AVALIAÇÃO DE RISCOS NA REPARAÇÃO DE MOLDES PARA VIDRO DE EMBALAGEM

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MESTRADO EM ENGENHARIASEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAISElaborado por: Cátia Carina Guerra Ferreira

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  • Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

    Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL

    VoIP/SIP: [email protected] ISN: 3599*654

    Telefone: +351 22 508 14 00 Fax: +351 22 508 14 40

    URL: http://www.fe.up.pt Correio Eletrnico: [email protected]

    MESTRADO EM ENGENHARIA

    SEGURANA E HIGIENE OCUPACIONAIS

    Dissertao apresentada para obteno do grau de Mestre

    Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

    AVALIAO DE RISCOS NA REPARAO DE

    MOLDES PARA VIDRO DE EMBALAGEM

    Ctia Carina Guerra Ferreira

    Orientador: Professor Doutor Joo Manuel Abreu dos Santos Baptista (FEUP)

    Coorientador: Eng.. Srgio Alexandre Fonseca Correia de Sousa (BA Vidro)

    Arguente: Doutor Paulo Antero Alves de Oliveira

    Presidente do jri: Professor Doutor Carlos Alberto Silva Ribeiro (FEUP)

    _________________________________________________________________

    2012

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    i

    AGRADECIMENTOS

    A elaborao deste trabalho apenas foi possvel graas ao apoio de vrias pessoas, que ao

    longo do trabalho me motivaram das mais diversas formas.

    Em primeiro lugar, desejo expressar o meu sincero agradecimento BA Vidro por me ter

    permitido desenvolver este trabalho, e em especial, ao Eng Srgio Sousa e Eng Joana

    Vieira, pois foi com eles que tive a oportunidade de conviver mais de perto com o lado

    prtico destas matrias.

    No posso deixar de apresentar os meus agradecimentos ao meu orientador, Professor Joo

    Santos Baptista, pela sua orientao, disponibilidade, apoio fundamentais realizao

    deste trabalho.

    A todos os trabalhadores que participaram nas avaliaes e fizeram parte da investigao

    realizada, pois sem eles, este trabalho no era possvel de concretizar.

    A todos aqueles que de uma forma ou de outra, contriburam para o resultado final deste

    trabalho.

    E por ltimo, aos meus pas, pelo amor, carinho e por terem possibilitado que chegasse at

    aqui.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    iii

    RESUMO

    A avaliao de riscos um dos principais pilares da diretiva-quadro e de outras diretivas

    em matria de segurana e sade do trabalho (SST), a base de uma gesto eficaz da

    segurana e da sade e essencial para reduzir os acidentes de trabalho e as doenas

    profissionais. Neste sentido, este trabalho apresenta a avaliao de riscos feita oficina de

    reparao de moldes da B.A. Vidro, com o objetivo de testar as metodologias de avaliao

    de riscos utilizadas atualmente no grupo (MP, ME e MAS), aplicar um mtodo de

    referncia em Espanha (NTP 330) bem como um mtodo desenvolvido recentemente

    (MIAR). Para verificar se, quando aplicadas nas mesmas condies reproduzem resultados

    semelhantes ou se, pelo contrrio, a subjetividade que caracteriza este tipo de mtodos vai

    sobressair atravs de resultados pouco coerentes entre ambas as metodologias.

    Procedeu-se ao levantamento dos perigos existentes na oficina recolha de informao

    sobre tarefas/atividades, trabalhadores, equipamentos, legislao e normas, observao in

    loco e quantificao dos respetivos riscos atravs das diferentes metodologias de

    avaliao de riscos. Para avaliao dos parmetros mensurveis considerados mais crticos

    como o ruido e a iluminao, foram efetuadas medies nos diferentes postos de trabalho.

    A quantificao destes parmetros envolveu a utilizao de equipamento de leitura direta.

    o Os resultados obtidos demonstram que existe uma grande variabilidade entre o grau de

    risco obtido nas diferentes metodologias quando aplicadas nas mesmas condies. As

    condies gerais de iluminao dos postos de trabalho esto satisfatrias. Quanto ao rudo,

    existe a possibilidade destes trabalhadores estarem expostos a nveis de ruido superiores ao

    nvel de ao.

    o As metodologias de avaliao de riscos revelaram que existe necessidade de melhoria de

    algumas das condies de trabalho, sendo a sensibilizao dos trabalhadores para a correta

    utilizao dos EPIs a pea chave. A anlise crtica relativamente aplicabilidade de todas

    as metodologias, comparando os resultados obtidos em todas elas, sugere que o MIAR

    uma metodologia bastante abrangente e ponderada, apresentando resultados mais

    consistentes com a realidade laboral.

    Palavras-chave: Avaliao de riscos, riscos ocupacionais, rudo ocupacional.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    v

    ABSTRACT

    Risk assessment is one of the main pillars of the framework directive and other directives

    regarding health and safety at work, is the basis of an effective management of safety and

    health, and is essential to reduce work-related accidents and occupational diseases. Thus,

    this paper presents the risk assessment made to mold repair workshop of B.A. Glass, with

    the aim of testing the risk assessment methodologies currently used in the Group (MP, ME

    and MAS), applying a method of reference in Spain (NTP 330) as well as a recently

    developed method (MIAR). In order to verify if, in one hand, applied under the same

    conditions reproduce similar results or if, on the other hand, the subjectivity that

    characterizes this type of methods will protrude through little consistent results between

    the two methodologies.

    Was carried out a survey of the existing hazard in the workshop gathering information

    about tasks/activities, employees, equipment, legislation and standards, on-site observation

    and the quantification of respective risks through various risk assessment methodologies.

    For evaluation of measurable parameters considered more critical as the noise and lighting,

    measurements were made in different jobs. The quantification of these parameters involved

    the use of direct reading equipment.

    Risk assessment methodologies showed that there is a need of improvement in some

    working conditions, being workers awareness to the correct use of individual protective

    equipment a key piece. Critical analysis regarding the applicability of all methodologies,

    by comparing the results obtained in all of them, suggests that MIAR is a fairly

    comprehensive and balanced methodology, showing more consistent results with the work

    reality.

    Keywords: Risk assessment, occupational hazards, occupational noise.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    vii

    NDICE

    1 INTRODUO .................................................................................................................. 1

    2 BA VIDRO .......................................................................................................................... 3

    3 REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................................... 5

    3.1 Avaliao de riscos ..................................................................................................... 5

    3.2 Iluminao ................................................................................................................... 8

    3.2.1 Iluminao adequada ........................................................................................... 9

    3.2.2 Iluminao artificial e localizada ..................................................................... 10

    3.3 Ruido .......................................................................................................................... 10

    3.3.1 Frequncia do ruido ocupacional ..................................................................... 12

    3.4 Enquadramento Legal e Normativo ......................................................................... 13

    3.4.1 Legislao aplicvel .......................................................................................... 13

    3.4.2 Normas ............................................................................................................... 16

    4 ObJETIVOS E METODOLOGIA ................................................................................... 19

    4.5 Objetivos da Tese ...................................................................................................... 19

    4.6 Metodologia Global de Abordagem ........................................................................ 19

    4.7 Materiais e Mtodos.................................................................................................. 21

    4.7.1 Avaliao de riscos............................................................................................ 21

    4.7.2 Iluminao ......................................................................................................... 34

    4.7.3 Rudo .................................................................................................................. 34

    5 AVALIAO DE RISCOS NUMA OFICINA DE REPARAO DE MOLDES DE

    VIDRO DE EMBALAGEM ................................................................................................... 37

    5.1 Descrio da atividade .............................................................................................. 37

    6 TRATAMENTO E ANLISE DE DADOS .................................................................. 41

    6.1 Comparao das metodologias utilizadas ................................................................ 41

    6.2 Anlise crtica dos resultados da avaliao de riscos ............................................. 42

    6.2.1 Variao dos intervalos do grau de aceitao do risco na MP ....................... 46

    6.3 Iluminao ................................................................................................................. 47

    6.4 Rudo .......................................................................................................................... 49

    6.4.1 Anlise crtica dos valores da presso sonora das medies .......................... 49

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    viii

    6.4.2 Anlise crtica das frequncias da banda de oitava das medies.................. 53

    6.4.3 Exposio diria ao rudo, ponderada em A, LEx,8h......................................... 55

    6.4.4 Medidas de controlo .......................................................................................... 57

    6.4.5 Seleo da Proteo Auditiva ........................................................................... 57

    6.4.6 Anlise crtica das frequncias para a tarefa de Soldadura oxiacetilnica .... 58

    7 DISCUSSO DOS RESULTADOS ............................................................................... 65

    8 CONCLUSES ................................................................................................................ 69

    9 PERSPECTIVAS FUTURAS .......................................................................................... 71

    10 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 73

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    ix

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1 - Fbricas do grupo BA ............................................................................................... 3

    Figura 2 - Esquema do processo produtivo de uma unidade fabril de embalagens de vidro. 3

    Figura 3 Caracterizao do processo de avaliao de riscos ................................................ 6

    Figura 4 Fluxograma da avaliao de riscos utilizada pela BA nas empresas portuguesas

    ................................................................................................................................................... 22

    Figura 5 - Avaliao de risco segundo a metodologia ........................................................... 22

    Figura 6 - Luxmetro Mavolux 5032C/B USB ....................................................................... 34

    Figura 7 - Sonmetro 01dB Solo MASTER ........................................................................... 34

    Figura 8 Oficina de reparao de moldes (Vista exterior).................................................. 37

    Figura 9 Oficina de reparao de moldes (vista interior) ................................................... 37

    Figura 10 Posto de trabalho dos Serralheiros ...................................................................... 37

    Figura 11 Posto de trabalho dos torneiros ........................................................................... 38

    Figura 12 Posto de trabalho dos torneiros de CNC ............................................................. 38

    Figura 13 Posto de trabalho do Controlador de qualidade ................................................. 38

    Figura 14 Forno para aquecimento dos moldes .................................................................. 38

    Figura 15 Granalhadora para limpeza dos moldes .............................................................. 39

    Figura 16 - Fresadora ............................................................................................................... 39

    Figura 17 - Furadora ................................................................................................................ 39

    Figura 18 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo a MP ............. 45

    Figura 19 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo a ME ............. 45

    Figura 20 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo a metodologia

    MAS .......................................................................................................................................... 45

    Figura 21 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo a metodologia

    NTP 330 .................................................................................................................................... 45

    Figura 22 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo o MIAR ........ 45

    Figura 23 - Distribuio percentual dos perigos e riscos avaliados segundo a MP ............. 47

    Figura 24 - Resultado percentual da comparao entre os valores mdios medidos e os

    valores recomendados (Em/Er) das iluminncias nos diferentes postos/ locais de trabalho 48

    Figura 25 - Resultado percentual da comparao entre os valores mnimos e os valores

    mdios medidos (Emin/Em) das iluminncias nos diferentes postos/ locais de trabalho. ...... 49

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    x

    Figura 26 - Resultado percentual da comparao entre os valores medidos no campo visual

    prximo (Zona de trabalho) e/ou campo visual afastado (zona perifrica) das luminncias

    nos diferentes postos/locais de trabalho ................................................................................. 49

    Figura 27 - Valores de Leq (A) em dB, na 1 avaliao (8h) no posto de trabalho dos

    serralheiros................................................................................................................................ 50

    Figura 28 - Valores de Leq (A) em dB, na 2 avaliao (3h) no posto de trabalho dos

    serralheiros................................................................................................................................ 51

    Figura 29 - Valores de Leq (A) em dB, na 1 avaliao no posto de trabalho dos Torneiros

    (8h) ............................................................................................................................................ 52

    Figura 30 - Valores de Leq (A) em dB, na 2 avaliao no posto de trabalho dos Torneiros

    (30min)...................................................................................................................................... 53

    Figura 31 - Valores em dB (A) na frequncia das oitavas (HZ), da 1 avaliao (8h) do

    posto de trabalho dos serralheiros ........................................................................................... 54

    Figura 32 - Valores em dB (A) na frequncia das oitavas (HZ), da 2 avaliao (3h) do

    posto de trabalho dos serralheiros ........................................................................................... 54

    Figura 33 - Valores em dB (A) na frequncia das oitavas (HZ), da 1 avaliao do posto de

    trabalho dos Torneiros medio de 8h .................................................................................... 55

    Figura 34 - Valores em dB (A) na frequncia das oitavas (HZ), da 2 avaliao do posto de

    trabalho dos Torneiros medio de 30 min ............................................................................ 55

    Figura 35 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n1 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 58

    Figura 36 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 35 ........................................... 58

    Figura 37 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n2 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 59

    Figura 38 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 37 ........................................... 59

    Figura 39 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n3 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 59

    Figura 40 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 39 ........................................... 59

    Figura 41 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n5 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 59

    Figura 42 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 41 ........................................... 59

    Figura 43 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n6 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 60

    Figura 44 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 43 ........................................... 60

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    xi

    Figura 45 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n2 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 60

    Figura 46 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 45 ........................................... 60

    Figura 47 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n9 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 60

    Figura 48 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 47 ........................................... 60

    Figura 49 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n10 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 61

    Figura 50 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 49 ........................................... 61

    Figura 51 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho n11 durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 61

    Figura 52 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 51 ........................................... 61

    Figura 53 - Valores de Leq (A) em dB no posto de trabalho GS durante a realizao da

    soldadura ................................................................................................................................... 61

    Figura 54 Linha de tendncia valores do grfico da figura 53 ........................................... 61

    Figura 55 - Valores de Leq (A) em dB no posto de Bancada n 1 MG durante a realizao

    da soldadura .............................................................................................................................. 62

    Figura 56 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 55 ........................................... 62

    Figura 57 - Valores de Leq (A) em dB no posto de Bancada n 2 MG durante a realizao

    da soldadura .............................................................................................................................. 63

    Figura 58 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 57 ........................................... 63

    Figura 59 - Valores de Leq (A) em dB no posto de Bancada n 4 MG durante a realizao

    da soldadura .............................................................................................................................. 63

    Figura 60 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 59 ........................................... 63

    Figura 61 - Valores de Leq (A) em dB no posto de Bancada n 4 MG durante a realizao

    da soldadura .............................................................................................................................. 63

    Figura 62 - Linha de tendncia valores do grfico da figura 61 ........................................... 63

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    xii

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 1 Iluminncias recomendadas para ambientes de trabalho .............................................. 10

    Tabela 2 Valorao das consequncias humanas (MP) ................................................................ 23

    Tabela 3 Valorao das consequncias materiais (MP) ............................................................... 23

    Tabela 4 Valorao da Exposio ao perigo (MP) ....................................................................... 23

    Tabela 5 Valorao da probabilidade de ocorrncia (MP) ........................................................... 24

    Tabela 6 Grau de aceitao do risco (MP) .................................................................................... 24

    Tabela 7 Valorao da Probabilidade em funo do dano (ME) ................................................. 25

    Tabela 8 Valorao da Severidade do dano (ME) ........................................................................ 25

    Tabela 9 Determinao do grau de risco (ME) ............................................................................. 25

    Tabela 10 - Aes a adotar segundo o grau de risco (ME) ............................................................. 26

    Tabela 11 Valorao das consequncias ambientais, Ocupacionais ou materiais (MAS) ......... 27

    Tabela 12 - Valorao da probabilidade de ocorrncia (MAS) ...................................................... 28

    Tabela 13 Determinao do nvel de risco (MAS) ....................................................................... 28

    Tabela 14 Valorao das condies de controlo (MAS) .............................................................. 28

    Tabela 15 Determinao do nvel de risco (MAS) ....................................................................... 29

    Tabela 16 Valorao do nvel de deficiencia (NTP 330) ............................................................. 30

    Tabela 17 Valorao do nvel de exposio (NTP 330) ............................................................... 30

    Tabela 18 Determinao do nvel de Probabilidade (NTP 330) .................................................. 30

    Tabela 19 Enquadramento do nvel de probabilidade encontrado (NTP 330) ............................ 30

    Tabela 20 Valorao das consequncias pessoais e materiais (NTO 330) .................................. 31

    Tabela 21 Determinao do Nivel de risco (NTP 330) ................................................................ 31

    Tabela 22 Nvel de interveno para cada um dos NR (NTP 330) .............................................. 31

    Tabela 23 Nveis de riscos (MIAR) ............................................................................................... 32

    Tabela 24 - Parmetros de avaliao para os riscos de segurana e higiene ocupacionais (MIAR)

    ............................................................................................................................................................. 33

    Tabela 25 Anlise comparativa dos mtodos de avaliao de riscos utilizados no presente

    estudo .................................................................................................................................................. 41

    Tabela 26 Movimentao geral no porto de trabalho anlise comparativa .............................. 42

    Tabela 27 Soldadura oxiacetileno anlise comparativa............................................................. 43

    Tabela 28 - Torneamento - anlise comparativa .............................................................................. 44

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    xiii

    Tabela 29 Resumo do Grau de risco obtido pelas diferentes metodologias ................................ 44

    Tabela 30 - Novo grau de aceitao do risco MP ............................................................................ 46

    Tabela 31 - Razo entre o valor mdio e o valor recomendado em cada local de medio .......... 48

    Tabela 32 - Valores Globais Leq, Lmin e Lmax, da 1avaliao (8h) ao posto de trabalho dos

    serralheiros.......................................................................................................................................... 50

    Tabela 33 - Valores Globais Leq, Lmin e Lmax, da 2avaliao (3h) ao posto de trabalho dos

    serralheiros.......................................................................................................................................... 50

    Tabela 34 - Valores Globais Leq, Lmin e Lmax, da 1avaliao (8h) para o posto de trabalho dos

    Torneiros ............................................................................................................................................. 52

    Tabela 35 - Valores Globais Leq, Lmin e Lmax, da 2 avaliao (30 min) para o posto de

    trabalho dos Torneiros ....................................................................................................................... 52

    Tabela 36 - Valores na Gama audvel, dividida em 8 grupos de frequncias, 1 avaliao do posto

    de trabalho dos serralheiros ............................................................................................................... 54

    Tabela 37 - Valores na Gama audvel, dividida em 8 grupos de frequncias, 2 avaliao do posto

    de trabalho dos serralheiros ............................................................................................................... 54

    Tabela 38 - Valores na Gama audvel, dividida em 8 grupos de frequncias, 1 avaliao do posto

    de trabalho dos Torneiros medio de 8h ......................................................................................... 55

    Tabela 39 - Valores na Gama audvel, dividida em 8 grupos de frequncias, 2 avaliao do posto

    de trabalho dos Torneiros medio de 30 min ................................................................................. 55

    Tabela 40 Exposio Pessoal ao Rudo, LEX,8h em dB (A) de cada medio .............................. 56

    Tabela 41 Experiencia Profissional ............................................................................................... 62

    Tabela 42 Experincia profissional trabalhadores oficina MG .................................................... 64

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    xv

    GLOSSRIO/ SIGLAS/ABREVIATURAS/

    CAE Classificao das Atividades Econmicas

    MP Metodologia de avaliao de riscos utilizada nas empresas portuguesas do

    Grupo BA

    ME Metodologia de avaliao de riscos utilizada nas empresas espanholas do

    Grupo BA

    MAS Metodologia Ambiente e Segurana desenvolvida pelo Grupo BA

    NTP 330 Sistema simplificado de avaliao de riscos de acidentes

    MIAR Metodologia integrada de avaliao de riscos ambientais e ocupacionais

    OSHA European Agency for safety and Health at work

    ILO International Labour Organization

    ISTAS Institut Sindical de trabajo, Ambiente y Salud

    ISO International Organization for Standardization

    REAI Regime de exerccio da atividade industrial

    INSHT Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 1

    1 INTRODUO

    A avaliao de riscos uma ferramenta essencial para tornar os locais de trabalho seguros e

    saudveis, se for feita de maneira adequada a grande parte dos acidentes e doenas do trabalho

    podem ser evitas ou prevenidas (OSHA 2009).

    A cada 15 segundos, um trabalhador morre devido a um acidente de trabalho ou doena

    profissional e 160 tm um acidente de trabalho. Por ano, mais de 2.3 milhes de trabalhadores

    morrem e ocorrem mais de 317 milhes de acidentes, muitos deles resultando em ausncias

    prolongadas por parte do trabalhador. Os custos humanos destas adversidades dirias rondam 4%

    do produto interno bruto anual. Segundo as estatsticas do Eurostat (2010), 3.2 % dos

    trabalhadores com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos sofreram um acidente de

    trabalho nos ltimos 12 meses na UE27. Segundo as mesmas estatsticas, 41% dos trabalhadores

    afirmam estar expostos a fatores de risco que afetam a sua sade fsica (ILO 2012b).

    Estes acidentes de trabalho e doenas profissionais acarretam custos: humanos, para o Sistema

    Nacional de Sade e para a prpria empresa, pois afetam a sua produtividade. Estes custos

    podem ser evitados ou mesmo reduzidos, atravs da aplicao de uma boa avaliao de riscos,

    podendo assim as empresas aumentar o seu desempenho atravs de uma gesto eficaz da

    Segurana e Sade (Dastous et al. 2008).

    Na nossa sociedade o trabalho, para o homem, constitui uma necessidade econmica, uma

    motivao, um direito e um dever para satisfazer as suas necessidades e manter uma vida digna.

    Estando assim associados ao trabalho valores econmicos e valores simblicos. O trabalho

    uma condio para o desenvolvimento das capacidades fsicas e psquicas das pessoas, no

    entanto, por vezes, pode tambm ser uma fonte de degradao dessas mesmas capacidades

    (Monteiro 2002).

    O regime juridico da promoo da segurana, higiene e sade no trabalho, Lei n102/2009 de 10

    de setembro, incumbe o empregador a integrar nas actividades da empresa a avaliao de riscos

    para a segurana e sade e a planificar as medidas de preveno e proteco necessrias, para a

    que o trabalhador possa desenvolver o seu trabalho em condies de segurana e sade.

    No entanto a caracterizao do risco e a determinao da sua magnitude no constituem fins em

    si mesmos, nem devem entender-se como uma imposio burocrtica associada ao cumprimento

    da lei. A avaliao de riscos , antes de tudo, um passo fundamental para balizar a qualidade de

    ajuste da deciso de adotar medidas de controlo.

    Assim a avaliao de riscos para alm de potenciar um desenvolvimento econmico das

    empresas, atravs da reduo dos custos relacionados com os acidentes e doenas profissionais,

    vai acima de tudo garantir que a sade do trabalhador no ir sofrer uma degradao, atravs da

    adoo de estratgias preventivas que permitam, tambm, um aumento de motivao dos

    trabalhadores, contribuindo assim para um bem-estar geral em toda a organizao.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 3

    2 BA VIDRO

    O presente estudo foi realizado na BA Vidro. O grupo BA Vidro desenvolve, produz e

    comercializa embalagens de vidro para a indstria alimentar e de bebidas.

    Sendo uma referncia no sector das embalagens, comemora este ano o seu centenrio,

    distinguindo-se pelos seus elevados nveis de qualidade e permanente atitude de inovao e

    flexibilidade para dar resposta s necessidades especficas dos clientes.

    Atualmente, fazem parte do Grupo BA sete fbricas (figura 1) que produzem diariamente

    mais de catorze milhes de unidades - garrafas, frascos e boies - para clientes das

    indstrias alimentar e de bebidas. Todas as fbricas esto certificadas pela Norma ISO

    9001 (Sistema de Gesto de Qualidade) assim como pela Norma ISO 22.000 (Sistema de

    Gesto de Segurana Alimentar).

    Figura 1 - Fbricas do grupo BA

    (Fonte: BA Vidro)

    O processo produtivo de fabricao de vidro de embalagem caracterizado por 6 fases que

    podem ser observadas na figura 2.

    Figura 2 - Esquema do processo produtivo de uma unidade fabril de embalagens de vidro.

    (Fonte: BA Vidro)

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 5

    3 REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 Avaliao de riscos

    A avaliao de riscos Ocupacionais baseada, tradicionalmente, nos perigos do local de

    trabalho. No contexto da segurana dos processos industriais, tem como objetivo prever os

    riscos causados por falhas, desvios, erros no sistema industrial ou operao que possam

    levar a consequncias indesejveis (Koivisto et al. 2009).

    O desenvolvimento da anlise de riscos no contexto industrial foi desencadeado pela

    indstria nuclear, da aviao civil e militar e da tecnologia espacial na dcada de 1960.

    Estas reas so conhecidas pelos seus sistemas complicados, onde possveis acidentes

    podem ter consequncias de longo alcance. Durante os anos 1970, uma tendncia mundial

    de aumento das perdas causadas por acidentes nas fbricas foi reconhecida. Muito

    associado a esta tendncia, est o aumento quer da complexidade das operaes dos

    processos industriais quer do aumento de volumes de produtos qumicos utilizados. Ao

    mesmo tempo, houve uma crescente conscientizao do pblico e preocupao com a

    ameaa s pessoas e ao meio ambiente devido s atividades industriais. Vrios acidentes

    graves na indstria de processo na dcada de 1970 (por exemplo Flixborough, 1974;

    Seveso, 1976), deram impulso para o desenvolvimento de novas aes de preveno. A

    utilizao da anlise de risco tornou-se uma prtica comum para avaliar a segurana do

    processamento, armazenamento ou transporte de produtos qumicos perigosos (Koivisto et

    al. 2009).

    A avaliao de riscos, formalmente, muitas vezes descrita como um processo

    caracterizado por trs fases distintas: identificao dos perigos, estimativa dos riscos e

    avaliao dos riscos (figura 3) (ISO/IEC 1999).

    As tcnicas de anlise e avaliao de riscos podem ser classificadas em trs categorias:

    qualitativa, quantitativa ou tcnicas hibridas (semi-quantitativas e qualitativas-

    quantitativas). As tcnicas quantitativas, consideram o risco como uma quantidade, que

    pode ser estimada e expressa por uma relao matemtica, sob a ajuda de acidentes reais

    ou dados recolhidos no local de trabalho. As tcnicas hbridas, apresentam uma grande

    complexidade devido ao seu carcter ad hoc que impede uma ampla divulgao. A anlise

    estatstica mostra que os mtodos quantitativos apresentam a maior frequncia relativa de

    utilizao (65,63%), enquanto a qualitativa apresenta valores um pouco inferiores

    (27,68%), os mtodos hbridos permanecem constantes a um nvel muito baixo (6,70%).

    Estas metodologias esto concentradas, na sua maioria (53,71%), na rea industrial

    (Marhavilas, Koulouriotis, and Gemeni 2011).

    Risco definido como a combinao da probabilidade (frequncia dos eventos) e

    consequncias associadas (Milazzo and Aven 2012; Koivisto et al. 2009).

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    6 Reviso Bibliogrfica

    Inicio

    Definio da utilizao prevista, bem como da previsvel m utilizao

    Identificao dos perigos

    Estimativa dos riscos

    Avaliao dos riscos

    O risco aceitvel?

    Fim

    sim

    Reduo do risco

    An

    lis

    e d

    eris

    co

    Ava

    lia

    o d

    e ri

    sco

    No

    Figura 3 Caracterizao do processo de avaliao de riscos

    (Fonte: (ISO/IEC 1999))

    Dados de probabilidade relevantes raramente esto disponveis e, como tal, as estimativas

    de risco totalmente quantitativos no so normalmente realizados na indstria. Em vez

    disso, mtodos semi-quantitativos so tipicamente aplicados. As categorias de risco so

    definidas de acordo com grupos de consequncia e probabilidade, e so geralmente

    representados em forma de matriz. De acordo com esta estimativa, os riscos podem ser

    classificados como catastrficos, grandes, graves ou menores, e priorizados. Os riscos so

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 7

    ento avaliados segundo os critrios de aceitabilidade e as medidas de controlo de risco so

    planeadas e aplicadas com base nesta definio de prioridades (Koivisto et al. 2009).

    Existem vrias tcnicas de anlise de riscos, referenciadas em vrios documentos

    cientficos. Para instalaes industriais Tixier et al. (2002) identifica 62 metodologias

    distintas que podem ser utilizadas para efetuar a avaliao de riscos deste tipo de

    estabelecimentos.

    As metodologias utilizadas, para a avaliao de riscos, nas indstrias no esto

    estandardizadas. Abrangem contudo, de uma forma geral os seguintes itens:

    identificao de perigos, que visa identificar as causas dos acidentes e os cenrios

    relacionados, que podem ser incndios, exploses, estes eventos constituem o

    cenrio para os quais o risco ser avaliado;

    determinao da frequncia de cada cenrio e as estimativa das consequncias dos

    vrios cenrios;

    clculo do risco que resulta do cruzamento entre a estimativa da frequncia e das

    consequncias e comparao com os critrios de aceitabilidade definidos.

    identificao de perigos deve ser adicionada tambm a identificao de riscos, de modo

    a realar que o foco da anlise no deve ser prioritariamente o produto (perigos), mas sim a

    interao das pessoas com o produto.

    Um entendimento geral sobre o conhecimento, perceo e comportamento de diferentes

    grupos de usurios podem ser usados para gerar hipteses sobre atividades que envolvem

    um produto perigoso ou sistema e para descrever cenrios de acidentes plausveis. Quando

    se realiza uma anlise de riscos existe sempre uma lacuna entre a realidade quotidiana e

    a teoria, que no se consegue reduzir, mesmo existindo uma informao adequada

    disponvel para gerar cenrios de acidentes de trabalho (van Duijne, van Aken, and

    Schouten 2008).

    Reniers et al. ( 2005) apresenta uma viso global das tcnicas de anlises de riscos,

    realando as seguintes tcnicas:

    a) Checklists: so frequentemente utilizadas para verificar o cumprimento de

    requisitos legais. A lista uma enumerao de questes sobre a operao,

    organizao, manuteno e outras reas de interesse que podem afetar a segurana

    da instalao e dos seus utilizadores.

    b) Auditorias de segurana: procedimentos pelos quais a segurana operacional de

    uma instalao ou processo so inspecionados.

    c) Anlise de rvores de falhas (FTA): uma tcnica dedutiva que se centra num

    acidente particular e permite determinar as causas que podero ter conduzido

    ocorrncia do acidente.

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    8 Reviso Bibliogrfica

    d) HAZOP: uma metodologia formalizada que permite a identificao de riscos e de

    documentos atravs do pensamento imaginativo. Trata-se de um exame muito

    sistemtico, do projeto e dos documentos que descrevem a instalao sob anlise. O

    estudo realizado por uma equipa multidisciplinar de modo a detertar desvios no

    design.

    e) Anlise What-if: uma anlise qualitativa que utiliza informaes do processo

    tpico de identificao de riscos. A tcnica constituida por um mtodo de

    brainstorming de modo a determinar o que pode correr mal e julgar as

    consequncias dessas situaes caso elas ocorram.

    f) Matriz de risco: abordagem sistemtica para estimar (avaliar) os riscos. Esta

    ferramenta pode ser utilizada para medir e classificar os riscos numa base de

    julgamento informado tanto quanto s probabilidade e consequncia bem como

    quanto sua relao de importncia.

    g) Mtodo Kinney e Fine: mtodo de avaliao de risco muito popular. Este metodo

    utilizado para avaliar perigos operacionais. Para isso utiliza uma frmula para

    quantificar o risco devido a um perigo. Esta frmula oferece um sistema lgico de

    gesto de segurana para definir prioridades para determinadas situaes perigosas.

    O risco calculado tendo em considerao as consequncias (C) de um potencial

    acidente, o fator de exposio (E) e o factor de probabilidade (P). A validade destas

    prioridades ou dessas decises obviamente funo da validade das estimativas do

    parmetros C, E e P, e essas estimativas, aparentemente muito simples, requerem a

    recolha de informaes, a visita aos locais de trabalho e na discusso com os

    trabalhadores sobre a natureza exata das atividades. A participao do

    trabalhadores , portanto, essencial pois eles so os nicos que sabem exatamente

    como o trabalho realmente realizado.

    Atualmente, ainda no existe concenso sobre a melhor maneira de definir o risco no

    contexto da engenharia. No entanto as trs definies de risco seguintes so

    frequentemente utilizadas:

    a) O risco combinao da probabilidade e exteno das consequncia;

    b) O risco uma medida da probabilidade e severidade de efeitos adversos;

    c) Risco a probabilidade e consequncia, mais especificamente, o risco igual a (si,

    pi, ci), onde si o cenrio i, pi a probabilidade da sua ocorrncia, e ci a

    consequncia que o cenrio i pode causar caso venha a ocorrer , i = 1,2, ... , N

    (Aven 2011; Papadakis and Chalkidou 2008).

    3.2 Iluminao

    Dos estmulos sensoriais que recebemos, 80% so de natureza tica. Desempenhando os

    olhos um papel fundamental no controlo dos movimentos e atividades do Homem. A

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 9

    iluminao bem como a cor das coisas que nos rodeiam tm um papel fundamental no

    bem-estar humano, como o estado de espirito e o nvel de fadiga (ILO 2012a; Miguel

    2010).

    Estudos mdicos e biolgicos recentes tm mostrado consistentemente, que a luz que entra

    nos olhos humanos tem, para alm de um efeito visual, tambm um importante efeito

    biolgico no-visual sobre o corpo humano. Uma boa iluminao tem assim uma

    influncia positiva sobre a sade, bem-estar, estado de alerta e at mesmo na qualidade do

    sono (van Bommel 2006).

    Uma iluminao inadequada no trabalho pode originar fadiga ocular, cansao, dores de

    cabea, stresse e acidentes de trabalho. Para alm disso o trabalho com pouca luz danifica a

    viso, no entanto, mudanas bruscas de iluminao podem ser perigosas, pois causam

    cegueira temporria na adaptao do olho nova iluminao. O grau de segurana com

    que se efetua o trabalho depende da capacidade visual e esta por sua vez depende da

    quantidade e qualidade da iluminao (ISTAS 2012).

    Um ambiente bem iluminado no somente aquele que tem quantidade suficiente de luz.

    Para se conseguir um bom nvel de conforto visual deve conseguir-se um bom equilbrio

    entre a quantidade, a qualidade e a estabilidade da luz, de maneira a eliminar os reflexos e

    contrastes obtendo assim uma boa uniformidade da iluminao. Todos eles em funo,

    tanto das exigncias visuais do trabalho como das caractersticas pessoais de cada

    trabalhador.

    Uma iluminao incorreta, tambm pode causar, posturas inadequadas, que provocaram

    em ltima anlise alteraes msculo-esquelticas (ISTAS 2012).

    3.2.1 Iluminao adequada

    Os nveis de iluminao (iluminncias) recomendados para as diferentes tarefas, de, um

    modo geral, oscilam ente 150 e 2000 x. So valores bastante inferiores aos obtidos com

    luz natural, constituindo assim uma soluo de compromisso entre os valores que seriam

    convenientes e as limitaes de ordem econmica e tcnica.(Miguel 2010)

    Os valores de iluminncias para cada tarefa e respetivo ramo de atividade encontram-se

    definidos em tabelas, como as apresentadas na norma DIN 5035 2:1990 e na ISO

    8995:2002.

    Na tabela 1 pode ver-se uma tabela de orientao geral.

    A iluminao adequada do posto de trabalho deve permitir que o trabalhador tenha:

    (Sajfert, 2012):

    Viso protegida;

    Menor nvel de cansao da viso;

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    10 Reviso Bibliogrfica

    Maior preciso do trabalho e um nmero reduzido de erros;

    Maior nvel de produtividade em todos os campos de trabalho;

    Menor possibilidade de ter um dano.

    Tabela 1 Iluminncias recomendadas para ambientes de trabalho

    a. Mnimo para locais de trabalho onde no se realizam atividades 100 a 150 x

    b. Classe I: Tarefas visuais simples, que no exigem grande esforo 250 a 500 x

    c. Classe II: Observao contnua de detalhes mdios e finos 500 a 1000 x

    d. Classe III: Tarefas visuais contnuas e precisas 1000 a 2000 x

    e. Classe IV: Trabalho visual muito preciso, exigindo grande esforo Acima de 2000x

    (Fonte:(Miguel 2010))

    3.2.2 Iluminao artificial e localizada

    A luz natural a melhor iluminao para os locais de trabalho, devido sua difuso

    correspondendo melhor condio para trabalhar. Como essa condio nem sempre

    possvel, ento essencial utilizar uma luz artificial adequada (Sajfert, 2012).

    Sempre que possvel todos os postos de trabalho devem ter a maior quantidade de luz

    natural, possuindo tambm luz artificial, geral e/ou localizada, que deve fornecer

    iluminao adequada, de modo a permitir obter condies de trabalho seguras e saudveis.

    A iluminao localizada nos postos de trabalho existe de modo a complementar a

    iluminao geral da instalao e bastante apreciada pelos trabalhadores (Jusln 2007,

    Sajfert 2012).

    Um estudo realizado por Jusln (2005) chegou concluso que pessoas que trabalham em

    indstrias sem luz natural nos seus postos de trabalho, apresentam uma grande

    variabilidade de preferncias em relao aos nveis de iluminao para a realizao da

    mesma tarefa, os trabalhadores que j esto familiarizados com a tarefa tm tendncia a

    utilizar nveis de iluminao menores, regra geral os trabalhadores preferem ter nveis de

    iluminncia significativamente maiores do que os estabelecidos nas normas e padres,

    gostam de poder controlar os nveis de iluminao e acreditam que uma boa iluminao

    tem uma influncia positiva sobre o seu trabalho.

    3.3 Ruido

    O rudo um dos mais importantes riscos ocupacionais no meio industrial. Segundo a OIT,

    estima-se que mais de 9 milhes de trabalhadores estejam expostos diariamente a nveis

    mdio de ruido de 85 dB (A). Estes nveis de rudo so potencialmente perigosos para a

    audio podendo causar tambm outros efeitos prejudiciais (ILO, 2012a).

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 11

    O rudo pode afetar o homem no plano fsico, psicolgico e social, podendo lesar os rgos

    auditivos, perturbar a comunicao, provocar irritao, ser fonte de fadiga e diminuir o

    rendimento no trabalho. Nveis de ruido elevados, ou a exposio prolongada a um

    ambiente ruidoso, podem lesar os rgos sensoriais do ouvido interno reduzindo, de

    maneira permanente, e irreparvel a sensibilidade auditiva (Macedo 2006).

    O rudo do ponto de vista fsico define-se como uma vibrao mecnica estaticamente

    aleatria de um meio elstico. Enquanto do ponto de vista fisiolgico corresponde a todo o

    fenmeno acstico que produz uma sensao auditiva desagradvel ou incomodativa

    (Miguel 2010).

    O Decreto-Lei n182/2006, estabelece no artigo 3 ponto 1, os valores limite de exposio

    e os valores de ao que determinam, quando atingidos, a adoo de medidas preventivas

    e/ou corretivas de diversa ndole por parte do empregador:

    Valores limites de exposio: LEX,8h = 87 dB (A) e LCpico = 140 dB (C);

    Valores de ao superiores: LEX,8h = 85 dB (A) e LCpico = 137 dB (C);

    Valores de ao inferiores: LEX,8h = 80 dB (A) e LCpico = 135 dB (C).

    Para alm dos valores objetivos que indicam o nvel sonoro a que se encontra exposto cada

    trabalhador, importa considerar que a surdez profissional relaciona-se ainda com outros

    fatores, tais como: a durao da exposio a tais valores e a diferente sensibilidade dos

    trabalhadores ao rudo (Macedo 2006).

    A legislao, Decreto-Lei n 182/2006, estabelece ainda a obrigatoriedade de adoo de

    medidas preventivas mnimas quando:

    a) Valores de ao inferiores forem ultrapassados

    Colocar disposio dos trabalhadores expostos, protetores auriculares com

    atenuao adequada ao rudo e que cumpram com os requisitos dispostos na

    norma NP EN 458:2006;

    Proceder vigilncia mdica e audiomtrica da funo auditiva dos

    trabalhadores, de dois em dois anos, (ou periodicidade inferior por

    indicao mdica);

    Efetuar o registo das avaliaes de riscos associados ao rudo.

    b) Valores de ao superiores forem atingidos ou ultrapassados:

    Investigar as causas dos elevados nveis de presso sonora;

    Implementar um programa de medidas tcnicas, com vista a reduo do

    rudo, ou de organizao do trabalho, para diminuio da exposio dos

    trabalhadores;

    Realizar avaliaes peridicas do rudo (no mnimo anuais);

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    12 Reviso Bibliogrfica

    Realizar vigilncia mdica e audiomtrica da funo auditiva dos

    trabalhadores com periodicidade anual (ou periodicidade inferior por

    indicao medica);

    Criar a obrigatoriedade de utilizao de protetores auriculares com

    atenuao adequada ao rudo a que os trabalhadores esto expostos;

    Delimitar e sinalizar os postos de trabalho;

    Registar as avaliaes do rudo em impresso prprio.

    c) Valores limite de exposio forem excedidos:

    Tomar medidas imediatas para reduzir a exposio;

    Investigar as causas dos elevados nveis de presso sonora;

    Aplicar outras medidas de proteo e preveno identificadas como

    necessrias.

    Os trabalhadores com exposio igual ou superior aos valores de ao inferiores, 80 dB

    (A) para a exposio pessoal e 135 dB (C) para a presso sonora do pico, devem ser

    informados e/ou formados nos termos do artigo 9 do Decreto-Lei 182/2006. Estas

    abordagens devero assumir um carcter sistemtico e contemplar os domnios dos riscos

    potenciais para a segurana e sade associados ao rudo, das medidas adotadas para reduzir

    os nveis de rudo, dos parmetros a ter em conta na avaliao do rudo (valores limite de

    exposio e valores de ao) dos resultados das avaliaes do rudo efetuadas e seu

    significado enquanto risco para a segurana e sade, da correta utilizao dos protetores

    auriculares, das formas de detetar indcios de leso provocada pelo rudo, do programa de

    vigilncia da sade e das prticas de trabalho que minimizem o risco do rudo.

    A legislao particularmente exigente no que respeita ao dever da empresa informar,

    formar e assegurar a vigilncia da sade dos trabalhadores no mbito das suas estratgias

    de preveno dos riscos associados ao rudo, como se comprova no artigo 9 do DL

    182/2006 e no artigo 16 da mesma lei onde dito que o incumprimento do artigo 9

    constitui uma contra ordenao muito grave.

    3.3.1 Frequncia do ruido ocupacional

    Uma avaliao de rudo e dos seus efeitos para a sade, baseada apenas na intensidade do

    rudo tem-se revelado insuficiente e inadequada. Para uma adequada avaliao dos efeitos

    do rudo na sade, a anlise do espectro de frequncias deve tambm ser tida em conta.

    Existem alguns estudos que consideram nas suas investigaes o contributo da frequncia

    para o estudo dos efeitos auditivos, no entanto para os efeitos no auditivos no existem

    grandes estudos (Veerappa, 2011).

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 13

    Veerappa (2011) no seu estudo evidncia que as frequncias do rudo ocupacional so um

    dos principais fatores que devem ser tidos em ateno na avaliao dos efeitos adversos da

    exposio ao rudo para a sade nas indstrias. Este estudo fornece fortes evidncias para

    afirmar que um rudo com frequncia volta dos 4Khz tem efeitos auditivos adversos. Um

    trabalho realizado por Prashanth (2008) mostra que a exposio ao rudo com baixas e

    medias frequncias gera sintomas como presso no globo ocular, insnias, irritao,

    vibraes frequentes no ouvido, fadiga crnica, dores repetidas na cabea e costas e

    aumento de pulsao. Ficou provado que esta relao ocorre, pelo menos, para os

    trabalhadores participantes no estudo.

    Existe um esforo da comunidade cientfica em tentar relacionar as frequncias de rudo e

    os seus efeitos no auditivos no trabalhador. Num estudo realizado por Chang (2012) foi

    evidenciado que exposies a rudo ocupacional acima dos 80 dBA, para perodos

    especficos, podem estar associadas com a hipertenso. A mesma relao foi encontrada

    para frequncias de 4000Hz, Concluiu-se assim que a exposio a rudo ocupacional tanto

    em frequncias especficas como com elevadas presses sonoras, podem estar associadas

    com o risco da hipertenso.

    3.4 Enquadramento Legal e Normativo

    3.4.1 Legislao aplicvel

    O exerccio de uma atividade econmica implica a existncia de um determinado regime

    legal: o inerente regime jurdico de licenciamento. Sendo o licenciamento industrial um

    exemplo claro deste princpio de gesto.

    CAE da atividade econmica: Decreto-lei n 381/2007

    O Decreto-Lei n. 381/2007 de 14 de Novembro, em vigor desde 1 de Janeiro de 2008,

    publicou a Classificao Portuguesa das Atividades Econmicas, Reviso 3, designada por

    CAE-Rev.3, que constitui o quadro comum de classificao de atividades econmicas a

    adotar a nvel nacional. Esta classificao reflete a evoluo tecnolgica, as mudanas

    estruturais na economia e visa assegurar a comparabilidade com a Classificao

    Internacional Tipo de Atividades, Reviso 4 CITA-Rev. 4 das Naes Unidas.

    De acordo com a legislao em vigor, a cdigo que da atividade o 23131 Fabricao de

    Vidro de embalagem.

    Enquadramento da Higiene e Segurana no Trabalho numa dimenso

    Organizacional

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    14 Reviso Bibliogrfica

    Numa dimenso organizacional, a funo Segurana e Sade do trabalho tem como

    objetivo a gesto da preveno, que regulamentada pela Lei n 102/2009 de 10 de

    Setembro, que estabelece o regime jurdico da promoo da segurana e sade no trabalho,

    este diploma tem como enfoque o trabalhador e no a atividade econmica.

    Esta lei deve ser complementada com o Decreto-Lei n347/93, de 1 de Outubro e

    correspondente Portaria n 987/93, de 6 de Outubro, que estabelece as prescries

    mnimas de Segurana e Sade nos Locais de Trabalho.

    Tendo um carcter Universal estes diplomas legais aplicam-se a todas as atividades, dos

    sectores privado ou cooperativo e social.

    Decreto-Lei n209/2008: A atividade econmica enquadrada numa dimenso

    Organizacional

    O Regime de Exerccio da Atividade Industrial (REAI) encontra-se regulado pelo Decreto-

    Lei n 209/2008 de 29 de Outubro, tendo sido revogado o Decreto-Lei n 69/2003, de 10

    de Abril, Decreto-Lei n 183/2007 de 09 de Maio e restantes diplomas regulamentares. O

    REAI aplica-se a trs tipos de atividades: industrial, produtiva local e produtiva similar.

    O REAI pretende assegurar, que a atividade industrial exercida adotando medidas de

    preveno e controlo no sentido de eliminar ou reduzir os riscos suscetveis de afetar as

    pessoas e bens, garantindo as condies de segurana e sade no trabalho bem como o

    respeito pelas normas ambientais, minimizando as consequncias de eventuais acidentes

    (ponto 1 artigo 6 do DL n 209/2008).

    Portaria n 53/71 alterado pela Portaria n702/80: Enquadramento sectorial da

    Higiene e Segurana no trabalho

    Na indstria de produo de vidro de embalagem, sem prejuzo do disposto no DL n

    102/2009, a SHST encontra-se regulada por legislao sectorial e especfica,

    nomeadamente pelo Regulamento Geral de Segurana e Higiene nos estabelecimentos

    industriais Portaria n53/71, 3 de Fevereiro posteriormente alterada pela Portaria

    n702/80, 22 de Setembro.

    Este regulamento representa um diploma de extrema importncia, sendo especfico para a

    indstria e abordando, de forma muito completa, os aspetos fundamentais para a preveno

    de riscos profissionais e atuao em caso de acidente ou situaes de emergncia. Ele

    define o quadro geral de requisitos necessrios para assegurar as boas condies de higiene

    e segurana e a melhor qualidade de ambiente de trabalho, em todos os locais onde se

    desenvolvam atividades industriais, para as fases de conceo, projeto, instalao e

    laborao (ou funcionamento).

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 15

    Componentes materiais do trabalho

    Segundo a Lei n102/2009 de 10 de Setembro, entende-se por componente material de

    trabalho o local de trabalho, o ambiente de trabalho, as ferramentas, as mquinas

    equipamentos e materiais, as substncias e agentes qumicos, fsicos e biolgicos e os

    processos de trabalho.

    Assim, nas componentes materiais de trabalho, incluem-se todos os aspetos relacionados

    com o trabalho que vo interagir com o trabalhador, podendo meter em causa ou afetar a

    sua segurana e sade.

    Existem vrios diplomas legais associados a este tema de maneira a englobar, mais

    pormenorizadamente, cada um dos fatores de risco a que o trabalhador est exposto,

    garantindo assim que o trabalho desenvolvido em condies de segurana a todos os

    nveis.

    Os principais fatores de risco presentes nas mais diversas atividades de trabalho so:

    1 Fatores de risco associados a agentes fsicos: rudo, vibraes, ambiente de trmico

    e radiaes ionizantes;

    2 Fatores de risco associados a agentes qumicos: substncias qumicas utilizadas nos

    processos produtivos (contaminantes ou poluentes qumicos);

    3 Fatores de risco associados a agentes biolgicos: a presena no ambiente de trabalho

    de microrganismos como os vrus, bactrias, fungos, parasitas, germes,

    microrganismos geneticamente modificados, etc.

    4 Fatores de risco associados ao posto e local de trabalho: qualidade das instalaes

    eltricas, das vias de circulao e evacuao, da ventilao, do isolamento trmico, da

    iluminao, dos vestirios e balnerios, etc.

    5 Fatores de risco associados a equipamentos: manuteno, reparao, limpeza, uso

    do equipamento na execuo das tarefas, etc.

    6 Fatores de risco associados movimentao de cargas: esto dependentes da forma

    como efetuada a movimentao, manualmente ou com a ajuda de meios mecnicos.

    7 Fatores de risco associados a posturas incorretas: Posturas adotadas durante o dia

    de trabalho, esforo fsico, a manipulao das cargas, os movimentos repetitivos, as

    atividades montonas.

    8 Fatores de risco organizacional: a precariedade dos vnculos laborais, os ritmos de

    trabalho, a rotatividade dos postos de trabalho, as exigncias de produtividade ou

    obrigao de determinados resultados, trabalho por turnos, trabalho noturno, nmero

    de horas de trabalho, trabalho ao fim de semana;

    9 Fatores de risco psicossocial: violncia no trabalho, intimidao ou assdio moral, a

    descriminao, as relaes hierrquicas, os fatores relacionados com o stresse, o

    consumo de lcool e drogas no local de trabalho, a satisfao profissional, as

    exigncias muito altas ou muito baixas em relao s competncias.

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    16 Reviso Bibliogrfica

    10 Fatores de risco pessoal ou individual: so os fatores de risco associados

    diretamente ao individuo, como o gnero, idade, tempo de trabalho, etc.

    A grande maioria dos fatores de risco enumerados anteriormente possui diplomas legais.

    Devido diversidade de diplomas, apenas sero citados aqueles que foram relevantes para

    o estudo, nomeadamente:

    1 Decreto-Lei n141/95, de 14 de Junho Prescries mnimas para a sinalizao de

    segurana e de sade no trabalho;

    2 Decreto-Lei n 348/93, de 1 de Outubro Prescries mnimas de segurana e de

    sade para a utilizao de equipamento de proteo individual no trabalho pelos

    trabalhadores;

    3 Decreto-Lei n 330/93, de 25 de Setembro Prescries mnimas de segurana e de

    sade na movimentao manual de cargas;

    4 Decreto-Lei n 182/2006, de 6 Setembro Prescries mnimas de segurana e de

    sade em matria de exposio dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes

    fsicos (rudo);

    5 Decreto-Lei n 46/2006, de 24 de Fevereiro Prescries mnimas de proteo da

    sade e segurana dos trabalhadores em caso de exposio aos riscos devidos a

    agentes fsicos (Vibraes);

    6 Decreto-Lei n226/2005, de 28 de Dezembro e Portaria n949-A/2006, de 11 de

    Setembro Regras tcnicas das instalaes eltricas de baixa tenso;

    7 Decreto-Lei n50/2005, de 25 de Fevereiro Prescries mnimas de segurana e

    sade para a utilizao pelos trabalhadores de equipamento de trabalho;

    8 Decreto-Lei n 24/2012, de 6 de Fevereiro Prescries mnimas em matria de

    proteo dos trabalhadores contra os riscos para a segurana e a sade devido

    exposio a agentes qumicos no trabalho;

    9 Decreto-Lei n220/2008, de 12 de Novembro Regime jurdico da segurana contra

    incndios em edifcios.

    3.4.2 Normas

    As normas definem regras mnimas de segurana e qualidade, a grande maioria dos fatores

    de risco referidos anteriormente encontra-se abrangido por normas que definem regras,

    metodologias e orientaes a adotar. Abaixo fao referncia a algumas das normas de

    maior relevo para o estudo, no entanto existem muitas mais.

    1 ISO 8995:2002 Iluminao dos locais de trabalhos realizados no interior de edifcios

    para as diferentes tarefas ou atividades. Os valores so em funo das exigncias

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 17

    visuais da tarefa, da experincia prtica e da necessidade de uma utilizao tima da

    energia ao menor custo. (no existe normalizao nacional);

    2 NP EN ISO 9612:2011 Acstica: Determinao da exposio ao rudo ocupacional;

    3 NP 1796:2007 Segurana e sade do trabalho valores limite de exposio

    profissional a agentes qumicos.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 19

    4 OBJETIVOS E METODOLOGIA

    4.5 Objetivos da Tese

    A avaliao de riscos a base para a preveno de acidentes e doenas profissionais. Esta

    deve ser adequada realidade da empresa, garantindo que todos os riscos relevantes so

    tidos em conta e no apenas os mais imediatos ou bvios. Neste sentido, a utilizao de

    uma adequada metodologia essencial. Assim, com o presente trabalho tentou-se avaliar

    as diferentes metodologias de avaliao de riscos utilizadas no Grupo BA, no sentido de

    encontrar um mtodo de avaliao de riscos potencialmente mais adequado s

    necessidades da organizao bem como validar a escolha recorrendo anlise dos

    resultados da sua aplicao.

    O presente estudo tem ainda como objetivos especficos:

    1 Avaliar um caso prtico, identificando os riscos da oficina de reparao de moldes,

    com aplicao de diferentes metodologias;

    2 Comparar os resultados obtidos pelos diferentes mtodos utilizados;

    3 Analisar criticamente os resultados relativamente fiabilidade e aplicabilidade dos

    mtodos;

    4 Analisar a exposio dos trabalhadores da oficina de moldes ao rudo e caracterizar a

    iluminao dos postos/locais de trabalho;

    5 Analisar o espectro de frequncias do rudo ocupacional durante a realizao da tarefa

    de soldadura oxiacetilnica, no sentido de tentar estabelecer um padro entre os

    trabalhadores.

    4.6 Metodologia Global de Abordagem

    Antes de iniciar a anlise e avaliao de riscos, realizou-se uma preparao do trabalho a

    desenvolver. Nesta fase recolheram-se informaes sobre a empresa nomeadamente ao

    nvel da organizao (postos de trabalho, atividades e tarefas realizadas, pessoal com

    necessidades especiais, entre outros), das caractersticas do trabalho (movimentao de

    materiais e pessoas, exposio ao rudo, utilizao de produtos inflamveis, entre outros),

    dos equipamentos, mquinas e instalaes, de modo a verificar se estes podem constituir

    uma fonte de perigo para o trabalhador. Efetuou-se tambm a estruturao da avaliao,

    optando-se pela diviso do trabalho por atividades/tarefas garantindo assim um tratamento

    apropriado na avaliao dos riscos. Deste modo tornou-se essencial efetuar o levantamento

    de todas as atividades que se desenvolvem na empresa incluindo: atividades de rotina e

    ocasionais. Foi necessrio tambm, recolher alguma informao relativamente a legislao

    e referenciais tcnicos aplicveis, manuais das mquinas e fichas de dados de segurana.

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    20 Objetivos e Metodologia

    Toda esta informao essencial para a tomada de deciso relativamente avaliao de

    riscos.

    Considerou-se essencial, para poder fazer uma correta identificao dos perigos, a

    realizao de observaes in loco das atividades. Deste modo, aproveitaram-se os dias em

    que se realizaram as medies de rudo e iluminao para fazer estas observaes. Atravs

    de pequenos dilogos com os trabalhadores, pode recolher-se algumas informaes sobre

    os perigos que estes consideram mais relevantes nas suas tarefas, bem como as situaes

    que j possam ter ocorrido e que colocaram a sua segurana em causa.

    Aps a recolha de todos os dados relevantes para a avaliao e da observao minuciosa do

    trabalho desenvolvido, finalizou-se uma lista dos perigos. Na posse desta informao

    procedeu-se quantificao dos riscos previamente identificados.

    Para a avaliao dos riscos da atividade, recorreu-se aos mtodos utilizados atualmente nas

    empresas do grupo (MP, ME e MAS), um mtodo de referncia em Espanha (NTP330) e

    ainda um outro mtodo integrado para avaliao de riscos ambientais e ocupacionais

    (MIAR), com o objetivo de obter algumas elaes sobre as diferentes metodologias. Todas

    as metodologias foram aplicadas nas mesmas condies.

    Para a avaliao dos parmetros mensurveis considerados mais crticos como o rudo e a

    iluminao, foram efetuadas medies nos diferentes postos de trabalho. Estes parmetros

    possuem leis ou normas especficas que estabelecem as metodologias mais adequadas para

    a sua avaliao.

    Para a medio de rudo, utilizou-se um sonmetro e as medies foram baseadas no posto

    de trabalho ou atividade (2 estratgia de medio definida pela Norma NP EN ISO

    9612:2011). As medies apenas foram efetuadas s duas funes (serralheiros e torneiros)

    consideradas mais crticas no que se refere ao rudo ocupacional. A primeira medio

    efetuada realizou-se junto de um dos serralheiros e teve a durao de 8 horas. A partir do

    grfico obtido, para a medio de 8 horas, tentou-se encontrar um perodo que pudesse ser

    representativo da nossa amostra, isto , dividiu-se o grfico em intervalos de tempo, com o

    objetivo de encontrar um tempo mnimo representativo para a amostragem. Esta busca

    iniciou-se com perodos de meia hora os quais foram sendo sucessivamente aumentados.

    Como estamos, na presena de um trabalho que no tem padres definidos, os perodos de

    tempo mais pequenos demonstram variaes de rudo bastante significativas. S para um

    intervalo de trs horas se conseguiu obter um valor de erro inferior a 2dB para diferentes

    perodos de 3 horas. Da conclui-se que as trs horas seriam o tempo necessrio para a

    realizao das prximas medies, se destas novas medies de 3 horas o valor encontrado

    fosse idntico (+/- 2 dB) ao valor obtido no grfico de 8h ento poder-se-ia afirmar que os

    serralheiros estariam expostos no seu dia normal de trabalho quele nvel de rudo.

    Procedeu-se da mesma maneira para o torneiro.

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 21

    As medies da iluminncia na oficina foram realizadas em cada um dos postos de

    trabalho, recolhendo-se para cada um deles vrias amostras ao longo do dia de trabalho.

    Com o objetivo de tentar perceber a existncia de um padro na realizao da soldadura

    oxiacetilnica, realizaram-se ainda vrias medies ao processo de soldadura em cada um

    dos postos de trabalho onde se realiza esta tarefa.

    4.7 Materiais e Mtodos

    4.7.1 Avaliao de riscos

    Para a avaliao de riscos utilizaram-se as trs metodologias utilizadas pelo grupo BA.

    Estas metodologias so adaptaes, tendo sido criadas dentro do grupo.

    Foram tambm utilizadas mais duas metodologias, uma delas, um mtodo de referncia

    utilizado em Espanha (NPT 330) e a outra, um mtodo recente (MIAR) que oferece uma

    aproximao integrao dos Sistemas de Gesto da Qualidade, Ambiente e Segurana.

    Todos os mtodos foram aplicados nas mesmas condies, de modo aos resultados

    poderem ser comparveis.

    a) Metodologia de avaliao de riscos utilizada em Portugal (MP)

    Esta metodologia pretende:

    Identificar os perigos associados s diversas atividades/elementos/tarefas da BA;

    Avaliar os riscos que afetam cada posto de trabalho, agrupando os postos de

    trabalho por tarefas/atividades.

    Na figura 4 apresentado o fluxograma, com as vrias etapas do processo, que se inicia

    com a identificao do perigo por atividade / tarefa e termina quando o risco se encontra

    controlado.

    A identificao dos perigos, engloba todas tarefas presentes nas diversas atividades, quer

    sejam de rotina, ocasionais ou situaes de emergncia. Garantindo desta maneira que

    aquelas tarefas menos frequentes no so esquecidas.

    A identificao dos perigos a primeira etapa desta metodologia, porque, s depois de

    termos todos os perigos devidamente identificados podemos avaliar os riscos associados a

    eles. Esta avaliao, segundo esta metodologia o resultado da multiplicao de trs

    fatores, nomeadamente: Consequncia/Severidade, Exposio e Probabilidade (figura 5).

    Cada um destes fatores encontra-se valorado, de acordo com as tabelas de 2 a 5.

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    22 Objetivos e Metodologia

    PerigosIdentificao por

    actividade/tarefa

    Riscos Avaliao

    Aces de

    Controlo

    Processo Seguro?

    No

    Risco controlado

    Sim

    Responsabilidade Modo de Proceder Registos

    Equipa de

    projecto

    Equipa de

    projecto

    Equipa de

    projecto

    Equipa de

    projecto

    CT SHG 003 (pt)

    CT SHG 003 (pt)

    Figura 4 Fluxograma da avaliao de riscos utilizada pela BA nas empresas portuguesas

    (Fonte: BA Vidro)

    Figura 5 - Avaliao de risco segundo a metodologia

    (Fonte: BA Vidro)

    A valorao das consequncias atribuda segundo o que mais gravoso, isto , se os

    danos humanos forem superiores aos materiais utiliza-se a valorao da tabela 2. Caso

    contrrio utilizam-se os valores da tabela 3.

    Consequncia / Severidade

    Exposio

    Probabilidade

    Risco

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 23

    Tabela 2 Valorao das consequncias humanas (MP)

    Consequncias Humanas (C)

    (Resultado mais provvel de um acidente potencial)

    Leses ligeiras sem incapacidade (1)

    Leses moderadas com ou sem incapacidade (5)

    Leses graves (15)

    Morte (25)

    Vrias Mortes (50)

    (Fonte: BA Vidro)

    Tabela 3 Valorao das consequncias materiais (MP)

    Consequncias Materiais (C)

    (Resultado mais provvel de um acidente potencial)

    Leses ligeiras sem incapacidade (1)

    Leses moderadas com ou sem incapacidade (5)

    Leses graves (15)

    Morte (25)

    Vrias Mortes (50)

    (Fonte: BA Vidro)

    A avaliao de risco feita atravs da multiplicao da valorao atribuda para cada um

    dos parmetros:

    Os resultados obtidos so avaliados segundo a tabela 6, que nos define se o risco

    aceitvel ou no.

    Se os riscos forem considerados no aceitveis, podem requerer aes imediatas.

    Estabelecem-se ento, medidas preventivas e corretivas com o objetivo de eliminar, reduzir

    ou controlar o risco. Aqui devem ser tidos em conta os princpios gerais de preveno,

    estabelecendo-se prioridades com base na gravidade do risco, os resultados provveis de

    um incidente, o nmero de pessoas que podero ser afetadas e o tempo necessrio para

    tomar medidas preventivas.

    Tabela 4 Valorao da Exposio ao perigo (MP)

    (Fonte: BA Vidro)

    O rudo, a iluminao, a exposio a contaminantes qumicos e as posturas/esforos,

    possuem mtodos de avaliao especficos e mais precisos, logo no vo ser avaliados

    segundo esta metodologia.

    Exposio (E)

    Muito raro (A exposio ao perigo ocorre menos que uma vez num ano ou o processo funciona menos que quatro horas por ano).

    0,5

    Raro (A exposio ao perigo ocorre uma ou duas vezes num ano ou o processo funciona menos que vinte e quatro horas por ano).

    1

    Ocasional (A exposio ao perigo ocorre uma ou duas vezes por semana ou o processo funciona menos do que 8 horas por semana) 3

    Frequente (A exposio ao perigo ocorre varias vezes num dia ou o processo funciona mais do que duas horas dia)

    6

    Continuamente (A exposio ao perigo ou o processo ocorre vrias vezes num dia, mais do que quatro

    horas/dia) 10

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    24 Objetivos e Metodologia

    Tabela 5 Valorao da probabilidade de ocorrncia (MP)

    (Fonte: BA Vidro)

    Tabela 6 Grau de aceitao do risco (MP)

    Risco (R)

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 25

    orientador, na tabela 7, relacionam-se as descries associadas probabilidade considerada

    em funo do seu nvel.

    Para determinar a possibilidade da severidade do dano, considera-se: as partes do corpo

    que podem ser afetadas, a natureza do dano e as consequncias do acidente ou doena

    profissional. A ttulo orientador, na tabela 8, relacionam-se as descries associadas

    severidade do dano considerado em funo do seu nvel.

    Para a determinao do Grau de risco, estabeleceram-se cinco nveis, obtidos a partir das

    diferentes combinaes da probabilidade e severidade, de acordo com o apresentado na

    tabela 9.

    Tabela 7 Valorao da Probabilidade em funo do dano (ME)

    Probabilidade Descrio

    Alta A situao de risco gera-se de forma continua (muitas vezes ao dia) e mais que provvel que se produza o dano.

    Mdia A situao de risco apresenta-se de forma frequente (algumas vezes ao dia) e possvel que se produza o dano.

    Baixa A situao de risco apresenta-se de forma ocasional (1 vez/semana) e seria raro no entanto possvel que se reproduzisse o dano.

    (Fonte: BA Vidro)

    Tabela 8 Valorao da Severidade do dano (ME)

    Severidade Descrio

    Alta Quando a gravidade do acontecimento pode provocar danos com resultado de morte ou de incapacidade

    laboral permanente.

    Mdia Quando o acontecimento pode provocar danos com resultado de incapacidade laboral transitria.

    Baixa Quando o acontecimento pode provocar uma leso que no necessita de baixa laboral ou esta seja de muito

    curta durao, inferior a uma semana.

    (Fonte: BA Vidro)

    Tabela 9 Determinao do grau de risco (ME)

    Grau de risco Severidade

    Alta Mdia Baixa

    Probabilidade

    Alta Muito Alto Alto Moderado

    Media Alto Moderado Baixo

    Baixa Moderado Baixo Muito Baixo

    (Fonte: BA Vidro)

    Depois da identificao dos riscos estabelece-se as medidas preventivas e corretivas

    correspondentes com o objetivo de eliminar, reduzir ou controlar estes riscos.

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    26 Objetivos e Metodologia

    Esta metodologia prope que seja utilizada, para o estabelecimento de prioridades das

    medidas corretivas e de controlo em funo do grau de risco, a tabela 10.

    Os riscos que requerem a aplicao de valorao ou medies complexas so objeto de

    estudo separado, que completam esta avaliao mais geral, incluem-se nestes riscos o

    rudo, os contaminantes qumicos, a iluminao e a ergonomia, para estes riscos devem ser

    utilizados mtodos especficos de medio.

    Tabela 10 - Aes a adotar segundo o grau de risco (ME)

    Grau de risco Aes a adotar

    Muito alto

    Os riscos devem ser controlados imediatamente. Se no for adotada logo uma soluo definitiva durante o perodo de espera devem tomar-se medidas e aes temporrias que diminuam o grau de risco. As solues definitivas devem ser implementadas o mais rapidamente possvel

    Alto Devem ser adotadas medidas urgentemente para controlar os riscos

    Moderado Os riscos podem ser tratados a curto ou mdio prazo

    Baixo e

    Muito Baixo Os riscos podem ser aceitveis ou requerer controlos peridicos e medidas a medio ou longo prazo

    (Fonte: BA Vidro)

    c) Mtodo Ambiente e Segurana desenvolvido pela BA (MAS)

    A BA GLASS desenvolveu um mtodo prprio que avalia os riscos ocupacionais e

    impactes ambientais, identificados nas instalaes. um mtodo matricial, semi-

    quantitativo. Em baixo descrito o mtodo e respetiva determinao do grau de risco.

    Categorias de gravidade (G):

    So definidas categorias para avaliar a magnitude da sequncia dos danos provocados quer

    nas pessoas, mquinas, equipamentos ou infraestruturas (tabela 11).

    Categorias de probabilidade (P):

    So definidas 5 categorias para determinar a probabilidade de ocorrncia de um impacte

    ambiental ou de determinado acontecimento perigoso (Tabela 12).

    Clculo do nvel de risco

    Para cada aspeto ambiental ou ocupacional, utilizando a gravidade e a probabilidade,

    atribudas segundo as tabelas 11 e 12, determina-se o nvel de risco associado (Tabela 13).

    Determinado o nvel de risco; determina-se o grau de risco (Tabela 15) tendo em conta as

    condies de controlo (Tabela 14).

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 27

    Tabela 11 Valorao das consequncias ambientais, Ocupacionais ou materiais (MAS)

    Ambiente Pessoas Infraestruturas

    1 Danos ambientais muito graves e

    irreversveis com custos muito elevados de reposio;

    Efeitos provocados para alm das instalaes da organizao por:

    - Substncias perigosas;

    - Rudo;

    - Alteraes na paisagem, impacte

    visual das infraestruturas, remoo de coberto vegetal, alteraes da topografia, permanentes e relevantes de modo a exigir o estabelecimento de medidas de minimizao/controlo permanentes.

    Considera-se que o risco provoca

    danos muito graves, se as suas consequncias forem:

    - Leses graves, muito graves ou mortais:

    - Se as incapacidades temporrias absolutas geradas originarem perodos de baixa superior a 30 dias;

    Considera-se que o risco provoca

    danos muito graves, se as suas consequncias para mquinas, equipamentos, infra- estruturas, forem:

    - Elevadas implicaes ao nvel do funcionamento com colapso da mquina, equipamento ou infraestrutura;

    - Paragem superior a 10 dias;

    - Danos patrimoniais de valor superior a 5000 Euros;

    - Custos com a reposio normal de servio superior a 10000 euros.

    2 Danos ambientais graves mas

    reversveis, embora associados a um custo elevado de reposio do equilbrio ambiental;

    Efeitos limitados s instalaes;

    Efeitos provocados para alm da instalao da prpria organizao por:

    - Substncia no perigosa (resduos, emisses gasosas, efluentes);

    - Rudo detetvel no exterior das instalaes da empresa, mas sem ultrapassar os limites da sua propriedade;

    - Alteraes da paisagem, impacte visual das infraestruturas, remoo de coberto vegetal, alteraes da topografia, permanentes, mas no relevantes e sem necessidade de estabelecer medidas de minimizao.

    Considera-se que o risco provoca

    danos graves, se as suas consequncias forem:

    - Leses que necessitem de

    interveno mdica ou cuidados hospitalares;

    - Se as incapacidades temporrias absolutas geradas originarem

    perodo de baixa superior a 3 dias, mas inferior a 30 dias;

    Considera-se que o risco provoca

    danos graves, se as suas consequncias para mquinas, equipamentos, infraestruturas, forem:

    - significativas e que tenham implicaes significativas ao nvel do funcionamento;

    - Paragem superior a um dia, mas inferior a 10 dias;

    - Danos patrimoniais de valor superior a 500 euros, mas inferiores a 5000 euros;

    - Custos com reposio normal de servio superiores a 1000 euros e inferiores a 10000euros

    3 Danos ambientais pouco graves, com

    reposio fcil do equilbrio ambiental, desde que:

    - Substncia no perigosa (resduos, emisses gasosas, efluentes);

    - Rudo apenas detetvel no interior das instalaes da empresa;

    - Alteraes da paisagem, impacte visual das infraestruturas, remoo de coberto vegetal, alteraes da

    topografia, no permanentes, sem necessidade de estabelecer medidas de minimizao/controlo

    Considera-se que o risco provoca

    danos pouco graves, se as suas consequncias forem:

    - Leses superficiais ou ligeiras, resolveis sem interveno mdica ou apenas com cuidados bsicos de primeiros socorros;

    Se as incapacidades temporrias absolutas geradas originarem perodo de baixa inferior a 3 dias

    Considera-se que o risco provoca

    danos pouco graves, se as suas consequncias para mquinas, equipamentos, infraestruturas, forem:

    - Poucas, ou nenhumas, implicaes ao nvel do funcionamento;

    - Paragem inferior a 1 dia;

    - Danos patrimoniais de valor inferior a 500 euros;

    - Custos com a reposio normal de servio inferiores a 1000 euros

    4 Danos sobre o ambiente sem importncia ou desprezveis.

    Considera-se que o risco provoca

    danos sem importncia ou desprezveis

    Considera-se, que o risco provoca

    danos sem importncia ou desprezveis para mquinas, equipamentos, infraestruturas

    (Fonte: BA Vidro)

  • Mestrado em Engenharia de Segurana e Higiene Ocupacionais

    28 Objetivos e Metodologia

    Tabela 12 - Valorao da probabilidade de ocorrncia (MAS)

    Categoria Ambiente/SST

    1 Ocorre de forma sistemtica

    2 Ocorre vrias vezes (pelo menos uma vez por ms)

    3 Ocorre esporadicamente (1 a 2 vezes por anos)

    4 No normal, mas razovel a expectativa da ocorrncia

    5 Embora seja possvel no previsvel que acontea

    (Fonte: BA Vidro)

    Tabela 13 Determinao do nvel de risco (MAS)

    (Fonte: BA Vidro)

    Legenda:

    Classificao das condies de controlo

    Refere-se s de controlo existentes que podem reduzir/eliminar o nvel de risco associado

    aos impactes ambientais ou riscos. Dividem-se em 4 categorias, de acordo com a tabela 14:

    Tabela 14 Valorao das condies de controlo (MAS)

    Categorias Descrio das condies de controlo

    1 No existem

    2 Existem, mas so poucas ou tm graves deficincias

    3 Existem, so suficientes mas apresentam algumas deficincias

    4 Existem, so suficientes e eficientes

    (Fonte: BA Vidro)

    Gravidade

    1 2 3 4

    Pro

    bab

    ilid

    ad

    e

    1 1 1 2 3

    2 1 1 2 3

    3 1 2 3 4

    4 2 3 3 4

    5 3 3 4 4

    1 Nvel de risco elevado

    2 Nvel de risco mdio

    3 Nvel de risco moderado

    4 Nvel de risco baixo

  • Avaliao de riscos na reparao de moldes para vidro de embalagem

    Ferreira, Ctia 29

    Determinao do grau de risco

    Para cada impacte ambiental e ocupacional, utilizando o nvel de risco e as condies de

    controlo existentes, atribudos segundo as tabelas 13 e 14 respetivamente, determinado o

    grau de risco de acordo com a tabela 15.

    Tabela 15 Determinao do nvel de risco (MAS)

    (Fonte: BA Vidro)

    Legenda:

    d) NTP 330 Sistema Simplificado de avaliao de riscos

    um mtodo de matriz composta, referenciado numa norma tcnica espanhola, utilizado

    com o objetivo de estabelecer prioridades para a eliminao, minimizao e controlo dos

    riscos ocupacionais, baseia-se nas propostas apresentadas pelo Instituto Nacional de

    Seguridad e Higiene en El Trabajo (INSHT).

    Na aplicao do mtodo necessrio determinar quatro variveis, designadas por Nvel de

    Deficincia (ND), Nvel de Exposio (NE), Nvel de Probabilidade (NP) e Nvel de

    Consequncias (NC). A escala de Nvel de Risco (NR) integra 4 nveis de prioridade de

    interveno.

    Na determinao das variveis ND e NE so utilizadas as escalas apresentadas nas tabelas

    16 e 17, respetivamente.

    O Nvel de probabilidade (NP) funo do Nvel de Deficincia (ND) e do Nvel de

    Exposio (NE) e pode ser expresso pelo produto de ambos os termos: NP = NE ND, de

    acordo com a matriz apresentada na tabela 18 a caracterizao de cada nvel de

    probabilidade feita na tabela 1