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Pesquisa Data UniCarioca publicada pelo jornal Extra sobre o nível de conscientização da população sobre a Rio+20
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EXTRA l EXTRA l PÁGINA 4 - Edição: 17/06/2012 - Impresso: 16/06/2012 — 01: 52 h
extra.globo.com Domingo, 17 de junho de 20124 >
AZUL MAGENTA AMARELO PRETO
CIDADE
Pesquisa Rio+20
77%Sabemdoevento e seusignificado 23%
Nãosabem
2/3Sabemquaisos assuntosserãodebatidos naRio+20
1/3Não sabe enão seinteressa
Sabemquaisos assuntosserãodebatidos naRio+20
1/Nãonãointere
*desde acompanhar o noticiário atéparticipar de caminhadas e atividades
Mobilizaçãodos cidadãosVão participardo evento*
Apoiamo evento, masnão vão se envolver
São indiferentes e descrentes
17%
45%
38%
Medidasmais lembradas após a Eco92
Menos lixonas ruas
Maior consciênciaecológica sobrereciclagem
467 entrevistados
SOBREAPESQUISA
Amaioria dospaíses queparticipou passoua se preocuparmais comsustentabilidade
Acredito que asociedade passou apensar no assunto
Faixa etária acima dos 20anos de idade, ambos osgêneros, moradores dediferentes localidades doRio e com nível deformação aleatório
FONTE: UniversidadeUNICARIOCA
Pesquisa mostra que apenas17% dos entrevistados vãoparticipar da Rio+20
a SUSTENTABILIDADE?
Barrados na conferência
Clarissa [email protected]
Flavia [email protected]
a “O senhor sabe o que é sus-tentabilidade?”. “Acho quenão sei não, diga aí, minha fi-lha”. Seu José Mendes de Oli-
veira, de71anos, podenão sa-ber o significado da palavra.Mas, sozinho, mudou o cursode um rio e a história de suacomunidade. O homem quetodos os dias retira o lixo decerca de 500 metros do RioBotas, plantou um jardim em
suas margens e ainda educoua vizinhança — hoje, os deje-tos só vêm de moradores deoutrospontosdobairro—nãoestá entre os convidados daRio+20, a Conferência dasNações Unidas.De acordo com uma pes-
quisa do instituto Data Uni-Carioca, apenas 17%dos 467entrevistados vão participarefetivamente do evento. Se-gundo o levantamento — osegundo da série realizada
em parceria entre a Unicario-ca e o EXTRA— cerca de umterço dos consultados nãotem conhecimento algum so-bre a conferência. Nas ruas,mesmo entre a parcela da po-pulação que acompanha asnotícias sobre o encontro,não faltam críticas sobre afalta de informações e demo-bilização. A mesa de debateacabou entre poucos eleitos.Ao lançar sementes um fu-
turomelhor, o jardineiro José
não precisa de dicionário. Pa-ra o pernambucanonascido àluz de candieiro e que tem“ventas” e, não, nariz, termoscomo “economia verde”, “de-senvolvimento limpo” nãofazem qualquer sentido. Masquando descobre o significa-do, ele se reconhece:— Ah, mas isso eu faço.
Mantenho esse rio sem lixo.Estou zelandopormimepeloambiente, que o homem estádestruindo. Faço isso por
amor, por amizade — contaseu Zé, apelidado de “Velhodo Rio” em Nova Iguaçu.O trabalho de florir asmar-
gens do rio é levado a sério etem hora certa, das 10h às11h. A sustentabilidade se dáao som de forró, com o equi-pamento no volume máximosobre o muro de casa:—Éuma terapia.Odia que
não venho cuidar do rio,adoeço.O planeta também.
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Nenhuma informação sobre evento
nnLONGE DEMAISNN
‘Ir ao Riocentro éuma dor da moléstia’
a Ecologista de carteiri-nha carimbada na Rio-
92, a Conferência das Na-ções Unidas sobre o MeioAmbiente e o Desenvolvi-mento, sediada no Rio, em1992, o livreiro LeônidasCardoso, de 56 anos, achaque ir ao Riocentro, sedeoficial da Rio+20, é um so-
frimento da moléstia. Paraele, a conferência perde bri-lho com a distância.— Pode ser preconceito,
mas só gosto do Rio até SãoConrado. Depois, tanto deônibus como de carro émuito difícil — explica o li-vreiro, que levou os filhos àstendas da Rio-92:
— Hoje eles são homens,ambos estudam Direito. Aconferência deixou semen-tes e algumas viraram ar-bustos. Formou uma cons-ciência ecológica nos jo-vens. Eu sou de uma gera-ção que tem dificuldade deentender essa questão. Paranós, era o desenvolvimento
de qualquer jeito — brinca,bem-humorado.De acordo coma pesquisa
da Unicarioca, o comporta-mento do livreiro refleteapenas 11% do universo deentrevistados. Esses lem-brammelhorias geradas pe-la Rio-92. Entre elas, menoslixo nas ruas, maior cons-cientização sobre ecologia,preocupação dos países so-bre sustentabilidade e amudança da vida de brasi-leiros com a reciclagem.Mas para 89% não houvenenhuma melhora percep-tível. Uma pena. s
t
MARCELO THEOBALD
Leônidas na Feira de São Cristóvão: bem longe da Rio+20
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Netas dão lição de sustentabilidade
THIAGO LONTRA
MARCELO THEOBALD
Adriana ama a natureza, mas não soube da conferência
MARCELO THEOBALD
Dona Aída com as netas Manuela e Eduarda: visão ecológica
a Moradora de Realengo, avendedora Adriana da Con-ceição, de 31 anos, viu sua vi-da ganhar um colorido todoespecial ao trocar o trabalhoem uma empresa de limpezapelo quiosque de flores na Ti-juca.Apesar doamorpelana-tureza, Adriana não está apar da Rio+20. Na pesquisapromovida pela Unicarioca,23% dos entrevistados tam-bémnunca tinhamouvido fa-lar da conferência.
BELEZA NO DIA A DIA
Apesar de não ter sido con-vocada para a festa, ela afir-ma que gostaria de ajudar adefender a natureza e dimi-nuir a poluição:— Isso faz mal à saúde. Pa-
ra mim,matar bicho ou plan-ta é crueldade como mataruma pessoa. Eles não nos
agridem e o ser humano faztãomal a eles. Seme chamas-sem para um evento pela na-tureza, eu ia—diz, com a sa-bedoria dos que falam sim-ples. E trabalham:
— Eu me sinto feliz entreas flores. As mais lindas sãoas begônias. E os mais perfu-mados são os lírios — diz, ci-tando as flores preferidas deSeu Zé, o Velho do Rio.
a Moradora do Maracanã,Dona Aída Kligman, de 71anos, tem duas rígidas pro-fessoras em casa: as netasManuela e Eduarda, de oitoanos. Integrantes da geração“verde”, as crianças chamamatenção para o descarte do li-xo e detestam ver papel nochão. A família gostaria que acoleta em seu bairro fosse se-letiva. Para Dona Aída, o de-bate proposto pela Rio+20 éfundamental. Ela espelha ouniverso de 77% dos entre-vistados que sabem da reali-zação do evento e entendemque se trata de uma preocu-pação com o futuro do plane-ta. Mas Dona Aída gostariade ir além:— Acho o evento mal di-
vulgado. Não temos muitoacesso ao conteúdo. E ele éimportantíssimo.
ll“É uma terapia.
O dia que não
venho cuidar
do rio, adoeço”
Seu José Oliveira
aposentado