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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA Curso de Direito DISCIPLINA : Direito Civil II - Obrigações PROFESSOR: Moacir Adiers CÓDIGO CIVIL – Direito Substanial !"ara Pro#$ % oair & 'e#ault( CÓDIGO P)OC*SSO CIVIL – Direito ob+etivo Conceitos i!ortantes !ara o estudo das OBRI"A#$ES s%o: ,AO ./)0DICO: & todo aontei1ento 'a vi'a 'ue o ordenaento  (ur)dico considera re*e+ ante no a1"o 'e 'ireito, -Car*os Ro.erto "on/a*+es0  AOS ./)0DICOS: -str icto sensu – sentido estrito0 s%o a'ue*es 'ue deri+a de u co !o rt a ento 1u ano2 nos 'u ais os e#ei tos +ur2' ios -c ri a/ %o2 conser+a/% o2 odi3 ica/%o ou e4ti n/ %o de direitos0 est%o 3undaent a* ente "revisto na lei , Ne st e ti!o de ato a ani3esta/%o de vonta'e n3o se subor'ina ao a1"o 'a autono1ia "riva'a 'o agente 2 ou se (a 2 o a5 ente n%o !o ssui a 3a cu*dade de o*dar os e3eitos 'u e sua ani3esta/%o de +ontade !rodu6ir7, U e4e!*o 'ue i*ustra essa aus8ncia de autonoia do a5ente no  Ato Jurídico em Sentido Estrito & o recon1eciento de 3i*1o i*e5)tio: Di5aos 'ue ua !essoa te+e u 3i*1o 3ora do casaento, O Estatuto da Crian/a e do  Ado*escente -Lei n9 ,;<=>=;02 e seu arti5o ?<2 !erite 'ue este 3i*1o se(a recon1 ec ido no !r @! rio ter o de nasci en to2 !or test aen to2 edi an te es cr itura2 etc, Nesse caso2 o a5 ente n%o !ossui a autono ia de i !or condi/es !ara o recon1eciento da !aternidade, Dessa 3ora2 e*e n%o !oder7 i !or ao recon1eci ento da !aternidade2 !or e4e!*o2 a condi/%o de n%o contrair nen1ua re*a/%o (ur)dica co o 3i*1o2 +isto 'ue do recon1eciento sur5e e3eitos (ur)dicos !re+istos na nora coo o direito ao noe2 !7trio !oder2 o.ri5a/%o de !restar a*ientos2 direitos sucess@rios2 etc, Os #atos +ur2'ios "o'e1 ser oneitua'os o1o os aonte i1entos4 "re vi stos e1 nor1a 'e Dir eito4 e1 ra53o 'os 6ua is nase14 se 1o'i#ia14 subsiste1 e se e7tingue1 as relações +ur2'ias$ N*GÓCIO ./)0D ICO: ao contr7ri o do s At os u r)dicos e sentido es tr ito2 os ne 5@ci os (u r) di cos con diciona seu s e3eitos (u r)dicos2 !rinci!a*ente2 8 livre 1ani#estaç3o 'e vonta'e 'os agentes , O 'ue !rodu6 os e3eitos (ur)dicos & a +ontade rea* se5undo a 'ua* nu con3*ito entre a +ontade dec*arada e a +on tad e rea* -inten/%o0 !re+a*ece essa *ti a, ,ato .ur2'io interesse ob+etiva'o n3o "o'e ser regula'o "elo "artiular e sua satis#aç3o onreti5a-se no 1o'o 'eter1ina'o "ela lei$  .9 no negio  +ur2'io4 o #i1 "roura'o "elas "artes baseia-se na autono1ia 'a vonta'e "riva'a$ 1

Aulas DCivl II

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ULBRA

Curso de Direito

DISCIPLINA: Direito Civil II - Obrigaes

PROFESSOR: Moacir Adiers

CDIGO CIVIL Direito Substancial (para Prof. Moacir default)

CDIGO PROCESSO CIVIL Direito objetivo Conceitos importantes para o estudo das OBRIGAES so:

FATO JURDICO: todo acontecimento da vida que o ordenamento jurdico considera relevante no campo de direito. (Carlos Roberto Gonalves)

ATOS JURDICOS: (stricto sensu sentido estrito) so aqueles que derivam de um comportamento humano, nos quais os efeitos jurdicos (criao, conservao, modificao ou extino de direitos) esto fundamentalmente previsto na lei. Neste tipo de ato a manifestao de vontade no se subordina ao campo da autonomia privada do agente, ou seja, o agente no possui a faculdade de moldar os efeitos que sua manifestao de vontade produzir.

Um exemplo que ilustra essa ausncia de autonomia do agente no Ato Jurdico em Sentido Estrito o reconhecimento de filho ilegtimo: Digamos que uma pessoa teve um filho fora do casamento. O Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 8.069/90), em seu artigo 26, permite que este filho seja reconhecido no prprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura, etc. Nesse caso, o agente no possui a autonomia de impor condies para o reconhecimento da paternidade. Dessa forma, ele no poder impor ao reconhecimento da paternidade, por exemplo, a condio de no contrair nenhuma relao jurdica com o filho, visto que do reconhecimento surgem efeitos jurdicos previstos na norma como o direito ao nome, ptrio-poder, obrigao de prestar alimentos, direitos sucessrios, etc.

Os fatos jurdicos podem ser conceituados como os acontecimentos, previstos em norma de Direito, em razo dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relaes jurdicas.NEGCIO JURDICO: ao contrrio dos Atos Jurdicos em sentido estrito, os negcios jurdicos condicionam seus efeitos jurdicos, principalmente, livre manifestao de vontade dos agentes. O que produz os efeitos jurdicos a vontade real segundo a qual num conflito entre a vontade declarada e a vontade real (inteno) prevalece essa ltima. Fato Jurdico interesse objetivado no pode ser regulado pelo particular e sua satisfao concretiza-se no modo determinado pela lei. J no negcio jurdico, o fim procurado pelas partes baseia-se na autonomia da vontade privada.

Para que o negcio jurdico seja vlido e produza os efeitos regulares so necessrios os seguintes elementos essenciais: a) Agente capaz;

b) Objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel;

c) Forma prescrita ou no defesa em lei.

Os negcios jurdicos podem ser:

a) NULOS (Nulidade Absoluta): - interesse pblico;

- no h efeitos jurdicos reconhecidos;

- cabe de ofcio pelo juiz ou a requerimento de qualquer parte;

- Ex Tunc (retroativos desde a prtica do ato)

- Exemplos: falta de elemento essencial do negcio (capacidade, forma prescrita, licitude do objeto); simulao.

b) ANULVEIS (Nulidade relativa):- interesse privado;

- h efeitos, at que seja anulado;

- s com alegao da parte interessada, aproveita apenas aos que a alegarem;

- Ex Nunc (irretroativos: a partir da sentena)

- Exemplos: um ato do relativamente incapaz sem assistncia; vcios de consentimento e fraude x credores.

ATO ILCITO: so os atos jurdicos realizados em desconformidade com a lei.

O Direito Civil regula as situaes das pessoas desde antes do nascimento (nascituro) at depois de sua morte.

Personalidade jurdica inicia com o nascimento com vida.

RELAO JURDICA uma relao social regulada pelo direito tipificada por norma jurdica, ditando assim o titular do direito subjetivo e o titular do dever jurdico por um objeto atravs de um vnculo. Significa que uma determinada conduta do credor e uma determinada conduta do devedor esto enlaadas de um modo especfico em uma norma de direito. Em sentido amplo, os acontecimentos que instauram modificam ou extinguem relaes jurdicas. Segundo Miguel Reale, "quando uma relao de homem para homem se subsume ao modelo normativo instaurado pelo legislador, essa realidade concreta reconhecida como sendo jurdica". OBRIGAES: o campo de atuao das atividades (lcitas) econmicas e produtivas.

RESPONSABILIDADE INDENIZATRIA: ato de indenizar por danos (morais e/ou materiais) ocorre com a prtica de ato ilcito ou lcito, quando causar danos a outrem.

Exemplo: acidente de trnsito; filho quebra vidraa do vizinho jogando bola; indstria que cause danos a comunidade.

CC

Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

DIREITO DAS OBRIGAES: se reveste de importncia social. o campo de atuao de toda atividade econmica lcita. Tambm engloba dever de indenizar (conseqncia de ato ilcito) a responsabilidade. Tambm indeniza conseqncia de ato lcito, como por exemplo, atropelar ao dirigir, independente de culpa.

Conceito segundo Maria Helena Diniz: O Direito das Obrigaes consiste num complexo de normas que regem a relao jurdica de ordem patrimonial, que tm por objeto prestaes de um sujeito em pronto de outro.CONCEITO DE OBRIGAO

Obrigao uma relao jurdica, de carter transitrio (ou seja, por pouco tempo), que estabelece entre duas ou mais pessoas em virtude da qual uma delas credor tem o objetivo de exigir da outra devedor - uma prestao do negcio jurdico firmado, geralmente, as relaes jurdicas obrigacionais so de ordem econmica. Em toda a obrigao existe a submisso a uma regra de conduta.

no Direito Obrigacional que se posiciona um problema fundamental: de um lado, a liberdade do indivduo, sua autonomia em relao aos demais membros da sociedade e, de outro lado, a exigncia dessa mesma sociedade ao entrelaamento de relaes, que devem coexistir harmonicamente.

Segundo Venosa, o Direito das Obrigaes disciplina essencialmente trs coisas: Relaes de intercmbio de bens e prestao de servio entre as pessoas - obrigaes negociais;

Reparao de danos que uma pessoa causa a outra - responsabilidades civis em geral, ou em sentido estrito;

Benefcios indevidamente auferidos com o aproveitamento de bens ou direitos de outras pessoas, a sua devoluo ao respectivo titular - enriquecimento sem causa.

OBSERVAO: A obrigao tem carter transitrio, pois essa relao jurdica nasce com a finalidade de extinguir-se, aps o cumprimento e com a satisfao do credor.OBRIGAO COMO TOTALIDADE OU COMO PROCESSO

A obrigao pode ganhar duas conotaes: TOTALIDADE: um sentido mais geral, contexto socioeconmico e jurdico, ou seja, o termo obrigao na sua totalidade designa tudo o que a lei ou mesmo a moral determina a uma pessoa. O dever de prestar do devedor, e o direito de admitir do credor. O direito tem o dever, e vice-versa. O direito de prestar e o direito de dever. No existe uma conduta de algum, sem repercutir no social.

PROCESSO: tem um sentido sociolgico: maneira que se capta a vontade das pessoas. Que se destina de pequenas atividades que o devedor deve realizar, e no final se de o devido comprimento. Para que tal negocio determinado seja comprido, deve haver um processo de obrigao onde A e B ainda mantm um vinculo, deve ser cumprido o prometido, e no exato momento que o devedor finaliza a sua obrigao de A e B se desfazer o vinculo obrigacional. DIREITO DE PRESTAR, E O DEVER EXIGIR. Pode-se vincular um negcio jurdico obrigacional em 3 fases: Exgena: fatos que atuam de fora para dentro, despertando ateno/interesse. Por exemplo: um objeto/produto numa vitrine chama a ateno;

Endgena: da psique para fora. Deliberao da convenincia, da necessidade, da utilidade do produto;

Manifestao volitiva: conduta que manifesta a vontade. Comportamento que expressa o que foi deliberado. Interesse de uma pessoa: De fora para dentro, deliberao que

atua na psique do individuo, automaticamente ele ira desenvolver o seu interesse, apresentado pela propaganda, decidindo se isso ser til ou no, assim demonstrando atravs das suas atitudes seguintes.

OBSERVAES:

Num processo a prestao (objeto do negocio jurdico obrigacional) deve satisfazer os dois lados, credor e devedor. O devedor deve cumprir a obrigao assumida entregando o objeto devido. Partes manifestam vontade em sentido paralelo e oposto (um tem a inteno de comprar, outro de vender).

O negcio jurdico obrigacional est polarizado pelo seu cumprimento/adimplemento.DISTINO ENTRE DIREITO DAS OBRIGAES E DIREITOS REAISDIREITO DAS OBRIGAES (Pessoal)DIREITOS REAIS

Eficcia Relativa: a prestao (objeto) fica restrita a esfera jurdica do devedor e do credor. Seu descumprimento s pode se dar ou pelo credor ou pelo devedor Eficcia Absoluta (erga omnes): para todos os integrantes de uma sociedade. Extrapola a esfera do proprietrio. Nenhum estranho pode praticar ato que possa produzir empecilho quanto ao exerccio do direito sobre a coisa.

Carter transitrio (ou seja tem pouca durao)Carter permanente

No possui direito de seqelaDireito de seqela/seguimento: possibilidade de exigir que a coisa seja devolvida por quem estiver com ela indevidamente. Direito de seguir a coisa onde quer que se encontre

No possui direito de prefernciaDireito de preferncia: consiste no poder atribudo ao titular de afastar todos os direitos incompatveis com o seu, que posteriormente se tenham constitudo sobre a mesma coisa. Por exemplo: no caso de um imvel ser hipotecado em vrios graus, para vrios credores, a preferncia daquele que efetuar o primeiro registro.

Principio numerus apertus: dado as partes estabeleceram outras figuras contratuais que no esto no negcio jurdico. No precisa seguir as normas (Principio dispositivo) Art. 481, CC e seguintesPrincpio numerus clausus: as partes no podem estabelecer outros direitos reais que no esto previstos nas normas.

SEPARAO DE PLANOS: Obrigacional e Real

No Direito Brasileiro vige o princpio da separao de planos: Obrigacional e Real:1) A Escritura de Compra e Venda no gera posse, est inserida no plano das obrigaes, gera efeito pessoal; no momento em que ocorre o registro junto ao CRI, passa a fazer parte do plano dos direitos reais.2) No caso de veculo (coisas mveis), s se transmitem pela tradio (dar a chave do carro). Quem tem a posse o proprietrio, Juris Tantum: presuno que admite prova em contrrio; Juris et de jure: presuno de natureza absoluta, no se admite outra prova.3) Certido de casamento, presuno de natureza absoluta.ELEMENTOS ESTRUTURANTES DE UMA RELAO JURDICA OBRIGACIONAL1 Sujeito

Determinao Subjetiva

Perfeita Determinao Subjetiva

Indeterminao Subjetiva do Credor

Mudanas Subjetivas

2 Objeto

Conceito

Requisitos de validade do Objeto

Possibilidade

Determinabilidade

Lcito

3 Vnculo

4 Garantia

5 Patrimonialidade

6 Tutela Jurdica

1 SUJEITO: Numa relao jurdica obrigacional sempre ter que existir duas ou mais pessoas:

CREDOR (sujeito ativo): a pessoa a quem se proporciona a vantagem resultante da prestao, o titular do interesse que o dever de prestar visa satisfazer; DEVEDOR (sujeito passivo): a pessoa sobre a qual recai o dever especfico de realizar a prestao. DETERMINAO SUBJETIVA: Como regra geral, sabe-se quem o devedor e quem o credor PERFEITA DETERMINAO SUBJETIVA, porm pode ocorrer de no saber-se quem o credor no momento da concreo INDETERMINAO SUBJETIVA DO CREDOR. Por exemplo, os seguintes artigos do CC:CC

Art. 467. No momento da concluso do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigaes dele decorrentes.

Art. 854. Aquele que, por anncios pblicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condio, ou desempenhe certo servio, contrai obrigao de cumprir o prometido. (ONDE O NEGOCIO JURICO NO NECESSITA DE OUTRA PESSOA PARA SUBEXISTIR.) Art. 905. O possuidor de ttulo ao portador tem direito prestao nele indicada, mediante a sua simples apresentao ao devedor.

Art. 1.799. Na sucesso testamentria podem ainda ser chamados a suceder:

I - os filhos, ainda no concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucesso;

OBSERVAO:

Indeterminao do credor tem um limite temporal. No momento da concreo do negcio jurdico, pode surgir indeterminao do credor, que tem carter temporrio somente at o cumprimento da obrigao. Caso no seja identificado o credor no momento do adimplemento, o negcio tornar-se- nulo. MUDANAS SUBJETIVAS: Durante o decorrer da vigncia de uma relao jurdica obrigacional podem ocorrer vrias mudanas em relao ao sujeito. Estas mudanas no afetam a validade da relao jurdica obrigacional proposta. Por exemplo, os seguintes artigos do CC:Art. 286. O credor pode ceder o seu crdito, se a isso no se opuser a natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor; a clusula proibitiva da cesso no poder ser oposta ao cessionrio de boa-f, se no constar do instrumento da obrigao.

TRANSMISSO DE CRDITO DA OBRIGAO ATRAVS DE CESSO DE DIREITOS

Art. 299. facultado a terceiro assumir a obrigao do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assuno, era insolvente e o credor o ignorava.

Pargrafo nico. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assuno da dvida, interpretando-se o seu silncio como recusa.

MUDANA SUBJETIVA DO DEVEDOR

Art. 346. A sub-rogao opera-se, de pleno direito, em favor:

II - do adquirente do imvel hipotecado, que paga a credor hipotecrio, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para no ser privado de direito sobre imvel;

MUDANA DO CREDOR E DO DEVEDOR

Art. 1.784. Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios.

TRANSMISSO POR MORTE DO DEVEDOR E/OU DO CREDOR

OBSERVAO: Morte da pessoa transmite obrigao para herdeiros e sucessores de forma automtica: morte causa de transmisso da relao obrigacional sem que seja maculada a verdade. Porm os herdeiros iram sanar a divida, com o que receberam de herana. Se os mesmo no receberem o suficiente para sanara divida, no precisaram desfrutar do prprio patrimnio para sanar a prestao.

2 OBJETO: O objeto da relao jurdica obrigacional a PRESTAO (consiste na conduta que o devedor deve ter para que a obrigao possa ser cumprida ao credor, ou seja, a atividade ou a ao do devedor). atravs do comportamento do devedor que se d o cumprimento. Poder ser:a) OBJETO IMEDIATO: conduta do devedor para cumprir a obrigao;b) OBJETO MEDIATO: Objeto material ou imaterial o prprio bem da vida - sobre o qual incide a prestao, ou seja, bem da vida que ser entregue ao credor.

REQUISITOS DE VALIDADE DO OBJETO: so os mesmo do ato jurdico: possvel, determinado e lcito. POSSIBILIDADE: Pode ser fisicamente possvel ou jurdica impossvel. Possibilidade fsica quando passvel de ser realizada pelas pessoas em geral, mesmo que no seja o devedor. Quando no for a prestao realizada nem pelo devedor, nem pela generalidade das pessoas h uma impossibilidade fsica tornando nulo o negcio. A impossibilidade jurdica quando nos casos em que por fora da ordem jurdica, no possvel realizar o objeto da obrigao. DETERMINABILIDADE: quando no estando concretamente determinada na sua individualidade, est enunciado critrios de escolha que permitam a sua determinao. Se no houver qualquer critrio de determinao da prestao, em princpio nulo o negcio de que emerge a obrigao.

LCITO: A prestao deve atender aos ditames da moral, dos bons costumes e da ordem pblica, sob pena de nulidade. No pode ofender a lei. ilcito contratar assassinato, elaborar contrato para a manuteno de relaes sexuais, etc.

3 VINCULO: o elo que se estabelece enquanto persistir a relao jurdica obrigacional entre o devedor e o credor. Tem as seguintes caractersticas: Legitima a expectativa do credor de que o devedor pratique uma conduta para cumprir com sua obrigao; Sugere uma subordinao do devedor em relao ao credor;

Tem carter de executividade eminentemente patrimonial, tendo em vista que o credor tem meios que o ordenamento jurdico coloca disposio para a satisfao de seu crdito. o ncleo da relao jurdica obrigacional, imutvel, mesmo que opere mudanas subjetivas, ou seja, mudanas de sujeito por exemplo.

Devedor tem o DEVER de prestar e o DIREITO de prestar.

Credor tem o DIREITO de exigir e o DEVER de cooperar. Cooperar com o devedor possibilitando que seja satisfeito o dever de prestar do devedor. O credor somente poder exigir aquele objeto (prestao) relacionado relao jurdica obrigacional firmada, por exemplo, no poder exigir uma prestao onerosa.

na relao jurdica obrigacional deve existir cooperao necessria entre o credor e o devedor para que a prestao realize-se.

Quando o credor no aceita a prestao, o devedor tem meios jurdicos para se proteger, bem como, o credor tem meios determinados pelo ordenamento jurdico para satisfazer sua pretenso na hiptese do devedor adimplir. O cumprimento da prestao da relao jurdica obrigacional depende do devedor com a necessidade de cooperao do credor.

NO EXISTE DIREITO DESVINCULADO DE UMA OBRIGAO

4 GARANTIA: O sistema jurdico determina que a partir da concreo da relao jurdica obrigacional, todo o patrimnio do devedor (presente e futuro) fica vinculado a satisfao do crdito (em sentido amplo, designando obrigao) em favor do credor. O credor pode exigir outras garantias especficas.CC

Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:

I - mquinas e instrumentos de agricultura;

II - colheitas pendentes, ou em via de formao;

III - frutos acondicionados ou armazenados;

IV - lenha cortada e carvo vegetal;

V - animais do servio ordinrio de estabelecimento agrcola.

Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:

I - os imveis e os acessrios dos imveis conjuntamente com eles;

II - o domnio direto;

III - o domnio til;

IV - as estradas de ferro;

V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham;

VI - os navios;

VII - as aeronaves.

VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; (Includo pela Lei n 11.481, de 2007)IX - o direito real de uso; (Includo pela Lei n 11.481, de 2007)X - a propriedade superficiria. (Includo pela Lei n 11.481, de 2007) 1o A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se- pelo disposto em lei especial. (Renumerado do pargrafo nico pela Lei n 11.481, de 2007) 2o Os direitos de garantia institudos nas hipteses dos incisos IX e X do caput deste artigo ficam limitados durao da concesso ou direito de superfcie, caso tenham sido transferidos por perodo determinado. (Includo pela Lei n 11.481, de 2007)CC

Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigaes respondem todos os bens do devedor.CPC

Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigaes, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restries estabelecidas em lei.

A garantia (genrica) da realizao da prestao no se restringe a estes dois artigos acima, tambm se aplica aos crditos quirografados.Crdito Quirografrio: Significa o crdito simples, sem qualquer vantagem sobre outras categorias de crdito, os chamados, em relao aos quirografrios, crditos preferenciais. De regra, todo crdito quirografrio, sendo crdito preferencial aquele com vantagem concedida pela lei a certos credores para terem prioridade sobre os concorrentes no recebimento do crdito. Crdito quirografrio no tem garantia real.

5 PATRIMONIALIDADE: Toda prestao deve ser afervel economicamente, devendo ser diretamente ou indiretamente patrimonial. O carter econmico um dos requisitos da obrigao. Uma obrigao que no possa resumir-se, em sntese, a apreciao pecuniria, ficar no campo da moral, no ser jurdica. A prestao deve ser suscetvel de ser avaliada em dinheiro. Quando o contedo da obrigao moral e houver o descumprimento, a prestao ser indenizao por perdas e danos. Por exemplo: se algum se apropriar da autoria de uma obra, a prestao ser indenizao por danos.

6 TUTELA JURDICA: So meios que o ordenamento jurdico coloca a disposio como forma de fazer com que a prestao seja realizada, tanto para o devedor como para o credor.

Exemplos de tutela jurdica para o credor: tutelar o interesse do credor, quando houver descumprimento das obrigaes do devedor.CPC

Art. 646. A execuo por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (art. 591).

CC

Art. 389. No cumprida obrigao, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.

O devedor poder valer-se de tutela prevista na lei como meio para livrar-se do vnculo, se encontrar dificuldades colocadas pelo credor.

Exemplos de tutela jurdica para o devedor: se o devedor tem o dever primrio de adimplir, ele tem o direito de fazer a prestao.CC

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigao, o depsito judicial ou em estabelecimento bancrio da coisa devida, nos casos e forma legais.

Art. 335. A consignao tem lugar:

I - se o credor no puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitao na devida forma;CPCArt. 890. Nos casos previstos em lei, poder o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignao da quantia ou da coisa devida.

PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DAS OBRIGAES

IMPORTNCIA: Os princpios so estabelecidos de forma expressa pelo legislador. O mbito das possibilidades jurdicas (sentido de interpretao), determinado pelos princpios e regras opostos, independentemente da existncia de lei.

Conforme, Robert Alexy, os princpios so mandatos de otimizao, "que esto caracterizados pelo fato de poderem ser cumpridos em diferente grau e que a medida de seu cumprimento no s depende das possibilidades reais seno tambm das jurdicas".

PRINCPIO AUTONOMIA DA VONTADE: quando as partes assumem uma relao jurdica obrigacional voluntariamente emanada de um ato de vontade. Fonte por excelncia de concreo de uma obrigao. Vontade humana capaz de produzir obrigaes JURGENA.

PRESSUPOSTO: liberdade do indivduo que atua no sentido de permitir a celebrao de uma relao jurdica obrigacional podendo escolher a modalidade da obrigao e estabelecer as condies igualdade jurdica de condies de ambas as partes credor e devedor.DESDOBRAMENTOS DO PRINCPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE:1) Liberdade de escolha das partes vincular-se ou no contratualmente com quem quer queira;

2) Liberdade para escolher o tipo de obrigao e o tipo de contrato a ser realizado. Existem excees regra de liberdade, nos casos de servios compulsrios gua, luz, telefone;

3) Liberdade de determinar o contedo da obrigao.

PRINCPIO DA BOA F: a base das relaes jurdicas, parte-se do pressuposto de que as partes esto agindo de boa-f.

a conduo de cumprimento das partes dentro dos conceitos de lealdade e probidade, no causando dano na esfera prpria do outro para as etapas de uma relao jurdica obrigacional, que so:

TRATATIVAS -> CONCREO -> DESENVOLVIMENTO CUMPRIMENTO (Adimplir)

Boa-f a conduta na concreo (surgimento), no desenvolvimento e no cumprimento (adimplemento) da obrigao. A boa-f traduz a circunstancia das partes se conduzirem com lealdade e probidade pautando sua atuao numa conduta leal e honesta, de modo a no causar leso a esfera jurdica prpria, do outro ou alheira, traduz-se tambm, na cooperao e confiana recprocas de modo a que se cumpram os deveres de informao e o esclarecimento ao contedo da relao e respeito e conservao a esfera jurdica de ambos. Consiste na guarda, fidelidade a palavra emprenha, bem como, no fraudar ou abusar da confiana. (Moacir Adiers) ... uma atuao refletida, uma atuao refletindo, pensando no outro, no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses legtimos, suas expectativas razoveis, seus direitos, agindo com lealdade, sem abuso, sem obstruo, sem causar leso ou desvantagem excessiva, cooperando para atingir o bom fim das obrigaes: o cumprimento contratual e a realizao dos interesses das partes. (Silvio Venosa)Todo o direito repousa na tica, na solidariedade e na sociabilidade

Na anlise do princpio da boa-f dos contratantes, devem ser examinadas as condies da relao jurdica obrigacional realizada, o nvel sociocultural dos contratantes, o momento histrico e econmico.

Boa-f objetiva: intrinsecamente pessoal. Passa-se na mente da pessoa.

Boa-f subjetiva: Traduz nos comportamentos adotados pelas partes, se so adequados ou no.H trs funes ntidas no conceito de boa-f objetiva:

a) Funo interpretativa: paradigma para os negcios jurdicos. Exemplo: compra de uma produo de laranja ainda no colhida por um supermercado, confiando na qualidade do produto que estava contaminado por alguma doena.CC

Art. 113. Os negcios jurdicos devem ser interpretados conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao.

b) Funo de controle dos limites do exerccio de um direito: opera em carter de controle impedindo o abuso do Direito Subjetivo (aquele que faz uso do direito para causar um dano, tornando sua conduta um ato ilcito). Exemplo: caso de quem comprou imvel e logo em seguida apareceu as rachaduras que estavam disfaradas.CC

Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos bons costumes.

c) Funo de integrao do negcio jurdico: estimular ao integrativa.CC

Art. 422. Os contratantes so obrigados a guardar, assim na concluso do contrato, como em sua execuo, os princpios de probidade e boa-f.

Utiliza-se Ao Anulatria, para anulao da relao jurdica obrigacional que ferir o princpio da boa-f. PRINCPIO DA SOCIALIDADE: representa a prevalncia dos valores coletivos sobre os individuais; convivncia harmnica do indivduo. O ser humano tem a faculdade em buscar a sua satisfao. Esta faculdade reconhecida e tutelada pelo Direito. Est sempre referida a uma finalidade que deve reputar em conformidade com os direitos da sociedade, uma vez que o homem vive em sociedade. O interesse particular do indivduo no pode colidir com o interesse coletivo.TAXONOMIA: a cincia que estuda as classificaes. Determina qual a natureza dos fatos obrigacionais para saber qual a linha de defesa. Deve-se saber qual fato jurdico estamos examinando, logo descobrir como o mesmo esta exposta no cdigo, para a soluo do problema.Objetivo: APLICAO SILOGSTICA: a necessidade de se determinar a classificao do fato para termos:

PREMISSA MAIOR (o fato)

PREMISSA MENOR (a lei que se aplica ao caso)CONCLUSO (resultado jurdico)

CRITRIOS: O primeiro critrio relaciona com o tipo de prestao que determina que a obrigao decorre do devedor: POSITIVO: o devedor pratica uma ao dirigida ao cumprimento da obrigao tipicamente objetiva dar (coisa certa e coisa incerta), restituir e fazer (fungvel e infungvel). DAR: aquela que o devedor compromete-se a entregar uma coisa mvel ou imvel ao credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular. A tradio imprescindvel. COISA CERTA: especfica. Coisa certa ser a coisa determinada, perfeitamente caracterizada, diferente de todas as demais da mesma espcie. Por exemplo: Transmisso de posse, prestao de coisas. No pode se confundir com outra da mesma espcie ou qualidade, onde s desrespeita a uma determinada coisa e no a outra. CC

Art. 233. A obrigao de dar coisa certa abrange os acessrios dela embora no mencionados, salvo se o contrrio resultar do ttulo ou das circunstncias do caso.Art. 246

COISA INCERTA: genrica - abstrata. Tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gnero e no uma coisa especfica. Por exemplo: entregar uma tonelada de trigo (faz referncia a coisa indeterminada, mas suscetvel de oportuna determinao); entregar 10 cavalos rabes de um haras.CC

Art. 243. A coisa incerta ser indicada, ao menos, pelo gnero e pela quantidade.

RESTITUIR: O devedor deve cumprir a obrigao ao credor quando estiver na posse da coisa, ou seja, o credor deve receber em retorno aquilo que lhe j pertence. Por exemplo: ocorre no comodato, na locaoCC

Art. 238. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda.

FAZER: devedor assume dever de fazer prestar servios (Art. 593 a 609, CC) atividade do devedorFUNGVEL: a pessoa do devedor pode ser substituda, ou seja, delega o cumprimento da obrigao a terceiro. Por exemplo: contratado um pintor de parede que utiliza seus empregados para fazer a atividadeCC

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

INFUNGVEL: quando o devedor insubstituvel. Por exemplo: pintor de um quadro; cirurgia plstica com Dr. Pitangui.CCArt. 247. Incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel.

NEGATIVO: necessria a inrcia. NO FAZER: o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato, que poderia livremente se no tivesse assumido o compromisso. Por exemplo: se compromete a no construir um muro na divisa de seu terreno, para no tolher a viso do vizinho, e vem a ser intimado pelo poder pblico a faz-lo. Desta forma extingue-se a obrigao de no construir o muro, no configurando descumprimento (neste caso vale o princpio da imposio de quem tem o poder Fatum principis). Deixar de realizar.CC

Art. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido.

BENFEITORIA: realizaes em terreno alheio

ACESSO: realizao no meu prprio terreno

CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS OBRIGAES:1 Modo de Execuo: Modo de realizar a prestao para o credor. Obrigao Simples: Podemos enquadra-se todos os tipos obrigacionais encontram-se no singular: existi um credor, um devedor e um objeto. Obrigao Composta: Generalidades

Modalidades

Cumulativas: So devidos mais de um objeto como forma de adimplemento. A execuo de dois objetos ao mesmo tempo. Deve-se mais de uma coisa, que devem ser prestado mais de uma vez. Alternativas: O devedor deve entregar um dos objetos determinados, cumprindo assim com a obrigao. (concentrao); Facultativas: Obrigao com faculdade de substituio.2 Tempo de Adimplemento Instantneo

Diferido

Continuado

3 Finalidade De meios

De Resultado De Garantia

4 Elementos acidentais

Condicionais

A termo

Modais ou encargo

5 Sujeitos ou elementos

Divisveis

Indivisveis

Solidrios

6 Liquidez Lquidos

Ilquidos

7 Exigibilidade Cveis

Naturais

8 Eficcia Unilaterais

Bilaterais

9 Interdependncia Principais

Acessrias

10 Local de cumprimento Quesveis

Portveis

Critrio 1 MODO DE EXECUO: a maneira que se executa uma obrigao. Pode ser: OBRIGAO SIMPLES: todos os elementos esto indicados no singular (um devedor, um credor, um objeto). Produz um nico efeito, liberando-se o devedor quando cumprir a prestao a que se obrigara, seja ela de dar, restituir, fazer ou no fazer. OBRIGAO COMPOSTA: (=composio), uma relao mltipla, onde um dos elementos ou todos os elementos esto no plural. Pode ser nas seguintes modalidades: Cumulativas: consiste num vinculo jurdico pelo qual o devedor assume o compromisso de realizar diversas prestaes, de tal modo que no se considerar cumprida a obrigao at a execuo de todas as prestaes prometidas.Exemplo: na relao jurdica obrigacional onde X se compromete a entregar a Y uma bicicleta e uma moto. Assim s se considerar adimplida a obrigao aps a entrega de todos os objetos de uma s vez. Alternativas: caracteriza-se quando a relao jurdica obrigacional compe-se de dois ou mais objetos distintos, sendo que para adimplir a obrigao o devedor poder escolher um deles. Como regra geral o devedor que escolhe o que lhe for menos oneroso, mas a tarefa de escolha poder ser do credor se for expresso na relao jurdica obrigacional. Exemplo: o devedor se compromete a construir uma piscina ou a pagar a quantia equivalente ao seu valor, ficar livre da obrigao se realizar uma dessas prestaes.

OBSERVAO: Juridicamente o ato de escolher chama-se CONCENTRAO. Na escolha do objeto no momento de adimplir chama-se CONCRETIZAO.

CC

Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou.

1o No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra.

2o Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo.

3o No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberao.

4o Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, caber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeqvel, subsistir o dbito quanto outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, no se puder cumprir nenhuma das prestaes, no competindo ao credor a escolha, ficar aquele obrigado a pagar o valor da que por ltimo se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestaes se tornarem inexeqveis, poder o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestaes se tornarem impossveis sem culpa do devedor, extinguir-se- a obrigao Facultativa (denominao melhor seria obrigao com faculdade de substituio no est prevista do CC): aquela que no momento da concretizao da relao jurdica obrigacional previsto, atravs de clusula especfica, a possibilidade de substituir a prestao por outra. Nesta modalidade no possvel a escolha, mas sim a substituio da prestao. Exemplo: X tem que entregar uma moto a Y, previsto a substituio da moto pelo valor em espcie de R$ 5.000,00Critrio 2 TEMPO DE ADIMPLEMENTO: quando deve ser cumprida a obrigao, ou seja, tempo previsto para que adimplemento se realize. Pode ser: INSTANTNEO: espao de tempo entre a concreo da relao jurdica obrigacional e o seu adimplemento. Este tempo mnimo, praticamente no mesmo instante em que se consuma o ato. Exemplo: comprar um chocolate no bar. a relao mais simples de compra e venda (juridicamente diz-se toma l d c. DIFERIDO: entre a concreo e o adimplemento, h um espao de tempo (lapso temporal). Caracteriza-se, alm do lapso de tempo, pela previso de que a prestao dever ser cumprida de uma s vez e por inteiro. Exemplo: X assina um compromisso com Y onde X compra um automvel e Y dever entregar-lhe em 30 dias. CONTINUADO ou OBRIGAO DE EXECUO PERIDICA: quando se protrai no tempo caracterizando-se pela prtica ou absteno de atos reiterados, solvendo-se num espao mais ou menos longo de tempo. Alm de, no ser cumprida no momento da concreo, o seu cumprimento se d em perodos a cada execuo da prestao, ou seja, do cumprimento parcial, no se extingue a relao jurdica obrigacional. Exemplo: contrato de locao; imvel financiado pelo sistema financeiro de habitaoCritrio 3 FINALIDADE OU CONTEDO DA OBRIGAO: o que as partes tm em vista com a celebrao do negcio jurdico. As finalidades so: DE MEIOS: aquela obrigao assumida com objetivo (essncia) de empregar seus conhecimentos e meios para obter um determinado resultado que pode ou no ser satisfatrio. Ou seja, aquela em que o devedor se obriga to somente a usar de prudncia e diligncia normais na prestao de certo servio para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obt-lo. Exemplo: medicina (mdico assume o compromisso de fazer todo o possvel para curar de determinada doena, mas no existe a garantia de atingir o objetivo); advocacia (advogados assumem o compromisso de fazer a defesa sem no entanto ter a certeza que a absolvio ser atingida). DE RESULTADO -> o contrrio das obrigaes de meios, o resultado o fim. O devedor necessita obter o resultado a que assumiu sob pena de ser considerada inadimplida a obrigao. Exemplo: cirurgio plstico (assume o compromisso de resolver determinado problema esttico satisfazendo seu cliente); advogado (s recebe honorrios se o resultado da ao for favorvel a parte). DE GARANTIA -> quando algum assume o compromisso de cumprir a obrigao assumida pelo devedor, ou seja, a que tem por contedo a eliminao de um risco, que pesa sobre o credor. Exemplos: fiana (contrato de locao); penhor; hipoteca; o seguro tambm uma obrigao de garantia. / Vinculam um terceiro que se prepe a garantir, o devedor de pagar ou de adimplir do devedor. CC

Art. 818. Pelo contrato de fiana, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigao assumida pelo devedor, caso este no a cumpra. / Art. 757.Critrio 4 ELEMENTOS ACIDENTAIS: no fazem parte da estrutura da relao jurdica obrigacional, so estipulaes ou clusulas adicionadas no negcio visando modificar conseqncias naturais, como por exemplo, condio (evento futuro e incerto), modo, encargo, termo. Sua presena dispensvel para a existncia da relao jurdica obrigacional. CONDICIONAIS -> uma obrigao condicional quando seu efeito (eficcia), total ou parcial, depende de um acontecimento futuro e incerto. A condio pode ser:Resolutiva: negcio jurdico existe, vlido, mas deixa de produzir efeito no momento em que ocorre evento futuro. Ou seja, subordinam a ineficcia do ato negocial a um evento futuro e incerto, enquanto a condio no se realizar, vigorar o negcio jurdico, podendo exercer-se desde o momento deste o direito por ele estabelecido, mas verificada a condio, para todos os efeitos se extingue o direito a que ele se ope. Exemplo: compra e venda de uma fazenda sob a condio de o contrato se resolver se gear nos prximos 3 anos.

Suspensiva: negcio jurdico existe desde sua constituio, vlido e ineficaz; com o evento futuro e incerto, passa a gerar eficcia. Ou seja, quando os contraentes protelarem, temporariamente, a eficcia do negcio at a realizao de evento futuro e incerto. Exemplo: compra com reserva de domnio (condio suspensiva em relao a propriedade do bem, que s ser tornar eficaz com o cumprimento da obrigao); contrato de compra e venda de um quadro X s produzir efeitos se for aceito numa exposio internacional. A TERMO -> clusula acessria em que as partes subordinam os efeitos da relao jurdica obrigacional a um acontecimento futuro e certo. O termo o dia em que comea (inicial) ou se extingue (final) a eficcia do negcio jurdico. Pode ser:

Termo inicial: quando se fixa o inicio da vigncia do negcio jurdico, produzindo exigncias e efeitos.

Termo final: quando determina a data final da vigncia do negcio jurdico, cessando as exigncias e os efeitos.Exemplo: contrato de locao MODAIS ou ENCARGO -> a que se encontra onerada com um modo ou encargo, isto , por clusula acessria, que impe um nus pessoa natural ou jurdica contemplada pela relao creditria. Normalmente ocorre em negcios gratuitos doao; no realizando o encargo, doao pode ser revertida. Exemplo: obrigao de construir uma escola num terreno doado a uma pessoa.Critrio 5 SUJEITOS OU ELEMENTOS: a forma que as obrigaes sofrem impactos. Podem ser: DIVISVEIS -> permitem parties homogneas e distintas sem alterao das qualidades essncias do objeto, assim, a obrigao divisvel aquela cuja prestao suscetvel de cumprimento parcial, sem prejuzo de sua substancia e de seu valor. So os casos em que pode haver mais de um devedor e mais de um credor ou somente mais de um deles (credor ou devedor) pluralidade de sujeitos. Exemplo: emprestar dinheiro em um mesmo negcio jurdico a mais de um devedor e cada um prestar contas de sua cota.INDIVISVEIS -> quando h pluralidade de sujeitos e o objeto indivisvel, tem que ser cumprida por inteiro. A indivisibilidade decorre da natureza do objeto; do motivo de ordem econmica; de disposio contratual, devendo ser claramente estipulada por meio de clusulas. Pode ser ainda decorrente de expressa definio de lei. Diz-se absoluta quando a indivisibilidade natural da coisa.Exemplo: A e B comprometem-se a entregar a C um animal, qualquer um dos devedores pode cumprir a obrigao.

SOLIDRIOS -> aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, cada credor ter direito a totalidade da prestao, como se fosse o nico credor, ou cada devedor estar obrigado pelo dbito todo, como se fosse o nico devedor, ou seja, h uma pluralidade subjetiva e uma unidade objetiva, sendo que cada credor ou cada devedor tem o direito de receber a obrigao de uma s vez. Solidrios no se presumem, mas sim decorrem de uma lei ou de uma conveno estabelecida entre as partes na relao jurdica obrigacional. A relao jurdica obrigacional permanece para regular os efeitos internos. Exemplo: Se A e B causarem danos no prdio de C, no valor de R$ 100.000,00, como a obrigao solidria, poder exigirse o pagamento somente do B, assim A ficar exonerado perante C, mas A ficar com a obrigao de pagar a parte que lhe cabe a B. relao jurdica obrigacional permanece para regular os efeitos internos.Critrio 6 LIQUIDEZ: quanto a liquidez do objeto. Pode ser: LQUIDOS -> a obrigao certa sua existncia, e determinada quanto ao seu objeto. Constitui de pleno direito o devedor em mora se no for cumprida no seu termo. Exemplo: X toma emprstimo de uma certa importncia de Y, ambos sabem o que devido, condies e data que ser o adimplemento sei que devo e o que devo.

ILQUIDOS -> quando faltam requisitos de liquidez. Exemplo: num acidente de trnsito, estabelecida a responsabilidade obrigatria, sem que esteja determinado o valor da prestao. Depois de estabelecido o valor indenizatrio (que pode ser por deciso judicial) que ser definida a liquidez. (Art. 1533, de 1916)Critrio 7 EXIGIBILIADE: CIVEIS -> Obrigao civil dotada de obrigao de exigir o cumprimento da obrigao pelo devedor, isto , existe a pretenso do credor em exigir o cumprimento.

NATURAIS -> so obrigaes que existem, tem validade, mas esto desvestidas de pretenso jurdica. Exemplo: ttulo de crdito que j tenha sua exigibilidade anulada por prescrio por decurso de prazo.OBSERVAO: quando atingido a pretenso pela prescrio ou decadncia a obrigao deixa de ser civil para se tornar natural.Prescrio: a extino em virtude da inrcia do credor por certo prazo de tempo. No extingue o direito, mas sim a pretenso.Decadncia: a extingue o direito

VER ESTES CONCEITOS MELHOR.Critrio 8 EFICCIA: UNILATERAIS -> quando a obrigao tem nus para um dos sujeitos e o outro tem benefcios. H produo de deveres para um, e para outro, somente direitos. Exemplo: promessa de recompensa; doao de livro para Joo. BILATERAIS -> direitos em ambas as esferas jurdicas. uma obrigao sinalagmtica prestao e contra-prestao. Exemplo: doao de livro para Joo desde que Joo realiza determinada tarefa. Critrio 9 INTERDEPENDNCIA: quando existe dependncia de uma obrigao (acessria) com outra (principal). H obrigaes que nascem e existem por si mesmas independentes. H outras que surgem unicamente para agregar a outras (acessrias). Sua existncia est na razo de ser da obrigao principal e em torna dela gravitam. O carter de acessrio ou principal pode emanar da vontade das partes ou da lei. PRINCIPAIS -> aquela que subsiste por si prpria, no depende de outra obrigao. Exemplo: Contrato de locao

ACESSRIAS -> Pode surgir concomitantemente com a principal ou posteriormente. Podem fazer parte do mesmo instrumento ou em instrumento diverso. A fiana, penhor e a hipoteca (e a anticrese) constituem obrigaes acessrias a uma obrigao principal. Exemplo: Contrato de locao com exigncia de fiador fiana obrigao acessria; contrato de mtuo (emprstimo) a obrigao principal, os juros obrigao acessria dependem da existncia do mtuoCC

Art. 818. Pelo contrato de fiana, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigao assumida pelo devedor, caso este no a cumpra.

Regra Bsica: Obrigao acessria segue a obrigao principal. A extino da principal implica na extino da acessria;

A ineficcia ou nulidade da principal reflete-se na acessria; A prescrio da principal afeta a da acessria;

A obrigao acessria, estipulada por um co-devedor, no poder agravar os demais, sem consentimento, sem consentimento destes; A cesso de crdito abrange todos os acessrios, salvo disposio em contrrio;

A obrigao de dar inclui os acessrios;

A novao extingue o acessrio e garantia do dbito

A obrigao principal, garantida por hipoteca, faz com que esta alcance os juros.Critrio 10 LOCAL DE CUMPRIMENTO: QUESVEIS -> a regra geral. Obrigao se cumpre diante do ato do credor ir ao domicilio do devedor buscar o objeto da prestao. Para mudar esta regra necessrio que exista uma clusula contratual.

Exemplo: Locador (credor) dirige-se ao locatrio (devedor) para reaver a importncia da locao de um imvel. PORTVEIS -> devedor dirige-se ao credor para adimplir a obrigao. Exige clusula expressa nos contratos para que o local de cumprimento seja portvel.OBSERVAO: Atualmente existem as administradoras de imveis, tornando o local de cumprimento PORTVEL.PROPTER REM: Significa que a obrigao decorreu da prpria coisa que algum tem o domnio e a posse, ou seja, esto ligadas titularidade da coisa. No so obrigaes assumidas voluntariamente, nem reclamam manifestao volitiva do devedor.

Exemplo: a obrigao de pagar tributos que incidem sobre a coisa de quem mantm o domnio e a posse Pedro proprietrio do AP 506 do Edifcio X no Condomnio Y, mensalmente Pedro obrigado a partes o seu percentual de despesas de condomnio.

OBRIGAO REAL (Propter Rem): obrigao que acompanha a coisa produtora da obrigao. So ambulatrias, ou seja, obrigao que acompanha a coisa onde se encontra em poder de quem estiver.

Exemplos: - Pedro aliena um imvel para Joo, que passa a ter o direito real, ou seja, a obrigao.- Pedro no paga condomnio a 10 meses. Pedro vende o apartamento a Joo. Joo passa a ser o responsvel pelos valores do condomnio atrasados.- Pedro titular de uma poro de terra tendo divisas com Joo as obrigaes reais so de acordo com o Art. 1287, 1CC

Art. 1.297. O proprietrio tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prdio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele demarcao entre os dois prdios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destrudos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.

1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisrios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, at prova em contrrio, pertencer a ambos os proprietrios confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construo e conservao.

A obrigao real decorre da posse de uma coisa.PRINCIPAIS MODALIDADES OBRIGACIONAIS

OBRIGAO DE DAR: sentido da OBRIGAO DE DAR consiste numa prestao caracterizada atravs de uma conduta ou comportamento que se exige do devedor uma prestao mediante a entrega de algo (transferncia de alguma coisa). Caracteriza-se pela transferncia de propriedade ou posse ou prestao de alguma coisa para que o credor constitua o domnio ou posse ou uso temporrio.

Exemplo: compra de objeto: coisa mvel: entrega do objeto se d pela tradio / coisa imvel: entrega se d pelo registro conforme legislao.

CC

Art. 1.267. A propriedade das coisas no se transfere pelos negcios jurdicos antes da tradio.

Pargrafo nico. Subentende-se a tradio quando o transmitente continua a possuir pelo constituiu possessrio; quando cede ao adquirente o direito restituio da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente j est na posse da coisa, por ocasio do negcio jurdico.

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do ttulo translativo no Registro de Imveis.

1o Enquanto no se registrar o ttulo translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imvel.

Meio tcnico para constituir um penhor real sobre uma coisa a perfeio de um contrato real ou operar a transmisso da posse ou transmisso da esfera jurdica do devedor para o credor o domnio da coisa.Penhor real = prestao garantida

CC

Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferncia efetiva da posse que, em garantia do dbito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou algum por ele, de uma coisa mvel, suscetvel de alienao.

Pargrafo nico. No penhor rural, industrial, mercantil e de veculos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

Transferncia de posse???CC

Art. 565. Na locao de coisas, uma das partes se obriga a ceder outra, por tempo determinado ou no, o uso e gozo de coisa no fungvel, mediante certa retribuio.

LOCAOArt. 579. O comodato o emprstimo gratuito de coisas no fungveis. Perfaz-se com a tradio do objeto.

COMODATO

O negcio jurdico mais importante na obrigao de DAR o contrato de compra e venda.

CC

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domnio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preo em dinheiro.

A obrigao de dar pode ser: dar a coisa certa ou dar a coisa incerta.

1 - DAR A COISA CERTA:

CC

Das Obrigaes de Dar Coisa Certa

Art. 233. A obrigao de dar coisa certa abrange os acessrios dela embora no mencionados, salvo se o contrrio resultar do ttulo ou das circunstncias do caso.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradio, ou pendente a condio suspensiva, fica resolvida a obrigao para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responder este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, no sendo o devedor culpado, poder o credor resolver a obrigao, ou aceitar a coisa, abatido de seu preo o valor que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poder o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenizao das perdas e danos.

Art. 237. At a tradio pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poder exigir aumento no preo; se o credor no anuir, poder o devedor resolver a obrigao.

Pargrafo nico. Os frutos percebidos so do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

Art. 238. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituvel se deteriorar sem culpa do devedor, receb-la- o credor, tal qual se ache, sem direito a indenizao; se por culpa do devedor, observar-se- o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acrscimo coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrar o credor, desobrigado de indenizao.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispndio, o caso se regular pelas normas deste Cdigo atinentes s benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-f ou de m-f.

Pargrafo nico. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-, do mesmo modo, o disposto neste Cdigo, acerca do possuidor de boa-f ou de m-f.

O objeto (prestao) de dar a coisa certa (infungvel) especfico, especial e nico. Vem individualizado, determinado, no podendo ser confundido com outra coisa do mesmo gnero e qualidade. Exemplo: Cdigo da Saraiva -> coisa incerta / Cdigo da Saraiva autografado (consentimento) -> coisa certa

Valor do objeto certo, no pode ser outro objeto de maior valor.

A relao jurdica obrigacional quando no for simultnea a concretizao e o adimplemento, cabe ao devedor a conservao da coisa a ser entregue ao credor de forma ntegra e capaz de satisfazer a prestao.TEORIA DOS RISCOS (dar a coisa certa):

Obrigao est polarizada pelo adimplemento quando concretizado e o credor satisfeito ao receber a coisa certa.

Entre concretizar e a execuo, tiver um lapso de tempo (obrigao diferida) com estabelecimento de termo, a coisa poder sofrer fatores de riscos, ocorrendo dano a coisa.

A teoria dos riscos implica em duas possibilidades, que levam o devedor a no cumprir a prestao:

PERDA: o desaparecimento completo da coisa. Pode ser por dois motivos: por culpa do devedor ou sem culpa.Fato NO imputvel ao devedor (sem culpa): o devedor experimenta o prejuzo, dever devolver a quantia j recebida.

Exemplo: Pedro adquire um veculo por contrato de compra e venda no valor de R$ 100.000,00. R$ 40.000,00 so entregues no ato, ficando o valor de R$ 60.000,00 na entrega do veculo. O veculo vem a ser atingido por um raio fato no imputvel ao devedor (dono do veiculo). Como trata-se de coisa mvel e a posse ocorre por tradio (entrega do objeto na esfera jurdica do credor), o prejuzo ser do devedor, a relao deixa de existir por perda do objeto. O devedor deve devolver a parte j prestada. Fato imputvel ao devedor (culpa): a obrigao se resolve por perda do objeto, sendo que o devedor dever indenizar o credor pelo valor equivalente ao objeto acrescido de indenizao por perdas e danos (culpa em sentido estrito ou dolo) Art. 234, CC.Sempre que houver culpa, isto fundamental, haver direito a indenizao por perdas e danos

DANIFICAO / DETERIORIZAO: quando o objeto da prestao se deteriora, vindo a sofrer diminuio de seu valor ou degradao fsica:

Fato NO imputvel ao devedor (sem culpa): abre-se alternativa em favor do credor que pode concordar em receber o objeto no estado em que se encontra, porm diminuindo-se do valor correspondente a danificao OU resolve-se a prestao com o devedor devolvendo o valor recebido ao credor e o bem danificado no sendo entregue ao credor. Exemplo: Se o credor adquire um cavalo para corrida e o animal vem a contrair molstia que o impede de competir, servindo apenas para reproduo, o comprador poder dar por resolvida a obrigao, se no mais pretender a coisa, ou receber o semovente, abatendo-se o preo respectivo, levando em conta o valor de um animal para reproduo e no mais para competio. Fato imputvel ao devedor (culpa): credor poder receber o objeto danificado e pedir indenizao por perdas e danos (dano moral - sano ao devedor) OU se no interessa ao credor, o credor dever pedir indenizao pelo objeto danificado (danos materiais) mais indenizao de perdas e danos (dano moral).

A tradio da coisa faz cessar a responsabilidade do devedor. Se a coisa perece aps a entrega, o risco suportado pelo comprador.

Se houve fraude ou negligncia do devedor, mesmo aps a entrega, ento o devedor deve ser responsabilizado.

MELHORAMENTOS, ACRSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAO DE DAR A COISA CERTA:

Da mesma forma que o devedor perde quando a coisa desaparece ou perde o valor, o devedor deve ganhar quando h aumento no valor da coisa a ser prestada. (Art. 237, CC) Exemplo: Compra de um animal vaca, que fique prenha antes da tradio.

Caso o devedor promova acrscimo ou melhoria com evidente M-F, para obter maior proveito, este princpio no prevalecer.

Enquanto no ocorrer a tradio, para os mveis, e a transcrio, para os imveis, no h direito real, somente direito de obrigaes.2 - OBRIGAO DE DAR A COISA INCERTA ou COISA GENRICA:

CC

Das Obrigaes de Dar Coisa Incerta

Art. 243. A coisa incerta ser indicada, ao menos, pelo gnero e pela quantidade.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gnero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrrio no resultar do ttulo da obrigao; mas no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorar o disposto na Seo antecedente.

Art. 246. Antes da escolha, no poder o devedor alegar perda ou deteriorao da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito.

O objeto (prestao) a ser entregue na obrigao de dar a coisa incerta, refere-se a uma quantidade de certo gnero e no uma coisa especfica, isto caracteriza uma determinao genrica e no uma indeterminao.

Exemplo: entregar 1 tonelada de feijo; um milho de reais (dinheiro); cem grosas de lpis

Na obrigao de dar coisa incerta, no ato da escolha concentrao, a obrigao passa a ser regida pelos princpios da obrigao de dar a coisa certa - concretizao. Assim o gnero que era abstrato tornar-se concreto. A partir deste momento, o devedor passa a adimplir com a obrigao.CPC

Da Entrega de Coisa Incerta

Art. 629. Quando a execuo recair sobre coisas determinadas pelo gnero e quantidade, o devedor ser citado para entreg-las individualizadas, se Ihe couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicar na petio inicial.

Art. 630. Qualquer das partes poder, em 48 (quarenta e oito) horas, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidir de plano, ou, se necessrio, ouvindo perito de sua nomeao.

Art. 631. Aplicar-se- execuo para entrega de coisa incerta o estatudo na seo anterior.

No h TEORIA DE RISCOS em dar a coisa incerta enquanto no haver a concretizao GNERO no perece (genus nunquam perit), pode ser substitudo por outro produto do mesmo gnero (FUGIVEL).

3 OBRIGAO DE RESTITUIR:

CCArt. 238. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituvel se deteriorar sem culpa do devedor, receb-la- o credor, tal qual se ache, sem direito a indenizao; se por culpa do devedor, observar-se- o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acrscimo coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrar o credor, desobrigado de indenizao.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispndio, o caso se regular pelas normas deste Cdigo atinentes s benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-f ou de m-f.

Pargrafo nico. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-, do mesmo modo, o disposto neste Cdigo, acerca do possuidor de boa-f ou de m-f.

O objeto (prestao) da obrigao em restituir consiste na devoluo da coisa ao credor. Exemplo: contrato de locao; contrato de comodatoTEORIA DOS RISCOS (restituir):

PERDA ou DETERIORIZAO DA COISAFato NO imputvel ao devedor (sem culpa): Vigora o princpio res perit domino. Resolve a obrigao porque desapareceu seu objeto, com ressalva para os direitos do credor at o dia da perda (aluguis, seguros, etc.) Art. 240, CCFato imputvel ao devedor (culpa): Art. 239, CCMELHORAMENTOS, ACRSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAO DE RESTITUIRS: Art. 241 e 242, CC4 OBRIGAO DE FAZER:

CC

Das Obrigaes de Fazer

Art. 247. Incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel.

Art. 248. Se a prestao do fato tornar-se impossvel sem culpa do devedor, resolver-se- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

O objeto (prestao) da obrigao de fazer quando o devedor se compromete a realizar em favor do credor uma determinada atividade no sentido amplo: uma atividade fsica (pintar uma casa, reparar uma mquina, etc.), uma atividade intelectual (escrever um livro, pintar um quadro, etc.), atividades especficas (mdico, advogado, etc.), um ato jurdico (promessa de compra e venda se comprometendo a fazer a escritura). Poder ser:Obrigaes de fazer de natureza infungvel (intuitu personae) quando a pessoa do devedor no admite substituio, podendo ser imposta pela prpria natureza da atividade (pintura de uma tela por determinado pintor) ou estabelecido por contrato (advogado para cuidar de determinado caso), ou mesmo decorrente das circunstancias.Obrigaes de fazer de natureza fungvel quando o cumprimento da obrigao pode se dar pela prtica do ato prprio do devedor ou por algum a mando do devedor com consentimento do credor.DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAO DE FAZER:

As obrigaes devem ser cumpridas (pacta sunt servanda). Contudo as obrigaes de fazer podem ser descumpridas por razes diferentes:

1) ATO VOLUNTRIO DO DEVEDOR: a prestao torna-se impossvel de adimplir por culpa do devedor

2) ATO INVOLUNTRIO DO DEVEDOR: a prestao torna-se impossvel de adimplir sem culpa do devedor, a obrigao se resolve (status quo estado imediatamente anterior) 3) ATO DE VONTADE DO DEVEDOR: a prestao possvel de adimplir mas o devedor resolve no cumpri-la

Se for obrigao de fazer fungvel, poder ser determinado que o credor mande fazer por outras pessoas e as despesas por conta do devedor.

CPCArt. 632. Quando o objeto da execuo for obrigao de fazer, o devedor ser citado para satisfaz-la no prazo que o juiz Ihe assinar, se outro no estiver determinado no ttulo executivo. (Redao dada pela Lei n 8.953, de 13.12.1994)Art. 633. Se, no prazo fixado, o devedor no satisfizer a obrigao, lcito ao credor, nos prprios autos do processo, requerer que ela seja executada custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenizao.

Pargrafo nico. O valor das perdas e danos ser apurado em liquidao, seguindo-se a execuo para cobrana de quantia certa.

Art. 634. Se o fato puder ser prestado por terceiro, lcito ao juiz, a requerimento do exeqente, decidir que aquele o realize custa do executado. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).Pargrafo nico. O exeqente adiantar as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).Art. 635. Prestado o fato, o juiz ouvir as partes no prazo de 10 (dez) dias; no havendo impugnao, dar por cumprida a obrigao; em caso contrrio, decidir a impugnao.

Art. 636. Se o contratante no prestar o fato no prazo, ou se o praticar de modo incompleto ou defeituoso, poder o credor requerer ao juiz, no prazo de 10 (dez) dias, que o autorize a conclu-lo, ou a repar-lo, por conta do contratante.

Pargrafo nico. Ouvido o contratante no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz mandar avaliar o custo das despesas necessrias e condenar o contratante a pag-lo.

Art. 637. Se o credor quiser executar, ou mandar executar, sob sua direo e vigilncia, as obras e trabalhos necessrios prestao do fato, ter preferncia, em igualdade de condies de oferta, ao terceiro.

Pargrafo nico. O direito de preferncia ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias, contados da apresentao da proposta pelo terceiro (art. 634, pargrafo nico). (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).Art. 638. Nas obrigaes de fazer, quando for convencionado que o devedor a faa pessoalmente, o credor poder requerer ao juiz que Ihe assine prazo para cumpri-la.

Pargrafo nico. Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigao pessoal do devedor converter-se- em perdas e danos, aplicando-se outrossim o disposto no art. 633.

Exemplo: Contrato de Compra e Venda:

Vendedor -> direito ao preo e dever de entregar a coisa (prestao)

Comprador -> direito a coisa e dever de pagar o preo (contraprestao)

5 OBRIGAO DE NO FAZER:

CC

Das Obrigaes de No Fazer

Art. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido.

O objeto (prestao) da obrigao de no fazer quando o devedor se compromete a uma determinada absteno que pode ou no ser limitada no tempo, isto , o devedor compromete-se a no realizar algo que normalmente, estando ausente a proibio, poderia fazer.

Exemplo: obrigao do locador de no perturbar o locatrio na utilizao da coisa locada; artista compromete-se a se exibir somente para determinada empresa; empregada de uma empresa compromete-se a no falar sobre segredo de produo; devedor se compromete a no levantar muro na divisa de sua propriedade para no tirar ventilao do credor.OBSERVAO: Indenizao por perdas e danos somente na hiptese de descumprimento culposo por parte do responsvel pela obrigao.

6 OBRIGAO ALTERNATIVACC

Das Obrigaes Alternativas

Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou.

1o No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra.

2o Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo.

3o No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberao.

4o Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, caber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeqvel, subsistir o dbito quanto outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, no se puder cumprir nenhuma das prestaes, no competindo ao credor a escolha, ficar aquele obrigado a pagar o valor da que por ltimo se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestaes se tornarem inexeqveis, poder o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestaes se tornarem impossveis sem culpa do devedor, extinguir-se- a obrigao.

O objeto (prestao) da obrigao alternativa quando existem duas ou mais prestaes com objetos distintos, dependendo de uma escolha (concentrao). Como regra geral cabe ao devedor fazer a escolha. A prestao far-se- sempre por inteiro.TEORIA DOS RISCOS (obrigao alternativa)

1) Se perecer um dos objetos, ser escolhido outro para cumprir a prestao;

2) Se perecer o objeto j escolhido -> ser utilizada a teoria dos riscos de dar a coisa certa.7 OBRIGAO FACULTATIVA

O objeto (prestao) da obrigao facultativa nico cuja prestao uma s podendo ser substituda de acordo com a lei ou no contrato com clusula especfica, para o devido adimplemento. Nesta modalidade no h escolha, mas substituio.8 OBRIGAO DIVISVELCC

Das Obrigaes Divisveis e Indivisveis

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta presume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

Art. 258. A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza, por motivo de ordem econmica, ou dada a razo determinante do negcio jurdico.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel, cada um ser obrigado pela dvida toda.

Pargrafo nico. O devedor, que paga a dvida, sub-roga-se no direito do credor em relao aos outros coobrigados.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poder cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro, pagando:

I - a todos conjuntamente;

II - a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores.

Art. 261. Se um s dos credores receber a prestao por inteiro, a cada um dos outros assistir o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os outros; mas estes s a podero exigir, descontada a quota do credor remitente.

Pargrafo nico. O mesmo critrio se observar no caso de transao, novao, compensao ou confuso.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos.

1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, respondero todos por partes iguais.

2o Se for de um s a culpa, ficaro exonerados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.

O objeto (prestao) da obrigao divisvel aquele suscetvel de cumprimento parcial, sem prejuzo de sua substncia e de seu valor. Havendo a pluralidade subjetiva (devedor e credor), a obrigao se presumir dividida em tantas obrigaes quantas forem os credores e os devedores. O objeto irrelevante. O aspecto relevante a pluralidade em um dos plos (devedor ou credor) ou em ambos os plos. Desta forma se a pluralidade for:a) Pluralidade de DEVEDOR: cada devedor presta aquilo que lhe compete, ou seja, sua cota. Admite-se cumprimento parcial em relao a cada devedor.b) Pluralidade de CREDOR: s pode exigir do devedor o que lhe compete.

9 OBRIGAO INDIVISVEL

O objeto (prestao) da obrigao indivisvel s pode ser cumprido por inteiro, podendo haver pluralidade de devedores e/ou de credores.Conseqncias da Obrigao Indivisvel:

a) cada devedor ser obrigado pela dvida toda;b) cada credor pode exigir a dvida toda; c) o credor no pode recusar o pagamento por inteiro de um dos devedores, sob pena de ser constitudo em mora; d) o adimplemento por um dos devedores, desoneram-se os demais;

e) a prescrio de todos os devedores (aproveita ou prejudica a todos);

f) a nulidade estende-se a todos os devedores.

g) A suspenso ou interrupo da prescrio estende-se a todos.

Espcies de obrigao indivisvel:

a) Obrigao Indivisvel Originria: nasce com o ato constitutivo da obrigaob) Obrigao Indivisvel Derivada: Exemplo: Herana

c) Obrigao Indivisvel Fsica: decorre da prpria natureza do objeto. Exemplo: um relgio, um cavalo (s pode ser entregue por inteiro); um prdio lacrado tem que ser demolido por inteiro

d) Obrigao Indivisvel Legal: decorre de determinao da lei. Se a lei determinar um objeto divisvel pode se tornar indivisvel. Exemplo: fundos de reservas e cooperativas (Lei 5764/71); Art. 1420 do CC (penhor e hipoteca)e) Obrigao Indivisvel Contratual: torna-se indivisvel por acordo de vontades, atravs de contrato. Exemplo: conta corrente em um Bancof) Obrigao Indivisvel Judicial: estabelecido por deciso judicial. Exemplo: indenizao por acidente de trabalho.Divisibilidade e Indivisibilidade nas vrias modalidades de obrigaes: so compatveis com qualquer tipo de prestao:1) Nas obrigaes de dar: podem ser divisveis, por exemplo: obrigao pecuniria (dinheiro); entregar coisa fungvel; transferncia de domnio; etc. Tambm podem ser indivisveis, por exemplo: bens infungveis; servides prediais Art. 1386, CC.

2) Nas obrigaes de restituir: geralmente indivisveis, por exemplo: comodatrio ter que entregar na ntegra o que lhe foi emprestado.

3) Nas obrigaes de fazer: ser divisvel se sua prestao constituir ato fungvel; e indivisvel se sua prestao consistir num servio dotado de individualidade prpria.4) Nas obrigaes de no fazer: em regra geral indivisvel.

10 OBRIGAO SOLIDRIA

CC

Das Obrigaes Solidrias

Seo IDisposies Gerais

Art. 264. H solidariedade, quando na mesma obrigao concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, dvida toda.

Art. 265. A solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lugar diferente, para o outro.

Seo IIDa Solidariedade Ativa

Art. 267. Cada um dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidrios no demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poder este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidrios extingue a dvida at o montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter direito a exigir e receber a quota do crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel.

Art. 271. Convertendo-se a prestao em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidrios no pode o devedor opor as excees pessoais oponveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrrio a um dos credores solidrios no atinge os demais; o julgamento favorvel aproveita-lhes, a menos que se funde em exceo pessoal ao credor que o obteve.

Seo IIIDa Solidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Pargrafo nico. No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

Art. 276. Se um dos devedores solidrios falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obrigado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no aproveitam aos outros devedores, seno at concorrncia da quantia paga ou relevada.

Art. 278. Qualquer clusula, condio ou obrigao adicional, estipulada entre um dos devedores solidrios e o credor, no poder agravar a posio dos outros sem consentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ao tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigao acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as excees pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

Pargrafo nico. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistir a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dvida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no dbito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuiro tambm os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigao incumbia ao insolvente.

Art. 285. Se a dvida solidria interessar exclusivamente a um dos devedores, responder este por toda ela para com aquele que pagar.

aquela em que, havendo pluralidade de credores (plo ativo) ou de devedores (plo passivo), cada credor ter direito a totalidade da prestao, como se fosse o nico credor, ou cada devedor estar obrigado pelo dbito todo, como se fosse o nico devedor.

A noo fundamental da obrigao solidria no sentido de que o co-devedor que paga extingue a dvida, tanto em relao a si como aos demais devedores.

A solidariedade no presumida, decorre de lei ou de acordo de vontades (contrato) Art. 265, CC.

A solidariedade garante o cumprimento da obrigao ao credor baseado no patrimnio.

O Art. 932, CC: institui a obrigao solidria:

Art. 932. So tambm responsveis pela reparao civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condies;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviais e prepostos, no exerccio do trabalho que lhes competir, ou em razo dele;

IV - os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos seus hspedes, moradores e educados;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, at a concorrente quantia.

Exemplos:1) Um motorista particular atropela um pedestre, agindo com culpa, a responsabilidade recair ao motorista (condutor do veculo) e ao proprietrio (culpa indireta), ambos estaro obrigados pela totalidade da indenizao.2) Um ttulo de crdito com vrios coobrigados, todos respondem pela totalidade do crdito e o credor tem o direito de acionar qualquer obrigado indistintamente

Conseqncias da Obrigao Solidria:

a) Se multiplicidade no plo passivo, cada devedor separado ou em conjunto obriga-se pela prestao por inteiro;

b) O credor pode exigir de cada devedor a realizao da prestao.

11 OBRIGAO DECORRENTE DE RELAES DE CONSUMOS Direito do Consumidor (CDC) Lei 8078/90

So as relaes entre comerciantes e particulares. O comerciante coloca no mercado o produto gerando relao de consumo com o particular.

Quando um determinado produto for adquirido pelo particular e apresentar defeito o comerciante tem as seguintes obrigaes:

a) Substituir o produto

b) Colocar em condies de uso

No responsabilidade do fabricante e sim do comerciante.

Fabricante e comerciante so solidrios.

TRANSMISSO DAS OBRIGAES

Toda obrigao se reveste de valo econmico contedo patrimonial. Este patrimnio, na esfera jurdica, pode ser positivo ou negativo.

A transmisso da obrigao se estabelece na esfera jurdica como negociao de crdito.

So espcies de transmisso de obrigao: cesso de crdito, assuno de dvida, cesso de contratos.

CESSO DE CRDITO

CC

Da Cesso de Crdito

Art. 286. O credor pode ceder o seu crdito, se a isso no se opuser a natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor; a clusula proibitiva da cesso no poder ser oposta ao cessionrio de boa-f, se no constar do instrumento da obrigao.

Art. 287. Salvo disposio em contrrio, na cesso de um crdito abrangem-se todos os seus acessrios.

Art. 288. ineficaz, em relao a terceiros, a transmisso de um crdito, se no celebrar-se mediante instrumento pblico, ou instrumento particular revestido das solenidades do 1o do art. 654.

Art. 289. O cessionrio de crdito hipotecrio tem o direito de fazer averbar a cesso no registro do imvel.

Art. 290. A cesso do crdito no tem eficcia em relao ao devedor, seno quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito pblico ou particular, se declarou ciente da cesso feita.

Art. 291. Ocorrendo vrias cesses do mesmo crdito, prevalece a que se completar com a tradio do ttulo do crdito cedido.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cesso, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cesso notificada, paga ao cessionrio que lhe apresenta, com o ttulo de cesso, o da obrigao cedida; quando o crdito constar de escritura pblica, prevalecer a prioridade da notificao.

Art. 293. Independentemente do conhecimento da cesso pelo devedor, pode o cessionrio exercer os atos conservatrios do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionrio as excees que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cesso, tinha contra o cedente.

Art. 295. Na cesso por ttulo oneroso, o cedente, ainda que no se responsabilize, fica responsvel ao cessionrio pela existncia do crdito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cesses por ttulo gratuito, se tiver procedido de m-f.

Art. 296. Salvo estipulao em contrrio, o cedente no responde pela solvncia do devedor.

Art. 297. O cedente, responsvel ao cessionrio pela solvncia do devedor, no responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cesso e as que o cessionrio houver feito com a cobrana.

Art. 298. O crdito, uma vez penhorado, no pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, no tendo notificao dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

Cesso de crdito um negcio jurdico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor (cedente) de uma obrigao transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionrio), INDEPENDENTEMENTE do consentimento do devedor, sua posio na relao jurdica obrigacional, com todos os acessrios e garantias, salvo disposio em contrrio, sem que se opere a extino do vinculo obrigacional (M Helena Diniz). Caractersticas:

1) Credor cedente - retira-se da relao jurdica obrigacional, ingressando o terceiro cessionrio ficando com a pretenso do devedor originrio adimplir a obrigao, isto , o credor cedente aliena o direito e credor cessionrio adquire o direito;

2) Com a cesso de crdito, o credor cedente responde ao credor cessionrio pela realidade do crdito, ou seja, assume ao credor cessionrio que crdito real existe e vlido;

3) Gratuita assemelha-se a uma doao - ou onerosa assemelha-se a compra e venda.4) NO pode-se transferir crditos personalsticos, por exemplo, crdito de alimentos, direito a honra, etc..

Modalidades:

1) Oneroso: ocorre quando na cesso recebe-se um valor pelo negcio, isto , sua concreo d-se mediante uma contraprestao para o credor cessionrioExemplo: X cede a Y o crdito de R$ 2.000,00 que tem com Z, mas convenciona que, apenas receber de Y o valor de R$ 1.900,00, com isto, Y lucraria R$ 100,00 ao receber de Z.

2) Gratuito: ocorre quando o credor cessionrio deixa de perceber qualquer vantagem econmica ou remunerao.

Exemplo: Pai entrega um ttulo ao filho para que este receba o valor do devedor.

3) Voluntria: a regra geral. Existe um acordo de vontade entre credor cedente e credor cessionrio, pode ser gratuita ou onerosa. Tambm chamada de convencional4) Necessria: ocorre por imposio da lei, independentemente de qualquer declarao de vontade, determina a substituio do credor. Tambm chamada de legal.Exemplo: Sub-rogao legal especificado no Art. 346, CC

5) Judicial: ocorre por determinao judicial atravs de sentena judicial. Exemplo: Art. 298, CCFinalidades:

1) Pro Soluto: quando houver quitao plena do dbito do credor cedente para com o credor cessionrio. O credor cessionrio transfere seu crdito com a inteno de extinguir imediatamente obrigao preexistente com o credor cessionrio, liberando-se dela independentemente do resgate da obrigao cedida. O credor cedente deixa de ter qualquer responsabilidade pelo crdito.2) Pro Solvendo: a transferncia de um direito de crdito, feita com intuito de extinguir uma obrigao, na medida que o crdito cedido for efetivamente cobrado. Neste caso o credor cedente, responde pela insolvncia.Exemplo: Pedro CREDOR de Joo no valor de R$ 100.000,00; Pedro DEVEDOR de Marcos no valor de R$ 150.000,00. Pedro CEDE a Marcos o crdito de Joo como forma de abater o dbito junto a Marcos.

Formas de Cesso de Crdito:

Quando a lei no exige de forma expressa, h liberdade de forma podendo ser: verbal (nos casos de tradio por exemplo, cheque, nota promissria) ou escrita (por instrumento particular ou pblico). Requisitos de validade da cesso de crdito:1) Subjetivos: capacidade jurdica do cedente (tem que ser legitimo) e do cessionrio (tem que ter capacidade de obrar). Por exemplo, um tutor no pode ceder crditos de seus tutelados.

2) Objetivo: diz respeito ao objeto da obrigao (tem que ser idneo), por exemplo: no pode ser objeto de cesso de crdito os crditos provenientes de salrio.3) Crditos impenhorveis no podem ser objeto de cesso de crdito Art. 649, CPC.

Cedente no pode ceder mais direito do que o que possui. A cesso de crdito no pode ultrapassar o contedo de seu prprio crdito. Ningum pode transmitir direito melhor do que o possudo

Efeitos da cesso de crdito em relao ao crdito cedido:

1) Credor cedente: excludo da relao jurdica obrigacional aps operado a cesso de crdito.2) Credor cessionrio: passa a ter o direito do crdito

3) Devedor: permanece inalterado

4) Obrigao (prestao): permanece inalterada

5) Vinculo: no tem ruptura

Pagamento da dvida:

1) Se o devedor NO tem o conhecimento da cesso de crdito realizada e ele paga ao credor cedente, caracteriza uma VALIDADE no cumprimento da obrigao desvinculando o devedor da relao jurdica obrigacional. Neste caso, o credor cessionrio volta-se ao credor cedente.

2) Se o devedor TEM conhecimento da cesso de crdito, o pagamento considerado INVLIDO e permanece o vinculo do devedor com a relao jurdica obrigacional. Neste caso, o credor cessionrio poder voltar-se contra o devedor para reaver o seu crdito.

OBSERVAO: O devedor poder estar presente no momento da operao da cesso de crdito ou ser comunicado atravs de AR, notificao pelo Cartrio Art. 867 a 873, CPC.

ASSUNO DE DVIDACC

Art. 299. facultado a terceiro assumir a obrigao do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assuno, era insolvente e o credor o ignorava.

Pargrafo nico. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assuno da dvida, interpretando-se o seu silncio como recusa.

Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assuno da dvida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

Art. 301. Se a substituio do devedor vier a ser anulada, restaura-se o dbito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vcio que inquinava a obrigao.

Art. 302. O novo devedor no pode opor ao credor as excees pessoais que competiam ao devedor primitivo.

Art. 303. O adquirente de imvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crdito garantido; se o credor, notificado, no impugnar em trinta dias a transferncia do dbito, entender-se- dado o assentimento.

Assuno de dvida um negcio jurdico bilateral, pelo qual o devedor, com anuncia expressa ou tcita do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assuma a sua posio na relao jurdica obrigacional, substituindo-o (M Helena Diniz). Exemplo: Venda de um imvel financiado pelo SFH, quando uma terceira pessoa assume a dvida das parcelas vincendas.

Caractersticas:

1) Mudana subjetiva do plo passivo devedor;

2) Pessoa fsica ou jurdica se obriga frente ao credor a efetuar a prestao devida por outro;

3) A assuno somente ser vlida se o credor concordar, anuir, pois a capacidade idnea do devedor em cumprir seus compromisso interessa ao credor.Requisitos de validade:

1) Capacidade das partes;

2) Declarao de vontade de forma expressa, livre e espontnea.

3) Objeto deve ser lcito e determinado.

4) Formas permitidas na legislao.

Modalidades:

1) EXPROMISSO: quando a assuno de dvidas realizada por contrato entre o credor e um terceiro - EXPROMITENTE, SEM participao do devedor.

Exemplo: Um pai assume a dvida do filho junto ao credor.

2) DELEGAO: quando a assuno de dvida se d por acordo entre o devedor - DELEGANTE - e uma terceira pessoa DELEGADO - com a concordncia do credor DELEGATRIO.

OBS.: O Cdigo Civil trata de assuno de dvida por delegao.

Efeitos:

1) Efeito liberatrio: atravs da delegao ou expromisso, o devedor originrio fica exonerado da obrigao assumida.2) Efeito Cumulativo: