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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARAacute
INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DO MAR
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS MARINHAS TROPICAIS
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-
DO-MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA
COMUNIDADE DE GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
FORTALEZA
2014
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Orientador Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles
Filho
FORTALEZA
2014
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Universidade Federal do Cearaacute
Biblioteca Rui Simotildees de Menezes
G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte
Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana
(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel
Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014
71 f il color enc 30 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do
Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos
Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho
1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo
CDD 63941
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Aprovada em 10 06 2014
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Profordf PhD Helena Matthews Cascon
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
AGRADECIMENTO
A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu
lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees
materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que
eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado
Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas
contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa
Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela
anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental
importacircncia ao meu trabalho
Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute
(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em
Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho
A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas
contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo
A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas
nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar
A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio
logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia
Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea
financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos
Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo
interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado
Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas
Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o
tempo de conviacutevio acadecircmico
Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca
examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de
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de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute
Curitiba 2011
OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena
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63
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uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de
Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de
Santa Catarina Florianoacutepolis 2005
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SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas
2008
SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito
orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001
SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da
regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash
Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013
SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997
SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008
SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
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64
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em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
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LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Orientador Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles
Filho
FORTALEZA
2014
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Universidade Federal do Cearaacute
Biblioteca Rui Simotildees de Menezes
G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte
Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana
(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel
Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014
71 f il color enc 30 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do
Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos
Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho
1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo
CDD 63941
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Aprovada em 10 06 2014
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Profordf PhD Helena Matthews Cascon
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
AGRADECIMENTO
A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu
lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees
materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que
eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado
Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas
contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa
Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela
anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental
importacircncia ao meu trabalho
Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute
(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em
Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho
A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas
contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo
A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas
nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar
A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio
logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia
Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea
financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos
Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo
interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado
Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas
Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o
tempo de conviacutevio acadecircmico
Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca
examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Universidade Federal do Cearaacute
Biblioteca Rui Simotildees de Menezes
G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte
Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana
(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel
Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014
71 f il color enc 30 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do
Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos
Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho
1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo
CDD 63941
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Aprovada em 10 06 2014
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Profordf PhD Helena Matthews Cascon
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
AGRADECIMENTO
A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu
lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees
materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que
eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado
Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas
contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa
Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela
anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental
importacircncia ao meu trabalho
Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute
(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em
Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho
A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas
contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo
A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas
nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar
A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio
logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia
Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea
financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos
Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo
interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado
Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas
Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o
tempo de conviacutevio acadecircmico
Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca
examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL
AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-
MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE
GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do
Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade
Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias
Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo
Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas
Marinhos e Estuarinos
Aprovada em 10 06 2014
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
Profordf PhD Helena Matthews Cascon
Universidade Federal do Cearaacute (UFC)
AGRADECIMENTO
A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu
lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees
materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que
eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado
Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas
contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa
Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela
anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental
importacircncia ao meu trabalho
Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute
(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em
Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho
A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas
contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo
A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas
nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar
A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio
logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia
Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea
financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos
Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo
interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado
Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas
Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o
tempo de conviacutevio acadecircmico
Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca
examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
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de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
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Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
AGRADECIMENTO
A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu
lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees
materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que
eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado
Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas
contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa
Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela
anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental
importacircncia ao meu trabalho
Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute
(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em
Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho
A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas
contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo
A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas
nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar
A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio
logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia
Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea
financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos
Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo
interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado
Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas
Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o
tempo de conviacutevio acadecircmico
Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca
examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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63
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orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001
SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da
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elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
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64
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empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
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WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que
realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de
sonharrdquo
Tiago Pessoa
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
RESUMO
A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a
subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas
para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar
teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na
comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de
arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas
as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades
dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria
descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas
teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre
os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo
de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas
com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do
cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo
demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados
Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o
preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo
comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que
apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se
queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo
estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar
R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos
Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE
MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE
COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE
ABSTRACT
The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the
Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions
for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the
technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana
(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial
controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified
by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide
the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a
descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative
approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured
questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders
of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of
long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of
cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current
conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices
It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price
of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of
oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January
November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the
studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should
reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years
Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13
Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de
beneficiamento
18
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19
Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes
plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra
20
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28
Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute
(BA)
29
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas
diferentes
32
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes
para iniacutecio de engorda
32
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34
Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37
Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38
Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39
Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39
Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42
Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao
comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no
atacado
43
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para
acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas
43
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no
ambiente de praia
44
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado
pronto congelamento eou venda
44
Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em
2013
46
Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48
Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48
Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49
Tabela 6 Custo das lanternas 49
Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51
Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute
(BA) em 2013
52
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a
R$25000milheiro
55
Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17
32 A espeacutecie cultivada 20
33 Sistema da produccedilatildeo 21
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24
4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30
51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33
52 Coleta de sementes 37
53 Manejo das ostras cultivadas 38
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44
61 Investimento do cultivo 46
62 Estrutura de custo 49
63 Receita anual 50
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56
7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58
8 RECOMENDACcedilOtildeES 59
REFEREcircNCIAS 61
APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO
PRORIETARIO DO CULTIVO
65
APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em
consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo
progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira
significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de
subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio
ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades
pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora
do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais
estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das
alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando
significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila
da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e
estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo
das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem
De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a
aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda
vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o
crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo
humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor
aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)
Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010
Ano
Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
14
A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um
negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores
artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de
avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da
regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e
transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras
associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a
geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e
insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio
ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o
meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante
instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a
utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES
2005)
Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo
eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta
tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz
para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade
desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual
O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma
de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos
extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante
o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno
financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul
baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto
oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas
que se interessem em atuar nesse setor produtivo
Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte
tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos
diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado
nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de
poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas
disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio
ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
15
Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e
os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu
ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as
forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para
seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio
requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e
administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio
principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte
Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o
caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do
processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees
administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das
atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a
interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das
metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das
deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia
de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como
tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees
necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo
Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada
pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma
convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de
Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes
condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa
natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se
como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e
marisqueiras
Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar
a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se
uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea
brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de
Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
16
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na
comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena
gestatildeo eficiente do empreendimento
22 Especiacuteficos
Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na
comunidade de Graciosa (BA)
Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo
das ostras cultivadas
Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo
Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas
pelo empreendimento
Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de
desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto
de equiliacutebrio
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
17
3 REFERENCIAL TEOacuteRICO
A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o
desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma
avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo
apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os
recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos
hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais
conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo
econocircmica empregado neste trabalho
31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano
A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no
sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador
aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea
do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do
paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute
Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do
Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas
geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da
divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano
Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)
As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais
e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma
ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela
Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que
permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o
desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a
sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo
(IBAM 2010)
A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das
comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de
crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
18
baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo
contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS
2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo
comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de
ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam
aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes
spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in
natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue
praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar
o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais
(SANTOS 2013)
Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento
Fonte Elaborada pelo autor
A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais
fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais
(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio
relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a
crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute
2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees
influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas
abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se
tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
19
faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC
1996)
Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as
quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas
no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)
Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes
cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como
satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM
2010)
Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs
(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada
Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de
Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto
Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual
ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)
Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea
territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748
habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba
Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com
caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo
nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
20
Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute
implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo
32 A espeacutecie cultivada
A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe
Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-
mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome
popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees
estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark
1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita
protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e
tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)
Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade
de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses
organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de
Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -
LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de
Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo
em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente
ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As
ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA
(Figura 4 ab)
Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para
embalagem da ostra
Fonte Elaborada pelo autor
De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a
espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua
a b
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
21
ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL
(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os
siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo
AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa
Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui
como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre
mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue
Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um
animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas
duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo
em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de
fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico
Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie
branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por
alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar
aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos
abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a
essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser
humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes
quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada
importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS
2013)
33 Sistema de produccedilatildeo
A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer
outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos
estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia
socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a
aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo
mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa
atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees
existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento
local sustentaacutevel
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990
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WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
22
A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo
das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam
devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior
interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio
da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE
(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor
nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio
vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006
WAKAMATSU 1973)
A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em
uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no
Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo
de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra
de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa
Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por
vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)
nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos
baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia
(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente
Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas
direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco
Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio
com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos
anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da
ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio
da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi
implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto
Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa
Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa
sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu
desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t
correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem
demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
23
de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o
primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues
municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a
populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras
de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os
estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de
desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud
AZEVEDO 2011)
Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em
Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma
ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil
ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no
litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)
Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da
ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -
Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da
ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo
(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no
combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002
Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs
micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do
ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-
FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz
correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600
empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007)
Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto
MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como
principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul
Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete
municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras
vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
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Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
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Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
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3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
24
de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento
socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo
comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave
inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)
No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de
moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova
pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta
atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No
Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas
instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)
Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na
concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da
cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil
sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma
industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul
34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios
Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por
meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos
(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente
raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu
contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente
gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo
estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)
A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda
algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto
se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de
retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual
seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de
acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de
completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute
a falta de planejamento
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997
SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008
SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)
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64
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(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
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Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
25
O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com
a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse
em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua
racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores
independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo
administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e
variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e
investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE
1997)
Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor
empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e
variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da
produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado
pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO
2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se
um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros
controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa
num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total
menos o custo total (RODRIGUES 2005)
Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados
distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais
que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos
produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para
revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir
pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto
os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os
produtos em maior quantidade
As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e
consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a
geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al
2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua
participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e
foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no
periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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64
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
26
de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave
populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)
ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que
apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio
obtendo resultados positivos
O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)
apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas
microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e
grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita
Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES
caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000
(MALUCHE 2000)
A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute
inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas
relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de
avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave
situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)
O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital
investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer
atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na
incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)
A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos
e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve
ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que
tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma
situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER
2012)
Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e
suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base
em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando
sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de
sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio
com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em
R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)
SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio
Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012
Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013
64
SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A
utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola
de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel
em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002
SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea
rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do
Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
27
milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade
econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente
pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A
EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de
cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada
economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este
inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES
FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade
econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a
atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade
financeira
Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados
ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes
motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees
comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas
de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade
com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)
4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS
O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na
comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da
subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete
litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e
39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
28
Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa
Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)
A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva
tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea
brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado
com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in
natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da
pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas
entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A
Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida
de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso
de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos
considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se
encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se
podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e
da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os
meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para
projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do
cultivo estudado
Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas
reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do
projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para
aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo
para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no
decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
29
Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)
Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira
As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse
empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-
se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo
com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas
respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE
(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)
SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos
dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram
projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de
equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento
O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi
calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo
onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel
A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi
calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte
onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total
a b
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990
ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo
da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
30
A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela
foacutermula ndeg 3 a seguir
onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total
O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e
foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo
PRI =
onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5
abaixo
onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de
Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas
O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir
onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida
A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu
para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e
externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees
teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e
consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz
SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al
(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)
5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS
A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra
na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
31
agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do
cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo
O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de
existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da
empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da
aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a
Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e
Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado
contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo
socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o
desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa
de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a
produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de
moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas
do estado da Bahia
A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de
contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao
mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os
pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas
espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia
adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo
investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda
de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa
perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio
da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
32
Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes
Fonte Elaborada pelo autor
Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas
ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os
maricultores locais
Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da
Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e
nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo
com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)
Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda
Fonte Elaborada pelo autor
No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea
brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na
aacutegua (Figura 9)
a b
a b
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
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64
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WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
33
Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
51 Infraestruturas destinadas ao cultivo
Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como
ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de
engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao
longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)
Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo
Fonte Elaborada pelo autor
Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um
cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
34
construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um
conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na
superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas
Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa
Fonte Elaborada pelo autor
A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon
multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de
6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou
engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40
cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das
ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para
acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final
(engorda) Figura 12
Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas
Fonte Elaborada pelo autor
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
35
A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com
ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas
bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na
faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As
bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades
com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as
bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra
com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300
unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase
berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de
70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)
Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio
Fonte Elaborada pelo autor
A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro
de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca
ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2
espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira
medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de
madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de
200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
36
e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A
cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro
Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2
Fonte Elaborada pelo autor
No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2
espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo
amarradas 2 lanternas (Figura 15)
Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa
Fonte Elaborada pelo autor
Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250
kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois
espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa
totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas
variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas
fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
37
Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel
Fonte Elaborada pelo autor
52 Coleta das sementes
Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para
captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris
no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA
2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do
meio ambiente
Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de
sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do
empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do
proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da
limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o
rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em
suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de
maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
38
Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho
Fonte Elaborada pelo autor
Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da
ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a
salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e
interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO
OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com
variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta
a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa
quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas
espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as
perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas
53 Manejo das ostras cultivadas
O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de
60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o
uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros
incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura
18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte
durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
39
Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca
Fonte Elaborada pelo autor
Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza
Fonte Elaborada pelo autor
As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de
lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que
caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo
acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda
A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a
alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e
eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as
livres para o pleno crescimento (Figura 20)
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
40
Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling
Fonte Elaborada pelo autor
54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo
A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e
desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria
e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia
meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda
respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com
125 50 e 25 duacutezias respectivamente
Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada
com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de
85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se
uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria
1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para
atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e
finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90
A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de
12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50
- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
41
Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento
Fase do cultivo
Nuacutemero de
lanternas por
fase
Lotaccedilatildeo
inicial p
lanterna
(Dz)
Subtotal por
fase
(Dz)
Sobrevivecircncia
estimada ()
Subtotal
(Dz)
Capacidade de
produccedilatildeo por
fase (Dz)
Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -
Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550
(-1500) 7050
Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350
Total (I +B) - - - - 8400
Fonte Elaborada pelo autor
55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada
Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e
demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo
despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de
R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho
grande igual os acima de 80 cm
O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de
distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e
de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo
geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma
demanda constante
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
42
Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)
Produtor
Intermediaacuterio
1
Consumidor 1
Intermediaacuterio
2
Consumidor 2RestaurantesAmbulantes
de praia
Quiosque
de praia
Consumidor 3
1
2
- Venda atacado
- Venda varejo
1
1
1
1 1
2
2 2
2
3
- Venda consignaccedilatildeo 3
Fonte Elaborada pelo autor
Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente
do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades
dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no
atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da
praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes
classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no
varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos
ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e
aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem
disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo
dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute
(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas
em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de
Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
43
Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de
ostras embaladas para venda no atacado
Fonte Elaboradas pelo autor
Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo
acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os
intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de
R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de
80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)
localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma
meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha
de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao
preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)
Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e
ostras b) Ostra gratinada
Fonte Elaboradas pelo autor
Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda
da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas
a b
a b
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
44
escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as
vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)
Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de
praia
Fonte Elaboradas pelo autor
As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma
forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as
mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos
comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma
escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de
ostrardquo (Figura 25 ab)
Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou
venda
Fonte Elaboradas pelo autor
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto
603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento
a b
a b
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
45
total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores
vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam
respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as
maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a
1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)
Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013
Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)
Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013
(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio
junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho
e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela
ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da
ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do
Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no
mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo
porque se concentrou em sua ultima semana
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
46
Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013
Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor
61 Investimento do cultivo
Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas
instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o
ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-
primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute
aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter
a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do
empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte
espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na
produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro
no empreendimento
As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento
total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero
sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do
horizonte do planejamento
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
47
Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa
Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000
2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094
3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698
4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000
5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000
6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000
7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200
8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398
9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548
10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500
11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200
12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000
13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000
14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000
15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500
Total 950138
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
48
Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850
2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520
3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160
4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290
5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450
6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000
Total 544270
Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)
Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000
2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000
3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000
Total 174000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
49
Tabela 5 Custo da canoa em madeira
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000
Total 220000
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)
Tabela 6 Custo das lanternas
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade
Valor (R$)
Unitaacuterio Total
1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000
2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300
3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200
Total 1878500
Fonte Engepesca LTDA
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
50
62 Estrutura de custos
A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total
verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo
fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos
com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de
um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave
realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo
foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507
e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do
custo total do empreendimento no ano de 2013
O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550
e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item
mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)
Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013
Custos fixos (A)
Nordm de
Ordem Discriminaccedilatildeo
Valor
Anual (R$)
1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382
2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555
3 Proacute-labore 600000
4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000
Subtotal (A) 1483937
Custos variaacuteveis (B)
1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480
2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300
3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960
4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840
5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290
6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680
Subtotal (B) 116550
Custo total (A + B) 1600487
Fonte Elaborada pelo autor
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
51
O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos
custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores
quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo
a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo
Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013
Fonte Fonte fornecido pelo maricultor
63 Receita anual
Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das
vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$
361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)
respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais
significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e
R$ 198000 respectivamente
Nordm DE
ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO
VALOR
ANUAL (R$)
1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500
2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000
3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020
4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600
5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120
6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012
7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295
8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003
TOTAL 112550
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
52
Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013
Mecircs Tipo Vanda
(Dz)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal Total
Mensal
Jan M 740 200 148000
190000 G 70 600 42000
Fev M 630 200 126000
159000 G 55 60 33000
Mar M 550 20 110000
146000 G 60 60 36000
Abr M 520 20 104000
132800 G 48 60 28800
Mai M 315 20 63000
76200 G 22 60 13200
J
Jun
M 255 20 51000 67200
G 27 60 16200
Jul M 295 20 59000
76400 G 29 60 17400
Ago M 595 20 119000
158000 G 65 60 39000
Set M 690 20 138000
189000 G 85 60 51000
Out M 480 20 96000
123000 G 45 60 27000
Nov M 820 20 164000
204200 G 67 60 40200
Dez M 900 20 180000
198000 G 30 60 18000
Total 1719800
Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)
64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda
O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo
total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
53
Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$
9747
O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total
do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o
resultado encontrado de R$ 19385milheiro
Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e
receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro
Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)
e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do
cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de
R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393
duacutezias gerando uma receita de R$1719800
Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram
respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$
600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras
opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de
aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento
Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013
Variaacuteveis Resultado
Preccedilo de venda (R$) 19385
Venda (milheiro) 8871
Receita total (R$) 1719800
Custo total (R$) 1600487
Lucro (R$) 119313
Lucratividade () 693
Rentabilidade () 317
Ponto de equiliacutebrio () 9255
Prazo de retorno do capital (ano) 3157
Fonte Elaborada pelo autor
Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade
foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para
projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
54
significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210
milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total
do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)
Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento
RS
Fonte Elaborado pelo autor
Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de
591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de
R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de
R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos
pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse
totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse
empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de
rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio
antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos
agropecuaacuterios
821
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
55
Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022
Resultado
A n o s
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501
Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718
Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436
Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397
Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039
Fonte Elaborada pelo autor
Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
56
Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-
se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do
preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos
estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos
65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro
A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz
respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o
intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se
atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de
Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam
consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita
projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente
e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do
total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade
e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do
investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6
anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)
Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro
Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo
Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000
Venda (unidade) 88716 88716
Receita total (R$) 1719800 2217900
Custo total (R$) 1600487 1600487
Saldo (R$) 119313 617413
Lucratividade () 693 2783
Rentabilidade () 317 1639
Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061
Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610
Fonte Elaborada pelo autor
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
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Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
57
Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro
externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a
infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as
forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes
consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e
expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias
de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se
inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes
interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio
Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se
destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)
pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de
desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo
local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)
Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)
Fatores Internos
P
O
S
I
T
I
V
O
Forccedilas Fraquezas N
E
G
A
T
I
V
O
Uniatildeo dos trabalhadores
Conhecimento empiacuterico sobre a
atividade
Espirito de conservaccedilatildeo ambiental
Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos
centros consumidores
Desorganizaccedilatildeo administrativa
Baixo niacutevel de escolaridade
Falta de investimento no negocio
Natildeo conhecer o mercado de ostras no
estado
Fatores Externos
P
O
S
I
T
I
V
O
Oportunidades Ameaccedilas
N
E
G
A
T
I
V
O
Assistecircncia teacutecnica gratuita
Valorizaccedilatildeo do produto pela
populaccedilatildeo local
Proximidade do cultivo ao grande
centro de Salvador
Satisfatoacuterio meio de transporte
puacuteblico local
Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos
Eventuais furtos
Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo
Falta de infraestrutura local de apoio a
comercializaccedilatildeo de pescado
Fonte Elaborada pelo autor
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990
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AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae
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BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do
paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina
Florianoacutepolis 2012
BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
58
Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes
destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada
natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a
poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a
falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de
intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do
produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se
dedicam ao cultivo de ostra
7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS
O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do
uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no
proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm
A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda
constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do
intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e
ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de
Salvador (BA)
A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro
dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de
maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador
As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram
com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo
fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana
Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta
de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos
empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto
O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de
venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385
Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693
rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio
9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
59
Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$
25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade
1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de
equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio
O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos
insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um
elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas
requeridas para projetos dessa natureza
8 RECOMENDACcedilOtildeES
O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo
histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e
concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as
condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)
Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo
para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da
estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda
A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas
associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para
produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves
comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como
consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os
estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute
diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano
O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo
ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de
pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa
Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de
criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de
gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento
A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de
estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
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65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
60
enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$
25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o
dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a
fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em
novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e
promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas
O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de
gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que
se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o
modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de
controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho
Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem
novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que
promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo
tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais
de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados
Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou
esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade
do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do
empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo
estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do
negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de
Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que
sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos
61
REFEREcircNCIAS
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em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
61
REFEREcircNCIAS
ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990
ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo
da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea
(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia
ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae
(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do
camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011
BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do
paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina
Florianoacutepolis 2012
BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp
como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em
mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e
Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008
CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da
Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006
CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea
SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006
164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute
Curitiba 2006
COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)
Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013
FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina
Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006
FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos
negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999
FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA
L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR
SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento
territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007
62
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Acesso em 20 nov 2013
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and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf
Acesso em 21 jan 2014
GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade
sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias
do Mar v41 n1 p118-122 2008
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da
federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p
INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso
Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do
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53 p 2010
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo
demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em
httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc
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INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano
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LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae
(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na
Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas
Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008
MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia
da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de
produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000
MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de
ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo
de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute
Curitiba 2011
OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena
empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000
OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute
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63
PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA
criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte
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PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995
RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras
na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out
2007
RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de
uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de
Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de
Santa Catarina Florianoacutepolis 2005
ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007
SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas
2008
SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito
orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001
SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da
regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash
Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013
SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997
SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008
SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)
SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio
Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012
Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013
64
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de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel
em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
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SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea
rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do
Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
62
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries
and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf
Acesso em 20 nov 2013
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Acesso em 21 jan 2014
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Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008
MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia
da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de
produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000
MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de
ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo
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Curitiba 2011
OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena
empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000
OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute
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63
PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA
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Teresina 2007
PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995
RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras
na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out
2007
RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de
uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de
Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de
Santa Catarina Florianoacutepolis 2005
ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007
SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas
2008
SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito
orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001
SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da
regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash
Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013
SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997
SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008
SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)
SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio
Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012
Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013
64
SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A
utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola
de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel
em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
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SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
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PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA
criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte
Teresina 2007
PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995
RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras
na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out
2007
RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de
uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de
Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de
Santa Catarina Florianoacutepolis 2005
ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007
SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas
2008
SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito
orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001
SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da
regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash
Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013
SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997
SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008
SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como
elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005
SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash
Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)
Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus
CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)
SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio
Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012
Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013
64
SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A
utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola
de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel
em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002
SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea
rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do
Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
64
SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A
utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola
de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel
em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014
SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002
SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea
rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do
Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel
em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013
SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea
(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de
mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes
(UNIT) Aracaju 2008
SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores
agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa
Catarina 23p 2003
TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI
LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma
empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011
VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo
Paulo 2005
WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do
Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
65
APEcircNDICE - A
MODELO DE ENTREVISTA
Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras
1 Dados pessoais do entrevistado
Nome Idade anos Sexo
Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade
Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau
completo superior Endereccedilo residencial
Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura
mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil
organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar
Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso
ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar
Entidade realizadora
Estado
2 Dados do cultivo
21 Localizaccedilatildeo
Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade
Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km
Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado
22 Teacutecnicos gerais
Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra
Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)
Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo
espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-
de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )
contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria
Valor em Reais da matildeo-de-obra paga
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
66
Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra
Especificar
Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou
espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte
23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo
Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra
Balsa
(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)
Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)
Poita - tamanho forma e peso (kg)
Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)
Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)
Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar
24 Manejo
Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar
Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias
Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes
para o cultivo
Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado
Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal
Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de
cultivo
Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
67
Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel
Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de
enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais
25 Produccedilatildeo
Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada
Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo
Nominar Qual
o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de
lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de
lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria
Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase
berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)
respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria
engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da
infraestrutura do cultivo duacutezias por ano
26 Comercializaccedilatildeo
Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para
quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda
Padratildeo da ostra comercializada
tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs
Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle
de venda
Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque
Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim
( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem
sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar
Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )
atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de
maiores vendas menores vendas
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
68
3 Atividade de extensatildeo
Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento
Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar
Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo
( ) Em parte Especificar
4 Ambientais
Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )
Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo
protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas
da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa
miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )
Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )
Natildeo Qual
Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual
Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )
Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral
O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )
5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento
Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo
Internas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Externas ao cultivo 1) 2) 3)
e 4)
Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o
cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra
nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
69
APEcircNDICE ndash B
Formulaacuterios de Controles Financeiros
1 Movimentaccedilatildeo de caixa
FLUXO DE CAIXA MOD 01
Saldo anterior R$ ______________
Doc
Nordm
Histoacuterico
Valor (R$)
Entrada Saiacuteda Saldo
Saldo atual
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
2 Controle de manutenccedilatildeo
CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02
Nordf de
Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo
Responsaacutevel
teacutecnico
Data Custo
(R$) Inicio Teacutermino
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
3 Contas a pagar
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03
Doc
Ndeg
Fornecedor
Material
Serviccedilo
Emissatildeo
Vencimento
Valor
(R$)
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
70
4 Controle de venda a prazo
CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04
Doc
Nordm
Cliente
Quant
(duacutezia)
Preccedilo
(R$)
Entrega
Recebimento
Subtotal
Total
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
5 Cadastro de cliente
CADSTRO DE CLIENTES MOD 05
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica
Razatildeo social
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Produto desejado
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
6 Cadastro de fornecedores
CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06
Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________
Razatildeo social
CGC CPF
Inscriccedilatildeo estadual
Endereccedilo
Telefone
Data do aniversaacuterio
Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor
V
V
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
71
7 Quantidades comercializadas mecircs
CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07
M ecirc s
Dia Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Subtotal
Categoria
Subtotal
Dia
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
72
8 Quantidades comercializadas ano
CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08
A n o
Mecircs Venda Quantidade
(duacutezia)
Valor (R$)
Unitaacuterio Sub
total
Total
Mensal
Jan M G
Fev M
G
Mar M
G
Abr M
G
Mai M
G
Jun M
G
Jul M
G
Ago M
G
Set M
G
Out M
G
Nov M
G
Dez M
G
Total
Fonte Elaborado pelo autor
73
73