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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE HIGOR ALMEIDA DA SILVA Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas degradadas oriundas da Exploração Mineral Belém PA 2015

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

HIGOR ALMEIDA DA SILVA

Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas

degradadas oriundas da Exploração Mineral

Belém – PA

2015

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HIGOR ALMEIDA DA SILVA

Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas

degradadas oriundas da Exploração Mineral

Belém – PA

2015

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências e Meio

Ambiente/PPGCMA do Instituto de Ciências

Exatas e Naturais/ICEN da Universidade

Federal do Pará/UFPA como requisito para

obtenção do título de Mestre.

Área de Concentração: Recursos Naturais e

Sustentabilidade.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim

de Deus

Co-Orientador: Prof. Dr. Cláudio Nahum

Alves

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Sistema de Bibliotecas da UFPA

Silva, Higor Almeida da, 1986-

Avaliação da adubação orgânica e química na

recuperação de áreas degradadas oriundas da exploração

mineral / Higor Almeida da Silva. - 2015.

Orientador: Ricardo Jorge Amorim de Deus;

Coorientador: Cláudio Nahum Alves.

Dissertação (Mestrado) - Universidade

Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e

Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciências

e Meio Ambiente, Belém, 2015.

1. Adubação verde. 2. Adubos e

fertilizantes. 3. Degradação florestal. 4.

Sistemas agroflorestais. 5. Compostagem. I.

Título.

CDD 22. ed. 631.874

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HIGOR ALMEIDA DA SILVA

Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas

degradadas oriundas da Exploração Mineral

Aprovada em: 27 de Março de 2015

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus - Orientador

Universidade Federal do Pará (Presidente)

Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves - Co-Orientador

Universidade Federal do Pará (UFPA)

Banca 1: Prof. Dr. Rafael Gomes Viana - Membro

Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

Banca 2: Prof. Dr. Mauro Reis da Silva - Membro

Laboratório de Simulação Computacional em Meio Ambiente/LSCMAM/UFPA

Banca 3: Prof. Dr. Denílson Luz da Silva - Membro

Universidade Federal do Pará (UFPA)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências e Meio

Ambiente/PPGCMA do Instituto de Ciências

Exatas e Naturais/ICEN da Universidade

Federal do Pará/UFPA como requisito para

obtenção do título de Mestre em Ciências e

Meio Ambiente, sob Orientação do Prof. Dr.

Ricardo Jorge Amorim de Deus e Co-

Orientador Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves.

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Dedico este projeto a Jesus Cristo e a Nossa

Senhora de Nazaré, a minha Mãe Martha

Regina e a minha Noiva Mayenne Oliveira

pelo apoio e incentivo indescritível e

incondicional como mecanismos de

demonstração dos sentimentos mais

sublimes e serenos.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, pela presença constante em minha vida, iluminando meu caminho, dando-

me força, coragem e saúde para seguir em frente e que me capacitou e viabilizou a execução

deste projeto, colocando em meu caminho pessoas maravilhosas, que contribuíram para o meu

crescimento como ser humano e profissional.

Aos meus pais, Afonso Pantoja da Silva Junior e Martha Regina Almeida da Silva,

pelo amor incondicional e incentivo constante aos estudos, sem pressões, pela educação

exemplar desde a infância e pela preocupação em sempre oferecer o melhor para a família,

além de demonstrar que mediante os estudos é que vencemos na vida.

A minha irmã Thayza Almeida da Silva que sempre me incentivou e torceu por mim.

Aos meus avós Maria de Jesus Pantoja e José Maria Almeida, pelo incentivo aos

estudos de forma inexplicável e pela transmissão de conhecimentos e experiências de vida.

A minha noiva e futura esposa Mayenne Oliveira Costa pelo companheirismo, apoio e

incentivo como demonstração de sentimentos que ultrapassam os valores existentes neste

mundo.

Ao meu orientador, Professor Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus pela competente

orientação durante este projeto, e por suas valiosas contribuições, além de toda confiança e

credibilidade a mim atribuídas.

Aos membros da Banca Examinadora, pelas importantíssimas contribuições e

sugestões apresentadas.

À Universidade Federal do Pará – UFPA.

A empresa Luna Gold Corporation pela experiência adquirida como profissional e

possibilidade de realização deste projeto.

E finalmente, a todos aqueles que direta ou indiretamente participaram e contribuíram

para a minha formação como profissional e para a construção deste trabalho.

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A persistência é o caminho do êxito.

(CHARLES CHAPLIN)

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Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas

degradadas oriundas da Exploração Mineral

RESUMO

Esta pesquisa objetivou avaliar os efeitos da utilização da adubação orgânica em relação à

adubação química na recuperação de áreas degradadas oriundas da exploração mineral no

município de Godofredo Viana/MA. O experimento foi instalado em área de 15 ha

selecionado aleatoriamente na empresa Luna Gold Corporation, envolvida na operação e

exploração de projetos de ouro (Au), destinados à recuperação de áreas degradadas conforme

as condicionantes da Licença de Operação (LO). Neste experimento, implantou-se o Sistema

Agroflorestal do tipo agrossilvicultural, o qual consistiu no consórcio da espécie florestal

paricá (Schizolobium amazonicum) com a espécie gramínea forrageira braquiarão (Urochloa

brizantha) através da análise dos parâmetros fitossociológicos característicos dos locais

degradados. Com o delineamento em blocos casualizados, em 15 unidades experimentais cada

uma equivalente a 1 ha; foram avaliados três tratamentos (Testemunha - Sem Adubação;

Adubação Orgânica e Adubação Química) através de parâmetros como: fornecimento de

nutrientes solo-planta em função do crescimento da espécie paricá (Schizolobium

amazonicum) no período de 6 meses, Circunferência do caule à Altura do Peito (CAP) com

posterior transformação para o Diâmetro do caule à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das

Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA); Altura da planta; NPK; Ca2+

; Mg2+

; H+ e

Al3+

. A adubação orgânica originou-se do processo da compostagem elaborada em torno de

30 a 40 dias, mediante a reutilização de resíduos orgânicos coletados no interior e entorno da

empresa Luna Gold Corporation, promovendo desta forma a disponibilidade de nutrientes de

suma importância para o desenvolvimento de vegetais, tais como, N; P; K+; Ca

2+ e Mg

2+. A

adubação química originou-se da adubação NPK em plantas jovens de paricá, determinando-

se as dosagens consideradas de melhor desenvolvimento para esta espécie de 213 gramas por

planta de nitrogênio (N); 255 gramas por planta de P2O5 e 268 gramas por planta de K2O.

Considerando que a pesquisa foi desenvolvida em 15 ha com o espaçamento entre as mudas

de 4 m x 4 m, calcularam-se as quantidades de ureia, superfosfato triplo (SFT) e cloreto de

potássio (KCl) necessários para a adubação química, assim como a fórmula NPK para a

mistura aplicada. Os resultados foram submetidos à análise de variância (p < 0,05) e, aplicou-

se o teste Tukey para a comparação das médias de cinco repetições. Os resultados mostraram

que não foram observadas diferenças significativas nas características físicas e químicas do

solo entre a adubação orgânica e a adubação química, no entanto, em todos os parâmetros

avaliados a adubação orgânica apresentou desenvolvimento superior em relação à adubação

química e testemunha. A adubação orgânica promoveu incrementos na porosidade e

densidade do solo; pH; matéria orgânica (M.O.); fósforo; potássio; cálcio; soma de bases

(SB); capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por bases do solo (V%), assim como a

calagem aumentou a absorção N, P, K+, Ca

2+ e Mg

2+. Nesse sentido, entende-se que esta

pesquisa fornecerá subsídios as empresas de mineração, no que se refere à elaboração de

projetos ambientais que adotem práticas sustentáveis com aquisição de adubos orgânicos

capazes de proporcionar a restruturação dos parâmetros ecológicos de forma completa.

Palavras-chave: Adubação Orgânica; Adubação Química; Compostagem; Recuperação de

Áreas Degradadas; Sistema Agroflorestal.

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Evaluation of Fertilizer Organic and Chemical in the recovery of degraded

areas arising from the Exploration Mineral

ABSTRACT

This research aimed to evaluate the effects of the use of organic fertilizer in relation to

chemical fertilizer in the recovery of degraded areas arising from mining operations in the

municipality of Godofredo Viana/MA. The experiment was carried out on 15 ha area selected

randomly in the company Luna Gold Corporation, involved in the operation and exploration

of gold projects (Au) for the recovery of degraded areas according to conditions of License

Operating (LO). In this experiment implanted the System Agroforestry of type

agrossilvicultural, which consisted of the consortium between the species paricá

(Schizolobium amazonicum) and brachiaria (Urochloa brizantha) through the analysis of the

parameters phytosociological characteristic of areas degraded. The randomized block design

in 15 units experimental each one equivalent to 1 ha were evaluated three treatments were (No

fertilization; Organic Fertilization and Chemical Fertilization) through of parameters such as

supply of nutrients soil-plant due to the growth of paricá specie (Schizolobium amazonicum)

in the period six-month, Circumference at Breast Height (CBH) with posterior transformation

to Diameter at Breast Height (DBH); Dry Mass of Leaves (DML); Aerial Part Dry Mass

(APDM); Plant height; NPK; Ca2+

; Mg2+

; H+ and Al

3+. The organic manure originated from

the composting process built around 30 to 40 days, through the reutilization of organic waste

collected inside and around the company Luna Gold Corporation resulting the availability of

nutrients extremely important to the development of plants, such as N; P; K+; Ca

2+ and Mg

2+.

The chemical fertilization originated from the NPK fertilization in plants young of paricá,

determining doses considered better development for this specie, 213 grams per plant nitrogen

(N); 255 grams per plant P2O5 and 268 grams per plant K2O. Considering that the research

was developed in 15 ha with the spacing between the seedlings of 4 m x 4 m was calculated

the quantities of urea, triple superphosphate (TSP) and potassium chloride (KCl) necessary for

chemical fertilizer, as well as formula to the mixture applied. The results were submitted to

analysis of variance (p < 0.05) and the Test Tukey in order to comparison of the average of

five repetitions. The results showed that not differences significant in the characteristics

physical and chemical of the soil between organic fertilizer and chemical fertilizer, however,

in all parameters evaluated the organic fertilization showed development superior in relation

to chemical fertilizer and no fertilization. The organic fertilization afforded increments in the

porosity and density of soil; pH; organic matter (O.M.); phosphorus; potassium; calcium; sum

of bases (SB); cation exchange capacity (CEC), and saturation of soil foundation (V%) and

liming has increased absorption N, P, K+, Ca

2+ and Mg

2+. Considered that this research may

supply subsidies to mining companies, in relation development projects environmental that

adopt practices sustainable with acquisition of organic fertilizers able to restructure

completely the parameters ecological.

Keywords: Organic Fertilization; Chemical Fertilization; Composting; Recovery of Degraded

Areas; System Agroforestry.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Identificação do local de instalação de uma sondagem geológica no interior de uma

capoeira em estágio médio de sucessão ecológica................................................................................16

Figura 2 - Supressão da vegetação na área da praça de sondagem destinada a posterior reabilitação

ambiental...............................................................................................................................................16

Figura 3 - Área destinada à instalação de uma praça de sondagem em outro alvo de pesquisa no

interior de uma floresta secundária em estágio avançado de sucessão ecológica................................17

Figura 4 - Alto grau de impacto ambiental ocasionado na biodiversidade local caracterizado pelo

grupo de espécies pioneiras e de clímax..............................................................................................17

Figura 5 - Localização do município de Godofredo Viana - MA..........................................................20

Figura 6 - Semente da espécie paricá (Schizolobium amazonicum)......................................................22

Figura 7 - Plântulas de paricá de alta qualidade com 35 dias de semeadura.........................................23

Figura 8 - Colaborador realizando a limpeza de espécies invasoras no viveiro de mudas....................23

Figura 9 - Colaboradores da equipe de Meio Ambiente realizando a mensuração e o piqueteamento da

área a ser recuperada..............................................................................................................................24

Figura 10 - Colaborador realizando a abertura de sulcos de forma manual posterior ao

piqueteamento........................................................................................................................................24

Figura 11 - Exemplificação do dimensionamento dos sulcos realizados na área recuperada...............25

Figura 12 - Aplicação do adubo orgânico no sulco dimensionado........................................................25

Figura 13 - Plantio da espécie nativa paricá (Schizolobium amazonicum)............................................25

Figura 14 - Sementes de braquiarão (Urochloa brizantha) utilizadas na recuperação das áreas

impactadas, estabelecendo o SAF do tipo agrossilvicultural.................................................................25

Figura 15 - Primeira camada do material orgânico sendo preparado (terra preta + esterco +

serragem)...............................................................................................................................................28

Figura 16 - Segunda camada do material utilizado para a elaboração da compostagem (resíduos

alimentares)...........................................................................................................................................28

Figura 17 - Terceira camada do material utilizado para a elaboração do composto orgânico (resíduos

vegetais).................................................................................................................................................28

Figura 18 - Quarta e última camada de material da compostagem, novamente acréscimo de terra

preta.......................................................................................................................................................28

Figura 19 - Área impactada devido à pesquisa geológica, após o 1° dia de plantio do consórcio entre

paricá e braquiarão.................................................................................................................................30

Figura 20 - Área de pesquisa recuperada após 6 meses de plantio restabelecido os parâmetros

fitossociológicos....................................................................................................................................30

Figura 21 - Circunferência à Altura do Peito (CAP); Diâmetro à Altura do Peito (DAP); Massa Seca

das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta em função dos três

tratamentos aplicados............................................................................................................................32

Figura 22 - Porosidade total e densidade do solo em função de doses de composto orgânico (1,25

kg/ha-1

), adubos químicos (98,6 kg ha-1

de ureia; 118,04 kg ha-1

de SFT e 93,05 kg ha-1

de KCl) e

testemunha durante os seis meses de pesquisa.....................................................................................35

Figura 23 - Representação gráfica para os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio

(Mg) e acidez potencial (H+Al) em função dos três tratamentos aplicados nos seis meses de

estudo.....................................................................................................................................................39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características químicas do solo (média de 15 amostras)......................................22

Tabela 2 - Composição química do composto orgânico..........................................................27

Tabela 3 - Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para

circunferência do caule à altura do peito (CAP), diâmetro à altura do peito (DAP), massa

seca das folhas (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA) e altura da planta da espécie

Schizolobium amazonicum nos três tratamentos estudados.....................................................31

Tabela 4 - Densidade e porosidade do solo após a aplicação dos três tratamentos analisados

durante os seis meses de pesquisa............................................................................................35

Tabela 5 - Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para

Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Acidez Potencial (H+Al) no solo na

aplicação dos três tratamentos estudados.................................................................................37

Tabela 6 - Características químicas das médias das amostras do solo na ausência e presença

de adubação aos 180 dias após a aplicação dos tratamentos...................................................40

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SUMÁRIO

Resumo.....................................................................................................................................07

Abstract....................................................................................................................................08

Lista de Ilustrações...................................................................................................................09

Lista de Tabelas........................................................................................................................10

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................12

2. OBJETIVOS.......................................................................................................................14

2.1. OBJETIVO GERAL.........................................................................................................14

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................14

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................15

3.1. ASPECTOS ECOLÓGICOS NO CONTEXTO DA MINERAÇÃO...............................15

3.2. ADUBAÇÃO ORGÂNICA..............................................................................................18

3.3. ADUBAÇÃO QUÍMICA.................................................................................................18

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................20

4.1. ÁREA DE ESTUDO.........................................................................................................20

4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL............................................................................21

4.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM................................................................................26

4.4. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO SOLO.............................................29

4.5. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO QUÍMICA NO SOLO.................................................29

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................30

5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NA VEGETAÇÃO............30

5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NO SOLO..........................34

5.2.1. Caracterização física do solo..........................................................................................34

5.2.2. Caracterização química do solo.....................................................................................37

6. CONCLUSÕES..................................................................................................................43

7. REFERÊNCIAS.................................................................................................................44

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1. INTRODUÇÃO

As atividades de mineração resultam em impactos ambientais, independente do bem

mineral que está sendo extraído. Esta atividade implica em supressão de vegetação, ou

impedimento de sua regeneração, remoção da camada fértil do solo, exposição de solos aos

processos erosivos que podem acarretar em assoreamento dos corpos d’água do entorno e

comprometer a qualidade das águas dos rios e reservatórios da mesma bacia (MECHI e

SANCHES, 2010). Outros impactos que podem ter efeitos danosos no equilíbrio dos

ecossistemas são: a redução ou destruição de hábitat, o afugentamento da fauna, a morte de

espécimes da fauna e da flora terrestres e aquáticas, incluindo eventuais espécies em extinção,

interrupção de corredores de fluxos gênicos e de movimentação da biota (MECHI e

SANCHES, 2010).

No que concernem as atividades industriais, a mineração de superfície é uma geradora

de grande impacto sobre o ambiente, uma vez que pode alterar grandes extensões de terras.

Keller (2000) citado por Zimmermann e Trebien (2001) estima que nos últimos 24 anos foram

degradados 37.000 km2

da superfície terrestre. Neste sentido, a recuperação de áreas

degradadas por projetos de exploração mineral pode ser definida como o conjunto de ações

necessárias para que a área volte a estar apta para algum processo produtivo em condições de

equilíbrio ambiental, assim como é necessário que a mesma apresente condições de

estabilidade física (processos erosivos, movimentos de terrenos) e estabilidade química (a

área não deve estar sujeita a reações químicas que possam gerar compostos nocivos à saúde

humana e ao ecossistema) (BRUM, 2000). Isto porque, o restabelecimento do potencial

produtivo do solo, a fim de equilibrar e sustentar o ecossistema necessita da elevação do teor

de matéria orgânica. A sua redução afeta os processos de formação e estabilização dos

agregados do solo, atividade biológica e ciclagem de nutrientes (ROSCOE et al., 2006).

Os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) baseada na indução do

banco de sementes, na condução da regeneração natural e no adensamento e enriquecimento

da floresta em regeneração com o Sistema Agroflorestal (SAF) estabelecido; proporciona

diversos benefícios ambientais, tais como, controle da temperatura, da umidade relativa do ar

e da umidade do solo (AMATA, 2009). Segundo Vieira et al. (2013), a adubação é uma das

etapas mais complexas na produção de mudas visando à recuperação de áreas degradadas

devido à dificuldade em encontrar dados a respeito das melhores doses para as espécies

florestais nativas. Nesse sentido a adubação química NPK é essencial para o crescimento e o

desenvolvimento das plantas, além de outros fatores como a luz solar armazenada na forma de

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compostos de energia, como Adenosina Trifosfato (ATP) e Nicotinamida-adenina-

dinucleótido-fosfato (NADPH), água, gás carbônico (CO2) e um fluxo contínuo de sais

minerais (MALTA, 2012). A adubação orgânica através da compostagem de resíduos

orgânicos gera um benefício como produto final, o composto orgânico para uso agrícola,

constituindo-se num processo que possibilita o cumprimento dos itens considerados

fundamentais no conceito de desenvolvimento sustentável para o eficiente tratamento e

disposição dos resíduos sólidos: (a) Minimização de impactos ambientais; (b) Minimização de

rejeitos; (c) Maximização da reciclagem (EMBRAPA, 2009).

Outros benefícios se relacionam com os impactos ambientais diretos e indiretos

oriundos da disposição, ou uso como insumo agrícola, de certos resíduos orgânicos. Com o

uso do composto orgânico, pode-se reciclar uma gama de macronutrientes (Nitrogênio {N},

Fósforo {P}, Potássio {K}, Cálcio {Ca} e Magnésio {Mg}) e micronutrientes (Boro {Bo},

Cloro {Cl} e Ferro {Fe}). Esses elementos são essenciais para as plantas e sua reciclagem

pode proporcionar a substituição ou a redução da necessidade do uso de fertilizantes minerais

(EMBRAPA, 2009). Segundo Pelá (2005), a adubação orgânica apresenta efeito acumulativo

em relação à adubação mineral em termos de reflorestamentos com espécies nativas.

Neste estudo, as áreas recuperadas pelas atividades de pesquisa mineral caracterizam-

se pela espécie arbórea paricá (Schizolobium amazonicum) e pela espécie gramínea forrageira

braquiarão (Urochloa brizantha), as quais promovem o enriquecimento da biodiversidade

pautada nos parâmetros fitossociológicos existentes. Esta metodologia de enriquecimento de

recuperação das áreas de pesquisa auxilia de forma significativa no crescimento da cobertura

vegetal, compatibilizando a fitofisionomia local (LOCATELLI et al., 2012).

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar os efeitos da aplicação da adubação orgânica e química no desempenho dos

atributos biométricos da espécie florestal paricá (Schizolobium amazonicum), assim como as

características físicas e químicas do solo.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Avaliar os efeitos da adubação orgânica e química nos parâmetros de

desenvolvimento da espécie nativa paricá.

b) Avaliar os efeitos da adubação orgânica e química nas características físicas e

químicas do solo.

c) Restabelecer os parâmetros ecológicos das florestas secundárias nas áreas

degradadas mediante o consórcio de espécie florestal e agrícola caracterizado no Sistema

Agroflorestal (SAF) do tipo agrossivicultural.

d) Proporcionar métodos sustentáveis de recuperação de áreas degradadas por

mineração, mediante a utilização de compostagem em relação à adubação química.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. ASPECTOS ECOLÓGICOS NO CONTEXTO DA MINERAÇÃO

Muitos avanços têm sido verificados nos últimos anos, no que diz respeito à

“restauração florestal” em áreas degradadas, que embora sendo uma área recente, tem-se

desenvolvido muito e agregado conhecimentos, envolvendo principalmente a dinâmica de

formações florestais nativas. Isto não elimina a necessidade de muitos outros estudos que

preencham lacunas do conhecimento e promovam um maior sucesso dos projetos de

recuperação e conservação da biodiversidade (BARBOSA, 2006).

Em casos de elevado grau de degradação ambiental, como exemplo, em áreas de

mineração em que ocorre a desestruturação do solo, o plantio de mudas florestais pode não ser

suficiente para propiciar a recuperação da área. Desta forma, direcionam-se esforços para a

busca por novas técnicas que sejam mais eficientes em recuperar uma gama maior de funções

do ecossistema e que demandem menor custo de implantação e manutenção da área

(JAKOVAC, 2007). A busca pelo desenvolvimento destas técnicas tem incluído a

investigação dos processos ecológicos que regem os caminhos da restauração, tendo em vista

que os conceitos de sucessão ecológica de comunidades são as bases da ecologia da

restauração (YOUNG, 2000).

Nos ambientes degradados pelas atividades de pesquisa geológica, predominam as

espécies do primeiro grupo ecológico, ou seja, das espécies heliófilas, que irão modificar a

fitoestrutura com sombra, retenção do solo, umidade e deposição de matéria orgânica. Com o

tempo, o ambiente torna-se favorável para o estabelecimento das espécies de sombra ou

clímax (MUNDIM, 2004).

Pode-se dizer que o processo de sucessão é resultante das mudanças ambientais

causadas pelas próprias espécies pioneiras, ou seja, aquelas que se instalaram inicialmente.

Estas espécies apresentam diferentes adaptações daquelas que as sucedem, e assim

sucessivamente. Cada estágio altera o ambiente tornando-o apropriado para o próximo

estágio, e consequentemente inapropriado para as comunidades pioneiras. A sucessão evolui

até que as adições de novas espécies e as explosões de espécies estabelecidas não mais

alterem o ambiente da comunidade em desenvolvimento. Uma vez atingido o clímax temos

um ambiente dinamicamente estável e equilibrado (DUARTE e BUENO, 2006).

A utilização da espécie pioneira para a recuperação das áreas de pesquisa, como

exemplo o paricá (Schizolobium amazonicum), tendo como sua característica de colonizadora

e de crescimento rápido, é responsável pela quebra de substrato através das raízes, acúmulo de

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matéria orgânica, sombreamento, entre outros; consorciada com a espécie de gramínea

braquiarão (Urochloa brizantha) que permite a reestruturação de organismos secundários e,

posteriormente, a reabilitação das climáceas no local degradado (MUNDIM, 2004).

O Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke. É uma espécie florestal da família

Caesalpiniaceae, nativa da Região Amazônica sul-americana, a qual pode alcançar de 20 a 30

m de altura e até um metro de Diâmetro à Altura do Peito (DAP) (AMATA, 2009). Essa

espécie foi incluída na seleção de espécies leguminosas para consórcio agroflorestais devido

ao seu rápido crescimento. Este consórcio caracterizado pelo paricá com a espécie gramínea

braquiarão, reestrutura os parâmetros dos ecossistemas locais, devido estas espécies

desempenharem funções distintas nos grupos ecológicos que serão responsáveis pelo

desenvolvimento das sucessões ecológicas (Figura 1) intrísecas no processo de reabilitação

ambiental, posterior ao processo de supressão vegetal desenvolvido pelas pesquisas

geológicas observada na Figura 2 (VIÉGAS et al., 2007).

A sucessão secundária (Figura 3) é o mecanismo pelo qual as florestas tropicais se

auto-renovam, através da cicatrização de locais perturbados que ocorre a cada momento em

diferentes pontos da mata (OLIVEIRA e JÚNIOR, 2011). É a susbtituição da vegetação que

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 2: Supressão da vegetação na área da

praça de sondagem destinada à posterior

reabilitação ambiental.

Figura 1: Identificação do local de instalação de

uma sondagem geológica no interior de uma

capoeira em estágio médio de sucessão

ecológica.

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

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17

ocorre após um distúrbio qualquer, como exemplo, a sondagem geológica caracterizada nas

pesquisas, como se verifica na Figura 4, afetando a vegetação preexistente. No sítio há solo já

desenvolvido e legado biológico da vegetação prévia (OLIVEIRA e JÚNIOR, 2011).

Propriedades das comunidades tais como composição de espécies, riqueza, diversidade

e heterogeneidade vegetal apresentam mudanças com o progresso das sucessões primária e

secundária (JONES e DEL MORAL, 2005). Para esses autores a cobertura vegetal e a

biomassa aumentam através da seqüência sucessional, levando usualmente a intensa interação

competitiva entre os indivíduos.

Oliveira e Júnior (2011) afirmam que em estágios sucessionais mais tardios espera-se

haver aumento na interação entre espécies. Vários fatores podem afetar a heterogeneidade

vegetacional, pois assim como o desenvolvimento da vegetação, o padrão de espécies parece

ser mais controlado por condições ambientais e interações entre espécies do que por eventos

estocásticos tais como a dispersão (JONES e DEL MORAL, 2005).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 3: Área destinada à instalação de uma

praça de sondagem em outro alvo de pesquisa no

interior de uma floresta secundária em estágio

avançado de sucessão ecológica.

Figura 4: Alto grau de impacto ambiental

ocasionado na biodiversidade local caracterizado

pelo grupo de espécies pioneiras e de clímax.

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3.2. ADUBAÇÃO ORGÂNICA

A produtividade de uma espécie arbórea como o Schizolobium amazonicum com alto

potencial de crescimento pode ser limitada pela ausência de determinados nutrientes no solo

(VIEIRA et al., 2013). Substratos com elevado teor de matéria orgânica assegura alta

porosidade, além de uma baixa densidade aparente. A porosidade é um fator muito importante

para o pleno desenvolvimento das plantas, capaz de proporcionar aeração e drenagem

adequada, tornando o substrato estruturado e com maior retenção de água (DINIZ et al.,

2006).

É reconhecido o efeito benéfico da adubação orgânica na produtividade das culturas,

assim como o aprimoramento nas condições físicas, químicas e biológicas do solo, graças à

sua utilização. Os nutrientes presentes no composto orgânico, principalmente o nitrogênio e o

fósforo, possuem uma liberação mais lenta quando comparadas com adubos minerais, pois

depende da mineralização da matéria orgânica, proporcionando disponibilidade ao longo do

tempo, o que, muitas vezes, favorece um melhor aproveitamento (MAGRO et al., 2010).

O uso de adubos orgânicos nos solos é fundamental na melhoria das características

químicas, físicas e biológicas. Sua atuação se dá tanto na melhoria das condições físicas,

como na aeração, na maior retenção e armazenamento de água, quanto nas propriedades

químicas e físico-químicas, no fornecimento de nutrientes às plantas e na maior capacidade de

troca catiônica do solo (CTC), além de proporcionar um ambiente adequado ao

estabelecimento e à atividade da microbiota (MELO et al., 2009).

Véras et al. (2014) afirmam que o uso de substratos alternativos proporciona o

aproveitamento de materiais da própria propriedade favorecendo a diminuição da utilização

de agroquímicos, contribuindo para maior equilíbrio ambiental, mantendo a biodiversidade,

produzindo mudas de qualidade e buscando a viabilização de uma agricultura sustentável.

3.3. ADUBAÇÃO QUÍMICA

No que diz respeito à adubação química existe poucas informações para fundamentar o

manejo desta adubação relacionada à espécie nativa paricá no campo (COSTA et al., 2008).

Vieira et al. (2013) também afirmam que o Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke é uma

espécie florestal cujas informações sobre as exigências nutricionais são poucas. Diante deste

cenário, torna-se necessária a realização de diversos estudos sobre as estratégias de manejo

das adubações que possam aumentar a eficiência no uso de fertilizantes para a espécie nativa

paricá.

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Caione et al. (2012) recomendaram na adubação de base das mudas de S. amazonicum,

150, 300 e 100 g.m-3

de N, P2O5 e K2O, respectivamente, 1,0 kg de sulfato de amônio e 0,3 kg

de KCl em cobertura. Estas doses não representaram crescimento significativo em altura e

diâmetro das mudas de Schizolobium amazonicum.

Locatelli et al. (2003) estudaram a influência da aplicação de doses crescentes de

fósforo (0; 16,4; 32,8; 65,6; 131,2 g de P2O5/planta) e potássio (0; 24; 48 e 96 g de

K2O/planta), nas formas de superfosfato triplo e cloreto de potássio, respectivamente, na cova

de plantio, na presença ou ausência de calagem a lanço antes do plantio, em plantios de paricá

em um latossolo amarelo em Rondônia. Concluiu-se que a aplicação de calcário objetivando

elevação do pH da área para 5,5 melhorou a disponibilidade de potássio e fósforo. Apesar

disso, os níveis de potássio aplicados não interferiram significativamente no crescimento em

altura e diâmetro.

Todavia, entre as dosagens pesquisadas para a espécie nativa paricá, consideraram-se

de melhor desenvolvimento, isto é, que influenciaram no crescimento em altura, diâmetro do

caule e volume de madeira da espécie, os valores de 213 gramas por planta de nitrogênio (N);

255 gramas por planta de P2O5 e 268 gramas por planta de K2O (VIÉGAS et al., 2007).

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1. ÁREA DE ESTUDO

O projeto de pesquisa de campo localiza-se no município de Godofredo Viana, estado

do Maranhão (Figura 5), mais precisamente nas áreas de pesquisas minerais da Luna Gold

Corporation. O município possui uma área de 675,168 km2 e coordenadas 01°24’10’’ S e

45°46’47’’ W; localiza-se na mesorregião do oeste maranhense e microrregião de Gurupi

(IBGE, 2010).

O clima é do tipo tropical, muitas vezes úmido, com chuvas anuais de até 3000 mm. A

estação das chuvas ocorre a partir de dezembro a meados de julho com chuvas mais pesadas

de janeiro a abril. A área está próxima a Linha do Equador e possui temperaturas

relativamente estáveis, variando de 24°C a 31°C (TECHNICAL REPORT, 2010).

Neste estudo, selecionou-se 15 ha aleatoriamente destinados à recuperação de áreas

degradadas nas áreas de pesquisas. Esta seleção baseou-se nas técnicas de recuperação

pautadas nos levantamentos da estrutura e da composição florística de comunidades vegetais,

em especial de fragmentos florestais (FREITAS e MAGALHÃES, 2012). As informações

obtidas nestas atividades servem de base para a proteção e a recuperação das formações

ecológicas formadas pelo banco de sementes as quais possuem tendência de aumentar

conforme a intensidade da perturbação (ALVAREZ-AQUINO et al., 2005), o que deve estar

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 5: Localização do município de Godofredo

Viana - MA.

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relacionado com a presença de espécies pioneiras, como exemplo, o paricá, que efetivamente

formam o banco de sementes persistente e que normalmente estão associadas a tais ambientes

perturbados (BAIDER et al., 2001; OZÓRIO, 2000).

4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental consistiu em blocos casualizados com três tratamentos

em cinco repetições. Os tratamentos aplicados foram: T1 - Testemunha (Sem Adubação); T2

(Adubação Orgânica) e T3 (Adubação Química). O período da pesquisa de campo

correspondeu a 6 meses avaliado nas 15 Unidades Experimentais (UE) cada uma

correspondendo a 1 ha, ou seja, 10.000 m2. Avaliaram-se as seguintes variáveis:

Circunferência do Caule à Altura do Peito (CAP) em metros (m); Diâmetro do caule à Altura

do Peito (DAP) em metros; Massa Seca das Folhas (MSF) em gramas por planta (g/planta);

Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) em gramas por planta; Altura da planta em metros; bem

como as características físicas e químicas do solo, mediante a Porosidade e Densidade do Solo

e teores de nutrientes, tais como: Nitrogênio + Fósforo + Potássio (NPK) em miligramas por

decímetro cúbico (mg/dm3); Cálcio (Ca); Magnésio (Mg); Hidrogênio + Alumínio (H+Al) em

centimol de carga por decímetro cúbico (cmolc/dm3).

Os dados foram analisados e interpretados a partir das análises de variância (Teste F) e

pelo confronto de médias do teste de TUKEY, conforme (FERREIRA, 2007). Realizou-se

também o teste de Kruskal-Wallis, entre os tratamentos e as variáveis analisadas, usado para

testar se um conjunto de amostras provém da mesma distribuição (DEVORE, 2000).

As amostras foram coletadas na profundidade de 0 a 20 cm, analisadas pelo

Laboratório do Departamento de Solos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

localizado no município de Belém-PA. Os atributos físicos analisados foram: porosidade total

e densidade do solo, determinados pelo método dos anéis volumétricos de 100 cm-3

(EMBRAPA, 1997). As análises químicas foram realizadas em triplicatas (PASSARI et al.,

2011). O pH em água, cálcio, magnésio trocáveis, soma de bases, capacidade de troca

catiônica, saturação por bases e alumínio trocável foram realizados conforme metodologia da

EMBRAPA (2009). (Tabela 1).

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Tabela 1: Características químicas do solo (média de 15 amostras).

pH

(H2O)

P K H+Al Al3+

Ca2+

Mg2+

SB CTC

cmolc/dm3

V MO C

% mg/dm3

Média 5,28 0,05 0,07 2,59 0,78 1,04 0,61 1,75 4,35 40,2 30,8 16,9

Fonte: UFRA (2014).

Foram determinados o potencial hidrogeniônico (pH) em água na proporção 1:2,5 por

potenciometria; fósforo (P) e potássio (K+) extraídos por Mehlich 1; acidez potencial

(H++Al

3+) extraído por acetato de cálcio; alumínio (Al

3+), cálcio (Ca

2+) e magnésio (Mg

2+)

extraídos por KCl 1N; soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação

por bases do solo (V%) em cálculos; matéria orgânica (MO) e carbono (C) extraídos por

dicromato de potássio em meio sulfúrico pelo método titrimétrico de Walkley-Black.

As mudas da espécie nativa paricá foram produzidas no viveiro da empresa Luna Gold

Corporation, onde as sementes originaram-se da Associação das Indústrias Exportadoras de

Madeira do Estado do Pará (AIMEX). Anterior à semeadura das sementes em sacos de

polietileno (Figura 6), realizou-se a quebra de dormência pelo método térmico, que consiste

na imersão das sementes em água à temperatura de 100ºC e posterior permanência por quatro

horas até o esfriamento, a qual acelera e uniformiza a germinação das sementes e a

emergência das plântulas de Schizolobium amazonicum (DAPONT et al., 2014).

Figura 6: Semente da espécie paricá (Schizolobium

amazonicum).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

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Desta forma, após 45 a 60 dias as plântulas estavam em plenas condições para o

plantio definitivo, com uma média de 53 cm de altura e 7 mm de diâmetro (SOUZA et al.,

2003). Cita-se também como fator de suma importância para a produção de mudas de

qualidade no viveiro (Figura 7); o monitoramento realizado pelo Departamento de Meio

Ambiente da empresa Luna Gold Corporation, onde com o auxílio de três colaboradores,

realizara-se a limpeza de ervas daninhas aos redores das mudas que possam por ventura

prejudicar biológica e esteticamente as plântulas existentes (Figura 8), a retirada de sementes

que não germinaram com posterior plantio de sementes novas, assim como a verificação de

possíveis associações de patógenos (COSTA et al., 2011).

Vale ressaltar, que o paricá, por apresentar comportamento característico de espécie

pioneira, é capaz de atingir uma regeneração natural num raio de 3 m a 25 m de distância da

árvore matriz. Esta regeneração, ainda no estágio inicial de desenvolvimento, pode ser

coletada, transportada para o viveiro e utilizada para a produção de mudas (ROSA, 2006).

Pesquisas sobre a ecologia reprodutiva do paricá destacam a capacidade que esta

espécie tem de se regenerar em clareiras e em áreas degradadas (VENTURIERI, 1999).

As técnicas de recuperação das áreas degradadas iniciaram-se com o trator arado

realizando a descompactação e aeração do solo impactado, onde posteriormente realizaram-se

os procedimentos de mensuração e piqueteamento do espaçamento adequado na área

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 7: Plântulas de paricá de alta qualidade

com 35 dias de semeadura.

Figura 8: Colaborador realizando a limpeza de

espécies invasoras no viveiro de mudas.

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destinada à reabilitação ambiental (Figura 9); abertura dos sulcos no solo de forma manual

(Figura 10), obedecido ao dimensionamento de 30 cm x 30 cm x 30 cm (SOUZA et al., 2003)

(Figura 11); aplicação do adubo orgânico (compostagem) na proporção de 1,5 kg/cova-1

(RAYOL et al., 2011) analisado no estudo (Figura 12) e plantio da espécie florestal paricá

(Figura 13) e da espécie agrícola braquiarão (Figura 14) utilizadas na metodologia; todas

estas etapas foram supervisionadas pelo responsável técnico do projeto (TECHNICAL

REPORT, 2010).

Estas etapas de recuperação das áreas degradadas, quando são rigorosamente

cumpridas e respeitando-se todos os parâmetros técnicos, e posteriores tratos culturais

cabíveis; reestrutura a estabilidade máxima da vegetação, característica do clímax, resultante

da interação entre um grande número de espécies. Portanto, a estabilidade de um ecossistema

é função primária, ou direta, de sua biodiversidade. É esta a razão que nos permite afirmar

que o clímax de uma sucessão apresenta uma estabilidade dinâmica, por ter a máxima

biodiversidade possível para aquele ambiente (DUARTE e BUENO, 2006).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

30 cm

Figura 9: Colaboradores da equipe de Meio

Ambiente realizando a mensuração e o

piqueteamento da área a ser recuperada.

Figura 10: Colaborador realizando a abertura de

sulcos de forma manual posterior ao

piqueteamento.

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Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

30 cm

Figura 11: Exemplificação do dimensionamento

dos sulcos realizados na área recuperada.

Figura 12: Aplicação do adubo orgânico no

sulco dimensionado.

Figura 13: Plantio da espécie nativa paricá

(Schizolobium amazonicum).

Figura 14: Sementes de braquiarão (Urochloa

brizantha) utilizadas na recuperação das áreas

impactadas, estabelecendo o SAF do tipo

agrossilvicultural.

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

30 cm 30 cm

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Portanto, o princípio da sustentabilidade, implica o uso dos recursos renováveis de

forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de

renovação, em soluções economicamente viáveis de suprimento das necessidades, visando à

reestruturação dos parâmetros fitossociológicos dos ambientes minerários, descaracterizando

as degradações provenientes de pesquisas geológicas (VIANA, 2012).

4.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM

A compostagem é um importante processo biológico de transformação dos resíduos

orgânicos em produtos e insumos para a agricultura, ocorrendo através desse processo, uma

diminuição dos resíduos gerados não aproveitados e uma otimização na produção de novos

insumos e fertilizantes naturais, dentro do ciclo de um desenvolvimento sustentável, utilizada

na produção de uma agricultura orgânica (RODRIGUES et al., 2014).

Gonçalves et al. (2014) cita que a compostagem tem grande importância para o

tratamento de resíduos, por atender a todas as prerrogativas ambientais, como: contribuir para

evitar os aspectos estéticos desagradáveis da presença de resíduos no ambiente; absorver

qualquer tipo de resíduo orgânico sólido produzido pela sociedade; reciclar nutrientes e

energia, contribuindo para a economia dos recursos naturais; não exigir mão-de-obra

especializada; requerer pouca energia externa e instalações simples e baratas; ter baixo custo e

ser aplicável a qualquer escala operacional, além de produzir um fertilizante orgânico de

grande aplicabilidade para a agricultura.

O processo de compostagem também mostra sua importância em circunstâncias onde

os resíduos depositados na natureza de maneira inadequada, causando o desequilíbrio do meio

ambiente são processados de maneira adequada até que se torne um fertilizante orgânico, rico

em nutrientes essenciais e com propriedades benéficas a manutenção adequada dos solos

(SILVA, 2008).

A composição química do adubo orgânico foi analisada no Laboratório do

Departamento de Solos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

localizado no município de Belém-PA. A análise química do composto orgânico torna-se

necessária a fim de auxiliar na observação dos teores de nutrientes existentes em relação à

fertilidade do solo. Analisaram-se 10 amostras do composto, com média de 1 kg cada uma,

obtendo-se os teores químicos (Tabela 2) provenientes das misturas dos componentes

utilizados na elaboração do mesmo.

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Tabela 2: Composição química do composto orgânico.

Composto

Orgânico

pH

(H2O)

N C MO

g/kg

P K

mg/dm3

Ca

Mg

H

Al

mmol/dm3

10

amostras 6,78 12 320 640 753 26,78 47,93 76,5 8,0 7,5

Fonte: MAPA (2014).

Durante o período de 30 a 40 dias, ocorreu à formação de 300 pilhas de compostagem,

cada uma com média de 1.000 kg de peso. Os materiais utilizados na formação das pilhas

corresponderam a seguinte proporção: 300 kg de terra preta; 200 kg de esterco de gado; 300

kg de serragem; 150 kg de resíduos vegetais e 50 kg de restos alimentares. Todo material

utilizado na elaboração do composto orgânico foi coletado de forma manual, com o auxílio de

três pás, dois carrinhos de mão e uma caminhonete modelo L200 outdoor para o transporte

dos materiais das áreas mais distantes até o destino final.

Os materiais foram coletados da seguinte forma: a terra preta originou-se das áreas de

pesquisas geológicas da empresa Luna Gold exploradas de forma contínua; o esterco de gado

foi proveniente das áreas de fazendas próximas à área de pesquisa, mediante as autorizações

dos seus respectivos proprietários; a serragem foi coletada em pequenas serrarias distantes da

área do projeto, onde os proprietários celebravam acordos com o Departamento de Meio

Ambiente; os resíduos vegetais foram coletados no próprio viveiro de mudas mediante as

atividades de limpeza de ervas daninhas das proximidades e os restos alimentares foram

coletados no refeitório da empresa Luna Gold, acumulados em três refeições diárias (café da

manhã, almoço e jantar), com uma média no total de 3.500 funcionários.

A primeira camada utilizada no processo de compostagem foi à terra preta misturada

(Figura 15); a segunda camada consistiu nos resíduos alimentares (Figura 16); a terceira

camada consistiu nos resíduos vegetais (Figura 17) e a quarta e última camada caracterizou-

se no acréscimo novamente de terra preta (Figura 18), havendo posteriormente os processos

de irrigação e revolvimento a fim de elevar a atividade microbiana, que além de produzir as

transformações físicas e químicas no material compostado, também provoca a elevação da

temperatura no interior da leira (LI et al., 2008).

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Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 17: Terceira camada do material utilizado

para a elaboração do composto orgânico

(resíduos vegetais).

Figura 18: Quarta e última camada de material

da compostagem, novamente acréscimo de terra

preta.

Figura 15: Primeira camada do material

orgânico sendo preparado (terra preta + esterco +

serragem).

Figura 16: Segunda camada do material

utilizado para a elaboração da compostagem

(resíduos alimentares).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

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Valente et al. (2009) acrescentam que por ser um processo puramente microbiológico,

a sua eficiência depende da ação e da interação de micro-organismos, os quais são

dependentes da ocorrência de condições favoráveis, como a umidade, a aeração, o tipo de

compostos orgânicos existentes, a relação carbono/nitrogênio (C/N), a granulometria do

material e as dimensões das leiras.

A reutilização destes resíduos orgânicos a fim de produzir adubos orgânicos, visa à

obtenção de novas técnicas para a gestão de resíduos, caracterizando a redução e uso

consciente dos compostos produzidos, tornando-se prática intrínseca da conservação do meio

ambiente (COSTA et al., 2014).

4.4. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO SOLO

Durante o plantio das mudas da espécie Schizolobium amazonicum no campo, foram

depositados nos sulcos dimensionados de 30 x 30 x 30 cm (SOUZA et al., 2003), 1,5 kg de

adubo orgânico proveniente da compostagem, obedecido ao espaçamento de 4 m x 4 m entre

as mudas da espécie florestal inseridas em linhas paralelas (SANTOS, 2012).

A braquiária foi semeada a lanço, adubada da mesma forma e com densidade de

plantio de 60 kg ha-1

de sementes (LONGO et al., 2011). Vale ressaltar que nas mesmas

condições de solo e de plantio verificou-se o crescimento da espécie paricá na ausência de

adubo orgânico, a qual considerou testemunha.

4.5. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO QUÍMICA NO SOLO

Com a adubação mineral, em termos de N, P2O5 e K2O, foi fornecida no solo, dose de

213, 255 e 268 gramas por planta, respectivamente, sendo a mesma aplicada em sulco de

semeadura, usando-se do formulado NPK 14-17-18, e caracterizando-se o N com 98,6 kg ha-1

de ureia; o P2O5 com 118,04 kg ha-1

utilizando o superfosfato simples e K2O com 93,05 kg ha-

1 utilizando o cloreto de potássio.

Por ocasião do transplante das mudas no campo no período chuvoso, as doses de P2O5

foram aplicadas na sua totalidade no sulco de plantio, enquanto que a adubação NK foi

parcelada para obter maior eficiência de utilização dos fertilizantes (COSTA et al., 2008).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NA VEGETAÇÃO

A Figura 19 apresenta uma área de pesquisa mineral recuperada logo após a

degradação ambiental desenvolvida, onde as mudas da espécie Schizolobium amazonicum

com média entre 45 a 55 cm de altura foram plantadas e consorciadas com a espécie Urochloa

brizantha semeada a lanço. A Figura 20 proporciona uma ideia do aspecto visual da

vegetação restabelecida, caracterizando após seis meses de reabilitação ambiental os três

grupos ecológicos representativos no conjunto de espécies que apresentam características

comuns (ARAÚJO et al., 2010).

Observou-se o grupo de espécies pioneiras que são aquelas que necessitam de

condições de alta luminosidade para germinar, como exemplos, o paricá (Schizolobium

amazonicum) e a embaúba (Cecropia pachystachia); o grupo de espécies oportunistas, como

exemplos, a canjerana (Albizia hasslerii), o ipê roxo (Zeyheria tuberculosa) e o angico-

vermelho (Centrolobium tomentosum); e por fim, o grupo de espécies de sombra ou clímax

que são aquelas que não necessitam de clareiras para germinarem e para atingirem a

maturidade reprodutiva, como exemplos deste grupo, obteve-se o cedro (Cedrela fissilis), o

angelim-amargoso (Andira althelmia) e a sucupira-amarela (Sweetia fruticosa)

(WHITMORE, 1990; FERRETTI, 2002).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Fonte: Luna Gold Corporation (2014).

Figura 19: Área impactada devido à pesquisa

geológica, após o 1° dia de plantio do consórcio

entre paricá e braquiarão.

Figura 20: Área de pesquisa recuperada após 6

meses de plantio restabelecido os parâmetros

fitossociológicos.

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31

As plantas de paricá após 6 meses de plantio apresentaram média de 2 a 3 metros de

altura e Circunferência do caule à Altura do Peito (CAP) de média 0,0239 metros, com o

auxílio das gramíneas definiram uma regeneração natural vigorosa pautadas no crescimento

tanto de espécies arbóreas quanto de espécies herbáceas. Esta reabilitação ambiental

caracterizada pelo Sistema Agroflorestal do tipo agrossivilcultural, define um indicador de

diversidade de espécies capazes de alcançar a estabilidade física do local degradado

(ALMEIDA e SANCHEZ, 2005).

A estabilidade física do local inicia-se pelo processo de regeneração natural que

decorre da interação de processos naturais de restabelecimento e manutenção do ecossistema.

Este processo depende de uma série de fatores, como a chegada dos diásporos e a composição

do banco de plântulas e de sementes do solo (MOREIRA et al., 2013). Estas informações

consubstanciam estratégias de manejo que podem garantir a conservação de comunidades

relevantes para o funcionamento de ecossistemas (FREITAS e MAGALHÃES, 2012).

Arruda e Daniel (2007) afirmam que os estudos fitossociológicos de uma floresta

representam o passo inicial para o seu conhecimento, pois, quando associados à sua dinâmica,

pode-se construir uma base teórica para subsidiar a preservação e o uso de recursos da flora, a

conservação de ecossistemas similares e a recuperação de áreas ou fragmentos florestais

degradados, contribuindo substancialmente para seu manejo.

Na Tabela 3 estão apresentados os resultados das análises para Circunferência do

caule à Altura do Peito (CAP); Diâmetro do caule à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das

Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta.

Tabela 3: Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para

circunferência do caule à altura do peito (CAP), diâmetro à altura do peito (DAP), massa seca das

folhas (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA) e altura da planta da espécie Schizolobium

amazonicum nos três tratamentos estudados.

TRATAMENTOS CAP (m) DAP (m) MSF

(g/planta)

MSPA

(g/planta)

Altura da

Planta (m)

Testemunha 0,02014 c* 0,00641 c 31,134 B 32,064 B 1,593 B

Adubação

Orgânica 0,02318 a 0,00737 a 36,118 A 37,042 A 2,957 A

Adubação

Química 0,02214 b 0,00704 b 35,044 AB 35,904 AB 2,864 AB

*Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%. As letras

minúsculas indicam a diferença pelo teste de Tukey 5% de significância e as letras maiúsculas indicam a

diferença pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância.

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32

Nota-se que a adubação orgânica apresentou desenvolvimento levemente superior em

relação à adubação química e significativo em relação à testemunha nos parâmetros avaliados.

As cinco variáveis analisadas apresentaram crescimento linear (Figura 21), durante os seis

meses de análise, com elevado ajuste da equação (R2 = 0,98 e 0,97) para MSPA e MSF

respectivamente, em relação à adubação orgânica. Verificou-se que o máximo crescimento em

CAP = 0,024 m; DAP = 0,012 m; MSF = 35,1 g; MSPA = 36,2 g e Altura da Planta = 2,91 m

foi atingido com a porcentagem de 100% de Adubação Química (Figura 21), que

corresponde à dose de 213 g N; 255 g P2O5 e 268 g K2O por planta calculado para 1 ha,

mostrando que a adubação mineral NPK é fundamental no crescimento inicial de diversas

espécies em substratos resultante da mineração (AMARAL et al., 2013).

Estas doses correspondem respectivamente a 98,6 kg ureia ha-1

; 118,04 kg SFT ha-1

e

93,05 kg KCl ha-1

, caracterizando a fórmula NPK para mistura aplicada de 14-17-18 (N P2O5

K2O). O crescimento da massa seca das folhas (MSF) com a adubação química demonstra que

esta produção é de extrema importância, pois reflete diretamente na sobrevivência das mudas

em campo, principalmente em épocas menos favoráveis ao desenvolvimento das espécies

florestais (SARMENTO et al., 2013).

A massa seca da parte aérea (MSPA) apresentou resultados semelhantes aos

encontrados por Matos et al. (2013) relacionada a espécie caroba-do-campo (Jacaranda

cuspidifolia) com média de 31,9 g/planta, isto representaria maior capacidade de adaptação no

período pós-plantio, uma vez que as folhas constituem uma das principais fontes de nutrientes

e fotoassimilados (açúcares, aminoácidos, hormônios, etc.), que servirão de suprimento de

água e nutrientes para as raízes nos meses de plantio.

Figura 21: Circunferência à Altura do Peito (CAP); Diâmetro à Altura do Peito (DAP); Massa Seca

das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta em função dos três

tratamentos aplicados.

y = 0,0025x + 0,0057

R² = 0,9788 (Test.)

y = 0,0021x + 0,0107

R² = 0,9628 (AO)

y = 0,0019x + 0,0101

R² = 0,8423 (AQ)

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Tempo (meses)

CA

P (

m)

y = 0,0008x + 0,0019

R² = 0,9845 (test.)

y = 0,0007x + 0,0033

R² = 0,958 (AO)

y = 0,0007x + 0,0027

R² = 0,968 (AQ)

0

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

0,008

0,009

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Tempo (meses)

DA

P (

m)

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33

A adubação orgânica caracterizada na dose de 6,0 g/planta de composto orgânico para

a espécie paricá (TAVARES et al., 2013), assim como a utilização das dosagens de adubos

químicos já mencionados, otimizou a máxima produtividade das plantas nas cinco variáveis

estudadas durante os seis meses de avaliação. A adubação orgânica promoveu crescimento de

44,96% de circunferência do caule à altura do peito; 45,68% de diâmetro do caule à altura do

peito; 43,89% de massa seca nas folhas; 45,98% de massa seca da parte aérea e 46,54% da

altura da planta em relação à testemunha e a adubação química.

Resultados semelhantes foram encontrados em Silva et al. (2005), que observaram

também, os maiores incrementos em altura para a espécie arbórea Astronium fraxinifolium nos

tratamentos que continham o resíduo orgânico misturado ao substrato. Da mesma forma,

avaliando diversos tipos de substrato e suas associações para produção de mudas da espécie

Cybistax antisyphilitica, Pereira et al. (2005) encontraram maior crescimento quando

utilizaram solo de Cerrado e resíduo orgânico na proporção 3:1, respectivamente, resultando

em plantas com maior altura, diâmetro do caule e matéria fresca de raiz.

y = 4,114x + 5,9132

R² = 0,9947 (Test.)

y = 4,1401x + 9,8776

R² = 0,9726 (AO)

y = 4,3659x + 7,5559

R² = 0,9728 (AQ)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Tempo (meses)

MS

F (

g/p

lan

ta)

y = 3,9226x + 8,2328

R² = 0,984 (Test.)

y = 3,9386x + 12,175

R² = 0,9841 (AO)

y = 3,9777x + 10,658

R² = 0,9816 (AQ)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Tempo (meses)

MS

PA

(g/p

lan

ta)

y = 0,0455x2 - 0,1447x + 0,7027

R² = 0,8895 (Test.)

y = 0,1158x2 - 0,3292x + 0,8379

R² = 0,9565 (AO)

y = 0,1031x2 - 0,3337x + 0,8732

R² = 0,9813 (AQ)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Alt

ura

da

Pla

nta

(m

)

Tempo (meses)

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34

Sabonaro e Galbiatti (2011), no cultivo em áreas de revegetação, encontraram o maior

crescimento de mudas de Schizolobium parahyba (média de altura e diâmetro do caule à

altura do peito igual a 1,26 e 0,018 metros respectivamente) quando utilizado diferentes

substratos orgânicos sob influência da irrigação, orientando a utilização de compostos

orgânicos na produção de diversas espécies florestais e agrícolas.

Os resultados da densidade, frequência e dominância da espécie Schizolobium

amazonicum juntamente com a espécie Urochloa brizantha caracterizada em 41,73% da

cobertura total das comunidades invasoras proveniente da sucessão ecológica, determinam a

estrutura sociológica e o valor de importância das espécies, caracterizando a composição

florística dos vários estratos da floresta e o papel que desempenham nestes respectivos

estratos (HOSOKAWA et al., 2008).

5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NO SOLO

5.2.1. Caracterização física do solo

Não foram observadas diferenças significativas na granulometria do solo após seis

meses da aplicação dos tratamentos entre a adubação orgânica e a adubação química, no

entanto, os dois tratamentos obtiveram desempenho superior em relação ao tratamento

testemunha. Devido às características de um Latossolo Amarelo Distrófico textura média de

baixa fertilidade natural, destacou-se a alta presença de areia igual a 795 g kg-1

; 85 g kg-1

de

silte e 140 g kg-1

de argila (EMBRAPA, 2009), sendo estes resultados provenientes de

manejos da mineração que requer a movimentação de grandes volumes de material edáfico

(PILLON et al., 2010).

A adubação orgânica apresentou na densidade do solo valor estimado de 1,08 kg dm-3

,

a adubação química caracterizou na densidade do solo valor de 1,16 kg dm-3

e o testemunha

no valor de 1,33 kg dm-3

. No que diz respeito à porosidade total para adubação orgânica,

química e testemunha os valores da média foram, respectivamente, 3,76 cm3; 2,64 cm

3 e 1,84

cm3

(Tabela 4). Estes resultados foram semelhantes aos encontrados em Sampaio et al. (2012)

os quais observaram influência dos tratamentos de composto orgânico, adubação química e

testemunha na quantidade de macro, micro e porosidade total do solo, sendo os valores

superiores nos tratamentos que receberam adubo orgânico.

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35

Tabela 4: Densidade e porosidade do solo após a aplicação dos três tratamentos analisados durante os

seis meses de pesquisa.

TRATAMENTOS Densidade do

Solo (kg dm-3

) Porosidade Total (cm

3)

Testemunha 1,33 a* 1,84 c

Adubação Orgânica 1,078 c 3,76 a

Adubação Química 1,152 b 2,64 b *Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%.

Destaca-se que a elevação da porosidade total e a consequente diminuição da

densidade do solo com a introdução de composto orgânico (Figura 22) acompanhado pelo

semeio da gramínea Urochloa brizantha e outras espécies vegetais que cobrem o solo,

favorecem os mecanismos de floculação da argila e da estabilização dos agregados (NETO et

al., 2008). Dessa forma, nas áreas de pesquisas em questão, a porosidade total deve ser

aumentada com matéria orgânica e plantas de cobertura adaptadas ao ambiente, como uma

das principais estratégias na recuperação dos solos provenientes de mineração (BENDFELDT

et al., 2001).

As adubações orgânica e química proporcionaram o aumento linear da porosidade

total, caracterizando também o aumento da umidade e consequentemente a diminuição da

densidade do solo (Figura 22), pois se o espaço poroso estiver em sua maioria ocupado por

água, devido se tratarem de microporos, haverá menor espaço preenchido pelo ar

(MONTEIRO, 2014).

Figura 22: Porosidade total e densidade do solo em função de doses de composto orgânico (1,25

kg/ha-1

), adubos químicos (98,6 kg ha-1

de ureia; 118,04 kg ha-1

de SFT e 93,05 kg ha-1

de KCl) e

testemunha durante os seis meses de pesquisa.

y = 0,1835x + 0,6245

R² = 0,8802 (Test.)

y = 0,4754x + 0,9959

R² = 0,9955 (AO)

y = 0,1892x + 1,5561

R² = 0,9772 (AQ)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Tempo (meses)

Poro

sid

ade

Tota

l d

o s

olo

(cm

-3)

y = -0,0273x + 1,4937

R² = 0,9853 (Test.)

y = -0,0991x + 1,672

R² = 0,9902 (AO)

y = -0,0843x + 1,6173

R² = 0,968 (AQ)

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

1 2 3 4 5 6

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Den

sid

ade

do s

olo

(k

g/m

-3)

Tempo (meses)

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36

Observa-se um crescimento acima de 50% de porosidade total com a aplicação de

adubação orgânica e 47,76% com a adubação química, caracterizando do ponto de vista

físico, um solo ideal para o desenvolvimento vegetal (NOVAIS e MELLO, 2007). Em estudo

comparando a porosidade total em solos destinados a diferentes usos, Sales et al. (2010)

encontraram na camada de 0 a 20 cm, Macro e Micro respectivamente, 31% e 14% em

cerrado nativo, 23% e 15% para pastagem, 24% e 15% para integração agricultura-pecuária e

24% e 14% para plantio direto.

O balanço entre a quantidade de Micro e Macro caracterizando a Porosidade Total é

importante para favorecer o desenvolvimento do vegetal influenciando nas proporções de

água e oxigênio, que no solo devem apresentar-se em quantidades semelhantes. Como a

predominância da água disponível para as plantas está no microporos e o oxigênio se

concentra nos macroporos é importante que os dois tipos de orifícios coexistam em

abundâncias semelhantes (LEPSCH, 2011; BRADY e WEIL, 2013).

A densidade do solo foi elevada no tratamento testemunha devido à ausência de

matéria orgânica a qual proporciona maior agregação. Para promover melhorias nas

características físicas de solos degradados, especialmente os de textura arenosa, o uso de

materiais orgânicos é extremamente importante, pois um dos principais efeitos da matéria

orgânica (MO) sobre os atributos físicos do solo está associado ao grau de agregação, que,

consequentemente, altera a densidade, a porosidade, a aeração e a capacidade de retenção e

infiltração de água (SAMPAIO et al., 2012).

A aplicação da adubação orgânica e química aumentou a agregação do solo e

consequentemente proporcionaram aumento da porosidade total (macro e microporos). No

primeiro mês de plantio a média da densidade do solo que recebeu o tratamento com

composto orgânico foi de 1,554 kg m-3

, passando para 1,078 kg m-3

no sexto mês (Figura 22),

caracterizando uma resposta linear decrescente de 69,37%. Estes resultados são considerados

ideais para um bom desenvolvimento do sistema radicular das plantas (TRINDADE et al.,

2012).

A adubação química apresentou no primeiro mês média de 1,548 kg m-3

diminuindo de

forma linear (Figura 22) até alcançar média de 1,152 kg m-3

no sexto mês de plantio,

apresentando nos primeiros meses de análise um decréscimo superior em relação a adubação

orgânica de 74,41%, tornando-se a densidade do solo estável a partir do quinto mês, enquanto

que o composto orgânico permaneceu diminuindo a densidade. Resultados semelhantes foram

encontrados por Rós et al. (2013), os quais verificaram que o adubo orgânico promoveu

aumento de macroporos e diminuição na densidade do solo.

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37

5.2.2. Caracterização química do solo

As melhorias nas características químicas do solo foram proporcionadas pela aplicação

do composto orgânico e adubação química, obtendo para a adubação orgânica aumento nos

teores de fósforo (P) 67,4% e potássio (K) 75,6%, cálcio (Ca) 60,9% e magnésio (Mg) 68,5%

e diminuição na acidez potencial (H + Al) em torno de 54,8%. Enquanto que na adubação

química houve aumento nos teores de P e K igual a 64,3% e 69,7%, respectivamente, cálcio

(Ca) igual a 57,4%, magnésio (Mg) de 63,5% e acidez potencial uma média de decréscimo

igual a 49,8%; ambos tratamentos comparativamente ao solo na ausência de adubação,

havendo diferença estatística entre os tratamentos no que se refere as propriedades químicas

estudadas.

A adubação orgânica apresentou no sexto mês de estudo, média de crescimento igual a

(2,734 cmolc/dm3) de P no solo; K (0,946 cmolc/dm

3); Ca

2+ (1,562 cmolc/dm

3); Mg

2+ (1,442

cmolc/dm3) e média de diminuição na acidez potencial de 1,726 cmolc/dm

3. A adubação

química proporcionou média de crescimento igual a 2,468 cmolc/dm3

de P; K (0,918

cmolc/dm3); Ca

2+ (1,348 cmolc/dm

3); Mg

2+ (1,132 cmolc/dm

3) e redução na acidez potencial

de 1,974 cmolc/dm3. Ambos os tratamentos foram superiores em relação à testemunha

(Tabela 5).

Tabela 5: Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para Fósforo (P),

Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Acidez Potencial (H+Al) no solo na aplicação dos três

tratamentos estudados.

TRATAMENTOS P

K

Ca (

(cmolc/dm3))

Mg

H+Al

Testemunha 0,078 B 0,076 B 1,068 B 0,678 B 2,58 a

Adubação

Orgânica 2,734 A 0,946 A 1,562 A 1,442 A 1,726 c

Adubação

Química 2,468 AB 0,918 AB 1,348 AB 1,132 AB 1,974 b

*Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%. As letras

minúsculas indicam a diferença pelo teste de Tukey 5% de significância e as letras maiúsculas indicam a

diferença pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância.

O teor de P disponível apresentou o maior valor para o tratamento com adubo orgânico

e, durante os seis meses de análise, exibiu aumentos crescentes dos valores, assim como na

adubação química; a testemunha permaneceu estável durante esse período (Figura 23). Os

valores de P refletem sua disponibilização e concentração no substrato (CALGARO et al.,

2008). A disponibilidade de P no solo aumenta com a elevação do teor de matéria orgânica

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caracterizado na adubação orgânica, com o teor de argila e a umidade, interferindo

consequentemente, na sua absorção pelas plantas (SANTOS et al., 2011). Na adubação

mineral referente ao superfosfato triplo (SFT), os resultados encontrados foram superiores ao

obtido por Caione et al. (2013) que, avaliando a disponibilidade de P no solo cultivado com

cana-de-açúcar verificaram, aos quatro meses após plantio, que os teores de P disponíveis no

solo se encontravam ao redor de 0,21 cmolc dm-3

no tratamento com SFT no fundo do sulco.

O teor de K também apresentou os maiores teores nos tratamentos com adubação

orgânica e química, sendo caracterizado pelo crescimento linear, onde 93,05 kg ha-1

de KCl

aplicados durante os seis meses de pesquisa determinou incremento médio de 0,2 cmolc dm-3

na camada de 0 a 20 cm. Como foi observado por Damatto Junior et al. (2006), cerca de 81%

do potássio contido no composto orgânico (produzido com serragem de madeira e esterco

bovino) foi liberado logo após sua aplicação no solo (22 dias), o que reforça a questão do

deslocamento de magnésio e também sugere que parte do próprio potássio possa ter sido

lixiviado.

Para o cálcio, houve aumento linear nos teores do solo em função da adição do

composto orgânico e adubação química (Figura 23), sendo que os menores teores foram

encontrados no testemunha; a média de 1,562 cmolc/dm3 alcançada no sexto mês de análise

com a adubação orgânica aliado ao efeito das plantas de coberturas, como exemplo, a

braquiária, influenciam de forma significativa na mobilização de Ca2+

no solo (AZEVEDO et

al., 2007). A explicação para esta mobilização de Ca2+

no perfil do solo pode ser atribuída

também à presença de resíduos vegetais sobre a superfície do solo em diferentes sistemas de

culturas (STEINER et al., 2011).

Em relação ao magnésio trocável (Mg2+

), Sousa et al. (2007) consideram nível

deficiente, para este elemento, teores abaixo 0,8 cmolc/dm3, sendo característico ao tratamento

testemunha que apresentou média de 0,678 cmolc/dm3 após seis meses de estudo. As médias

de 1,442 cmolc/dm3 (Adubação Orgânica) e 1,132 cmolc/dm

3 (Adubação Química),

proporcionaram aumentos nos teores de Ca2+

e Mg2+

no solo, concordando com os resultados

verificados por Kitamura et al. (2008). As respostas apresentadas com relação aos teores de

Mg2+

, também corroboram com as observações realizadas por Ribas et al. (2010) ao

utilizarem resíduo de fecularia tratado e estabilizado com NaOH (Hidróxido de sódio) para

adubação, onde conseguiram teores de magnésio semelhantes aos encontrados nesta pesquisa.

A aplicação de 1,19 t ha-1

de calcário influenciou positivamente na absorção dos

macronutrientes N, P, K, Ca e Mg no solo após 180 dias de análise, assim como aumento do

pH, redução da acidez potencial (H+Al) e do alumínio (Al3+

). A adubação orgânica

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proporcionou decréscimo linear para H+Al com de média 1,726 cmolc/dm3, enquanto que a

adubação química também promoveu redução linear na acidez potencial, média de 1,974

cmolc/dm3, todavia este desenvolvimento foi inferior em relação à adubação orgânica e

superior em relação à testemunha (Figura 23). Tavares et al. (2013) verificaram também a

redução da acidez potencial (H+Al) no solo com a utilização do lodo de curtimento em mudas

de paricá (Schizolobium amazonicum), proporcionando neutralização total do alumínio

trocável (Al3+

).

Calgaro et al. (2008) afirmam que a calagem contribui para a redução da (H+Al),

associado ou não à adição de resíduos orgânicos. Strojaki et al. (2013) observaram redução

linear na acidez potencial em função do incremento nas doses de composto de lixo urbano,

refletindo em aumento na saturação por bases e magnésio, resultados similares aos

encontrados nesta pesquisa.

Figura 23: Representação gráfica para os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio

(Mg) e acidez potencial (H+Al) em função dos três tratamentos aplicados nos seis meses de estudo.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Período

P (

cmo

lc/d

m3 )

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Período

K (

cmo

lc/d

m3 )

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Período

Ca

(cm

olc

/dm

3 )

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Período

Mg 2

+ (

cmo

lc/d

m3

)

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40

Em relação à acidez ativa (pH), o valor da média inicial de 5,28 indica condições de

acidez do solo, onde após seis meses de análise, os valores da média foi de 7,46 e 6,35 para

adubação orgânica e química respectivamente (Tabela 6). É importante ressaltar que a

variabilidade de comportamento das diversas espécies de plantas em relação aos efeitos da

acidez do solo, não permite generalizações e dificulta bastante o estabelecimento de faixas de

pH para o estabelecimento vegetal (SOUSA et al., 2007).

Também relacionado com a acidez está o alumínio. O alumínio trocável (Al3+

) foi

reduzido de 0,78 cmolc/dm3

para 0,46 cmolc/dm3

(Tabela 6) em função da aplicação de gesso

e fertilizante orgânico e químico (ARATANI et al., 2009; BRESSAN et al., 2013). Um dos

efeitos da calagem e da incorporação de resíduos vegetais é a elevação da atividade biológica

no solo, atribuída ao aumento do pH e à disponibilidade de nutrientes e de substratos

orgânicos, com consequente aumento da taxa de decomposição da MO nativa ou adicionada

(ZAMBROSI et al., 2007).

Tabela 6: Características químicas das médias das amostras do solo na ausência e presença de

adubação aos 180 dias após a aplicação dos tratamentos.

TRATAMENTOS pH

(H2O)

Al3+

SB CTC

cmolc/dm3

V

%

MO C

mg/dm3

Testemunha 5,28 0,78 1,75 4,35 40,22 30,8 16,9

Adubação Orgânica 7,46 0,46 3,94 5,68 69,36 45,2 27,3

39,5 23,8 Adubação Química 6,35 0,46 3,39 5,37 63,12 Potencial Hidrogeniônico (pH) em água - relação 1:2,5; Alumínio trocável (Al

3+); Soma de bases (SB);

Capacidade de Troca Catiônica (CTC); Saturação por bases do solo (V%); Matéria Orgânica (MO) e Carbono

(C).

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês

Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química

Período

H+

Al

(cm

olc

/dm

3 )

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41

A soma de bases (SB) foi elevada para 3,94 cmolc/dm3

(adubação orgânica) e 3,39

cmolc/dm3

(adubação química), sendo caracterizado pelo aumento dos teores de potássio,

cálcio e magnésio no solo. Magro et al. (2010) verificaram que o composto orgânico, além de

ser uma fonte de nutrientes ao sistema, apresenta alguns benefícios que contribuem com a

produção, como aumento na capacidade de penetração e retenção de água, elevação na

capacidade de troca de cátions (CTC) e no pH do solo. Esta elevação nos valores de CTC

decorre também dos incrementos nos teores dos cátions (Ca2+

e Mg2+

), o que favorece

melhorias nas condições de troca de cátions do solo. Estes resultados concordam com os

obtidos por Pavinato e Roselem (2008), os quais observaram incrementos na CTC efetiva do

solo com o aumento nos valores de pH, pois os grupos funcionais do material orgânico são

dependentes de pH, predominando cargas negativas nestes grupos, graças à dissociação do H+

e formação de água.

O solo testemunha de caráter distrófico, devido a saturação de bases (V%) obtida ser

menor que 50% (Tabela 6), característico de um Latossolo Amarelo textura média (BRASIL

et al., 2012), apresentou elevação de saturação de bases em média de 25% com os tratamentos

adubação orgânica (69,36%) e química (63,12%), passando o solo à caráter eutrófico devido

ao aumento da soma de bases proporcionado pelo composto orgânico, adubação química e

calagem. Desta forma, a aplicação de calcário, juntamente com os dois tratamentos, atuou

como corretivo da acidez do solo, conforme também observado por Martines et al. (2006).

Em relação à matéria orgânica (MO) e ao carbono orgânico (C), houveram

incrementos significativos com a aplicação do adubo orgânico e químico em relação ao

testemunha, com média de 45,2 mg/dm3 (Matéria Orgânica) e 27,3 mg/dm

3 (Carbono

Orgânico) para adubação orgânica e média de 39,5 mg/dm3

(Matéria Orgânica) e 23,8 mg/dm3

(Carbono Orgânico) para adubação química. A elevação nos teores de matéria orgânica e

carbono ocorrem pela deposição dos resíduos orgânicos nas camadas superficiais, alicerçado

pela interação dos parâmetros fitossociológicos do sistema agroflorestal estabelecido,

promovendo processos mais intensos na ciclagem de nutrientes, assim como em melhoria

ambiental para a biomassa microbiana, aumentando a sua atividade (MARQUES et al., 2013).

A matéria orgânica é de fundamental importância para o processo de recuperação,

visto que esta promove melhorias em atributos físicos, químicos e biológicos do solo, dando

sustentabilidade ao sistema a ser recuperado (LONGO et al., 2011). Desta forma, a MO

possui a capacidade de criar as condições favoráveis às plantas, aos organismos do solo e ao

restabelecimento de ciclos biogeoquímicos no local. Essas condições são criadas através da

melhoria na taxa de infiltração de água e na quantidade de água disponível para as plantas, na

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42

melhoria na agregação e porosidade do substrato, na elevação da CTC, na liberação lenta de

nutrientes, na redução da lixiviação de nutrientes e no favorecimento da absorção de

micronutrientes, entre outros (CORRÊA, 2009).

Sendo assim, os adubos orgânicos provenientes da compostagem podem atuar como

fonte para melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, favorecendo os

processos de recuperação, os quais em áreas de mineração que sofrem constantes degradação,

requerem intensas demandas de matéria orgânica.

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43

6. CONCLUSÕES

1. O sistema agroflorestal entre as espécies Schizolobium amazonicum e Urochloa

brizantha proporcionou o enriquecimento dos parâmetros fitossociológicos, assim como a

indução de outras espécies características da biodiversidade local, recuperando a

fitofisionomia de florestas secundárias anteriores à pesquisa mineral.

2. Os tratamentos com adubação orgânica e química proporcionaram maiores

crescimentos nas características morfológicas do paricá, com desenvolvimento superior do

composto orgânico em relação à adubação química e testemunha.

3. A adubação orgânica e química após os seis meses de análise promoveu efeitos

positivos nas características físicas e químicas do solo, diminuindo a acidez potencial e

elevando os valores de pH, capacidade de troca catiônica, saturação por bases e teores de

cálcio e magnésio.

4. A utilização da compostagem promoveu aumento na matéria orgânica do solo,

melhorando os atributos físicos, químicos e biológicos, caracterizando uma prática sustentável

na conservação da biodiversidade de áreas recuperadas pela exploração geológica.

5. Este estudo fornece subsídios para que as empresas de mineração adotem a

compostagem como mecanismos benéficos para recuperação ambiental caracterizado nas

técnicas particulares de cada local, facilitando a sucessão ecológica e reestruturando os

recursos naturais.

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44

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