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“Avaliação de tecnologia da saúde em CC, RA e CME
Novos rumos: quando prosseguir?”
Eliane Molina Psaltikidis – 01/09/2016Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde – HC Unicamp
Declaração de conflito de interesses
Sem vínculos profissionais ou pessoais com indústria
farmacêutica, de equipamento e de produtos para
saúde que possam gerar conflitos de interesses.
� Vocação para o pionerismo
� Uso intenso de tecnologia
� Pressão dos fabricantes e equipes para incorporação
� Benefícios nem sempre claros
� Unidade hospitalar de alto faturamento e alto custo
� Tecnologias do CC em geral refletem no CME
Tecnologias em saúde no CC, RPA e CME
Medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos, sistemas
organizacionais, informacionais, educacionais e de suporte,
programas e protocolos assistenciais por meio dos quais a atenção e
os cuidados com a saúde são prestados à população (BRASIL, 2005).
� Rápida inovação
� Grande impacto nos custos assistenciais
� Interesses diversos envolvidos na incorporação
Conceito de Tecnologias em Saúde
Tecnologias em Saúde
� Indispensáveis em todo o
sistema de saúde
OFERTA INFINITA X RECURSOS FINITOS
� Correta incorporação é desafio mundial
� Gestores necessitam de informações confiáveis e detalhadas que
lhes permitam tomar decisões transparentes e legítimas na hora
de estabelecer prioridades, com o objetivo de obter máximo
benefício com orçamentos limitados.
Enfermagem e as tecnologias
� Equipamentos, acessórios, instrumental, medicamentos,
insumos, informática da saúde, etc...
� Percebe problemas de aplicação e de segurança
� Percebe benefícios aos pacientes e sua percepção
� Percebe necessidade não contempladas
Enfermagem tem intenso contato com as
tecnologias, mesmo que nem sempre seja
quem determine qual tecnologia será utilizada
� Processo abrangente por meio do qual são avaliados os
impactos clínicos, sociais e econômicos das tecnologias
� Objetivo principal - auxiliar os gestores em saúde na
tomada de decisões coerentes e racionais para melhorar
a qualidade de atendimento e a saúde da população.
Avaliação de Tecnologias em Saúde
ATS é uma metodologia que possibilita verificar:
� Eficácia – funciona?
� Efetividade - funciona na prática?
� Eficiência – funciona... mas compensa?
Ciclo de vida das tecnologias e a ATS
MONITORAMENTO DO HORIZONTE TECNOLÓGICO
ESTUDOS DE EFETIVIDADE COMPARATIVA E DE CUSTO-EFETIVIDADE
ESTUDOS DE OBSOLESCÊNCIA E
DESINCORPORAÇÃO
� Pergunta da ATS explícita e baseada no P I C O
� Busca ampla, sistemática e reprodutível da literatura
� Análise dos estudos por 2 revisores independentes
� Seleção dos estudos pela melhor evidência disponível:
� Estudos com desenho de menor risco de viés
� Avaliação da qualidade metodológica dos estudos
� Análise da qualidade do corpo de evidências para cada desfecho
� Análise crítica dos resultados frente à realidade de saúde local e
seus impactos
� Avaliação econômica e estudos de impacto orçamentário
Princípios para realização de ATS
ATS no mundo
Principais:
Inahta www.inahta.org
Htai www.htai.org
Eunethta www.eunethta.net
NICE http://www.nice.org.uk/
Cadth www.cadth.ca/
RedETSA http://redetsa.org/wp/?page_id=134
ORGANIZAÇÕES DE ATS NO MUNDO - INAHTA
Ainda pouco divulgada
Expansão dos princípios de ATS:
� Núcleos de Avaliação de Tecnologias em
Saúde (NATS) nos principais hospitais e
Secretarias de Saúde do país
� Rede Brasileira de Avaliação de
Tecnologias em Saúde – REBRATS/MS
� Eventos científicos e cursos de
capacitação apoiados pelo Ministério da
Saúde e Estados
ATS no Brasil
ATS no Brasil
Principal marco: Lei 12401 / 2012
� Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990
� Delimita o que é a assistência terapêutica integral
garantida pelo SUS tendo como base:
� Diretrizes terapêuticas e protocolos clínicos nacionais
� Evidências científicas de eficácia, segurança, efetividade
e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da
doença ou do agravo à saúde
� Instituiu a Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias para o SUS – CONITEC
� Jan/2012 a Jul/2016 – 492 demandas (56% internas – MS)
o Medicamentos 320 (65%)
o Procedimentos 104 (21%)
o Produtos 68 (14%)
� 173 tecnologias incorporadas no rol do SUS!
� Impacto orçamentário estimado com as incorporações: 2,5 bilhões
� Reflexo no Sistema Privado - ANS – operadoras de saúde
� Uso de ATS nos hospitais ainda incipiente
ATS no Brasil
Webconferência Conitec em Evidência 29/08/2016 – Prof. Clarice Petramale
Exemplos de aplicação de ATS - 1
Revista Exame - Maio 2015
Os médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, reavaliaram a condição de quase 1500 clientes da seguradora Bradesco Saúde que estavam prestes a fazer uma cirurgia de coluna.
Conclusão: dois terços deles não precisariam do procedimento.
The New York Times - Agosto 2016
Questiona a realização de cirurgias ortopédicas que estudos com alta qualidade de evidência já demonstraram que não apresentam benefício em relação ao tratamento conservador.
Exemplos de aplicação de ATS - 1
British Medicine Journal 2016;354:i3740
British Medicine Journal 2015;350:h2747
N Engl J Med 2009;361:569-79.
Efetividade e Segurança do Esfíncter Artificial Masculino para Incontinência Urinária Pós-Prostatectomia. Centro Cochrane do Brasil, 2012
� Efetividade e segurança do esfíncter artificial
� Apenas um estudo controlado randomizado, com pequeno
número amostral e baixa qualidade metodológica. Muitos
estudos observacionais de muito baixa qualidade.
� Evidências limitadas da possível superioridade da implantação
de esfíncter urinário artificial, comparada à injeção de
macroplastique em pacientes com incontinência importante
� Porém com maior risco de complicações
Exemplos de aplicação de ATS - 3
Eficiência do esfincter urinário artificial no tratamento de incontinência pós-prostatectomia. NATS HC Unicamp 2014 (Htai 2015, Oslo)
� Parecer Técnico Científico com inclusão de 10 estudos (4 revisões
sistemáticas, 2 avaliações de tecnologia, 2 estudos observacionais, 1 avaliação
econômica e 1 diretriz terapêutica).
� Recomendação fraca para tratamento de incontinência urinária
moderada a grave, respaldado por estudos observacionais com
resultados significativos na continência e satisfação do paciente
� Riscos: infecção, estenose uretral, mau funcionamento, necessidade de
revisão do dispositivo ao longo dos anos e eventual troca ou retirada.
� Carência de estudos controlados randomizados comparando o
esfincter artificial a outros tratamentos cirúrgicos
Sistemas No-Touch de desinfecção de superfíciesSistema de vaporização de peróxido de hidrogênio
� Ação contra largo espectro de microrganismos, inclusive C. difficile
� Requer limpeza prévia das superfícies, bloqueio e vedação da área,
tempo de aplicação, treinamento da equipe, monitoramento para
libração da área e custos
Exemplos de aplicação de ATS - 4
http://www.bioquell.com/en-uk/markets/product-selector/ http://www.medicinaintensiva.com.br/bioquell.htm
http://www.newsworks.org/index.php/local/the-pulse/75801-could-fog-disinfectant-machines-help-fight-the-spread-of-ebola-
Sistema de luz ultravioleta
� Mesma eficácia e desvantagens que o vapor de peróxido, adicionadas ao sombreamento
Sistemas No-Touch de desinfecção de superfícies
Sistema de desinfecção por ozônio
� Carência de citações na literaturahttp://www.laokentech.cn/product/427490156-50401587/Hosp ital_Used_Ozone_Machine_for_bed.htmlhttp://www.freewtc.com/products/ozone-sterilization-apparatus-for-hospital-use-2836-46704.htm
Non-Manual Techniques for Room Disinfection in Healthcare Facilities: A Review of Clinical Effectiveness and Guidelines. CADTH, 2014
� Qual a efetividade clínica e segurança dos sistemas de desinfecção
“non-manual” em serviços de saúde?
� 10 estudos: 1 RS, 4 coortes, 3 estudos de caso, 2 diretrizes –
somente 1 (coorte) sobre luz ultravioleta, as demais sobre vapor
de peróxido
� Estudos de baixa qualidade de evidência sugerem efetividade na
redução de incidência de IRAS. Estudados S.aureus, Acinetobacter
baumannii, C. difficile, norovírus e outros MMR
� Não há evidência suficiente para recomendar o uso deste método
Prostatectomia Radical Assistida Roboticamente. Boletim Brasileiro de Avaliação
de Tecnologias em Saúde. Dezembro de 2012
Prostatectomia Radical Assistida Roboticamente (PRAR)
x Prostatectomia Radical Aberta Retropúbica (PRA) e
Prostatectomia Radical Laparoscópica (PRL)
� Desfechos: eficácia, segurança, tempo de internação, benefícios para pacientes
e custos
� 3 hospitais brasileiros, cerca de 25 PRAR/ mês, 2010 e 2011
� Custo médio para aquisição do equipamento US$2.440.000,00; o custo de
manutenção US$100.000,00/ ano. O custo médio com os insumos variou de
US$2.690,00 a US$8.692,00 por cirurgia
� US$8.560,91 para a reforma de sala e de US$3.424,36 para treinamento de
cada equipe cirúrgica (dois cirurgiões e uma instrumentadora) e lavadora
ultrassônica especial para limpeza da parte ótica do robô US$64.200,00
Prostatectomia Radical Assistida Roboticamente. Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Dezembro de 2012
Vantagens da PRAR:
� Maior conforto para o cirurgião realizar o procedimento
� Menor perda sanguínea e risco de transfusão quando comparada com as abordagens cirúrgicas abertas e laparoscópicas.
� Entretanto, a evidência disponível não é robusta o suficiente para comprovar a superioridade da PRAR sobre os atuais procedimentos .
Desfechos PRAR versus PRA IC 95% PRAR versus PRL IC 95%
Perda sanguínea (mL) Diferença média= -470,26 (-587,98 a -352,53) Diferença média= -89,52 (-157,54 a
-21,49)
Perda sanguínea, com cirurgiões experientes (mL)
Diferença média= -225,56 (-435,46 a -15,67) Não avaliado
Transfusão sanguínea Risco Relativo= 0,20 (0,14 a 0,30) Risco Relativo= 0,54 (0,31 a 0,94)
Tempo hospitalização (dias) Diferença média= -1,54 (-2,13 a -0,94) Diferença média= -0,80 (-1,33 a -0,27)
Tempo de cirurgia (min) Diferença média= 37,74 (17,13 a 58,34) Diferença média= -22,79 (-44,36 a -1,22)
Tempo de cirurgia, com cirurgiões experientes (min)
Diferença média= 18,00 (-13,26 a 49,26 ) Não avaliado
� Estudo randomizado aberto, cegamento na análise dos dados e nas biopsias, resultados preliminares
� 2010 e 2015 151 prostatectomias retropúbicas abertas (PRA) x 157 prostatectomias radicais assistidas por robô (PRAR)
� Desfechos em 12 semanas de pós-operatório - PRA x PRAR
� Score de função urinária: 83,80 x 82,50; p=0,48
� Score de função sexual: 35,00 x 38,90; p=0,18
� Proporção de margem positiva nas amostras cirúrgicas: 15 [10%] x 23 [15%]; p=0,21
� Retorno ao trabalho: média 42,71 dias [CI 95% 41,09–53,30] x 42,71 dias [30,98–54,45]; p=0,49.
Yaxley JW et al. Robot-assisted laparoscopic prostatectomy versus open radical retropubic prostatectomy: early outcomes from a randomised controlled phase 3 study. Austrália. Lancet 2016.
� Desfechos de PRA x PRAR
� Score de dor durante atividade em 24 horas e 1 semana –favorável à PRAR (p< 0,05); com 6 e 12 semanas - sem diferença
� Duração da cirurgia e de uso da sala – favorável à PRAR (p<0,05) média de 30 minutos
� Eventos adversos intra-operatórios: 12 (8%) x 3 (2%); p= 0,02; porém não descreveu quais foram!
� Perda de sangue estimada - média 1338 ml x 443 ml; p<0, 0001; porém, transfusão sem diferença
� Tempo de internação 3,27 dias x 1,55 dias; p<0,0001
� Conclusão: resultados funcionais semelhantes em 12 semanas, necessidade de acompanhamento maior, cirurgião experiente é mais importante que a abordagem cirúrgica.
Yaxley JW et al. Robot-assisted laparoscopic prostatectomy versus open radical retropubic prostatectomy: early outcomes from a randomised controlled phase 3 study. Austrália. Lancet 2016.
Avaliação da eficiência dos grampeadores cirúrgicos comparados à sutura manual. NATS HC Unicamp (ISPOR Europe 2015 – Milão)
� Os grampeadores cirúrgicos têm alto custo com restrições em seu
ressarcimento pelo sistema público de saúde
� Qual o impacto do uso de grampeadores cirúrgicos nos custos, tempo
cirúrgico, desfechos e complicações pós-operatórias, em comparação
à sutura manual?
� Parecer técnico científico com avaliação dos custos e impacto
financeiro do uso dos grampeadores pela perspectiva do hospital.
� Busca a partir de 2008 - selecionados 7 estudos: 2 RS com metanálise,
4 revisões sistemáticas e 1 estudo clínico randomizado.
Exemplos de aplicação de ATS - 6
Avaliação da eficiência dos grampeadores cirúrgicos comparados à sutura manual. NATS HC Unicamp (ISPOR Europe 2015 – Milão)
Resultados
� Os estudos analisaram cirurgias do trato
gastrointestinal e pulmonares
� Não houve evidência de melhores desfechos
clínicos pós-operatórios com o uso de
grampeadores.
� As metanálises demonstraram que os
grampeadores reduziram o tempo cirúrgico em
poucos minutos (- 5,18 e - 1,56 minutos).
Tipo de grampeador Ressarcimento
unitário SUS ($)¹
Exemplos de cirurgias (nº máximo ressarcido)¹
Grampeador Linear
Cortante (55-60 ou 75-80mm)
1.033,00 Esofagogastrectomia, Gastrectomia, Colectomia, Enterectomia,
Pancreatoenterostomia, Lobectomia Pulmonar, Pneumectomia,
Cistectomia total, Laringectomia, Reimplante Ureteral, Hepatectomia,
Pancreatectomia (para todas as cirurgias o SUS ressarce apenas 1
grampeador)
Carga Gramp. Linear
cortante (55-60 ou 75-80mm)
254,00 Esofagogastrectomia (1), Gastrectomia (1), Colectomia (1),
Enterectomia (1), Lobectomia Pulmonar (1), Pneumectomia (2),
Cistectomia total (2), Laringectomia (1), Reimplante Ureteral (3),
Hepatectomia (1), Pancreatectomia (2)
Circular intraluminal 959,40 Esofagogastrectomia, Gastrectomia Total, Colectomia Total,
Retossigmoidectomia (para todas as cirurgias o SUS ressarce apenas 1
grampeador)
Grampeador
endoscópico 35mm
0 -
Carga gramp.
Endoscópico 35mm
0 -
Grampeador
Curvo
0 -
Ressarcimento dos grampeadores pelo SUS¹ Informações do Serviço de Faturamento do HC – Unicamp
Avaliação da eficiência dos grampeadores cirúrgicos comparados à sutura manual. NATS HC Unicamp (ISPOR Europe 2015 – Milão)
1 Tipos de grampeadores e cargas, sem especificação d os diferentes tamanhos. 2 Internações faturadas até outubro de 2014.3 Custo do grampeador e carga de tamanho mais utilizad o no HC. 4 Grampeadores e cargas não previstos na tabela SUS.
Tipo de grampeador
e carga1
Consumo HC
acumulado
(jan-set 2014)
Estimativa de
consumo segundo
tabela SUS
(jan-set 2014)2
Custo unitário de
aquisição HC-
Unicamp ($)3
Gastos HC ($)
(jan-set 2014)
Estimativa de gastos
HC (%) segundo
tabela SUS
(jan-set 2014)
Diferença %
Grampeador
Linear Cortante 362 329 436,67 158.074,54 143.664,43 + 10,03
Carga Gramp.
Linear cortante 483 417 142,39 68.774,37 59.376,63 + 15,83
Grampeador
Circular 46 71 863,46 39.719,16 61.305,66 -35,21
Intraluminal
Grampeador
endoscópico421 0 1.215,84 25.532,64 0 + 100
Carga gramp.
Endoscópico432 0 498,67 15.957,00 0 + 100
Grampeador 26 0 877,5 22.815,00 0 + 100
Curvo4
Total 330.872,71 264.346,72 + 25,17
COMPARATIVO DE CONSUMO E CUSTOS COM GRAMPEADORES E CARGAS, CONSIDERANDO CASOS PREVISTOS PELA TABELA SUS.
Estimativa do consumo e custos HC, comparando uso de grampeadores e sutura manual
Cirurgia Consumo de
grampeadores e cargas¹ Custo unitário
(R$)²
Custo total
grampeadores
(R$)
Consumo de
fios cirúrgicos
para sutura manual¹
Custo unitário
(R$)³Custo total
sutura manual
(R$)Esofagocolonoplastia 1 G. Linear Cortante
1 carga
1 G. Circular Intraluminal
460,00
150,00
863,46
1.473,46 40 Algodão 3.0 ag 2,5 2,17 86,80
Esofagogastrectomia 1 G. Linear Cortante
3 cargas
1 G. Circular Intraluminal
460,00
150,00
863,46
1.773,46 60 Algodão 3.0 ag 2,5 2,17 130,20
Esofagectomia com
toracotomia
1 G. Linear Cortante
2 cargas
460,00
150,00760,00 60 Algodão 3.0 ag 2,5 2,17 130,20
Gastrectomia Parcial 1 G. Linear Cortante
3 carga
460,00
150,00910,00 60 Algodão 3.0 ag 2,5 2,17 130,20
Gastrectomia Total 1 G. Linear Cortante
1 carga
460,00
150,00610,00 40 Algodão 3.0 ag 2,5 2,17 86,80
Colectomia Parcial 1 G. Linear Cortante
2 cargas
460,00
150,00760,00 40 Vicryl 3.0 ag 2,5 2,77 110,80
Colectomia Total 1 G. Linear Cortante
2 cargas
1 G. Circular Intraluminal
460,00
150,00
863,46
1.623,46 20 Vicryl 3.0 ag 2,5 2,77 55,40
Retossigmoidectomia 1 G. Linear Cortante
3 cargas
1 G. Circular Intraluminal
460,00
150,00
863,46
1.773,46 40 Vicryl 3.0 ag 2,5
10 Vicryl 3.0 ag 3,5
2,77
2,60136,80
Pancreatoduodenotomia 1 G. Linear Cortante
1 carga
460,00
150,00610,00 30 Vicryl 3.0 ag 3,5 2,60 78,00
Cistoenteroplastia 1 G. Linear Cortante
2 cargas
460,00
150,00760,00 10 Vicryl 3.0 ag 3,5 2,60 26,00
Cistectomia total 1 G. Linear Cortante
2 cargas
1 G. Circular Intraluminal
460,00
150,00
863,46
1.623,46 20 Vicryl 3.0 ag 3,5
20 Vicryl 3.0 ag 2.5
2,60
2,77107,40
Lobectomia 1 G. Linear Cortante
3 cargas
460,00
150,00910,00 1 Algodão 0.0 s/ag
1 Algodão 2.0 s/ag
1 Algodão 3.5 s/ag
3 Prolene 4.0
6 Vicryl 3.0
6 Vicryl 0.0
2 Vicryl 2.0
0,95
1,10
1,03
5,45
2,77
2,96
2,98
59,77
¹ Estimativa de consumo habitual pela experiência das
instrumentadoras do CC ² Informações da DS – Consignados
³ Informações da Assessoria de Recursos Materiais
Conclusões
� Frente às evidências da literatura e resultados da análise
de custos, o hospital restringiu o uso dos grampeadores
cirúrgicos apenas para os casos em que há ressarcimento
revisto pelo Sistema de Saúde Público.
� Após restrição, houve redução de 32% nos gastos com
grampeadores
Avaliação da eficiência dos grampeadores cirúrgicos comparados à sutura manual. NATS HC Unicamp (ISPOR Europe 2015 – Milão)
Pinça Harmônica para Videocirurgia Abdominal. NATS HC Unicamp 2015
� Pinça harmônica ou bisturi harmônico ou ultrassônico - Ondas de alta
frequência que são convertidas em energia mecânica para realização
simultânea dissecção, corte e selamento de vasos e estruturas.
� Hemostasia em temperatura menor que os bisturis mono e bipolares
� Cirurgias videolaparoscópicas e convencionais, de várias especialidades
� Não ressarcido pelo SUS
Exemplos de aplicação de ATS - 7
� Busca a partir 2009, em 5 bases eletrônicas e busca manual = 468 estudos.
� Critérios de seleção: publicações a partir de 2009, atender ao PICO, estudos
da melhor evidência disponível
P Cirurgia abdominal (eletiva)
I Pinça harmônica / Bisturi ultrassônico harmônico
C Sistema elétrico convencional de corte e hemostasia
OEfetividade na hemostasia, Complicaçõespós-operatórias, Tempo cirúrgico e Custos
MH – teste de Mantel Haenszel
Pinça Harmônica para Videocirurgia Abdominal. NATS HC Unicamp 2015
RESULTADOS
Tipo de cirurgia Colectomia laparoscópica Colectomia Direita
Estudo Tou 2015 Revisão sistemática
Sista 2013 ECCR duplo cego
Perda de sangue Bisturi monopolarDiferença da média = 42,09 ml (IC95% 22,16ml a 62,02ml)
Bisturi bipolarDiferença da média = 3,74ml (IC95% -19,04 a -11,5)
Bisturi monopolarNão avaliado (mediu
volume de drenagem até 3ºPO –favorável à intervenção)
Complicações pós-operatórias
RR 1,28(MH 0,72 a 2,27)Não significativo
RR 0,81(MH 0,46 a 1,40)Não significativo
p<0,05Sepse intra-abdominal e complicações na ferida
Tempo cirúrgico Diferença média = 26,20 min (IC95% 9,60 a 62min)
Diferença da média= 3,22 min (IC95% 15,31 a 8,87min)
p<0,05(média -28 min)
Conversão para cirurgia aberta
RR 1.03 (MH 0,44 a 2,41)Não significativo
RR 1.03 (MH 0,36 a 2,96)Não significativo
Não se aplica
Tempo de hospitalização
Diferença da média = 0,42 dia (<1 dia)(IC95% 0,0 a 0,84)
Diferença da média = 0,41 dia(IC95% 0,49 a 1,31)
Sem diferençasignificante
Tipo de cirurgia Gastrectomiaaberta e laparoscópica
Colecistectomialaparoscópica
Estudo Cheng 2015Revisão sistemática e metanálise
Sasi 2010 Revisão sistemática e metanálise
Perda de sangue -93,15 mL(CI95% -125,29 a - 61,00; P < 0,00001)
Não avaliado
Complicações pós-operatórias
RR = 0,58(CI95% 0,33 a 1,02; P = 0,06)Não significativo
OR 0,45(IC 95% 0,12 a 1,65, P<0.23)Não significativo
Tempo cirúrgico -27,50 minutos (CI95% −42,20 a −12,81; P= 0,0002)
-8,19 min (IC95% -10,36 a -6,02, P<0,0001)
Conversão para cirurgia aberta
Não avaliado OR 0,62(IC95% 0,13 a 2,96, p 0,55)Não significativo
Tempo de hospitalização
-0,63 dia (CI95% −2,48 a 1,23; P = 0,51)Não significativo
-0,3 dia (IC 95% -0,51 a -0,09, P<0,005)
Pinça Harmônica para Videocirurgia Abdominal. NATS HC Unicamp 2015
RESULTADOS
Recomendação fraca para incorporação
CUSTOS
� Pinças de Uso único ≈R$ 3.800,00
� Pinças reprocessáveis ≈ R$18.000,00 (Olympus - cotações HC Unicamp - abril/2015)
2015 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Total
Gastrocirurgia 13 11 14 27 10 32 107
Proctologia 9 7 8 3 6 3 36
TOTAL 143
Número de cirugias/mês classificadas pelo SUS como alta complexidade (estratégicas ou não) realizadas no CC Central pelas equipes de Gastrocirurgia e Proctologia (fonte:
portal de indicadores HC Unicamp - Intranet)
Pinça Harmônica para Videocirurgia Abdominal. NATS HC Unicamp 2015
Caso todas estas cirurgias demandassem uso de pinça
harmônica, o custo previsto seria de:
� Pinça Harmônica de uso único (custo unitário de R$ 3.800,00)
= R$ 543.400,00 / semestre.
� Pinça Harmônica reprocessável (custo unitário de R$
18.000,00, considerando estimativa de 50 reusos, sem o custo
do equipamento gerador) = R$ 51.480,00 / semestre.
Pinça Harmônica para Videocirurgia Abdominal. NATS HC Unicamp 2015
CUSTOS
Enfim, respondendo à pergunta inicial: quando prosseguir naincorporação tecnológica?
Lembrar que:Nem tudo que é novo é bom...Nem tudo que é novo e bom compensa!
Sempre questionar a custo -efetividade!
Eliane Molina [email protected]