Aulas Da 1ª AP de P. Constitucional-1

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  • 8/17/2019 Aulas Da 1ª AP de P. Constitucional-1

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    RODRIGUES

    DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL

    INTRODUÇÃO

    X

    EX: O individuo que foi preso sem obediência aos princípios do devido processo legal, fere-se ao seu direito delocomoção pois o individuo só será preso por ordem judiciaria e fundamentada.

      Garantias:Garantias em sentido amplo:a)  Garantias em sentido estrito b)  Garantias das garantias.

    a)  Garantias em sentido estrito:São as garantias que estão prevista na constituição e servem de instrumento.EX: juiz natural Art: 5º LIII CF, contraditório Art: 5º LV CF e etc..

    b)  Garantias das Garantias:São os remédios constitucionais, pois servem para garantir uma garantia.

    EX: Habeas Corpus Art: 5º LXVIII CFMandado de Segurança Art 5º LXIX CFMandado de Segurança Coletivo Art 5º LXX CFMandado de Injunção Art 5º LXXI CFHabeas Data Art 5º LXXII CFAção Popular Art 5º LXXIII CF

      DIREITO CONSTITUCIONAL PROCESSUAL X DIREITO PROCESSUAL COSNTITUCIONAL

    OBS: JURISDIÇÂO CONSTITUCIONAL (SENTIDO AMPLO)

    1) 

    Sentido Estrito ou Estrito –  Controle de Constitucionalidade.2)  Das Liberdades –  Remédios Constitucionais. 3)  Política –  Exercício da Cidadania Através da Ação Popular. 

    Direito:

    Conjunto de bens conferidos aoindividuo.

    Possui natureza declaratória.

    EX: Direito a Vida 

    Garantias:

    Permite-se a efetivação dodireito, pois viabiliza a

    materialização do direito.

    Possui natureza assecuratória.

    EX: Legalidade 

    Direito Constitucional Processual

    Refere-se ao conjunto de normas (REGRAS e

    PRINCIPIOS) de natureza processual previstas

    na constituição. 

    EX: Contraditório Art 5º LV CF, Ampla Defesa

    Art 5º LV CF.

    Direito Processual Constitucional

    Refere-se ao conjunto de normas (REGRAS e

    PRINCIPIOS) de natureza processual previstas na

    constituição, que visam “GARANTIR A JURISDIÇÂO

    CONSTITUCIONAL”. 

    EX: Contraditório Art 5º LV CF, Ampla Defesa Art

    5º LV CF.

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    PRINCÍPIOS

    1-  PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGALAr t 5º LIV. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 

    - Teve origem na carta magna de 1215, com o Rei João sem Terra.- Adotado na Constituição Americana de 1787 no famoso caso MARBURY X MADISON na 5ª emenda.

    Devido Processo  –  é aquele que segue todos os trametes, e que se adequa a constituição.Devido Processo Legal  –   porque é de acordo com a constituição, não atende só a lei mas aos parâmetros constitucionais(LEGAL).

    OBS: O DEVIDO PROCESSO LEGAL POSSUI UMA DUPLA DIMENSÃO:

      Dimensão Processual ou Formal:Tende a atender os ditames, ou seja, os requisitos formais da Constituição.É o direito a ser processado e a processar de acordo com as normas previstas, normas cujo processo de produçãotambém deve respeitar aos outros princípios.

      Dimensão Material ou Substancial:Refere-se ao conteúdo substancial, onde esse conteúdo substancial tem que atender a razoabilidade ou proporcionalidade.As decisões jurídicas hão de ser, ainda, substancialmente devidas. Não basta a sua regularidade formal; énecessário que uma decisão seja substancialmente RAZOAVEL e CORRETA, ou seja, PROPORCIONAL.

    OBS: O Devido Processo Legal é a garantia constitucionalmente prevista que assegura tanto o exercício do DIREITODE ACESSO AO PODER JUDICIARIO, como o DESENVOLVIMENTO PROCESSUAL de acordo com normas previamente estabelecidas.

    Trata-se da clausula síntese, pois a solução dos conflitos obedecera aos mecanismos jurídicos previamenteestabelecidos.

    O Devido Processo Legal é o meto de atuação do Estado referente aos processos onde se estabelece as regras do jogo. 

    2-  PRINCÍPIO DA EFETIVIDADEBusca efetivar, materializar um direito, traz a ideia de concretização de um direito, pois sem ele não

    conseguiremos efetivar.

    3-  PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO

    OBJEIVA 

    Possui 3 dimensões TELEOLÓGICA SUBJETIVA 

      Dimensão ObjetivaAnalisa o direito material, ou seja, tem que ser adequado ao direito.

    EX: na execução de alimentos, o procedimento ordinário não é adequado, pois é muito demorado. Há um procedimentoexato para isso

    O processo só será adequado se for eficaz ao processo.

      Dimensão TeleológicaO processo deve ser adequado a sua finalidade.

    EX: (JUIZADO ESPECIAL), do que adiantará você utilizar um processo mais célere e permitir que haja a demora.  Dimensão Subjetiva

    Processo devido, são aqueles que se adequam aos sujeitos do processo, pois tem que atender as partes do processo.EX: não adianta continuar um processo em que a sentença não servira nem para o autor nem para o réu.

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    4-  PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOAVÉL DO PROCESSO

    Critérios para aferição da razoabilidade da demora processual:

    - Complexidade da Causa  –  Estrutura do Judiciário  –   Comportamento das Partes  –   Comportamento do Juiz

    - As partes estão contribuindo para o andamento do processoEX: o sujeito se esconde para não receber a intimação.

    - Analise da estrutura do judiciário.EX: um juiz responde por 5 comarcas. 

    - A atuação do juiz no processo.EX:  juiz lotado de trabalho.

    OBS: O processo deve ter a sua moralidade, ou seja, não é um processo rapidíssimo.Devido Processo Legal, é aquele DEVIDO + ADEQUADO + RAZOAVÉL 

    5-  PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO

    O processo, não é um fim em si mesmo, e sim um instrumento para a efetivação de um direito material.

    6-  PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

    Possui 2 dimensões:

    1ª Dimensão (CONTRADITÓRIO EM SENTIDO ESTRITO)

    Garantia conferida ao individuo no sentido deste ser cientificado acerca da existência de um processo contra sua pessoa.

    2ª Dimensão (CONTRADITÓRIO EM SENTIDO AMPLO)

    É a prerrogativa conferida ao individuo no sentido deste poder influenciar legitimamente a decisão do juiz(AMPLA DEFESA).

    7-  PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO  Esclarecer - Pois no processo deve ser usado temas, expressões e linguagens claras e não em latim. Deve-se

    esclarecer tudo as partes.   Proteger - Caso haja erro no processo, deve-se mostrar para que possa garantir a celeridade processual, pois

    caso haja vício, haverá a demora no processo para se chegar ao se mérito.   Consultar - O Juiz consulta as partes para evitar a prescrição ou decadência, é a citação como exemplo. 

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    AS AÇÕES CONSTITUCIONAIS

    1-  MANDARO DE SEGURANÇA

    Considerações Iniciais:Introduzido na constituição de 1934, desapareceu, é mencionado novamente na constituição de 1946, seguido

     pela carta autoritária de 1967, sai na de 1969 e volta na constituição de 1988.OBS:  No passado, quando não tinha o Mandado de Segurança, usava-se o Habeas Corpus, como também nasconstituições que ele desapareceu.- 1.533/51 (antiga lei do Mandado de Segurança).- 12.016/09 (nova lei que revogou a lei posterior e outras).Fundamentação:

    1-  Foi unificar a legislação existente.2-  A nova lei tanto adequa a lei do Mandado de Segurança da constituição de 1988 ao código de processo civil e a

     jurisprudência.3-  O mandado de Segurança Originário, é trabalhado para aqueles que tem foro de prerrogativa de função.

    4- 

    Quis tratar dos direitos coletivos.

    A)  Constitucional:

    Art. 5º LX IX CF . Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ouhabeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa jurídica noexercício de atribuições do poder publico.

    B)  Infraconstitucional:Lei 12.016/09 (lei do Mandado de Segurança).

    Conceito:

    É uma ação constitucional de natureza civil e procedimento especial que visa proteger de forma repressiva ou preventiva, direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não amparado por habeas corpus ou habeas data, contrailegalidade ou abuso de poder de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições publicas.

    Natureza Juridica:Ação civil autônoma de impugnação (GARANTIA CONSTITUCIONAL).

    Especies:  Preventivo  –  Visa afasta uma ameaça a direito líquido e certo.  Repressivo  –  Visa afasta uma ilegalidade de direito líquido e certo.

      REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA

    a)  ATO COMISSIVO OU OMISSIVO DE AUTORIDADE PÚBLICA OU AGENTE JURÍDICO NOEXERCICIO DE ATRIBUIÇÕES PÚBLICAS.Que esteja lesionando direito líquido e certo.

    OBS: O que se entende por autoridade pública?Todo agente público que detêm poder de decisão e é titular de uma esfera de competência.- tem o poder de rever uma decisão praticada.

    - integram a administração pública indiretamente (AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS, FUNDAÇÕESe SOCIEDADE DE ECONÔMIA MISTA).

    - integram a administração pública diretamente (UNIÃO, ESTADO, MÚNICIPIO, e DISTRITO FEDERAL).

    Súmula: 333 STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ouempresa pública.

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    OBS: O que se entende por agente de pessoa jurídica no exercício de atribuição pública?Representantes de pessoas jurídicas de direito privado (em cujo capital não há a participação do poder

     público). Ex: concessionarias, permissionárias, autorizatarias de serviços públicos, instituições de ensino superior,hospitais privados...

    Súmula: 510 STF:   praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de

     segurança ou a medida judicial.

    OBS: Quem é equiparado à autoridade para fins de manejo do mandado de segurança?

    Lei 12.016/09 Ar t. 1º §1º  –  os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquias, bemcomo os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público.§2º -  Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas,de sociedade de economia mista e de concessionarias de serviço público.

    b)  ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER.Em sentido amplo como violação no que diz respeito aos atos normativos primários como secundários (LEI

    ORDINÁRIA, LEI COMPLEMENTAR, DECRETOS, PORTARIAS, RESOLUÇÕES, ) “ATO VINCULADO”. 

    Abuso de Poder  –  aspecto material, onde a lei é tranquila mais o ato teve um desvio (ATOS ADMINISTRATIVOS)vinculados ou discricionários.

    c)  LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO.Comprovar que a ameaça afronta ou ameaça um direito líquido e certo.- é uma conjugação de requisitos.

    d)  SUBSIDIARIEDADE DO MANDAMUS.

    Impõem que o mandado de segurança, só é cabível quando não for amparado por Habeas Corpus ou HabeasData.

    OBS: o direito de reunião sendo cerceado, o remédio cabível não é o Habeas Corpus e sim o Mandado de Segurança.

    Direito Líquido e Certo  –  é aquele manifesto quanto a sua existência (EVIDENTE), aquele delimitado quanto a suaextensão e apto a produzir os seus efeitos no momento de sua impetração, ou seja, é aquele comprovado de planoatravés da prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória.

    OBS: Caso o advogado impetre o mandado de segurança e não comprova na documentação ao Juiz?

    Condição da ação referente ao interesse de agir caso falte a prova pré-constituída sem resolução de mérito.

    OBS: Existe alguma exceção em que é possível o ajuizamento do mandado de segurança mesmo sem aapresentação da prova pré-constituída?

    Sim. No momento em que a autoridade pública estiver retendo o documento em repartição ou estabelecimento público

    Art. 6 §1º. No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por oficio, a exibiçãodesse documento em original ou em cópia autenticada e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. Oescrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

    OBS: Em face da complexidade do direito alegado o juiz pode se eximir de apreciar o mandado de segurança?

    Sumula: 625 STF:  Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.

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      VEDAÇÕES AO MANDADO DE SEGURANÇA

    1ª ATO PASSIVEL DE RECURSO ADMINISTRATIVO COM EFEITO SUSPENSSIVO MAISINDEPENDENTEMENTE DE CAUÇÃO. Ar t. 5º:  Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:I  –  de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução.

    Existe alguma situação em que é possível o manejo do mandado de segurança quando seja possível a interposiçãode recurso administrativo com efeito suspensivo?

    - com o escoamento de prazo do recurso administrativo, sendo que a parte, poderá ir de imediato ao judiciário.- recurso administrativo recebido em feito devolutivo.- quando houver omissão abusiva em que os efeitos são recebidos, ou seja, a parte não se manifesta.

    Súmula: 429 STF: a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurançacontra omissão.

    2ª DECISÃO JUDICIAL DA QUAL CAIBA RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO.  

    Se já há um recurso com efeito suspensivo não pode usar o mandado de segurança. 

    Súmula: 267 STF: não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

    EXCEÇÕES:  Decisão teratológica, ou seja, decisão absurda.

      Quando existe o recurso mais ele é recebido somente no efeito devolutivo.

    3ª DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO.

    Ar t. 5º:  Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

    I I I  –  de decisão judicial transitada em julgado.Súmula: 268 STF: não cabe mandado de segurança contra ato judicial com transito em julgado.

    EXCEÇÕES:  Diante de decisão que violem diretamente a CF 88.

      Terceiro prejudicado que não participou do processo.

    4ª CONTRA LEI EM TESE. Súmula: 266 STF: não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

    OBS: é possível o cabimento de mandado de segurança contra“LEI DE EFEITOS CONCRETOS”.

     

    Lei de Efeitos Concretos  –   lei em sentido formal, que foi produzida pelo legislador e material o seu conteúdo secompara ao administrativo. 

    5ª CONTRA MÁTERIA INTERNA CORPORIS.Matéria que diz respeito aquele poder, ou seja, matéria privada, de cunho particular, das casas legislativas, sob

     pena de infringir o principio da Separação de Poderes.EX: a interpretação do regimento interno das Casas (Câmara ou Senado Federal). 

    6ª CONTRA SUBSTITUTO DE AÇÃO POPULAR. Súmula: 101 STF: o mandado de segurança não substitui a ação popular.

    Súmula: 269 STF: o mandado de segurança não é substitutivo de ação popular.

    OBS:  mandado de segurança não é substitutivo de: AÇÃO POPULAR, AÇÃO DE COBRANÇA, AÇÃORECISSÓRIA.

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    7ª CONTRA DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS EM PROCESSOS ORIUNDOS DOSJUIZADOS ESPECIAIS.

     Não há afronta ao principio constitucional da ampla defesa, uma vez que decisões interlocutórias podem serimpugnadas quando da interposição de recurso inominado.EXCEÇÃO: diante de decisões absurdas.

    8ª CONTRA CONCESSÃO DE LIMINAR OU HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO NA JUSTIÇA DOTRABALHO.

    Súmula: 418 TST: mandado de segurança visando a concessão de liminar ou homologação de acordo. A concessão de liminar oua homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito liquido e certo tutelável pela via do mandado de

     segurança..

    EX: um acordo feito com o trabalhador sem a presença do sindicato presente.

      LEGITIMIDADE

    LEGITIMIDADE ATIVAQuem tem legitimidade para manejar o mandado de segurança.- Pessoa Física (NACIONAL ou ESTRANGEIRA).- Pessoa Jurídica. (PRIVADA ou PÚBLICA).- Universalidade de Bens (ESPÓLIO, MASSA FÁLIDA e ETC...)- Órgãos públicos despersonalizados (MP, TCU, MESSAS DAS CASAS LEGISLATIVAS e ETC...)

    - Em quais situações órgãos desprovidos de personalidade jurídica possuem legitimidade ativa para manejar omandado de segurança? Fundamente.

    Podem demandar visando assegurar direitos, competências, prerrogativas.Mas podem demandar para assegurar direitos, competências e prerrogativas.

    - O poder publico pode ajuizar mandado de segurança contra ato de outro ente público? Em caso afirmativo omandamus serve para tutelar direitos fundamentais? Fundamente.

    Sim. É possível, entretanto não será utilizado para garantir direitos fundamentais, servem para garantirdireitos, prerrogativas e atribuições.

    LEGITIMIDADE PASSIVAAutoridade coatora (AUTORIDADE PÚBLICA, FUNCIONARIO QUE EXERÇA ATIVIDADE PÚBLICA,

    MAS QUE PERTENÇA A ENTIDADE PRIVADA).Tem poder de praticar, executar ou não executar abusividade contra direito liquido e certo.

    - A pessoa jurídica de direito público ou privada no exercício de atribuições públicas possui legitimidade passivano mandado de segurança em face de ato comissivo ou omissivo praticado em seu nome? Fundamente.

    Sim.1ª)  Pois é ela quem suporta o ônus da decisão (por exemplo, os efeitos pecuniários decorrentes da concessão dasegurança);2ª) É ela que recorre da decisão prolatada no mandado de segurança;3ª) A redação da nova Lei nº 12.016/09, que deixa assente a possibilidade de participação da pessoa jurídica à qual estávinculado a autoridade coautora na relação processual.

     Nesses termos, está positivado no Art. 7º, II, que no despacho da inicial, o juiz ordenará “que se dê ciência do

    feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingr esse no feito”. 

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenara:I I : que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial semdocumentos, para que, querendo, ingresse no feito;

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    - Agentes públicos no cumprimento de ordens de autoridade coatora também são sujeitos passivos para fins demandado de segurança? Fundamente.

    Sobre os assim chamados meros executores do ato (por exemplo: os fiscais da Anatel, Aneel, INSS etc.), quecumpre ordens emanadas da autoridade coatora, é pacífico o entendimento de que não são os mesmos consideradoslegitimados passivos na ação de Mandado de Segurança.

    Duas Correntes:1ª) Vai dizer só a autoridade coatora. (PREVALECENTE). 2ª) Quem é passível contra autoridade coatora e contra pessoa jurídica a qual ela pertence.

    Fundamento: Quem vai suportar e a pessoa jurídica a que está vinculada a autoridade coatora

    - Erro na indicação da autoridade coatora pode ser convalidado?Autoridade flagrante incompetente  –  O juiz vai julga extinto o processo sem julgamento do mérito.Autoridade coatora indicada erroneamente pertencente à mesma pessoa jurídica e hierárquica  –  O juiz ex oficiocorrige aquele polo passivo, atendendo ao fundamento da economia processual.

    EX: Município com secretária do meio ambiente, mas na hora de olhar a estrutura a competência, ou seja, a atribuição éde outra. Não basta ser a mesma pessoa jurídica e sim da mesma hierarquia.

    - O que acontece se a autoridade impetrada for hierarquicamente superior a autoridade que deveria ter sidodemandada no mandado de segurança?

    O mandado de segurança continua valendo.Teoria da Encampação:  Permite que o mandado de segurança, seja impetrado contra autoridade coatorahierarquicamente superior, desde que a mesma não se limite a alegar a incompetência, mas faça a própria defesa de atoimpetrado, desde que não haja alteração da competência constitucional.

    - Nos casos em que há autoridade delegante e autoridade delegada, contra quem deve ser manejado omandamus?Aqui não se trata de mero executor do ato, pois tanto a autoridade delegante quanto a autoridade delegada

     pode ter um mero executor do ato para a execução do mesmo. A resposta adequada é: a legitimidade passiva é daautoridade delegada, pois estamos diante da delegação de poder, no qual a autoridade delegante delega competência para a autoridade delegada praticar atos com poder. Então, a autoridade delegada passa a deter a responsabilidadeadministrativa e pode corrigir as possíveis ilegalidades.

    EX: se o Presidente da República delega poderes para um Ministro de Estado, nos moldes do Art. 84, paragrafo único,de nossa atual Constituição, ele (Ministro de Estado) é que será o legitimado passivo.

    Mas, nesse ponto, ainda cabe mais uma reflexão que não podemos olvidar. Existe um outro tipo de delegaçãointeressante de ser trabalhada que é a delegação de assinatura. Nesta (DELEGAÇÃO DE ASSINATURA), a autoridadedelegante delega “meros atos de representação material” à autoridade delegada, por isso ela (au toridade delegante)continuará sendo legitimada passiva para a impetração de Mandado de Segurança.- Nos casos de órgãos colegiados contra quem deve ser manejado o mandado de segurança?

    Contra o presidente do órgão.

    - É possível a formação de litisconsórcio passivo e ativo no bojo do mandado de segurança?Litisconsórcio polo ativo - Conforme a Lei nº 12.016/09, o ingresso de litisconsorte ativo não será admitido

    após o despacho da petição inicial.Art.10º. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltaralgum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.§2º. O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial.

     Nesses termos, temos também, a observação jurisprudencial de que, após a concessão de medida liminar, nãoserá possível a formação de litisconsórcio facultativo ativo, sob pena, segundo o STJ, de ferir o princípio do juiz natural.

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    Litisconsórcio polo passivo –  A jurisprudência do STF já consolidou entendimento na Súmula nº 631 e 701.Súmula: 631 STF:  Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo assinado, a citaçãodo litisconsorte passivo necessário.Súmula: 701 STF:  No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, éobrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

    - É possível o exercício da legitimidade extraordinária no bojo do mandamus?Sim. É possível que o individuo demande em nome de outro.A regra é que o individuo impetre com legitimidade ordinária, porém há a exceção de acordo com o artigo 3º

    da lei do Mandado de Segurança, que é a chamada legitimidade extraordinária.Art.3º. O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de

     segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30(trinta) dias, quando notificado judicialmente.

      COMPETÊNCIAa)  Constitucional:

    Prevista na Constituição, sendo também entendida como competência funcional (por prerrogativa de função).

    STF: Art. 102. I, d) r).Art.102º. Compete ao Supremo Tr ibunal Federal  , precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:I  –   processar e julgar originariamente:d )  o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeasdata contra atos do Presidente da Republica, das Mesas da Câmara dos Deputados de do Senado Federal, do Tribunal de Contasda União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;r) as ações contra o Conselho Nacional de justiça e conta o Conselho Nacional do Ministério Público;

    STJ: Art. 105. I, b).Art.105º. Compete ao Superi or Tri bunal de Justiça :I  –   processar e julgar originariamente:b )  os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da

     Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

    TRF: Art. 108. I, c).Art.108º. Compete aos Tr ibunai s Regionais Federai s :I  –   processar e julgar originariamente:c)  os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal:

    Justiça Federal: Art. 109. VIII.Art.109º. Aos juízes federais  compete processar e julgar:VI I I  –   os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dosTribunais federais;

    Justiça do Trabalho: Art. 114. IV.Art.114º. Compete a Justiça do Trabalho   processar e julgar:VI  –  os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

    b)  Infraconstitucional:O juízo competente para a impetração do remédio heroico deve ser o da sede da autoridade coatora.

    - Em que momento é fixada a competência funcional para processar e julgar o mandado de segurança? Há

    alteração da competência no caso da autoridade coatora ser removida de suas atribuições?A competência funcional para processar e julgar o mandado de segurança é fixada no momento da propositura

    da ação. Após esse momento, não haverá alteração do foro, pois já está fixada a propositura da ação, ou seja. Se hoje Xe a autoridade coatora e amanha Y, nesse caso no momento em que X foi fixada como autoridade coatora, não poderáhaver mudança de foro.

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      OBSERVAÇÔES GERAIS:a)  De quem é a competência para processar e julgar o mandado de segurança quando a ilegalidade ou abuso

    de poder é cometida pelo Tribunal de Justiça?Quando a ilegalidade é praticada por um Tribunal de Justiça (desembargador ou mesmo turma), a competência

     para processar e julgar o mandado de segurança será do próprio Tribunal nos moldes da Súmula nº 41 do STJ e dasSúmulas nº 330, 433 e 624 do STF.

    Súmula: 41 STJ: o Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar, originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.Súmula: 330 STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de segurança contra atos dosTribunais de Justiça dos Estados.Súmula: 433 STF:  É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidenteem execução de sentença trabalhista.Súmula: 624 STF:  Não compete ao Supremo Tribunal de Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atosde outros tribunais.

    b)  É cabível mandado de segurança contra decisões proferidas pelas turmas ou pelo pleno do STF?

     Não cabe Mandado de Segurança, pois a turma é o próprio STF, ou seja, representam o próprio PretórioExcelso.

    OBS: Caberá contra o ministro individualmente (MANDADO DE SEGURANÇA 24.633/2004).

    c)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra decisões dos juízes dosJuizados Especiais Civis e de suas Turmas Recursais Cíveis?

    Devem ser impetrados nas próprias Turmas Recursais, tanto da Justiça Federal quanto da Justiça Estadual. Nesse sentido, o posicionamento do STF no MS nº 24.691/03: “a competência para processar e julgar a açãomandamental impetrada contra atos dos Juizados Especiais é das Turmas Recursais Cíveis”,  bem como “acompetência para conhecer do mandado de segurança contra atos das turmas Recursais dos Juizados Especiais é dela

    mesma”. 

    d)  Em havendo várias autoridades com foro por prerrogativa de função qual é o juízo competente paraprocessar e julgar o mandado de segurança?

    A autoridade de maior hierarquia determinará a competência para o julgamento do feito.

    EX: se as autoridades coatoras forem Presidente da República e um Ministro de Estado, a competência para processar e julgamento será do STF.

    e)  Contra quem será manejado o mandamus nos casos de atos complexos e compostos?

    Apesar da exigência jurisprudencial da notificação de todos os que participam do ato, a autoridade é a últimaautoridade que nele (no ato)  intervém para seu aperfeiçoamento. Nos atos compostos, o coator é a autoridade que pratica o ato principal, já nos procedimentos administrativos o coator é a autoridade que preside sua realização.

    f)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra ato praticado porPresidente ou Secretário da Junta Comercial do Estado?

    Conforme o STJ, compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança contra ato praticado porPresidente ou Secretário da Junta Comercial do Estado. Isto se deve à questão da junta comercial exercer funçãodelegada do Poder Público Federal, na medida em que efetua registro comercial por delegação federal (vincula aoMinistério da Indústria e Comércio).

    g)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra ato ou omissão dopromotor de Justiça?Do Juiz de 1º Grau, ou seja, Juiz de Direito e não do Tribunal (como no caso do habeas corpus ).

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    h)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra ato praticado porComissão Parlamentar de Inquérito Federal?

    Será do STF.Comissão Parlamentar de Inquérito Federal –  STFComissão Parlamentar de Inquérito Estadual –  TJ

    Comissão Parlamentar de Inquérito Municipal –  Juiz de Direito.

    i)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra ato praticado pordirigente de entidade particular de ensino superior no exercício de função delegada federal?

    Conforme posicionamento firmado pelo extinto TRF (Súmula nº 15), o STJ já decidiu que é de competênciada Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança contra ato de dirigente de entidade particular de ensinosuperior no exercício de função delegada federal. Isso se deve à questão do ato coator ser derivado de atividade praticada por delegação do Poder Público Federal. Já no que diz respeito a atos de sociedades de economia mista acompetência para processar e julgar o mandamus será (em regra) da Justiça Estadual, nos moldes das Súmulas nº 517 e556 do STF.

    Súmula: 15 TRF: Compete à Justiça Federal julgar mandado de segurança contra ato que diga respeito ao ensino superior, praticado por dirigente de estabelecimento particular.Súmula: 517 STF:  As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ouopoente.Súmula: 556 STF:  É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.

     j)  De quem é a competência para processar e julgar mandado de segurança contra ato de nomeaçãopraticado pelo Presidente da República? Nesse caso, ainda que o vício que fundamenta a impetração ocorra em fase anterior do procedimento (por

    exemplo: na lista da OAB ou do Ministério Público ou mesmo na lista do Tribunal em questão), a autoridade coatora

    será o Presidente da República, sendo, portanto, o mandamus impetrado no STF; aliás é o que se depreende da Súmulanº 627 do mesmo STF.

    Súmula: 627 STF:  No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Presidente da República, esteé considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do

     procedimento.

      PROCEDIMENTO

    O legitimado ativo impetra o Mandado de Segurança no órgão do Poder Judiciário competente (podendo fazer pedido de medida liminar com base no artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/09). Certo é que a petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos queinstruírem a primeira, reproduzidos na segunda, e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que estaintegra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. Após (não sendo, obviamente, o mandado de segurançaindeferido de plano), a autoridade coatora é notificada (e não citada) a prestar informações. O Legitimado passivo terá10 (dez) dias para prestar informações. A seguir, o órgão do Poder Judiciário ouvirá o representante do MinistérioPúblico, que opinará (como custos legis), dentro do prazo improrrogável de 10(dez) dias. Com ou sem o parecer doMinistério Público, os autos serão conclusos ao juiz para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30(trinta) dias (exceto se estivermos diante da hipótese normativa do artigo 20 da Lei nº 12.016/09).

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

    I I I  –  que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar aineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou deposito, com oobjetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.Art.20º.  O processo de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvohabeas corpus.

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    1-  Petição InicialDeve observar os requisitos do artigo 6º da lei 12.016/09.

    Art.6º. A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) viascom os documentos que instruírem a primeira, reproduzidos na segunda, e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídicaque esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 

    OBS: Os processos e os recursos em mandado de segurança possuem alguma prioridade em sua tramitação?Sim, tem prioridade sobre as ações menos sobre Habeas Corpus.

    Art.20º.  O processo de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvohabeas corpus.

    OBS: No processo de mandado de segurança é necessário indicar o valor da causa? Não há na lei está referencia, porém de acordo com a jurisprudência, se faz a menção.

    OBS: No processo de mandado de segurança o impetrante pode desistir do mesmo sem a anuência do impetrado? No Código de Processo Civil, até a resposta do réu artigo 267, §4º CPC.

     No bojo do Mandado de Segurança, mesmo após a resposta independentemente de anuência, não se aplica o§4º do 267 do CPC.

    Art.267º. Extingue-se o processo sem resolução de mérito:§4º. Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.

    OBS: Em caso de urgência é possível impetrar mandado de segurança através de fax e similares?Em caso de urgência, será permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por

    telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. Porém o texto original da petiçãodeverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes à impetração.

    Art.4º.  Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama,radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.

    2-  Despacho Iniciala)  Indeferimento da Inicial

    Art.10º. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltaralgum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.

    a1) Carência do mandado de segurança:

    Hipóteses de indeferimento:  Quando não for o caso de mandado de segurança, ou seja, quando cabe Habeas Corpus ou Habeas Data.

      Faltar algum dos requisitos legais.

      Quando não for observado o prazo. Nesses casos o juiz indefere a inicial fazendo coisa julgada formal.

    OBS: O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado em caso de decisão denegatória por carência deação?

     No primeiro caso de Habeas Corpus e Habeas Data não pode. No caso de faltar algum documento e não tiver escoado o prazo, poderá ser impetrado novamente.

    Art.19º. A sentença ou o acordão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, poração própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.Art. 6º, 6º. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória nãolhe houver apreciado o mérito.Súmula: 304 STF:  Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede ouso da ação própria. 

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    a2) Improcedência de Plano:

    Faz coisa julgada formal e material

    b)  Liminar:

    Medida tomada com a finalidade de resguardar direitos. A liminar se dá por ordem judicial, antes da discursãodo feito, tendo portanto os seguintes requisitos (fundado receio de dano de plausibilidade do direito alegado) para sua

    concessão.

    OBS: A concessão de medida liminar é direito subjetivo do autor ou ato discricionário do juiz?Direito subjetivo do autor, sendo o juiz (preenchidos os requisitos) obrigado a concedê-la.

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:I I I . Que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar aineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou deposito, com oobjetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

    OBS: A concessão de liminar produz algum efeito temporal em relação ao julgamento do mérito? Há prazo para

    a manutenção da liminar?O efeito é celeridade processual.O prazo durará até a sentença proferida pelo juiz.

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:§3º. Os efeitos da medida liminar, salvo se renovada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. §4º. Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.  

    OBS: É possível a decretação da caducidade ou perempção da medida liminar?Sim. Quando o próprio impetrante criar obstáculos ou quando o juiz ordena algo e o impetrante não obedece.

    Art.8º. Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex oficio ou a requerimento do Ministério Público quando,concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três)dias úteis, os atos e as diligencias que lhe cumprirem.

    ATENÇÂO: O Juiz poderá agir ex oficio ou a requerimento do Ministério Público.

    OBS: Quais são as vedações legais para a concessão de medida liminar em mandado de segurança?  A compensação de créditos tributários (hipótese já prevista na Súmula nº 212 do STJ);

    Ex: o individuo deve a Fazenda Pública, mas a Fazenda Pública também deve a ele.  A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior (essa hipótese estava prevista no art. 1º da Lei nº

    2.770/56);EX: O individuo tem sua mercadoria retida no porto.

      A reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagensou pagamento de qualquer natureza (hipótese prevista no art. 5º da antiga e hoje revogada Lei nº 4.348/64 e noart. 1, §4º, da também revogada Lei nº 5.021/66).

    OBS:  Quais medidas podem ser tomadas em caso de concessão e denegação da liminar em mandado desegurança?

    Como a decisão é interlocutória, o recurso cabível será o agravo de instrumento.

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:§1º. Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto

    na Lei nº 5.8690, de janeiro de 1973 –  Código de Processo Civil.Mas, além dessa possibilidade, a pessoa jurídica de direito público interessada (ou mesmo o Ministério

    Público) também poderá requerer ao Presidente do Tribunal competente (ao qual cabe o conhecimento recursal) aconcessão da suspensão dos efeitos da liminar.

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    RODRIGUES

    OBS: Qual recurso é cabível contra a decisão do Presidente do Tribunal que denega ou conceder suspensão deliminar em mandado de segurança?

    Tanto da decisão do Presidente do Tribunal (que julgar o pedido de suspensão) que denega quanto da queconcede a suspensão da liminar cabe recurso de agravo interno.

    Art.15º. quando a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão

    à ordem, à saúde a segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivorecurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo sem efeito

     suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 

    OBS: No caso de mandado de segurança impetrado originariamente em um tribunal quem apreciará o pedidoliminar?

    A apreciação do possível pedido de liminar será feita pelo relator (pois cabe ao mesmo a instrução do processo, o que não é nenhuma novidade).

    OBS: O que acontece com a liminar concedida após o mérito do mandado de segurança ser denegado?Ela perde a sua eficácia.

    Súmula 405 STF :  Denegando o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeitoa liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:§3º. Os efeitos da medida liminar, salvo se renovada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 

    OBS: Até quando vigorará a suspensão de liminar em mandado de segurança?Até o trânsito em julgado.

    Súmula 626 STF :  A suspensão de liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrario da decisão que a deferir,

    vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.

    3)  Notificação:

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:I -  que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos,a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;I I - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial semdocumentos, para que, querendo, ingresse no feito;I I I -   que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a

    ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou deposito, com oobjetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 

    4)  Informações:São os dados técnicos fornecidos pela autoridade coatora que visam justificar a pratica do ato.- É uma peça meramente informativa.- O prazo é de dez dias. (Artigo 7º I).

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:I -  que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos,a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

    EX: Mandado de Segurança impetrado contra Secretaria.O prazo da contestação é de 10 dias a partir da juntada dos documentos.

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    RODRIGUES

    OBS: Diferença entre Informação e Contestação:

    OBS: Sem dilação probatória.

     Não há no Mandado de Segurança a Mediação ou Conciliação, pois não comporta a dilação probatória.

    Art.12º. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta Lei, o Juiz ouvirá o representante do Ministério Público,que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.Paragrafo Único . Com ou sem o parecer do Ministério Publico, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá sernecessariamente proferida em 30 (trinta) dias.

    OBS: Ministério Público.Terá 10 dias para emitir o parecer.

    Art.12º. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta Lei, o Juiz ouvirá o representante do Ministério Público,

    que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

    OBS: Sentença e recursos.A sentença pode, conforme a lógica processual, extinguir o feito sem julgamento de mérito (art. 267 do CPC)

    ou solucionar a lide nos moldes do art. 269 também do CPC.

    Art.267º. Extingue-se o processo sem resolução de mérito:I -  quando o juiz indeferir petição inicial;I I - quando ficar parado durante mais de um ano por negligência das partes;

     III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir o autor abandonar a causa por mais de trinta dias;I V -  quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;V –  quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;VI  –  quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse

     processual;VI I  –  pela convenção de arbitragem;VI I I  –  quando o autor desistir da ação.I X –  quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;X –  quando ocorrer confusão entre autor e réu;XI  –  nos demais casos prescritos neste Código.

    Art.269º. Haverá resolução de méritoI  –  quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

    I I - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;I I I  –  quando as partes transigirem;I V -  quando o juiz pronunciar a decadência ou prescrição;V –  quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

    Informação:

    1) São prestadas pela autoridade

    coatora.

    2)  A não apresentação das informaçõesacarreta em 3 sanções (civil, penal e

    administrativa).

    3)  Não precisam observar a elementos

    técnicos pois são apenas um meio de

    prova. 

    Contestação:

    1) São prestadas pelo representante

     jurídico a qual integra, ou seja, por quem

    tem capacidade postulatória a qual fazparte.

    2) A não apresentação de contestação no

    prazo hábil acarreta na sanção de revelia.

    “os fatos alegados presumem-se

    verdadeiros”.

    3) Peça técnica, pois o advogado ira junta

    os elementos para prova tudo o que diz.

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    RODRIGUES

    OBS: Qual a natureza da decisão concessiva em mandado de segurança?É mister consignar que, no mandado de segurança, a sentença concessiva é mandamental contendo uma ordem

    direcionada à autoridade coatora, sendo regra, de execução imediata, cumprindo-se por ofício do juiz, via oficial de justiça ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de recebimento à luz do artigo 13 da Lei 12.016/09.

    Art.13º.  Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante

    correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada.Paragrafo Único . Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4º desta Lei.

    Art.4º.  Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama,radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.

    OBS: É possível a execução provisória ocorrida antes do trânsito em julgado em mandado de segurança?Sim. Salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

    Art.14º. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.§3º. A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a

    concessão da medida liminar.

    Art.7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:§2º. Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias ebens provenientes do exterior a reclassificação ou equiparação de serviços públicos e a concessão de aumento ou a extensão devantagens ou pagamento de qualquer natureza. 

    OBS: Existe reexame necessário em caso de decisão concessiva no mandamus ?Sim. Através do (Recurso de oficio ou Duplo grau de jurisdição).

    Art.14º. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

    §1º. Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.

    OBS:  Qual o recurso cabível contra a decisão concessiva ou denegatória em mandado de segurança? Existediferença recursal entre a decisão denegatória em primeira instancia e a decisão denegatória proferidaoriginariamente pelo Tribunal?

    Tanto da decisão que denegar quanto da que concede a segurança, o recurso cabível é o de apelação.

    Art.14º. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

    Art.18º.  Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial eextraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.

    OBS: Quais recursos previstos na Constituição são cabíveis em sede de mandado de segurança?Decisões em única instância por tribunais –  Recurso Especial e Extraordinário.Ordem denegada –  Recurso Ordinário.

    Ar t.102º I I I . (Recurso Extraordinário para o STF);Ar t.105º I I I . (Recurso Especial para o STJ);Art.102º II “a”. (Recurso Ordinário para o STF);Art.105º II. “b”. (Recurso Ordinário para o STJ);

    Sendo que essas hipóteses devem preencher requisitos previstos constitucionalmente para tal enquadramento.

    ATENÇÂO: Se o legitimado ativo impetra o Mandado de Segurança e o juiz de primeira instancia indefere, de plano, a petição inicial, caberá, conforme citado, o recurso de Apelação. Mas atenção, pois se a impetração se deuoriginariamente em um Tribunal e o mesmo (por ato do relator) indefere de plano inicial do mandamus, não caberáapelação, mas sim, agravo regimental.

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    RODRIGUES

    OBS:  A decisão concessiva de segurança tem efeito suspensivo? Nos casos em que a apelação não tem efeitosuspensivo a pessoa jurídica de direito público pode requerer a suspensão dos efeitos da sentença ao Presidentedo Tribunal?

    Em regra não tem efeito suspensivo. No que diz respeito a liminar concedida em mandamus, pleitear, à luz do art. 15 da Lei nº 12.016/09, a

    suspensão dos efeitos da sentença ao Presidente do Tribunal no qual o recurso está tramitando. Esse pedido também

    (como no caso da liminar) se baseia em motivos de ordem, segurança, saúde ou economia pública.Da decisão do Presidente do Tribunal que concede ou da que denega a suspensão dos efeitos da sentença,

    caberá agravo interno.Art.15º. Quando, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar gravelesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do Tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivorecurso suspender, em decisão fundada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo sem efeito suspensivo,no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

    OBS: A concessão de mandado de segurança produz efeitos patrimoniais pretéritos a sua impetração? Não, segundo a jurisprudência pátria, a teor da Súmula nº 271 do STF, nesses termos, a decisão somente

     proporciona efeitos pecuniários relativos a períodos posteriores à impetração. Mas, não podemos olvidar que as parcelasvencidas, entre a impetração do remédio heroico e a concessão da segurança, deverão, logicamente, ser objeto deexecução contra a Fazenda Pública, nos moldes do artigo 730 do CPC. Esse entendimento é escoado não só jurisprudencial mente, mas inclusive, na dicção legal do artigo 14 §4º da Lei nº 12.016/09.

    Súmula 271 STF :  Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quaisdevem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.Súmula 269 STF :  O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 

    Ar t. 730 CPC. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em trinta dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras:I  –  o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;I I  –   far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.

    Art.14º. Da sentença denegando ou concedendo o mandado de segurança, cabe apelação.§4º. O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a

     serviço público da administração direta ou autarquia federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial.

    OBS: O pedido de mandado de segurança pode ser renovado em caso de decisão denegatória?Se existir coisa julgada material, não há que se falar na revogação do mandamus e nem mesmo de uma ação

    ordinária (própria).

    Ora, o novo diploma normativo, que regula o mandado de segurança, deixa assente:Art.6º. A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) viascom os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídicaque esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.§6º. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhehouver apreciado o mérito. Art.19º.  A sentença ou o acordão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, poração própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

     Nesse sentido, entendemos, com base no posicionamento majoritário de outrora (tanto doutrinário como jurisprudencial), que a falta da coisa julgada material (decisão denegatória sem julgamento do mérito) faz com que

    tenhamos a possibilidade de renovação do pedido (impetração de novo mandamus), obviamente respeitando-se o prazodecadencial de 120 dias ou, de outro modo, se vencido esse prazo, o uso de uma ação própria nos termos da Súmula nº304 do STF, agora encorada no referido artigo 19 da Lei nº 12.016/09.Sumula 304 STF. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede ouso da ação própria.

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    RODRIGUES

    OBS: Qual o prazo para interposição de recurso ordinário?Das decisões denegatórias de mandado de segurança decididas em única instancia por Tribunal Superior

    caberá recurso ordinário constitucional para o STF; conforme o art. 102, II, “a” da constituição, sendo o prazo parainterposição do mesmo de 15 (quinze) dias, conforme o artigo. 508 do Código de processo Civil.

    Ar t. 508 CPC . Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos

    embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de quinze dias.

    Sumula 201 TST. Recur so ordi nário em mandado de segurança. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de oito dias  , para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido einteressados apresentarem razões de contrariedade.

    OBS: É possível o conhecimento de REX, RESP ou apelação quando o recurso cabível seria o recurso ordinário?Aqui, é interessante observarmos a posição do STF no sentido de que, existindo erro grosseiro, não se deve

    aplicar o principio da fungibilidade recursal no caso em que deveria ser interposto recurso ordinário e ocorre o manejo(extremo) de recurso extraordinário (hipótese de erro grosseiro).

    Súmula 272 STF :  Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de mandado de segurança.

    OBS: É possível a interposição de embargos infringentes em mandamus  ou mesmo a condenação em honoráriosadvocatícios?

    A teor da Súmula 597 do STF; não haverá a possibilidade de interposição de embargos infringentes.

    Súmula 597 STF :  Não cabem embargos infringentes de acórdão que, em mandado de segurança, decidiu, por maioria de votos, aapelação.

     Nesse sentido, também é a exegese da Súmula nº 169 do STJ que prescreve:

    Súmula 169 STJ:  São inadmissíveis embargos infringentes no processo de mandado de segurança. 

    Pois bem, essas dicções presentes em verbetes sumulares foram abarcadas pela nova Lei 12.016/09, que, no mesmodiapasão, afirma:

    Art.25º. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamentodos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

    Apesar de algumas críticas doutrinárias, de acordo com o posicionamento do STF na Súmula nº 512 quanto doSTJ na Súmula nº 105, na ação de mandado de segurança não se admite a condenação em honorários advocatícios.

    Súmula 512 STF :  Não cabe condenação em honorários de advogados na ação de mandado de segurança. 

    Súmula 105 STJ:  Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.

    OBS: A nova lei do mandado de segurança estabelece alguma sanção em caso de descumprimento das decisõesproferidas no mandamus ?

    O descumprimento de decisões de mandamus é crime de desobediência, nos termos do artigo 330 do CódigoPenal. Certo é que o descumprimento pode se dar em decisões liminares ou em decisões de mérito, transitadas em julgado ou não transitadas, desde que o órgão julgador prolate a decisão e determine, com isso, seu devidocumprimento.

    Ar t.330 CP. Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena –  detenção, de quinze dias a seis meses e multa.Art.26º. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o nãocumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei nº1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. 

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      PRAZO

    O Prazo para a impetração do mandamus  é de 120 (cento e vinte) dias a contar do conhecimento (pelointeressado) oficial do ato (da autoridade coatora) a ser impugnado e não da publicação, conforme o artigo 23 da Lei nº12.016/09. Esse prazo é eminentemente decadencial, e, portanto, após iniciado, não se interrompe e nem se suspende.

    (suspende –  volta a conta tudo de novo / interrompe –  começa de onde parou).

    Escoado o prazo de 120 dias, poderá atuar com uma ação ordinária constitucional.

    Art.23º. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelointeressado, do ato impugnado.

    Súmula 430 STF :  Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. 

    ATENÇÃO: No caso de absolutamente incapazes, é possível a suspensão ou interrupção do prazo.

    OBS: A fixação em lei de prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança é constitucional?

    Sobre o tema, ora aventado, temos as seguintes digressões:Sim. Pois após iniciado não se interrompe e nem se suspende.O pretório Excelso ainda à época Lei nº 1.533/51 firmou posicionamento pela constitucionalidade, conforme o

    teor da Súmula nº 632:

    Súmula 632 STF :  É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança. 

    ATENÇÃO: Caso o último dia do Mandado de Segurança seja em dia não útil, antecipa-se, ou seja, ajuíza-se antes.

    OBS: Qual o prazo para o ajuizamento do mandamus nos atos ilegais ou abusivos de trato sucessivo? Nos atos ilegais ou abusivos de trato sucessivo, o prazo decadencial para a impetração se renova a cada ato, ou

    seja, a cada vez que se verifica a lesão ao direito (por exemplo ao patrimônio) do impetrante.

    OBS: O que acontece se o mandado de segurança for manejado dentro do interregno de 120 dias e o juízo fordeclarado incompetente?

    Ocorrendo a hipótese da impetração do remédio heroico dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, porém em juízo incompetente, e, posteriormente, sendo o mandamus  remetido a juízo competente, o STF já se posicionou nosentido de que não haverá caducidade na medida em que a impetração se deu no prazo adequado.

    OBS: Qual o prazo para o ajuizamento do mandamus contra a omissão de autoridade?Se o mandado de segurança é interposto contra omissão de autoridade, temos a possibilidade de:

     

    Se a administração não está sujeita a prazo para praticar o ato, não haverá prazo decadencial a ser observado, pois enquanto durar a omissão caberá mandado de segurança;

      Se a administração está sujeita a prazo para a prática de determinado ato, findo o mesmo sem a sua realização,começa a valer (a existir) o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias para a impetração do mandamus.

    OBS: Qual o prazo para o ajuizamento de mandado de segurança?Por ultimo, é mister salientar que, se o mandamus é impetrado de forma preventiva em virtude de ameaça de

    lesão a direito liquido e certo, não há que se falar em prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias, na medida em que,enquanto perdurar a ameaça, há a possibilidade de interposição do writ .

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    2-  MANDARO DE SEGURANÇA COLETIVO

      Conceito:Art. 5º, LXX da CF e Art. 21 e 22 da Lei nº 12.016/09.Ação constitucional de natureza civil e procedimento especial, que visa a proteger direito líquido e certo da

    coletividade (direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos), lesionado ou ameaçado de lesão, não amparado por

     Habeas Corpus ou  Habeas Data, contra ilegalidade ou abuso de pessoas jurídicas de direito privado no exercício deatribuições públicas.

    Ar t.5º, LXX CF. O Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

    a)   partido politico com representação no Congresso Nacional;b)  organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo

    menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

    Art.21º. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido politico com representação no Congresso Nacional, nadefesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade declasse ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certosda totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas

     finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.I  –  coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ouCategoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;I I  –  individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situaçãoespecifica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Art.22º.  No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria

     substituídos pelo impetrante.

    A omissão do legislador em deixar de incluir os direitos difusos no rol do artigo 21 da Lei do Mandado deSegurança mostra-se irrelevante, pois o artigo 5º, incisos LXIX e LXX, da CF/88 exige apenas que tenha sido violadodireito liquido e certo, não restringindo a categoria do direito (difuso, coletivo ou individual homogêneo). Assim, temoso mandado de segurança é, atualmente, à luz da nossa Constituição, um gênero que se divide em duas espécies que são:o mandado de segurança individual e o coletivo.

    DIREITOS COLETIVOS

    EM SENTIDO AMPLO

    ACIDENTALMENTE

    COLETIVOS

    ESSÊNCIALMENTE

    COLETIVOS

    DIFUSOS 

    COLETIVOS EM

    SENTIDO

    INDIVIDUAIS

    HOMOGÊNEOS 

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    ColetivosAssim entendidos, para efeito da Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular jurídica

     básica;Individuais homogêneos

    Assim entendidos, para efeito da Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação especifica datotalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

    Direitos difusos Os seus titulares são indeterminados, o vinculo que uni essas pessoas é o dano.EX: propaganda enganosa, meio ambiente e etc...

    Ar t.81º CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou atitulo coletivo.Ar t.83º CDC. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são admissíveis todas as espécies de ações capazesde proporcionar sua adequada e efetiva tutela.

    TransindividualidadeDe natureza indivisível, de que seja titular grupo de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma

    relação jurídica básica.Aspecto subjetivo

    ESSÊNCIALMENTE COLETIVOS

    SUJEITOS OBJETO VINCULO

    DIREITO DIFUSO Pessoas indeterminadas  Indivisível  Fático 

    COLETIVO EMSENTIDO ESTRITO

    Pessoas determinadas(grupo de pessoas,

    categorias ou classes).Indivisível 

    Relação Jurídica Base (contratos celebrados entreeles.) EX: Empresacontratada por alunos dafaculdade. 

    ACIDENTALMENTE COLETIVOS

    INDIVIDUAISHOMOGÊNEOS

    Pessoas determinadas  Divisível  Fático EX: Pessoas que sereúnem em uma praça,

     porém a policia não deixa. 

    OBS: Critérios de identificação do Mandado de Segurança e Mandado de Segurança Coletivo:Causa de pedir e o objetoEX: Determinado colégio que vem a aumentar a mensalidade logo após o inicio do semestre.

      Finalidades:1-  Evitar acúmulo de demandas idênticas (na medida em que, por exemplo, ao invés de centenas ou milhares

    de mandados de segurança individuais basta um mandado de segurança coletivo);2-  Facilitar o acesso à justiça;3-  Fortalecer as entidades de classe (na medida em que o mandado de segurança coletivo se arvora na defesa

    de direitos dos membros ou associados, por exemplo, das associações ou das entidades de classe).

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      Legitimidade Ativa:Será do Partido Politico com representação no Congresso Nacional e dos sindicais, entidades de classe e

    associações em funcionamento há pelo menos 1 ano, legalmente constituídas e para a defesa de seus membros ouassociados.

    OBS: Com relação aos partidos políticos sua legitimidade requer que o mesmo tenha um deputado federal e um

    senador da República? Não precisa que o representante do partido politico tenha um representante em cada casado Congresso

     Nacional.

    OBS: A legitimidade dos partidos políticos pode ser ampliada por simetria ao âmbito estadual e municipal?Apesar de não haver expressa previsão legal, a doutrina admite o Mandado de Segurança Coletivo interposto

     por partido politico sem representação no Congresso Nacional desde que tenha representação na Assembleia Legislativaou na Câmara Municipal, assim como haja pertinência no objeto que deverá tutelar matéria Estadual ou Municipal.

    OBS:  O recurso em funcionamento há pelo menos um ano é exigido para entidades de classe, sindicatos e

    associações? Não. O STF firmou entendimento no Informativo nº 154 que o requisito em funcionamento há pelo menos 1

    ano é somente para associações e não para entidades de classe ou sindicatos. Portanto, sindicato e entidade de Classe só precisam estar legalmente constituídos e terem por objetivo a defesa de interesses de seus membros ou associados.

    Tem que ter funcionamento a mais de um ano, pois não se cria associação somente para o manejo do mandadode segurança coletivo.

    Art.21º. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido politico com representação no Congresso Nacional, nadefesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade declasse ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certosda totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas

     finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

    OBS: A legitimidade ativa do mandado de segurança coletivo ocorre através de representação ou legitimidadeextraordinária?

    Legitimidade ativa  –  tutela direito de terceiro Ex: Mãe pelo filho menor.Legitimidade extraordinária  –   tutela direito de terceiro através da substituição. Ex: Ministério Público em

    face do menor.Segundo entendimento consolidado no Pretório Excelso, a legitimidade ativa no mandado de segurança é

    extraordinária no mandamus coletivo, advindo daí o que chamamos processualmente de substituição processual, na qualo impetrante irá ajuizar a ação em nome próprio, só que para defesa de direito de terceiros, quais sejam, os direitos de

    membros ou associados.ATENÇÃO: Partido Político (poderão manejar mandado de segurança para seus filiados  e dos seus própriosinteresses.

    OBS: Entidade de classe não possui legitimidade para manejar mandamus  coletivo se a pretensão veicular for deinteresse de apenas uma parte da categoria?

    A entidade deve defender direitos subjetivos comuns de seus membros (direitos que estejam na titularidadedos membros). Mas, pode ser que o mandamus  interesse apenas a uma parte da categoria, o que não obstaculiza aimpetração.

    Súmula 630 STF :  A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculadainteresse apenas a uma parte da respectiva categoria. 

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    OBS:  Para a configuração da legitimidade de entidade de classe é necessária autorização expressa de seusmembros para a impetração do mandado de segurança coletivo? Ademais, é necessário que conste na proeminalo nome de todos os associados?

     Não exige a autorização expressa dos membros da entidade para a impetração do mandamus. Neste sentido adeterminação de autorização expressa aludida no artigo 5º, XXI (hipótese de representação), não se aplica no mandadode segurança coletivo (hipótese de substituição processual).

    Súmula 629 STF :  A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe daautorização destes. 

    OBS: Estado-Membro possui legitimidade para interpor mandado de segurança coletivo em face da União?Os Estados-Membros não são dotados de legitimidade ativa para propor mandado de segurança coletivo contra

    a União em defesa de “supostos interesses da populações residentes nas respectivas unidades federais”.- Os Estados não estão arrolados na restrita legitimidade ativa do artigo 5º, LXX.- Os Estados (entes políticos da federação) “não são propriamente órgãos de representação ou de gestão de

    interesses da população”. 

    Já a legitimidade passiva é mesma outrora trabalhada no mandado de segurança individual.

    Ar t.5º, LXX CF. O Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

    a)   partido politico com representação no Congresso Nacional;b)  organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo

    menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

    OBS: Ministério Público possui legitimidade para interpor mandado de segurança coletivo?2 Corrente:1ª) Não pois não há previsão legal.2ª) Sim, pois extrai seus fundamentos da própria constituição.

      Procedimento:É o mesmo do Mandado de Segurança.O que diferencia do Mandado de Segurança Coletivo, é só em razão do artigo 22§ 2º.

    Art.22º, § 2º. No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá ser pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

      Decisão e seus efeitos

    Coisa Julgada: (Pro et contra –  Secundum eventum litis –  Secundum eventum probationis).

    Pro et contra - Significa dizer que não importa o resultado que a demanda venha a obter, a coisa julgadasempre se formará. Tal modalidade vem ao encontro do princípio da isonomia, na medida em que, ao possibilitar aformação da coisa julgada independentemente da procedência ou improcedência do pedido, trata igualmente ambas as partes do processo. Valer dizer, seja o autor vencedor ou não na ação, a coisa julgada produzir-se-á. 

    Secundum eventum li tis  - Pode ser definida exatamente como o oposto da anterior; a res iudicata, neste caso,só se forma, a depender do que fora anteriormente positivado, se procedente ou improcedente o pedido do autor. Ouseja, de acordo com o disposto na norma positiva, só haverá coisa julgada se o resultado for favorável ou desfavorávelao autor da lide.

     Neste ínterim, o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 103, inciso III, ao tratar da coisa julgadarelativa a direitos individuais homogêneos, disciplinou a coisa julgada  secundum eventum litis, determinando que esta 

    formar-se-á caso procedente o pedido do autor.

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    Secundum eventum probationi s - (se o mérito for improcedente pode-se ajuizar individualmente, porém deve-se juntas provas). Se perfectibiliza no modo que mais se preocupa com a justiça da decisão, vez que se forma somenteapós o esgotamento da produção de provas no processo. Exemplos dessa modalidade podem ser vistos na ação demandado de segurança, cuja lei (Lei Federal 1.533/51), em seu artigo 15, dispõe que “a decisão do mandado desegurança não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais”. Assim, caso seja impossível provar o fato neste rito, a parte pode ajuizar ação ordinária.

     Na lei de ação popular (LF 4717/65), no artigo 18, também se observa esta modalidade de coisa julgada, namedida em que o remédio heróico prevê o seguinte: “a sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes,exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderáintentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.” De igual modo prevê o Código de Defesa doConsumidor, quando se reporta à res iudicata nas demandas que envolvem direitos difusos, no seu artigo 103, inciso I.

    OBS: Quem serão os beneficiários pela concessão da segurança em sede de mandamus  coletivo ?Todos os associados que se encontram na situação descrita na petição inicial do remédio heroico, não

    importando se ingressaram na associação antes ou depois da impetração do mandamus. Nesses termos, corroborandocom o nosso entendimento, estabeleceu a Lei 12.016/09 que no mandado de segurança coletivo a sentença fará coisa

     julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

    Art.22º.  No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

    OBS: Em caso de denegação da segurança em sede de mandamus  coletivo há formação da coisa julgada?Em processo comum sim, porém em uma ação coletiva posso ajuizar minha própria ação.A mesma gerará apenas coisa julgada formal, não excluindo a possibilidade de qualquer um dos membros ou

    associados da entidade pleitearem individualmente mandado de segurança.

    Ar t.103º CDC. Nas ações coletivas de que trata esta Código, a sentença fará coisa julgada:

     III  –  erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vitimas e seus sucessores, na hipótese doinciso III do paragrafo único do artigo 81.

    OBS:  O ajuizamento do mandado de segurança individual induz litispendência do mandado de segurançacoletivo?

     Não. A impetração do mandado de segurança coletivo não impedirá a utilização do mandado de segurançaindividual (não ocorrendo, litispendência entre o individual e o coletivo), obviamente, desde que preenchidos osrequisitos, inclusive o do prazo decadencial de 120 dias. Porém, é mister explicar que a Lei nº 12.016/09 regulando oMS individual e o coletivo estabeleceu que o mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as açõesindi viduai s, mas os efeitos da coi sa ju lgada não benefi ciarão o impetrante a título indi vidual se o mesmo não

    requerer a desistênci a de seu mandado de segurança no prazo de 30 (tr inta) dias a contar da ciência comprovada daimpetração da segurança coletiva.

    Art.22º.  No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.§1º. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada nãobeneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta)dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

    A obrigação de comunicar que existe um mandado de segurança, é da autoridade coatora.Se o sujeito desiste de seu mandando de segurança individual e vai para o coletivo sendo que o juiz julga procedente o

    mandado de segurança coletivo, o sujeito que havia desistido do seu individual ganha.Se o sujeito desiste de seu mandando de segurança individual e vai para o coletivo sendo que o  juiz julga improcedente o mandado de segurança coletivo, o sujeito que havia desistido do seu individual perde.

     No entanto o sujeito que havia desistido do seu mandado individual e aderiu o coletivo porém o juiz julgou improcedentee ele perdeu, poderá ajuizar um novo mandado de segurança, a coletividade não poderá mais ajuizar tendo em vista que perdeu.

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    O problema para se ajuizar um outro mandado de segurança é a questão do prazo para o ajuizamento. Entretanto podeusar após o prazo de uma ação ordinária.

    PROCEDENTE A coletividade e o individuo ganhão.

    IMPROCEDENTE

    O sujeito que desistiu do seu mandado

    individualmente e aderiu ao mandado desegurança coletivo e perdeu (PODE

    AJUIZAR O MANDADO DESEGURANÇA).

    Dentro do prazo de 120 dias (MS).Após o prazo de 120 dias (AÇÂO

    ORDINÁRIA).