diz a CF/88 em relação às medidas provisórias e os
princípios da anterioridade anual e da noventena.
MEDIDAS PROVISÓRIAS
O artigo 62, §2º, da CF/88, nos diz o seguinte:
“§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o
último dia daquele em que foi editada”
A previsão acima foi instituída pela EC nº 32, de 2003, permitindo
expressamente a edição de MP para a instituição e majoração de IMPOSTOS.
ATENÇAO, CARO ALUNO: O TEXTO DA CF/88 FALA APENAS EM IMPOSTOS!!
Entretanto, recentes decisões do STF têm estendido a previsão também às
taxas e contribuições sociais, antes mesmo da citada EC, como podemos
notar abaixo:
“EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força
de lei. 3. A Medida Provisória, tendo força de lei, é
instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e
contribuições sociais. (RE 236976/MG, de 17/08/1999).”
Quanto à MP, os tributos por ela criados devem obediência aos princípios da
anterioridade anual e da noventena, assim como os criados por meio de lei,
exceto nos casos em que se observam exceções.
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Por sua vez, para que possam surtir efeitos no exercício financeiro seguinte,
as medidas provisórias devem ter sido CONVERTIDAS EM LEI até o último
dia do exercício em que foram editadas, sem o qual somente produzirão
efeitos no próximo exercício posterior ao seguinte da edição. Essa regra é
válida apenas para os impostos, e ressalvadas as exceções previstas no texto
do artigo 62, §2º, quais sejam:
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II);
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE);
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF);
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI);
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG).
Assim, caso uma MP venha a instituir ou majorar tais impostos, a incidência
se dará de imediato, sem que seja necessária a conversão da MP em lei para
tanto. Entretanto, para o IPI, deverá ser observado o prazo da noventena, de
90 dias após a data de publicação da MP.
Quanto às taxas e contribuições de melhoria, devem ser observados,
SEMPRE, os dois princípios: anterioridade e noventena. Quanto à essas
espécies, não há exceção.
Para os empréstimos compulsórios, o imposto sobre grandes fortunas e os
impostos e contribuições residuais, estes não poderão ser instituídos ou
majorados por meio de MP, uma vez que exigem lei complementar, a qual
não pode ter temas a ela conferidos tratados por MP, por expressa proibição
constitucional (artigo 62, §1º, III).
Por fim, quanto às contribuições sociais, o STF entende que o prazo de
90 dias deve ser contado a partir da edição originaria da MP. Logo,
publicada a MP majorando ou instituindo contribuição, esta começará a ter
eficácia a partir do 91º seguinte ao da publicação da MP, INDEPENDENTE DO
DIA DA CONVERSÃO EM LEI.
Veja os seguintes julgados do STF, caro aluno:
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“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. COFINS. MEDIDA PROVISÓRIA
1.724/1998, CONVERTIDA NA LEI 9.718/1998. ALÍQUOTA
FIXADA EM 3% (TRÊS POR CENTO). ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, que me parece juridicamente correta, é firme no
sentido de que o prazo nonagesimal de que trata o § 6º
do art. 195 da Constituição Federal é contado a partir
da publicação da Medida Provisória 1.724/1998, e não
a partir da publicação da Lei 9.718/1998. (RE
493396/SP, de 26/04/2011).”
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. PIS. MEDIDA
PROVISÓRIA 1.212/95. REEDIÇÕES. ART. 62, P. ÚNICO, DA
CF/1988. CONSTITUCIONALIDADE. O Pleno do Supremo
Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do RE 232.896
(rel. min. Carlos Velloso, DJ de 01.10.1999), entendeu que
medida provisória reeditada dentro de seu prazo de validade
não perde sua eficácia em função de sua não-apreciação pelo
Congresso Nacional. Decidiu-se, também, que o prazo
nonagesimal a que se refere o art. 195, § 6º, nos casos de
reedição de medida provisória, conta-se a partir da
veiculação da primeira medida provisória. (RE 577923
AgR/BA, de 10/02/2009”.
PORÉM, A PREVISÃO ACIMA SOMENTE SE DÁ EM CASO DE APROVAÇÃO DA
LEI SEM QUE HAVA ALTERAÇÃO SIGNIFICATIVA EM RELAÇAO AO TEXTO
ORIGINAL DA MP.
CASO HAJA ALTERAÇAO SUBSTANCIAL DO TEXTO DA MP NO
CONGRESSO NACIONAL ANTES DE SUA CONVERSÃO EM LEI, O PRAZO
DE 90 DIAS SERÁ CONTADO A PARTIR DA PUBLICAÇÃO DA LEI NOVA,
E NÃO DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP.
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(FCC/2006/SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/Prova 2)
Aplica-se o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena criada pela
Emenda Constitucional no 42 de 19/12/2003) ao imposto sobre:
a) operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários.
b) renda e proventos de qualquer natureza.
c) importação de produtos estrangeiros.
d) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
e) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
São exceções ao princípio da noventena os seguintes tributos:
� II, IE, IOF e IR– Artigo 153, I, II, III e IV;
� Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) – Artigo 154, II;
� Empréstimos compulsórios nos casos de calamidade pública, guerra
externa ou sua iminência – Artigo 148, I;
� Fixação da base de cálculo do IPVA – Artigo 155, III;
� Fixação de base de cálculo do IPTU – Artigo 156, I.
Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.
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(FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público Especial
junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto à anterioridade tributária,
(A) há duas regras de anterioridade: a anterioridade de exercício para os
impostos e a anterioridade nonagesimal para as contribuições.
(B) as contribuições não estão sujeitas à anterioridade de exercício.
(C) as contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade social
não estão sujeitas à anterioridade de exercício.
(D) as taxas não estão sujeitas à anterioridade nonagesimal mínima prevista
no art. 150, III, c, da CF.
(E) a anterioridade nonagesimal mínima só é aplicável aos impostos sobre o
patrimônio.
Alternativa a) Incorreta. O princípio da anterioridade, seja ele do exercício
ou nonagesimal, é aplicado tanto a impostos quanto à contribuições,
indistintamente, e desde que determinada hipótese não seja uma exceção a
um ou outro princípio, ou a ambos.
Alternativa b) Incorreta. Exceto nos casos previstos na CF/88
expressamente, as contribuintes estão sujeitas ao princípio da anterioridade.
Como exemplo, temos as contribuições de melhoria, as contribuições para o
custeio do serviço de iluminação pública, entre outras.
Alternativa c) Correta. É o que nos diz o artigo 195, §6º, da CF/88, o qual
determina que as contribuições sociais ficarão sujeitas apenas ao princípio da
anterioridade nonagesimal. Ou seja, ainda que a lei de instituição de uma
contribuição seja publicada em 2011, esse tributo já poderá ser exigido
dentre deste mesmo ano, desde que já tenham sido decorridos noventa dias
a partir da publicação da lei de instituição.
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Alternativa d) Incorreta. As taxas são tributos que obedecem aos dois
princípio da anterioridade previstos na nossa CF/88. Tanto o da anterioridade
anual quanto o da anterioridade nonagesimal, não comportando exceções.
Alternativa e) Incorreta. A anterioridade nonagesimal é aplicada
especificamente a cada tributo, não comportando regra que englobe esse ou
aquele grupo de tributos em razão de uma característica comum, como o são
os impostos sobre o patrimônio (IPTU, IR, ITR, entre outros). O princípio da
anterioridade nonagesimal, por exemplo, é aplicado também aos impostos
sobre a circulação, como o ICMS, regra geral.
(ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estado de Minas
Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, em atenção às Constituições
Estadual e Federal, medida provisória visando à majoração de imposto
estadual. A norma entrou em vigor na data de sua publicação. O Poder
Legislativo Estadual, porém, somente converteu a medida provisória em lei no
dia 20 de fevereiro de 2008. Em face da situação hipotética e considerando os
parâmetros de vigência e aplicação da legislação tributária, aponte em que
data o aumento poderá ser efetivamente cobrado.
a) 1º de janeiro de 2008.
b) 4 de fevereiro de 2008.
c) 20 de maio de 2008.
d) 1º de janeiro de 2009.
e) 31 de março de 2009.
A regra presente no artigo 62, §2º, da CF/88 é clara, dispondo que, salvo no
caso das exceções expressamente previstas (II, IE, IPI, IOF, IEG), as
medidas provisórias que impliquem em instituição ou majoração de impostos
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só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Uma vez que as exceções dizem respeito a tributos federais, a medida
provisória editada pelo poder estadual somente poderia surtir efeitos no ano
de 2008 se houvesse sido convertida em lei até o ultimo dia de 2007, o que
não ocorreu no caso.
Uma vez que a medida provisória somente foi convertida em lei no dia 20 de
fevereiro de 2008, e atendendo aos princípios da anterioridade e da
noventena, o referido tributo somente poderá ser cobrado no dia 1º de
janeiro de 2009.
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.
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Princípio da Isonomia
“Tributar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na
medida da sua desigualdade”. Essa é a famosa frase em que se baseia o
princípio da isonomia tributária, que visa estabelecer parâmetros de
tributação justa e equânime entre os diferentes tipos de contribuintes.
A isonomia, ou igualdade, está prevista genericamente no caput do artigo5º
da CF/88:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: (...)
Por sua vez, o princípio da isonomia, no âmbito tributário, encontra-se
insculpido no artigo 150, II, da CF/88, que assim nos diz:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;”
(Grifos nosso)
Estabelecer uma só regra para todos os contribuintes não é aplicar
corretamente o princípio da isonomia, uma vez que a lei tributária deve
considerar as diferenças que existem entre cada uma das classes de sujeitos
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passivos, rendas, patrimônios e demais fatores pertinentes a capacidade
contributiva de cada um.
Por exemplo, caso a lei que regula o Imposto de Renda estabelecesse uma
alíquota única de 10% para todos os contribuintes, estaria atingindo
frontalmente o princípio da isonomia, uma vez que aqueles que dispõem de
pouca renda seriam tributados igualmente aos milionários, que dispõem de
maior patrimônio e renda.
Tirar, por exemplo, R$ 100,00 de quem ganha R$ 1.000,00 por mês não
parece ser tão justo quanto tirar R$ 1.000,00 de quem ganha R$ 10.000,00.
Os que ganham mais participam do financiamento da sociedade com valores
maiores do que aqueles que ganham menos. Isso sem levar em consideração
os que nada ganham, ou ainda os atuais isentos do IR.
Diante disso é que foi instituído, para o imposto de renda, alíquotas
progressivas, visando tributar com uma parcela maior dos rendimentos
aqueles que ganham mais renda, cuja alíquota máxima é 27,50%. Observe a
seguinte tabele de rendimentos e respectivas alíquotas de IR para o ano-
calendário 2010, sendo um ótimo exemplo de aplicação do princípio da
isonomia:
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Por sua vez, a igualdade tributária pressupõe duas vertentes importantes:
� IGUALDADE PERANTE A LEI � é a igualdade no seu sentido
jurídico, no qual os normativos tributários devem prever tratamento
jurídico igualitário entre todos aqueles que se mostram iguais e em
idênticas situações, aplicando-se regras diferenciadas para cada grupo
de iguais e desiguais;
� IGUALDADE NA LEI � é a igualdade no sentido econômico, que
visa tributar de maneira igual os iguais e de maneira desigual os
desiguais, sem extrapolar os limites da sua capacidade contributiva,
sendo os imposto graduados conforme o que cada um pode contribuir
(por exemplo, os que ganham R$ 10.000,00, a princípio, parecem
iguais, mas a lei deve considerar que uns podem gastar BA parte da sua
renda apenas com luxos e bens supérfluos, enquanto outros gastam
parte delas com educação, dependentes, remédios, hospitais, etc.).
Veja o que nos diz o STF sobre o tema acima:
“O POSTULADO CONSTITUCIONAL DA ISONOMIA - A
QUESTÃO DA IGUALDADE NA LEI E DA IGUALDADE PERANTE
A LEI (RTJ 136/444-445, REL. P/ O ACÓRDÃO MIN. CELSO
DE MELLO). - O princípio da isonomia - que vincula, no plano
institucional, todas as instâncias de poder - tem por função
precípua, consideradas as razões de ordem jurídica, social,
ética e política que lhe são inerentes, a de obstar
discriminações e extinguir privilégios (RDA 55/114),
devendo ser examinado sob a dupla perspectiva da
igualdade na lei e da igualdade perante a lei (RTJ
136/444-445). A alta significação que esse postulado assume
no âmbito do Estado democrático de direito impõe, quando
transgredido, o reconhecimento da absoluta desvalia jurídico-
constitucional dos atos estatais que o tenham desrespeitado.
Situação inocorrente na espécie. - A isenção tributária
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concedida pelo art. 2º da Lei nº 8.393/91, precisamente
porque se acha despojada de qualquer coeficiente de
arbitrariedade, não se qualifica - presentes as razões de
política governamental que lhe são subjacentes - como
instrumento de ilegítima outorga de privilégios estatais em
favor de determinados estratos de contribuintes.(AI 360461
AgR/MG, de 06/12/2005)”.
Observe que a CF/88 não proíbe a discriminação tributária, apenas condena
aquelas que sejam desvirtuadas em sem razão de ser. Diferenciação
tributária em razão de sexo, origem, raça, opção sexual, convicção
política ou filosófica, por exemplo, não se apresentam como
justificativa para a adoção de tratamento tributário diferenciado
entre os contribuintes.
É esse tipo de discriminação que a CF/88 veda, em especial em razão da
atividade profissional ou função exercida pelo contribuinte, ou ainda em
função da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos
percebidos.
Assim, é razoável instituir uma isenção do IPTU àqueles que moram em
imóveis situados em áreas reconhecidamente carentes de infraestrutura. Ou
aos automóveis, quanto ao IPVA, com mais de 15 anos de uso. Exemplo
clássico é a permissão de deduções do IR quanto aos valores pagos com
educação e saúde do contribuinte e dependentes.
De maneira diferente, não se mostra coerente, em nenhuma ótica de
pensamento comum e igualitário, isentar do imposto de renda os rendimentos
dos governadores estaduais, ou conceder isenção para o ITBI quanto aos
imóveis transmitidos para artistas de televisão.
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Outro exemplo, dessa vez em relação à denominação dos rendimentos, títulos
ou direitos, seria o caso de duas empresas do ramo de construção civil que
possuem exatamente o mesmo tipo de trabalhar executando a mesma
função. Em uma, os valores pagos são denominados de salário. Em outra, de
auxilio construção. A tributação de ambos não poderá ser diferenciada
exclusivamente em razão da denominação dada a cada um deles, ainda que,
para fins jurídicos, elas não existam na prática (foi apenas um exemplo
esdrúxulo, caro aluno).
Todos os exemplos tratados acima se referem aos chamados privilégios
odiosos, que são os privilégios baseados em critérios repugnantes e sem
fundamento tributário. São eles que o princípio da isonomia visa combater,
devendo existir correlação aceitável entre o benefício a ser concedido e a
discriminação a ser instituída.
Cláusula do “Pecunia Non Olet”
Essa cláusula, traduzida também como um princípio tributário, se firma no
sentido de que o dinheiro não tem cheiro, de autoria do Imperador
Vespasiano, na Roma Antiga. Assim, a hipótese de incidência tributária deve
ser entendida de forma que o intérprete se abstraia da licitude ou ilicitude da
atividade exercida.
Por esse pensamento, tanto as atividades perfeitamente lícitas e legais
quanto aquelas ilícitas e à margem da legalização devem ser tributadas de
igual forma, uma vez que o direito tributária se afirma apenas na ocorrência
do fato gerador, abstraindo-se da validade jurídica ou não dos atos que a ele
deram origem.
O direito tributário preocupa-se apenas com a relação econômica relativa a
determinado fato jurídico, conforme nos diz o artigo 118 do CTN, cujo texto é
o seguinte:
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“Art. 118. A definição legal do fato gerador é
interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus
efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.” (Grifos
nosso)
Como exemplo, imagine um traficante da recém tomada Rocinha que, em
razão do seu “negócio” de circulação de drogas e entorpecentes de elevada
estima e qualidade, tenha auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro
do que a ilicitude do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo
considerado inclusive um crime inafiançável.
Contudo, a renda auferida está sujeita à incidência do IR, uma vez que houve
o seu fato gerador, qual seja: auferir renda. Assim, igualmente a todos os
trabalhadores que auferem renda em razão da labuta diária, o “prezado”
traficante também está obrigado ao pagamento do IR. Observe que o motivo
não é o tráfico de drogas, mas sim a aquisição da renda decorrente deste,
que dá origem à obrigação tributária. Não há qualquer sanção imposta por
meio do tributo em decorrência do ato ilícito. Esse deverá ser punido em
outra esfera, como a penal, mas jamais na tributária.
Da mesma maneira, são também tributáveis todas as rendas decorrentes, por
exemplo, do tráfico de pessoas, lenocínio, prostituição, corrupção, lavagem
de dinheiro (que bom seria que fosse realmente tributável na prática), jogos
de azar, entre outros.
Nada impediria, por exemplo, a cobrança de IPTU sobre imóvel utilizado como
casa de prostituição ou no sacrifício ilegal de animais, ou ainda em rituais
satânicos. Nada disso importa para a tributação. Se há a propriedade predial
de imóvel situado no Município, é devido o IPTU aos cofres municipais.
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Veja o que diz o STF sobre o tema:
“A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código
Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a
tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, visto
que a definição legal do fato gerador é interpretada com
abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos.
Princípio do non olet. (HC 94240/SP, de 23/08/2011).”
“EMENTA: Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade
criminosa: "non olet". Drogas: tráfico de drogas, envolvendo
sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos
subtraídos à contabilização regular das empresas e
subtraídos à declaração de rendimentos: caracterização, em
tese, de crime de sonegação fiscal, a acarretar a competência
da Justiça Federal e atrair pela conexão, o tráfico de
entorpecentes: irrelevância da origem ilícita, mesmo quando
criminal, da renda subtraída à tributação. A exoneração
tributária dos resultados econômicos de fato criminoso -
antes de ser corolário do princípio da moralidade - constitui
violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta
inspiração ética. (HC 77530/RS, de 25/08/1998).”
----------------------------------------
Para finalizar, vamos ver algumas decisões do STF sobre o tema da igualdade
tributária:
“Sob o pretexto de tornar efetivo o princípio da isonomia
tributária, não pode o Poder Judiciário estender benefício
fiscal sem que haja previsão legal específica. No caso em
exame, a eventual conclusão pela inconstitucionalidade do
critério que se entende indevidamente restritivo conduziria à
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inaplicabilidade integral do benefício fiscal. A extensão do
benefício àqueles que não foram expressamente
contemplados não poderia ser utilizada para restaurar a
igualdade de condições tida por desequilibrada. (RE
405579/PR, de 01/12/2010).”
“A Constituição Federal outorga aos Estados e ao Distrito
Federal a competência para instituir o Imposto sobre
Propriedade de Veículos Automotores e para conceder
isenção, mas, ao mesmo tempo, proíbe o tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem na mesma
situação econômica. Observância aos princípios da igualdade,
da isonomia e da liberdade de associação. (ADI 1655/AP,
03/03/2004)”.
“Ao instituir incentivos fiscais a empresas que contratam
empregados com mais de quarenta anos, a Assembléia
Legislativa Paulista usou o caráter extrafiscal que pode ser
conferido aos tributos, para estimular conduta por parte do
contribuinte, sem violar os princípios da igualdade e da
isonomia. (ADI 1276/SP, de 29/02/2002)”.
“Por disposição constitucional (CF, artigo 179), as
microempresas e as empresas de pequeno porte devem ser
beneficiadas, nos termos da lei , pela "simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas" (CF, artigo
179). 4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se
a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a
microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade
contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES
aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de
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trabalho sem assistência do Estado.(ADI 1643/DF, de
05/12/2002).”
“A Constituição consagra o tratamento isonômico a
contribuintes que se encontrem na mesma situação, vedando
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida (art. 150, II, CF). II – Assim,
afigura-se inconstitucional dispositivo de lei que concede aos
membros e servidores do Poder Judiciário isenção no
pagamento de custas e emolumentos pelos serviços judiciais
e extrajudiciais. (ADI 3334/RN, de 17/03/2011).”
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP E COFINS.
EXTENSÃO DE TRATAMENTO DIFERENCIADO. ISONOMIA.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. 1. O acolhimento
da postulação da autora --- extensão do tratamento
tributário diferenciado concedido às instituições financeiras,
às cooperativas e às revendedoras de carros usados, a título
do PIS/PASEP e da COFINS --- implicaria converter-se o STF
em legislador positivo. Isso porque se pretende, dado ser
ínsita a pretensão de ver reconhecida a inconstitucionalidade
do preceito, não para eliminá-lo do mundo jurídico, mas com
a intenção de, corrigindo eventual tratamento adverso à
isonomia, estender os efeitos da norma contida no preceito
legal a universo de destinatários nele não contemplados. (RE
402748 AgR/PE, de 22/04/2008).”
“Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos
consumidores de energia elétrica do município não ofende o
princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar
e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação
pública. II - A progressividade da alíquota, que resulta do
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rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores
de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade
contributiva. III - Tributo de caráter sui generis, que não se
confunde com um imposto, porque sua receita se destina a
finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao
contribuinte. IV - Exação que, ademais, se amolda aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. (RE
573675/SC, de 25/03/2009).”
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Princípio da Capacidade Contributiva
Esse é mais um princípio relacionado à justiça fiscal e à isonomia no
tratamento tributário, visando tratar todos conforme o poder que cada um
tem em contribuir com a sociedade, sem lhe arrancar o indispensável à
própria sobrevivência. O princípio da capacidade contributiva está previsto no
artigo 145, §1º, da CF/88, que assim nos diz:
“Art. 145. (...)
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.” (Grifos nosso)
Só com esse enunciado já é possível responder muitas questões de prova.
Veja um exemplo, caro aluno.
(ESAF/SRF/AFRF/2000) Para responder esta questão preencha
corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a Constituição
da República, contém o par correto de expressões. ______(1)______, os
impostos terão caráter pessoal para, entre outros objetivos, conferir
efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a capacidade
econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária, identificar o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte,
_____(2)_____
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a) (1) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum (2)
desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado
específico de investigação fiscal.
b) (1) Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre
discrição, (2) desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja
específica autorização judicial.
c) (1) Havendo expressa opção pelo legislador, (2) mas apenas se houver
alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o
impede.
d) (1) Sempre que possível, (2) respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei.
e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da
República, (2) mas a Constituição expressamente veda acesso a dados
financeiros do contribuinte em poder de terceiros.
Essa questão tratou do princípio da capacidade contributiva, um dos
princípios preferidos das bancas examinadoras. Esse princípio está presente
no §1º do artigo 145 da CF/88, cuja redação é a seguinte:
“§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas
do contribuinte.”
“Professor, tenho que decorar o texto desse parágrafo. É a cobrança literal do
que tem nele.”
Muitas questões de concursos cobram a literalidade desse parágrafo, caro
aluno. Será ótimo se você souber todo o conteúdo dele sem precisar decorar,
mas, se decorar, já poderá resolver muitas questões.
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Observe o começo do texto do parágrafo e compare com o que consta no
inicio das alternativas. Somente a alternativa “d” preenche os requisitos do
enunciado. O princípio da capacidade contributiva será observado sempre que
for possível pelo legislador, uma vez que nem todos os impostos presentes na
nossa constituição permitem essa individualização.
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.
O princípio da capacidade contributiva está intimamente relacionado ao
princípio da igualdade ou da isonomia, ou seja, a igualdade na lei, na qual se
busca a justiça social dos tributos. Diante disso, temos que separar dois tipos
de equidade: a horizontal e a vertical.
A equidade horizontal significa que os contribuintes que possuam igual
capacidade contributiva devem ser tributados de maneira igual, com a mesma
participação e pagando os mesmos valores de tributos. É o que podemos
chamara de tratar igualmente os iguais.
Por sua vez, a equidade vertical nos diz que os contribuintes que possuem
capacidades contributivas diferentes devem ser tributados e pagar tributos de
maneira diferentes, suportando cargas tributárias diferenciadas. É o que
chamamos de tratar desigualmente os desiguais, na medida da sua
desigualdade. Quem ganha mais deve pagar mais do que aquele que ganha
menos. E, para um melhor implemento dessa equidade, devem ser buscados
os mecanismos adequados, como a progressividade de alíquotas, a
seletividade de mercadorias e serviços, as imunidades e a isenções, princípios
e temas a serem vistos mais adiante.
Nesse contexto, temos que diferenciar o que vem a ser capacidade econômica
da capacidade contributiva. Vejamos.
A capacidade econômica está relacionada ao aspecto objetivo, ou
absoluto, o qual está intimamente ligado ao poder presumido que cada
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cidadão tem em contribuir com parcela do seu patrimônio. Esta capacidade
diz respeito à manifestação de riqueza, tendo, como exemplo, a renda
auferida pelo contribuinte, um imóvel a ele pertencente, as transações por ele
realizadas, entre outros. Falando no popular, “se ele tem esse carro, ele pode
pagar o IPVA”, por exemplo. Esse aspecto não leva em consideração fatos
relacionados ao próprio contribuinte, os quais estão relacionados à
capacidade contributiva.
Por sua vez, a capacidade contributiva está relacionada ao aspecto
subjetivo da tributação, sendo, portanto, relativo, uma vez que leva em
consideração fatos e situações relativas ao contribuinte em si. Esse aspecto
está bastante relacionado à personalização dos impostos, uma vez que não
leva em conta a tributação, digamos, seca, do tipo alíquota sobre base de
calculo e valor a pagar. Antes disso, faz-se uma mensuração do quanto o
contribuinte realmente pode dispor do seu patrimônio.
No popular, teríamos: “Se ele tem esse carro, ele pode ter como pagar IPVA,
mas vamos ver se ele ganhou como herança ou em algum sorteio. Se foi, ele
não tem como pagar o imposto por que só ganha, por mês, R$ 500,00 de
salário, e ainda ajuda a mãe e os irmãos que moram no interior.”
Observou como é uma questão bem mais subjetiva, caro aluno? O simples
fato de ter um carro importado não significa, de pronto, que somos capazes
de arcar com a tributação sobre ele. Outros fatores devem ser analisados.
Outro exemplo seria aquele que ganha R$ 10.000,00 e gasta R$ 7.000,00
com despesas de saúde, educação e dependentes, ao passo que outro que
ganha os mesmos R$ 10.000,00 gaste R$ 5.000,00 em baladas, festas e bens
supérfluos. Evidente que ambos não devem pagar o mesmo valor em
tributos, como, por exemplo, o imposto de renda. E nesse ponto que entra a
capacidade contributiva, a personalização dos impostos conforme a
capacidade contributiva de cada um.
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A personalização de impostos está presente logo no inicio do enunciado do
§1º do artigo 145 da CF/88: “sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte”.
Dessa maneira, sempre que for possível, em razão das características de cada
tributo, os impostos terão caráter pessoal, levando-se em consideração
aspectos pessoais relacionados ao contribuinte. Um bom e clássico exemplo
dessa personalização é a possibilidade de deduções e abatimentos quanto ao
imposto de renda, relacionados a despesas com saúde, educação,
dependentes, patrocínios, entre outros possíveis previstos na legislação
específica do tributo federal.
Assim, a expressão “sempre que possível” deve ser entendida como a
possibilidade do princípio da capacidade contributiva ser aplicada a um tipo de
imposto, enquanto outros, por suas características, não poderem ser
utilizados da mesma maneira. Os impostos reais, aqueles que incidem sobre
bens e operações e que desconsideram aspectos pessoais do contribuinte,
não são viáveis à implementação do princípio, tendo como exemplo o ICMS e
o ITBI.
Veja o que nos diz a Súmula STF nº 656:
“É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas
para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis
- ITBI com base no valor venal do imóvel.”
Por sua vez, mostram-se bastante uteis à implementação do princípio da
capacidade contributiva os tributos que estão relacionados também aos
princípios da progressividade e da seletividade, devendo ser observado,
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sempre que possível, a característica de cada imposto, como falamos. Esses
princípios veremos mais adiantes.
Nesse ponto do estudo, é importante falarmos também de um conceito
bastante utilizado: o mínimo vital, ou existencial, ou ainda mínimo necessário
ou imponível. Este é entendido como aquele valor mínimo de rendimento que
o contribuinte deve possuir de modo a não lhe faltar o necessário à sua
própria sobrevivência e à manutenção da sua dignidade. Essa previsão é
presente já no artigo 7º, IV, da CF/88, no titulo dedicado aos direitos e
garantis fundamentais do cidadão:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...)
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;“
Assim, o mínimo vital é aquele valor mínimo onde a tributação não poderá
agir, sob pena de expropriar o contribuinte de sua própria dignidade e
existência.
Nessa linha, cabe ao Estado identificar o patrimônio, as rendas e a atividade
do contribuinte, incluindo-o em faixas de isenção ou tributação mais amena,
tornando o menor possível o impacto da tributação e aplicando o enunciado
da capacidade contributiva de maneira eficaz e justa.
Por sua vez, o princípio da capacidade contributiva é direcionado, de
imediato, ao legislador ordinário das pessoas políticas, cabendo a este impor
aos impostos o caráter pessoal, graduando-o conforme a capacidade
contributiva de cada contribuinte. Por sua vez, é também direcionado aos
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aplicadores do direito, uma vez que cabe a estes a identificação das
graduações previstas na lei relativas à cada contribuinte.
“Ok, professor. Estou entendendo tudo isso. Mas uma coisa me deixou
pensativo: esse princípio se aplica apenas aos impostos? Pelo menos assim
consta no texto do artigo 145, §1º, da CF/88.”
Analisando friamente o texto constitucional, chegaremos à conclusão que
somente esta espécie tributária está sujeita ao princípio da capacidade
contributiva. Entretanto, não é este o posicionamento do STF, que assim nos
diz:
“A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei nº
7.940/89, qualifica-se como espécie tributária cujo fato
gerador reside no exercício do Poder de polícia legalmente
atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de
cálculo dessa típica taxa de polícia não se identifica com o
patrimônio líquido das empresas, incorrendo, em
conseqüência, qualquer situação de ofensa à cláusula
vedatória inscrita no art. 145, § 2º, da Constituição da
República. O critério adotado pelo legislador para a cobrança
dessa taxa de polícia busca realizar o princípio constitucional
da capacidade contributiva, também aplicável a essa
modalidade de tributo, notadamente quando a taxa tem,
como fato gerador, o exercício do poder de polícia. (RE
216259 AgR/Ce, 09/05/2000)”.
“Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO
SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. IPVA.
PROGRESSIVIDADE. 1. Todos os tributos submetem-se
ao princípio da capacidade contributiva (precedentes),
ao menos em relação a um de seus três aspectos
(objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente
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de classificação extraída de critérios puramente econômicos.
(RE 406955 AgR/MG, de 04/10/2011)”.
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE CLASSIFICAÇÃO DE
PRODUTOS VEGETAIS. DECRETO-LEI 1.899/81. I – (...). II -
Legitimidade na utilização da quantidade do produto a ser
classificado na definição da base de cálculo da taxa, já que
quanto maior essa grandeza, maior o custo da atividade
prestada pelo Estado. (RE 491216 AgR/SC, de 27/11/2007).”
Outro posicionamento favorável ao pensamento está presente no próprio
texto da CF/88, em seu artigo 1965, §9º, permitindo a diferenciação de
alíquotas em função da atividade econômica, utilização de mão-de-
obra ou porte da empresa:
“ Art. 195. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I
do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou
da condição estrutural do mercado de trabalho”
Para finalizar, quanto ao princípio da capacidade contributiva, temos ainda as
seguintes decisões do STF:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. ITBI. PORTO
ALEGRE. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 197/89.
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS.
IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 656 DA SÚMULA/STF. (RE AI
826208 AgR/RS, de 15/03/2011).”
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE
TRANSMISSÃO DE IMÓVEIS, INTER VIVOS - ITBI.
ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS. C.F., art. 156, II, § 2º. Lei nº
11.154, de 30.12.91, do Município de São Paulo, SP. I. -
Imposto de transmissão de imóveis, inter vivos - ITBI:
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alíquotas progressivas: a Constituição Federal não autoriza a
progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio da
capacidade contributiva proporcionalmente ao preço da
venda. (RE 234105, de 08/04/1999).”
“A vedação constitucional de tributo confiscatório e a
necessidade de se observar o princípio da capacidade
contributiva são questões cuja análise dependem da situação
individual do contribuinte, principalmente em razão da
possibilidade de se proceder a deduções fiscais, como se dá
no imposto sobre a renda. Precedentes. 3. Conforme
jurisprudência reiterada deste Supremo Tribunal Federal, não
cabe ao Poder Judiciário autorizar a correção monetária da
tabela progressiva do imposto de renda na ausência de
previsão legal nesse sentido. Entendimento cujo fundamento
é o uso regular do poder estatal de organizar a vida
econômica e financeira do país no espaço próprio das
competências dos Poderes Executivo e Legislativo. (RE
388312 AgR/MG, de 01/08/2011).”
“O efeito extrafiscal ou a calibração do valor do tributo
de acordo com a capacidade contributiva não são
obtidos apenas pela modulação da alíquota. O
escalonamento da base de cálculo pode ter o mesmo
efeito. (RE 466312 AgR/RJ, 01/03/2011).”
“Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos
consumidores de energia elétrica do município não ofende o
princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar
e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação
pública. II - A progressividade da alíquota, que resulta do
rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores
de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade
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contributiva. III - Tributo de caráter sui generis, que não se
confunde com um imposto, porque sua receita se destina a
finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao
contribuinte. (RE 573675 AgR/Sc, de 25/03/2009).”
(ESAF/APOF/SP/2009) O princípio da capacidade contributiva:
a) não se aplica às penalidades tributárias.
b) aplica-se somente às contribuições.
c) aplica-se somente aos impostos.
d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias.
e) é atendido pela progressividade dos impostos reais.
O principio da capacidade contributiva, embora expressamente previsto na
CF/88 como de aplicação aos impostos, é aplicável também a todos os
tributos, conforme decisão do STF (RE 406955 AgR/MG, de 04/10/2011), o
que torna incorretas as alternativas “b” e “c”.
Por sua vez, sua aplicação não se dá em todas as espécies tributárias, uma
vez que existem tributos que não permitem a personalização, tendo como
exemplo os impostos reais, que incidem sobre os bens. Logo, incorreta a
alternativa “d”.
A alternativa “e” não possui sentido lógico, já que o principio da capacidade
contributiva se aplica, regra geral, aos impostos reais.
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.
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(FCC/2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo) Previsto
expressamente na Constituição Federal como sendo um princípio direcionado
aos impostos para que, sempre que possível, tenham caráter pessoal e
atendam às condições econômicas do contribuinte, corresponde ao princípio
da:
a) isonomia.
b) pessoalidade.
c) capacidade contributiva.
d) dignidade da pessoa humana.
e) progressividade.
O princípio que direciona o legislador a, sempre que possível, observar as
características individuais do contribuinte é o princípio da capacidade
contributiva, que afirma que as pessoas devem pagar apenas os tributos que
podem suportar pagar, sem que isso lhes absorva o mínimo necessário à sua
sobrevivência nem se torne confiscatória a carga tributária imposta.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.
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Princípio do Não-Confisco
Princípio de extrema importância pratica e para a sua prova, o qual veda a
instituição de tributos com efeitos confiscatórios, retirando do sujeito passivo
valores que superam o mínimo vital à sua sobrevivência e à dos seus
familiares e dependentes. Está expressamente previstos no texto
constitucional relativo ao Sistema Tributário Nacional.
Nenhuma carga tributária pode ser imposta de modo a arrancar do cidadão
mais do que ele pode pagar, devendo ser razoável e proporcional o gravame
tributário a ser imposto a todos que o suportam.
Esse princípio está diretamente relacionado ao que prevê o inciso XXII do
artigo 5º da CF/88, que assim nos diz:
“XXII - é garantido o direito de propriedade;”
Esse princípio está também diretamente relacionado ao princípio da
capacidade contributiva do sujeito passivo, bem como aos da
proporcionalidade e da razoabilidade, pilares mestres da Administração
Pública brasileira.
O princípio está capitulado no artigo 150, IV, da CF/88, cujo texto é o
seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: (...)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;”
A própria CF/88 não define o que vem a ser confisco, deixando para a
jurisprudência ou para a legislação infraconstitucional essa tarefa. A
jurisprudência do STF, em brilhante pedagogia, nos diz o que vem a ser uma
carga confiscatória e a maneira de ser apurada, sendo baliza para o legislador
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tributário nacional. Eis o trecho da decisão, a qual quero que leia com muito
carinho, caro aluno:
“A proibição constitucional do confisco em matéria tributária
nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política,
de qualquer pretensão governamental que possa conduzir, no
campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no
todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos
dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela
insuportabilidade da carga tributária, o exercício do
direito a uma existência digna, ou a prática de atividade
profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas
necessidades vitais (educação, saúde e habitação, por
exemplo). A identificação do efeito confiscatório deve
ser feita em função da totalidade da carga tributária,
mediante verificação da capacidade de que dispõe o
contribuinte - considerado o montante de sua riqueza
(renda e capital) - para suportar e sofrer a incidência
de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de
determinado período, à mesma pessoa política que os
houver instituído (a União Federal, no caso),
condicionando-se, ainda, a aferição do grau de
insuportabilidade econômico-financeira, à observância, pelo
legislador, de padrões de razoabilidade destinados a
neutralizar excessos de ordem fiscal eventualmente
praticados pelo Poder Público. Resulta configurado o
caráter confiscatório de determinado tributo, sempre
que o efeito cumulativo - resultante das múltiplas
incidências tributárias estabelecidas pela mesma
entidade estatal - afetar, substancialmente, de maneira
irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do
contribuinte. - O Poder Público, especialmente em sede de
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tributação (as contribuições de seguridade social revestem-se
de caráter tributário), não pode agir imoderadamente, pois a
atividade estatal acha-se essencialmente condicionada pelo
princípio da razoabilidade. (ADC 8 MC/DF, de 13/10/1999).”
(Grifos nosso)
Dessa decisão, podemos tirar as seguintes conclusões, de grande importância
para a sua prova, caro aluno:
1) A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em relação à
TOTALIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA;
2) Deve ser realizada verificação da capacidade de que dispõe o
contribuinte para suportar o ônus tributário, devendo ser considerado o
montante de sua riqueza (renda e capital) para suportar e sofrer a
incidência de todos os tributos que deverá pagar;
3) Devem ser considerados os tributos em relação ao mesmo
período de tempo;
4) DEVEM SER CONSIDERADOS APENAS OS TRIBUTOS PAGOS A
UMA MESMA PESSOA POLITICA QUE HOUVER INSTITUPIDO;
5) PODE ALCANÇAR QUALQUER TRIBUTO PREVISTO NA CF/88.
O confisco tributário pode ser observado sempre que a capacidade
contributiva do sujeito passivo chega ao ser limiar máximo, a partir do qual o
Estado começa a arrancar daquele o mínimo necessário à sobrevivência,
atropelando o patrimônio do sujeito passivo.
Assim, toda imposição tributária que vá além da capacidade
contributiva passa a assumir caráter confiscatório, o que é vedado
por nossa Constituição Federal.
Da mesma maneira, invadir o mínimo vital necessário à sobrevivência do
contribuinte também é definido como um ato confiscatório. O mínimo vital é o
conceito que se traduz numa situação de riqueza mínima, dentro da qual
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qualquer imposição tributária torna insustentável a manutenção dos direitos
básicos assegurados no artigo 7º, IV, da CF/88:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...)
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;”
Observe a figura abaixo:
Assim, o princípio do não-confisco é uma derivação do direito de propriedade,
podendo ser conceituado como uma limitação negativa ao poder de tributar
imposta ao Estado, proibindo este de confiscar bens ou o patrimônio dos
particulares por meio de tributos.
Por sua vez, os destinatários da regra contida no artigo 150, IV, da CF/88,
são, em primeiro plano, o legislador infraconstitucional e, em segundo, os
intérpretes da lei.
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Quanto ao tema, temos que falar dos chamados tributos extrafiscais (a serem
vistos em aula posterior). Esses tributos foram criados com a função primária
de regulação da economia, podendo ser utilizados para estimular ou
desestimular determinada atividade. Para o segundo caso, podem ser
adotadas alíquotas gravosas e extremamente onerosas ao sujeito passivo.
Esses tributos são o II (imposto de importação), IE (imposto de exportação),
o IPI (imposto sobre produtos industrializados) e o IOF (imposto sobre
movimentação financeira).
A mesma observação vale para o IPTU (imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana) e para o ITR (imposto sobre a propriedade territorial rural),
uma vez que uma das suas funções é a manutenção de propriedades
improdutivas ou subutilizadas, impondo aos proprietários severas alíquotas de
forma a desestimular esse tipo de comportamento.
Outra previsão é quanto aos impostos indiretos, como o ICMS e o IPI, que
possuem caráter seletivo e, diante de determinada situação, podem vir a ser
gravados com alíquotas excessivas.
Por sua vez, temos as chamadas perspectivas estáticas e dinâmicas quanto à
incidência do princípio do não confisco, as quais analisam o efeito gerado por
este tomando por base a linha do tempo das normas tributárias.
Veja o que diz o professor Ricardo Alexandre sobre o tema, em sua obra
“Direito Tributário Esquematizado”, da qual transcrevemos a passagem:
“Na perspectiva estática, analisa-se a tributação do
patrimônio em si mesmo, não havendo preocupação em se
aferir potenciais mutações que acresçam o valor do bem
tributado. Como exemplo, temos o IPVA, o IPTU e o ITR, que
incidem normalmente sobre a propriedade de determinado
bem, em certo momento na linha do tempo, sendo calculados
sobre o valor do bem tributado numa data especificada na lei.
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Na perspectiva dinâmica, levam-se em consideração as
potenciais mutações que constituam acréscimos patrimoniais,
como é o caso rendimento produzido por um imóvel
(aluguel).”
Assim, a perspectiva estática leva em consideração apenas o valor do
patrimônio isoladamente considerado em determinada passagem da
linha do tempo, sem se ater a possíveis acréscimos ao mesmo com o
passar dos anos. A manutenção do patrimônio é o único instrumento de
aferição da capacidade contributiva e consequente implicação de efeitos
confiscatórios quanto aos tributos impostos sobre aquele. Como bem citou o
eminente professor, são exemplos desse tipo de tributo o IPVA, o ITR e o
IPTU.
Por sua vez, a perspectiva dinâmica diz respeito à consideração de
fatores relativos aos acréscimos que possam vir a ter determinado
patrimônio dos contribuintes, sendo adotados também como
indicadores da capacidade contributiva e da consequente imposição
de confisco aos bens àqueles pertencentes. Logo, são levados em
consideração para a aferição da carga tributária suportada os fluxos de
riqueza do contribuinte. Como exemplos de tributos classificados sob essa
ótica, temos o II,IE, IR, ICMS, IOF, ITBI, e ITCMD.
Quanto ao tema, temos ainda algumas decisões do STF, as quais devem ser
lidas com atenção, caro aluno:
“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. VEDAÇÃO DO USO DE
TRIBUTO COM EFEITO DE CONFISCO. IMPOSTO DE
IMPORTAÇÃO - II. AUMENTO DE ALÍQUOTA DE 4% PARA
14%. DEFICIÊNCIA DO QUADRO PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE DE REABERTURA DA INSTRUÇÃO NO
JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. A
caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de
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dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou
situação, tomando-se em conta custos, carga tributária
global, margens de lucro e condições pontuais do mercado e
de conjuntura social e econômica (art. 150, IV da
Constituição). 2. O isolado aumento da alíquota do tributo é
insuficiente para comprovar a absorção total ou demasiada
do produto econômico da atividade privada, de modo a torná-
la inviável ou excessivamente onerosa. (RE 448432 AgR/CE,
de 20/04/2010).”
“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. MULTA. VEDAÇÃO DO
EFEITO DE CONFISCO. APLICABILIDADE. RAZÕES
RECURSAIS PELA MANUTENÇÃO DA MULTA. AUSÊNCIA DE
INDICAÇÃO PRECISA DE PECULIARIDADE DA INFRAÇÃO A
JUSTIFICAR A GRAVIDADE DA PUNIÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
1. Conforme orientação fixada pelo Supremo Tribunal
Federal, o princípio da vedação ao efeito de confisco
aplica-se às multas. 2. Esta Corte já teve a oportunidade
de considerar multas de 20% a 30% do valor do débito como
adequadas à luz do princípio da vedação do confisco. Caso
em que o Tribunal de origem reduziu a multa de 60% para
30%. 3. A mera alusão à mora, pontual e isoladamente
considerada, é insuficiente para estabelecer a relação de
calibração e ponderação necessárias entre a gravidade da
conduta e o peso da punição. É ônus da parte interessada
apontar peculiaridades e idiossincrasias do quadro que
permitiriam sustentar a proporcionalidade da pena almejada.
(RE 523471 AgR/MG, de 0604/2010).”
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Observe essa importante passagem sublinhada no texto da decisão acima,
que amplia os efeitos da proibição de confisco inclusive quanto à aplicação de
multas ao sujeito passivo, quando essa não seja razoável e tenda a subtrair
mais do que o previsto para uma penalidade pecuniária. Veja outro exemplo
relativo às multas:
“É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a
possibilidade de o Supremo Tribunal Federal examinar se
determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional
da não-confiscatoriedade consagrado no art. 150, IV, da
Constituição da República. Hipótese que versa o exame de
diploma legislativo (Lei 8.846/94, art. 3º e seu parágrafo
único) que instituiu multa fiscal de 300% (trezentos por
cento). - A proibição constitucional do confisco em
matéria tributária - ainda que se trate de multa fiscal
resultante do inadimplemento, pelo contribuinte, de
suas obrigações tributárias - nada mais representa
senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer
pretensão governamental que possa conduzir, no
campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no
todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos
dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela
insuportabilidade da carga tributária, o exercício do
direito a uma existência digna, ou a prática de atividade
profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas
necessidades vitais básicas. - O Poder Público, especialmente
em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição do
"quantum" pertinente ao valor das multas fiscais), não pode
agir imoderadamente, pois a atividade governamental acha-
se essencialmente condicionada pelo princípio da
razoabilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro de
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aferição da constitucionalidade material dos atos estatais.
(ADI 1075/DF, de 17/06/1998).”
Veja outras decisões da Corte Suprema, finalizando o estudo desse princípio:
“TAXA: CORRESPONDÊNCIA ENTRE O VALOR EXIGIDO E O
CUSTO DA ATIVIDADE ESTATAL. - A taxa, enquanto
contraprestação a uma atividade do Poder Público, não
pode superar a relação de razoável equivalência que
deve existir entre o custo real da atuação estatal
referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode
exigir de cada contribuinte, considerados, para esse
efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de
cálculo fixadas em lei. - Se o valor da taxa, no entanto,
ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à
disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma
situação de onerosidade excessiva, que descaracterize
essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o
custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do
contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a
essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à
cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da
Constituição da República. (ADI 2551 MC/MG, de
02/04/2003).”
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ALÍQUOTA PROGRESSIVA.
1. O acórdão recorrido está em consonância com o
entendimento do Plenário deste Supremo Tribunal que, no
julgamento da ADI 2.010-MC, assentou que a instituição de
alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos
servidores públicos ofende o princípio da vedação à utilização
de qualquer tributo com efeito de confisco (art. 150, IV, da
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Constituição). Tal entendimento estende-se aos Estados e
Municípios. (RE 414915 ArG/PR, de 21/03/2006).”
“IPI. MULTA MORATÓRIA. ART. 59. LEI 8.383/91.
RAZOABILIDADE. A multa moratória de 20% (vinte por
cento) do valor do imposto devido, não se mostra abusiva ou
desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade
contributiva e da vedação ao confisco. (RE 239964/RS, de
15/04/2003).”
“IMPORTAÇÃO - REGULARIZAÇÃO FISCAL - CONFISCO.
Longe fica de configurar concessão, a tributo, de efeito
que implique confisco decisão que, a partir de normas
estritamente legais, aplicáveis a espécie, resultou na
perda de bem móvel importado.(AI 173689 AgR/DF, de
12/03/1996).”
“EMENTA: Recurso extraordinário desprovido. 2. ICMS.
Recolhimento antecipado. Substituição tributária "para
frente". 3. É constitucional o regime de substituição tributária
"para frente", em que se exige do industrial, do atacadista,
ou de outra categoria de contribuinte, na qualidade de
substituto, o recolhimento antecipado do ICMS incidente
sobre o valor final do produto cobrado ao consumidor,
retirando-se do revendedor ou varejista, substituído, a
responsabilidade tributária. Precedente: RE n.º 213.396/SP,
julgado em sessão plenária, a 2.8.1999. 4. Não há, assim,
ofensa ao direito de propriedade, ou mesmo a ocorrência de
confisco, ut art. 150, IV, da Constituição Federal.(AI 207377
AgR/SP, de 02/05/2000).”
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(ESAF/SRP/AFPS/2002) À luz da Constituição, avalie as formulações
seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta.
I. É vedado à União elevar a alíquota do imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobre renda líquida
igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civil por pessoa física, por
força da disposição constitucional vedatória da utilização de tributo com efeito
de confisco, bem assim da que prevê a graduação de impostos segundo a
capacidade econômica do contribuinte.
II. A cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público não constitui violação do dispositivo constitucional que veda o
estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais.
III. Somente à União compete instituir impostos extraordinários, na iminência
ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência
tributária, podendo a respectiva cobrança ser iniciada no mesmo exercício
financeiro em que seja publicada a lei ordinária que os instituir.
a) Somente I é falsa.
b) I e II são falsas.
c) I e III são falsas.
d) II e III são falsas.
e) Todas são falsas.
Item I) Falsa. O efeito confiscatório de um imposto não pode ser analisado,
regra geral, de maneira isolada, mas em relação à totalidade dos tributos
impostos pela mesma pessoa jurídica, conforme decisão do STF. Dessa
decisão, podemos tirar as seguintes conclusões, de grande importância para a
sua prova, caro aluno:
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1) A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em relação à
TOTALIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA;
2) Deve ser realizada verificação da capacidade de que dispõe o
contribuinte para suportar o ônus tributário, devendo ser considerado o
montante de sua riqueza (renda e capital) para suportar e sofrer a
incidência de todos os tributos que deverá pagar;
3) Devem ser considerados os tributos em relação ao mesmo período de
tempo;
4) DEVEM SER CONSIDERADOS APENAS OS TRIBUTOS PAGOS A UMA
MESMA PESSOA POLITICA QUE HOUVER INSTITUPIDO;
5) PODE ALCANÇAR QUALQUER TRIBUTO PREVISTO NA CF/88.
Desse, a simples elevação de alíquotas, e tendo em vista ainda o valor alto da
renda liquida sobre o qual incidirá a nova alíquota, não caracteriza efeito
confiscatório, uma vez que, segundo uma máxima do direito tributário, quem
mais tem, contribui com mais.
Item II) Verdadeiro. É exatamente a exceção constante na parte final do
artigo 150, V, da CF/88. É vedada a cobrança de TRIBUTOS que venham a
limitar o trafego de pessoas ou bens, exceto a cobrança de pedágio em razão
da conservação de vias pelo poder público.
Item III) Verdadeiro. O IEG é de competência exclusiva da União, que
poderá instituir o imposto nos casos de guerra externa ou sua iminência, não
devendo obediência aos princípios da anterioridade nem da noventena. Um
ponto muito importante quanto ao tributo é o de que ele pode incidir sobre
qualquer base econômica escolhida pelo legislador federal, até mesmo sobre
aquelas já destinadas constitucionalmente a outros tributos, sejam ou não da
União. Artigo 154, II, da CF/88.
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.
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Princípio da Liberdade de Tráfego
A liberdade de tráfego é um direito constitucional dos cidadãos, que veda a
imposições de limitações ao fluxo de pessoas, bens e mercadorias em razão
do simples deslocamento dessas de um lugar para outro.
Assim, se José desejar ir de Afrânio/PE para Morro do Chapéu/BA, ambos os
Estados não poderão impor exações tentando impedir esse deslocamento,
nem onerar o pobre João somente por que ele queria ir a Morro do Chapéu
ver sua amada namorada Elyzabethy! Seria uma falta de compaixão do
Estado.
Esse princípio está presente no artigo 150, V, da CF/88, cujo texto é o
seguinte:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
(...)
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público;” (Grifos
nosso)
É, caro aluno. Eu sei que você agora está me xingando (com X ou CH? ☺)
dizendo “Esse professor acabou de dizer que ninguém pode colocar limitações
ao namoro de João e a pobrezinha da Ely, e agora ele mostra que pode haver
limitações em razão de pedágios”.
Falei mesmo, caro aluno. Mas essa é a única exceção no texto constitucional
a esse princípio, possibilitando a cobrança de pedágios em razão da
locomoção de pessoas ou bens e da utilização de vias conservadas pelo Poder
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Público. Assim, não será toda e qualquer locomoção que ensejará a cobrança
de pedágio quando utilizadas vias públicas, mas apenas naquelas
conservadas por esse e desde que o pedágio tenha sido instituído por meio de
lei do ente competente para administrar a via.
E, como entre Afrânio e Morro do Chapéu não existem (AINDA) pedágios, o
namoro de João e Ely (já ficaram íntimos) prosseguirá incólume. Ainda bem!
O princípio da liberdade de tráfego está intimamente relacionado ao inciso XV
do artigo 5º da CF/88, bem como à liberdade do comércio e ao princípio da
forma federativa de Estado:
“XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;”
Dois pontos merecem ser reforçados, caro aluno, os quais quero que preste
bastante atenção:
A proibição se refere exclusivamente à impossibilidade de
instituição de exações que se lastrem no deslocamento de
pessoas ou bens no território dos Estados e dos Municípios,
relativamente à transposição de limites intermunicipais ou
interestaduais.
Se uma pessoa deseja ir de um lugar para outro, como nosso amigo João,
não poderá haver limitações a esse desejo de locomoção, que é livre a todos
os cidadãos em tempo de paz. O fato gerador de um tributo jamais poderá
ser a TRANSPOSIÇÃO DOS LIMITES INTERESTADUAIS OU
INTERMUNICIPAIS.
Essa previsão não se confunde com, por exemplo, o ICMS devido em relação
à circulação de mercadorias de um para outro ponto do território nacional,
uma vez que o seu fato gerador não é a transposição de fronteiras
interestaduais ou intermunicipais, mas a circulação de mercadorias em que há
a transferência jurídica de sua propriedade.
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Como veremos posteriormente em aula relativa ao tributo estadual, o seu
fato gerador ocorrerá ainda que a circulação se dê no âmbito do território de
um mesmo Estado e até mesmo de um mesmo Município, ou ainda, sem que
a mercadoria seja movida um centímetro sequer do lugar onde esteja. Não
confunda, caro aluno!
Assim, o ICMS cobrado nos postos fiscais estaduais, seja na entrada ou na
saída de mercadorias, não seria uma afronta a esse princípio, sendo cobrado
pelo Estado tributante em razão do fato gerador do ICMS, qual seja, a
circulação de mercadorias, e não por que essas transpuseram os limites de
um Estado.
A proibição diz respeito a tributos interestaduais e
intermunicipais, alcançando tanto os de competência municipal
e estadual, quanto os de competência da União.
Por fim, temos o pedágio, que é a exceção ao princípio da liberdade de
tráfego constitucionalmente prevista. Caso determinado Ente resolva instituir
pedágio em razão da circulação de pessoas ou bens por vias públicas por ele
conservadas, é possível a criação dessa exação.
Exemplo desse tipo de limitação está presente no Estado do Rio Grande do
Sul, em que pagamos quatro pedágios diferentes para transitar entre Porto
Alegre e Pelotas, no interior do Estado.
Os pedágios possuem algumas características peculiares a ele relacionadas,
as quais estudaremos quando estivermos estudando os tributos em espécie,
hipótese em que veremos cada uma delas. Por enquanto, guarde sua
curiosidade faminta por conhecimento para um momento posterior, caro
aluno.
Quanto a esse princípio, é apenas isso. Vamos para o próximo.
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Princípio da Uniformidade Geográfica
Ao princípio da Uniformidade Geográfica em matéria tributária diz respeito à
instituição de tributos uniformes em todo o território federal, o qual comporta
exceções previstas no próprio texto constitucional. Esse princípio está
previsto no inciso I do artigo 151 da CF/88, cujo texto é o que segue:
“Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio
do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do País;” (Grifos nosso)
Assim, ao instituir, e também majorar um tributo, a União não poderá,
em regra, conferir tratamento tributário desigual entre os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios. Não poderá haver o beneficiamento de
um Estado em prejuízo de outro, ou a concessão para um deles e para outros
não. O mesmo vale para os Municípios.
Essa proibição se refere:
À União;
A qualquer tributo instituído pela União, sejam eles impostos, taxas,
contribuições ou impostos residuais, por exemplo.
Por exemplo, em regra, seria proibido à União dispor que, para os produtos
produzidos no Estado de Roraima seria aplicada a alíquota de IPI para
produtos agropecuários no percentual de 8%, sendo, para os demais Estados
e para o Distrito Federal, aplicada a alíquota de 12%. Esse seria um
tratamento desigual, vedado, EM REGRA, pela CF/88.
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Em regra, pois, conforme a parte final do dispositivo, essa previsão comporta
exceções: “admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do País”.
É claro que, num país de dimensões continentais como o Brasil, existam
desigualdade sociais e econômicas entre as duas diversas regiões, inclusive
dentro de um mesmo Estado, como o são os Estados do Nordeste quanto à
parte litorânea e a parte situada na região do semiárido do sertão nordestino.
Outro exemplo seriam os Estados da Região Norte, ainda deficientes de infra-
estrutura e logística adequadas e relativamente distantes geograficamente
dos grandes centros consumidores de seus produtos e serviços.
Assim, visando equalizar o desenvolvimento socioeconômico do nosso país, a
CF/88 permitiu que, para promover esse equilíbrio, seja possível a União
conceder incentivos fiscais diferenciados entre as diversas regiões do Brasil.
Exemplos desses incentivos estão presentes no ADCT (Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias) da CF/88, no caput do seu artigo 40, relativos à
Zona Franca de Manaus, e no Regulamento Aduaneiro (Decreto Federal nº
6.759, de 05 de fevereiro de 2009) em seu artigo 524, relativo às Áreas de
Livre Comércio:
“Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas
características de área livre de comércio, de exportação e
importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e
cinco anos, a partir da promulgação da Constituição.”
“Art. 524. Constituem áreas de livre comércio de importação
e de exportação as que, sob regime fiscal especial, são
estabelecidas com a finalidade de promover o
desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas da Região
Norte do País e de incrementar as relações bilaterais com os
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países vizinhos, segundo a política de integração latino-
americana.”
Assim, regra geral é a proibição de instituição de tributos ou concessão de
benefícios fiscais que não sejam uniformes em todo o território nacional,
importando em diferenciação ou desigualdade de tratamento entre eles. Essa
previsão está intimamente relacionada ao princípio da isonomia e ao da forma
federativa do Estado brasileiro, mantendo o equilíbrio da nossa Federação
(clausula pétrea da nossa CF/88).
A regra geral é excepcionada pela concessão de incentivos fiscais destinadas
a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do Brasil.
Veja uma decisão do STF sobre o tema:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CONCESSÃO DE
BENEFÍCIOS. ALÍQUOTAS REGIONALIZADAS. LEI 8.393/91.
DECRETO 2.501/98. ADMISSIBILIDADE. 1. Incentivos fiscais
concedidos de forma genérica, impessoal e com fundamento
em lei específica. Atendimento dos requisitos formais para
sua implementação. 2. A Constituição na parte final do art.
151, I, admite a "concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do país". 3. A concessão de
isenção é ato discricionário, por meio do qual o Poder
Executivo, fundado em juízo de conveniência e oportunidade,
implementa suas políticas fiscais e econômicas e, portanto, a
análise de seu mérito escapa ao controle do Poder Judiciário.
Precedentes: RE 149.659 e AI 138.344-AgR. 4. Não é
possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes
não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026)
(RE 344331/PR, de 11/02/2006).”
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Esse princípio está previsto ainda no artigo 10 do CTN, cuja redação é a
seguinte:
“Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional, ou que importe
distinção ou preferência em favor de determinado Estado ou
Município.”
(FCC/2008/TCE-AL/Procurador) É exceção ao princípio da uniformidade
geográfica a
a) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território
nacional.
b) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do
País.
c) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos de
competência dos Municípios.
d) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da
procedência.
e) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos interestaduais ou intermunicipais.
Questão literal do que consta no texto constitucional, que cobrou a exceção
quanto ao princípio da uniformidade geográfica, permitindo a União, no caso
de promoção do equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre
diferentes regiões, conceder incentivos fiscais.
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.
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Princípio da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da
Dívida Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados,
Distrito Federal e Municípios
Esse princípio, apesar do título extenso, é bem simples, também estando
presente no artigo 151 da CF/88, mas desta vez em seu inciso II, tendo o
seguinte texto:
Art. 151. É vedado à União: (...)
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para
suas obrigações e para seus agentes;” (Grifos nosso)
Primeiramente temos que saber o que vem a ser renda das obrigações da
dívida pública dos Entes Federativos. Vejamos.
Uma das formas de captação de recursos pelos Entes Federativos é a emissão
de títulos da dívida pública, que conferem aos seus adquirentes o direito de
obter juros com o resgate do título após o prazo previsto em lei. Uma vez que
esses juros correspondem a ingressos de divisas no patrimônio dos
adquirentes, são tidos como rendas, a serem tributadas pelo Imposto de
Renda, de competência da União.
Assim, é vedado a União estabelecer, por exemplo, que para os títulos por ela
emitidos incidirá IR à alíquota de 5% para os rendimentos obtidos pelos
adquirentes, enquanto que para os títulos emitidos pelos Estados ou pelos
Municípios, essa tributação da renda se dará à alíquota de 7%.
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Isso seria uma forma não isonômica de tributação, expressamente vedada
pela CF/88 em seu artigo 151, II. O legislador da União, em ato de loucura,
poderá instituir tributação maior para as rendas das obrigações dos títulos da
dívida pública federal do que os previstos para os títulos estaduais, distritais e
municipais, nunca inferior.
Em outra vertente, temos a vedação à União quanto à tributação da
remuneração e dos proventos dos agentes públicos dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios em níveis superiores ao que fixar para os seus
próprios servidores.
Seria o caso, por exemplo, de a União estabelecer que o subsídio dos
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil fossem tributados com o IR a
uma alíquota de 20%, enquanto que os Auditores Fiscais dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios continuem a ter seus rendimentos mensais
tributados com o percentual atual de 27,50%.
Essa medida seria flagrantemente inconstitucional, ainda que pousada na
competência da União para estabelecer as alíquotas relativas a imposto a ela
outorgado. As alíquotas serão estabelecidas livremente pela União. Mas,
devem ser sempre uniformes para todos os agentes públicos, sejam ou não
federais.
Por fim, como pode ser observado, caro aluno, essa medida é destinada tanto
para o Imposto de Renda quanto para qualquer outro imposto que venha a
substituí-lo. Foi apenas um exemplo.
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Princípio da Proibição de Concessão de Isenções Heterônomas
Antes de falarmos sobre esse princípio, temos inicialmente que saber o que
vem a ser uma isenção heterônoma.
Sabemos que o ente competente para instituir determinado tributo previsto
na sua competência tributária outorgada pela CF/88 é também competente
para conceder isenções a eles relativas, cabendo apenas a esse ente, na
ordem interna, essa atribuição.
Assim, para o imposto sobre a propriedade de veículos automotores, o IPVA,
apenas o Estado ou o Distrito Federal onde esteja licenciado ou matriculado o
veículo é competente para exonerar o proprietário do imposto devido,
nenhum outro ente mais. Estaremos de um caso de isenção autônoma, pois
foi concedida pelo próprio ente competente para instituir e cobrar o tributo.
Caso a União desobedeça ao que estabelece a CF/88 e conceda determinada
isenção do IPVA aos veículos matriculados no Estado de Sergipe que tenham
mais de cinco anos de uso, essa isenção será considerada flagrantemente
inconstitucional, por se tratar de uma isenção heterônima, expressamente
proibida na ordem interna.
“E por apenas na ordem interna, professor? Há casos então que podem ser
concedidas isenções heterônomas?”
Os únicos casos previstos na CF/88 são relativos:
� aos tratados internacionais assinados pela União, mas representando os
interesses da República Federativa do Brasil, atuando no plano externo,
na ordem externa;
� às isenções a serem concedidas pela União, por lei complementar,
quanto ao ISS na exportação de serviços para o exterior, previsto no
artigo 156, §3º, II, da CF/88.
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Caso determina tratado assinado pela União preveja entre uma de suas
cláusulas isenção do ICMS por dez anos para as empresas que utilizarem
apenas energia renovável, essa isenção, apesar de heterônoma, será
perfeitamente válida, uma vez que concedida por meio de tratado
internacional. Essa previsão, contudo, não está expressamente prevista na
CF/88, sendo decorrência direta da interpretação conjunto do texto da Carta
Federal. Veja o que diz o STF sobre o assunto, bem como ao ISS:
“A cláusula de vedação inscrita no art. 151, inciso III, da
Constituição - que proíbe a concessão de isenções tributárias
heterônomas - é inoponível ao Estado Federal brasileiro (vale
dizer, à República Federativa do Brasil), incidindo,
unicamente, no plano das relações institucionais domésticas
que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito
público interno. Doutrina. Precedentes. - Nada impede,
portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados
internacionais que veiculem cláusulas de exoneração
tributária em matéria de tributos locais (como o ISS, p. ex.),
pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu
treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se
inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica
de direito internacional público, que detém - em face das
unidades meramente federadas - o monopólio da soberania e
da personalidade internacional. - Considerações em torno da
natureza político-jurídica do Estado Federal. Complexidade
estrutural do modelo federativo. Coexistência, nele, de
comunidades jurídicas parciais rigorosamente pacificadas e
coordenadas entre si, porém subordinadas,
constitucionalmente, a uma ordem jurídica total.
Doutrina.(RE 543943 AgR/PR, de 30/11/2010)”
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“O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 229.096,
firmou entendimento de ser legítimo à União, no campo
internacional, dispor sobre a isenção de impostos da
competência estadual. (RE 234662 AgR/BA, de
13/10/2009).”
“A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de
Tarifas e Comércio para as mercadorias importadas dos
países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo
benefício foi recepcionada pela Constituição da República de
1988. 2. O artigo 98 do Código Tributário Nacional "possui
caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e os
Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No
direito internacional apenas a República Federativa do Brasil
tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da
Constituição da República), dela não dispondo a União, os
Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da
República não subscreve tratados como Chefe de Governo,
mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência
de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III,
da Constituição. (RE 229906/RS, de 16/08/2007).”
O princípio está previsto no artigo 151, III, da CF/88, cujo texto é o seguinte:
“Art. 151. É vedado à União: (...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.”
Observe que a vedação abrange TODOS OS TRIBUTOS dos demais entes
federativos, e não apenas impostos, sendo vedada também a concessão de
isenções heterônomas no caso de taxas, contribuições de melhorias e COSIP.
Claro esta que a regra acima somente será excepcionada para o caso de
tratados internacionais e para o caso especifico do ISS, quanto aos impostos.
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(ESAF/RFB/AFRF/2002.1) É lícito ao ente tributante
a) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida
pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que
expressa a lei que os tenha previsto.
c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança
de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
d) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou.
e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde
que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.
Alternativa a) Incorreta. Essa permissão, caso existente, iria de encontro
ao princípio da isonomia, que veda o estabelecimento de distinções entre os
sujeitos passivos em razão de ocupação ou função por eles exercida. Essa
vedação está presente no artigo 150, II, da CF/88. É vedado aos entes
políticos instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Alternativa b) Incorreta. Proibido, tendo em vista o princípio da
irretroatividade da lei tributária, que veda justamente a cobrança de tributos
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da norma
jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que expressa a lei que
os tenha previsto.
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Alternativa c) Correta. Permitido, tendo em vista a exceção ao princípio da
liberdade de tráfego, presente no artigo 150, V, da CF/88, in fine.
Alternativa d) Incorreta. Proibido, tendo em vista o princípio da
anterioridade da lei tributária, que veda justamente a cobrança de imposto no
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou. Artigo 150, III, “b”, da CF/88.
Alternativa e) Incorreta. Somente por lei poderá ser criado tributo,
podendo, nos casos previstos na CF/88, alguns deles terem suas alíquotas
alteradas por meio de atos infralegais. Essa proibição se deve em razão do
princípio da legalidade, presente no artigo 150, I, da CF/88.
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Princípio da Progressividade
O princípio da progressividade está umbilicalmente ligado ao princípio da
capacidade contributiva, estudado anteriormente, uma vez que se traduz na
técnica de aplicação de alíquotas variadas, aumentando conforme se
aumenta a base de cálculo a ser tributada.
Assim, entende-se que aqueles que têm mais devem contribuir com mais,
traduzindo em aplicar a estes alíquotas maiores de imposto, incumbindo a
eles maior subtração do seu patrimônio proporcionalmente ao daqueles que
possuem menos.
Quanto a esse princípio, teremos duas modalidades de progressividade:
� Progressividade FISCAL, relacionada ao dizer “quanto mais se ganha,
mais se paga”, tendo função meramente arrecadatória, onerando com
mais gravidade o patrimônio daqueles que mais possuem;
� Progressividade EXTRAFISCAL, no qual temos a imposição de
alíquotas diferenciadas para que determinado objetivo seja cumprido,
tendo mais efeitos no campo social do que propriamente no campo
fiscal, estimulando ou desestimulando determinada conduta tomada
pelo contribuinte.
No nosso atual ordenamento jurídico constitucional estão previstos
expressamente apenas três impostos progressivos: o IR, o IPTU e o ITR. Para
o IR, temos a progressividade fiscal; para o IPTU, a fiscal e a extrafiscal; e
para o ITR, apenas a extrafiscal.
Antes de analisarmos esses três impostos sobre a ótica da progressividade,
vamos ver o que determina o STF em alguns dos seus julgados:
“I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos
consumidores de energia elétrica do município não ofende o
princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar
e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação
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pública. II - A progressividade da alíquota, que resulta do
rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores
de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade
contributiva. (RE 573675/SC, de 25/03/2009)”
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. IPVA. LEI ESTADUAL. ALÍQUOTAS
DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DO VEÍCULO. 1. Os
Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente
prevista no artigo 24, § 3º, da Constituição do Brasil. 2. Não
há tributo progressivo quando as alíquotas são
diferenciadas segundo critérios que não levam em
consideração a capacidade contributiva. (RE 414259
AgR/MG, de 24/06/2008)”
“Súmula STF nº 656: É inconstitucional a lei que estabelece
alíquotas progressivas para o imposto de transmissão "inter
vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do
imóvel.”
------------------------------------
A progressividade do ITR está expressamente prevista no artigo 153, §4º, I,
da CF/88, nos seguintes termos:
“Art. 153 (...)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma
a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;”
(Grifos nosso)
Observe que A PROGRESSIVIDADE PARA O ITR É OBRIGATÓRIA, NÃO
SENDO FACULTADO AO LEGISLADOR FEDERAL RETIRAR ESSA
CARACTERISTICA DO IMPOSTO AO EDITAR LEIS A ELE RELATIVAS.
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Assim, quanto menos utilizado economicamente um imóvel rural, maior
será a alíquota a ser fixada para determinação do ITR, onerando em parcela
cada vez maior o seu patrimônio, desestimulando-o a manter a sua
propriedade improdutiva ou mal aproveitada.
------------------------------------
Por sua vez, a progressividade em relação ao IPTU se deve ao que consta no
inciso I do §1º do artigo 156 da CF/88, cuja redação é a seguinte:
“Art. 156 (...)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se
refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso
I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel;
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o
uso do imóvel.” (Grifos nosso)
Essa é a progressividade fiscal do IPTU, dando ao legislador municipal a
POSSIBILIDADE de instituir alíquotas progressivas para o imposto tomando
como base o valor do imóvel. Essa previsão foi acrescentada pela EC nº
29/2000, sendo imediatamente utilizada pelos Municípios para cobrança do
imposto em seus territórios.
Antes da emenda, portanto, era inconstitucional a lei que determinasse a
adoção de alíquotas progressivas para o IPTU, conforme decisão do STF sobre
o tema:
“A cobrança progressiva de IPTU antes da EC 29/2000 -
assunto de indiscutível relevância econômica, social e jurídica
- já teve a sua inconstitucionalidade reconhecida por esta
Corte, tendo sido, inclusive, editada a Súmula 668 deste
Tribunal.( AI 712743 QO-RG/SP, de 12/03/2009)”
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Por sua vez, a citada Súmula 668 dispõe o seguinte:
“É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido,
antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas
progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade urbana.”
Observe ainda esse importante tema debatido no STF, em que o legislador
tenta, por meio da concessão de isenções ao imposto, “maquiar” uma
progressividade do IPTU:
“DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE ANTES DA
EC 29/00. IMPOSSIBILIDADE, AINDA QUE PELA VIA
OBLÍQUOTA DE ISENÇÕES GRADUAIS. 1. O legislador
Municipal não poderia, no período anterior a tal emenda
constitucional, ter estabelecido graduação progressiva do
montante devido pelos contribuintes a título de IPTU, tendo
como critério o valor do imóvel. 2. A utilização do instituto da
isenção como instrumento de graduação de alíquotas, com
aplicação à generalidade dos contribuintes, não corresponde
à sua natureza jurídica. Nesse caso, a isenção deixa de atuar
como benefício fiscal. De norma de exceção que é, passa a
compor o aspecto quantitativo da norma tributária
impositiva, modelando toda a tabela de alíquotas e tendo
como efeito a vedada progressividade. 3. Aplicação da
Súmula 668 do STF. (RE 355046/SP, de 01/08/2011)”
Observe outra decisão, que relaciona o que consta nos incisos I e II do §1º do
artigo 156 da CF/88:
“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no
sentido de que a diferenciação de alíquotas, por estar ou não
edificado o imóvel urbano, não se confunde com a
progressividade do tributo. Não há ofensa ao § 1º do art. 156
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da Magna Carta Federal. (AI 457057 AgR/SP, de
26/04/2011).”
A função primordial do IPTU é tipicamente fiscal, já que o seu objetivo maior
é a arrecadação de recursos para o Município tributante. Entretanto, não é
correto afirmar que, visando dar efetividade ao princípio da capacidade
contributiva, a lei municipal fixe adicional progressivo do imposto em função
do número de imóveis do contribuinte. Da mesma forma, as alíquotas do
IPTU não podem ser progressivas apenas em função do grau de utilização do
imóvel, tema que veremos mais adiante.
O principal debate que se instaurou com a edição e promulgação da EC nº
29/2000 o foi quanto a progressividade do IPTU, uma vez que este é um
imposto puramente de natureza REAL, incidindo sobre uma manifestação de
patrimônio do contribuinte, não podendo, assim, levar em consideração
características pessoais deste. Esse é o entendimento do STF, que, à época
da decisão, ainda não permitia a progressividade do IPTU em razão do
imóvel, já que a EC nº 29/2000 ainda não havia sido editada:
“EMENTA: - IPTU. Progressividade. - No sistema tributário
nacional é o IPTU inequivocamente um imposto real. - Sob o
império da atual Constituição, não é admitida a
progressividade fiscal do IPTU, quer com base
exclusivamente no seu artigo 145, § 1º, porque esse imposto
tem caráter real que é incompatível com a progressividade
decorrente da capacidade econômica do contribuinte, quer
com arrimo na conjugação desse dispositivo constitucional
(genérico) com o artigo 156, § 1º (específico). - A
interpretação sistemática da Constituição conduz
inequivocamente à conclusão de que o IPTU com finalidade
extrafiscal a que alude o inciso II do § 4º do artigo 182 é a
explicitação especificada, inclusive com limitação temporal,
do IPTU com finalidade extrafiscal aludido no artigo 156, I, §
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1º. - Portanto, é inconstitucional qualquer progressividade,
em se tratando de IPTU, que não atenda exclusivamente ao
disposto no artigo 156, § 1º, aplicado com as limitações
expressamente constantes dos §§ 2º e 4º do artigo 182,
ambos da Constituição Federal. (RE 153771/MG, de
20/11/1996).”
Vamos agora ver o que dispõe o artigo 182, §2º a 4º, da CF/88, que trata da
progressividade extrafiscal do IPTU. Seu texto nos diz o seguinte:
“Art. 182. (...)
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social
quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
(...)
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante
lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo;” (Grifos nosso)
Como podemos notar, a função da progressividade das alíquotas do IPTU,
nesse caso, não tem função arrecadatória, mas apenas um ajuste de conduta
dos proprietários para que cumpram a função social da propriedade que
possuem, tendo em vista o interesse público. Estamos aqui diante da
chamada progressividade no tempo, uma vez as alíquotas progressivas não
serão aplicadas imediatamente, mas durante certo intervalo de tempo
previsto em lei.
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Esse tipo de progressividade, até o advento da EC nº 29/2000, era a única
que podia ser aplicada ao IPTU, tendo em vista sua natureza de imposto real.
------------------------------------
Por fim, quanto ao IR, temos a progressividade fiscal, tendo como único
objetivo a arrecadação, tirando mais de quem ganha mais. Por sua vez, a
progressividade do imposto está prevista no artigo 153, §2, I, da CF/88:
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)
III - renda e proventos de qualquer natureza; (...)
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da
universalidade e da progressividade, na forma da lei;”
(Grifos nosso)
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Quanto ao IR, há a fixação de faixas de alíquotas conforme a aumento da
renda ou dos proventos recebidos pelo contribuinte. Para cada faixa, uma
alíquota diferente, visando a tributar mais ferozmente aqueles que mais
ganham.
Atualmente existem cinco faixas de alíquotas em vigor, conforme a faixa de
renda em que se enquadre o rendimento obtido pelo contribuinte. A TÍTULO
ILUSTRATIVO, observe o seguinte quadro:
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Princípio da Generalidade e da Universalidade
Esses dois princípios, como vimos anteriormente no inciso I do §2º do artigo
153 da CF/88, estão diretamente relacionados ao Imposto sobre a renda, de
competência da União, juntamente com o princípio da progressividade.
O princípio da generalidade se refere à possibilidade de tributação de
todas as pessoas, independentemente das características a elas relacionadas,
como sexo, raça, religião ou origem, por exemplo. Está relacionada à sujeição
passivo quanto ao imposto, a um aspecto de caráter subjetivo, Uma vez
praticado o fato gerador, ficam sujeitas à incidência do imposto, salvo de
amparadas por qualquer hipótese de imunidade ou de isenção.
Por sua vez, o princípio da universalidade se refere à possibilidade de
tributação da maior diversidade possível de bases de cálculos existentes, e
independentemente da natureza delas. Devem, em teoria, abranger
quaisquer rendas ou proventos auferidos pelo contribuinte, estando
relacionado aos aspectos objetivos do imposto.
Assim, aspectos como origem dos recursos, formas de obtenção, quantidade,
rendimentos primários ou derivados, todos eles deverão se submeter à
incidência do imposto.
Os dois princípios estão intimamente relacionados ao princípio da
isonomia, que prevê a tributação equânime de todos os sujeitos passivos e
de todas as rendas ou proventos por ele percebidos, dentro da medida de
suas desigualdades.
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Princípio da não-discriminação quanta à procedência ou ao destino
Esse é outro princípio diretamente vinculado ao regime federativo
adotado na nossa Carta Magna, vedando tratamentos discriminatórios em
razão da procedência ou do destinado a ser dado a mercadorias, bens e
serviços na circulação desses entre os territórios dos Entes Federativos.
A previsão constitucional desse princípio encontra-se no artigo 152 da nossa
CF/88, cujo texto é o seguinte:
“Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.” (Grifos nosso)
A previsão acima é de fundamental importância para evitar a chamada
guerra fiscal entre os entes federativos, dando pilares à unidade geográfica
do nosso país.
Por exemplo, caso o Estado do Rio Grande do Norte disponha em sua
legislação que os sapatos oriundos do Estado da Paraíba e do Ceará, por
serem seus vizinhos territoriais, paguem alíquota interna de ICMS de 18% e,
para aqueles oriundos de outros Estados e do Distrito Federal paguem, para o
mesmo sapato, alíquota de 12%, isso seria uma previsão que vai de encontro
ao que prevê o artigo 152, já que estabelece diferenciação tributária em
razão da origem.
Outro exemplo, agora de ordem interna, seria o Estado de Pernambuco
conceder créditos adicionais de ICMS apenas para os produtores de Gipsita do
Sertão do Araripe quando fizessem circular a mercadoria dentro do território
do Estado, sem que o mesmo benefício seja concedido aos demais produtores
de gipsita situados em outros Estados e no Distrito Federal e que fizessem
circular a mercadoria também em Pernambuco.
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Observe um ponto muito importante, caro aluno: a vedação alcança
apenas os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, NÃO
ALCANÇANDO A UNIÃO. Assim, esse ente poderá estabelecer que os
automóveis novos oriundos da Argentina, por exemplo, estejam sujeitos à
alíquota de imposto de importação de 33%, enquanto que para outros países,
essa mesma alíquota seja de apenas 30%.
Da mesma maneira, não é outorgado aos Estados, Distrito Federal e
Municípios estabelecerem alíquotas diferenciadas quanto a produtos e
serviços oriundos do exterior, uma vez que somente a União poderá instituir
tratamento diferenciado baseado na procedência ou destino. Seria o caso, por
exemplo, do Município de Recife estabelecer alíquotas mais gravosas do ISS
para os serviços oriundos do exterior, privilegiando os serviços prestados por
empresas brasileiras.
“E essa permissão quanto à União é apenas em relação a outros países,
professor? Não tem reflexo interno?”
Tem sim, caro aluno, conforme a parte final do inciso I do artigo 151 da
CF/88:
“Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento
de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;”
(Grifos nosso)
Caso a diferenciação tributária seja para a promoção do equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País, serão
admitidas discriminações relativas à procedência e ao destino. Como exemplo
clássico, temos os incentivos fiscais concedidos à Zona Franca de Manaus e às
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regiões do semiárido nordestino, traduzidas em reduções de impostos
federais, concessão de diferimento de pagamentos dos mesmos, entre outros.
APENAS A UNIÃO PODERÁ FAZER ISSO! Muita atenção, caro aluno.
Esse princípio está previsto ainda no artigo 11 do CTN, cuja redação é a
seguinte:
“Art. 11. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens de
qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seu
destino.”
Observe que o texto é idêntico ao que consta no artigo constitucional.
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Princípio da Territorialidade
Esse princípio não está expressamente previsto no texto da nossa Carta
Magna, sendo decorrente da interpretação integrada desta e dos demais
princípios que a regem.
Uma vez que cada Ente Federativo é autônomo nos termos da CF/88,
cabe a eles editarem as leis que quiserem, observados os princípios e as
regras permissivas e proibitivas também presentes no texto Máximo Federal.
Porém, a lei tributária que o Estado de Mato Grosso vier a editar relativa ao
seu IPVA, claro, só surtirá efeitos dentro do seu território político, em nada
afetando os veículos dos Estados vizinhos de Mato Grosso do Sul e Goiás, por
exemplo.
Assim, as leis editadas dentro de um respectivo espaço territorial somente
têm valia e eficácia dentro desse território, regra geral. Se a União editar
uma lei tributária, por óbvio, terá eficácia em todo o território nacional. Um
Estado ou um Município, apenas em seu respectivo território.
Para outros casos, temos o que determina o artigo 102 do CTN, que versa
sobre a territorialidade das leis. Seu texto é o seguinte:
“Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos
respectivos territórios, nos limites em que lhe
reconheçam extraterritorialidade os convênios de que
participem, ou do que disponham esta ou outras leis de
normas gerais expedidas pela União.” (Grifos nosso)
Assim, regra geral é a não vigência de leis de um Ente em território de outro,
ou seja, a regra é a territorialidade da vigência das leis. Caso venham a ter
efeito em território que não a do legislador, essas leis precisam estar
previstas em convênio, no próprio CTN ou em outras leis de normas gerais da
União reconhecendo a extraterritorialidade.
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Outro caso, bastante clássico, é o da vigência de tratados internacionais no
território nacional, o qual será aplicado no território de todos os Entes
Federativos, se assim preverem em seu texto (que é a regra quase que
absoluta).
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Princípio da Seletividade
O princípio da seletividade se refere à possibilidade de o Ente tributante
definir mercadorias e serviços sobre os quais os impostos poderão
incidir com uma alíquota maior ou menor, de acordo com a
essencialidade das mercadorias ou dos serviços para a sociedade.
Com alíquotas maiores sobre bens supérfluos (cigarros, bebidas,
embarcações, etc), maior é o imposto a ser pago, onerando as camadas da
sociedade com maior capacidade contributiva. Em sentido inverso, alíquotas
menores sobre bens de maior essencialidade (arroz, feijão, sal, açúcar, entre
outros) proporcionariam maior consumo por pessoas de menor renda. Esse
princípio está intimamente ligado ao da justiça fiscal.
No nosso ordenamento jurídico constitucional estão previstos dois impostos
sobre os quais há a possibilidade de aplicação do princípio da seletividade: o
ICMS e o IPI.
A seletividade quanto ao ICMS (imposto estadual) é facultativa para
os Estados e para o DF, diferentemente do que é previsto para o IPI, de
competência da União, devendo obrigatoriamente ser seletivo por força de
dispositivo constitucional expresso. É o que nos dizem os dispositivos
constitucionais presentes no artigo 155, 2º, III, “a”, quanto ao ICMS, e no
artigo 153, §3º, I, quanto ao IPI:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre: (...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;
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§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao
seguinte: (...)
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
mercadorias e dos serviços;” (Grifos nosso)
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)
IV - produtos industrializados; (...)
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;”
(Grifos nosso)
(ESAF/Analista Jurídico/2007/CE) Sobre o princípio constitucional da
seletividade, é incorreto afirmar-se que:
a) é aplicado obrigatoriamente ao ICMS.
b) permite ao legislador a tributação diferenciada de produtos, aplicando
alíquotas maiores aos produtos menos essenciais.
c) é aplicado facultativamente ao IPTU.
d) segundo tal princípio, os produtos mais essenciais devem ser tributados
com alíquotas mais baixas.
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e) é aplicado obrigatoriamente ao Imposto Sobre Produtos Industrializados.
A seletividade quanto ao ICMS (imposto estadual) é facultativa para os
Estados e para o DF, diferentemente do que é previsto para o IPI, de
competência da União, devendo obrigatoriamente ser seletivo por força de
dispositivo constitucional expresso. É o que nos dizem os dispositivos
constitucionais presentes no artigo 155, 2º, III, “a”, quanto ao ICMS, e no
artigo 153, §3º, I, quanto ao IPI:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre: (...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao
seguinte: (...)
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
mercadorias e dos serviços;” (Grifos nosso)
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)
IV - produtos industrializados; (...)
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;”
(Grifos nosso)
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão, uma vez
que a seletividade não é obrigatória quanto ao ICMS.
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Princípio da Não-Cumulatividade
Já o princípio da não-cumulatividade se refere à possibilidade do
contribuinte de determinado imposto ou contribuição com essa
característica compensar o valor do imposto pago relativamente às
aquisições de mercadorias ou serviços com o valor do imposto a ser
recolhido na saída das mercadorias ou serviços do seu
estabelecimento.
Esse princípio tem como fundamento evitar que ocorra a chamada
tributação em cascata, com a incidência de tributo sobre tributo nas
diversas cadeias de produção e circulação que podem existir para um
determinado produto ou serviço.
O artigo 155, §2º, I, da CF/88, dispõe o seguinte em relação ao ICMS,
imposto de competência estadual e distrital:
“§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido
em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal;” (Grifo nosso)
Conforme se observa, o inciso acima é impositivo aos Entes estaduais e
distrital, conferindo a estes uma obrigação legislativa. Em todos eles, o ICMS
deve ter caráter não-cumulativo.
Sendo o ICMS tributo que incide sobre cada operação de circulação de
mercadorias ou prestação de serviços, o valor do imposto pago na
operação de entrada deve ser compensado com o imposto pago na
operação de saída, seja de mercadorias, seja de serviços. Se assim não
fosse, haveria um ônus ainda maior na cadeia produtiva, especialmente
aquelas compostas por várias etapas de produção.
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Sem a não-cumulatividade, todo o ICMS de uma etapa da cadeia produtiva
seria absorvido pela etapa seguinte, e assim com as demais etapas
posteriores, onerando em parcela ainda maior o consumidor final. No caso
das exportações, um dos efeitos seria certamente a perda de competitividade
no mercado externo. Essa perda se daria caso as etapas anteriores da
produção não fossem devidamente desoneradas do ICMS, uma vez que não
incide o ICMS sobre operações que destinem mercadorias e serviços para o
exterior, imune conforme previsão da alínea “a” do inciso X do artigo 155 da
CF/88.
O entendimento da não-cumulatividade é simples, e um exemplo deixará
mais claro a sistemática utilizada, fundada no mecanismo de débitos e
créditos, sendo válida para todos os tributos que apresentam essa
característica, inclusive para as contribuições.
Pela sistemática do ICMS, cada compra de mercadoria tributada
realizada gera para o estabelecimento um crédito perante o Estado,
ainda que a operação tenha sido realizada em outra Unidade da federação.
Por sua vez, cada saída de mercadoria tributada pelo imposto gera
para o estabelecimento um débito frente ao Estado tributante.
Os débitos e créditos apurados nas operações realizadas são então
compensados mediante consulta aos dados constantes na contabilidade da
empresa. Havendo valores de débitos superiores aos de créditos, deve ser
feito o recolhimento do imposto devido ao Ente federativo competente. Sendo
os créditos maiores que os débitos, a diferença em favor do contribuinte pode
ser compensada em períodos posteriores ou restituída, observando-se a
legislação de cada Ente quanto à restituição.
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Como exemplo, temos a situação onde um determinado estabelecimento
industrial, dentro do mesmo Estado, compra borracha termoplástica e fabrica
solados para sapatos, vendendo-os posteriormente. Sobre a operação de
compra incide uma alíquota de ICMS de 17%. Sobre a de venda, de
11/%. Considere os valores abaixo:
• 100 kg de borracha termoplástica = R$ 10.000,00
• 900 pares de solados de sapato= R$ 30.000,00
• ICMS sobre compras = R$ 10.000,00 x 17% = R$ 1.700,00
(Créditos)
• ICMS sobre vendas = R$ 30.000,00 x 11% = R$ 3.300,00 (Débitos)
• ICMS a recolher = R$ 3.300,00 – R$ 1.700,00 = R$ 1.600,00
Supondo apenas essas operações, ao final do período, o estabelecimento terá
que recolher aos cofres públicos o valor de R$ 1.600,00 em ICMS. Os
créditos de ICMS resultantes da compra da borracha termoplástica foram
compensados com os débitos resultantes da venda dos solados de sapato,
resultando, ao seu final, em dedução do imposto pago numa cadeia anterior.
Alem do ICMS, temos ainda como exemplo de impostos não-cumulativos o
IPI, o PIS não-cumulativo e a CONFINS não-cumulativa. Diante característica
plurifásica (incidem sobre diversas etapas da mesma cadeia de produção e
circulação) desses tributos, faz-se necessário a técnica de não-cumulatividade
para evitar que todas essas etapas sejam tributadas com imposto sobre
imposto, como havíamos falado anteriormente.
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Quanto ao IPI, temos ainda o que dispõe o artigo 49 do CTN sobre a técnica
da não-cumulatividade:
“Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de
forma que o montante devido resulte da diferença a
maior, em determinado período, entre o imposto
referente aos produtos saídos do estabelecimento e o
pago relativamente aos produtos nele entrados.
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período,
em favor do contribuinte transfere-se para o período ou
períodos seguintes.” (Grifos nosso)
Veja ainda o que nos diz o STF sobre a não-cumulatividade:
“É que o direito ao creditamento decorre do princípio da não-
cumulatividade, cuja razão de ser é alicerçada sobre o
direito de o contribuinte não sofrer tributação em
cascata, hipótese caracterizada quando o valor a ser
pago na operação posterior não sofre a diminuição do
que pago anteriormente. O direito ao creditamento
pressupõe, portanto, pagamento de tributo em pelo menos
uma das fases da etapa produtiva e, essencialmente, saída
onerada. 3. Consoante o magistério de Ricardo Lobo Torres,
no Curso de Direito Financeiro e Tributário (2010:381), o IPI
atua “através da compensação financeira do débito
gerado na saída com os créditos correspondentes às
operações anteriores, que são físicos, reais e
condicionados. O crédito é físico porque decorre do imposto
incidente na operação anterior sobre a mercadoria
efetivamente empregada no processo de industrialização. É
real porque apenas o montante cobrado (= incidente) nas
operações anteriores dá direito ao abatimento não nascendo
o direito ao crédito nas isenções ou não-incidências. É
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condicionado à ulterior saída tributada, estornando-se o
crédito da entrada se houver desgravação na saída” (PARTE –
RE 387592 AgR/PR, de 20/09/2011)”
“O regime de diferimento, ao substituir o sujeito
passivo da obrigação tributária, com o adiamento do
recolhimento do imposto, em nada ofende o princípio
da não-cumulatividade (RE 112.098, DJ 14.02.92, e RE
102.354, DJ 23.11.84). 2. O princípio da não-cumulatividade
do ICMS consiste em impedir que, nas diversas fases da
circulação econômica de uma mercadoria, o valor do imposto
seja maior que o percentual correspondente à sua alíquota
prevista na legislação. O contribuinte deve compensar o
tributo pago na entrada da mercadoria com o valor devido
por ocasião da saída, incidindo a tributação somente sobre
valor adicional ao preço. (RE 325623 AgR/MT, de
14/03/2006).”
“Não constitui ofensa aos princípios da isonomia e da
não-cumulatividade o fato de a legislação estadual
desautorizar a correção monetária de créditos
escriturais e saldos credores de ICMS. (RE 275507
AgR/SP, de 07/06/2011)”
“O contribuinte não pode corrigir monetariamente os créditos
fiscais extemporâneos do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços, se a legislação estadual for
omissa. (RE 449106 AgR/RS 13/04/2011)”
“Segundo jurisprudência desta Corte, a aplicação de
correção monetária aos créditos escriturais do ICMS
depende de lei autorizadora (PORTANTO, NÃO É
DIREITO CONSTITUCIONAL DO CONTRIBUINTE) ou de
prova quanto ao obstáculo injustamente posto pelas
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autoridades fiscais à pretensão do contribuinte. (RE
450561 AgR/RS, de 31/08/2010)”
“A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal entende
que não ofende o princípio constitucional da não-
cumulatividade a sistemática para compensação do ICMS
resultante da aquisição de bens para o ativo fixo conforme
previsto na LC 102/2000. (AI 630641 AgR/SC, de
23/11/2010).”
“O Plenário do Supremo Tribunal Federal (RE 174.478/SP,
rel. p/ o acórdão o Min. Cezar Peluso, DJ 30.09.2005), ao
apreciar questão similar à destes autos, assentou que a
redução da base de cálculo do ICMS corresponderia a
uma isenção parcial, possibilitando o estorno
proporcional do tributo, e que tal compensação não
afronta o princípio da não-cumulatividade. (AI 565666
AgR/RS, 31/08/2008).”
(FCC/2011/TJ-PE/Juiz) Em nosso sistema tributário, a não-cumulatividade
e a essencialidade são atributos exclusivos:
a) do ICMS.
b) do IR.
c) dos impostos residuais.
d) do ITR.
e) do IPI.
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Essa questão foi capciosa, uma vez que colocou o ICMS já na alternativa “a”,
induzindo o candidato a erro. Entretanto, na alternativa “e” também consta o
IPI, outro tributo sujeito à seletividade e à não-cumulatividade.
“E agora, professor? Duas respostas?”
Embora não tenha sido a redação mais correta, uma vez que a essencialidade
é característica relativa tanto ao ICMS quanto ao IPI, somente para este ela
será obrigatória, conforme nos dizem o artigo 153, §3º, I, e 155, §2º, III,
ambos da CF/88.
Assim, acredito que o elaborador da questão quis perguntar para qual
imposto as duas características sempre serão observadas, o que nos leva a
marcar como gabarito a alternativa “e”.
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Princípio da Transparência Fiscal
O princípio da transparência fiscal está relacionado à ideia de informação do
contribuinte quanto aos tributos a que está submetido, ou que possa vir a
ser, devendo ser feita da maneira mais clara e suficiente possível, evitando
dispêndios desnecessários e prejuízos de qualquer natureza ao contribuinte.
Ao ser editada uma lei, essa deve dispor em seu texto sobre todas as
obrigações a que os sujeitos passivos serão submetidos, devendo ser claras,
completas, compreensíveis e adequadas ao contexto em que serão
inseridas.
Outro ponto importante é a definição precisa da carga tributária a que serão
submetidos os contribuintes e responsáveis tributários, garantindo-se, dessa
forma, um dos pilares da chamada justiça fiscal.
O professor Ricardo Lobo, em seu artigo sobre o tema (O princípio da
Transparência no Direito Financeiro), nos diz o seguinte:
“A transparência fiscal é um princípio constitucional
implícito. Sinaliza no sentido de que a atividade financeira
deve se desenvolver segundo os ditames da clareza,
abertura e simplicidade. Dirige-se assim ao Estado como à
Sociedade, tanto aos organismos financeiros supranacionais
quanto às entidades não-governamentais. Baliza e modula
a problemática da elaboração do orçamento e da sua gestão
responsável, da criação de normas antielisivas, da abertura
do sigilo bancário e do combate à corrupção.”
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Uma importante previsão constitucional relativo a esse princípio está contida
no artigo 150, §5, da CF/88, cujo texto é o seguinte:
“Art. 150 (...)
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre
mercadorias e serviços.”
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Questões Propostas
1 - (ESAF/SEFAZ/APOF/SP/2009) O princípio da capacidade
contributiva:
a) não se aplica às penalidades tributárias.
b) aplica-se somente às contribuições.
c) aplica-se somente aos impostos.
d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias.
e) é atendido pela progressividade dos impostos reais.
2 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público
Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto à anterioridade
tributária,
(A) há duas regras de anterioridade: a anterioridade de exercício para os
impostos e a anterioridade nonagesimal para as contribuições.
(B) as contribuições não estão sujeitas à anterioridade de exercício.
(C) as contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade
social não estão sujeitas à anterioridade de exercício.
(D) as taxas não estão sujeitas à anterioridade nonagesimal mínima
prevista no art. 150, III, c, da CF.
(E) a anterioridade nonagesimal mínima só é aplicável aos impostos sobre o
patrimônio.
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3 - (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que
possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de
ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na
economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do
contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não
possui caráter extrafiscal.
a) Imposto sobre produtos industrializados.
b) Imposto sobre importação.
c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis.
d) Imposto sobre produtos industrializados.
e) Taxa de iluminação pública.
4 - (ESAF/SRF/AFRF/2000) Para responder esta questão preencha
corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a
Constituição da República, contém o par correto de expressões.
______(1)______, os impostos terão caráter pessoal para, entre outros
objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo
a capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração
tributária, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte, _____(2)_____
a) (1) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum (2)
desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado
específico de investigação fiscal.
b) (1) Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre
discrição, (2) desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja
específica autorização judicial.
c) (1) Havendo expressa opção pelo legislador, (2) mas apenas se houver
alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o
impede.
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d) (1) Sempre que possível, (2) respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei.
e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da
República, (2) mas a Constituição expressamente veda acesso a dados
financeiros do contribuinte em poder de terceiros.
5 - (ESAF/PGFN/PFN/2004) Considerado o entendimento atualmente
dominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a resposta que completa
corretamente a assertiva. “A alíquota de contribuição social destinada ao
financiamento da Seguridade Social, majorada por medida provisória que
tenha sido editada na primeira metade do exercício financeiro, objeto de
reedição e conversão em Lei, poderá ser exigida ...”
a) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da Lei resultante
da conversão.
b) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da medida
provisória originária.
c) depois de decorridos noventa dias da data da reedição da medida
provisória.
d) no próximo exercício financeiro.
e) depois de decorridos noventa dias do início do próximo exercício
financeiro.
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6 - (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estado de
Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, em atenção às
Constituições Estadual e Federal, medida provisória visando à majoração de
imposto estadual. A norma entrou em vigor na data de sua publicação. O
Poder Legislativo Estadual, porém, somente converteu a medida provisória
em lei no dia 20 de fevereiro de 2008. Em face da situação hipotética e
considerando os parâmetros de vigência e aplicação da legislação tributária,
aponte em que data o aumento poderá ser efetivamente cobrado.
a) 1º de janeiro de 2008.
b) 4 de fevereiro de 2008.
c) 20 de maio de 2008.
d) 1º de janeiro de 2009.
e) 31 de março de 2009.
7 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público
Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto à legalidade e à
irretroatividade tributárias:
(A) prazo de vencimento de tributo não é matéria sob reserva legal, de
modo que, mesmo que seja estabelecido por lei, poderá ser alterado por
decreto ou portaria.
(B) há exceções constitucionais expressas à irretroatividade tributária
quanto à instituição e à majoração de determinados tributos.
(C) a irretroatividade tributária não se aplica aos impostos indiretos.
(D) a irretroatividade tributária não constitui propriamente limitação
constitucional ao poder de tributar, mas simples critério de tributação
afastável por lei complementar.
(E) inexiste exceção à legalidade tributária, apenas atenuação quanto à
alteração da alíquota, pelo Executivo, de determinados tributos
expressamente referidos no texto constitucional.
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8 - (ESAF/SEFAZ-MG/Auditor Fiscal/2005) Assinale a opção correta. O
princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da:
a) anterioridade.
b) irretroatividade.
c) anualidade.
d) imunidade recíproca.
e) legalidade.
9 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público
Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto às limitações
constitucionais ao poder de tributar estabelecidas na Constituição Federal:
(a) podem ser atenuadas e excepcionadas, desde que por emenda
constitucional.
(b) sua regulamentação pode ser feita por lei ordinária.
(c) a instituição de impostos está sujeita à reserva legal absoluta, mas não
à graduação de alíquotas, que pode ser feita pelo Executivo.
(d) os tributos em geral estão sujeitos à anterioridade de exercício e à
anterioridade nonagesimal mínimal, ressalvadas as exceções
constitucionais.
(e) as taxas não se sujeitam às limitações constitucionais ao poder de
tributar.
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10 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público
Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Ainda quanto às
limitações constitucionais ao poder de tributar:
(a) é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos
Estados ou dos Municípios, o que implica a impossibilidade tanto de a lei
federal assim dispor como de ser instituída isenção por tratado internacional
entre a República Federativa do Brasil e outros Estados estrangeiros.
(b) a vedação aos Estados de estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços em razão de sua procedência ou destino impede que sejam
estabelecidas alíquotas maiores para o IPVA de veículos estrangeiros.
(c) a vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, impede,
inclusive, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do
País.
(d) a imunidade dos livros, jornais e periódicos não se aplica aos impostos
estaduais.
(e) os subsídios ou isenções, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só podem ser concedidos por lei, a qual não necessita,
contudo, regular específica e exclusivamente as tais matérias ou o
correspondente tributo.
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11. (AFRE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “limitações
constitucionais ao poder de tributar”, “competência tributária”, “princípios
constitucionais tributários” e “imunidades”, marque com (V) a assertiva
verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.
( ) Decreto que reduz o prazo de recolhimento de imposto é
inconstitucional, porque o prazo integra as exigências do princípio da
legalidade.
( ) A competência tributária não exercida por um ente da Federação poderá
ser delegada a outro.
( ) O imposto sobre produtos industrializados – IPI e o imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS estão
sujeitos ao princípio da nãocumulatividade, em função da essencialidade do
produto.
( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria.
a) V, F, F, F.
b) V, F, F, V.
c) F, V, F, F.
d) F, F, V, F.
e) F, F, F, F.
12 - (ESAF/SRF/AFTN/1994)
(I) É proibido exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
(II) é vedado instituir tratamento desigual entre os contribuintes que
estejam em situação equivalente;
(III) é defeso cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que o instituiu ou aumentou;
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(IV) é vedado cobrar tributo no mesmo exercício em que tenha sido
publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
Combine as quatro vedações acima com os seguintes princípios: (W)
anterioridade; (X) isonomia tributária, (Y) legalidade; (Z) irretroatividade.
As vedações correspondem, respectivamente, aos princípios referidos nas
seguintes letras:
a) W X Y Z.
b) X Y Z W.
c) Y X Z W.
d) Y W X Z.
e) W Y X Z.
13 - (FMP – 2008 - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO DO
ESTADO DO MATO GROSSO) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou os aumentou. O princípio da
anterioridade tributária não se aplica aos seguintes tributos:
(A) empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência,
imposto sobre importação de produtos estrangeiros e imposto de
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
(B) impostos extraordinários, imposto sobre produtos industrializados e
imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
(C) imposto sobre grandes fortunas, imposto sobre propriedade territorial
rural e imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro.
(D) impostos extraordinários, empréstimo compulsório para atender a
despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência e imposto sobre propriedade territorial rural.
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(E) imposto sobre grandes fortunas, imposto de exportação, para o exterior,
de produtos nacionais ou nacionalizados e imposto sobre operações de
crédito, câmbio e seguro.
14. (ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim entendida
como o poder que os entes políticos – União, Estados- Membros, Distrito
Federal e Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao
contrário, encontra limites na Constituição Federal, entre os quais
destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum
tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria
Constituição Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei
(podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos
desses tributos:
a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP.
b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível /
contribuição para o PIS/PASEP.
c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e
proventos.
d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguros.
e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.
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15. (ESAF/SRF/ Auditor Fiscal do Tesouro Nacional/1996) O princípio
da legalidade não se aplica, em toda a sua extensão:
a) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos
industrializados e imposto extraordinário decorrente de guerra.
b) aos impostos de importação e exportação, ao imposto sobre produtos
industrializados e ao impostos sobre operações financeiras.
c) às taxas e contribuições de melhoria.
d) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos
industrializados e imposto extraordinário de guerra.
e) às taxas e contribuições sociais.
16 - (ESAF/APO/União/2010) De acordo com a Constituição Federal,
não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Trata-se do
princípio da anterioridade tributária. Entretanto, a própria Constituição
estabelece que ato do Poder Executivo pode elevar alíquotas de
determinados tributos, como, por exemplo:
a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e
contribuição social sobre o lucro líquido.
b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de intervenção no
domínio econômico sobre combustíveis e imposto sobre importações.
c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto sobre a
renda.
d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto sobre
produtos industrializados.
e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis,
imposto sobre a renda e imposto sobre exportações.
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17 - (FMP – 2009 - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO DO
ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL) No campo das limitações do poder
de tributar, assinale a opção correta:
(A) A regra da anterioridade não se aplica à instituição de empréstimos
compulsórios no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional.
(B) A regra da anterioridade se aplica à instituição de empréstimos
compulsórios para atender despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública.
(C) A regra da anterioridade não se aplica à instituição de impostos sobre
importação de produtos estrangeiros.
(D) Em virtude da regra da legalidade e da regra da anterioridade, é vedada
a edição de medida provisória em matéria tributária.
(E) A Constituição proíbe a instituição de impostos sobre patrimônio, renda
ou serviços dos partidos políticos, mas autoriza a instituição sobre quaisquer
patrimônios, rendas ou serviços das fundações vinculadas aos partidos
políticos.
18 – (FCC/2011/TCM-BA - Procurador Especial de Contas)
O grupo criou uma rede de 80 empresas de fachada (...) − todas
registradas em nome de laranjas. As empresas importavam produtos
químicos, mas não pagavam nenhum tributo sobre as operações. (...) Os
produtos importados eram ‘revendidos’, em operações fictícias, a outras
empresas do grupo, espalhadas por vários estados. A partir daí, o bando
revendia os produtos a seus clientes normalmente, usando empresas reais
(...), mas sem arcar com o custo dos impostos. A quadrilha também
fraudava os fiscos estaduais: nessas operações cruzadas, acumulava
créditos tributários, mesmo sem nunca recolher ICMS. Nessa outra fraude,
pode ter sonegado mais de 1 bilhão de reais.
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(Revista Veja. Editora Abril. Edição 2231, Ano 44, no 34, 24/08/2011, p. 76)
O texto acima está se referindo ao princípio explícito da
a) legalidade.
b) irretroatividade da lei tributária.
c) anterioridade da lei tributária.
d) segurança jurídica.
e) igualdade.
19. (ESAF/Analista Jurídico/2007/CE) O princípio constitucional da
legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser
estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a
própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por
meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui:
a) Imposto de Importação.
b) Imposto Territorial Rural.
c) Imposto sobre Operações Financeiras.
d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis.
e) Imposto Sobre Produtos Industrializados.
20 - (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) A Constituição Federal fixa regras
que limitam o exercício da competência tributária. Dentre elas podem ser
citadas as regras da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal.
Estas regras não são absolutas, comportando exceções. NÃO se submete às
regras da anterioridade anual e nonagesimal, ao mesmo tempo, a
majoração de alíquota do imposto sobre:
a) produtos industrializados (IPI).
b) a renda e proventos de qualquer natureza (IR).
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c) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários (IOF).
d) a propriedade territorial rural (ITR).
e) circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).
21. (ESAF/SRF/Técnico do Tesouro Nacional/1998) Quanto ao
princípio da anterioridade, pode-se dizer que:
a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do início da
vigência da lei que houver instituído ou aumentado um tributo.
b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações
Financeiras e às Taxas decorrentes do exercício do poder de polícia.
c) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações
Financeiras e ao Imposto de Exportação.
d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o
pressuposto de sua instituição.
e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma que às
outras espécies tributárias.
22 - (FCC/2011/MPE-CE - Promotor de Justiça) Sobre os princípios
constitucionais tributários é correto afirmar que:
a) a lei que modifica tributos só pode ser aplicada no exercício seguinte ao
da sua publicação por força da regra da irretroatividade da lei tributária.
b) os tributos sempre deverão ser pessoais e atender às condições
econômicas dos contribuintes, por força do princípio da capacidade
contributiva.
c) salvo exceções a lei que cria ou majora tributo terá eficácia no exercício
financeiro seguinte ao da sua publicação, como expressão da anterioridade
tributária.
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d) como exceção à legalidade tributária, pode o Presidente da República
instituir, por decreto, impostos de importação, de exportação, sobre
produtos industrializados e sobre operações financeiras.
e) a instituição de empréstimo compulsório, imposto extraordinário, imposto
residual e impostos de natureza extrafiscal são exceções à anterioridade
nonagesimal.
23 - (FCC/2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo) Previsto
expressamente na Constituição Federal como sendo um princípio
direcionado aos impostos para que, sempre que possível, tenham caráter
pessoal e atendam às condições econômicas do contribuinte, corresponde
ao princípio da:
a) isonomia.
b) pessoalidade.
c) capacidade contributiva.
d) dignidade da pessoa humana.
e) progressividade.
24. (CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) As obrigações principais e
acessórias estão sujeitas ao princípio constitucional da legalidade estrita.
25 - (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) O Chefe do Poder Executivo
poderá, através de:
a) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota da CIDE
combustível.
b) medida provisória, instituir empréstimo compulsório das despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
c) medida provisória, instituir imposto residual, com fato gerador e base de
cálculo distintos dos impostos já discriminados na Magna Carta.
d) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do imposto sobre
operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários.
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e) decreto, instituir contribuição social para seguridade social, dentro da
competência constitucional residual.
26. (ESAF/Analista Jurídico/2007/CE) Sobre o princípio constitucional
da seletividade, é incorreto afirmar-se que:
a) é aplicado obrigatoriamente ao ICMS.
b) permite ao legislador a tributação diferenciada de produtos, aplicando
alíquotas maiores aos produtos menos essenciais.
c) é aplicado facultativamente ao IPTU.
d) segundo tal princípio, os produtos mais essenciais devem ser tributados
com alíquotas mais baixas.
e) é aplicado obrigatoriamente ao Imposto Sobre Produtos Industrializados.
27 - (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) É exceção ao princípio da
uniformidade geográfica a
a) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território
nacional.
b) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do
País.
c) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos de
competência dos Municípios.
d) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
da procedência.
e) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
28. (ESAF/RFB/AFRF/2005/TA) Ainda que atendidas as condições e os
limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as
alíquotas do imposto sobre
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a) importação de produtos estrangeiros.
b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
c) propriedade territorial rural.
d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários.
e) produtos industrializados.
29 - (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) O Governo Federal, lançando mão
de um pacote tributário em janeiro de 2008, adotou as seguintes medidas:
I. majorou a alíquota do imposto de renda por medida provisória de eficácia
imediata já para o ano- calendário 2008;
II. majorou a alíquota do imposto sobre operações de câmbio, crédito,
seguro e valores mobiliários por decreto publicado em 10 de janeiro de
2008, que passará a ser aplicada a partir da publicação;
III. encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei complementar para
majorar a alíquota de contribuição social sobre o lucro líquido;
IV. majorou a alíquota do IPI sobre cigarro, por decreto, que passará a ser
aplicada a partir da publicação;
V. concedeu, por medida provisória, isenção de imposto de importação
sobre o combustível e, na mesma medida, de ICMS sobre o combustível.
Dentre estas medidas, NÃO atendem aos princípios constitucionais
tributários
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, IV e V.
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30. (ESAF/Analista Contábil-Financeiro/2006/CE) O princípio
constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica, estabelece
que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e Municípios –
não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido
publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à
possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em
que tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria
Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir,
assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio.
a) Imposto sobre produtos industrializados.
b) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre
combustíveis.
c) Imposto de exportação.
d) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública.
e) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de
caráter urgente e relevante interesse nacional.
31. - (ESAF/SRP/AFPS/2002) À luz da Constituição, avalie as
formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à
resposta correta.
I. É vedado à União elevar a alíquota do imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobre renda líquida
igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civil por pessoa física,
por força da disposição constitucional vedatória da utilização de tributo com
efeito de confisco, bem assim da que prevê a graduação de impostos
segundo a capacidade econômica do contribuinte.
II. A cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público não constitui violação do dispositivo constitucional que veda o
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estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais.
III. Somente à União compete instituir impostos extraordinários, na
iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua
competência tributária, podendo a respectiva cobrança ser iniciada no
mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei ordinária que os
instituir.
a) Somente I é falsa.
b) I e II são falsas.
c) I e III são falsas.
d) II e III são falsas.
e) Todas são falsas.
32. (ESAF/SEFAZ-RN/AFTE /2005) Marque a resposta correta,
considerando as formulações abaixo.
I - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária
não se sujeita ao princípio da anterioridade.
II - O depósito em títulos da dívida agrária suspende a exigibilidade do
crédito tributário da União.
III - Não é legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de
concordata, porquanto, de acordo com o disposto no art. 112, II, do Código
Tributário Nacional, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina
penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado,
em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato,
ou à natureza ou extensão dos seus efeitos.
IV - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o
imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no
valor venal do imóvel.
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a) Somente I, II e III são verdadeiras.
b) Somente II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente I e II são verdadeiras.
d) Somente I e IV são verdadeiras.
e) Somente II e IV são verdadeiras
33 - (FCC/2011/TJ-PE/Juiz) Em nosso sistema tributário, a não-
cumulatividade e a essencialidade são atributos exclusivos:
a) do ICMS.
b) do IR.
c) dos impostos residuais.
d) do ITR.
e) do IPI.
34 - (FCC/2011/TJ-PE/Juiz) A regra da anterioridade, que veda cobrar
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, NÃO se aplica:
a) aos impostos de importação e exportação.
b) ao IR.
c) ao ITR.
d) às contribuições sociais.
e) aos impostos estaduais.
35 - (ESAF /RFB/AFRF/2005/TI) A Constituição da República veda a
cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da
anterioridade tributária, que, contudo, encontra na própria Constituição
algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só
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pode ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou
majoração:
a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários.
b) Imposto sobre produtos industrializados.
c) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e
relevante.
d) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade
pública.
e) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados.
36. (ESAF/SEFAZ-PA/FTE/2002) Os princípios da
_______¹____________ e da __________²__________ não se aplicam,
em toda a sua extensão, aos impostos sobre: importação de produtos
estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados; produtos industrializados; operações de crédito, câmbio e
seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
a) ¹ estrita reserva legal, ² anterioridade.
b) ¹ isonomia, ² irretroatividade da lei.
c) ¹ uniformidade da tributação, ² capacidade contributiva.
d) ¹ igualdade tributária, ² liberdade de tráfego.
e) ¹ vedação de tributo confiscatório, ² transparência dos impostos.
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37 - (FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado)
Submete-se integralmente aos princípios da legalidade, anterioridade anual
e anterioridade nonagesimal o imposto sobre:
a) os produtos industrializados.
b) a renda e proventos de qualquer natureza.
c) a transmissão de bens causa mortis e doação.
d) a propriedade de veículos automotores.
e) a propriedade territorial urbana.
38 - (FCC/2008/METRÔ-SP/Advogado) Sobre a limitação do poder de
tributar, é correto afirmar que à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios é permitido
a) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou serviços das fundações
vinculadas a partidos políticos.
b) cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à
data inicial do exercício financeiro a que corresponda.
c) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros
em relação aos seus serviços próprios e inerentes aos seus objetivos.
d) estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou
mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
e) cobrar imposto sobre papel destinado exclusivamente à impressão de
livros.
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39. (ESAF/RFB/AFRF/2002.1) É lícito ao ente tributante
a) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida
pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde
que expressa a lei que os tenha previsto.
c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança
de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
d) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde
que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.
40. (ESAF/PGFN/PFN/2007.2) Das formulações abaixo, assinale a que
não se inclui entre os conteúdos normativos que a Constituição considera,
relaciona e tipifica, na Seção II, do Capítulo I, do seu Título VI, como
“Limitações do Poder de Tributar”.
a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir
ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
isenções de tributos da competência da União, bem como da competência
de uns e outros.
d) A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
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e) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.
41 - (FCC/2009/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas/Gestão
Tributária - Prova 3) Sobre os princípios que regem nosso Sistema
Tributário Nacional é correto afirmar:
a) Não se aplica o Princípio da Anterioridade a: Imposto sobre Importação
de Produtos Estrangeiros, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto
de Renda e Proventos de Qualquer Natureza e Imposto sobre
Transmissão Causa Mortis.
b) O princípio da Vedação de Confisco tem por objetivo estabelecer a
tributação justa e livre de arbitrariedade, não se aplica, porém, a todas as
espécies tributárias, mas somente aos tributos de natureza vinculada à
atuação estatal.
c) Em razão do princípio da Isonomia Tributária, é vedada à União a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
d) O princípio da Capacidade Contributiva não se aplica às taxas e às
contribuições de melhoria, mas tão somente aos impostos.
e) Em razão do princípio da Imunidade Recíproca é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios tributar o patrimônio, a renda
ou serviços, uns dos outros, inclusive aqueles relacionados com exploração
de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário.
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42 - (FCC/2009/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas/Gestão
Tributária - Prova 3) Sobre as prescrições constitucionais insertas na
seção 'Das limitações do poder de tributar', é correto afirmar:
a) O princípio da anterioridade não admite qualquer tipo de exceção, uma
vez que se trata de garantia dos contribuintes.
b) As operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em
obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego
de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio.
c) Em razão da vedação da utilização do tributo com o efeito de confisco, a
União não pode instituir o Imposto sobre grandes fortunas.
d) As imunidades ali previstas aplicam-se somente aos impostos.
e) É defeso cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os houver instituído ou aumentado, devendo essa lei ser
publicada sempre com um prazo de 90 dias antes do término do exercício
financeiro anterior àquele em que o tributo será cobrado ou aumentado.
43. (ESAF/TCE-GO/Auditor/2007) Sobre as limitações constitucionais
do poder de tributar, é incorreto afirmar que:
a) é vedado aos Estados cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da
data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observada a regra segundo a qual a cobrança não pode recair no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
b) a proibição da instituição de impostos sobre templos de qualquer culto
não alcança os impostos de importação de produtos estrangeiros;
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
produtos industrializados; e operações de crédito, câmbio e seguro, ou
relativas a títulos ou valores imobiliários.
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c) não diz respeito às taxas, a regra de que qualquer subsídio ou isenção,
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão só poderá ser concedido por lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou a
correspondente exação.
d) a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato
gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
e) a vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou
serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, uns dos
outros, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, considerada a necessária vinculação a suas finalidades
essenciais, ou às delas decorrentes, desde que não guardem relação com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação
de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
44 - (FCC/2006/PGE-RR/Procurador de Estado) É vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
a) estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em
razão da sua procedência ou do seu destino.
b) cobrar tributo, assim entendidas as taxas e contribuição de melhoria,
sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros.
c) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços das empresas
públicas e sociedade de economia mista.
d) cobrar imposto sobre templos de qualquer culto.
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e) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos
políticos, independentemente de aplicação dos seus recursos no País e na
manutenção dos seus objetivos institucionais.
45. (ESAF /SRF/TTN/1998) Assinale a opção incorreta. No que diz
respeito ao Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza,
pode-se afirmar que:
a) deve ser progressivo, aumentando a alíquota à medida que se eleva a
base de cálculo.
b) deve obedecer aos critérios da universalidade e da generalidade.
c) deve obedecer aos princípios da capacidade contributiva e irretroatividade
da lei tributária.
d) não pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo.
e) não pode prever hipóteses de isenção, sob pena de violar-se o princípio
da igualdade.
46. (ESAF /SRF/TRF/2002.2) Avalie a correção das afirmações abaixo.
Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida,
marque a opção que contenha a seqüência correta. A Constituição Federal
de 1988 veda
( ) o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas, capitais ou bens
por meio de impostos.
( ) a instituição de tributo sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos
partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação e
de assistência social.
( ) a instituição de imposto que não seja uniforme em todo o território
estadual ou municipal do ente político criador do imposto, admitida a
concessão de incentivos fiscais para a correção dos desequilíbrios regionais
sócio-econômicos.
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a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) F, F, F.
e) V, F, V.
47 - (FCC/2006/DPE-SP/Defensor Público) "O primeiro caminho para a
reconstrução dos Direitos Humanos da Tributação é o da efetiva, direta e
ativa participação de todos os segmentos da sociedade na elaboração,
fiscalização e controle das regras tributárias. A idéia básica é de eliminar os
excessos e injustiças da carga tributária, de modo a torná-la equânime e
efetiva, em harmonia com os princípios da justiça e da racionalidade".
(Nogueira, Alberto. A reconstrução dos Direitos Humanos na Tributação. Rio
de Janeiro: Renovar. 1997. p. 411) . O princípio da capacidade contributiva:
a) tem por destinatário imediato o legislador ordinário das pessoas políticas.
É ele que deve imprimir, nos impostos que cria in abstracto, um caráter
pessoal, graduando- os conforme a capacidade econômica dos contribuintes.
b) dirige-se aos poderes públicos, aos legisladores, aos aplicadores da lei,
às autoridades e aos juízes e aplica- se a toda espécie de tributos previstos
na Constituição Federal.
c) deve observar o valor da taxa, seja de serviço, seja de polícia,
correspondendo ao custo, ainda que aproximado, da atuação estatal
específica, demonstrando, assim, uma razoabilidade entre a quantia
cobrada e o gasto que o poder público teve para prestar aquele serviço
público.
d) aplica-se apenas aos tributos cuja progressividade estiver expressa no
texto da atual Constituição Federal.
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e) leva em conta os princípios da igualdade, a função social da propriedade
e da dignidade da pessoa humana, e por isso atinge todos os tributos,
conforme expressa disposição constitucional.
48 – (FCC/2009/MPE-SE/Analista do Ministério Público) Ao dispor
sobre as limitações ao poder de tributar, estabelece a Constituição da
República que é vedado aos entes da Federação
a) instituir isenções de tributos da competência uns dos outros, ressalvada a
hipótese de a União instituir isenção de tributos estaduais, com vistas a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as
diferentes regiões do país.
b) cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, exceto para casos
expressamente referidos na Constituição, como o do imposto sobre
produtos industrializados.
c) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou, o que não se aplica, no entanto, em
alguns casos, como o do imposto sobre a renda ou proventos de qualquer
natureza.
d) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, admitida apenas distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, conforme denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos.
e) instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros,
estendendo-se esta vedação às autarquias e às fundações instituídas ou
mantidas pelo poder público, no que se refere a patrimônio, renda e
serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
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49 - (FCC/2009/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas/Prova 2) Uma
empresa de produtos de luxo sediada em São Paulo adquire mercadoria de
importadora situada no Estado de Santa Catarina. Considerando
hipoteticamente que a alíquota do ICMS no Estado de Santa Catarina para
este tipo de mercadoria é de 25% e que no Estado de São Paulo é de 18%,
a empresa sediada em São Paulo se credita de ICMS incidente sobre este
tipo de operação amparada especificamente no princípio constitucional da:
a) seletividade, em razão da essencialidade do produto.
b) legalidade, porque deve haver previsão expressa em lei autorizando este
mecanismo contábil de crédito-débito.
c) isonomia, que assegura mesmo tratamento tributário para contribuintes
que estejam numa mesma situação, independentemente do lugar da
ocorrência do fato gerador.
d) vedação ao confisco, impedindo a bitributação sobre uma mercadoria.
e) não-cumulatividade, na qual é assegurada a dedução correspondente aos
montantes cobrados nas operações anteriores.
50. (ESAF/PGFN/PFN/2004) Com atenção aos princípios do sistema
tributário nacional, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa,
assinalando ao final a opção correspondente.
( ) O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação – ICMS sujeita-se ao princípio da nãocumulatividade, podendo
a lei que o instituir observar o princípio da seletividade.
( ) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) sujeita-se ao princípio da
não-cumulatividade, em função da essencialidade do produto.
( ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos
princípios da generalidade, uniformidade e progressividade.
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( ) O princípio da legalidade tributária remonta à Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão.
a) V, F, F, F.
b) V, V, V, V.
c) F, F, V, V.
d) V, F, V, F.
e) V, V, V, F.
51 - (FCC/2009/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas/Prova 2) Da
verificação de que o lançamento é o procedimento administrativo destinado
a constituir o crédito tributário e que o lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,
ainda que posteriormente modificada ou revogada, é possível identificar o
cumprimento do princípio constitucional da
a) irretroatividade tributária.
b) anterioridade anual.
c) anterioridade nonagesimal.
d) isonomia tributária.
e) capacidade contributiva.
52. (ESAF/Ministério Público/TCE/GO/2007) Sobre as limitações do
poder de tributar do Estado de Goiás e sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, pode-se afirmar, exceto que é vedado,
a) exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
b) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens por meio de
tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Distrito Federal.
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c) estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer
natureza, salvo se a diferença for fundada na procedência ou no destino dos
bens ou dos serviços.
d) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
e) instituir impostos sobre livros, jornais e periódicos e o papel destinado a
sua impressão.
53. (ESAF/SEFAZ-CE/AFE/2007) As limitações constitucionais ao poder
de tributar constituem garantias aos contribuintes de que não serão
submetidos à tributação sem a estrita observância de tais princípios.
Sobre estes, é correto afirmar-se que:
a) somente as leis poderão instituir ou aumentar tributos, admitindo-se
algumas exceções, somente em relação a alguns impostos, em que estes
poderão ser majorados por meio de decretos presidenciais.
b) é vedado a todos os entes tributantes instituir tributos sobre templos de
qualquer culto.
c) os tributos deverão observar o princípio da capacidade contributiva.
d) é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional.
e) é vedado aos entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os tenha aumentado, em
quaisquer casos.
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54 - (FCC/2006/SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos
Estaduais/Prova 2) Aplica-se o princípio da anterioridade nonagesimal
(noventena criada pela Emenda Constitucional no 42 de 19/12/2003) ao
imposto sobre:
a) operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários.
b) renda e proventos de qualquer natureza.
c) importação de produtos estrangeiros.
d) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
e) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
55 - (FCC/2006/SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos
Estaduais/Prova 2) A Constituição Federal relaciona os impostos que
podem ser criados pelos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e atribui competência residual tributária:
a) à União para criar, através de lei complementar, novos impostos, desde
que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados na Constituição Federal.
b) ao Distrito Federal para criar, através de lei ordinária, novos impostos,
desde que sejam não-cumulativos e não tenham hipótese de incidência e
fato imponível próprios dos discriminados na Constituição Federal.
c) aos Estados, para os quais estão reservadas as competências que não
sejam vedadas pela Constituição Federal.
d) aos Municípios, para criar, através de lei, novos impostos, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados na Constituição Federal.
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e) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para criarem, através de
lei, novos impostos, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição
Federal.
56. (ESAF/IRB/Advogado/2006) O Sistema Tributário Nacional é
disciplinado na Constituição Federal de 1988 a partir do art. 145. Sobre
seus princípios gerais (arts. 145 a 149-A), é incorreto afirmar-se que,
a) a fim de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da
capacidade econômica do contribuinte, faculta-se à administração tributária
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas a que se dedique o
contribuinte.
b) embora originalmente não tenha sido elaborado com o atendimento aos
requisitos de tal espécie normativa, o Código Tributário Nacional, sendo lei
ordinária, foi recepcionado pela Constituição com o status de lei
complementar. Portanto, suas alterações somente podem ser efetuadas por
intermédio de lei complementar.
c) aos Municípios e ao Distrito Federal é facultada a instituição de
contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma da
respectiva lei; todavia, se optarem por cobrá-la, tais entes deverão fazê-lo
por via da respectiva fatura de consumo de energia elétrica.
d) a instituição de contribuições de intervenção no domínio econômico é da
competência exclusiva da União, não podendo, portanto, ser delegada a
outros entes federativos, como Estados, Municípios e Distrito Federal.
e) somente a União possui a competência para a instituição de duas
diferentes modalidades de empréstimos compulsórios, sendo necessário,
para ambas, a edição de lei complementar.
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57 - (FCC/2008/MPE-PE/Promotor de Justiça) É exceção aos
princípios da anterioridade, mas deve obediência ao princípio da
anterioridade nonagesimal, o imposto sobre
a) a renda e proventos de qualquer natureza.
b) serviços de qualquer natureza.
c) importação.
d) operações de câmbio e valores mobiliários.
e) produtos industrializados.
58 - (FCC/2007/TRF-2R/Analista Judiciário/Área Judiciária -
Execução de Mandados) Em matéria de princípios gerais e das limitações
ao poder de tributar, assinale a alternativa correta.
a) O princípio da não-cumulatividade não é geral, sendo aplicado apenas
nos impostos sobre produtos industrializados (IPI), circulação de mercadoria
(ICMS) e nos eventuais criados pela União, na sua competência residual.
b) Não é necessário que o tributo da União seja igual em todo o território
nacional, com distinção entre Estados, Distrito Federal e Municípios.
c) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, vedadas as
taxas.
d) Os subsídios, isenções, anistia ou remissão relativos ao tributos podem
ser concedidos pelo Chefe do Executivo, a seu critério, por decreto, se
houver interesse público.
e) A União poderá tributar a remuneração e os proventos dos respectivos
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e
para seus agentes.
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59 - (FCC/2007/TRF-3ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária)
Nos termos da Constituição Federal, cuidando-se de matéria relativa à
limitação do poder de tributar, NÃO é vedado:
a) à União, dentre outras hipóteses, instituir isenções de tributos de
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
b) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
c) à União, aos Estados e aos Municípios, cobrar tributos em relação a fatos
geradores ocorridos depois do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.
d) aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco e instituir impostos
sobre templos de qualquer culto.
e) ao Distrito Federal instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o
papel destinado a sua impressão.
60. (ESAF/SRF/AFRF/2002.2) Avalie o acerto das afirmações adiante e
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a
opção correta.
( ) O princípio da anterioridade tributária não pode ser afastado por meio de
emenda constitucional, ainda que em relação a um imposto determinado,
não constante da enumeração excetuada no próprio texto constitucional
original.
( ) O princípio da irretroatividade protege de alterações a tributação dos
lucros apurados no período base a ser encerrado em data futura.
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( ) É inconstitucional a cobrança de imposto sobre movimentação financeira
que atinja indiscriminadamente todas as aplicações, no ponto em que atinja
as realizadas por Estados e Municípios, por exemplo (imunidade recíproca),
sendo portanto inválido o § 2º do art. 2º da Emenda Constitucional nº 3, de
18 de março de 1993.
a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) F, V, F.
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Gabarito
1 A 21 C 41 D 2 C 22 C 42 D 3 E 23 C 43 C 4 D 24 E 44 D 5 B 25 D 45 E 6 D 26 A 46 D 7 E 27 B 47 A 8 B 28 C 48 E 9 D 29 E 49 E 10 B 30 E 50 A 11 E 31 A 51 A 12 C 32 D 52 C 13 A 33 E 53 D 14 D 34 A 54 E 15 B 35 D 55 A 16 B 36 A 56 C 17 C 37 C 57 E 18 A 38 B 58 A 19 B 39 C 59 C 20 C 40 C 60 C
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BIBLIOGRAFIA
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.
Presidência da República, acessado entre 24 e 25 de maio de 2012,
disponível em: http://www.planalto.gov.br .
Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Presidência da República, acessado entre 24 e 25 de maio de 2012,
disponível em: http://www.planalto.gov.br .
Baleeiro, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11º edição, Rio de Janeiro,
editora Forense. 2007.
Souza, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. 2ª Edição.
Rio de Janeiro. Editora: Financeiras. 1954
Machado, Hugo de Brito. Comentários ao Código Tributário Nacional. São
Paulo. Editora: Atlas. 2003.
TORRES, Ricardo Lobo. O Princípio da Transparência no Direito Financeiro.
Disponível na Internet: Acesso em 12 de janeiro de 2012.
Aluisio de Andrade Lima Neto [email protected]
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