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Balder
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BALDER, O FILHO DE ODIN
Balder, o fílho pródigo de Odin foi assassinado por uma artimanha de
Loki. Balder morreu apenas no plano físico, descendo para Helheim, a
sua nova morada até o momento da sua ressurreição no fim do
Ragnarõk, marcando um novo ciclo de espiritual idade.
Significando a vitória após o caos, o ase regressará das regiões
sombrias do Norte como um hiperbóreo, com a mesma perfeição do
deus grego Apolo. Balder é o deus da inocência, da pureza e da paz.
Com ele atingiremos um estágio elevado do espírito e seguindo
viagem de regresso ao mundo espiritual no seu grande barco
Hringhorni. Esse barco se transformará na sua pira funerária e será
lançado, depois, ao mar na companhia do seu cavalo e da sua esposa
Nanna, que sucumbiu de desgosto. No ritual fúnebre de Balder, o
anão Lit foi atirado para a pira por Thor. E interessante realçar esse
pormenor, dada a relação dos anões com o trabalho do fogo nas
forjas, o fogo subterrâneo. O barco-pira foi arrastado para o mar pela
gigante Hyrrokin, "Fumo do Fogo", dotada de enorme força, que
trazia, pela trela de pele de cobra, um lobo.
Com Balder aprendemos a libertarmo-nos da carapaça física,
deixando-nos envolver pelo fogo espiritual. Renascemos pela magia
transmutadora da Alquimia, livres da subjugação ao desgaste do
tempo. Não sentiremos nem dor nem receio da morte, apenas uma
incomensurável sensação de vitória e cura, pois vencemos a
escuridão de Helheim. Da mesma forma que o alquimista ou o mestre
tântrico se esforça por dominar a "matéria", também Balder
conseguiu alterar o seu estado ontológico durante a sua vivência no
reino escuro de HeI, onde vive a experiência mística de regresso ao
útero materno.
Tal como o filho de Odin, alcançaremos um dia a perfeição
simbolizada pelo anel Draupnir, depositado pelo seu pai sobre o peito
sem vida de Balder, o coração do mundo, sede do conhecimento
humano e centro espiritual. Draupnir tem a virtude de se multiplicar a
cada nove noites em oito anéis iguais. Ele representa o Sol na
plenitude do verão, celebrado pelos povos antigos com enormes
rodas de fogo feitas das rodas dos carros de bois e enfaixadas com os
cereais das últimas colheitas. Ao incendiar e lançar essas rodas pelas
colinas abaixo nas festas do solstício de verão, libertavam-se
pequenas faíscas posteriormente ilustradas no sigilo da runa Sowilo.
Essas chispas tinham homologia com as crenças antigas no poder dos
relâmpagos brilhantes, a primeira manifestação do fogo divino caído
no céu. Durante a fase de vivência dessa runa abandonamos a
densidade da vida material, libertando o espírito dos recessos escuros
da carne, emergindo curados dos vícios do corpo, da mesma forma
que os iogues depois de um longo período de abstinência dos
sentidos. Heimdal abre-nos, então, a passagem para a ponte Bifrost,
seguindo o caminho que Tiwaz nos aponta com a sua espada no
terceiro Aett.