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AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Erro médico: ginecologia e cirurgia plástica lideram as
especialidades com mais processos em SP.
• Dados do Cremesp mostram que muitas queixas de
promessas não cumpridas pelo médico
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Aula 01 – Curso de Pós-Graduação em Direitoda Saúde
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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Estrutura da Petição Inicial por Erro Médico
Processo de Conhecimento – Procedimento Comum
Petição Inicial – Artigo 319 do Código de Processo Civil
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 319 do CPC
A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do
autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação
ou de mediação.
Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico
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Resumo da aula n. 01
• Informações sobre as diretrizes do curso da pós
• Apresentação do conteúdo programático
• Introdução à Responsabilidade Civil na Saúde
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 319 do CPC
A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do
autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação
ou de mediação.
Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico
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1- Competência (Operadora de plano de saúde/Hospital/Médico)
Vara Cível
2 – Foro competente
Domicílio do autor (art. 101, inciso I, do CDC)
Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as
seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor.
3 – Prazo prescricional
5 anos a partir do conhecimento do ato ilícito – Artigo 27 do CDC
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Art. 27 da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)
Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria.
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Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico
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• Fato e fundamentos jurídicos do pedido
• Fundamento legal
• Artigo 927 do Código Civil
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Responsabilidade civil – Obrigação de indenizar
Conceito de responsabilidade civil
Art. 927do Código Civil
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Responsabilidade civil – prejuízo – dano material e/ou dano moral
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Conceito de responsabilidade civil médica
A responsabilidade civil médica é obrigação imposta pela
legislação aos facultativos que, no exercício da profissão, em razão da
negligência, imprudência ou imperícia, causaram danos aos seus
pacientes.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Conceito de ato ilícito no erro do médico
Ato ilícito médico é todo ato do médico praticado culposamente
em desconformidade com a norma destinada a proteger interesses do
paciente, causando-lhe danos materiais e morais.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Pressupostos da Responsabilidade Civil - Ato ilícito
Artigo 186 do Código Civil
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Existência de uma ação ou omissão
• Ocorrência de um dano moral ou patrimonial
• Nexo de causalidade
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Adolescente perde parte do intestino após gaze de parto ficar
dentro do corpo, na Maternidade de Patos.
http://maispatos.com/noticias/Cotidiano/p2_articleid/11236
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AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RESPONSABILIDADE CIVIL -
ERRO MÉDICO - GAZE DEIXADA NO INTERIOR DO ABDOME DO AUTOR - REEXAME
DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ -
QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE. 1.- O Tribunal estadual, analisando o
conjunto de provas carreado aos autos, concluiu que o resultado lesivo foi provocado por
erro médico. Ultrapassar os fundamentos do Acórdão recorrido demandaria, inevitavelmente,
o reexame de provas, incidindo, à espécie, o óbice da Súmula 7 desta Corte. 2.- A
intervenção do STJ, Corte de Caráter nacional, destinada a firmar interpretação geral do
Direito Federal para todo o país e não para a revisão de questões de interesse individual, no
caso de questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é admissível quando o
valor fixado pelo Tribunal de origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre
teratológico, por irrisório ou abusivo. 3.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em
que, para o erro médico provocado pelo Agravante, foi fixado, em 28.09.2010, o valor da
indenização em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a título de dano moral, consideradas as
forças econômicas do autor da lesão. 4.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp
105.831/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/06/2012,
DJe 29/06/2012)
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Indenização
Art. 951do Código Civil
O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional,
por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente,
agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
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• Negligência
• Imprudência
• Imperícia
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Dano material
Culpa: perdas e danos
• Dano emergente
• Lucros cessantes
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Art. 949 do Código Civil
No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o
ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido.
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• Despesas com o tratamento (dano emergente)
• Lucros cessantes (aquilo que deixou de ganhar - professor de
educação física que tem a carreira frustrada por erro do médico que
paralisa a perna direita)
• Algum outro prejuízo sofrido
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Art. 402 do Código Civil
Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu [dano emergente], o que razoavelmente deixou de lucrar [lucro
cessante].
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O dano material é o prejuízo financeiro efetivamente sofrido
pelo ofendido ou vítima e que lhe causa diminuição do seu patrimônio.
Referido dano pode consistir naquilo que o ofendido efetivamente
perdeu (dano emergente) e no que razoavelmente deixou de ganhar
(lucro cessante).
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A prova sobre o lucro cessante/dano emergente deve ser
robusta e cabal, demonstrando que o erro médico trouxe consequências
que impactariam economicamente, justamente por não poder exercer
seu labor de modo regular.
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Somente é possível a formulação de pedido genérico quando for
extremamente difícil a imediata mensuração do quantum devido a título
de dano material. Entretanto, a pretensão deve ser devidamente
individualizada de modo a permitir sua correta compreensão para que não
haja prejuízo ao direito de defesa da parte adversa. Precedentes.
(Agravo interno a que se dá parcial provimento. (AgInt nos EDcl no REsp 1390086/PR, Rel.
Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),
QUARTA TURMA, julgado em 14/08/2018, DJe 20/08/2018)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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O dano emergente consiste no prejuízo causado em direitos já
existentes na titularidade da vítima por ocasião do evento danoso.
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O lucro cessante abrange os danos alusivos a direitos ainda não
pertencentes ao lesado a essa data.
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Art. 950 do Código Civil
Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele
sofreu.
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RESPONSABILIDADE CIVIL – Erro médico – Criança com paralisia dos membros inferiores após
punção de "liquor lombar" – Internação em UTI pediátrica que descartou outras patologias –
Quadro que permaneceu – Laudo pericial que não afastou por completa o erro na conduta do réu –
Prepostos que não orientaram os pais do menor à conduta de repouso pós procedimento –
Necessidade de repouso por 24 hs, não seguida – Demandada que não se desincumbiu do ônus
de demonstrar fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor – Proceder inadequado
da equipe médica evidenciado na prova técnica, bem como o nexo de causalidade entre a conduta
dos prepostos do réu e o resultado lesivo – Culpa presumida do hospital réu pelos atos culposos de
seus prepostos – Art. 932, III, do Código Civil – Indenização devida pelos danos materiais – Gastos
comprovados – dano material a ser pago com correção monetária incidente deste o desembolso e
aplicação de juros de mora desde a citação – Entendimento do art. 405 do CC e da súmula 43 do
C. STJ – Responsabilidade civil contratual – Dano moral sofrido pelo demandante, que é presumido
– Montante indenizatório fixado em 200 salários mínimos – Precedentes desta Câmara – Elevação
do valor para atender às finalidades punitiva e pedagógica do instituto, e adequar à realidade
econômica do autor e do réu – Dano moral a ser pago com correção monetária incidente deste o
arbitramento e aplicação de juros de mora desde a citação – Entendimento do art. 405 do CC e da
súmula 362 do C. STJ – Responsabilidade civil contratual – Pensão vitalícia a ser paga ao autor –
Cabimento – Sem previsão de reversibilidade do dano físico – Precedentes – Valor mensal de um
salário mínimo – Termo inicial com o inicio da vida laborativa do menor, aos 18 anos – Indenização
pelos danos materiais futuros – Pagamento das despesas médicas, devido – Custos decorrentes
do desdobramento do dano – Recurso do réu desprovido e provido o do autor.
(TJSP; Apelação 4013596-19.2013.8.26.0554; Relator (a): Rui Cascaldi; Órgão Julgador: 1ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Santo André - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/12/2018;
Data de Registro: 04/12/2018)
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ATENÇÃO:
A ação indenizatória por erro médico ou erro de qualquer
profissional da saúde não pode ser distribuída no Juizado Especial Cível,
uma vez que haverá perícia para indicar se houve por parte do facultativo
negligência, imprudência ou imperícia.
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1. Conceito
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Anuência do paciente para testar medicamentoexperimental
Exercício normal de um direito - lesionar o corpodo paciente para curá-lo
Estado de necessidade - amputar o pé diabético dopaciente
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
As essas excludentes, vamos acrescentar:
Nexo de causalidade
Culpa exclusiva do paciente
Fato de terceiro (infraestrutura do hospital)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ATENDIMENTO ELETIVO
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA
ATENDIMENTO DE URGÊNCIA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Resolução CFM n. 2.077/14
Resolução CFM n. 1.451/95 - Define os conceitos de emergência e urgência.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Define-se por URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo àsaúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portadornecessita de assistência médica imediata.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica decondições de agravo à saúde que impliquem em riscoiminente de vida ou sofrimento intenso, portanto, tratamentomédico imediato.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A primeira informação prática que se constata é a de que a relação
médico/paciente é regida pelo Código do Consumidor.
O prazo prescricional das ações indenizatórias por erro médico é de
05 (cinco) anos cuja contagem se inicia a partir do dano e de sua
autoria (Ar. 27 do CDC).
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Foro Competente para Distribuir a Ação
Indenizatória por Erro Médico
a) Foro do Domicílio do Autor (Art. 101, I, CDC)
b) Foro do domicílio do réu ( Art. 46 do CPC)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Polo Ativo: paciente/familiares são substitutos processuais.
Polo Passivo: médico/hospital/plano de saúde (Pode-se
eleger o foro, ou seja, escolher qualquer um deles, quando o
autor quiser propor a ação no domicílio do réu)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Tratando-se de reparação de danos materiais e moraisdecorrentes de prestação defeituosa de serviços médicos, nãocabe denunciação da lide (Art. 88 do CDC)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 948 do Código Civil: No caso de homicídio, a indenização
consiste, sem excluir outras prestações:
I – pagamento com as despesas do tratamento da vítima, seu
funeral e o luto da família;
II – prestação de alimentos aos familiares ou dependentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
REsp 86450/MG – STJ
2/3 – salário-mínimo em relação à vítima maior
2/3 – salário-mínimo em relação à vítima menor
até completar 25 anos; após 25 anos até os 65
anos 1/3.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A natureza da responsabilidade das instituições hospitalares porerros médicos deve ser examinada à luz da natureza do vínculoexistente entre as referidas instituições e os profissionais a que seimputa o ato danoso. Responde o hospital pelo ato culposopraticado por profissional de sua equipe médica, mesmo que semvínculo empregatício com a instituição. A circunstância de osserviços médicos terem sido prestados gratuitamente, ouremunerados pelo SUS, não isenta o profissional e a instituição daresponsabilidade civil por erro médico.
RECURSO ESPECIAL Nº 774.963 - RJ (2005/0137527-1)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Não se esquecer de requerer tutela de urgência nas ações de erro
médico (pensão mensal, pagamento de despesas em razão do erro
médico etc.) – Tutela de Urgência – Art. 300 do CPC
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Cliente tem perna direita amputada, quando deveria ter sido a
esquerda.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Tabela SUSEP
2. Condições financeiras do paciente antes do erro
médico
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Tabela SUSEP
2. Condições financeiras do paciente antes do erro
médico
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O PRONTUÁRIO MÉDICO DEVE SER JUNTADO AOS AUTOS DO
PROCESSO.
COMO O PRONTUÁRIO MÉDICO PERTENCE AO PACIENTE E É
SIGILOSO, REQUERER SEGREDO DE JUSTIÇA.
Art. 189, III, do CPC: dados protegidos pelo direito constitucional à
intimidade.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Se o cliente estiver convalescendo, requerer prioridade:
Art. 1.048, inc. I, do CPC (acrescentou também o inciso XIV,
da Lei n. 7.713/88 – Legislação do Imposto de Renda)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE
CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR AUTOMÓVEL QUE INVADIU
REPENTINAMENTE A PREFERENCIAL. MOTOCICLISTA ATINGIDO QUE SOFREU
AMPUTAÇÃO DA PERNA DIREITA. CULPA EXCLUSIVA E CONCORRENTE DA VÍTIMA.
NÃO OCORRÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. PENSÃO
VITALÍCIA. AFERIÇÃO DO PERCENTUAL DE REDUÇÃO PERMANENTE. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 7/STJ. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. Não configura
ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil de 1973 o fato de o Tribunal de origem,
embora sem examinar individualmente cada um dos argumentos suscitados, adotar
fundamentação contrária à pretensão da parte recorrente, suficiente para decidir
integralmente a controvérsia. 2. O acórdão recorrido afastou a ocorrência de culpa
concorrente ou exclusiva da vítima, observando que a causa preponderante do acidente foi
praticada pelo condutor do automóvel que, de forma imprudente, invadiu repentinamente a
preferencial, sem observar o trânsito da via, e obstruiu a passagem do motociclista, autor da
ação indenizatória. 3. A reforma do julgado, quanto à responsabilidade pelo acidente,
demandaria, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório dos autos,
providência vedada no recurso especial, nos termos da Súmula 7 do STJ.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
4. A vítima do evento danoso, que sofre redução parcial e permanente da sua capacidade
laborativa, tem direito ao pensionamento vitalício previsto no artigo 950 do Código Civil,
independentemente da existência de capacidade para o exercício de outras atividades, em
razão do maior sacrifício para a realização do serviço. Precedentes. 5. Para rever o
percentual de redução permanente da capacidade laborativa e reavaliar o valor da pensão
fixada no primeiro grau, seria necessário o reexame de fatos e provas, o que é inviável no
recurso especial, a teor da Súmula 7 do STJ. 6. Agravo interno não provido.
(AgInt nos EDcl no AREsp 239.129/PR, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em
19/10/2017, DJe 26/10/2017)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. Erro
médico. Acidente de motocicleta. Atendimento emergencial inadequado, prestado pela ré,
que resultou em amputação da perna direita. Pedido de indenização por danos físicos
(amputação de perna direita) Custos de manutenção do autor, danos morais e estéticos.
Pedido de pensão, dada a incapacidade laboral do autor. Sentença de parcial
procedência, condenando a ré ao pagamento de R$250.000,00 de danos morais e
estéticos, estipulando pensão de 2/3 do salário mínimo, até o autor completar 65 anos de
vida. Apela a ré, alegando decisão ultra petita por falta de pedido, uma vez que a pensão
requerida seria devida somente até ele completar 25 anos de idade. Cabimento parcial do
recurso da ré. O artigo 492 do Código de Processo Civil (CPC) determina que o
magistrado deve se ater aos parâmetros estabelecidos pelo autor ao formular seus
pedidos na inicial. Caracterizada a decisão ultra petita na fixação de pensão mensal ao
autor. O pedido de pensão seria até que ele completasse 25 anos de idade, e a sentença
deu até 65 anos de idade. No mérito, a demonstração do erro é inequívoca, a indenização
devida e a pensão mensal igualmente, mas nos limites do pedido. Danos morais e
estéticos fixados com moderação em R$ 250.000,00. Recurso da ré parcialmente provido
para adequar a sentença ao pedido do autor quanto à fixação de pensão mensal até que
complete 25 anos de idade. TJSP; Apelação 0004715-66.2009.8.26.0068; Relator
(a): James Siano; Órgão Julgador: 20ª Câmara Extraordinária de Direito Privado; Foro de
Carapicuíba - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/09/2017; Data de Registro:
05/09/2017)
1. Conceito
2. Classificação
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Intercorrência médica é o termo que define a ocorrência deum evento inesperado em um procedimento médico, que nãopoderia ser em geral previsto ou alertado ao paciente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ERRO MÉDICO
IATROGENIA
INTERCORRÊNCIA MÉDICA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE CIVIL. Ação deindenização por danos morais. Pretensão indenizatóriafundada em fratura de fêmur em recém-nascido durante oparto cesárea. Dificuldade na extração fetal. Fratura de fêmurconsiderada um risco inerente ao procedimento. Iatrogenia.Prova pericial que afasta a ocorrência de erro médico.Ausência de demora no tratamento ortopédico. Inexistênciade qualquer sequela para a criança. Ausência da obrigaçãode indenizar. Ação improcedente. Sentença mantida.RECURSO DESPROVIDO. (Relator(a): Alexandre Marcondes;Comarca: São José do Rio Preto; Órgão julgador: 3ª Câmarade Direito Privado; Data do julgamento: 21/03/2017; Data deregistro: 21/03/2017)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ação de indenização por danos materiais e morais –Responsabilidade objetiva de clínicas e hospitais –Responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais(denunciação) – Prova documental e pericial que afasta acaracterização de vício na prestação de serviços –Intercorrência representada pela ruptura uterina que éimprevisível – Índices medidos que não indicavam aocorrência – Ausência de sintomas que pudessem indicar oevento – Extração do útero que teve como objetivo salvar avida da paciente – Criança que veio a óbito – Inexistência dequalquer liame com a conduta dos médicos assistentes –Afastamento do dever de indenizar -Sentença deimprocedência confirmada - Recurso não provido. (Relator(a):Marcia Dalla Déa Barone; Comarca: Mirassol; Órgão julgador:3ª Câmara de Direito Privado; Data do julgamento:06/06/2017; Data de registro: 06/06/2017)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Conceito de dano moral
O dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade.
Exemplos: vida privada, intimidade, honra,imagem, nome etc.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
“Qualquer lesão que alguém sofra no objeto de seudireito repercutirá, necessariamente, em seu interesse; porisso, quando se distingue o dano patrimonial do moral, ocritério da distinção não poderá ater-se à natureza ou índoledo direito subjetivo atingido, mas ao interesse, que épressuposto desse direito, ou ao efeito da lesão jurídica, istoé, ao caráter de sua repercussão sobre o lesado, poissomente desse modo se poderia falar em dano moral,oriundo de uma ofensa a um bem material, ou em danopatrimonial indireto, que decorre de evento que lesa direitoextrapatrimonial, como, p. ex., direito à vida, à saúde,provocando também um prejuízo patrimonial, comoincapacidade para o trabalho, despesas com o tratamento”.(DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 21. ed.São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 88-89, v. 7)
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Conceito de dano moral
Dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade. É caracterizado pela dor,sofrimento, desequilíbrio emocional e abalopsicológico.
65
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Responsabilidade Civil e o dano moral noerro médico
Artigo 927 do Código Civil
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.”
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Diferença entre dano material e dano moral
Artigo 186 do Código Civil
“Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete atoilícito.”
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal
A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e doDistrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:III - a dignidade da pessoa humana.
68
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O professor Ingo Wolfgang Sarlet define o que é dignidade da
pessoa humana: “Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade
intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do
mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade,
implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres
fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato
de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de
propiciar e promover sua participação ativa corresponsável nos destinos
da própria existência e da vida em comunhão dos demais seres
humanos.” (In A eficácia dos direitos fundamentais. 2. ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2001, p. 60).
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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Ao tratar da proteção aos direitos da personalidade, Carlos
Roberto Gonçalves afirma que a pessoa pode mover imediatamente
ação indenizatória “por danos materiais e morais, de natureza
repressiva, com pedido de antecipação de tutela, como tem sido
admitido. Em ação movida contra administradora de plano de saúde,
que negava a autorizar tratamento médico-hospitalar do associado,
decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo”. (In Direito civil brasileiro.
10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 192).
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
70
A personalidade consiste no conjunto de caracteres
próprios da pessoa. É objeto de direito por ser alusivo a
tudo que se referir à natureza do ser humano.
Exemplos: vida, integridade física, liberdade,
sociabilidade etc. (Prof. Maria Helena Diniz)
71
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 12 do Código Civil (TUTELAPROVISÓRIA DE URGÊNCIA - ART. 303 DOCPC)
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão,
a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstasem lei.
72
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
RESPONSABILIDADE CIVIL - Erro médico - Autor acometido de sequelas
físicas em virtude de infecção manifestada após cirurgia - Laudo pericial a
atestar que a demora no tratamento do quadro infeccioso contribuiu para seu
agravamento - Negligência caracterizada - Comprovado o nexo de causalidade
entre o resultado danoso e a conduta médica - Configuradas, portanto, a culpa e
a responsabilidade do médico que acompanhava o autor - Responsabilidade
solidária da clínica onde o médico realiza as consultas, do hospital onde o
atendimento foi realizado e do plano de saúde que colocou o profissional à
disposição dos seus beneficiários - Danos morais e estéticos evidentes -
Ressarcimento devido - Valor da indenização que não comporta redução - Juros
a incidir desde a citação - Devido, também, o pagamento de pensão mensal
vitalícia, ante a total e definitiva incapacidade laborativa - Sentença mantida -
RECURSOS NÃO PROVIDOS. (TJSP; Apelação 0005640-06.2013.8.26.0009;
Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/11/2018;
Data de Registro: 28/11/2018)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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APELAÇÃO CÍVEL. Ação de indenização por danos morais fundada em erro
médico. Sentença que julgou a demanda parcialmente procedente.
Responsabilidade do hospital que em regra é objetiva. Apuração da
responsabilidade mediante a verificação de culpa do profissional envolvido no
atendimento médico-hospitalar. Laudo pericial que é claro e conclusivo no
sentido da relação de causalidade entre a conduta médica e os alegados danos
sofridos pela vítima. Responsabilidade evidenciada. Danos morais. Ocorrência.
Juízo "a quo" analisou corretamente as questões suscitadas e o conjunto
probatório. Incidência do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo. Desnecessária repetição dos adequados fundamentos
expendidos pela r. sentença recorrida. Quantum indenizatório mantido.
Manutenção dos ônus sucumbenciais. Decaimento de parte do pedido pelo
autor. Recursos improvidos. (TJSP; Apelação 4001847-91.2013.8.26.0008;
Relator (a): José Joaquim dos Santos; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito
Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento:
11/12/2018; Data de Registro: 12/12/2018)
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Art. 951 do Código Civil
O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda
no caso de indenização devida por aquele que, no exercício
de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
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Conceito de dano moral
O dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade.
Exemplos: vida privada, intimidade, honra,imagem, nome etc.
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“Qualquer lesão que alguém sofra no objeto de seudireito repercutirá, necessariamente, em seu interesse; porisso, quando se distingue o dano patrimonial do moral, ocritério da distinção não poderá ater-se à natureza ou índoledo direito subjetivo atingido, mas ao interesse, que épressuposto desse direito, ou ao efeito da lesão jurídica, istoé, ao caráter de sua repercussão sobre o lesado, poissomente desse modo se poderia falar em dano moral,oriundo de uma ofensa a um bem material, ou em danopatrimonial indireto, que decorre de evento que lesa direitoextrapatrimonial, como, p. ex., direito à vida, à saúde,provocando também um prejuízo patrimonial, comoincapacidade para o trabalho, despesas com o tratamento”.(DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 21. ed.São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 88-89, v. 7)
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Conceito de dano moral
Dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade. É caracterizado pela dor,sofrimento, desequilíbrio emocional e abalopsicológico.
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Responsabilidade Civil e o dano moral noerro médico
Artigo 927 do Código Civil
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.”
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Diferença entre dano material e dano moral
Artigo 186 do Código Civil
“Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete atoilícito.”
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Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal
A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e doDistrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:III - a dignidade da pessoa humana.
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A personalidade consiste no conjunto de caracteres
próprios da pessoa. É objeto de direito por ser alusivo a
tudo que se referir à natureza do ser humano.
Exemplos: vida, integridade física, liberdade,
sociabilidade etc. (Prof. Maria Helena Diniz)
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Artigo 12 do Código Civil (TUTELAPROVISÓRIA DE URGÊNCIA - ART. 303 DOCPC)
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão,
a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstasem lei.
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RESPONSABILIDADE CIVIL - Erro médico - Autor acometido de sequelas
físicas em virtude de infecção manifestada após cirurgia - Laudo pericial a
atestar que a demora no tratamento do quadro infeccioso contribuiu para seu
agravamento - Negligência caracterizada - Comprovado o nexo de causalidade
entre o resultado danoso e a conduta médica - Configuradas, portanto, a culpa e
a responsabilidade do médico que acompanhava o autor - Responsabilidade
solidária da clínica onde o médico realiza as consultas, do hospital onde o
atendimento foi realizado e do plano de saúde que colocou o profissional à
disposição dos seus beneficiários - Danos morais e estéticos evidentes -
Ressarcimento devido - Valor da indenização que não comporta redução - Juros
a incidir desde a citação - Devido, também, o pagamento de pensão mensal
vitalícia, ante a total e definitiva incapacidade laborativa - Sentença mantida -
RECURSOS NÃO PROVIDOS. (TJSP; Apelação 0005640-06.2013.8.26.0009;
Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/11/2018;
Data de Registro: 28/11/2018)
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APELAÇÃO CÍVEL. Ação de indenização por danos morais fundada em erro
médico. Sentença que julgou a demanda parcialmente procedente.
Responsabilidade do hospital que em regra é objetiva. Apuração da
responsabilidade mediante a verificação de culpa do profissional envolvido no
atendimento médico-hospitalar. Laudo pericial que é claro e conclusivo no
sentido da relação de causalidade entre a conduta médica e os alegados danos
sofridos pela vítima. Responsabilidade evidenciada. Danos morais. Ocorrência.
Juízo "a quo" analisou corretamente as questões suscitadas e o conjunto
probatório. Incidência do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo. Desnecessária repetição dos adequados fundamentos
expendidos pela r. sentença recorrida. Quantum indenizatório mantido.
Manutenção dos ônus sucumbenciais. Decaimento de parte do pedido pelo
autor. Recursos improvidos. (TJSP; Apelação 4001847-91.2013.8.26.0008;
Relator (a): José Joaquim dos Santos; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito
Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento:
11/12/2018; Data de Registro: 12/12/2018)
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Art. 951 do Código Civil
O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda
no caso de indenização devida por aquele que, no exercício
de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
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1. Conceito de diagnóstico
2. Conceito de prognóstico
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Diagnóstico é a avaliação de um médico emrelação a uma doença ou condição física oumental com base nos sintomas observados.
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Prognóstico é conhecimento prévio, realizado pelo
médico, baseado necessariamente no diagnóstico
médico e nas possibilidades terapêuticas, segundo
o estado da arte, acerca da duração, da evolução e
do eventual termo de uma doença ou quadro
clínico sob seu cuidado ou orientação.
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Tipos de erro nesta ação
a) Erro de diagnóstico e acerto de prognóstico
b) Acerto de diagnóstico e erro de prognóstico
c) Erro de diagnóstico e de prognóstico
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Há responsabilidade solidária e objetiva do
Hospital, na reparação do dano, por defeito na prestação
do serviço, desde que comprovada a culpa dos médicos
ou de qualquer outro profissional ligado à área da
saúde, que com ele mantenha vínculo laboral ou de
credenciamento, e o nexo de causalidade.
(Apelação/Erro Médico - Tribunal de Justiça de São
Paulo 0016568-55.2009.8.26.0009
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Art. 932 do Código Civil:
São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus
empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em
razão dele;
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Súmula 341 - STF
É presumida a culpa do patrão ou comitente
pelo ato culposo do empregado ou preposto.
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A situação jurídica é diferente quando um
médico reserva as dependências de um hospital,
levando o próprio paciente para a realização de
procedimento.
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Conforme mencionado pelo Ministro CARLOS ALBERTO
MENEZES DIREITO: “Dano Moral - Lição de Aguiar Dias: o dano moral
é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão
abstratamente considerada. Lição de Savatier: dano moral é todo
sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária. Lição
de Pontes de Miranda: nos danos morais a esfera ética da pessoa é
que é ofendida; o dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor
como ser humano, não lhe atinge o patrimônio” (TJRJ 1ª. Câmara
julgado em 19.11.1991 RDP 185/198, mencionado por RUI STOCO, em
“Tratado de Responsabilidade Civil”, Ed. RT, 6ª. ed., p. 1666).
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Não é possível, assim, falar-se de erro de
diagnóstico, quando a questão ainda caracterizava
mera suspeita de determinada enfermidade.
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O exame ultrassonográfico para controle de
gravidez implica em obrigação de resultado,
caracterizada pela responsabilidade objetiva (CDC, art.
14)
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Não oferecimento ao consumidor da
segurança esperada, quanto ao modo de fornecimento
da prestação do serviço (CDC, art. 14, § 1º, I)
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Caso de criança com síndrome de Down
Se o médico não informar que á criança tem
síndrome de Down, haverá dano moral, devendo o
facultativo indenizar os pais. Valor da indenização: em
média R$ 20.000,00 (vinte mil reais)
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I - O exame ultrassonográfico para controle de
gravidez implica em obrigação de resultado,
caracterizada pela responsabilidade objetiva.
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II - O erro no diagnóstico de gestação gemelar,
quando existente um único nascituro, resulta em danos
morais passíveis de indenização. Agravo regimental
improvido.” (AgRg no Ag 744.181, 3ª Turma, rel. min. Sidnei
Beneti, j. 11/11/2008 grifei).
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A satisfação pecuniária por dano extrapatrimonial
é pautada por dois critérios principais:
1) o compensatório, que visa a anestesiar a lesão
causada ao bem jurídico, e não a “indenizar”
(que significa “desfazer o dano”), pois o dano
à dignidade da pessoa humana, aos direitos
da personalidade, não se rescinde;
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2) o punitivo, com finalidades preventiva, inibitória e
pedagógica.
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É importante salientar que a palavra “indenizar”
vem do Francês INDEMNISER, “ressarcir uma
pessoa de perdas que teve”, derivado do latim IN,
negativo, mais DAMNUM, “perda, dano, prejuízo”.
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O primeiro critério (retributivo), ligado ao ofendido, é
balizado:
(i) pelo subprincípio da dignidade da pessoa humana violado
(liberdade, igualdade, solidariedade, ou integridade
psicofísica) ou, em outras palavras, pelo tipo de direito da
personalidade lesado (nome, imagem, honra etc);
(ii) pela modificação na situação pessoal da vítima causada pela
lesão, isto é, pelo desnível entre a condição do ofendido antes
e depois do evento danoso.
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O segundo critério (repressivo-censório),
relacionado ao ofensor, é regido
(i) pelo motivo da conduta;
(ii) pelo tipo de elemento subjetivo (culpa, dolo etc);
(iii) pela intensidade do elemento subjetivo.
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PETIÇÃO INICIAL
I - DOS FATOS
Indicar os fatos e fundamentos jurídicos
do pedido. A exposição deve ser clara e objetiva,
a fim de que o juiz não determine que o autor
emende ou complete a petição inicial (art. 321 do
Código de Processo Civil)
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II - DOS FUNDAMENTOS LEGAIS
Os fundamentos legais não vinculam o juiz. Dá-
me os fatos e eu te darei o direito.
a) Aplicação do Código de Defesa do Consumidor
(artigos 2º e 6º, I, do CDC)
b) Artigo 949 do CC - prestação de serviços
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“Art. 949 do Código Civil
“No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o
ofensor indenizará o ofendido das despesas do
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o
ofendido prove haver sofrido.”
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Conceito da Dignidade da Pessoa Humana pelo Professor Dr. Ingo Wolfgang
Sarlet
(…) por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva
de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e
consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que
assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho
degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições
existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e
promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da
própria existência e da vida em comunhão com os demais seres
humano (…).
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e os direitos
fundamentais na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2004.
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