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CURSO TÉCNICO EM COMÉRCIO EXTERIOR RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS AULA 16 Orientador: Sérgio Luiz 28 de Outubro de 2011

Aula 16

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CURSO TÉCNICO EM COMÉRCIO EXTERIOR

RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS

AULA 16

Orientador: Sérgio Luiz 28 de Outubro de 2011

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DEFESA COMERCIAL Subsídios e Medidas Compensatórias

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• Medidas antidumping: que buscam anular o dano sofrido por uma

indústria, em decorrência de importações realizadas a preços de dumping;

Como é a defesa comercial no Brasil?

• Medidas compensatórias: que visam à neutralização dos efeitos

danosos à produção doméstica em consequência de importações de

produtos subsidiados;

• Medidas de salvaguarda: cuja finalidade é garantir uma proteção

temporária, que permita ao setor prejudicado por um aumento substancial

de importações, ajustar-se às novas condições de concorrência.

Através de três instrumentos:

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O Que é Medida Compensatória?

As medidas compensatórias têm como objetivo compensar subsídio

concedido, direta ou indiretamente, no país exportador, para a fabricação,

produção, exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja

exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

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Definição: Entende-se como subsídio a concessão de um

benefício, em função das seguintes hipóteses:

1.  existência, no país exportador, qualquer forma de sustentação

de renda ou de preços que, direta ou indiretamente, contribua para

aumentar exportações ou reduzir importações de qualquer produto;

ou

2.  existência de contribuição financeira por um governo ou órgão

público, no interior do território do país exportador.

Assim, para que um subsídio exista, devera ́ haver uma contribuição

financeira do governo e beneficio concedido em sua decorrência.

O que é subsídio?

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Especificidade: Um subsídio é considerado específico quando a

autoridade outorgante, ou a legislação vigente, explicitamente limitar o

acesso ao subsídio a uma ou a um grupo de empresas ou indústrias, a

ramos de produção, ou a regiões geográficas.

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Classificação: Os subsídios se dintinguem entre proibidos,

acionáveis e não acionáveis.

Subsídios Proibidos - são aqueles subsídios vinculados:

1.  a desempenho exportador, de fato ou de direito, exclusivamente ou a partir de

uma entre várias condições. A vinculação de fato ficará caracterizada, quando

for demonstrado que a sua concessão, ainda que não vinculada de direito ao

desempenho exportador, está efetivamente vinculada a exportações ou a

ganhos com exportações, reais ou previstos. O simples fato de que subsídios

sejam concedidos a empresas exportadoras não deverá ser considerado como

subsídio à exportação;

2.  ao uso preferencial de produtos domésticos em detrimento de produtos

estrangeiros, exclusivamente ou a partir de uma entre várias condições.

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1.  Para atividade de pesquisa, exceto quando relacionada a aeronaves civis,

realizadas por empresas ou estabelecimentos de pesquisa ou de educação superior

a elas vinculados por relação contratual, se o subsídio cobrir até o máximo de 75%

dos custos da pesquisa industrial, ou 50% dos custos das atividades pré-

competitivas de desenvolvimento;

2.  Para assistência a região desfavorecida que, no âmbito das regiões elegíveis, seja

não específica.

3.  Para promover a adaptação de instalações em operações há pelo menos dois anos

antes do estabelecimento de novas exigências ambientalistas impostas por lei ou

regulamentos, de que resultem maiores obrigações ou carga financeira sobre as

empresas. É de observar, contudo, que após 1º de janeiro de 2000, somente os

subsídios não específicos são não-acionáveis.

Subsídios não-acionáveis - são aqueles não sujeitos a medidas

compensatórias por não serem considerados específicos ou, mesmo sendo

específicos, forem concedidos nas seguintes situações:

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Subsídios acionáveis - por exclusão, são todos aqueles subsídios específicos que

não são proibidos. E para fins de aplicação de medidas compensatórias, também se

considera os subsídios proibidos como acionáves.

Montante do subsídio acionável: Para fins de aplicação de medidas

compensatórias, o montante de subsídio acionável será calculado por unidade do

produto subsidiado exportado para o Brasil, com base no benefício usufruído durante

o período de investigação da existência de subsídio.

Produto subsidiado: O termo será entendido como produto que se beneficia de

subsídio acionável.

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Duração da investigação: As investigações deverão ser concluídas no

prazo de um ano após sua abertura - exceto em circunstâncias

excepcionais, quando o prazo poderá ser de até dezoito meses.

Procedimentos: Durante a investigação, os elementos de prova da

existência de subsídio acionável e de dano por ele causado serão

considerados simultaneamente.

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Dano - Será entendido no sentido de dano material ou ameaça de dano

material à indústria doméstica já estabelecida ou ao retardamento

sensível na implantação de uma indústria.

Para a determinação de dano, deverá ser avaliada a evolução dos

seguintes indicadores:

1)  Importações: - valor e quantidade; - participação das importações no total importado e no consumo aparente; - preços.

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2) Indústria doméstica: - vendas e participação no consumo aparente; - lucros; - produção, capacidade produtiva e grau de ocupação; - estoques; - produtividade, emprego e salários; - retorno dos investimentos; - crescimento e capacidade de captar recursos o investimentos; - fluxo de caixa, balanço patrimonial e demosntrativos de resultado; - preços domésticos e margem de subcotação (diferença entre o preço do produto doméstico e o preço do produto importado internado); - no caso de produtos agrícolas, aumento nos custos dos programas governamentais de apoio.

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Na determinação da existência de ameaça de dano material, serão considerados - conjuntamente - os seguintes fatores:

1. natureza do subsídio ou subsídios em causa e os seus prováveis efeitos sobre o comércio; 2. significativa taxa de crescimento das importações do produto subsidiado, indicativa de provável aumento substancial destas importações; 3. suficiente capacidade ociosa ou iminente aumento substancial na capacidade produtiva do produtor estrangeiro; 4. importações realizadas a preços que provoquem redução nos preços domésticos ou impeçam o aumento dos mesmos; e 5. estoques do produto sob investigação.

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Princípios básicos: A investigação tem como objetivo comprovar a

existência de subsídios acionáveis, dano e relação causal e deverá ser

conduzida de acordo com as regras estabelecidas pela OMC. Tais regras

buscam garantir ampla oportunidade de defesa a todos os interessados

(importadores, produtores domésticos, exportadores) e a transparência

na condução do processo.

O não cumprimento dos procedimentos estabelecidos pelo Acordo sobre

Subsídios e Medidas Compensatórias, em especial os relativos à garantia

de oportunidade de defesa das partes, pode implicar a contestação da

medida que vier a ser adotada ao final da investigação e a conseqüente

revogação da mesma por determinação da OMC.

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Petição: Os produtores nacionais, ou entidades de classe, poderão

solicitar, por meio de petição - formulada por escrito - investigação com

vistas à aplicação de medidas compensatórias.

A petição deverá incluir elementos de prova de subsídios, de dano e de

nexo causal entre as importações subsidiadas e o dano alegado, e

poderá ser elaborada de acordo com o roteiro indicativo divulgado pela

SECEX (CIRCULAR SECEX N° 20, de 02.04.96).

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  a investigação tiver sido aberta em conformidade com os procedimentos

anteriormente citados;

  ato que contenha a determinação de abertura tiver sido publicado e tiver sido

dada oportunidade para que os interessados se manifestem;

  uma determinação preliminar positiva da existência de subsídio acionável e

conseqüente dano à indústria doméstica tiver sido alcançada;

  as autoridades competentes julgarem que tais medidas são necessárias para

impedir que ocorra um dano maior à indústria durante o período de investigação; e

  houver decorrido pelo menos sessenta dias da data da abertura da investigação.

Medidas Compensatórias Provisórias: Medidas Provisórias somente serão aplicadas se:

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Compromissos de Preço: A investigação poderá ser suspensa, sem a

aplicação de medidas compensatórias provisórias ou definitivas, se o

governo do país exportador concordar em eliminar ou reduzir o subsídio

ou adotar outras medidas relativas a seus efeitos, ou se o exportador

assumir voluntariamente compromissos satisfatórios de revisão dos

preços das exportações destinadas ao Brasil, desde que as autoridades

fiquem convencidas de que o mencionado compromisso elimina o efeito

prejudicial decorrente do subsídio.

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Encerramento da Investigação:

a) Sem aplicação de medidas

b) Com aplicação de medida compensatória.Definição de medidas

compensatórias: é o direito imposto às importações objeto de subsídios

acionáveis, com o objetivo de neutralizar seus efeitos danosos à indústria

nacional. Este direito deverá ser igual ou inferior ao montante de subsídio

acionável.

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A investigação será encerrada com aplicação de medidas, quando a SECEX chegar a uma determinação final da existência de subsídio acionável, de dano e de nexo causal entre eles.

As medidas compensatórias serão calculadas mediante a aplicação de alíquotas ad valorem - sobre o valor aduaneiro da mercadoria em base CIF - ou específicas - fixada em dólares dos Estados Unidos da América e convertida em moeda nacional - fixas ou variáveis, ou pela conjugação de ambas.Medidas compensatórias - calculadas individualmente - serão aplicados nas importações originárias de exportadores ou produtores conhecidos e que não tenham sido selecionados, mas que tenham fornecido as informações solicitadas.

Estes direitos não poderão exceder a média ponderada do montante de subsídios acionáveis calculados para o grupo selecionado de exportadores ou produtores.

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Prazo de Vigência: Medidas compensatórias e compromissos de preços

somente permanecerão em vigor enquanto perdurar a necessidade de

neutralizar o subsídio acionável causador do dano.

Toda medida compensatória definitiva ou compromissos de preços serão

extintos no máximo em cinco anos após a sua aplicação, ou cinco anos a

contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha abrangido o

subsídio acionável e dano dele decorrente.

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Contudo, este prazo poderá ser prorrogado mediante requerimento -

devidamente fundamentado - formulado pela indústria doméstica ou em seu

nome, ou por iniciativa de órgãos ou entidades da Administração Pública

Federal, ou da SECEX, desde que demonstrado que a extinção dos direitos

poderia levar à continuação ou retomada do subsídio acionável e do dano

dele decorrente.

Os interessados terão cinco meses - antes da data do término da vigência do

direito ou do compromisso de preços - para se manifestarem, por escrito,

sobre a conveniência de uma revisão e para solicitarem audiência, se

necessário.

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Retroatividade: Direitos compensatórios definitivos poderão ser cobrados

sobre produtos importados subsidiados, que tenham sido despachados para

consumo, até noventa dias antes da data de aplicação das medidas

compensatórias provisórias, sempre que se determine, com relação ao

produto em questão, que o dano é causado por importações volumosas, em

período relativamente curto, o que levará provavelmente a prejudicar

seriamente o efeito corretivo dos direitos compensatórios definitivos

aplicáveis.

Não serão cobrados direitos sobre produtos que tenham sido despachados

para consumo antes da data de abertura da investigação.

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Trabalho:

1. Quantas medidas compensatórias o país aplica atualmente?

2. Qual o país que o Brasil mais aplica medidas compensatórias?

3. Cite 03 produtos que o Brasil aplica medidas compensatórias e 03 em que o Brasil sofre essas medidas.

4. Comente como são afetados os produtos escolhidos acima pelas medidas compensatórias.

5. Qual o percentual aplicado em uma medida compensatória?

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MDIC. Subsidio. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=267&refr=230> Acesso em: 19 out. 2011.

Referências:

UNCTAD. Subsidio e Medidas compensatórias. Disponível em: <http://www.unctad.org/pt/docs/edmmisc232add15_pt.pdf> Acesso em: 19 out. 2011.

MDIC. Facilitação do Comércio. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=1&menu=1502&refr=438> Acesso em: 01 out. 2011.

Aprendendo a Exportar. Defesa Comercial. Disponível em: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/defesacomercial.htm> Acesso em: 01 out. 2011.

FERRACIOLI, Paulo. Regulação do Comércio Internacional. Rio de Janeiro, FGV Management, 2010.