2
BALDER, O FILHO DE ODIN Balder, o fílho pródigo de Odin foi assassinado por uma artimanha de Loki. Balder morreu apenas no plano físico, descendo para Helheim, a sua nova morada até o momento da sua ressurreição no fim do Ragnarõk, marcando um novo ciclo de espiritual idade. Significando a vitória após o caos, o ase regressará das regiões sombrias do Norte como um hiperbóreo, com a mesma perfeição do deus grego Apolo. Balder é o deus da inocência, da pureza e da paz. Com ele atingiremos um estágio elevado do espírito e seguindo viagem de regresso ao mundo espiritual no seu grande barco Hringhorni. Esse barco se transformará na sua pira funerária e será lançado, depois, ao mar na companhia do seu cavalo e da sua esposa Nanna, que sucumbiu de desgosto. No ritual fúnebre de Balder, o anão Lit foi atirado para a pira por Thor. E interessante realçar esse pormenor, dada a relação dos anões com o trabalho do fogo nas forjas, o fogo subterrâneo. O barco-pira foi arrastado para o mar pela gigante Hyrrokin, "Fumo do Fogo", dotada de enorme força, que trazia, pela trela de pele de cobra, um lobo. Com Balder aprendemos a libertarmo-nos da carapaça física, deixando-nos envolver pelo fogo espiritual. Renascemos pela magia transmutadora da Alquimia, livres da subjugação ao desgaste do tempo. Não sentiremos nem dor nem receio da morte, apenas uma incomensurável sensação de vitória e

Balder

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Balder

Citation preview

Page 1: Balder

BALDER, O FILHO DE ODIN

Balder, o fílho pródigo de Odin foi assassinado por uma artimanha de

Loki. Balder morreu apenas no plano físico, descendo para Helheim, a

sua nova morada até o momento da sua ressurreição no fim do

Ragnarõk, marcando um novo ciclo de espiritual idade.

Significando a vitória após o caos, o ase regressará das regiões

sombrias do Norte como um hiperbóreo, com a mesma perfeição do

deus grego Apolo. Balder é o deus da inocência, da pureza e da paz.

Com ele atingiremos um estágio elevado do espírito e seguindo

viagem de regresso ao mundo espiritual no seu grande barco

Hringhorni. Esse barco se transformará na sua pira funerária e será

lançado, depois, ao mar na companhia do seu cavalo e da sua esposa

Nanna, que sucumbiu de desgosto. No ritual fúnebre de Balder, o

anão Lit foi atirado para a pira por Thor. E interessante realçar esse

pormenor, dada a relação dos anões com o trabalho do fogo nas

forjas, o fogo subterrâneo. O barco-pira foi arrastado para o mar pela

gigante Hyrrokin, "Fumo do Fogo", dotada de enorme força, que

trazia, pela trela de pele de cobra, um lobo.

Com Balder aprendemos a libertarmo-nos da carapaça física,

deixando-nos envolver pelo fogo espiritual. Renascemos pela magia

transmutadora da Alquimia, livres da subjugação ao desgaste do

tempo. Não sentiremos nem dor nem receio da morte, apenas uma

incomensurável sensação de vitória e cura, pois vencemos a

escuridão de Helheim. Da mesma forma que o alquimista ou o mestre

tântrico se esforça por dominar a "matéria", também Balder

conseguiu alterar o seu estado ontológico durante a sua vivência no

reino escuro de HeI, onde vive a experiência mística de regresso ao

útero materno.

Tal como o filho de Odin, alcançaremos um dia a perfeição

simbolizada pelo anel Draupnir, depositado pelo seu pai sobre o peito

Page 2: Balder

sem vida de Balder, o coração do mundo, sede do conhecimento

humano e centro espiritual. Draupnir tem a virtude de se multiplicar a

cada nove noites em oito anéis iguais. Ele representa o Sol na

plenitude do verão, celebrado pelos povos antigos com enormes

rodas de fogo feitas das rodas dos carros de bois e enfaixadas com os

cereais das últimas colheitas. Ao incendiar e lançar essas rodas pelas

colinas abaixo nas festas do solstício de verão, libertavam-se

pequenas faíscas posteriormente ilustradas no sigilo da runa Sowilo.

Essas chispas tinham homologia com as crenças antigas no poder dos

relâmpagos brilhantes, a primeira manifestação do fogo divino caído

no céu. Durante a fase de vivência dessa runa abandonamos a

densidade da vida material, libertando o espírito dos recessos escuros

da carne, emergindo curados dos vícios do corpo, da mesma forma

que os iogues depois de um longo período de abstinência dos

sentidos. Heimdal abre-nos, então, a passagem para a ponte Bifrost,

seguindo o caminho que Tiwaz nos aponta com a sua espada no

terceiro Aett.