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Aula 03 - O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIA Texto Base: Daniel 2:12-23 “Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2:20,21). INTRODUÇÃO Trataremos nesta Aula da maravilhosa revelação de Deus acerca de Sua intervenção na história da humanidade. Veremos isso à luz do capítulo 2 de Daniel, que trata do sonho de Nabucodonosor, no qual Deus revela sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos megalomaníacos impérios e o estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. A Babilônia era a dona do mundo. Nabucodonosor era o rei de reis. As glórias da Babilônia atingiram seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios transformam-se em iminente ameaça. Mas lá estava Daniel, homem de Deus, para fazer a diferença. O rei desafiou os seus magos a contarem o sonho e sua interpretação, que era humanamente impossível ser atendido. Mas “Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um Deus que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor, revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o Rei dos reis venha e estabeleça o seu reino eterno”. I. O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2:1-15) O sonho revelou a fragilidade do rei Nabucodonosor. Tirou-lhe o sono e perturbou seu espírito (Dn 2:1). O rei encheu-se de ansiedade, insegurança e medo. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do seu reino. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora ele foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Por isso, ficou inseguro, inquieto e perturbado. 1. O tempo do sonho (Dn 2:1). “No segundo ano...”. Tendo em vista que o sistema babilônico começou a contar o reinado de Nabucodonosor oficialmente no começo do ano seguinte, o “segundo ano” do reinado de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de Daniel (Dn 1:5). De outro modo, os eventos aqui historiados teriam acontecido durante o treinamento de Daniel. 2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (Dn 2:2). “E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei”. O pr. Severino Pedro da Silva em seu livro Daniel (as visões para estes últimos dias) define assim estes “sábios” da Babilônia: - Os magos – eram os escribas sagrados – uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos ditos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel.

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Aula 03 - O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIATexto Base: Daniel 2:12-23

“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a

força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e

ciência aos inteligentes” (Dn 2:20,21).

INTRODUÇÃO

Trataremos nesta Aula da maravilhosa revelação de Deus acerca de Sua intervenção na história da

humanidade. Veremos isso à luz do capítulo 2 de Daniel, que trata do sonho de Nabucodonosor, no qual

Deus revela sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos megalomaníacos impérios e o

estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. A Babilônia era a dona do mundo. Nabucodonosor era o rei de

reis. As glórias da Babilônia atingiram seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono,

mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios transformam-se em iminente ameaça. Mas

lá estava Daniel, homem de Deus, para fazer a diferença. O rei desafiou os seus magos a contarem o sonho

e sua interpretação, que era humanamente impossível ser atendido. Mas “Daniel ora e pede a ajuda do

Senhor. Temos um Deus que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor,

revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor

representava sucessivos reinos futuros, até que o Rei dos reis venha e estabeleça o seu reino eterno”.

I.  O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2:1-15)

O sonho revelou a fragilidade do rei Nabucodonosor. Tirou-lhe o sono e perturbou seu espírito (Dn 2:1). O

rei encheu-se de ansiedade, insegurança e medo. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a

fortaleza do seu reino. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser

questionadas. Mas, agora ele foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de

seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Por isso,

ficou inseguro, inquieto e perturbado.

1. O tempo do sonho (Dn 2:1). “No segundo ano...”. Tendo em vista que o sistema babilônico

começou a contar o reinado de Nabucodonosor oficialmente no começo do ano seguinte, o “segundo ano”

do reinado de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de Daniel (Dn 1:5). De

outro modo, os eventos aqui historiados teriam acontecido durante o treinamento de Daniel.

2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (Dn 2:2). “E o rei mandou chamar os magos, e os

astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles

vieram e se apresentaram diante do rei”.

O pr. Severino Pedro da Silva em seu livro Daniel (as visões para estes últimos dias) define assim estes

“sábios” da Babilônia:

- Os magos – eram os escribas sagrados – uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos ditos

sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel. Algumas literaturas, das

mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria,

etc”(ver At 19:19).

- Os astrólogos – tinham acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus.

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- Os encantadores – eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria. Usavam

fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria e Elimas, “o encantador”,

da ilha de Pafos pertenciam a essa classe (ver At 8:9 e 13:8).

- Os feiticeiros - eram dedicados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos

encantadores egípcios Janes e Jambres, que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Ex 7:11; 2Tm 3:8).

- Os caldeus – denominava a casta sacerdotal deles todos. Dizem alguns estudiosos que os caldeus

estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, e então lançavam o horóscopo do

seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os áugures (peritos em magia

negra, espiritismo e astrologia). No primeiro século da Era Cristã, a prática tinha se desenvolvido em toda a

Ásia Menor.

Ao esquecer-se do sonho (alguns estudiosos dizem que ele não esqueceu) Nabucodonosor desafiou as

habilidades desses “sábios” do reino em revelar e interpretar o que ele havia sonhado. Observe que Daniel

e seus amigos não foram convocados, embora pouco tempo antes tivessem sido avaliados dez vezes mais

sábios que os entendidos do reino (Dn 1:20). É bem provável que eles ainda não houvessem conquistado

um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais. Além disso, Daniel e seus amigos, apesar

de serem altamente dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal. Daniel e seus amigos só foram

lembrados mais tarde para serem mortos (Dn 2:13).

Inicialmente o rei prometeu uma recompensa (Dn 2:6) e terminou sua mensagem ameaçando matar todos

os sábios. Como não puderam dar a resposta que o rei exigia, então, foi decretado o extermínio de todos os

sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (Dn 2:13); isto mostra

que eles, efetivamente, faziam parte do grupo de conselheiros do rei.

É impossível alguém revelar o sonho de uma pessoa, sem que essa pessoa o conte primeiramente.

Portanto, o que Nabucodonosor exigia de seus “sábios” era uma clara evidência de uma mente perturbada

e despótica. Sem dúvida, uma demonstração clara de prepotência. E Nabucodonosor demonstrou isto de

três maneiras: (1)

- Primeiro, exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (Dn 2:5,10,11). Há coisas que são

impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da Babilônia tinham

limitações.

- Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (Dn 2:6). O rei tem poder e riqueza nas mãos.

Com essas duas armas deseja o mundo aos seus pés.

- Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (Dn 2:5,8,9,12,13). O

rei não respeitou a limitação dos “sábios”. Acusou-os de esperteza (Dn 2:8), conspiração (Dn 2:9) e

determinou o extermínio sumário deles (Dn 2:12).

Alguém disse que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é a causa da

tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe, mais medo ele tem de perder o poder, mais

inseguro se torna. Isso prova que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem

satisfazem sua alma.

3. O fracasso da sabedoria pagã (Dn 2:3-13). A sabedoria dos sábios deste mundo tem limites. O rei

mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação

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ao rei. Nabucodonosor suspeitava que os seus magos e encantadores se aproveitavam da situação para

quererem usar de engano com vãs palavras, então os ameaça com pena de morte (Dn 2:13). Essa casta de

“sábios” era mantida pelo palácio para prestar serviços especiais ao rei. Porém, diante do desafio, eles

foram inaptos e inoperantes para revelarem o sonho do rei e dar a sua interpretação. Por isso, o rei

decretou que todos esses sábios fossem mortos, inclusive Daniel e seus amigos.

Os caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de Nabucodonosor, apenas disseram

ao rei: "Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei" (Dn 2:10). No versículo 11 está

escrito assim: "Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei".

Ora, esses sábios e magos do palácio não só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho e sua

interpretação, mas admitiam que, apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos,

reconheciam que havia algo mais poderoso que eles, pois se referem a "deuses cuja morada não é com a

carne" (2:11). Todos os demais sábios do palácio eram politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram

monoteístas. Quando Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do rei, disse-lhe: "Há um Deus no

céu, o qual revela os mistérios" (Dn 2:28).

A teologia dos sábios deste mundo é deficiente. Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas

não têm uma visão do Deus pessoal, presente entre Seu povo (Is 57:15).

II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (Dn 2:16-30)

1. A cautela de Daniel (Dn 2:16-18). Daniel "falou avisada e prudentemente com Arioque, o capitão da

guarda do rei" (Dn 2:14).

Quando o chefe da guarda do rei recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a

Daniel e seus companheiros, Deus entrou em ação interferindo naquele episódio. Ele deu inteligência a

Daniel para falar com Arioque. Daniel solicitou que Arioque pedisse ao rei para ser ouvido, e foi-lhe

concedida a audiência com o rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque Deus amenizou seu coração

para que a soberana vontade de Deus prevalecesse naquela situação. Daniel teve iniciativa e ousadia. Ele

não fugiu, não se escondeu, nem tentou enrolar o rei. Ele reconheceu sua limitação, mas demonstrou

confiança na intervenção divina. Foi um grande passo de fé, e mostrou que ele já sabia, por experiência

própria, que Deus nunca falha. Daniel tomou três atitudes importantes na solução daquele complicado

problema: (2)

- Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (Dn 2:16). Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe

fosse dado um tempo para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei. Arioque deu a entender que

não poderia adiar o mandado do rei (Dn 2:15). Mas foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar

diante do rei, e ele, com respeito ao rei e com palavras prudentes, se identificou e pediu tempo ao rei para

trazer, posteriormente, a revelação do sonho.

- Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (Dn 2:17). Quando, para o mundo, só resta o

desespero, para os filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia

que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso.

Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se

unem em oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na

hora da crise.

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- Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia quanto ao segredo (Dn 2:18). Ele ora ao Deus do

céu para que ele fosse o instrumento para a salvação não só dele e de seus amigos, mas também dos

sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (Dn 2:17,18). O nosso Deus está acima do céu,

isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os

astros, Daniel adorava o Deus criador dos astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus

pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.

2. Deus ainda revela mistérios (Dn 2:19-27). ''Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de

noite" (Dn 2:19).

No versículo 18 está escrito que "Daniel foi para a sua casa", que era o lugar da sua intimidade com Deus,

onde ninguém mais o perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele mistério a fim

de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus, bem como dos demais sábios do palácio. Sua

intimidade com Deus lhe propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em visão de

noite. Uma prova indiscutível de que Deus se utiliza desses meios para revelar a sua glória aos seus servos

(Elienai Cabral).

A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: “darei ao rei a

interpretação” (Dn 2:24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei. Sendo assim, ele nem

precisou inquirir o rei para testá-la.

A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas

ações: “Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei “(Dn 2:25). Quando o incrédulo rei perguntou

se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre

um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia. Daniel fez questão de dizer ao rei que o mistério do

seu sonho "nem sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o podem declarar ao rei" (Dn 2:27), mas

humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do “Deus nos céus, o qual

revela os mistérios” (Dn 2:28). Daniel negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação

particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração

e "o que há de ser no fim dos dias”.

O primeiro pensamento de Daniel após o Senhor revelar-lhe o sonho e a sua interpretação foi louvar ao

Senhor por sua bondade e poder. Expressões espontâneas de louvor a Deus são típicas daqueles que

verdadeiramente O amam e O servem.

3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (Dn 2:28,29). O sonho do rei dizia respeito ao

próprio reino da Babilônia, mas continha uma visão futura dos próximos reinos que haveriam de suceder ao

reino da Babilônia. Daniel usou a expressão "fim dos dias" (v.28) que é escatológica e não significa

simplesmente a sucessão dos impérios representados no texto. Segundo a escatologia judaica do Antigo

Testamento "o fim dos dias" pode significar todo o espaço de tempo desde o começo do cumprimento da

profecia até a inauguração do reino messiânico na terra.

Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para a Igreja do Senhor que vive na iminência

da volta de Cristo, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.

III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (Dn 2:31-45).

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1. A correta descrição do sonho (Dn 2:31-35). O sonho de Nabucodonosor tinha uma estrutura de uma

mensagem profética. Os estudiosos veem o capítulo 2 apenas numa perspectiva histórica, porque os quatro

impérios pagãos que a visão anunciava já passaram. Porém, a visão tinha também um sentido escatológico,

porque estabelece ao final o reino universal de Cristo. É algo que Deus tem preparado para o futuro.

A estátua continha quatro divisões principais: a cabeça de ouro (Dn 2:32); o peito e os braços eram de

prata (2:32); o ventre e as coxas eram de cobre (2:32); as pernas eram de ferro (2:33) e os pés continham

ferro e barro (2:33). No versículo 34 lemos: "uma pedra que foi cortada, sem mãos", a qual feriu a estátua

nos pés destruindo-a completamente. Naqueles tempos, o misticismo e a utilização de figuras de

representação faziam parte das crendices existentes na cultura pagã. Na mente de Nabucodonosor havia

essa cultura e Deus aproveita para revelar realidades presentes e futuras daquele império através de

sonhos. Todavia o rei esqueceu o sonho, mas sabia que havia sonhado algo importante que tinha algum

significado para si mesmo e para o seu império (Elienai Cabral).

2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (Dn 2:34-45). Daniel revela que o

sonho do rei é profético, não histórico (Dn 2:28,29). O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história

da humanidade. Por intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o futuro

está em Suas próprias mãos.

A estátua visualizada em sonho por Nabucodonosor tinha cinco destaques: (3)

a) “A cabeça de ouro” (Dn 2:32,36-38). Nabucodonosor foi chamado de rei de reis (v. 37). Ele era a

cabeça de ouro. Ele representava o império. Sua palavra era lei. Ele governou durante 41 anos.

Transformou a Babilônia no maior império e na maior cidade do mundo. Alargou as fronteiras de seu

domínio. Mas, a riqueza e o poder da Babilônia foram dados por Deus (v. 37,38). A Babilônia deu ao mundo

a organização da legislação (código de Hamurahi).

b) “O peito e os braços de prata” (Dn 2:32,39). O peito e os braços de prata simbolizam o império

medo-persa. Como a figura já indica, os dois braços ligados pelo peito representam um império que seria

formado pela união de dois povos: os medos e os persas. Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas

sob ela. A lei era maior que o rei. O rei tinha menos autoridade. O império medo-persa deu ao mundo o

aperfeiçoamento do Sistema Tributário.

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c) “Ventre os quadris” (Dn 2:32,39). O ventre e os quadris de bronze representam o império grego

estabelecido por Alexandre Magno, em 333 a.C. Este dominou o mundo inteiro, mas seu reino desintegrou-

se com sua morte. O império grego deu ao mundo a cultura, a língua e os jogos.

d) “Pernas de ferro” (Dn 2:33,40-43). Trata-se do império romano. Era o mais forte dos quatro. Mas,

internamente, seu valor era inferior aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais. Ao

mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro (exército, leis e organização política), mas débil

como o barro (baixo nível moral). O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o

Direito Romano).

3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (Dn 2:45). Aqui, Daniel explica a respeito da pedra que

esmiúça a estátua (Dn 2:34,35,44,45). Qual é o significado da pedra? Ela representa o Reino Messiânico de

Cristo que virá intervindo no poder dos reinos do mundo. Ele é a pedra cortada que virá para desfazer no

último tempo o poder mundial do Anticristo (Dn 2:45; Zc 12:3).

A pedra tronou-se um reino que encheu toda a Terra (Dn 2:35). Este quinto reino é o reino de Deus,

estabelecido por Jesus, o Messias. Ele encherá a Terra inteira e se estenderá até aos novos céus e a nova

terra (cf. Ap 21:1). Este reino durará para sempre (cf 2Pe 3:10-13).

 “... o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso...”. Daniel foi explicito em sua

interpretação. Ele disse que o alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente, mas o governo

de Deus sobre as ruinas da loucura do homem. A presente Ordem Mundial com a sua filosofia de vida e

valores deve desaparecer completamente para que o Reino de Cristo seja plenamente estabelecido

aqui.  Amém! Vem, Senhor Jesus!.

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta Aula que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro, Ele tem o

controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da

história nas mãos e Ele a levará a um fim glorioso: a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do

mundo.

Depreendemos desse sonho de Nabucodonosor que o Reino de Cristo triunfará. Os poderosos deste mundo,

os reis e os déspotas, não têm as rédeas nas mãos. Os grandes impérios já caíram. Outros ainda cairão. Só

o Reino de Cristo triunfará. Não precisamos ter medo quanto ao futuro da causa de Cristo. Ele já

determinou o fim: sua vitória gloriosa!