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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br CURSO PARA RECEITA FEDERAL PROFESSOR: EDVALDO NILO AULA 14 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. DÍVIDA ATIVA. CERTIDÃO NEGATIVA. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS. PREFERÊNCIA. COBRANÇA JUDICIAL. CONCURSO DE CREDORES. FALÊNCIA. CONCORDATA. INVENTÁRIO OU ARROLAMENTO. LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Chegamos a nossa aula 14. O sumário de hoje é o seguinte: 1. A Administração Tributária: 1.1 Características legais. 2. Fiscalização Tributária; 2.1 Características gerais; 2.2 Princípio documental e início do procedimento; 2.3Auxílio da força pública; 2.4 Jurisprudência do STF e STJ; 2.5 Dever de prestar informações, sigilo profissional e sigilo fiscal; 2.6 Sigilo bancário. 3. Dívida ativa: 3.1 Ciclo de positivação do direito tributário; 3.2 Requisitos da Certidão de Dívida Ativa; 3.3 Presunção de certeza e liquidez e protesto prévio. 4. Certidões Negativas: 4.1 Certidão positiva com efeito de negativa: 4.1.1 Súmula 446 do STJ; 4.1.2 Fazenda Pública; 4.2 Dispensa de certidão; 4.3 Responsabilidade pessoal do servidor. 5.Função socioeconômica dos tributos. 6.Introdução a exclusão do crédito tributário: 6.1 Isenção: 6.1.1 Classificações: 6.1.1.1 Isenções objetivas e isenções subjetivas; 6.1.1.2 Isenções em caráter geral e isenções em caráter específico; 6.1.1.3 Isenções onerosas e isenções simples; 6.1.1.4 Isenções por prazo indeterminado e isenções por prazo determinado; 6.1.1.5 Isenções amplas e isenções restritas; 6.1.1.6 Isenções autônomas e isenções heterônomas; 6.1.2 Fonte; 6.1.3 Extensão e revogação; 6.2 Anistia. 6.Garantias do Crédito Tributário: 6.1 Aspectos gerais; 6.2 Responsabilidade patrimonial do sujeito passivo; 6.3 Exigência de quitação de todos os tributos; 6.4 Presunção de fraude à execução; 6.5 Penhora online. 7. Privilégios ou preferências do crédito tributário: 7.1 Aspectos gerais; 7.2 Falência e recuperação judicial do sujeito passivo; 7.3 Autonomia da execução fiscal e

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AULA 14 – ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. DÍVIDA ATIVA. CERTIDÃO NEGATIVA. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS.

PREFERÊNCIA. COBRANÇA JUDICIAL. CONCURSO DE CREDORES. FALÊNCIA. CONCORDATA. INVENTÁRIO OU

ARROLAMENTO. LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

Chegamos a nossa aula 14.

O sumário de hoje é o seguinte:

1. A Administração Tributária: 1.1 Características legais. 2. Fiscalização Tributária; 2.1 Características gerais; 2.2 Princípio documental e início do procedimento; 2.3Auxílio da força pública; 2.4 Jurisprudência do STF e STJ; 2.5 Dever de prestar informações, sigilo profissional e sigilo fiscal; 2.6 Sigilo bancário. 3. Dívida ativa: 3.1 Ciclo de positivação do direito tributário; 3.2 Requisitos da Certidão de Dívida Ativa; 3.3 Presunção de certeza e liquidez e protesto prévio. 4. Certidões Negativas: 4.1 Certidão positiva com efeito de negativa: 4.1.1 Súmula 446 do STJ; 4.1.2 Fazenda Pública; 4.2 Dispensa de certidão; 4.3 Responsabilidade pessoal do servidor. 5.Função socioeconômica dos tributos. 6.Introdução a exclusão do crédito tributário: 6.1 Isenção: 6.1.1 Classificações: 6.1.1.1 Isenções objetivas e isenções subjetivas; 6.1.1.2 Isenções em caráter geral e isenções em caráter específico; 6.1.1.3 Isenções onerosas e isenções simples; 6.1.1.4 Isenções por prazo indeterminado e isenções por prazo determinado; 6.1.1.5 Isenções amplas e isenções restritas; 6.1.1.6 Isenções autônomas e isenções heterônomas; 6.1.2 Fonte; 6.1.3 Extensão e revogação; 6.2 Anistia. 6.Garantias do Crédito Tributário: 6.1 Aspectos gerais; 6.2 Responsabilidade patrimonial do sujeito passivo; 6.3 Exigência de quitação de todos os tributos; 6.4 Presunção de fraude à execução; 6.5 Penhora online. 7. Privilégios ou preferências do crédito tributário: 7.1 Aspectos gerais; 7.2 Falência e recuperação judicial do sujeito passivo; 7.3 Autonomia da execução fiscal e

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requerimento de falência pela Fazenda Pública; 7.4 Concurso de preferência entre entes públicos.

Então, vamos lá.

1. A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

A administração tributária é a parte da administração pública direta que cuida da orientação do sujeito passivo, fiscalização e arrecadação do tributo, bem como do treinamento dos servidores públicos que atuam nestas áreas, sobretudo os analistas tributários e auditores-fiscais.

1.1 CARACTERÍSTICAS LEGAIS

O CTN disciplinou a administração tributária em três partes, que são a fiscalização (arts. 194 a 200), a dívida ativa (arts. 201 a 204) e as certidões negativas (arts. 205 a 208).

Ressaltamos que a Emenda Constitucional n° 42/2003 estabeleceu dois importantes dispositivos sobre o tema da administração tributária.

Assim, a CF/88 estatuiu que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (art. 37, inc. XXII).

Nesse rumo, o art. 199 do CTN, concretiza esta regra constitucional, estabelecendo que a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Porém, apenas a União, na forma estabelecida em tratados,

acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.

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Noutro ponto, o texto constitucional também fixou a competência privativa do Senado Federal para avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, XV).

2. FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA

A fiscalização tributária é regulada nos arts. 194 a 200 do CTN.

2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS

De início, salientamos que a legislação tributária, observando o disposto no CTN, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação (art. 194 do CTN).

Com efeito, o conceito de legislação tributária deve ser compreendido de acordo com o art. 96 do CTN, abrangendo as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, sendo que essa legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.

Porém, em razão do princípio da legalidade tributária e da necessária observância das regras do CTN, ressaltamos que nem todas as normas sobre a competência e os poderes das autoridades administrativas podem ser reguladas exclusivamente por normas infralegais (decretos e normas complementares), tal como as normas referentes à quebra de sigilo fiscal e bancário, que dependem previamente de lei.

Por sua vez, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los, segundo o art. 195 do CTN.

Destarte, o CTN afasta a possibilidade das pessoas físicas ou jurídicas invocarem normas contratuais, ou até mesmo normas legais de direito civil ou empresarial, que não permitam ou limitem o direito

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do Fisco competente de fiscalizar e examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos e papéis, ou que limitem a obrigação acessória do sujeito passivo de exibir a regularidade dos seus livros ou documentos contábeis obrigatórios.

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2010 considerou corretos os seguintes enunciados:“(i) O CTN, no artigo 195, nega aplicação às disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar os livros comerciais do contribuinte; (ii) A fiscalização tem o seu poder limitado, dentre outras, por força de questões funcionais e territoriais”.

O próprio Código Civil de 2002 corrobora com o disposto no CTN, estabelecendo que as restrições estabelecidas ao exame da escrituração contábil, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento dos tributos (art. 1.193).

Neste sentido, registramos a súmula 439 do STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária, quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”.

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou incorreto: “O artigo 195 do CTN reza que ‘para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los’. Com base nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da investigação”.

Por outro lado, realçamos que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão ser conservados pelo sujeito passivo da relação tributária até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram, de acordo com o parágrafo único do art. 195 do CTN.

2.2 PRINCÍPIO DOCUMENTAL E INÍCIO DO PROCEDIMENTO

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A atividade de fiscalização tributária deve ser documentada, obedecendo ao princípio documental. Esta atividade também não pode ser realizada por prazo indefinido ou por prazo desarrazoado, devendo existir início, meio e fim.

Assim, a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas (CTN, art. 196).

Os termos do procedimento de fiscalização tributária serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará cópia autenticada à pessoa sujeita à fiscalização, de acordo com o parágrafo único do art. 196 do CTN.

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou incorreto: “Determina o CTN que a autoridade administrativa que presidir quaisquer diligências de fiscalização deverá, preferencialmente, lavrar termo autônomo de início do respectivo procedimento, cuja cópia será entregue ao sujeito fiscalizado; caso haja recusa de recebimento do aludido termo pelo contribuinte, o início da ação fiscal há de ser certificado em um dos livros fiscais a serem exibidos na forma da legislação”.

O início do procedimento fiscal delineia os contornos jurídicos de dois importantes institutos do direito tributário, que são a exclusão da possibilidade da denúncia espontânea e a antecipação do início do prazo decadencial.

O parágrafo único do art. 138 do CTN, dispõe que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

E o parágrafo único do art. 173 do mesmo Código estabelece que o direito de constituir o crédito tributário extingue-se definitivamente com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou correto o seguinte item: “Somente antes do início de qualquer procedimento de

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fiscalização é possível ao contribuinte se socorrer do benefício da denúncia espontânea, afastando-se a responsabilidade por infrações à legislação tributária, desde que haja o pagamento integral do tributo devido acrescido dos juros de mora”.

2.3 AUXÍLIO DA FORÇA PÚBLICA

As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção (art. 200).

Entretanto, ressaltamos que o CTN não pode e nem exclui os direitos e garantias fundamentais estabelecidos no texto constitucional, tais como o direito à intimidade e a vida privada (art. 5°, X), a inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI), o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas (art. 5°, XII), o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art. 5°, XIII), dentre outros.

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2010 considerou incorreto o seguinte enunciado: “O sigilo de correspondência não pode ser invocado pelo contribuinte em sua defesa, uma vez que este direito poderá ser afastado no exercício da fiscalização pelas autoridades administrativas, mesmo sem haver autorização judicial”.

Anotamos também que há norma constitucional explícita dispondo que é facultada a administração tributária, sobretudo para conferir efetividade ao princípio constitucional da capacidade contributiva, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, sempre respeitando os direitos individuais nos termos da lei (art. 145, §1°).

2.4JURISPRUDÊNCIA DO STF E STJ

O STF e o STJ têm fixado relevantes interpretações e balizas restritivas para a atuação legítima e eficiente da administração tributária no exercício da sua essencial função de fiscalização tributária, que se segue.

Por exemplo, o STJ entende que os documentos e livros que se relacionam com a contabilidade da empresa não estão protegidos por

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nenhum tipo de sigilo e são, inclusive, de apresentação obrigatória por ocasião das atividades fiscais.

Segundo o STJ, “tendo em vista o poder de fiscalização assegurado aos agentes fazendários e o caráter público dos livros contábeis e notas fiscais, sua apreensão, durante a fiscalização, não representa nenhuma ilegalidade” (HC 18612 RJ, DJ 17/03/2003).

A FGV no concurso de Juiz de Direito/PA/2009 considerou correto o seguinte item: “Agentes do Fisco Estadual apreenderam notas e livros fiscais, durante determinada atividade fiscalizadora na empresa Beta, sem estarem munidos de mandado judicial para tal fim. Esse procedimento é considerado legal, sendo os documentos de exibição obrigatória pelo contribuinte”.

Todavia, há de ressaltar decisões do STF no sentido da necessidade mandado judicial na hipótese de resistência ou oposição por parte do representante da empresa quando do ingresso dos agentes da fiscalização fazendária.

Senão, vejamos: “Inadmissibilidade de apreensão de livros contábeis e documentos fiscais realizada, em escritório de contabilidade, por agentes fazendários e policiais federais, sem mandado judicial e sem consentimento do sujeito passivo da relação tributária, em razão da proteção constitucional da inviolabilidade domiciliar” (HC 93.050/RJ, junho/08; ARRE 331.303-7, fevereiro/04).

Afirma o relator Min. Celso de Mello o seguinte: “Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito (‘invito domino’), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão assim executada reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude material. O atributo da auto-executoriedade dos atos administrativos, que traduz expressão concretizadora do ‘privilègedupreálable’, não prevalece sobre a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar, ainda que se cuide de atividade exercida pelo Poder Público em sede de fiscalização tributária”. (HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 01/08/08)

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Em síntese, conforme o STF, apenas é legal/constitucional os Agentes do Fisco apreenderam notas e livros fiscais, durante determinada atividade fiscalizadora em determinada empresa “Beta”, sem estarem munidos de mandado judicial para tal fim, na hipótese de consentimento do responsável ou representante do domicílio ao questionado sobre o ingresso dos respectivos fiscais.

Noutro ponto, destacamos as seguintes súmulas do STF sobre as denominadas sanções políticas aplicadas pela administração tributária:

• “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo” (Súmula 70);

• “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos” (Súmula 323);

• “Ao contribuinte em débito, não é lícito à autoridade proibir que adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais” (Súmula 547).

Estas súmulas proíbem e consideram inconstitucionais as sanções políticas na seara tributária. Este tipo de sanção é um meio coercitivo indireto de cobrança do tributo utilizado pela administração tributária, que não observa o princípio constitucional do devido processo legal (art. 5º, LIV).

A FGV no concurso de Fiscal de Rendas/RJ/2010 considerou corretos os seguintes enunciados: “(i) O STF já pacificou o entendimento no sentido de não ser possível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo de cobrança de tributo; (ii) Não se admite, segundo entendimento consagrado no STF, a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos”.

Nesse rumo, o STF entende que é inconstitucional a obrigação de comprovação de regularidade fiscal na hipótese de transferência de domicílio para o exterior e a vinculação do registro ou arquivamento de contrato social e atos similares à quitação de créditos tributários. E afirma: “Estas medidas são sanções políticas e ofendem ao direito ao exercício de atividades econômicas e profissionais lícitas (CF, art. 170, parágrafo único), ao substantive dueprocessoflaw (devido processo legal substantivo), em razão da falta de proporcionalidade e razoabilidade de medidas gravosas que se predispõem a substituir os mecanismos de cobrança de créditos tributários, bem como ao devido processo legal formal, manifestado na garantia de acesso aos órgãos do Executivo ou do Judiciário tanto

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para controle da validade dos créditos tributários quanto para controle do próprio ato que culmina neste tipo de restrição” (ADI 173/DF eADI 394/DF).

Por outro lado, o STF compreende que não ofende aos Enunciados 70, 323 e 547 da Súmula do STF e também não afronta agarantia fundamental do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII, da CF/88), a apreensão de mercadorias desacompanhadas de documentação fiscal idônea e sua retenção até a comprovação da legitimidade da posse pelo proprietário, uma vez que, neste caso, não se trata de coação para fins de pagamento de valores ao Fisco, mas sim de atribuição inerente a fiscalização do cumprimento da legislação tributária, sendo considerada uma atuação constitucional da administração tributária e medida legítima no exercício do poder de polícia tributário (ADI 395/SP).

Ademais, registramos a súmula vinculante 24 que dispõe que não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Ou seja, antes da constituição definitiva do crédito tributário não pode a autoridade administrativa representar ao Ministério Público sobre a existência de crime tributário.

Importante: O art. 83. da Lei 9.430/96 (Redação dada pela Medida Provisória 497/2010) estabelece: “A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137/1990, e aos crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Código Penal, será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente”.

2.5 DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÕES, SIGILO PROFISSIONAL E SIGILOFISCAL

O dever de prestar informações ao Fisco é parte do regular cumprimento das obrigações tributárias acessórias.

Portanto, de acordo com o art. 197 do CTN, mediante intimação escrita e sem necessidade de autorização judicial, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:

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• Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; • Os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais

instituições financeiras; • As empresas de administração de bens; • Os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; • Os inventariantes; • Os síndicos, comissários e liquidatários; • Quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em

razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Contudo, o parágrafo único do mesmo art. 197, traz relevante ressalva, afirmando que a obrigação de prestar informações não abrange informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Assim, em razão do sigilo profissional ou sacerdotal, os

advogados, médicos, psicólogos, padres, dentre outros, não estão obrigados a prestar informações sobre confidências de clientes ou de pessoas que lhes procuram.

Noutro ponto, sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada (proibida) a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

É o denominado sigilo fiscal, também chamado por corrente doutrinária minoritária de sigilo funcional, previsto no art. 198 do CTN.

Contudo, existe ressalva a essa proibição, permitindo a divulgação nas hipóteses de permuta de informações entre os entes federativos, e nos casos de:

• Requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça (art. 198, §1°, I, do CTN);

• Solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o

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sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa (art. 198, §1°, II, do CTN);

• Requisição de comissão parlamentar de inquérito (CPI), obedecendo-se aos princípios da colegialidade e da motivação, que são, respectivamente, a aprovação pela maioria absoluta dos membros da comissão e a fundamentação do pedido (art. 58, §3°, da CF/88);

• Requisição do Ministério Público da União (MPU), desde que concernente a fatos e pessoas determinadas (art. 8°, §2°, da LC 75/1993).

Nesse rumo, o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

Importante: Ressaltamos que o STJ (REsp819.455/RS) compreende que o art. 198 do CTN não impede a requisição, pelo juiz, de informações à Receita Federal, necessárias a promover atos executivos (ação de execução), nem que tais informações sejam juntadas aos autos. Neste sentido, o STJ afirma que o art. 198 tem como destinatários a Fazenda e seus agentes, mas não os órgãos do Poder Judiciário.

Por sua vez, é permitida, sem qualquer tipo de exceção, a divulgação de informações relativas a:

• Representações fiscais para fins penais; • Inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; • Parcelamento ou moratória do crédito tributário.

2.6 SIGILO BANCÁRIO

Conforme compreensão do STF, as regras específicas sobre o sigilo bancário estão previstas exaustivamente na Lei Complementar 105, de 10 de janeiro de 2001. A referida lei infraconstitucional optou pela possibilidade de fornecimento direto de informações bancárias a autoridades fiscais.

Nestes termos, o art. 5o dispõe que o Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços.

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E o art. 6oda LC 105/01 estabelece que as autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

O resultado dos exames, as informações e os documentos a deverão ser conservados em sigilo, observada a legislação tributária.

Nesse rumo, o STF ainda não se pronunciou definitivamente sobre a constitucionalidade dos arts. 5° e 6° da LC 105/01, o que deve ocorrer quando da análise do mérito das ADI’s 2.386/DF, 2.390/DF, 2.397/DF e 4.010/DF. Porém, registramos que, por cinco votos a quatro, o STF, em controle difuso, no final do ano passado (RE 389.808, julgamento em 15/12/2010), entendeu que não pode haver acesso da Receita Federal a dados bancários do contribuinte sem ordem do Poder Judiciário.

O Ministro Marco Aurélio (relator e voto vencedor no RE 389.808) fundamentou a sua decisão no princípio da dignidade da pessoa, afirmando que é necessário assegurar a privacidade do contribuinte e que “a exceção para mitigar esta regra só pode vir por ordem judicial, e para instrução penal, não para outras finalidades”.

Assim, considerou que só é possível o afastamento do sigilo bancário de pessoas naturais e jurídicas a partir de ordem emanada do Poder Judiciário (reserva de jurisdição).

A ESAF no concurso de Procurador da Fazenda Nacional/2006 considerou incorretos os seguintes enunciados: “(i) A constitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica; (ii) A inconstitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica; (iii) Os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, como providência prévia à instauração de procedimento fiscal”.

Sobre o tema, o entendimento resumido do STJ é o seguinte:

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• O princípio da razoabilidade não é violado com a quebra do sigilo pela Administração Tributária, que ciente de possível sonegação fiscal, deve apurá-la;

• O sigilo bancário não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Decerto, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos;

• O suposto direito adquirido de obstar a fiscalização tributária não subsiste frente ao dever vinculativo de a autoridade fiscal proceder ao lançamento de crédito tributário não extinto (REsp 2009/0067034-4).

Por sua vez, destacamos ainda que serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide (LC 105/01, art. 3°).

Ademais, além dos casos que já afirmamos, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte (LC 105/01, art. 3°, §3°).

A ESAF no concurso de Procurador da Fazenda Nacional/2006 considerou incorreto o seguinte enunciado: “A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, apenas na fase judicial”. Por outro lado, a ESAF, no mesmo concurso, adotou como correto: “Além das requisições judiciais, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários podem fornecer à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte”.

3. DÍVIDA ATIVA

A dívida ativa representa os débitos dos sujeitos passivos (contribuinte e sujeito passivo) para com a Fazenda Pública (famoso Fisco).

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Aliás, o objetivo central do procedimento administrativo de inscrição de um crédito tributário em dívida ativa é propiciar o direito de ação de execução fiscal da Fazenda Pública, ou seja, o direito de cobrança judicial da dívida que o contribuinte tem com o Fisco e não paga no seu devido tempo, sendo necessário, portanto, que fisco entre com uma ação no Poder Judiciário para que o contribuinte seja obrigado a pagar tal dívida.

Por exemplo, no âmbito dos tributos federais, a competência para inscrição em dívida ativa é da Procuradoria da Fazenda Nacional.

Decerto, a inscrição de um crédito tributário em dívida ativa constitui um título executivo extrajudicial chamado de Certidão de Dívida Ativa (CDA), que é requisito necessário para que as respectivas procuradorias judiciais possam regularmente promover a execução judicial da dívida ativa.

Assim sendo, constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular (art. 201, caput, do CTN).

A ESAF no concurso para ATRFB/2010 considerou correto: “Somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo administrativo”.

Deste modo, o CTN trata exclusivamente da dívida tributária, que decorre dos tributos não pagos pelo sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) e das multas decorrentes do não-pagamento de tributos.

Ademais, apesar da Lei n.° 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal) não fazer diferenciação entre dívida ativa tributária e dívida ativa não-tributária para fins de execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias, o CTNnão dispõe a respeito de dívidas ativas não-tributárias, tais como aluguéis, preço públicos, indenizações, laudêmios, dentre outras.

Importante: O laudêmio (figura querida dos examinadores!) é uma espécie de renda patrimonial ou contraprestação pecuniária que a União tem direito a receber, quando o ocupante ou o foreiro de

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imóvel localizado em sua propriedade, transfere os direitos de ocupação ou de foro a outrem. Não é tributo. Por exemplo, o laudêmio devido pela transmissão de direitos do foreiro de terreno da Marinha. O mais importante é saber que olaudêmio é uma divida ativa não-tributária.

Doutro aspecto,salientamos que a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito tributário (art. 201, parágrafo único, do CTN). A liquidez do crédito tributário se refere à exatidão do valor da dívida tributária. Desta forma, a Fazenda Pública não está impedida de cobrar juros de mora de débito inscrito em dívida ativa.

Decerto, a inscrição do crédito tributário em dívida ativa ocorre pelo inadimplemento da obrigação tributária por parte do sujeito passivo, sendo que o objetivo fundamental é uma posterior ação de execução fiscal pela respectiva procuradoria judicial competente. Por exemplo, no Distrito Federal, a ação de execução fiscal é de competência da Procuradoria do Distrito Federal (PGDF).

Neste sentido, se o crédito tributário está suspenso ou extinto, por conexão lógica não poderá ser inscrito em dívida ativa.

Destarte, o crédito tributário constituído pelo lançamento não implica necessariamente a inscrição na dívida ativa, uma vez que o crédito tributário pode está suspenso ou extinto.Do mesmo modo, o auto de infração lavrado pelo fisco (hipótese de lançamento de ofício) contra o sujeito passivo tributário constitui o crédito tributário, mas não motiva necessariamente a sua inscrição na dívida ativa.

Por sua vez, mesmo que o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto, devemos afirmar também da necessidade de esperar esgotar o prazo fixado para o pagamento do tributo.

Assim, esgota tal prazo para pagamento, a Procuradoria Judicial realiza a atividade procedimental da inscrição em Dívida Ativa na repartição administrativa competente, sendo que o procedimento de inscrição em divida ativa do crédito tributário tem o condão de conferir exequibilidade à relação tributária.

Portanto, a dívida ativa pode ser conceituada como o crédito tributário inscrito (Dívida Ativa = Crédito Tributário + Inscrição), podendo-se de forma legal iniciar a propositura da ação de execução fiscal pela Fazenda Pública.

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De mais a mais, registramos entendimento doutrinário de Paulo de Barros Carvalho, adotado pela ESAF, no concurso para ATRFB/2010, no sentido de que o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos jurídico-legais dos atos praticados no processo administrativo de cobrança. Nesse rumo, segundo o autor citado, os procuradores da Fazenda não podem modificá-los, mas tem meios de evitar que não prossigam os créditos tributários inconsistentes e, fatalmente, sejam fulminados pela manifestação jurisdicional.

3.1 CICLO DE POSITIVAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO

O ciclo de positivação do direito tributário é o fenômeno da relação jurídico-tributária de forma completa, isto é, na hipótese em que o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto. Este fenômeno pode ser visualizado com a seguinte sequência cronológica de atos:

Hipótese de Incidência

Fato Gerador inconcreto

Obrigação Tributária

LançamentoTributário

Crédito Tributário

Inscrição em Dívida Ativa

Certidão de Dívida Ativa

Ação de Execução Fiscal

Ou com o seguinte gráfico:

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8. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL

7. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA (CDA)

6. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA 5. CRÉDITO TRIBUTÁRIO

4. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

3. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

2. FATO IMPONÍVEL ou

1. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA ou FATO GERADOR IN ABSTRATO

FATO GERADOR INCONCRETO

3. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

4. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

5.CRÉDITO TRIBUTÁRIO

6. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA 7. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA (CDA)

8. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL

Os gráficos servem para demonstrar que no direito tributário posto no CTN existe uma sequencia cronológica de atos ou momentos diferentes da relação tributária.

Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato gerador in

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abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto e, após o prazo para pagamento do tributo, deve ocorrer a inscrição em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução fiscal.

Hipótese de Incidência + Fato Gerador in concreto = Obrigação Tributária < Lançamento < Crédito Tributário (não suspenso ou extinto) e prazo pra pagamento do tributo < Inscrição em Dívida Ativa < Certidão de Dívida Ativa < Execução Fiscal.

1. Hipótese de Incidência ou Fato Gerador in abstrato; 2. Fato Gerador in concreto ou Fato imponível; 3. Obrigação Tributária; 4. Lançamento; 5. Crédito Tributário (não suspenso ou extinto) e após o prazo pra pagamento do tributo; 6. Inscrição em Dívida Ativa; 7. Certidão de Dívida Ativa; 8. Execução Fiscal.

3.2 REQUISITOS DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA

O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, deverá indicar obrigatoriamente (art. 202, I a V, CTN):

• O nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

• A quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

• A origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

• A data em que foi inscrita; • Sendo caso, o número do processo administrativo de que

se originar o crédito. Ou seja, na verdade, não há uma necessária obrigatoriedade, pois nem sempre existirá um processo administrativo.

Assim, a Certidão de Dívida Ativa (CDA) conterá os mesmos elementos do termo de inscrição e será autenticada pela autoridade

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competente, devendo conter, além dos requisitos do termo de inscrição da dívida, a indicação do livro e da folha da inscrição.

Nessa esteira, a inscrição na dívida ativa, formalizada mediante o termo de inscrição na dívida ativa deve ser preenchida com os requisitos obrigatórios no livro da Dívida Ativa, no ambiente de competência da respectiva procuradoria judicial.

De fato, atualmente, a inscrição é feita num livro eletrônico. Portanto, os cadastros da dívida ativa não mais se consubstanciam em “livros” propriamente ditos, sendo registrados em sistemas eletrônicos de informação de dados.

Nesse rumo, com a inscrição feita no livro da Dívida Ativa ou de forma eletrônico, reproduz-se e se estabelece a Certidão de Dívida Ativa (CDA), que é um titulo executivo extrajudicial, devendo constar na petição inicial do processo judicial de execução fiscal do crédito tributário.

Por sua vez, consideramos muito relevante para concursos públicos ter o conhecimento das conseqüências da omissão ou erro de um dos requisitos obrigatórios fixados no art. 202 do CTN, que são as seguintes:

• “A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada” (art. 203 do CTN).

Com efeito, a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no art. 202, ou o erro a eles atinente, gera a nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente.

Todavia, a certidão poderá ser substituída até a decisão de 1° instância (significa decisão do juiz de primeiro grau e não dos Tribunais), sanando eventuais erros ou omissões, dando novo prazo para a defesa do sujeito passivo quanto à parte modificada.

Na hipótese de não ser sanada a nulidade até a decisão de 1° instância, o vício (erros ou omissões na inscrição) acarretará o

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reconhecimento da nulidade de todo o processo de cobrança, prevalecendo o ditado popular de que “quanto mais tarde, pior”.

Importante: o STJ aprovou recentemente a súmula 392, que dispõe: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”.

Com efeito, o STJ adotou posição no sentido de não admitir a substituição da CDA para a alteração do sujeito passivo dela constante, pois isso não é erro formal ou material, mas sim alteração do próprio lançamento.

Assim sendo, conforme afirmou o ministro Castro Meira do STJ, a CDA poderá ser emendada ou substituída até a decisão de primeira instância, assegurada a devolução do prazo para embargos. Nesse rumo, a substituição da CDA só é permitida quando se tratar de erros materiais e defeitos formais ou de supressão de parcelas certas, e não em casos que impliquem alteração do próprio lançamento.

3.3 PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ E PROTESTO PRÉVIO

A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204, caput, do CTN).

Neste sentido, o STJ tem jurisprudência dominante no sentido de que não há necessidade de protesto préviodo título emitido pela Fazenda Pública, uma vez que a Certidão de Dívida Ativa (CDA) tem presunção relativa de certeza e liquidez.

Decerto, a CDA serve como prova pré-constituída, pois, no caso, o inadimplemento do sujeito passivo é caracterizado como elemento de prova. Assim sendo, falta interesse a Fazenda Pública que justifique o protesto prévio da CDA para satisfação do crédito tributário que este título representa (AgA 936.606/PR, DJe 04/06/08).

Portanto, o STJ entende como desnecessário e inócuo (inútil) o protesto prévio da CDA, pois a CDA “torna público o conteúdo do título, não havendo interesse de ser protestado, medida cujo efeito é a só publicidade” (REsp 1093601/RJ, DJe15/12/2008).

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Nesse rumo, a presunção de certeza diz respeito à existência da dívida e a presunção de liquidez se refere à exatidão do valor da dívida.

Logo, a presunção de certeza e liquidez é relativa (juris tantum) e pode ser refutada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite (art. 204, parágrafo único, do CTN).

Notamos mais uma vez que a presunção de certeza e liquidez é relativa (juris tantum), não sendo presunção absoluta (juris et de jure).

PRESUNÇÕES NO DIREITO Presunção relativa (denominada de juris tantum), que admite prova em contrário, que é a prevista no parágrafo único, do art. 204, CTN. Presunção absoluta (denominada de juris et de jure), que não admite prova em contrário, não está prevista no art. 204 do CTN.

4. CERTIDÕES NEGATIVAS

A certidão negativatem por objetivo comprovar a inexistência de débito do sujeito passivo para com o fisco. Decerto, a obtenção de certidões, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesses pessoais, constitui direito individual garantido no art. 5º, inc. XXXIV, alínea “b”, da CF, independentemente do pagamento da espécie tributária denominada de taxa.

Assim, por exemplo, se o contribuinte tem um débito tributário que já está prescrito ou pago (hipóteses de extinção do crédito) pode com tranquilidade obter uma certidão negativa por meio de requerimento eletrônico ou por meio de requerimento junto a uma autoridade administrativa na repartição pública competente.

Portanto, a lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido, conforme o art. 205 do CTN.

A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez)

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dias da data da entrada do requerimento na repartição (art. 205, parágrafo único, CTN).

Com efeito, a certidão não pode ser expedida de ofício (exofficio) pela autoridade administrativa, pois a norma tributária dispõe que será sempre expedida nos termos do requerimento do sujeito passivo.

O prazo para fornecimento da certidão é de no máximo dez dias, contados da data da entrada do requerimento na repartição pública, o que não impede de a certidão ser expedida imediatamente, até porque normalmente, nos dias de hoje, as certidões são expedidas por meio eletrônico (via internet).

4.1 CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA

O assunto mais cobrado em concurso público referente a certidão negativa é a famosa certidão positiva com efeitos de negativa prevista no art. 206 do CTN.

Este dispositivo estabelece que os mesmos efeitos jurídicos da certidão negativa verificam-se na certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

São três os casos de certidão positiva com efeitos de negativa estabelecidos pelo CTN:

• A existência de créditos não vencidos; • A existência de créditos em curso de cobrança executiva em

que tenha sido efetivada a penhora; • A existência de créditos cuja exigibilidade esteja suspensa (art.

151) e não extinta (art. 156) ou excluída (art. 175).

Neste sentido, na hipótese em que tenha sido efetivada penhora, a orientação prevalente em ambas as Turmas da 1ª Seção do STJ é “no sentido de autorizar o fornecimento da certidão apenas na hipótese de estar o débito integralmente garantido por penhora”. (REsp 494.881/CE, RESP 413.388/RS; AGA 469.422/SC)

4.1.1 SÚMULA 446 DO STJ

Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o STJ entende que a entrega da Declaração de Débitos e Créditos

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Tributários Federais (DCTF) constitui o crédito tributário, dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência, habilitando-a ajuizar a execução fiscal, “razão pela qual, em caso do não-pagamento do tributo declarado, afigura-se legítima a recusa de expedição da Certidão Negativa ou Positiva com Efeitos de Negativa”.

Neste sentido, a súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa”.

Contudo, o STJ compreende que “declarado o débito e efetuado o pagamento, ainda que a menor, não se afigura legítima a recusa de expedição de CND antes da apuração prévia, pela autoridade fazendária, do montante a ser recolhido. Isto porque, conforme dispõe a legislação tributária, o valor remanescente, não declarado nem pago pelo contribuinte, deve ser objeto de lançamento supletivo de ofício” (REsp nº 1.123.557/RS).

Importante: no lançamento por homologação (DCTF ou GIA), pagando-se o tributo a menor, desde que a declaração também esteja equivocada, o STJ compreende que é ilegítima, em princípio, a recusa da expedição de CND, até que ocorra realizado o lançamento supletivo do valor não pago ainda pelo contribuinte.

Em outras palavras, na hipótese declaração de dívida de R$ 35.000,00 (a quantia correta é R$ 50.000,00) e pagamento de R$ 20.000,00, a certidão pode ser negada. Contudo, no caso citado, se o pagamento efetuado é de R$ 35.000,00 não cabe ao agente fiscal negar a certidão, pois é dever da autoridade fazendária realizar o lançamento supletivo no valor de R$ 15.000,00. Isto é, até que o agente fiscal realize o lançamento supletivo não pode ser exigido do contribuinte qualquer valor tributário.

4.1.2 FAZENDA PÚBLICA

Segundo o STJ,a Fazenda Pública, “quer em ação anulatória, quer em execução embargada, faz jus à expedição da certidão positiva de débito com efeitos negativos, independentemente de penhora, posto inexpropriáveis os seus bens”(REsp nº 1.123.306/SP). Ou seja, a Fazenda Pública não está sujeita a penhora de bens e a impenhorabilidade dos bens públicos tem fundamento constitucional.

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Assim, compreende o STJ que “as prerrogativas da Fazenda pública federal, estadual ou municipal, mormente a impossibilidade de penhora de seus bens, revela a interpretação de que seja em sede de execução embargada ou ação anulatória pelo Município, independentemente da prestação de garantia, é cabível a expedição da certidão positiva de débitos com efeitos negativos”.

4.2 DISPENSA DE CERTIDÃO

Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito (art. 207, CTN).

Entretanto, respondem todos os participantes no ato de dispensa pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal do infrator.

De fato, é dispensada a prova de quitação de tributos (certidão negativa) quando sujeito passivo tiver que praticar ato indispensável para evitar a caducidade do direito, sendo aqueles casos de urgência em que não se pode esperar o prazo para autoridade administrativa expedir a certidão.

Por exemplo, a participação em procedimento de licitação pública quando os servidores competentes para expedir a certidão estão em greve.

4.3 RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SERVIDOR

A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, sendo que não se exclui a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

Decerto, o servidor que emitir com dolo ou fraude uma certidão negativa que contenha erro contra o Fisco deve ser responsabilizado a pagar a dívida tributária, acrescida de juros de mora.

Assim sendo, o servidor que agir com dolo ou fraude é responsável pessoalmente pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, podendo ser responsabilizado penalmente (criminalmente) e administrativa pelo ato de expedir a certidão de

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forma dolosa (com intenção de cometer o erro) ou de forma fraudulenta (com ardil, de maneira maliciosa com propósito de enganar ou induzir a erro) contra a Fazenda Pública.

Outrossim, se o servidor agir apenas com culpa (sem intenção) poderá ser responsabilizado na seara disciplinar e penal, mas, segundo o CTN, não fica responsável pessoalmente pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.

5. FUNÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TRIBUTOS

A função socioeconômica dos tributostem relação com a justa alocação dos recursos arrecadados pelo Estado com os tributos. Assim, é concretizada com a promoção da redistribuição da renda arrecadada, bem na atuação positiva do Estado para a satisfação dos direitos sociais do cidadão (alimentação, saúde, vestuário, moradia, educação, acesso ao trabalho, livre iniciativa etc.).

A doutrina aponta também como forma de concretização função socioeconômica dos tributos: (i) a tributação justa, com respeito aos princípios tributários constitucionais; (ii) a democratização dos orçamentos, com o incentivo a participação popular na gestão pública.

6.GARANTIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A garantia no direito tributário é uma forma ou maneira de se tentar assegurar o pagamento do crédito tributário. Ou seja, para assegurar a efetiva arrecadação do tributo, o CTN estabelece especiais garantias ao poder público.

6.1 ASPECTOS GERAIS

Ressaltamos, de início, que a enumeração das garantias atribuídas pelo CTN ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram (art. 183 do CTN).

Ou seja, o CTN não impede que a lei ordinária amplie o número de garantias dispostas no Capítulo VI, do Título III, do Livro Segundo do CTN (entre os arts. 183 a 193). Por conseguinte, as garantias previstas no CTN são exemplificativas e não podem ser consideradas exaustivas.

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Com efeito, repetindo parcialmente regra já disposta no art. 140 do CTN, o parágrafo único do art. 183 do mesmo Codexestabelece que a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. Portanto, mesmo que seja legalmente atribuída uma garantia qualquer ao crédito tributário, este ou a sua obrigação respectiva continuam a ter sempre a natureza tributária.

6.2 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO SUJEITO PASSIVO

Nesse rumo, o CTN estabelece que a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, respondem pelo pagamento do crédito tributário.

A exceção a esta regra são os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Isto significa que apenas quando a lei estabelece a impenhorabilidade de determinados bens, podemos dizer que estes não respondem pelo pagamento do tributo.

Ou seja, os indivíduos por meio de cláusula contratual (vontade própria) não podem excluir determinados bens da cobrança tributária. As regras contratuais só têm valor para os contratantes e não para a Fazenda Pública, isto é, a cláusula contratual é inoponível ao Fisco.

Por exemplo, a Lei 8.009/1990 (Lei do Bem de Família) dispõe que é impenhorável o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, sendo que, em regra, este imóvel não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam.

Nessa senda, a própria Lei do Bem de Família, dentre outras hipóteses, exclui da impenhorabilidade os créditos de trabalhadores da própria residência e as respectivas contribuições previdenciárias decorrentes do contrato de trabalho, bem como a cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar.

Segundo o art. 649 do Código de Processo Civil (CPC), salvo na hipótese de cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem, são absolutamente impenhoráveis:

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• Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

• Os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

• Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;

• Os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, exceto no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia;

• Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;

• O seguro de vida; • Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se

essas forem penhoradas; • A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que

trabalhada pela família; • Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para

aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;

• Até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança.

• Os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.

6.3 EXIGÊNCIA DE QUITAÇÃO DE TODOS OS TRIBUTOS

O CTN exige a quitação de todos os tributos:

• Paraa extinção das obrigações do falido (art. 191); • Paraa concessão de recuperação judicial, observada as

exceções referentes a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e da certidão negativa ou da certidão positiva com efeitos de negativa;

• Relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, para a possibilidade de proferir a sentença de julgamento de partilha ou adjudicação (art. 192);

• Para a celebração de contratoou aceitação de proposta emconcorrência pública de departamento da administração

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pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia: nesta hipótese, salvo quando expressamente permitido por lei, exige-se a quitação de todos os tributos devidos unicamente à Fazenda Pública interessada e relativos à atividade em cujo exercício o contratante ou proponente contrata ou concorre (art. 193).

6.4 PRESUNÇÃO DE FRAUDE À EXECUÇÃO

O termo inicial para a fraude à execução fiscal é a inscrição em dívida ativa do crédito tributário.

Assim, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa (art. 185, CTN).

Esta norma visa a proteger o Fisco do devedor mau-caráter que tenta fraudulentamente dissolver o seu patrimônio para fugir do pagamento do crédito tributário. Deste modo, exceto se o sujeito passivo tiver reservado bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, presume-se como fraude qualquer ato do devedor de venda ou imposição de ônus ou obrigação aos seus bens e rendas se o crédito tributário estiver inscrito em dívida ativa.

Por exemplo, um contribuinte que não possui bens ou rendas disponíveis para pagar sua dívida tributária inscrita em dívida ativa e começa a simular a venda de imóveis para familiares de sua esposa. Esta venda se presume fraudulenta e não tem validade jurídica perante o Fisco.

A respeito da aplicação do art. 185 do CTN, o STJ (REsp 1.141.990/PR, DJe 19/11/2010) entende de forma consolidada que a transferência de bens do devedor ocorrida após a inscrição do débito tributário em dívida ativa configura fraude contra a execução fiscal, independentemente de haver qualquer registro de penhora e de ser provada a má-fé do adquirente.

Em outras palavras, o STJ afirma que não se aplica a sua

súmula 375 às execuções fiscais. A súmula referida dispõe que “o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”.

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Ou seja, na hipótese, prevalece o CTN (lei especial) sobre o Código Civil (lei geral). É o axioma romano lexspecialisderrogatlexgeneralis (lei especial derroga lei geral). Logo, a súmula 375 do STJ não se aplica às execuções fiscais (processos tributários), mas sim as demandas cíveis.

Nesse rumo, afirma o STJ: “A diferença de tratamento entre a

fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas”.

Com efeito, o STJ entende atualmente que a fraude de

execução prevista no artigo 185 do CTN encerra presunção absoluta (jure et de jure), objetiva e dispensa a intenção de fraude (concilium fraudis).

Portanto, a fraude de execução não depende da intenção de

quem participou do negócio, bastando que tenha havido frustração da execução em razão da alienação do bem e, por conseguinte, o art. 185 do CTN não condiciona a ocorrência de fraude a qualquer registro público.

Ademais, ressaltamos que a incidência da norma de fraude à

execução fiscal (art. 185 do CTN) pode ser afastada pelo devedor ou pelo adquirente se demonstrado que foram reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida.

Segundo o STJ, também pode ser afastada a incidência do art.

185, desde que a citação não foi válida (para alienações ocorridas até 08.06.2005), ou que a alienação se deu antes da citação (para alienações ocorridas até 08.06.2005), ou que a alienação se deu antes da inscrição em dívida ativa (para alienações posteriores a 09.06.2005). Anotamos que 09.06.2005 foi a data em que entrou em vigor a nova redação do art. 185 do CTN, conforme a LC 118/2005.

6.5 PENHORA ON LINE

A penhora on-line é novidade também da LC n.° 118/2005, estatuindo o art. 185-A do CTN que, no caso de o devedor tributário, devidamente citado na execução fiscal, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de

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transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

Destarte, são quatro os requisitos legais para a determinação pelo magistrado da indisponibilidade de bens e direito do sujeito passivo, que são: (a) a prévia citação no âmbito do processo de execução fiscal; (b) o não pagamento do crédito tributário; (c) a não apresentação de bens à penhora no prazo legal; (d) a não localização bens penhoráveis.

Outro requisito exigido pela jurisprudência do STJ era a necessidade de exaurimento das diligências para localização dos bens penhoráveis, pressupondo um esforço prévio do Fisco na identificação do patrimônio do devedor tributário. Todavia, decisões mais recentes do STJ (por exemplo, Ag 1.107.710-MG, publicado no DJ 01/04/09) admitem a penhora on-line, independentemente da comprovação de esgotamento das diligências para localização de bens do devedor.

Nesse rumo, destacamos que a indisponibilidade de bens e direitos limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

Com efeito, existe a obrigatoriedade dos órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação da decisão judicial de enviarem imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.

Por fim, salientamos que o bloqueio de bens efetivado junto às instituições financeiras é realizado com base igualmente no famoso BACEN-JUD, acordo celebrado entre o Banco Central do Brasil e o Poder Judiciário, permitindo aos magistrados a determinação imediata da indisponibilidade de bens e valores do executado, por modo eletrônico (via internet).

6. INTRODUÇÃO A EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A isenção e a anistia são as causas de exclusão do crédito tributário. Exclusão do crédito tributário quer dizer impedir ou evitar a sua constituição.

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Como a constituição do crédito tributário ocorre com o lançamento, afirma-se que as hipóteses de isenção e de anistia são situações ou causasinibitórias do lançamento tributário, impedindo a sua existência. Portanto, segundo o CTN, a isenção e a anistia ocorrem antes do lançamento tributário e após o surgimento da obrigação tributária.

Assim, a isenção e a anistia estão localizadas entre a obrigação e o lançamento tributário, evitando a constituição do crédito tributário.

6.1 ISENÇÃO

Os arts. 176 a 179, do CTN, tratam especificadamente da isenção tributária, sendo conceituada pelo STF como dispensa legal de pagamento de um tributo devido.

6.1.1 CLASSIFICAÇÕES

São diversas classificações doutrinárias a respeito da isenção, conforme se segue.

6.1.1.1 ISENÇÕES OBJETIVAS E ISENÇÕES SUBJETIVAS

As isenções objetivas (ou reais) dirigem-se a certos atos, objetos ou serviços. Um exemplo hipotético é considerar isento do Imposto de Importação (II) as mercadorias que estiverem na categoria de materiais de informática.

As isenções subjetivas (ou pessoais) dirigem-se a determinadas pessoas. Um exemplo hipotético é a isenção parcial de IPI para a fabricação de carros especiais para deficientes físicos.

6.1.1.2 ISENÇÕES EM CARÁTER GERAL E ISENÇÕES EM CARÁTER ESPECÍFICO

As isenções gerais (ou absolutas) são dispostas diretamente na lei não necessitam de requerimento a autoridade administrativa competente, já as isenção específica ou especial (ou relativas), embora disposta na lei, depende de despacho de autorização da autoridade administrativa competente.

6.1.1.3 ISENÇÕES ONEROSAS E ISENÇÕES SIMPLES

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As isenções onerosas (ou condicionadas)exigem uma contraprestação e acarretam custo ao beneficiado. Por exemplo, na Bahia, o governo do estado exigiu da empresa “Ford” a contratação de grande quantidade de empregados baianos.

Nas isenções simples (ou incondicionadas) não há qualquer imposição de contraprestação ao beneficiado.

6.1.1.4 ISENÇÕES POR PRAZO INDETERMINADO E ISENÇÕES POR PRAZO DETERMINADO

As isenções por prazo indeterminado são isenções concedidas sem prazo definido e as isençõespor prazo certo (determinado), que é auto-explicativa.

6.1.1.5 ISENÇÕES AMPLAS E ISENÇÕES RESTRITAS

As isenções amplas se aplicam a todo território do ente tributante e as isenções restritas (ou regionalizadas) se aplicam apenas em determinadas regiões da entidade tributante. Por exemplo, uma isenção de IPI dos produtos industrializados oriundos da Zona Franca de Manaus.

Neste caso, lembramos que é proibido (vedado) à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, sendo admitida, todavia, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do país (art. 151, inc. I, da CF).

Destacamos também o parágrafo único, do art. 176, do CTN, dispondo que a isençãopode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

6.1.1.6 ISENÇÕES AUTÔNOMAS E ISENÇÕES HETERÔNOMAS

As isenções autônomas são concedidas pelo próprio ente federativo competente para instituir o tributo. Por exemplo, a lei federal (União) concede isenção de tributos federais e a (lei municipal) o Município concede isenção de tributos municipais.

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Por sua vez, na isenção heterônoma ou heterotópicadeterminado ente federativo concede isenção de tributo de outro ente federativo.

Nesse rumo, o art. 151, inc. III, da CF, expressamente proibi a isenção heterônoma, vedando à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Todavia, há competência da República Federativa do Brasil para firmar isenções tributos estaduais e municipais por meio de tratados internacionais, de acordo com o entendimento da jurisprudência do STF, que dispõe: “Isenção de tributo estadual prevista em tratado internacional firmado pela República Federativa do Brasil. Artigo 151, inciso III, da CF. Artigo 98 do CTN. Não caracterização de isenção heterônoma. (...) O artigo 98 do CTN possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e os Municípios. No direito internacional apenas aRepública Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição(...)”.

6.1.2 FONTE

Noutro ponto, a isenção, ainda quando prevista em contrato,deve ser estabelecida em lei, que deve especificar as condições e requisitos exigidos para sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de duração(art. 176).

Nesse rumo, em princípio, a lei concessiva da isenção é lei ordinária. No caso de tributos instituídos por meio de lei complementar, exigir-se-á, segundo entendimento doutrinário dominante, isenção por idêntico diploma normativo (imposto sobre grandes fortunas, empréstimo compulsório, impostos residuais da União e contribuições residuais).

Contudo, ressaltamos que, independentemente de ser lei ordinária ou complementar, a lei deve ser específica, conforme o art. 150, §6°, da CF. A mesma regra vale para a anistia, portanto, lei geral que versar sobre qualquer outro assunto não poderá incluir a isenção ou anistia. Exemplificando, determinada Lei geral que verse sobre o regime jurídico de servidores públicos e, em um dos seus

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artigos, trate de isenção de Imposto de Importação, é inconstitucional por desobedecer ao art. 150, §6°, da CF.

Ademais, a fonte da isenção em relação ao ICMS são os convênios interestaduais elaborados no âmbito do CONFAZ, de acordo coma a LC 24/75.

6.1.3 EXTENSÃO E REVOGAÇÃO

Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:

• Às taxas e às contribuições de melhoria; • Aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão:

trata-se da isenção de tributo cuja competência ainda não tenha sido exercida, sendo denominada pela doutrina de isenção em branco. Deste modo, em princípio, é proibida a isenção de IGF (art. 153, VII, da CF/88), uma vez que ainda não foi criado tal tributo.

Doutro ponto, consoante o art. 178 do CTN, as isenções podem revogadas a qualquer tempo, salvo as isenções condicionais (onerosas) e por prazo certo. Assim, conforme o entendimento sumulado 544 do STF: “Isenção tributária concedida sob condição onerosa não pode ser livremente suprimida”.

Com base nesta súmula do STF, a jurisprudência predominante adota o seguinte posicionamento:

• A isenção pode ser revogada; • Caso seja revogada e se trate se isenção incondicional, não há

que se observar o princípio da anterioridade, conforme entendimento ainda predominante no STF, estabelecendo que “revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente”;

• Caso seja isenção por prazo certo e condicional, não há que se falar em revogação, porque se trata de isenção irrevogável, havendo direito adquirido.

Por último, devemos dizer que a isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão (art. 179 do

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CTN).

Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo (IPTU ou IPVA, por exemplo), o despacho autorizativo da autoridade administrativa será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção.

Portanto, o despacho autorizativo da autoridade administrativa não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155, que se refere à moratória.

6.2 ANISTIA

A anistia é regulada nos arts. 180 a 182 do CTN, sendo o perdão legal das penalidades pecuniárias (multa) decorrentes das infrações tributárias praticadas antes da constituição do crédito tributário, isto é, antes do lançamento.

A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas antes da vigência da lei que a concedeu, o que a torna de efeito retrospectivo (para o passado) e não prospectivo (para o futuro).

Assim, a lei concessiva de anistia apenas tem aplicação apenas para as infrações praticadas anteriormente à sua vigência, pois se a lei pretendesse estabelecer anistia a infrações futuras estaria, na verdade, deixando de definir aquele fato como ilícito, ou seja, ele deixaria de ser infração.

Sendo assim, o art. 180 do CTN estabelece expressamente que a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:

• Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;

• Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.

De acordo com o art. 181 do CTN, anistia pode ser geral ou limitada, sendo, neste último caso, concernente:

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• Às infrações da legislação relativa a determinado tributo; • Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até

determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;

• A determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;

• Sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei concessiva do favor ou pela autoridade administrativa.

Enaltecemos que a exclusão do crédito tributário, quer quanto à anistia, quer quanto à isenção, não dispensa o cumprimento das obrigações tributárias acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído.

Portanto, o sujeito anistiado continua obrigado a cumprir as obrigações tributárias acessórias, além de continuar a arcar com o valor principal do crédito exigido, pois a dispensa é para multa, tão-somente.

Devemos afirmar também que a anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão (art. 182, do CTN).

7. PRIVILÉGIOS OU PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Neste tema, normalmente, cobra-se em concurso público os dispositivos literais do CTN ou a ordem de preferência como expressa na Lei 11.101/2005.

7.1 ASPECTOS GERAIS

A preferência do crédito tributário significa o privilégio deste crédito quando concorre com créditos de outra natureza jurídica. Deste modo, quando o sujeito passivo não tem bens ou valores para pagar todas as suas dívidas, o Fisco tem preferência legal em relação a outros credores.

Assim, em situação normal, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, exceto em relação aos créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho (art. 186, CTN).

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Com efeito, os créditos tributários são pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributáriosvencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento (art. 189, CTN).

Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada (art. 189, parágrafo único, CTN).

Por sua vez, são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação (art. 190, CTN).

7.2 FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO SUJEITO PASSIVO

No caso de falência ou de recuperação judicial do empresário sujeito passivo da relação tributária o CTN estipula regras especiais.

Nesse rumo, na hipótese de falência do sujeito passivo:

• O crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursaisou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar (Lei 11.101/2005), nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado;

• A lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e

• A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

Os créditos extraconcursais são os créditos que não entram em concurso de preferência com outros créditos e são decorrentes de fatos ocorridos no curso do processo de falência, inclusive os créditos tributários nascidos neste período.

Com efeito, o art. 84 da Lei 11.101/2005 considera créditos extraconcursais e serão pagos, na ordem a seguir, os relativos a:

• Remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou

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decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

• Quantias fornecidas à massa pelos credores; • Despesas com arrecadação, administração, realização do ativo

e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

• Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

• Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência.

Já as importâncias passíveis de restituição são bens não pertencentes a empresa falida, isto é, bens de determinado proprietário arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor falido na data da decretação da falência. Também são importâncias passíveis de restituição a coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.

Neste sentido, a súmula 307 do STJ dispõe que “a restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito”.

Por sua vez, a Lei 11.101/2005 também limitou a preferência, na hipótese de falência,dos créditos derivados da legislação do trabalho a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor. Já oscréditos decorrentes de acidente de trabalho não têm limite.

Podemos, portanto, dizer, com base no art. 83 da Lei 11.101/2005, que a classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: (1°) Importâncias passíveis de restituição e créditos extraconcursais;(2°) Créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; (3°) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; (4°) Créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; (5°) Créditos com privilégio especial; (6°) Créditos com privilégio geral; (7°) Créditos quirografários;

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(8°) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; (9°) Créditos subordinados.

Destacamos também que os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados créditos quirografários.

Por sua vez, na hipótese de falência, contestado o crédito tributário, o juiz também remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada (CTN, §1°, do art. 188).

Ou seja, o processo de falência é especial e tem vara competente específica para decidir a questão. Decerto, o dispositivo refere-se a créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos durante o processo de falência. E contestado tal crédito o juiz da vara de falências remete esta discussão para uma das varas da fazenda pública.

Esta regra aplica-se aos processos de concordata (CTN, §2°, do art. 188), que não existem mais de acordo a Lei 11.101/2005. A recuperação judicial é o instituto que substituiu de forma mais adequada a antiga concordata.

7.3 AUTONOMIA DA EXECUÇÃO FISCAL E REQUERIMENTO DE FALÊNCIA PELA FAZENDA PÚBLICA

A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial (concordata), inventário ou arrolamento, (art. 187, CTN).

A interpretação importante e adequada deste dispositivo é que a execução fiscal tem autonomia e curso independenteao processo falimentar, sendo que a reserva de bens necessários ao pagamento do crédito tributário será feita conforme a ordem de preferência estabelecida pelo CTN e pela Lei de Falências (11.101/05) independentemente de pedido habilitação nos autos do processo de falência.

A respeito do tema da preferência do crédito tributário na falência igualmente se destaca a seguinte jurisprudência do STJ:

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• “A controvérsia dos autos resume-se à possibilidade de o bem imóvel, objeto de penhora em execução fiscal, ser arrecadado pela massa falida após penhora, ou mesmo após o leilão daquele bem perante o juízo da execução fiscal. A Súmula 44 do extinto Tribunal Federal de Recursos assim dispõe: ‘ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com penhora realizada antes desta, não ficam os bens penhorados sujeitos à arrecadação no juízo falimentar; proposta a execução fiscal contra massa falida, a penhora far-se-á no rosto dos autos do processo da quebra, citando-se o síndico’. Entretanto, em vista da preferência dos créditos trabalhistas em face dos créditos tributários, o produto da arrematação realizada na execução fiscal deve ser colocado à disposição do juízo falimentar para garantir a quitação dos créditos trabalhistas” (AgRg no REsp 783318/SP, DJe 14/04/2009).

Esta decisão do STJ afirma, em outras palavras, que “mesmo já aparelhada a execução fiscal com penhora, uma vez decretada a falência da empresa executada, sem embargo do prosseguimento da execução singular, o produto da alienação deve ser remetido ao juízo falimentar, para que ali seja entregue aos credores, observada a ordem de preferência legal” (EREsp 536033/RS, Corte Especial, DJ de 09/02/2005).

Ou seja, a preferência do crédito trabalhista há de subsistir quer a execução fiscal tenha sido aparelhada antes, quer depois da decretação da falência.

Por sua vez, segundo o STJ (REsp 967626/RS, DJe 27/11/2008), o art. 187 do CTN “não representa um óbice à habilitação de créditos tributários no concurso de credores da falência, tratam, na verdade, de uma prerrogativa do ente público em poder optar entre o pagamento do crédito pelo rito da execução fiscal ou mediante habilitação do crédito. Escolhendo um rito, ocorre a renúncia da utilização do outro, não se admitindo uma garantia dúplice”.

Neste ponto, destacamos também que o STJ compreende que o “fato de permitir-se a habilitação docrédito tributário em processo de falêncianão significa admitir o requerimento de quebra por parte da Fazenda Pública” (REsp 967626/RS, DJe 27/11/2008).

Portanto, é impróprio o requerimento de falência do contribuinte pela Fazenda Pública, na medida em que esta dispõe

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de instrumento específico para cobrança do crédito tributário, que é a execução fiscal.

Ademais, o pedido de falência por parte da Fazenda Pública não pode servir de instrumento de coação moral para satisfação de crédito tributário. Por sua vez, revela-se também ilógico o pedido de falência do contribuinte pela Fazenda Pública, seguido de sua decretação, na hipótese de após a decretação optar-se por informar ao Juízo da Falência que o crédito tributário não se submete ao concurso falimentar (REsp 287.824/MG, DJ 20/02/2006).

7.4 CONCURSO DE PREFERÊNCIA ENTRE ENTES PÚBLICOS

De acordo com o art. 187 do CTN c/c art. 29 da Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80), o concurso de preferência de créditos tributários se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: (1°)União e suas autarquias; (2°)Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; (3°) Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

No caso da União, existe preferência do crédito desta em relação as suas autarquias. Assim, o STJ já pacificou o entendimento de que o crédito fiscal da União prefere ao de qualquer outra autarquia na presença de execução movida por ambas as partes cuja penhora tenha recaído sobre o mesmo bem.

Importante: A Primeira Seção do STJ já assentou que, “em execução fiscal movida pela Fazenda Pública Estadual, a União e as autarquias federais podem suscitar a preferência de seus créditos tributários, quando a penhora recair sobre o mesmo bem” (REsp 131.564/SP).

Nos demais casos, a divisão é pro rata, quer dizer divisão proporcional ao crédito tributário da pessoa jurídica.

Ademais, na hipótese estudada, ressaltamos que a preferência entre os entes públicos ocorre em razão de créditos de mesma natureza tributária, ou seja, não há preferência da União em relação ao Distrito federal se o crédito é natureza civil. Por exemplo, o CESPE considerou acertadamente incorreto o seguinte enunciado no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010: “A União foi vencedora em ação indenizatória por danos causados ao seu patrimônio por João e na execução da sentença penhorou um automóvel. Dois meses após, o DF propôs executivo fiscal contra João, por créditos tributários de

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sua competência, vindo a ser penhorado o mesmo veículo. Nessa situação, o produto da venda judicial do automóvel deverá satisfazer o crédito da União em primeiro lugar”.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) Com a edição da nova lei de falências, houve a necessidade da alteração de alguns artigos do Código Tributário Nacional referentes às preferências dos créditos tributários. Assim, após a inserção das alterações mencionadas, podemos afirmar, exceto: a) o crédito tributário, bem como os seus acréscimos legais, em casos de falência, preferem aos créditos extraconcursais. b) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita à habilitação em falência ou recuperação judicial. c) em se tratando de pessoas jurídicas de direito público, haverá, entre elas, concurso de preferência, ocupando a União posição prioritária em relação às demais – Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios. d) havendo, concomitantemente, créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos antes, e créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência, estes últimos terão prioridade em relação àqueles. e) a concessão de recuperação judicial dependerá da apresentação da prova de quitação de todos os tributos.

O crédito tributário, bem como os seus acréscimos legais, em casos de falência, não preferem aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado, de acordo com o parágrafo único do art. 186 do CTN. Logo, é a letra “a”.

A letra “b” é correta, eis que a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita à habilitação em falência ou recuperação judicial, de acordo com o art. 187 do CTN.

A letra “c” é correta, pois, em se tratando de pessoas jurídicas de direito público, haverá, entre elas, concurso de preferência, ocupando a União posição prioritária em relação às demais – Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (parágrafo único do art. 187 do CTN).

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A letra “d” é correta, pois, havendo, concomitantemente, créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos antes, e créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência (créditos extraconcursias), estes últimos terão prioridade em relação àqueles, conforme parágrafo único do art. 186 do CTN c/c 188 do mesmo Codex.

A letra “e” é correta, uma vez que a concessão de recuperação judicial dependerá da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, conforme art. 191-A. Aproveitamos para lembrar que, neste caso, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ou o crédito em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora tem o mesmo efeito da quitação de tributos devidos, para fins de requisitos de concessão de recuperação judicial.

2. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE/2007) Em determinados casos previstos em lei, como para participar de concorrência pública, ou para ter deferido seu programa de recuperação judicial, poderá ser exigido que o contribuinte faça prova da quitação de seus tributos por meio de certidão negativa de tributos. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão positiva em que conste: I. a existência de crédito não vencido. II. a existência de crédito em curso de cobrança judicial, em que esteja garantido o juízo, por penhora ou depósito em garantia. III. a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa. IV. a existência de crédito prescrito. Estão corretos: a) Apenas os itens I, II e III. b) Apenas os itens I e II. c) Apenas os itens I, III e IV. d) Apenas os itens II, III e IV. e) Todos os itens.

Segundo o art. 206 do CTN, têm os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Crédito prescrito é crédito extinto e não pode constar em Certidão Positiva com Efeitos de Negativa (CPEN), eis que é certidão negativa.

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Portanto, é a letra “a” (Apenas os itens I, II e III).

3. (ESAF/Auditor Fiscal/Fortaleza/2003) Com base em disposição expressa do Código Tributário Nacional, assinale a resposta correta. a) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário definido em decisão administrativa irreformável, que se encontre em fase de cobrança administrativa. b) O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os créditos da Fazenda Pública resultantes de contratos firmados com particulares. c) Não será concedida concordata nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o requerente faça prova da quitação de todos os tributos relativos à sua atividade mercantil, ou ofereça bens, em arrolamento, que sejam suficientes à garantia do crédito da Fazenda Pública. d) São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. e) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, ressalvada a hipótese de prévia concordância da autoridade administrativa competente, à vista do depósito de vinte por cento do montante da dívida que esteja sendo questionada administrativamente.

De acordo com o art. 190 do CTN, são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Logo, é a letra “d”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário inscrito em dívida ativa (art. 185 do CTN).

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A letra “b” é incorreta, pois o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho (art. 186 do CTN).

A letra “c” é incorreta, pois, segundo o antigo art. 191 do CTN, não era concedida concordata nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o requerente faça prova da quitação de todos os tributos relativos à sua atividade mercantil. Atualmente a regra do mesmo art. 191 dispõe que a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.

A letra “e” é incorreta também, porque nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, sendo que a ressalva feita no enunciado não é válida.

4. (ESAF/PFN/1998) Quanto às garantias do crédito tributário, diz o Código Tributário Nacional, ou dele decorre, que a) elas são excludentes de outras que pudessem ser previstas em lei, ainda que em função da natureza ou das características do tributo respectivo. b) a atribuição de novas garantias somente se aplica para o futuro, exceto quando se trate de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. c) entre elas se encontra a inoponibilidade, ao fisco, do argumento de que os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade estão a salvo de execução fiscal. d) o terceiro não pode ser prejudicado se adquirir bens do sujeito passivo de obrigação tributária, depois de este ter sido citado em execução fiscal, se tais bens não foram atingidos por penhora. e) os bens ou rendas absolutamente impenhoráveis também respondem pelo pagamento do crédito tributário, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, ou do fato determinante da impenhorabilidade.

Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens

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e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis, conforme o art. 184 do CTN. Logo, é a letra “c”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que às garantias do crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram (art. 183 do CTN).

A letra “b” é incorreta, pois Se aplica ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros (art. 144, §1°, do CTN). Ou seja, é o contrário do que consta no enunciado.

A letra “d” é incorreta, pois, segundo o antigo art. 185 do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Neste sentido, pode sim o terceiro ser prejudicado se adquirir bens do sujeito passivo de obrigação tributária, depois de este ter sido citado em execução fiscal, se tais bens não foram atingidos por penhora.

A letra “e” é incorreta também, porque os bens ou rendas absolutamente impenhoráveis segundo a lei também respondem pelo pagamento do crédito tributário (art. 184, CTN).

5. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE/2007) Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que I. o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou as importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. II. a lei não poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. III. a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Estão corretos apenas o(s) item(ns): a) I e II b) I c) I e III d) II e III

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e) nenhum item está correto.

De acordo com o parágrafo único do art. 186 do CTN, na hipótese de falência do sujeito passivo:

(i) o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar (Lei 11.101/2005), nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (ii) a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (iii) a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

Logo, é a letra “c”, uma vez que os itens I e III estão corretos.

6. (ESAF/PFN/2003/adaptada) Dispõe expressamente o Código Tributário Nacional, a respeito de garantias e privilégio do crédito tributário: (a) Na hipótese de não terem sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente constituído por órgão e autoridade competentes, que se encontre em fase de cobrança administrativa para, se não for liquidado no prazo legal, ser inscrito em dívida ativa e executado judicialmente. b) Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente inalienáveis ou impenhoráveis. c) O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os protegidos por garantia real.

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d) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. e) Não será concedida recuperação judicial nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o requerente prove a quitação dos tributos relativos à sua atividade mercantil, exceto se, entre outras hipóteses, fizer prova de que impetrou mandado de segurança ou ingressou na Justiça com outra espécie de ação cabível para questionar a exigência tributária com a qual não concorda.

Segundo art. 192 do CTN, nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Logo, é a letra “d”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário inscrito em dívida ativa (art. 185 do CTN).

A letra “b” é incorreta.

O erro está no final do enunciado quando dispõe “excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente inalienáveis”, pois a exceção é apenas dos bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis (art.184 do CTN).

A letra “c” é incorreta, pois o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho (art. 186 do CTN). A exceção desta regra é no caso de falência.

A letra “e” é incorreta.

O erro está localizado no final do enunciado quando dispõe “ou ingressou na Justiça com outra espécie de ação cabível para questionar a exigência tributária com a qual não concorda”, uma vez que o simples ingresso na Justiça não suspende a exigibilidade do crédito tributário.

7. (ESAF/AFRF/2003/adaptada) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.

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( ) Os bens do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida gravados por ônus real respondem pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública. ( ) Não se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa, na hipótese de terem sido reservados bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. ( ) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. a) F, V, F. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, V. e) V, V, F.

Os bens do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida gravados por ônus real respondem pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública, de acordo com o art. 184 do CTN.

Não se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa, na hipótese de terem sido reservados bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, conforme parágrafo único do art. 185 do CTN.

Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, segundo art. 192 do CTN.

Logo, é a letra “d” (V, V,V).

8. (ESAF/AFTE/RN/2005) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I. O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos da administração pública estadual direta a aceitar proposta em concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à atividade em cujo exercício concorre. II. Os créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no decurso do processo de falência, devem ser pagos

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preferencialmente a quaisquer outros e às dívidas da massa, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os protegidos por garantia real. III. A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas são falsas.

O item I está incorreto, pois, segundo o art. 193 do CTN, salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

Assim, o CTN permite que lei estadual estabeleça de forma que autorize os órgãos da administração pública estadual direta a aceitar proposta em concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à atividade em cujo exercício concorre.

O item II está incorreto, porque na falência o crédito tributário também não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, de acordo com o parágrafo único do art. 186 do CTN.

O item III está incorreto, pois a cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, sem qualquer tipo de exceção (art. 187 do CTN).

Todos os itens são falsos. Logo, é a letra “e”.

9. (AFRF/2002.1/ESAF/adaptada) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em seguida, marque a opção que contenha tais letras na seqüência correta. 1. Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de

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inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. 2. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 3. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida. a) V, V, V. b) V, F, V. c) V, F, F. d) F, F, F. e) F, F, V.

Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula (art. 184 do CTN).

Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros (§1° do art. 144 do CTN).

Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa (art. 185 do CTN).

Logo, é a alternativa “b” (V, F, V).

10. (ESAF/AFPS/2002) Em relação às garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que: a) presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído regularmente. b) os bens do sujeito passivo, gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua totalidade, pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública, excluídos os bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

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c) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento, sendo admitida a execução fiscal antes da inscrição do débito do sujeito passivo como dívida ativa da Fazenda Pública, no caso de a autoridade judicial competente reconhecer a presença dos requisitos de urgência e relevância na questão submetida a julgamento, para evitar insucesso na realização do crédito tributário. d) o crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos decorrentes da legislação trabalhista e os protegidos por garantia real. e) a natureza do crédito tributário é alterada pelas garantias que a ele são atribuídas pelo Código Tributário Nacional.

A letra “a” é incorreta, uma vez que se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário inscrito em dívida ativa (art. 185 do CTN).

A letra “c” é incorreta, pois não é admitida a execução fiscal antes da inscrição do débito do sujeito passivo como dívida ativa da Fazenda Pública

A letra “d” é incorreta, pois o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho (art. 186 do CTN). A exceção desta regra é no caso de falência.

A letra “e” é incorreta, porque a natureza do crédito tributário não é alterada pelas garantias que a ele são atribuídas pelo Código Tributário Nacional (arts. 140 e 183 do CTN).

Logo, é a alternativa “b”, segundo art. 184 do CTN.

11. (AFRF/2005/TI/ESAF) Consoante o caput do art. 186 do Código Tributário Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida recentemente no referido artigo, e de súmula editada pelo Superior Tribunal de Justiça, pode-se afirmar que, na falência, o crédito tributário:

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a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão limitados à quantia equivalente a 100 (cem) salários-mínimos. c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência. d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, que deve ser atendida antes de qualquer crédito. e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados.

A súmula 307 do STJ dispõe que “a restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito”. Portanto, é a alternativa “d”.

A letra “a” é incorreta, pois, no caso de falência, os créditos tributários não referem aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado.

A letra “b” é incorreta, pois, para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão limitados à quantia equivalente a 150 salários-mínimos.

A letra “c” é incorreta, pois a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a habilitação em processo de falência.

A letra “e” é incorreta, porque a multa tributária prefere aos créditos subordinados.

12. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006)Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal – STF e marque (V) para proposição verdadeira e (F) para a falsa, e a seguir, assinale a opção que apresenta a resposta correta. ( ) O Pleno do Tribunal já analisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN). ( ) Ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo.

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( ) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, independente de haver ou não contribuições dos beneficiários. ( ) A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. a) V, V, V, F. b) F, V, V, V. c) V, V, F, V. d) V, F, V, F. e) F, V, F, V.

O primeiro item é falso, pois o Pleno do STF ainda nãoanalisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN).

O segundo item é verdadeiro, porque ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia como imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo.

O terceiro item é falso, porque a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, apenas quando não houver contribuições dos beneficiários, de acordo com a súmula 730 do STF.

O quarto item é verdadeiro, uma vez que a imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos, segundo a súmula 657 do STF.

Logo, é a letra “e” (F, V, F, V).

13. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006)Considerando o tema “Lei Complementar n. 105, de 10/01/01” e as disposições da citada lei, marque, a seguir, a opção que apresenta a assertiva correta.

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a) A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, apenas na fase judicial. b) Além das requisições judiciais, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários podem fornecer à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte. c) A constitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. d) A inconstitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. e) Os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, como providência prévia à instauração de procedimento fiscal.

A letra “a” é falsa, uma vez que a quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, não se fazendo a restrição para apenas ocorrer na fase judicial. Pode acontecer também da decretação pelo juiz da quebra de sigilo bancário na fase de inquérito policial.

As letras “c” e “d” são falsas, pois a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da LC n. 105/01 ainda não foi declarada pelo STF em ADIn específica.

A letra “e” é falsa, porque os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, somente quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, segundo art. 6°, caput, da LC 105/01.

Logo, é a letra “b”, conforme art. 3°, §3°, da LC 105/01, a saber:

Art. 3oSerão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide.

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§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. § 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de sigilo independe da existência de processo judicial em curso. § 3oAlém dos casos previstos neste artigo o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte.

14. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) De acordo com o disposto no art. 198 do Código Tributário Nacional, os servidores fazendários não podem divulgar informações obtidas sobre a situação econômica ou financeira de sujeitos passivos, em razão do ofício. Entre as hipóteses a seguir, assinale as que constituem exceção a essa regra e marque a opção correspondente. Não constitui (em) violação ao dever funcional de manutenção do sigilo das informações obtidas pelos servidores da Fazenda Pública: I. fornecimento de informações a autoridade Judiciária. II. divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. III. fornecimento de informações a membro do Ministério Público. IV. divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I e III. c) Estão corretos apenas os itens II e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e III. e) Estão corretos apenas os itens I, II e IV.

Segundo o art. 198 do CTN, sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

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Porém excetuam-se do disposto no artigo 198, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:

• Requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;

• Solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.

Nesse rumo, o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

Ademais, registra-se que não é vedada a divulgação de informações relativas a:

• Representações fiscais para fins penais; • Inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; • Parcelamento ou moratória.

Portanto, é a letra “e”, pois a pergunta é feita de acordo com 198 do CTN, que não elenca o fornecimento de informações a membro do Ministério Público.

Assim sendo, estão corretos apenas os itens I, II e IV.

15. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a Administração Tributária e o poder de fiscalizar, assinale a opção correta. a) Iniciado o procedimento fiscalizatório pela autoridade administrativa, com a lavratura de Termo de Início de Fiscalização, tem-se a antecipação do prazo decadencial que, normalmente, ocorreria com o lançamento. b) Diante de requisição da autoridade administrativa de apresentação de informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo deferimento negar-se a entregá-la. c) Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código Tributário Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e parcelamento ou moratória.

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d) A Constituição Federal estabeleceu que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, independentemente da existência de lei ou convênio. e) Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado por particular, deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público, mesmo antes de proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência do crédito tributário.

Letra (A). O prazo de prescrição é que se inicia após o lançamento e não o prazo decadencial. Logo, incorreta.

Letra (B). De acordo com o art. 198, §1°, II, do CTN,pode o agente público responsável negar-se a entregar a autoridade administrativa a apresentação de informações sigilosas, desde que nãoseja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. Logo, incorreta.

Letra (C). Não é vedada a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e parcelamento ou moratória (198, §3°, I a III, CTN). Logo, correta.

Letra (D). Depende de lei ou convênio o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais entre os entes federativos (art. 37, XXII, CF). Logo, incorreta.

Letra (E). Não deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público antes de proferida decisão final no processo administrativo fiscal, conforme decisões reiteradas do STF. Ademais, segundo a súmula vinculante 24, o STF compreende que não se pode tipificar crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incs. I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Logo, incorreta.

16. (ESAF/ATRFB/2010) Sobre o sigilo fiscal, previsto no art. 198 do Código Tributário Nacional, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Escolha, em consequência, a opção que seja adequada às suas respostas:

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I. é vedada a divulgação para qualquer fim, como regra, por parte da Fazenda Pública e de seus funcionários, de qualquer informação obtida em razão do ofício, sobre a situação econômica ou financeira dos sujeitos passivos ou de terceiros; II. não é vedado o fornecimento de informações para autoridade judiciária, mediante requisição, no interesse da justiça; III. é dominante o entendimento de que pode o Juiz, nos autos de uma execução fiscal, atender a pedido do exequente de oficiar à Secretaria da Receita Federal do Brasil solicitando cópia da declaração de bens e renda do executado, de modo a permitir a identificação de bens penhoráveis; IV. de outra forma, não se admite o disposto no item III no caso de uma execução de sentença. a) Estão corretos apenas os itens I, II e III. b) Estão corretos apenas os itens I e II. c) Todos os itens estão corretos. d) Estão corretos apenas os itens II, III e IV. e) Estão corretos apenas os itens II e III.

A questão cobrou o precedente do STJ (REsp 819.455/RS)sobre a interpretação do art. 198 do CTN.

ITEM I. A regra é a proibição da divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades (art. 198 do CTN). Logo, correta.

ITEM II. Segundo o STJ (REsp 819.455/RS), o art. 198 do CTN não impede a requisição, pelo juiz, de informações à Receita Federal, necessárias a promover atos executivos, nem que tais informações sejam juntadas aos autos. Logo, correta.

ITENS III e IV. Segundo o STJ (REsp 819.455/RS), o art. 198 do CTN não possui o alcance de inibir a juntada aos autos de informações prestadas pela Secretaria da Receita Federal, quando requisitadas pelo juiz para viabilizar atos executivos. Assim sendo, o art. 198 do CTN não impede que o juiz requisite informações ao Fisco, quando indispensáveis à execução, como, por exemplo, para atender a pedido do exequente de oficiar à Secretaria da Receita Federal solicitando cópia da declaração de bens e renda do executado. Portanto, correto o item III e incorreta o item IV.

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Portanto, a alternativa que deve ser marcada é a letra “a”.

17. (AFTN/96/ESAF/adaptada) Considerar as afirmações (i) Propiciar o direito de ação da Fazenda Pública. (ii) Formalizar o crédito tributário. Estas duas assertivas referem-se, respectivamente, a) ao fato gerador da obrigação tributária e à base de cálculo. b) à base de cálculo e ao ato de lançamento. c) ao lançamento tributário e à base de cálculo. d) ao ato administrativo de inscrição da divida ativa e ao lançamento tributário. e) ao ato de lançamento tributário e aos deveres instrumentais ou formais.

Propiciar o direito de ação da Fazenda Pública se refere exatamente ao ato administrativo de inscrição da divida ativa.

E formalizar o crédito tributário diz respeito ao lançamento tributário (art. 142, do CTN).

Portanto, a questão é a letra “d”.

18. (TTN/94/ESAF) A dívida tributária regularmente inscrita a) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. b) goza da presunção relativa de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. c) goza da presunção relativa de certeza e liquidez e não tem o efeito de prova pré-constituída. d) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez e não tem o efeito de prova pré-constituída. e) tem o efeito de prova pré-constituída e não goza de presunção de certeza e liquidez.

A dívida tributária regularmente inscritagoza da presunção relativa de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204, parágrafo único, do CTN).

Logo, a questão é letra “b”.

19. (AFTN/94/ESAF/Adaptada) Quanto à dívida ativa tributária, é consoante com o Código Tributário Nacional asseverar que:

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a) tem essa natureza a dívida proveniente de laudêmio devido pela transmissão de direitos do foreiro de terreno da Marinha. b) mesmo se regularmente inscrita, sendo contestada pelo contribuinte seu valor, tem de ser, em princípio, provado pelo Fisco. c) por gozar de presunção de liquidez e certeza, já não tem o contribuinte possibilidade de provar sua inexatidão. d) é obrigatório indicar-se, no termo de sua inscrição, entre outros itens, a disposição específica da lei em que o débito se funde. e) a omissão dos requisitos da certidão respectiva conduz à sua nulidade insanável.

Quanto à dívida ativa tributária, é de acordo com o CTN asseverar que é obrigatório indicar-se, no termo de sua inscrição, entre outros itens, a disposição específica da lei em que o débito se funde (art. 202, inc. III, do CTN). Logo, é a letra “d”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que a dívida ativa tributária tem natureza tributária e não de laudêmio devido pela transmissão de direitos do foreiro de terreno da Marinha, que não tem natureza de tributo, sendo dívida ativa não-tributária.

A letra “b” é incorreta, uma vez que sendo regularmente inscrita, sendo contestada pelo contribuinte seu valor, não tem que ser provada pelo Fisco, pois, de acordo com o art. 204, do CTN, a dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

A letra “c” é incorreta, pois o contribuinte tem a possibilidade de provar sua inexatidão, eis que a dívida regularmente inscrita pode ser ilidida (refutada, contestada, rebatida) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite (art. 204, parágrafo único, do CTN).

A letra “e” é incorreta, eis que a omissão dos requisitos da certidão respectiva não conduz à sua nulidade insanável, pois a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada, de acordo com o art. 203 do CTN.

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20. (AFTN/94/ESAF) A nulidade de inscrição da dívida ativa, decorrente da omissão de dados que dela deveriam obrigatoriamente constar a) é insanável. b) pode ser sanada, até a decisão de segundo grau. c) pode ser sanada, até a decisão final. d) pode ser sanada, até a decisão de primeiro grau. e) pode ser sanada, em qualquer fase processual.

A nulidade de inscrição da dívida ativa, decorrente da omissão de dados que dela deveriam obrigatoriamente constarpode ser sanada, até a decisão de primeiro grau, segundo o art. 203 do CTN.

Portanto, é letra “d”.

21. (AFM/Natal/2001/ESAF) Em relação à natureza e características da dívida ativa tributária, pode ser considerada correta a seguinte assertiva: a) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez. b) tem o efeito de prova pré-constituída. c) a liquidez do correspondente crédito tributário fica excluída em decorrência da fluência de juros de mora. d) apenas a presunção relativa de certeza lhe pode ser atribuída. e) a presunção de liquidez atribuída à referida dívida não pode ser ilidida em nenhuma hipótese.

Em relação à natureza e características da dívida ativa tributária, pode ser considerada correta a seguinte assertiva que tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204 do CTN). Logo, é letra “b”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza e liquidez, podendo ser refutada ou contestada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) ou do terceiro a que aproveite, de acordo com art. 204, parágrafo único, do CTN.

A letra “c” é incorreta, uma vez que a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito, de acordo com art. 201, parágrafo único, do CTN.

A letra “d” é incorreta, pois a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de

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certeza (existência) e também de liquidez (exatidão do valor da dívida). E a alternativa fala em apenas certeza, esquecendo-se da liquidez.

A letra “e” é incorreta, eis que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza e liquidez, podendo ser refutada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) ou do terceiro a que aproveite, de acordo com art. 204, parágrafo único, do CTN.

22. (ESAF/AFTE/MS/2001) Assinale a assertiva correta, com referência à natureza da dívida ativa tributária. a) Goza da presunção de certeza, de forma absoluta. b) Tem o efeito de prova pré-constituída. c) Desfruta apenas da presunção de liquidez. d) Goza da presunção de certeza e liquidez, que não pode ser ilidida por qualquer espécie de prova. e) A liquidez do crédito tributário inscrito em dívida ativa fica excluída em decorrência da fluência de juros de mora.

A questão é letra “b”, sendo uma questão muito parecida com a anterior.

Em relação à natureza da dívida ativa tributária, pode ser considerada correta a seguinte assertiva que tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204 do CTN).

A letra “a” é incorreta, uma vez que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza e liquidez, podendo ser refutada ou contestada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo (art. 204, parágrafo único, do CTN).

A letra “c” é incorreta, pois a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza (existência) e também de liquidez (exatidão do valor da dívida). E a alternativa fala em apenas liquidez, esquecendo-se da certeza.

A letra “d” é incorreta, eis que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza e liquidez, podendo ser refutada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo (contribuinte ou

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responsável tributário) ou do terceiro a que aproveite, de acordo com art. 204, parágrafo único, do CTN.

A letra “e” é incorreta, uma vez que a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito, de acordo com art. 201, parágrafo único, do CTN.

23. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) Tratando-se de matéria relativa à dívida ativa tributária, pode-se afirmar que: a) Sua presunção de certeza e liquidez é relativa. b) Não tem efeito de prova pré-constituída. c) Na hipótese trata-se de presunção de certeza de natureza juris et de jure. d) A presunção de certeza e liquidez que lhe é conferida não pode ser ilidida por nenhuma espécie de prova. e) Sua presunção de certeza e liquidez é absoluta.

Tratando-se de matéria relativa à dívida ativa tributária, pode-se afirmar que sua presunção de certeza e liquidez é relativa (art. 204, parágrafo único, do CTN). Portanto, é letra “a”.

A letra “b” é incorreta, uma vez que se tratando de matéria relativa à dívida ativa tributária, pode-se afirmar tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204 do CTN).

A letra “c” é incorreta, pois a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) e não presunção absoluta (juris et de jure).

A letra “d” é incorreta, eis que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) de certeza e liquidez, podendo ser refutada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) ou do terceiro a que aproveite, de acordo com art. 204, parágrafo único, do CTN.

A letra “e” é incorreta, uma vez que a dívida ativa tributária regularmente inscrita goza da presunção relativa (juris tantum) e não presunção absoluta (juris et de jure).

24.(ESAF/ATA/MF/2009) De acordo com o Código Tributário Nacional, o termo de inscrição em dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará, obrigatoriamente:

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a) o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sob pena de nulidade, o domicílio ou residência de um e de outros. b) a data em que foi inscrita. c) a origem e a natureza do crédito, não se exigindo a exata disposição da lei em que seja fundado. d) a quantia devida, incluindo-se os juros de mora, dispensando-se a apresentação dos meios utilizados para os cálculos dos valores. e) o número e a origem do processo administrativo de que se originou o crédito, com transcrição dos termos mais importantes para exata identificação do devedor.

A questão é a letra “b”, sendo cobrado do candidato o art. 202 do CTN, estabelecendo que o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, deverá indicar obrigatoriamente:

(i) o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; (ii) a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; (iii) a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; (iv) a data em que foi inscrita; (v) sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

25. (ESAF/ATRFB/2010) Sobre a dívida ativa tributária, é incorreto afirmar que: a) provém de crédito de igual natureza. b) somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo administrativo. c) o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos dos atos praticados no processo administrativo de cobrança, ocasião em que ainda pode modificá-los. d) as informações relativas a inscrições na dívida ativa da fazenda pública podem ser divulgadas, sem que isso configure violação ao sigilo fiscal. e) uma vez inscrito o débito em dívida ativa, tem-se que o título representativo desta goza de presunção de liquidez e certeza.

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Letra (A). A dívida ativa tributária provém de crédito de igual natureza (art. 201, caput, CTN). Logo, correta.

Letra (B). Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular (art. 201, caput, CTN). Logo, correta.

Letra (C). Segundo entendimento doutrinário adotado pelo examinador (Paulo de Barros Carvalho, Curso de Direito Tributário, 8° edição, Ed.: Saraiva, p. 371), o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos jurídico-legais dos atos praticados no processo administrativo de cobrança. Todavia, segundo o autor citado, não pode modificá-los.Portanto, segundo o examinador e o doutrinador referido, incorreta.Aproveita-se para registrar a súmula 392 do STJ, que dispõe: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”.

Letra (D). Não é vedada a divulgação de informações relativas a(i) representações fiscais para fins penais; (ii) inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; e (iii) parcelamento ou moratória (art. 198, §3°, I a III, CTN). Logo, correta.

Letra (E). A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída (art. 204, caput, CTN), sendo uma presunção juris tantum (relativa). Logo, correta.

26. (ESAF/SUSEP/ANALISTA/2010) Depois de esgotado o prazo fixado (em lei ou decisão final proferida em processo administrativo fiscal) para o pagamento de determinado tributo, o crédito respectivo é inscrito em dívida ativa tributária, por meio de um termo de dívida ativa. Assinale, entre os itens a seguir, o único que não é de indicação obrigatória no respectivo termo para todos os tributos. a) O nome do devedor e a indicação de seu domicílio. b) O número do processo administrativo de que se originar o crédito. c) A origem e a natureza do crédito, com a menção específica à disposição legal em que seja fundado.

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d) A data em que foi inscrita. e) A quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos.

A questão cobra novamente do candidato o art. 202 do CTN, que dispõe que o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, deverá indicar obrigatoriamente: (i) o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; (ii) a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; (iii) a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; (iv) a data em que foi inscrita; (v) sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Ou seja, não é sempre que existirá processo tributário administrativo.

Portanto, a resposta é letra “b”.

27. (AFTN/94/ESAF) Com relação à certidão negativa de tributos, pode-se dizer que a) não é obrigatória sua expedição nos termos em que requerida, podendo a autoridade fiscal referir-se a tributos outros que não os constantes do pedido. b) não há prazo fixado no Código Tributário Nacional para o atendimento do pedido do interessado, havendo a praxe de expedi-la no prazo de 15 dias. c) não tem efeito de certidão negativa a certidão em que conste haver débitos tributários não vencidos, ou que haja débito em fase de execução judicial com penhora realizada. d) não pode ser expedida se a autoridade fiscal verificar a existência de débito sujeito a moratória, ou objeto de reclamação ou recurso perante a autoridade fiscal competente. e) mesmo quando a lei a exija, ela é dispensável no caso de o contribuinte necessitar praticar, com urgência, um ato para evitar a caducidade de um direito seu.

Com relação à certidão negativa de tributos, pode-se dizer que mesmo quando a lei a exija, ela é dispensável no caso de o contribuinte necessitar praticar, com urgência, um ato para evitar a caducidade de um direito seu, segundo o art. 207 do CTN. Portanto, é a letra “e”.

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As letras “a” e “b” são incorretas, uma vez que a certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição, conforme o parágrafo único, do art. 205, do CTN.

As letras “c” e “d” são incorretas também, pois tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, que são os casos da moratória, da reclamação e do recurso administrativo, sendo chamada de certidão positiva com efeitos de negativa.

28. (TRF/2005/ESAF) Em determinadas situações, como para participar de processo licitatório promovido pela Administração Pública, a lei pode exigir que o contribuinte comprove estar em dia com os tributos e contribuições que deva recolher, por meio de certidão negativa. Sobre esta, podemos afirmar que a) havendo permissão legal, poderá ser dispensada a prova de quitação de tributos, ou seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito. b) será sempre expedida nos termos em que tenha sido solicitada pelo interessado, no prazo de 15 (quinze) dias da data de entrada do requerimento na repartição. c) a certidão negativa expedida com culpa, dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o servidor que a expedir, pelo crédito e juros de mora acrescidos. d) caso o servidor seja responsabilizado pessoalmente, na via administrativa, pelo fornecimento de certidão que contenha erro contra a Fazenda Pública, não há que se falar em responsabilidade criminal. e) tem os mesmos efeitos de certidão negativa documento firmado pela autoridade competente que indique a existência de crédito vincendo, ou sob execução garantida por penhora, ou com a exigibilidade suspensa.

A letra “e” é correta, eis que tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, de acordo com o art. 206 do CTN.

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A letra “a” é incorreta, uma vez que independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito (art. 207 do CTN).

A letra “b” é incorreta, porque certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição, segundo parágrafo único, do art. 205, do CTN.

As letras “c” e “d” são incorretas, pois a certidão negativa expedida com dolo ou fraude (e não culpa), que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de moraacrescidos, não excluindo a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber (art. 208, caput e parágrafo único do CTN).

29. (AFTE/PI/2002/ESAF) O funcionário que expedir certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro contra a Fazenda Pública, será pessoalmente responsável: a) pelo crédito tributário, excluídos os juros de mora. b) pelo crédito tributário e juros de mora, excluindo-se possível responsabilidade criminal e funcional. c) pelos juros de mora, não pelo tributo devido, podendo ainda ser responsabilizado funcional e criminalmente. d) funcional e criminalmente, excluída a responsabilidade pelo crédito tributário. e) pelo crédito tributário e juros de mora, não se excluindo a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

O funcionário que expedir certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro contra a Fazenda Pública, será pessoalmente responsável pelo crédito tributário e juros de mora, não se excluindo a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber, segundo o art. 208, caput e parágrafo único do CTN.

Logo, é letra “e”.

30. (TRF/2003/ESAF) Assinale a opção incorreta. Tem o mesmo efeito de certidão negativa, a certidão de que conste a existência de crédito tributário

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a) em curso de cobrança executiva em que tenham sido oferecidos bens à penhora. b) ao qual tenha sido concedida moratória ou objeto de parcelamento. c) não vencido ou cujo montante integral tenha sido depositado. d) cuja exigibilidade esteja suspensa. e) objeto de medida liminar ou de tutela antecipada.

Cobra o conhecimento do art. 206 do CTN.

As letras “b”, “c”, “d” e “e” são corretas, pois tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, que são os casos da moratória, parcelamento, crédito tributário cujo montante integral tenha sido depositado e objeto de medida liminar ou de tutela antecipada.

Portanto, é letra “a”.

31. (AFE/MS/2001/ESAF) Com relação à certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública, pode-se afirmar que a) não é meio hábil para provar a quitação de tributos. b) se expedida com fraude, implica responsabilidade funcional, mas exclui a responsabilidade criminal de quem a expediu. c) o funcionário que a expedir com dolo, contendo erro contra a Fazenda Pública, é pessoalmente responsável pelo crédito tributário. d) é sempre expedida de ofício (ex-oficio), quando julgada necessária pela autoridade fiscal competente. e) em nenhuma hipótese pode ser dispensada a sua apresentação como prova de quitação de tributos.

Com relação à certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública, pode-se afirmar que o funcionário que a expedir com dolo, contendo erro contra a Fazenda Pública, é pessoalmente responsável pelo crédito tributário (art. 208, caput, CTN). Logo, é letra “c”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que a certidão negativa é meio hábil para provar a quitação de tributos.

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A letra “b” é incorreta, uma vez que se expedida com fraudenão exclui a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber (art. 208, parágrafo único do CTN).

A letra “d” é incorreta, pois a certidão negativa deve ser expedida à vista de requerimento do interessado, contendo todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido (art. 205 do CTN), sendo errado dizer que deve ser expedida de ofício (ex-oficio), quando julgada necessária pela autoridade fiscal competente.

A letra “e” é incorreta, eis que independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, segundo art. 207, caput, do CTN.

32. (AFM/ Fortaleza/2003/ESAF) Dispõe o Código Tributário Nacional (CTN) que a lei pode exigir que a prova de quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa. A respeito do tema determina, ainda, o CTN: a) a certidão negativa será expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de trinta dias da data de entrada do requerimento na repartição. b) a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. c) não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a existência de crédito tributário objeto de parcelamento, cujas parcelas vêm sendo pagas pontualmente pelo contribuinte. d) depende de lei ordinária a dispensa da prova de quitação de tributos, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito do contribuinte. e) não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a existência de crédito tributário da Fazenda Pública que, por meio de recurso administrativo, esteja sendo questionado pelo contribuinte.

A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora

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acrescidos, conforme art. 208, caput, do CTN. Portanto, é letra “b”.

A letra “a” é incorreta, uma vez que a certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição, de acordo com o parágrafo único, do art. 205, do CTN.

As letras “c” e “e” são incorretas, pois tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, que são os casos do parcelamento pontualmente pago pelo contribuinte e do recurso administrativo. É a denominada de certidão positiva com efeitos de negativa.

A letra “d” é incorreta, porque independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, segundo art. 207, caput, do CTN.

33. (AFE/MG/2005/ESAF/adaptada) Considerando o tema “administração tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Fica automaticamente inscrito em Dívida Ativa o tributo lançado não pago e não objeto de impugnação ou recurso administrativo. () É ilegal a concessão de certidão positiva com efeito de negativa se existente crédito tributário ainda não vencido. a) F, V. b) V, V. c) V, F. d) F, F.

O primeiro item é falso, uma vez que constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular (art. 201, do CTN).

Isto é, não fica automaticamente inscrito em Dívida Ativa o tributo lançado não pago e não objeto de impugnação ou recurso administrativo, sendo necessária, nestes casos, a atividade

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procedimental da inscrição em Dívida Ativa na repartição administrativa competente.

Ou seja, não é uma atividade automática. Por exemplo, no âmbito dos tributos federais, a competência para inscrição em dívida ativa é da Procuradoria da Fazenda Nacional.

O segundo item é falso, porque não é ilegal a concessão de certidão positiva com efeito de negativa se existente crédito tributário ainda não vencido, dispondo o art. 206 do CTN, que tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Assim sendo, a questão é letra “d” (F, F).

34.(ESAF/Analista/Ceara/2007) Em determinados casos previstos em lei, como para participar de concorrência pública, ou para ter deferido seu programa de recuperação judicial, poderá ser exigido que o contribuinte faça prova da quitação de seus tributos por meio de certidão negativa de tributos. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão positiva em que conste: I. a existência de crédito não vencido. II. a existência de crédito em curso de cobrança judicial, em que esteja garantido o juízo, por penhora ou depósito em garantia. III. a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa. IV. a existência de crédito prescrito. Estão corretos: a) Apenas os itens I, II e III. b) Apenas os itens I e II. c) Apenas os itens I, III e IV. d) Apenas os itens II, III e IV. e) Todos os itens.

Note que a questão fala em certidão positiva com feito de negativo, cobrando do candidato o conhecimento do art. 206 do CTN.

O item IV é errado, uma vez que a existência de crédito prescrito é caso de certidão negativa e não certidão positiva com feitos de negativa. Se o crédito está prescrito, então o mesmo está

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extinto, não existindo nenhum débito do sujeito passivo para com o fisco.

Por sua vez, os itens I, II e III estão corretos, tem os mesmos efeitos da certidão negativa acertidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa (art. 206 do CTN).

Preste atenção que no caso de no curso da cobrança executiva for realizado um depósito em garantia, então o crédito tributário estará suspenso, devendo o depósito ser integral e em dinheiro. Em outras palavras, é o mesmo efeito jurídico de crédito tributário cujo montante integral tenha sido depositado em dinheiro (súmula 112 do STJ).

Logo, a questão é letra “a”. Apenas os itens I, II e III.

35. (ESAF/GESTOR/MG/2005/Adaptada) Assinale a alternativa correta: (a) Considera-se automaticamente inscrito em dívida ativa o tributo vencido e não pago, que não tenha sido objeto de impugnação ou recurso administrativo. (b)Só depois de inscrito em dívida ativa é que o crédito pode ser considerado exigível. (c) A certidão da dívida ativa constitui título executivo extrajudicial e tem presunção relativa de liquidez e certeza. (d)A certidão da dívida ativa constitui título executivo extrajudicial e tem presunção absoluta de liquidez e certeza. (e) A certidão positiva com efeito de negativa de débitos pode ser concedida apenas nos casos em que a exigibilidade do tributo estiver suspensa.

A questão é letra “c”, de acordo com o art. 204 do CTN: a dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

A letra “a” é incorreta, uma vez que é necessária a atividade procedimental da inscrição em Dívida Ativa na repartição administrativa competente.

A letra “b” é incorreta, pois depois de inscrito em dívida ativa o crédito é considerado exigível e exequível. O lançamento tributário já torna o crédito exigível.

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Relação Jurídico-Tributária Obrigação tributário existente = lei + fato gerador in concretoCrédito tributário exigível = lei + fato gerador in concreto + lançamento Crédito tributário exeqüível ou executável = lei + fato gerador in concreto + lançamento + inscrição em dívida ativa.

A letra “d” é incorreta, porque a certidão da dívida ativa constitui título executivo extrajudicial e tem presunção relativa de liquidez e certeza.

A letra “e” é incorreta, pois a certidão positiva com efeitos de negativa pode ser concedida no caso de existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

36. (ISS/RJ/2010)Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou decisão proferida em processo regular. Sobre a dívida ativa, julgue os itens a seguir: I. o termo de inscrição da dívida ativa (CDA) tem função precípua de materializar a dívida ativa tributária regularmente inscrita na repartição administrativa, instrumentalizando pela Fazenda Pública, ação executória fiscal pertinente; II. a inscrição em dívida ativa pressupõe prévio inadimplemento do contribuinte; entretanto, é necessária a prévia notificação deste para pagamento antes do ajuizamento da ação fiscal; III. tendo o contribuinte apurado e declarado o montante do tributo devido e, portanto confessado a obrigação correspondente, deveria ter efetuado o pagamento no prazo estipulado pela legislação fiscal. Não o realizando, o crédito tributário deve ser inscrito na Dívida Ativa da União; IV. a inscrição em dívida ativa (art. 201 do CTN), enquanto ato interno da Administração (controle de legalidade), não tem influência no curso do prazo prescricional e só se faz necessária em não havendo o adimplemento espontâneo da obrigação tributária. Estão corretos: a) apenas os itens I, II e III. b) apenas os itens I, III e IV.

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c) apenas os itens I e II. d) apenas os itens II, III e IV. e) todos os itens estão corretos.

Item I. Correta. A inscrição de um crédito tributário em dívida ativa constitui um título executivo extrajudicial chamado de Certidão de Dívida Ativa (CDA), que é requisito necessário para que as respectivas procuradorias judiciais possam regularmente promover a execução judicial da dívida ativa.

Item II. Errada. A inscrição em dívida ativa pressupõe prévio inadimplemento do contribuinte. Porém, não há qualquer norma jurídica (CTN ou Lei de Execução Fiscal) que estabeleça a necessidade da prévia notificação do contribuinte para pagamento antes do ajuizamento da ação fiscal.

Item III. Correta. Segundo entendimento sedimentado no STJ, no lançamento por homologação, adota-se a tese de que o reconhecimento do débito tributário pelo contribuinte, mediante declaração (DCTF) com a indicação precisa do sujeito passivo e a quantificação do montante devido, equivale ao próprio lançamento. Assim, não o realizado o pagamento do tributo (nenhum pagamento) pelo sujeito passivo, o crédito tributário federal deve ser inscrito na Dívida Ativa da União sem a necessidade de qualquer notificação ao sujeito passivo.

Item IV. Correta. A inscrição em dívida ativa é mais uma oportunidade para o controle de legalidade realizado pela Administração e não tem influência no curso do prazo prescricional. Por sua vez, por questão óbvia, só se faz necessária em não havendo o adimplemento espontâneo da obrigação tributária, conforme o art. 201 do CTN.

Portanto, é letra “b” (apenas os itens I, III e IV).

37. (ESAF/AFRRF 2005/Adaptada) Considerando o tema “isenção tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. (i) A isenção outorgada depois do fato gerador mas antes do lançamento exclui o crédito tributário. (ii)As isenções tributárias concedidas sob condição onerosa podem ser suprimidas livremente. (iii) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto também é competente para

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aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais. a) V, F, F. b) F, F, F. c) F, F, V. d) V, F, V. e) V, V, V.

O primeiro item é verdadeiro, pois a isenção outorgada (quer dizer imposta pela lei) depois do fato gerador e antes do lançamento tributário exclui o crédito tributário.

O segundo item é falso, porque as isenções tributárias concedidas sob condição onerosa não podem ser suprimidas livremente. Vale lembrar novamente a súmula 544 do STF, dispondo que “isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”.

O terceiro item é verdadeiro, pois a pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais.

Logo, é a letra “d”(V, F, V).

38. (AFRF/2000/ESAF) (i) Segundo o Código Tributário Nacional, a isenção e a anistia requerem interpretação literal? (ii) A isenção dispensa o cumprimento das obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído? (iii) Uma isenção de tributos, por dez anos, dada às indústrias que se instalarem em certo pólo de informática, aplica-se a taxas criadas no segundo ano após a concessão? a) sim, não, não. b) não, não, não. c) sim, sim, sim. d) sim, sim, não. e) não, não, sim.

O primeiro item é sim, pois segundo o CTN, a isenção e a anistia requerem interpretação literal, de acordo com o art.111, inc. I, do CTN.

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O segundo item é não, porque a isenção não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, conforme parágrafo único do art. 175, do CTN.

O terceiro item é não, porque uma isenção de tributos, por dez anos, dada às indústrias que se instalarem em certo pólo de informática, não se aplica a taxas criadas no segundo ano após a concessão.

Preste atenção no art. 177, inc. I e II, do CTN, que estabelece: “Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão”.

Portanto, é a letra “a” (sim, não, não).

39. (AFE/MS/2001/ESAF) Em face da legislação e da jurisprudência dos tribunais superiores, pode-se afirmar que as isenções tributárias, concedidas sob condição onerosa, podem ser livremente suprimidas? a) Somente em situações de calamidade pública. b) Sim. c) Não. d) Somente a partir do exercício seguinte. e) Dentro do mesmo exercício, com expressa autorização legal.

É a letra “c”, cobrando a ESAF o conhecimento da súmula 544 do STF: “isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”.

40. (AFTN/96/ESAF) Sobre o tópico das isenções tributárias, é correto asseverar que a) equivalem a hipóteses de exclusão do crédito tributário legalmente qualificadas. b) delimitam o exercício da competência tributária. c) dispensam a obrigatoriedade do exercício dos deveres instrumentais ou formais. d) restringem-se tão só aos impostos. e) a União detém competência para dispor sobre isenção nas esferas estadual e municipal.

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As isenções tributárias equivalem a hipóteses de exclusão do crédito tributário legalmente qualificadas. Logo, é a letra “a”.

A letra “b” é falsa, porque as isenções tributárias não delimitam o exercício da competência tributária.

Na isenção há o exercício da competência tributária, por isso que se diz que a isenção decorre do exercício da competência tributária. Tanto é verdade que a posição do STF é que ocorre o fato gerador, mas se impede o lançamento tributário.

A imunidade tributária é que delimita o exercício da competência tributária, sendo considerada uma limitação constitucional ao poder de tributar.

A letra “c” é incorreta, porque as isenções tributárias não dispensam a obrigatoriedade do exercício dos deveres instrumentais ou formais (obrigações tributárias acessórias).

A letra “d” é incorreta, pois as isenções tributárias não restringem tão-só aos impostos, podendo alcançar qualquer espécie tributária, de acordo com o que dispõe o art. 176 do CTN: “A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração”.

A letra “e” é incorreta, porque a União não detém competência para dispor sobre isenção nas esferas estadual e municipal.

Dispõe o art. 151, inc. I, da CF/88: “É vedado à União: (I) - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”.

Por sua vez, existem os casos já estudados de isenção por tratados internacionais, com a competência da República Federativa do Brasil para isentar tributos estaduais e municipais.

41. (Fiscal Diadema/2000) A imunidade e a isenção resultam no não pagamento de um tributo porque: a) ambas limitam a competência tributária. b) ambas excluem o crédito tributário. c) a imunidade limita a competência tributária, e a isenção exclui o crédito tributário.

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d) a imunidade exclui o crédito tributário, e a isenção limita a competência tributária. e) ambas extinguem o crédito tributário.

A imunidade limita a competência tributária, enquanto a isenção exclui o crédito tributário.

Portanto, a resposta é “c”.

42. (ESAF/Analista/CE 2006) Assinale V para as verdadeiras ou F para as falsas nas afirmativas abaixo; em seguida, escolha a opção que se adequa à sua escolha. ( ) A moratória extingue o crédito tributário. ( ) O parcelamento suspende o crédito tributário. ( ) A isenção exclui o crédito tributário. ( ) O pagamento extingue o crédito tributário. ( ) A decadência exclui o crédito tributário. a) F – V – V – F – V. b) F – V – V – V – F. c) V – V – V – V – F. d) V – V – F – F – V. e) F – F – V – V – V.

O primeiro item é falso, uma vez que a moratória suspende o crédito tributário (art. 151, inc. I, do CTN).

O segundo item é verdadeiro, eis que o parcelamento suspende o crédito tributário (art. 151, inc. VI, do CTN).

O terceiro item é verdadeiro, porque a isenção exclui o crédito tributário (art. 175, inc. I, do CTN).

O quarto item é verdadeiro, uma vez que o pagamento extingue o crédito tributário (art. 156, inc. I, do CTN).

O quinto item é falso, pois a decadência extingue o crédito tributário (art. 156, inc. V, do CTN).

Logo, é a letra “b” (F – V – V – V – F).

43. (Auditor/TCE-GO/2007) Assinale V para as verdadeiras ou F para as falsas nas afirmativas abaixo; em seguida, escolha a opção que se adequa à sua escolha. ( ) A moratória extingue o crédito tributário. ( ) O parcelamento suspende o crédito tributário.

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( ) A prescrição tributária interrompe-se pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal. ( ) O pagamento extingue o crédito tributário. ( ) A decadência exclui o crédito tributário. a) F – V – V – V – F. b) F – F – V – V – F. c) V – V – V – V – F. d) V – F – F – F – V. e) F – F – V – V – V.

O primeiro item é falso, uma vez que a moratória suspende o crédito tributário (art. 151, inc. I, do CTN).

O segundo item é verdadeiro, eis que o parcelamento suspende o crédito tributário (art. 151, inc. VI, do CTN).

O terceiro item é verdadeiro, porque a prescrição tributária interrompe-se pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal (art. 174, parágrafo único, inc. I, do CTN).

O quarto item é verdadeiro, uma vez que o pagamento extingue o crédito tributário (art. 156, inc. I, do CTN).

O quinto item é falso, pois a decadência extingue o crédito tributário (art. 156, inc. V, do CTN).

Logo, é letra “a” (F – V – V – V – F).

44. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) Tem competência para conceder isenções de impostos: a) a União, em relação aos impostos federais, estaduais e municipais. b) a União, somente em relação aos impostos federais. c) os Estados, em relação aos impostos estaduais e municipais. d) os Estados, em relação aos impostos estaduais e do Distrito Federal. e) a União, em relação aos impostos federais, do Distrito Federal e dos Territórios Federais.

Adota-se o entendimento literal ou gramatical do art. 151, inc. I, do CTN, que dispõe: “É vedado à União: (I) - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”. Logo, é a letra “b”,

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45. (ESAF/IRB/2006) Um dos efeitos da definição do fato gerador dos tributos, em geral, é o de estabelecer os conceitos de incidência, não-incidência, imunidade e isenção. Sobre estas, é incorreto afirmar-se que a) há incidência de tributo quando determinado fato, por enquadrar-se no modelo abstratamente previsto pela lei, faz nascer a obrigação de recolher tributo. b) a isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições não pode ser revogada nem reduzida. c) a não-incidênciacaracteriza-se pela não previsão do fato na hipótese de incidência. d) a imunidade é uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. e) consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, consubstanciado em Súmula, a revogação de incidência não tem eficácia imediata, já que equivaleria à criação ou majoração de tributo.

Não existe súmula do STF afirmando que a revogação de incidência não tem eficácia imediata, já que equivaleria à criação ou majoração de tributo. A súmula do STF que vale para concursos públicos é a 544, que diz: “isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. Logo, é a alternativa “e”.

A letra “a” é verdadeira, porque é corretíssimo dizer que há incidência de tributo quando determinado fato, por enquadrar-se no modelo abstratamente previsto pela lei, faz nascer a obrigação de recolher tributo.

Em outras palavras, a incidência tributária ocorre quando acontece no mundo real o que está previsto na norma de direito tributário.

A letra “b” é correta, porque a isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições não pode ser revogada nem reduzida, de acordo com a interpretação da súmula 544 do STF.

A letra “c” é correta, pois a não-incidênciacaracteriza-se pela não previsão do fato na hipótese de incidência. Ou seja, não-incidência quer dizer que não existe previsão na norma de determinado fato.

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A letra “d” é correta, porque a imunidade é conceituada como uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada, isto é, a imunidade é prevista na norma constitucional e não há incidência da norma tributária.

Por sua vez, alguns autores conceituam isenção como uma hipótese de não-incidência legalmente qualificada (José Souto Maior Borges, por exemplo), o que é um equivoco para o STF, que entende que na isenção há incidência da norma tributária (ocorre o fato gerador) e não há o lançamento tributário.

46. (ESAF/AFE/CE/2007) A isenção, prevista no Código Tributário Nacional como modalidade de exclusão do crédito tributário, isto é, não se permite nem sequer que haja a constituição do crédito tributário. Sobre ela, podemos fazer as seguintes afirmações, com exceção de: a) pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, em qualquer hipótese. b) pode ser extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. c) salvo disposição de lei em contrário, não se estende às taxas. d) em determinadas situações, efetiva-se por despacho da autoridade administrativa. e) a lei que a conceder deverá especificar, entre outros, as condições e requisitos exigidos para a sua concessão.

A letra “a” é falsa, porque a isenção não pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, em qualquer hipótese.

Estabelece a súmula 544 do STF: “isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. E também o art. 178 do CTN, estabelecendo que a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

A letra “b” é correta, porque a isenção pode ser extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

O inc. II, do art. 177 do CTN afirma que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Isto significa dizer que a isenção pode ser extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão, desde que a lei assim estabeleça.

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A letra “c” é correta, eis que a isenção, salvo disposição de lei em contrário, não se estende às taxas, conforme o art. 177, inc. I, do CTN.

A letra “d” é correta, porque a isenção, em determinadas situações, efetiva-se por despacho da autoridade administrativa.

Dispõe o art. 179, caput, do CTN, que a “isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão”.

A letra “e” é correta, uma vez que a lei que a conceder deverá especificar, entre outros, as condições e requisitos exigidos para a sua concessão.

É o que estabelece o art. 176, caput, do CTN, a “isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração”.

47. (ESAF/AFRFB/2005)Considerando o tema “isenção tributária”, julgue os itens a seguir e marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Se concedida com prazo determinado e sob condições não pode ser revogada. ( ) Com o advento da Constituição de 1988, a concessão da isenção heterotópica passou a ser proibida (art. 151, III). ( ) Por ser a isenção nada mais que o reverso da tributação, a lei isentiva só entra em vigor no exercício financeiro seguinte ao em que instituída. ( ) Segundo a letra do Código Tributário Nacional, a isenção constitui mera dispensa legal do pagamento do tributo. a) V F F V. b) V V F V. c) V F V F. d) F V F V. e) V F FF.

O item I é verdadeiro, de acordo com a súmula 544 do STF.

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O item II é verdadeiro, pois a isenção heterônoma ou heterotópica é vedada pela CF/88, dispondo que é proibido à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

O item III é falso, eis que a lei isentiva não necessita obedecer ao princípio da anterioridade anual, segundo entendimento do STF.

O item IV é verdadeiro, uma vez que a isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo, conforme interpretação do CTN.

Logo, é a alternativa “b” (V, V, F, V).

48. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere à exclusão do crédito tributário, e especificamente quanto à isenção, dispõe o Código Tributário Nacional que: a) salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. b) a isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, por força do princípio da uniformidade geográfico-tributária. c) a isenção, ainda quando prevista em contrato, depende de decisão administrativa devidamente fundamentada, explicitando condições e requisitos para a fruição do benefício. d) a isenção é sempre extensiva às taxas e contribuições de melhoria. e) a isenção, ainda que concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

É a letra “a”, porque salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: (i) às taxas e às contribuições de melhoria; (ii) aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão (art. 177, incs. I e II, do CTN). Portanto, a letra “d” também é falsa.

A letra “b” é falsa, uma vez que a isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares, conforme o parágrafo único do art. 176, do CTN.

A letra “c” é falsa, porque a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e

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requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração (art. 176, caput, do CTN).

E o art. 179, caput, do CTN, dispõe que a isenção nem sempre depende de decisão administrativa, podendo ser concedida de forma ou em caráter geral.

É importante dizer aqui que o candidato deve prestar sempre atenção no enunciado da questão que se refere expressamente ao que dispõe o CTN.

A letra “e” é falsa, pois o art. 178, caput, do CTN, dispõe que a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

É importante você saber também que a isenção tributária “concedida sob condição onerosa não pode ser livremente suprimida”, conforme o entendimento ainda válido da súmula 544 do STF.

49. (AFTN/94/ESAF) Sabe-se que a denominação dada pelo legislador a um determinado instituto não lhe muda a natureza. Levando isso em consideração, examine a natureza jurídica da “anistia” concedida por certo Município, que aprovou em 1993 uma lei do seguinte teor: “Art. 1º Ficam anistiados: I – a partir do exercício de 1994, os débitos do imposto predial e territorial urbano referentes a imóveis de valor inferior a 100 unidades fiscais do Município (UFM); II – a partir de 1990, os débitos tributários de qualquer natureza, de valor inferior a 60 UFM, vencidos até 1992; III – os atos definidos na legislação do imposto sobre serviços como sujeitos a multa e a interdição de estabelecimento praticados até a data desta lei. Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.” a) O inciso I trata de isenção; o II, de remissão; e o III, de anistia. b) Os três incisos tratam de anistia, consoante consta do caput do art. 1º. c) O inciso III cuida de extinção de crédito tributário e os demais, de exclusão. d) O inciso I trata de suspensão e os demais, de extinção. e) As três hipóteses são de remissão.

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Esta questão é muito interessante e de nível elevado.

Realmente é verdade que para o direito interessa mais a natureza jurídica do instituto (características estabelecidas legalmente) do que a sua própria denominação. Em outras palavras, mais vale a compreensão do que estabelece a lei do que determinado nome disposto na mesma lei.

Assim, esta questão cobra do candidato o conhecimento das diferenças entre isenção, remissão e anistia.

Portanto, o candidato deve prestar atenção no ano fixado no enunciado da questão, que foi ano em que foi editada a lei (1993).

Lembre que o art. 180 do CTN dispõe: “A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas”.

Nesse rumo, o primeiro item se refere a dispensar o débito do IPTU que ainda não foi lançado, portanto é dispensa de tributo e caso de isenção.

O segundo item é remissão, pois se refere a tributos e a débitos já consumados.

O terceiro item é anistia, pois se refere a multas (penalidades pecuniárias) e fala em atos inflacionais já praticadas, portanto, deve-se considerar que ainda não foram lançadas.

Logo, é a letra “a”.

50. (AFRF/2003 – ESAF) Responda de acordo com as pertinentes disposições do Código Tributário Nacional. (i) É permitido que a anistia abranja infrações cometidas posteriormente ao início da vigência da lei que a concede? (ii) É vedado às entidades tributantes conceder anistia e isenção que alcancem apenas determinada região do seu território, em função de condições a ela peculiares? (iii) O despacho da autoridade administrativa que concede isenção gera direito adquirido para o beneficiário?

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a) Não, não, sim. b) Não, sim, não. c) Não, não, não. d) Sim, não, sim. e) Sim, não, não.

A primeira pergunta é não, porque não é permitido que a anistia abranja infrações cometidas posteriormente ao início da vigência da lei que a concede.

O art. 180 do CTN dispõe expressamente que a anistia “abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede”.

A segunda pergunta é não, porque não é vedado (proibido) às entidades tributantes conceder anistia e isenção que alcancem apenas determinada região do seu território, em função de condições a ela peculiares.

Dispõe o parágrafo único, do art. 176, do CTN, que “a isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares”.

Do mesmo modo, a alínea “c”, do inc. II, do art. 181, do CTN, dispondo que a anistia pode ser concedida limitadamente a “determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares”.

A terceira pergunta é não, uma vez que o despacho da autoridade administrativa que concede isenção não gera direito adquirido para o beneficiário, de acordo com o §2°, do art. 179, do CTN.

Logo, é a letra “c” (Não, não, não).

51. (AFTE PI/2002/ESAF) A anistia tributária atinge: a) os atos praticados com dolo. b) os atos praticados com simulação. c) os atos praticados com fraude. d) os atos qualificados em lei como contravenções. e) as penalidades provenientes de infrações às leis tributárias.

Estabelece o art. 180 do CTN: “A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência

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da lei que a concede, não se aplicando: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulaçãopelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas”.

Portanto, é a letra “e”, pois a anistia atinge as penalidades provenientes de infrações às leis tributárias.

52. (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta. (a) É permitido conceder anistia que abranja atos praticados com simulação por terceiro em benefício do sujeito passivo? (b) É permitido que lei tributária concessiva de anistia condicione o benefício fiscal ao pagamento de tributo? (c) Admite-se a revogação por lei, a qualquer tempo, de isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições? (d) É permitido que a isenção e a anistia sejam concedidas restritamente a determinada região do território do ente tributante, em função de condições a ela peculiares? a) Sim, não, sim, sim. b) Sim, sim, não, sim. c) Sim, sim, não, não. d) Não, não, não, sim. e) Não, sim, não, sim.

A primeira pergunta é não, porque não é permitido conceder anistia que abranja atos praticados com simulação por terceiro em benefício do sujeito passivo, de acordo com inc. I, do art. 180 do CTN.

A segunda pergunta é sim, porque é permitido que lei tributária concessiva de anistia condicione o benefício fiscal ao pagamento de tributo, dispondo a alínea “d”, do inc. II, do art. 181, do CTN, que a anistia pode ser concedida limitadamente “sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa”.

A terceira pergunta é não, porque não se admite a revogação por lei, a qualquer tempo, de isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições.

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Diz a súmula 544 do STF:“isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”.

No mesmo sentido, o art. 178 do CTN, estabelecendo que a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

A quarta pergunta é sim, eis que é permitido que a isenção e a anistia sejam concedidas restritamente a determinada região do território do ente tributante, em função de condições a ela peculiares.

Dispõe o parágrafo único, do art. 176, do CTN, que “a isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares”.

Do mesmo modo, a alínea “c”, do inc. II, do art. 181, do CTN, dispondo que a anistia pode ser concedida limitadamente a “determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares”.

Logo, é a letra “e” (Não, sim, não, sim).

53. (TRF/2005/ESAF) De acordo com o art. 175 do Código Tributário Nacional, a isenção e a anistia excluem o crédito tributário. Por isso, podemos afirmar que a) a exclusão do crédito tributário dispensa, inclusive, o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído. b) a isenção pode-se estender às taxas e às contribuições de melhoria, caso haja previsão legal. c) a anistia somente pode ser concedida em caráter geral. d) a isenção pode ser revogada ou modificada, em qualquer hipótese, por despacho fundamentado da autoridade competente para concedê-la. e) a anistia, como regra, abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. Entretanto, esta lei poderá ter efeitos futuros, nas situações e condições que especificar.

A letra “b” é correta, porque a isenção pode-se estender às taxas e às contribuições de melhoria, caso haja previsão legal.

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Deste modo, a isenção, salvo disposição de lei em contrário, não se estende às taxas, conforme o art. 177, inc. I, do CTN.

A letra “a” é incorreta, porque a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente, conforme parágrafo único do art. 175, do CTN.

A letra “c” é incorreta, eis que a anistia pode ser concedida em caráter geral e em caráter limitado, de acordo com art. 181, inc. II, do CTN.

A letra “d” é incorreta, porque a isenção, em determinadas situações, efetiva-se por despacho da autoridade administrativa, mas nãopode ser revogada ou modificada, em qualquer hipótese.

Mais uma vez a súmula 544 do STF: “isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. E também o art. 178 do CTN, estabelecendo que a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

A letra “e” é incorreta, uma vez que a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei e ponto final. A lei de anistia não tem efeitos prospectivos (efeitos futuros), mas sim retrospectivos (para o passado).

54. (TTN/97/ESAF) Uma lei determinou que fossem cancelados todos os créditos tributários até determinado valor, inscritos ou não na Dívida Ativa. Essa lei tratou, portanto, da instituição da a) moratória. b) anistia. c) remissão. d) isenção. e) prescrição.

É correto dizer que se uma lei determinou que fossem cancelados todos os créditos tributários até determinado valor, inscritos ou não na Dívida Ativa, tratou-se da instituição daremissão, uma vez que a questão fala em crédito tributário, que pressupõe a existência de lançamento tributário.

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Não podendo a situação ser considera como anistia, eis que nesta não existe crédito tributário, mas somente obrigação tributária.

Logo, a resposta é a letra “c”.

55. (AFE/PA/2002/ESAF) É correto afirmar que, por meio da ___________, opera-se a dispensa legal de pagamento do tributo devido, pressupondo crédito tributário regularmente constituído. a) isenção. b) prescrição. c) remissão. d) anistia. e) decadência.

É correto afirmar que, por meio da remissão, opera-se a dispensa legal de pagamento do tributo devido, pressupondo crédito tributário regularmente constituído.

Ou seja, a questão fala em “pressupondo crédito tributário regularmente constituído”, não podendo ser anistia ou isenção.

Logo, a resposta é a letra “c” novamente.

56. (AFTN/94/ESAF) As infrações cometidas posteriormente à data de início de vigência de lei que concede anistia a) não estão abrangidas pela lei. b) estão abrangidas pela lei, se a anistia for geral. c) estão abrangidas pela lei, mesmo sendo restrita a anistia. d) estão abrangidas pela lei, até o final do exercício em que publicada a lei. e) estão abrangidas pela lei, se a anistia for para certa região.

As infrações cometidas posteriormente à data de início de vigência de lei que concede anistia não estão abrangidas pela lei.

A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei (art. 180, caput, do CTN).

Portanto, é a alternativa “a”.

57. (AFTN/98/ESAF) (I) A isenção e a anistia, segundo o Código Tributário Nacional, excluem o crédito tributário.

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(II) Afora os casos legalmente excetuados, a anistia, quando se refere a infração sujeita a multa, impede a constituição do crédito tributário relativo à penalidade pecuniária. (III) A isenção pessoal, salvo disposição legal em contrário, não pode referir-se a tributo criado posteriormente à sua concessão. Assinale a opção correta. a) As três assertivas são corretas. b) As três são falsas. c) São corretas as duas primeiras, não a última. d) São corretas as duas últimas, não a primeira. e) Está correta apenas uma das três assertivas.

O primeiro item é verdadeiro, porque a isenção e a anistia, segundo o CTN, excluem o crédito tributário (art. 175, caput).

O segundo item é verdadeiro, pois afora (salvo) os casos legalmente excetuados, a anistia, quando se refere a infração sujeita a multa, impede a constituição do crédito tributário relativo à penalidade pecuniária, conforme o art. 180, incs. I e II, do CTN.

Ou seja, anistia impede que o lançamento da multa seja efetuado pela autoridade competente, salvo nos casos proibidos pelo CTN, que são: (i) atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; (ii) salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.

O terceiro item é verdadeiro, porquea isenção pessoal ou subjetiva ou até mesmo a geral ou objetiva, salvo disposição legal em contrário, não pode referir-se a tributo criado posteriormente à sua concessão.

O inc. II, do art. 177 do CTN afirma que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão, isto é, a isenção pode ser extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão apenas nos casos em que a lei assim estabeleça.

Assim, as três assertivas são corretas. Portanto, é a alternativa “a”.

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58. (ESAF/AFTE/MS 2001) Uma das espécies de exclusão do crédito tributário, que somente pode ser autorizada por lei e aplicável apenas às infrações cometidas pelo sujeito passivo anteriormente à vigência da lei que a concede, sendo, portanto, retroativa, é: a) Isenção. b) Remissão. c) Moratória. d) Imunidade. e) Anistia.

Uma das espécies de exclusão do crédito tributário, que somente pode ser autorizada por lei e aplicável apenas às infrações cometidas pelo sujeito passivo anteriormente à vigência da lei que a concede, sendo, portanto, retroativa, é a anistia, conforme art. 180 do CTN.

Logo, é a letra “e”.

59. (ESAF/MPE-GO/2007) Sobre a exclusão do crédito tributário, pode-se afirmar, com exceção a) que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria. b) que a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão. c) que a anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa. d) que a anistia pode ser concedida de forma limitada às infrações de determinado tributo. e) que a anistia não abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede.

A letra “e” é incorreta, pois afirma que a anistia não abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede.

E você já sabe que anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede (art. 180, caput, do CTN).

A letra “a” é verdadeira, eis que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria, de acordo com o art. 177, inc. I, do CTN.

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A letra “b” é verdadeira, pois a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, conforme dispõe o caput, do art. 176 do CTN.

A letra “c” é verdadeira, eis que a anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, conforme interpretação do art. 181, do CTN

A letra “d” é verdadeira, porque a anistia pode ser concedida de forma limitada às infrações de determinado tributo.

De acordo com a alínea “a”, do inc. II, do art. 181, do CTN, dispondo que a anistia pode ser concedida limitadamente às “infrações da legislação relativa a determinado tributo”.

60. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a exclusão do crédito tributário, assinale a opção correta. a) Nas modalidades de exclusão do crédito tributário, verifica-se a ocorrência do fato gerador, a declaração da obrigação tributária e a constituição do crédito tributário, porém, não subsiste a obrigação de pagamento. b) A isenção é causa de não-incidência tributária. c) A União, mediante lei complementar e atendendo a relevante interesse social ou econômico nacional, poderá conceder isenções de impostos estaduais e municipais. d) Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, a revogação de isenção não se sujeita ao princípio da anterioridade, fazendo com que o tributo volte a ser imediatamente exigível. e) As isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, podem ser suprimidas por conveniência da Administração.

Letra (A). Nas hipóteses de exclusão do crédito tributário (isenção e anistia) não há constituição do crédito tributário. Logo, incorreta.

Letra (B). Segundo entendimento ainda dominante no STF, aisenção é a dispensa do pagamento de um tributo devido em face da ocorrência de seu fato gerador(ADI 286). Isto é, há incidência tributária. Logo, incorreta.

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Letra (C). O art. 151, III, da CF, proíbe, no âmbito interno, as isenções heterônomas. Logo, incorreta.

Letra (D). Na hipótese de revogação de isenção incondicional, não há que se observar o princípio da anterioridade, conforme entendimento predominante no STF, estabelecendo que “revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente”. Logo, correta.

Letra (E). Conforme o entendimento sumulado do STF, a “isenção tributária concedida sob condição onerosa não pode ser livremente suprimida” (súmula 544). Logo, incorreta.

61. (ESAF/ATRFB/2010) De acordo com o disposto no artigo 175 do Código Tributário Nacional, excluem o crédito tributário a isenção e a anistia. Sobre estas, comparadas a outros benefícios dos quais resultam renúncia de receita, podemos afirmar, exceto, que: a) a isenção exclui o crédito tributário, ou seja, surge a obrigação mas o respectivo crédito não será exigível; logo, o cumprimento da obrigação principal, bem como das obrigações acessórias dela decorrentes, fica dispensado. b) ainda no caso da alíquota zero, no caso do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, permite-se ao Poder Executivo restabelecer as alíquotas a qualquer tempo, sem a necessidade de edição de lei para tal finalidade. c) o efeito econômico da isenção assemelha-se ao do benefício fiscal da alíquota zero, sendo esta uma solução encontrada pelas autoridades fazendárias no sentido de excluir o ônus da tributação sobre certos produtos, temporariamente, sem o isentar. d) caso o tributo tenha sido instituído por lei complementar, a concessão de sua isenção tem de ser feita por meio de diploma legislativo de mesmo nível, ou seja, também por lei complementar. e) a anistia fiscal é capitulada como a exclusão do crédito (gerado pela infração) e não como extinção (caso de remissão), pois se trata de créditos que aparecem depois do fato violador, abrangendo apenas infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede.

Letra (A). A isenção não dispensa o cumprimento das obrigações tributárias acessórias dependentes da obrigação principal

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cujo crédito seja excluído, ou dela consequente (art. 175, parágrafo único, CTN). Logo, incorreta.

Letra (B). No caso do IPI, segundo o texto constitucional (art. 153, §1°, CF), na hipótese de alíquota zero, permite-se ao Poder Executivo restabelecer as alíquotas a qualquer tempo, mediante Decreto.Logo, correta.

Letra (C). O efeito econômico da isenção assemelha-se ao da alíquota zero, uma vez que as duas resultam no não pagamento do tributo. Portanto, correta.

Letra (D). Em face do princípio da simetria, segundo a doutrina majoritária, a instituição de isenção decorre do mesmo poder que o ente tributante tem para instituir o tributo. Por exemplo, criado o imposto residual, qualquer tipo de isenção deste tributo dever ser instituída mediante lei complementar. Logo, correta.

Letra (E). A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei (art. 179 do CTN) e impede a constituição do crédito tributário. Já remissão é o perdão do tributo ou/e da infração tributária e ocorre após a constituição do crédito tributário, extinguindo-o (art. 156, IV, CTN). Portanto, correta.

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

RESUMO FUNDAMENTAL

(I)A enumeração das garantias atribuídas pelo CTN ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram (art. 183 do CTN).

(II)A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. Portanto, mesmo que seja legalmente atribuída uma garantia qualquer ao crédito tributário, este ou a sua obrigação respectiva continuam a ter sempre a natureza tributária.

(III)A totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituiçãodo ônus ou da cláusula, respondem pelo pagamento do crédito tributário. A exceção

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a esta regra são os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

(IV)O CTN exige a quitação todos os tributos: (i) paraa extinção das obrigações do falido (art. 191); (ii) paraa concessão de recuperação judicial, observado que, neste caso, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ou o crédito em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora tem o mesmo efeito da quitação de tributos devidos (art. 191-A); (iii) relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, para a possibilidade de proferir a sentença de julgamento de partilha ou adjudicação (art. 192); (iv) para a celebração de contratoou aceitação de proposta emconcorrência pública de departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia. Assim sendo, nesta hipótese, salvo quando expressamente permitido por lei, exige-se a quitação de todos os tributos devidos unicamente à Fazenda Pública interessada e relativos à atividade em cujo exercício o contratante ou proponente contrata ou concorre (art. 193).

(V)O termo inicial para a fraude à execução fiscal é a inscrição em dívida ativa do crédito tributário, pois, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa (redação atual do art. 185 do CTN).

(VI) No caso de o devedor tributário, devidamente citado na execução fiscal, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

(VII) A indisponibilidade de bens e direitos limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

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(VIII) O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, exceto em relação aos créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho (art. 186 do CTN).

(IX)Também são pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Do mesmo modo, são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

(X) Na hipótese de falência do sujeito passivo: (i) o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar (Lei 11.101/2005), nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (ii) a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (iii) a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

(XI)Com base no art. 83 da Lei 11.101/2005, a classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: (1°)Importâncias passíveis de restituição e créditos extraconcursais; (2°) Créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; (3°) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; (4°)Créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; (5°)Créditos com privilégio especial; (6°) Créditos com privilégio geral; (7°) Créditos quirografários; (8°) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; (9°) Créditos subordinados.

(XII) na hipótese de falência, contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada (CTN, §1°, do art. 188). Esta regra aplica-se aos processos de concordata (CTN, §2°, do art. 188). A recuperação judicial é a nomenclatura dada pela Lei 11.101/2005 a antiga concordata.

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(XIII) A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial (concordata), inventário ou arrolamento, de acordo com o art. 187 do CTN. A interpretação importante e adequada deste dispositivo é que a execução fiscal tem autonomia e curso independente ao processo falimentar, sendo que a reserva de bens necessários ao pagamento do crédito tributário será feita conforme a ordem de preferência estabelecida pelo CTN e pela Lei de Falências (11.101/05) independentemente de pedido habilitação nos autos do processo de falência.

(XIV)o concurso de preferência se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, de acordo com o art. 187 do CTN c/c art. 29 da Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80) na seguinte ordem: (1°)União e suas autarquias; (2°) Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; (3°) Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. No caso da União, existe preferência do crédito desta em relação as suas autarquias. Nos demais casos, a divisão é pro rata, quer dizer divisão proporcional ao crédito tributário da pessoa jurídica.

Administração Tributária. Fiscalização. Dívida Ativa. Certidões Negativas.

RESUMO FUNDAMENTAL

I) As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (art. 37, inc. XXII).

(II)Nesse rumo, o art. 199 do CTN, concretiza esta regra constitucional, estabelecendo que a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.Porém, apenas a União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutarinformações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.

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(III) É competência privativa do Senado Federal para avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, XV).

(IV) Alegislação tributária, observando o disposto no CTN, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação (art. 194 do CTN).

(V) Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

(VI) As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção (art. 200).

(VII)A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessáriospara que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas (CTN, art. 196).

(VIII) Os termos do procedimento de fiscalização tributária serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará cópia autenticada à pessoa sujeita à fiscalização, de acordo com o parágrafo único do art. 196 do CTN.

(IX) O início do procedimento fiscal delineia os contornos jurídicos de dois importantes institutos do direito tributário, que são a exclusão da possibilidade da denúncia espontânea e a antecipação do início do prazo decadencial. O parágrafo único do art. 138 do CTN, dispõe que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. E o parágrafo único do art. 173 do mesmo Código estabelece que o direito de constituir o crédito

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tributário extingue-se definitivamente com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.

(X) Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão ser conservados pelo sujeito passivo da relação tributária até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

(XI) Mediante intimação escrita e sem necessidade de autorização judicial, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:(i) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;(ii) os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;(iii) as empresas de administração de bens;(iv) os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;(v) os inventariantes;(vi) os síndicos, comissários e liquidatários;(vii) quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

(XII)A obrigação de prestar informações não abrange informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

(XIII) Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada (proibida) a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades (CTN, art. 198).

(XIV)Existe ressalva dessa proibição, permitindo a divulgação nas hipóteses de permuta de informações entre os entes federativos, e nos casos de:(i) Requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça (art. 198, §1°, I, do CTN); (ii) Solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa (art. 198, §1°, II, do CTN);(iii) Requisição de comissão parlamentar de inquérito (CPI), obedecendo-se aos princípios da colegialidade e da motivação, que são, respectivamente,

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a aprovação pela maioria absoluta dos membros da comissão e a fundamentação do pedido (art. 58, §3°, da CF/88);(iv) Requisição do Ministério Público da União (MPU), desde que concernente a fatos e pessoas determinadas (art. 8°, §2°, da LC 75/1993).

(XV)O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

(XVI) É permitida, sem qualquer tipo de exceção, a divulgação de informações relativas a: (i) representações fiscais para fins penais; (ii) inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (iii) parcelamento ou moratória do crédito tributário.

(XVII) Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. É importante salientar que a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito tributário.

(XVIII) Portanto, de início, existe a hipótese de incidência ou o fato gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto e, após o prazo para pagamento do tributo, deve ocorrer a inscrição em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução fiscal. Assim, a relação jurídico-tributária conforme o CTN é a seguinte: Hipótese de Incidência + Fato Gerador in concreto = Obrigação Tributária < Lançamento < Crédito Tributário (não suspenso ou extinto) e prazo pra pagamento do tributo < Inscrição em Dívida Ativa < Certidão de Dívida Ativa < Execução Fiscal.

(XIX) O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, deverá indicar obrigatoriamente: (a) o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; (b) a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; (c) a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; (d) a data em que foi inscrita; (e) sendo caso, o número do processo administrativo de

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que se originar o crédito. A Certidão de Dívida Ativa (CDA) conterá os mesmos elementos do termo de inscrição e será autenticada pela autoridade competente, devendo conter, além dos requisitos o termo de inscrição da dívida, a indicação do livro e da folha da inscrição.

(XX) A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

(XXI) Com efeito, a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no art. 202, ou o erro a eles atinente, gera a nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente. Todavia, a certidão poderá ser substituída até a decisão de 1° instância (significa decisão do juiz de primeiro grau e não dos Tribunais), sanando eventuais erros ou omissões, dando novo prazo para a defesa do sujeito passivo quanto à parte modificada.

(XXII) A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. Sendo assim, a presunção de certeza e liquidez é relativa (juris tantum) e pode ser refutada (“ilidida”) por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

(XXIII) A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.

(XXIV) A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.

(XXV) Os mesmos efeitos jurídicos da certidão negativa verificam-se na certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. Assim, são três os casos de certidão positiva com efeitos de negativaestabelecidos pelo CTN: (a)a existência de créditos não

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vencidos(b) a existência de créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora(c) a existência de créditos cuja exigibilidade esteja suspensa (art. 151 do CTN).

(XXVI) São causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: (a)Moratória; (b)Depósito do seu montante integral; (c) Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (d)Concessão de medida liminar em mandado de segurança;(e)Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (f)Parcelamento.

(XXVII) Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos (certidão negativa), ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito. Entretanto, respondem todos os participantes no ato de dispensa pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

(XXVIII) A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, sendo que não se exclui a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

Exclusão do Crédito Tributário

RESUMO FUNDAMENTAL

(I) Aisenção e anistia são causas de exclusãodo crédito tributário.

(II) Exclusão do crédito tributário quer dizer impedir a sua constituição. Como a constituição do crédito tributário ocorre com o lançamento, afirma-se que as hipóteses de isenção e de anistia são causasinibitórias do lançamento tributário, impedindo a sua existência.

(III) As causas de suspensão ou de exclusão do crédito tributário devem ser interpretadas de forma literal. A isenção ou a anistia do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias (também denominada de deveres instrumentais ou formais) dependentes da obrigação principal cujo crédito seja

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excluído, ou dela conseqüente.

(IV) A isenção, ainda quando prevista em contrato,deve ser estabelecida em lei, que deve especificar as condições e requisitos exigidos para sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de duração.

(V) Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: (i)às taxas e às contribuições de melhoria; (ii) aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

(VI) A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

(VII) As isenções podem revogadas a qualquer tempo, salvo as isenções condicionais (onerosas) e por prazo certo. Assim, conforme o entendimento sumulado 544 do STF: “Isenção tributária concedida sob condição onerosa não pode ser livremente suprimida”. Com base nesta súmula do STF, a jurisprudência predominante adota o seguinte posicionamento: (i) A isenção pode ser revogada; (ii) Caso seja revogada e se trate se isenção incondicional, não há que se observar a regra da anterioridade, conforme entendimento do STF, estabelecendo que “revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente.”; (iii)Caso seja isenção por prazo certo e condicional, não há que se falar em revogação, porque se trata de isenção irrevogável, havendo direito adquirido.

(VIII) A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. O despacho autorizativo da autoridade administrativa não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155, que se refere à moratória.

(IX) A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: (i) aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; (ii) salvo disposição em

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contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.

(X) Aanistia pode ser geral ou limitada, sendo, neste último caso, concernente: (a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; (b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; (c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; (d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei concessiva do favor ou pela autoridade administrativa.

(XI) A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. E este despacho concessivo da anistia não gera direito adquirido aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155, que diz respeito ao instituo da moratória.

QUESTÕES COMENTADAS EM SALA DE AULA

1. (ESAF/PFN/2003) Em relação à restituição de tributos pagos indevidamente, o Código Tributário Nacional estabelece, de forma expressa, a seguinte regra, entre outras: a) a restituição de tributos vence juros capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar, calculados com base na mesma taxa utilizada pela Fazenda Pública para cobrar seus créditos tributários não liquidados no vencimento. b) a restituição de tributos pagos indevidamente não dá lugar à restituição dos valores pagos a título de penalidades pecuniárias impostas por autoridade administrativa competente, ressalvados os valores relativos a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. c) o direito de pleitear restituição de tributos extingue-se com o decurso do prazo de dez anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que houver reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. d) o direito de pleitear restituição de tributos extingue-se com o decurso do prazo de dois anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tiver reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.

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e) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o expressamente autorizado a recebê-la.

2. (AFRF/2005/ESAF) Sobre o pagamento indevido de tributos é correto afirmar-se, de acordo com o Código Tributário Nacional, que a) a reforma, a anulação, a revogação ou a rescisão de decisão condenatória, à vista da qual se tenha efetuado o recolhimento, afinal tido por indevido também podem ensejar a restituição. b) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, será feita a quem comprove ter efetuado o pagamento indevido, tenha ele ou não assumido o referido encargo financeiro. c) ao falar de sujeito passivo, está a referir-se ao obrigado que o seja na condição de contribuinte, não àquela em que ele tenha figurado como responsável. d) para que haja o direito à restituição, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, é necessária a prática do ato homologatório por parte da autoridade fazendária. e) o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, recolhido indevidamente ou a maior do que o devido, desde que comprove ter havido erro, de sua parte, na interpretação da legislação aplicável ao caso.

3. (AFRF/2005/ESAF/adaptada) A restituição de tributos, cujo encargo financeiro possa transferir-se, somente pode ser obtida se o__________________ provar que não o transferiu ou que está autorizado pelo ________________. a) contribuinte .... fisco. b) sujeito passivo .... sujeito ativo. c) sujeito passivo .... sujeito ativo. d) contribuinte de direito .... contribuinte de fato. e) responsável .... contribuinte.

4. (AFTN/94/ESAF) Diante de hipótese na qual o contribuinte impugnou o lançamento, administrativamente, o direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso de prazo de cinco anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa, nos casos de a) erro na identificação do sujeito passivo. b) erro na aplicação da alíquota. c) anulação de decisão condenatória. d) erro na elaboração de documento relativo ao pagamento. e) erro no montante do débito.

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5. (ESAF/PFN/2003)Dispõe o Código Tributário Nacional que o prazo de prescrição da ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição de tributos: a) é de cinco anos e interrompe-se pelo protesto judicial ou por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento de erro da decisão, pela autoridade administrativa que a proferiu. b) interrompe-se pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. c) interrompe-se pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por inteiro, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. d) é de dois anos e não se interrompe pelo início da ação judicial, exceto na hipótese de reconhecimento pela autoridade administrativa de que houve erro material em sua decisão denegatória de restituição de tributos. e) é de dois anos e não se interrompe pelo início da ação judicial, exceto se, em virtude de requerimento do sujeito passivo por ocasião da petição inicial, o juiz expressamente reconhecer o direito postulado quanto à interrupção da prescrição.

6. (AFTM/Recife/2003/ESAF) Observadas as prescrições constantes do Código Tributário Nacional sobre o tema "pagamento indevido de tributos", é incorreto afirmar que: a) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. b) o direito de pleitear restituição de tributos extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tiver reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. c) a restituição de tributos vence juros capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. d) a restituição total ou parcial do tributo pago indevidamente dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter meramente formal não prejudicadas pela causa da restituição. e)o prazo de prescrição da ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição de tributos é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data

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da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.

7. (TRF/2002.1/ESAF) Indique em quantos anos prescreve o direito a interpor ação anulatória da decisão administrativa que denegar restituição. a) 1 ano. b) 2 anos. c) 3 anos. d) 4 anos. e) 5 anos.

8.(ESAF/Analista/CE/2007) Sobre a ação de repetição de indébito, cabível em casos em que o contribuinte efetue o pagamento indevido de tributos, pode-se dizer que ela não é cabível: a) no caso de pagamento espontâneo de tributo em valor superior ao devido. b) na exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador. c) no caso de erro na identificação do sujeito passivo na elaboração de documento relativo ao pagamento. d) nos casos de reforma de sentença condenatória anteriormente desfavorável ao contribuinte. e) no caso de erro na determinação da alíquota aplicável, na elaboração de documento relativo ao pagamento.

9. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) Com a edição da nova lei de falências, houve a necessidade da alteração de alguns artigos do Código Tributário Nacional referentes às preferências dos créditos tributários. Assim, após a inserção das alterações mencionadas, podemos afirmar, exceto: a) o crédito tributário, bem como os seus acréscimos legais, em casos de falência, preferem aos créditos extraconcursais. b) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita à habilitação em falência ou recuperação judicial. c) em se tratando de pessoas jurídicas de direito público, haverá, entre elas, concurso de preferência, ocupando a União posição prioritária em relação às demais – Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios. d) havendo, concomitantemente, créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos antes, e créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência, estes últimos terão prioridade em relação àqueles. e) a concessão de recuperação judicial dependerá da apresentação da prova de quitação de todos os tributos.

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10. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE/2007) Em determinados casos previstos em lei, como para participar de concorrência pública, ou para ter deferido seu programa de recuperação judicial, poderá ser exigido que o contribuinte faça prova da quitação de seus tributos por meio de certidão negativa de tributos. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão positiva em que conste: I. a existência de crédito não vencido. II. a existência de crédito em curso de cobrança judicial, em que esteja garantido o juízo, por penhora ou depósito em garantia. III. a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa. IV. a existência de crédito prescrito. Estão corretos: a) Apenas os itens I, II e III. b) Apenas os itens I e II. c) Apenas os itens I, III e IV. d) Apenas os itens II, III e IV. e) Todos os itens.

11. (ESAF/Auditor Fiscal/Fortaleza/2003) Com base em disposição expressa do Código Tributário Nacional, assinale a resposta correta. a) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário definido em decisão administrativa irreformável, que se encontre em fase de cobrança administrativa. b) O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os créditos da Fazenda Pública resultantes de contratos firmados com particulares. c) Não será concedida concordata nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o requerente faça prova da quitação de todos os tributos relativos à sua atividade mercantil, ou ofereça bens, em arrolamento, que sejam suficientes à garantia do crédito da Fazenda Pública. d) São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. e) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas, ressalvada a hipótese de prévia concordância da autoridade administrativa competente, à vista do

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depósito de vinte por cento do montante da dívida que esteja sendo questionada administrativamente.

12. (ESAF/PFN/1998) Quanto às garantias do crédito tributário, diz o Código Tributário Nacional, ou dele decorre, que a) elas são excludentes de outras que pudessem ser previstas em lei, ainda que em função da natureza ou das características do tributo respectivo. b) a atribuição de novas garantias somente se aplica para o futuro, exceto quando se trate de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. c) entre elas se encontra a inoponibilidade, ao fisco, do argumento de que os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade estão a salvo de execução fiscal. d) o terceiro não pode ser prejudicado se adquirir bens do sujeito passivo de obrigação tributária, depois de este ter sido citado em execução fiscal, se tais bens não foram atingidos por penhora. e) os bens ou rendas absolutamente impenhoráveis também respondem pelo pagamento do crédito tributário, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, ou do fato determinante da impenhorabilidade.

13. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE/2007) Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que I. o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou as importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. II. a lei não poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. III. a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Estão corretos apenas o(s) item(ns): a) I e II b) I c) I e III d) II e III e) nenhum item está correto.

14. (ESAF/PFN/2003/adaptada) Dispõe expressamente o Código Tributário Nacional, a respeito de garantias e privilégio do crédito tributário: (a) Na hipótese de não terem sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública

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por crédito tributário regularmente constituído por órgão e autoridade competentes, que se encontre em fase de cobrança administrativa para, se não for liquidado no prazo legal, ser inscrito em dívida ativa e executado judicialmente. b) Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente inalienáveis ou impenhoráveis. c) O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os protegidos por garantia real. d) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. e) Não será concedida recuperação judicial nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o requerente prove a quitação dos tributos relativos à sua atividade mercantil, exceto se, entre outras hipóteses, fizer prova de que impetrou mandado de segurança ou ingressou na Justiça com outra espécie de ação cabível para questionar a exigência tributária com a qual não concorda.

15. (ESAF/AFRF/2003/adaptada) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Os bens do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida gravados por ônus real respondem pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública. ( ) Não se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa, na hipótese de terem sido reservados bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. ( ) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. a) F, V, F. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, V. e) V, V, F.

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16. (ESAF/AFTE/RN/2005) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I. O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos da administração pública estadual direta a aceitar proposta em concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à atividade em cujo exercício concorre. II. Os créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no decurso do processo de falência, devem ser pagos preferencialmente a quaisquer outros e às dívidas da massa, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os protegidos por garantia real. III. A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas são falsas.

17. (AFRF/2002.1/ESAF/adaptada) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em seguida, marque a opção que contenha tais letras na seqüência correta. 1. Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. 2. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 3. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida. a) V, V, V. b) V, F, V. c) V, F, F. d) F, F, F. e) F, F, V.

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18. (ESAF/AFPS/2002) Em relação às garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que: a) presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído regularmente. b) os bens do sujeito passivo, gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua totalidade, pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública, excluídos os bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis. c) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento, sendo admitida a execução fiscal antes da inscrição do débito do sujeito passivo como dívida ativa da Fazenda Pública, no caso de a autoridade judicial competente reconhecer a presença dos requisitos de urgência e relevância na questão submetida a julgamento, para evitar insucesso na realização do crédito tributário. d) o crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos decorrentes da legislação trabalhista e os protegidos por garantia real. e) a natureza do crédito tributário é alterada pelas garantias que a ele são atribuídas pelo Código Tributário Nacional.

19. (AFRF/2005/TI/ESAF) Consoante o caput do art. 186 do Código Tributário Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida recentemente no referido artigo, e de súmula editada pelo Superior Tribunal de Justiça, pode-se afirmar que, na falência, o crédito tributário: a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão limitados à quantia equivalente a 100 (cem) salários-mínimos. c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência. d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, que deve ser atendida antes de qualquer crédito. e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados.

20. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal – STF e marque (V) para proposição verdadeira e (F) para a falsa, e a seguir, assinale a opção que apresenta a resposta correta.

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( ) O Pleno do Tribunal já analisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN). ( ) Ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo. ( ) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, independente de haver ou não contribuições dos beneficiários. ( ) A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. a) V, V, V, F. b) F, V, V, V. c) V, V, F, V. d) V, F, V, F. e) F, V, F, V.

21. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006)Considerando o tema “Lei Complementar n. 105, de 10/01/01” e as disposições da citada lei, marque, a seguir, a opção que apresenta a assertiva correta. a) A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, apenas na fase judicial. b) Além das requisições judiciais, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários podem fornecer à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte. c) A constitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. d) A inconstitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. e) Os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, como providência prévia à instauração de procedimento fiscal.

22. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) De acordo com o disposto no art. 198 do Código Tributário Nacional, os servidores fazendários não podem divulgar informações obtidas sobre a situação econômica ou

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financeira de sujeitos passivos, em razão do ofício. Entre as hipóteses a seguir, assinale as que constituem exceção a essa regra e marque a opção correspondente. Não constitui (em) violação ao dever funcional de manutenção do sigilo das informações obtidas pelos servidores da Fazenda Pública: I. fornecimento de informações a autoridade Judiciária. II. divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. III. fornecimento de informações a membro do Ministério Público. IV. divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I e III. c) Estão corretos apenas os itens II e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e III. e) Estão corretos apenas os itens I, II e IV.

23. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a Administração Tributária e o poder de fiscalizar, assinale a opção correta. a) Iniciado o procedimento fiscalizatório pela autoridade administrativa, com a lavratura de Termo de Início de Fiscalização, tem-se a antecipação do prazo decadencial que, normalmente, ocorreria com o lançamento. b) Diante de requisição da autoridade administrativa de apresentação de informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo deferimento negar-se a entregá-la. c) Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código Tributário Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e parcelamento ou moratória. d) A Constituição Federal estabeleceu que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, independentemente da existência de lei ou convênio. e) Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado por particular, deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público, mesmo antes de proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência do crédito tributário.

24. (ESAF/ATRFB/2010) Sobre o sigilo fiscal, previsto no art. 198 do Código Tributário Nacional, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Escolha, em consequência, a opção que seja adequada às suas respostas: I. é vedada a divulgação para qualquer fim, como regra, por parte da Fazenda Pública e de seus funcionários, de qualquer informação

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obtida em razão do ofício, sobre a situação econômica ou financeira dos sujeitos passivos ou de terceiros; II. não é vedado o fornecimento de informações para autoridade judiciária, mediante requisição, no interesse da justiça; III. é dominante o entendimento de que pode o Juiz, nos autos de uma execução fiscal, atender a pedido do exequente de oficiar à Secretaria da Receita Federal do Brasil solicitando cópia da declaração de bens e renda do executado, de modo a permitir a identificação de bens penhoráveis; IV. de outra forma, não se admite o disposto no item III no caso de uma execução de sentença. a) Estão corretos apenas os itens I, II e III. b) Estão corretos apenas os itens I e II. c) Todos os itens estão corretos. d) Estão corretos apenas os itens II, III e IV. e) Estão corretos apenas os itens II e III.

25. (AFTN/96/ESAF/adaptada) Considerar as afirmações (i) Propiciar o direito de ação da Fazenda Pública. (ii) Formalizar o crédito tributário. Estas duas assertivas referem-se, respectivamente, a) ao fato gerador da obrigação tributária e à base de cálculo. b) à base de cálculo e ao ato de lançamento. c) ao lançamento tributário e à base de cálculo. d) ao ato administrativo de inscrição da divida ativa e ao lançamento tributário. e) ao ato de lançamento tributário e aos deveres instrumentais ou formais.

26. (TTN/94/ESAF) A dívida tributária regularmente inscrita a) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. b) goza da presunção relativa de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. c) goza da presunção relativa de certeza e liquidez e não tem o efeito de prova pré-constituída. d) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez e não tem o efeito de prova pré-constituída. e) tem o efeito de prova pré-constituída e não goza de presunção de certeza e liquidez.

27. (AFTN/94/ESAF/Adaptada) Quanto à dívida ativa tributária, é consoante com o Código Tributário Nacional asseverar que: a) tem essa natureza a dívida proveniente de laudêmio devido pela transmissão de direitos do foreiro de terreno da Marinha.

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b) mesmo se regularmente inscrita, sendo contestada pelo contribuinte seu valor, tem de ser, em princípio, provado pelo Fisco. c) por gozar de presunção de liquidez e certeza, já não tem o contribuinte possibilidade de provar sua inexatidão. d) é obrigatório indicar-se, no termo de sua inscrição, entre outros itens, a disposição específica da lei em que o débito se funde. e) a omissão dos requisitos da certidão respectiva conduz à sua nulidade insanável.

28. (AFTN/94/ESAF) A nulidade de inscrição da dívida ativa, decorrente da omissão de dados que dela deveriam obrigatoriamente constar a) é insanável. b) pode ser sanada, até a decisão de segundo grau. c) pode ser sanada, até a decisão final. d) pode ser sanada, até a decisão de primeiro grau. e) pode ser sanada, em qualquer fase processual.

29. (AFM/Natal/2001/ESAF) Em relação à natureza e características da dívida ativa tributária, pode ser considerada correta a seguinte assertiva: a) goza da presunção absoluta de certeza e liquidez. b) tem o efeito de prova pré-constituída. c) a liquidez do correspondente crédito tributário fica excluída em decorrência da fluência de juros de mora. d) apenas a presunção relativa de certeza lhe pode ser atribuída. e) a presunção de liquidez atribuída à referida dívida não pode ser ilidida em nenhuma hipótese.

30. (ESAF/AFTE/MS/2001) Assinale a assertiva correta, com referência à natureza da dívida ativa tributária. a) Goza da presunção de certeza, de forma absoluta. b) Tem o efeito de prova pré-constituída. c) Desfruta apenas da presunção de liquidez. d) Goza da presunção de certeza e liquidez, que não pode ser ilidida por qualquer espécie de prova. e) A liquidez do crédito tributário inscrito em dívida ativa fica excluída em decorrência da fluência de juros de mora.

31. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) Tratando-se de matéria relativa à dívida ativa tributária, pode-se afirmar que: a) Sua presunção de certeza e liquidez é relativa. b) Não tem efeito de prova pré-constituída. c) Na hipótese trata-se de presunção de certeza de natureza juris et de jure.

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d) A presunção de certeza e liquidez que lhe é conferida não pode ser ilidida por nenhuma espécie de prova. e) Sua presunção de certeza e liquidez é absoluta.

32.(ESAF/ATA/MF/2009) De acordo com o Código Tributário Nacional, o termo de inscrição em dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará, obrigatoriamente: a) o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sob pena de nulidade, o domicílio ou residência de um e de outros. b) a data em que foi inscrita. c) a origem e a natureza do crédito, não se exigindo a exata disposição da lei em que seja fundado. d) a quantia devida, incluindo-se os juros de mora, dispensando-se a apresentação dos meios utilizados para os cálculos dos valores. e) o número e a origem do processo administrativo de que se originou o crédito, com transcrição dos termos mais importantes para exata identificação do devedor.

33. (ESAF/ATRFB/2010) Sobre a dívida ativa tributária, é incorreto afirmar que: a) provém de crédito de igual natureza. b) somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo administrativo. c) o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos dos atos praticados no processo administrativo de cobrança, ocasião em que ainda pode modificá-los. d) as informações relativas a inscrições na dívida ativa da fazenda pública podem ser divulgadas, sem que isso configure violação ao sigilo fiscal. e) uma vez inscrito o débito em dívida ativa, tem-se que o título representativo desta goza de presunção de liquidez e certeza.

34. (ESAF/SUSEP/ANALISTA/2010) Depois de esgotado o prazo fixado (em lei ou decisão final proferida em processo administrativo fiscal) para o pagamento de determinado tributo, o crédito respectivo é inscrito em dívida ativa tributária, por meio de um termo de dívida ativa. Assinale, entre os itens a seguir, o único que não é de indicação obrigatória no respectivo termo para todos os tributos. a) O nome do devedor e a indicação de seu domicílio. b) O número do processo administrativo de que se originar o crédito. c) A origem e a natureza do crédito, com a menção específica à disposição legal em que seja fundado. d) A data em que foi inscrita.

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e) A quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos.

35. (AFTN/94/ESAF) Com relação à certidão negativa de tributos, pode-se dizer que a) não é obrigatória sua expedição nos termos em que requerida, podendo a autoridade fiscal referir-se a tributos outros que não os constantes do pedido. b) não há prazo fixado no Código Tributário Nacional para o atendimento do pedido do interessado, havendo a praxe de expedi-la no prazo de 15 dias. c) não tem efeito de certidão negativa a certidão em que conste haver débitos tributários não vencidos, ou que haja débito em fase de execução judicial com penhora realizada. d) não pode ser expedida se a autoridade fiscal verificar a existência de débito sujeito a moratória, ou objeto de reclamação ou recurso perante a autoridade fiscal competente. e) mesmo quando a lei a exija, ela é dispensável no caso de o contribuinte necessitar praticar, com urgência, um ato para evitar a caducidade de um direito seu.

36. (TRF/2005/ESAF) Em determinadas situações, como para participar de processo licitatório promovido pela Administração Pública, a lei pode exigir que o contribuinte comprove estar em dia com os tributos e contribuições que deva recolher, por meio de certidão negativa. Sobre esta, podemos afirmar que a) havendo permissão legal, poderá ser dispensada a prova de quitação de tributos, ou seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito. b) será sempre expedida nos termos em que tenha sido solicitada pelo interessado, no prazo de 15 (quinze) dias da data de entrada do requerimento na repartição. c) a certidão negativa expedida com culpa, dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o servidor que a expedir, pelo crédito e juros de mora acrescidos. d) caso o servidor seja responsabilizado pessoalmente, na via administrativa, pelo fornecimento de certidão que contenha erro contra a Fazenda Pública, não há que se falar em responsabilidade criminal. e) tem os mesmos efeitos de certidão negativa documento firmado pela autoridade competente que indique a existência de crédito vincendo, ou sob execução garantida por penhora, ou com a exigibilidade suspensa.

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37. (AFTE/PI/2002/ESAF) O funcionário que expedir certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro contra a Fazenda Pública, será pessoalmente responsável: a) pelo crédito tributário, excluídos os juros de mora. b) pelo crédito tributário e juros de mora, excluindo-se possível responsabilidade criminal e funcional. c) pelos juros de mora, não pelo tributo devido, podendo ainda ser responsabilizado funcional e criminalmente. d) funcional e criminalmente, excluída a responsabilidade pelo crédito tributário. e) pelo crédito tributário e juros de mora, não se excluindo a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

38. (TRF/2003/ESAF) Assinale a opção incorreta. Tem o mesmo efeito de certidão negativa, a certidão de que conste a existência de crédito tributário a) em curso de cobrança executiva em que tenham sido oferecidos bens à penhora. b) ao qual tenha sido concedida moratória ou objeto de parcelamento. c) não vencido ou cujo montante integral tenha sido depositado. d) cuja exigibilidade esteja suspensa. e) objeto de medida liminar ou de tutela antecipada.

39. (AFE/MS/2001/ESAF) Com relação à certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública, pode-se afirmar que a) não é meio hábil para provar a quitação de tributos. b) se expedida com fraude, implica responsabilidade funcional, mas exclui a responsabilidade criminal de quem a expediu. c) o funcionário que a expedir com dolo, contendo erro contra a Fazenda Pública, é pessoalmente responsável pelo crédito tributário. d) é sempre expedida de ofício (ex-oficio), quando julgada necessária pela autoridade fiscal competente. e) em nenhuma hipótese pode ser dispensada a sua apresentação como prova de quitação de tributos.

40. (AFM/ Fortaleza/2003/ESAF) Dispõe o Código Tributário Nacional (CTN) que a lei pode exigir que a prova de quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa. A respeito do tema determina, ainda, o CTN: a) a certidão negativa será expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de trinta dias da data de entrada do requerimento na repartição. b) a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o

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funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. c) não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a existência de crédito tributário objeto de parcelamento, cujas parcelas vêm sendo pagas pontualmente pelo contribuinte. d) depende de lei ordinária a dispensa da prova de quitação de tributos, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito do contribuinte. e) não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a existência de crédito tributário da Fazenda Pública que, por meio de recurso administrativo, esteja sendo questionado pelo contribuinte.

41. (AFE/MG/2005/ESAF/adaptada) Considerando o tema “administração tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Fica automaticamente inscrito em Dívida Ativa o tributo lançado não pago e não objeto de impugnação ou recurso administrativo. () É ilegal a concessão de certidão positiva com efeito de negativa se existente crédito tributário ainda não vencido. a) F, V. b) V, V. c) V, F. d) F, F.

42.(ESAF/Analista/Ceara/2007) Em determinados casos previstos em lei, como para participar de concorrência pública, ou para ter deferido seu programa de recuperação judicial, poderá ser exigido que o contribuinte faça prova da quitação de seus tributos por meio de certidão negativa de tributos. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão positiva em que conste: I. a existência de crédito não vencido. II. a existência de crédito em curso de cobrança judicial, em que esteja garantido o juízo, por penhora ou depósito em garantia. III. a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa. IV. a existência de crédito prescrito. Estão corretos: a) Apenas os itens I, II e III. b) Apenas os itens I e II. c) Apenas os itens I, III e IV. d) Apenas os itens II, III e IV. e) Todos os itens.

43. (ESAF/GESTOR/MG/2005/Adaptada) Assinale a alternativa correta:

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(a) Considera-se automaticamente inscrito em dívida ativa o tributo vencido e não pago, que não tenha sido objeto de impugnação ou recurso administrativo. (b)Só depois de inscrito em dívida ativa é que o crédito pode ser considerado exigível. (c) A certidão da dívida ativa constitui título executivo extrajudicial e tem presunção relativa de liquidez e certeza. (d)A certidão da dívida ativa constitui título executivo extrajudicial e tem presunção absoluta de liquidez e certeza. (e) A certidão positiva com efeito de negativa de débitos pode ser concedida apenas nos casos em que a exigibilidade do tributo estiver suspensa.

44. (ISS/RJ/2010)Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou decisão proferida em processo regular. Sobre a dívida ativa, julgue os itens a seguir: I. o termo de inscrição da dívida ativa (CDA) tem função precípua de materializar a dívida ativa tributária regularmente inscrita na repartição administrativa, instrumentalizando pela Fazenda Pública, ação executória fiscal pertinente; II. a inscrição em dívida ativa pressupõe prévio inadimplemento do contribuinte; entretanto, é necessária a prévia notificação deste para pagamento antes do ajuizamento da ação fiscal; III. tendo o contribuinte apurado e declarado o montante do tributo devido e, portanto confessado a obrigação correspondente, deveria ter efetuado o pagamento no prazo estipulado pela legislação fiscal. Não o realizando, o crédito tributário deve ser inscrito na Dívida Ativa da União; IV. a inscrição em dívida ativa (art. 201 do CTN), enquanto ato interno da Administração (controle de legalidade), não tem influência no curso do prazo prescricional e só se faz necessária em não havendo o adimplemento espontâneo da obrigação tributária. Estão corretos: a) apenas os itens I, II e III. b) apenas os itens I, III e IV. c) apenas os itens I e II. d) apenas os itens II, III e IV. e) todos os itens estão corretos.

GABARITO

1. E 2. A3. D4. C5. B6. C7. B8. B9. A10. A 11. D

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12. C13. C14. D 15. D 16. E 17. B 18. B 19. D20. E

21. B 22. E23. C24. A25. D26. B27. D28. D29. B 30. B

31. A32. B 33. C34. B 35. E 36. E37. E 38. A39. C40. B

41. D42. A43. C44. B