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colégio a Memória da Baú Memória da Jacqueline Pádua de Oliveira Organizadora Temos muito para contar.

Baú da Memória

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Este livro é resultado de um trabalho realizado com os alunos do 7o. ano do Colégio Diversitas, nos meses de junho e agosto, nas aulas de Língua Portuguesa. Lemos muitas memórias, relatos pessoais e de viagens, biografias e autobiografias. Depois, lemos o livro “Meu Tempo e o Seu”, organizado por João Basílio e Maria Teresa Leal, que apresenta memórias da infância de autores consagrados da literatura brasileira e de crianças, que foram convidadas a fazerem o mesmo que estes escritores.

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Memóriada

Jacqueline Pádua de OliveiraOrganizadora

Temos muitopara contar.

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Sumário:

Brinquedos incendiados - Cecília Meireles ............................................. 7

Infância - Carlos Drumond de Andrade ............................................. 9

Uma gata assustadora - Jacqueline Pádua ............................................. 10

O melhor dia de todos - Ighor Fonseca ................................................. 11

Alegria, tristeza e fogo - Lavínia Cruz Bernardes .................................... 12

Meu primeiro jogo de futebol - Arthur Alcântara ................................... 14

Conheci a Paula Pimenta - Giovana Lopes Fortuna ................................ 15

Aprendendo a perder - Brenda Larissa ................................................ 16

Conhecendo São Paulo - Arthur Braga ................................................. 17

O medo de palhaço - Maria Luiza Melo ................................................ 18

Conhecendo um ídolo - Welerson Jr .................................................... 19

Uma viagem inesquecível - Luiza Lana ................................................ 20

Primeira vez no Mineirão - Gabriel Batista ............................................ 21

Meu aniversário de 9 anos - Ana Beatriz ............................................... 22

Bichos inesquecíveis - Ygor Gohan ..................................................... 23

A terrível catapora - Ana Gabriela ....................................................... 24

Quebrei alguma coisa? - Maria Eduarda ............................................. 25

A chegada do meu irmão - Carlos Philipe ............................................. 26

Singela homenagem - Marcela Mayrink ............................................... 27

Ainda é tempo da Loira do Banheiro - Marina Pimenta ............................ 28

Meu primeiro cachorro - Ana Clara ..................................................... 30

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Baú da Memória - Temos muito para contar

Ana Beatriz, Ana Clara, Ana Gabriela, Arthur Alcântara, Arthur Braga,

Arthur Lima, Brenda Larissa, Carlos Philipe, Gabriel Batista,

Giovana Lopes Fortuna, Ighor Fonseca, Jacqueline Pádua,

Lavínia Cruz Bernardes , Luiza Lana, Marcela Mayrink, Maria Eduarda,

Maria Luiza Melo, Marina Pimenta, Welerson Jr, Ygor Gohan.

Organização: Jacqueline Pádua de Oliveira

Projeto gráfico e diagramação: Rita Márcia Costa.

Ilustrações: As ilustrações foram feitas pelos autores

Colégio Diversitas, Belo Horizonte. Ano: 2014.

BaúMemóriada

Temos muito para contar.

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Este livro surgiu após o trabalho realizado nos meses de junho e agosto, nas aulas de Língua Portuguesa. Lemos muitas memórias, relatos pessoais e de viagens, biografias e autobiografias. Depois, lemos o livro “Meu Tempo e o Seu”, organizado por João Basílio e Maria Teresa Leal, que apresenta memórias da infância de autores consagrados da literatura brasileira e de crianças, que foram convidadas a fazerem o mesmo que estes escritores.

Inicialmente, não pretendíamos escrever um livro, entretanto, assim que iniciamos as nossas produções, pensamos: “por que não fazer uma coletânea parecida?” Sabíamos que não seria fácil, porque é preciso investimento e dedicação para produzir um texto. Contudo, não ficamos desanimados, já que escrever é uma aventura, cheia de desafios, mas também de delícias, como uma viagem: fazemos muitos planos, ficamos entusiasmados, ansiosos, criamos expectativas e, no decorrer dela, enfrentamos dificuldades, mas superamos tudo e aproveitamos.

Este livro é como esta viagem inesquecível. Rica em vivências e experiências. As nossas boas leituras e escritas, são assim, marcam as nossas vidas, nos tornam pessoas melhores, mais humanas e felizes.

Para a escritora Fanny Abramovich , a leitura abre “um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo. Através da leitura, também, descobrimos outros lugares, conhecemos novas emoções, sentimentos.” Mas, a escrita também possibilita esta experiência.

Já a escritora Ana Maria Machado ressalta como é prazeroso o processo de criação e de escrita literária:

“Escrevo o tempo todo, não só quando estou diante do papel ou do computador – esse é só o momento final, em que as palavras saem de mim e tomam forma exterior. A minha criação é assim, um processo meio milagroso, que a gente não sabe de onde vem nem como se desenrola. Procuro merecer, estar pronta, criar condições. Essas condições passam por trabalho e disciplina. Em geral, escrevo todo dia, sempre de manhã, quanto mais cedo melhor. Sem interrupções de fora. E com possibilidade de uma vista agradável, quando levanto os olhos da página” (MACHADO, 2001(a), p. 1).

João Basílio e Maria Teresa, organizadores do livro “Meu Tempo e o Seu”, destacam no posfácio; “a gente espera que essa nossa ideia ajude a comparar o tempo que estamos vivendo com outros que ficaram para trás. Por quê? Porque aprendemos bem cedo que, haja o que houver, é preciso seguir em frente, mas olhar para trás é sinal de sabedoria.”

É por tudo isso que convidamos você a também participar desta empreitada: ler, escrever e reviver lembranças especiais.

Um abraço,Jacqueline Pádua de Oliveira

Prefácio

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Uma noite houve um incêndio num bazar. E no fogo total desapareceram consumidos os seus brinquedos. Nós, crianças, conhecíamos aqueles brinquedos um por um, de tanto mirá-los nos mostruários – uns, pendentes de longos barbantes; outros, apenas entrevistos em suas caixas.

Ah! Maravilhosas bonecas louras, de chapéus de seda! Pianos cujos sons cheiravam a metal e verniz! Carneirinhos lanudos, de guizo ao pescoço! Piões zumbidores! – e uns bondes com algumas letras escritas ao contrário, coisa que muito nos seduzia – filhotes que éramos, então, de M. Jordain, fazendo a nossa poesia concreta antes do tempo.

Às vezes, num aniversário, ou pelo Natal, conseguíamos receber de presente alguns bonequinhos de celuloide, modestos cavalinhos de lata, bolas de gude, barquinhos sem possibilidade de navegação... – pois aquelas admiráveis bonecas de seda e filó, aqueles batalhões completos de soldados de chumbo, aquelas casas de madeira com portas e janelas, isso não chegávamos a imaginar sequer para onde iria. Amávamos os brinquedos sem esperança nem inveja, sabendo que jamais chegariam às nossas mãos, possuindo-os apenas em sonho, como se para isso, apenas, tivessem sido feitos.

Assim, o bando que passava, de casa para a escola e da escola para casa, parava longo tempo a contemplar aqueles brinquedos e lia aqueles nítidos preços, com seus cifrões e zeros, sem muita noção do valor – porque nós, crianças, de bolsos vazios, como namorados antigos, éramos só renúncia e amor. Bastava-nos levar na memória aquelas imagens e deixar cravadas nelas, como setas, os nossos olhos.

Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A elas não interessavam nada peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e palhaços, fechados, sufocados em suas grandes caixas.

Brinquedos que jamais teriam possuído, sonhos apenas da infância, amor platônico.

O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um fumoso galpão de cinzas.

Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém?, pensavam as crianças. Tinha morrido o mundo e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados.

E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos sem socorro, nós brinquedos que somos, talvez de anjos distantes!

Brinquedos incendiadosCecília Meireles

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Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.Minha mãe ficava sentada cosendo.Meu irmão pequeno dormia.Eu sozinho menino entre mangueiraslia a história de Robinson Crusoé,comprida história que não acaba mais.No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeua ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceuchamava para o café.Café preto que nem a preta velhacafé gostosocafé bom.Minha mãe ficava sentada cosendoolhando para mim:- Psiu… Não acorde o menino.Para o berço onde pousou um mosquito.E dava um suspiro… que fundo!Lá longe meu pai campeavano mato sem fim da fazenda.E eu não sabia que minha históriaera mais bonita que a de Robinson Crusoé.

InfânciaCarlos Drummond de Andrade

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Jacqueline Pádua

Uma gata assustadora

A minha infância foi parecida com a de muitas crianças; cheia de alegrias, tristezas, brincadeiras, medos e muita buzunguice, como diz o meu sobrinho, quando se refere às bagunças que faz. Acho que vivi este tempo até os meus trezes anos, porque eu gostava de brincar demais.Não consigo me recordar de muitos fatos vividos na primeira infância, mas, é claro que alguns

permanecem bem guardados e sempre são trazidos para o presente, quando vou me referir a este tempo.

Eu morava nos fundos da casa da vó Tereza e do vô Ambrósio. A casa destes meus avós estava sempre cheia de netos e de muitos bichos: cachorros, gatos, aves e até um tatu, que vivia em um buraco, bem no meio do terreiro.

Todos conviviam com aqueles animais de maneira muito tranquila. Eles eram quase invisíveis para os adultos; passavam o dia comendo, deitados, andando lentamente de um lado para o outro e alguns, às vezes, se espreguiçando durante horas... Mas para mim não era assim. É claro que as minhas fantasias sobre aqueles bichos sempre me perturbavam. Uma mistura de medo e curiosidade!

Acontece que, por causa de todos estes medos, eu sempre passava rapidamente pelos bichos e nunca me aproximava. Porém, a habitante mais assustadora do terreiro era a Sinhazinha. Ela era uma gata velha, com o pelo laranja e tinha um olho furado. É claro que a aparência da gata era assustadora, mas acredito que sempre tive muito medo de gatos e, acho que este medo cresceu bastante, depois do fato que contarei.

Como já disse, a gata tinha um olho furado e não me lembro como ela se machucou. Sempre quando via Sinhazinha se aproximar, eu ficava apavorada, gritava e saía correndo. Mas eu não conseguia evitar os nossos encontros. E estes ocorriam com frequência. Eu tinha até pesadelos com ela. Eu achava que ela me atacaria a qualquer momento, que ela era um monstro e que sempre estava me perseguindo. O grande problema é que os gatos, não são como os cachorros, que ficam quietinhos em seus espaços. Os gatos pulam muros, escondem-se debaixo dos móveis e vão para a casa dos vizinhos. A Sinhazinha não era diferente, vivia pulando o muro da minha casa e se escondendo em diferentes cantinhos.

Certo dia, eu estava dormindo no sofá da minha casa. Era um sono pesado e gostoso. Acho que dormi bastante e acordei desesperada, gritando a minha mãe. Por causa do susto que levei, fiquei um tempão chorando. A minha mãe disse que eu estava assustada, porque tinha sonhando e não acreditou na história que eu acabara de contar.

O fato é que a gata pulou o muro, entrou na sala pela janela e veio fazer a sesta comigo. Ela estava bem confortável ao meu lado, quase me abraçava e só faltava me lamber. Assim que acordei e vi aquele olho furado, comecei a gritar. Gritei tanto e tão alto, que até assustei a danada. Ela correu, pulou a janela e, quando a minha mãe chegou, já estava bem longe. Foi por isso que todos acharam que eu estava sonhando. Depois do ocorrido, eu passei a ter pavor de gatos!

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Ighor Fonseca

O melhordia de todos

Eu sempre gostei muito de futebol, de ir aos estádios assistir a jogos, de jogar bola com meus amigos e até de brincar com jogos de futebol de videogames.

O ano de 2013 foi muito bom para os amantes de futebol. Tivemos a Copa das Confederações, o campeonato brasileiro de futebol, Brasileirão, o campeonato mineiro e tantos outros. Eu estava curtindo muito todos os jogos e, principalmente, as oportunidades de ir ao Mineirão. Naquele ano, já tinha ido várias vezes ao estádio, para ver o meu time de coração, o Cruzeiro Esporte Clube. O cruzeiro estava jogando muito bem e era líder isolado do Brasileirão, com nove pontos de vantagem do segundo colocado.

Na 33ª rodada do campeonato, o Cruzeiro já poderia ser o campeão do brasileiro, para isto, bastava ganhar do Grêmio (RS). O jogo não seria no Mineirão, em virtude da punição aplicada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Esta penalidade foi aplicada, por consequência das brigas entre as torcidas organizadas do Cruzeiro. Porém, os torcedores solicitaram muito a liberação do jogo e alguns políticos mineiros conseguiram intervir e liberar o jogo no estádio.

Quando recebi a notícia, vinda do meu pai, que nós iríamos ao jogo, eu fiquei muito feliz, mas, os ingressos para o jogo, se esgotariam rapidamente, já que as filas estavam enormes, formadas dias antes do jogo. Por causa desta confusão, meu pai ficou desanimado de sair para comprar os ingressos e pediu para o meu tio fazer isto. Eu estava tão ansioso, torcendo para meu tio conseguir, mas eu estava com muito medo de tudo dar errado.

Todos os dias, eu ligava para o meu tio para saber se ele havia conseguido os ingressos, mas nada deles. Até que, um dia antes do jogo tido como “a final do campeonato”, meu tio foi na casa da minha avó e me fez uma surpresa: entregou os ingressos do jogo. Eu fiquei sem saber o que fazer de tanta felicidade.

No dia do jogo, 10 de novembro de 2013, nunca me esquecerei desse dia, eu estava muito ansioso, aflito para chegar a hora de ir para o Mineirão. O jogo seria às 17h, mas às 13h, eu já estava nos arredores do estádio, a ansiedade tomava conta de mim. Ás 15h, os portões abriram. Entrei no estádio e comecei a me preparar para aquela partida.

Dez minutos antes de o jogo começar, o “gigante da Pampulha” já estava completamente lotado. Tínhamos 50 mil pessoas de um lado do estádio, gritando a uma só voz: ZEIROOOO! As vozes faziam o campo tremer.

O jogo começou, o Cruzeiro atacava e era atacado, mas, com o gol do centroavante Borges, o Cruzeiro saiu na frente, para o delírio da torcida. Depois do primeiro gol, saíram mais dois, de William e Ricardo Goulart. O jogo terminou, mas a festa continuou. O cruzeiro era o campeão. Este dia foi muito especial para mim!

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Em Santa Rita do Sapucaí, cidade onde nasci, acontece durante o carnaval, o tradicional desfile dos blocos: Ride Palhaço e Democráticos.Desde pequena, eu sempre gostei de ver aqueles carros enfeitados, as pessoas com suas roupas coloridas, cheias de brilho, com grandes chapéus com plumas, dançando e cantando felizes.

No ano de 2007, desfilei pela primeira vez no Ride Palhaço e fui destaque no carro infantil. No início, chorei bastante para colocar a roupa e o chapéu, porque aquilo tudo pesava muito. Passado um tempo, fui me acostumando com toda aquela parafernália.

Depois, ao ver a altura do carro onde ficaria, comecei a chorar novamente, porque estava com medo de cair. Assim, acabei trocando de lugar e ficando em uma posição mais baixa. Mas, ao final da apresentação, a alegria tomou conta de todos.

No ano de 2009, desfilei novamente no Ride Palhaço e fui princesa no carro da rainha. Desta vez, fiquei estressada com o chapéu, que era maior e mais pesado. Porém, quando o carro começou a andar, esqueci a dor e entrei na farra. Como sempre gostei de carnaval, no passado, eu decidi desfilar novamente, porém, por falta de verba, a prefeitura não organizou o desfile. Se tivesse ocorrido, iria desfilar como colombina, junto com a minha prima. Fiquei triste, mas entendi o problema.

Alegria, tristeza e fogoLavínia Cruz Bernardes

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Já neste ano, voltei a ficar animada, porque haveria o desfile e, no final do ano, fui tirar as medidas para fazer a roupa. Assim que cheguei a Santa Rita, fui convidada pelo figurinista do bloco, para ser porta-estandarte. No início, não gostei da ideia, pois eu teria que desfilar no chão e não no carro. Mas, minha tia me convenceu, já que esta posição tem bastante destaque no bloco. Minha prima, ao saber que não ficaríamos juntas, no mesmo carro alegórico, desistiu de desfilar.

No dia do desfile, estava animadíssima. Na hora combinada, fui me arrumar, fazer a maquiagem, colocar o chapéu e a roupa. Quando fique pronta, fui para a avenida, que já estava cheia e os carros alegóricos posicionados em seus lugares. Muitas pessoas pediram para tirar fotos comigo, porque a minha fantasia estava linda. Um dos organizadores do bloco passou indicando os nossos lugares e falou que o desfile iria começar.

Tudo corria muito bem, até que um acidente comprometeu um dos carros alegóricos. Ele pegou fogo. Todos ficaram apavorados, começamos a correr na direção oposta, eu deixei meu estandarte cair, baguncei toda a minha roupa e chorei querendo saber se alguma

Ainda para aumentar o desespero de todos, o incêndio teve início justamente em frente a um posto de gasolina e embaixo da fiação elétrica. Fui para perto de um prédio e uma moradora trouxe uma garrafa com água para me acalmar. Só fiquei tranquila, quando soube que ninguém havia se machucado.

Como minha família estava na arquibancada, todos ficaram preocupados comigo, pois não sabiam qual era o carro que havia sido incendiado.

Durante toda aquela confusão, meu tio Marquinho começou a me procurar, para saber se não tinha me acontecido nada e se eu não havia me perdido da minha mãe. Ele estava apavorado com todo aquele tumulto. Mas, quando ele me viu, ficou bastante, porque nem eu e nem ninguém havia ficado ferido.

Depois de apagarem o fogo, tirarem o carro da avenida e acalmarem a todos, foi hora de arrumar tudo novamente. Então, me veio de novo aquele frio na barriga, mas o povo começou a cantar alegremente, pular com ansiedade e pedir o reinicio da festa.

Após o susto, eu percebi que tudo o que havia ocorrido só aumentou a emoção da festa. O bloco saiu e o desfile recomeçou, com todo aquele pessoal alegre. Eu não tinha como não sorrir para o público. Ao passar sobre as cinzas do carro, me veio àquela vontade de chorar, mas eu segurei as minhas lágrimas e entendi que, o que valia a pena, era a farra e alegria.

Logo que vi a minha família e os amigos, demonstrei toda minha alegria para eles, mesmo com o cansaço de segurar o estandarte, pulei, o levantei e o balancei no ritmo da música. No final do desfile, recebi muitos elogios. Todos meus amigos disseram que fui muito bem.

Já vivi muitas experiências de carnaval e, por isso, não penso em não desfilar novamente, pelo contrário, só acho mais motivos para ter muitos e muitos outros carnavais pela frente. E também muitas histórias para contar ... criança tinha sido machucada, já que o fogo atingiu o carro infantil.

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Eu tinha aproximadamente seis anos, quando entrei na escolinha de futebol. Logo fui chamado para jogar em outro time (fora do treino), porque acho que eles gostavam do meu jeito de jogar.

Certo dia, fui convidado para participar de um campeonato. Estava muito animado, mas com um pouco de medo de jogar mal. Naquele dia, acordei bem cedo para ir jogar, primeiro lanchei, me arrumei e fui pegar o ônibus, que me levaria ao destino do jogo.

Logo que cheguei ao local do jogo, comecei a tremer. E como eu sempre fui muito pequeno, quando vi aqueles meninos grandes do time adversário, fiquei com mais medo ainda. O técnico chamou todo o time para escalar os jogadores e eu torcia para ele me deixar na reserva, mas fui o primeiro que ele escalou.

No início da partida, eu estava jogando muito mal. O técnico já tinha perdido a paciência comigo, mas não desisti. Ao final do jogo, fiz um golaço. Sem perceber, naquele momento eu havia me tornado o melhor do jogo. O herói da partida. Foi neste dia que percebi que não havia motivo para eu ficar nervoso quando ia jogar. Mas para falar a verdade, até hoje eu sinto aquele frio na barriga, antes qualquer jogo.

Arthur Alcântara

Meu primeiro jogo de futebol

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Que dia inesquecível! Em junho deste ano, fui com duas amigas conhecer a escritora Paula Pimenta. Era lançamento do seu último livro “Princesa Adormecida”.

A tarde de autógrafos aconteceria em um shopping de Belo Horizonte. Eu já havia planejado tudo, sair da escola sem atrasos, almoçar e me preparar rapidamente. Tínhamos que estar no shopping às duas horas. Eu já tinha planejado tudo com a minha mãe e amigas. Porém, quando estava no recreio, aconteceu um acidente, jogaram tinta no meu cabelo, fiquei muito brava, porque sabia que gastaria muito tempo para lavar o cabelo e conseguir tirar a tinta.

Assim que tocou o sinal, saí da escola voando para não atrasar. Cheguei apavorada em casa. Para piorar a situação, peguei muito trânsito terrível, porque a cidade estava muito movimentada. Estavam chegando turistas de diversas partes do Brasil e do mundo, pois se aproximava o dia dos jogos da Copa do Mundo. Assim que entrei em casa, corri para o banheiro, lavei o cabelo e, pela primeira vez, fiquei pronta em meia hora.

Chegamos ao shopping às 14h20 e pegamos uma senha, que estava sendo distribuída para evitar as filas. Como chegamos cedo e nossa senha demoraria a ser chamada, decidimos ir ao cinema para assistir ao filme “Malévola”. Mas, a ansiedade não passava. O filme era bom, mas estávamos doidas para conhecer a Paula Pimenta.

Quando o filme terminou, saímos correndo do cinema e fomos para o local do evento. Nossa senha era a oitenta e cinco. Ficamos duas horas na fila e, finalmente chegou nossa vez. Autografamos os livros e tiramos fotos com a Paula Pimenta. Foi um momento muito emocionante! Nunca me esquecerei!

Depois, comemos no “Ed’s burgers” e fomos passear pelo shopping.Chegamos a nossa casa às onze horas da noite e estávamos exaustas. Mesmo

cansada, decidi que leria o livro Princesa Adormecida, pelo menos uma parte. Que dia!

Giovana Lopes Fortuna

Conheci aPaula Pimenta

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Aprendendoa perderBrenda Larissa

Eu me lembro bem de um dia muito especial em minha vida. Tudo aconteceu durante a copa do mundo, em 2010, na África do Sul. Essa foi a primeira copa em que eu torci de verdade, pois eu não me recordo das anteriores, já que era bem pequena. Eu estava animada com todos os preparativos, com a possibilidade de ver o Brasil vencer e de comemorar com uma festinha.

Todas às vezes que a nossa seleção ia jogar, a escola nos liberava mais cedo, para que pudéssemos nos preparar e assistir aos jogos em casa. Todo mundo sempre fazia a mesma coisa: preparavamos um lanchinho, colocávamos a camisa da seleção brasileira, pegávamos chapéus, bandeiras, buzinas, cornetas, e tudo mais que pudéssemos usar para tocer, ligávamos a TV e iámos vibrar.

Porém, eu e as outras crianças do prédio, não ficávamos dentro do apartamento, a gente descia para o estacionamento do condomínio e ficávamos lá, torcendo, cantando, sem nem mesmo ver os jogos direito. Para falar a verdade, nós apenas sabiámos que o Brasil fazia gol pelas comemorações que ocorriam dentro de cada apartamento. Eu me divertia pra valer!

No dia em que o Brasil foi jogar contra a Holanda, nós estavámos muito confiantes. Mais uma vez, nos arrumamos e descemos para brincar, mas na hora dos gols, vibrávamos juntos. Eu estava muito feliz e meus amigos também e posso dizer que naquele dia, me diverti bastante, pelo menos até o momento da grande decepção. Sabíamos que o Brasil não estava bem, porque todos do prédio gritavam e esbravejavam. Então, paramos de brincar e começamos a prestar atenção. De fato! O Brasil estava perdendo. Meu Deus, foi triste, porque a possibilidade de perder não havia passado pela minha cabeça. Pra mim, o Brasil, com certeza, ganharia e a gente continuaria se divertindo até o final da copa.

Então, veio o desânimo. Perdi a vontade de torcer e subi para casa. Minha mãe, me vendo meio cabisbaixa e chorosa, logo soube que eu estava assim, porque o Brasil tinha perdido. Aí, ela me explicou que nem sempre a gente ganha e, que perder é surpreendentemente normal, até mesmo fora dos jogos de futebol.

A partir desta experiência e aprendi muito. Quando eu fiquei calma, esqueci a derrota, me animei, fui brincar e não me preocupei mais. Aprendi que às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Aprendi a lição. É sempre bom ganhar, mas é importante saber que se perdermos, podemos tentar de novo. E foi exatamente isso que me "motivou" a ficar feliz de novo. Afinal, dali a quatro anos haveria outra copa, certo?

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Page 17: Baú da Memória

Tenho um primo que mora em São Paulo e ele nos convidou para o seu casamento, em junho de 2008. Ficamos muito alegres com o convite, porque isto possibilitaria conhecer a cidade de São Paulo. Minha mãe, minha irmã planejamos tudo, compramos as passagens e fomos pra lá de avião. Esta foi a primeira vez que eu viajei de avião e foi muito legal!

Quando chegamos a São Paulo, nos divertimos muito: andamos de metrô subterrâneo, conhecemos a Rua 25 de maio e o Museu da Língua Portuguesa. O dia foi incrível! Além de me divertir, aprendi muito e visitei lugares muito legais.

No dia do casamento, fui o padrinho e um dos últimos a passar pelo tapete vermelho. Levei a bíblia e dei para Cláudia. Foi um casamento muito bonito! Todos estavam emocionados. Depois do casamento, teve uma festa, com um bolo de cinco andares. Teve música, dança e muita comida gostosa. A festa foi muito divertida.

No dia seguinte, voltamos para Belo Horizonte, mas queríamos passear mais e descobrir tudo o que São Paulo oferece de lazer e cultura.Ainda bem que meu primo decidiu casar lá, pois tivemos a oportunidade de passear e divertir.

Arthur Braga

Conhecendo São Paulo

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Page 18: Baú da Memória

Quando eu era bem pequena, tinha medo de coisas que nem existem, como: fantasma, lobisomem, vampiro etc. Mas, além destes medos, eu tinha um medodiferente: de palhaço. Pois é. Não é estranho?

Eu me lembro do caso, que contarei, como se fosse ontem, embora não saiba exatamente a idade que tinha. Eu estava em casa, distraída, brincando de casinha, quando vejo meu pai chegando em nossa casa vestido de palhaço. Assim que vi o palhaço, não descobri que ele era o meu pai, por isso, fiquei assustada! O que eu poderia fazer? Fiquei apavorada e comecei a chorar.

Os meus pais, ao me verem em prantos, ficaram com muita pena e começaram a me explicar que não era um palhaço de verdade, mas o meu pai fantasiado. Custei a me acalmar, mas depois de muita insistência deles, eu cedi. Parei de chorar e deixei o meu pai me carregar. É claro que com muita desconfiança, “será que era o meu pai realmente?”

Três ou quatro dias após o susto, provocado pelo meu pai, minha mãe me convidou para ir ao circo. Na hora em que eu recebi o convite, fiquei muito desconfiada, porque sabia que circo é local de palhaço. Depois de muita insistência, decidi conhecer o circo. Assisti a todas as apresentações, mas hora do show do palhaço, fiquei bem pertinho dos meus pais.

O palhaço mais engraçado do circo me chamou para ir para o palco, fazer uma brincadeira com ele. Eu não queria ir de jeito nenhum, por causa do medo e da timidez. Então, ele chamou outras crianças, que ficaram muito animadas. Achei o show muito legal e depois destas duas experiências, eu parei de ter medo de palhaço.

O medo de palhaçoMaria Luiza Melo

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Page 19: Baú da Memória

Eu tinha 11 anos e me lembro de uma tarde muito quente, na região de Venda Nova, onde participaríamos da Copa Aqui. Neste dia, iríamos jogar com o time do América. Estava animado e ansioso para iniciar a partida. Eu sempre gostei muito de futebol e treinava na escolinha do Cruzeiro. Este time é do coração e minha vida é jogar. Eu adoro. Por causa disto, eu acompanho todos os jogos do cruzeiro e o me ídolo é o goleiro Fábio.

Neste dia, eu tive uma bela surpresa, conheci o filho do goleiro Fábio. Quando fiquei sabendo deste fato, nem acreditei. Achei que fosse uma brincadeira dos meus amigos, mas depois, quando meu professor falou, fiquei convencido. Aproximei-me do garoto e comecei a conversar com ele. Depois, ele falou que seu pai assistiria ao jogo. “O que?” – pensei. “Não é possível! Só vendo para crer!” Eu teria a oportunidade de ver o meu ídolo. Que alegria!

Lembro-me que ele chegou em um carro muito bonito e, logo, fui logo para perto dele. Aliás, eu e uma multidão. Eu pedi um autógrafo e solicitei uma foto. Camaradamente, ele me atendeu e conversou comigo. Por fim, não é que ele também atendeu a todos? Tirou várias fotos e deu muitos autógrafos. Quando ele entrou na quadra, eu tive outra oportunidade de conversar com ele. Foi incrível. Afinal, não é todo dia que se encontra com um ídolo. Depois que acabou o jogo, vi uma fila gigante de pessoas, eperando o Fábio e também pedindo fotos. Mas, vi que ele é gente boa e não desanimou, atendeu a turma com muita disposição. Foi assim que consegui conhecer meu Ídolo.

Conhecendo um ídoloWelerson Jr

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Uma viageminesquecível

Luiza Lana

Recordo-me bem de um passeio que fizemos, em 2011, para a praia; eu, meus pais e irmãos, a tia Andréa e sua família. Fomos para o sul da Bahia, Mucuri. Este passeio foi inesquecível, porque foi a primeira vez que eu vi o mar e pude experimentar

algo bem diferente da minha rotina.Saímos de carro à tardinha e pegamos a 381, sentido Ipatinga, pretendíamos

chegar o mais rápido possível, mas na altura de João Monlevade havia um acidente e o trânsito ficou lento por algum tempo. Contudo, ainda que lentamente, a viagem prosseguiu. Em certo trecho da estrada, um novo problema, percebemos que o carro havia perdido o freio, bem em uma descida, em um lugar bem perigoso.

Quando meu pai disse que o carro não freava, ficamos em pânico. Mas, em determinado momento, ele conseguiu controlar o carro e parou o veiculo reduzindo a marcha e com o freio de mão. Que susto! Foram minutos apavorantes. Depois deste tumulto, chegamos a João Monlevade, procuramos um hotel e meu pai ligou para a seguradora, como eles demoraram muito para nos atender, ele procurou uma oficina mecânica, mas o carro só ficaria pronto no dia seguinte, assim tivemos que dormir em Monlevade.

Na manhã do dia seguinte, pegamos a estrada novamente. Continuamos nossa viagem e paramos somente para almoçar. Chegamos a Mucuri, por volta das sete horas da noite e, tão logo os meus tios chegaram, decidiram dar uma chegadinha na praia para ver o mar e sentir aquele cheirinho gostoso.

Neste dia, estávamos muito cansados e decidimos deitar cedo, para descansar e acordar animados para passar o dia na praia. Estávamos ansiosos para ir à praia. Aquela imensidão azul, bem a minha frente, era deslumbrante. Eu tinha a impressão que o mar se encontrava com o céu, lá longe.

Foi neste dia incrível que me apresentaram o Oceano Atlântico. Eu estava na costa brasileira, próxima do local, onde os portugueses aportaram pela primeira vez.

Minha mãe havia falado comigo e meus irmãos que iríamos conhecer um novo estado brasileiro, que fazia parte da região nordeste, por isso eu poderia estranhar alguns hábitos e costumes da região. Mas que nada. Achei tudo ótimo! Na verdade, eu achei algumas coisinhas diferentes, como a comida e o modo de falar das pessoas, mas nada tão inusitado.Passamos dias maravilhosos nesta praia, com muito sol, mar, passeios noturnos em cidades próximas. Foi tão bom!. Quando voltamos, fomos a Teófilo Otoni, visitar os padrinhos da minha mamãe e conhecer alguns primos. Durante a viagem de volta, meu pai resolveu passar por Diamantina, para conhecermos esta outra cidade. Mas ficamos poucas horas lá, porque já estávamos cansados. Então, pegamos a Estrada Real e fomos até Corinto, cidade onde vive minha tia Eugeny. A viagem só terminou em Lassance. Adorei esta viagem!

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Eu tinha cinco anos, se não me engano. Era 2006 e eu iria ao Mineirão pela primeira vez para assistir ao jogo do Atlético com o Botafogo. Eu não sabia como era o Mineirão, só que era muito grande.

A primeira parte consistia em ir ao estádio para comprar os ingressos. Então, minha mãe, minha prima e eu fomos até lá e a fila estava gigantesca. Porém, não desistimos e uma hora depois, estávamos com os ingressos em mãos. Comemorei a compra dos ingressos e passei a aguardar, ansiosamente, a chegada do grande dia.

Parece que o dia do jogo nunca chegaria. Eu planejei tudo. Quando chegou finalmente o dia do jogo, eu acordei cedo, coloquei minha blusa nova do Atlético, com minha calça branca e preta e a chuteira do grande time.

Demorou mais de meia hora para chegarmos até o estádio, pois em dia de jogo, tem muito engarrafamento. Eu estava ansioso demais. Demorou, mas chegamos. Assim que chegamos, entramos em uma fila, que levava ao lugar da entrega dos bilhetes e os policiais nos revistavam. Achei aquilo bem estranho! Mas entendi.

Quando subimos e eu avistei o campo, achei enorme e lindo. Na medida em que as pessoas iam chegando, aí é que ficava mais animado. Eu gritei, pulei e torci bastante! O jogo foi muito legal, o galo ganhou e comemoramos durante horas. Eu até fiquei rouco. Não me esquecerei deste dia.

Primeira vezno Mineirão

Gabriel Batista

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Lembro-me do meu aniversario de nove anos como se fosse ontem. Foi um bafafá que só vendo! Tinha criança correndo para todo lado. Brinquedos espalhados, doces pelo chão. Foi uma bagunça danada e eu estava animada. Convidei várias amigas e alguns parentes.

Eu tenho uma prima, que é quase da minha idade e sempre ia aos meus aniversários, por isso as minhas amigas conheciam ela, mas elas não se davam bem. Sempre que minhas colegas a viam, davam um jeito de excluí-la. Sabe como é!

No dia deste aniversário, a confusão pior começou quando uma de minhas colegas chegou. Ela sempre foi (e sempre será) muito bagunceira. De uma hora pra outra, a menina resolveu surtar. Pirou! Ela aprontou todas.

A primeira coisa que fez, foi se trancar no banheiro. Só para não deixar ninguém entrar. Aí você Já viu, né? Ela causou o maior tumulto, pelo fato de impedir a entrada dos convidados no banheiro. Além disso, deu o maior trabalho para tirá-la de lá! Mas ela não parou aí, não. A menina resolveu subir em cima do carro dos meus pais, e como se isso não bastasse, ela foi para o quintal e começou a ameaçar, com um pedaço de pau, todos aqueles que passavam perto dela

Quem ainda não conhecia a personalidade marcante desta minha colega, ficou conhecendo. Minha prima, identificada como chata, estava observando toda confusão de longe, mas ela acabou se identificando com a convidada bagunceira.

Ao final da festa, quando restavam apenas dois convidados, eu aproximei a minha prima da minha colega, fiz com que elas conversassem e não é que as duas se deram bem? Que festa mais maluca!

Mesmo com todas as confusões, eu acabei me divertindo bastante. Foi a primeira vez que a minha prima se deu bem com uma de minhas colegas. Desse aniversário, eu nunca mais esqueci e nem esquecerei.

Meu aniversáriode 9 anos

Ana Beatriz

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Uma coisa, que sempre marcou a minha vida, foram os animais lá de casa. Sempre criamos algum animal em casa: gatos, cachorros, peixes, periquitos, galinhas, etc. E agora, eu vou contar um pouco sobre esses bichos.

Teve a Mingau, uma gata que morreu envenenada, graças ao meu pai, que queria envenenar os cachorros do vizinho, porque eles sempre invadiam nosso lote e comiam as galinhas. Também houve a Dara, uma rottweiler, que era do meu pai. Quando ela chegou a minha casa, eu era muito pequeno, por isso, não sei muitas coisas sobre ela. Tinha a Nani, uma kalopsita, que minha família criou por muitos anos. Ela era um amor. Havia também o Mateus, um pintinho, que foi abandonado por sua mãe e, por isso, veio morar dentro da nossa casa. Agora, a Titica, era uma cadelinha, Pincher, que pertencia a minha avó. Também viveram em minha casa; o Bruno e a Gabriela, dois cabritos, que tiveram seu fim em uma churrasqueira.

Mas eu vou contar um dos fatos mais engraçados, envolvendo um destes animais. Já faz algum tempo, que eu tive um cachorro chamado Bisteca. Eu escolhi este nome para ele, por causa de uma personagem de um desenho animado que eu gostava. Este cachorro era muito fofinho e biruta. Todos o adoravam.

Certo dia, algumas amigas da minha mãe vieram visitá-la. Uma destas amigas tinha uma filha, bem pequenininha, que ainda chupava bico. No decorrer da conversa, a mãe da menina ficou distraída e não viu que ela havia perdido a chupeta. A mãe só notou, quando a criança começou a chorar. Com pena da criança, todos nós saímos para procurar a chupeta. Estávamos desesperados! Sem a chupeta ela não pararia de chorar. De repente, quando já estávamos cansados de procurar, olhamos para a porta da sala e entrava o Bisteca, bem tranquilo, chupando o bico da menina. Ao ver o cachorro com o bico, todos morremos de tanto rir. E a menina? Ficou inconsolável, porque tinha perdido a chupeta para um cachorro. Minha casa é mesmo um “falso” zoológico, que nuca ficará vazio.

Bichosinesquecíveis

Ygor Gohan

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Lembro-me, como se fosse hoje, desse fato curioso. Afinal, só temos catapora uma vez na vida.

Confesso que ficar um mês de férias e voltar com catapora não foi nada bom! Eu tinha seis anos e viajei para passar as férias na casa da minha avó. Fiquei por lá um mês, sem pegar se quer um resfriado, mas justamente, no ultimo dia de férias, comecei a empolar e a me coçar todinha. Fui ao médico, saiu o diagnóstico: ‘catapora’. Não é que, por algum motivo divino, o meu irmão não havia pegado a doença?

Assim que todos descobriram a minha doença, foi uma confusão, porque ninguém queria pegar catapora, principalmente o meu priminho, que tinha uma a sua saúde muito precária. Então voltei para casa, muito decepcionada.

Quando cheguei foi aquela chatice, repouso, tomar remédio e não poder brincar. Passei o maior sufoco. Além disso, eu tinha que passar uma pomada grudenta no corpo, que também fazia escorregar. Eu não podia segurar nada, porque tudo escorregava da minha mão. Como eu tinha bolinhas por toda a parte, tinha uma coceira danada.

Além disso, até pomada no pé eu passei. Se eu me levantasse depressa, escorregava e era aquele tombo. Eu tinha que tomar banho três vezes por dia, com um treco roxo e fedorento.

Perdi a primeira semana de aula e fui ao médico umas cinco vezes. Acho que tive uns 300 butucos na pele (dos quais tenho cicatrizes até hoje). Estava muito feia e pensava que nunca voltaria ao normal. Mas com o tempo, as manchinhas foram sumindo.

Assim que voltei para a escola, todos me chamaram de coceirinha, mas foi muito divertido contar para meus colegas, as histórias da catapora, algumas destas histórias não passavam de invenção. A terrível catapora aterrorizava minhas amigas e me matava de rir.

A terrívelcatapora

Ana Gabriela

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No dia 10 de outubro de 2007, eu, minha mãe e meu pai acordamos eufóricos e felizes, pois era o dia do casamento do tio Harley. A festa seria ótima e encontraria com todos da minha família, além de poder brincar bastante. Mamãe me levou ao salão para arrumar o meu cabelo (mesmo eu sendo pequenina e tendo pouco cabelo, naquela época). Ela me vestiu com um vestido lindo, parecia de princesa. Estava tão animada!

Enquanto meus pais se arrumavam, fiquei brincando na escada da entrada da minha casa. Minha mãe me avisou para não pular, ficar quietinha e não sujar o vestido. Mas eu não conseguia. Lembro-me como se fosse hoje. Era muito difícil ficar sem fazer nada. Então comecei a pular de um lado para o outro. Foi em um desses pulos, que escorreguei e caí em cima do meu braço. Com medo dos meus pais, eu contive o choro, não queria que a mamãe brigasse comigo.

O problema é que meu braço e meu ombro doíam muito, mas continuei calada. A mamãe só descobriu o que tinha acontecido, quando foi me levar ao banheiro. Então eu dei um grito de dor e tive que contar tudo. Quando chegamos ao hospital, os médicos disseram que eu havia quebrado a clavícula. Pensei o que vou fazer sem clavícula? Mas o médico me disse que teria conserto.

Por causa disso, fiquei vários dias com a tipoia no braço, e agora sei que é melhor ficar quieta esperando, do que parar no hospital.

Quebreialguma coisa?

Maria Eduarda

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A pouco mais de quatro anos, quando eu, meu pai, minha mãe e minha irmã estávamos no restaurante do meu pai, recebemos uma notícia muito boa. Minha mãe me chamou e também a minha irmã, para dizer que teríamos um irmão ou uma irmã. Ela ainda não sabia o sexo, mas eu fiquei muito feliz. É claro que eu queria que fosse um menino, pois assim teria alguém para jogar bola, vídeo game e várias outras coisas, que normalmente os meninos fazem. Mas se fosse uma menina eu também gostaria.

O tempo foi passando e a barriga da minha mãe crescendo. Logo que descobrimos que ela teria um menino e percebemos que o meu irmão ia crescendo a cada dia. Fiquei muito alegre quando descobrimos que era um menino.

Meus pais decidiram o nome dele e prepararam tudo para a sua chegada. Meu irmãozinho nasceu de cesariana, como eu e a minha irmã Maria Luiza. Nunca vou esquecer o dia 10 de outubro, de 2010. Meu irmão nasceu às 09h30min da manhã, fui visitá-lo no mesmo dia do seu nascimento. Na hora em que eu cheguei ao quarto do hospital e pude ver o meu irmão na cama, foi uma alegria gigantesca, tinha nascido meu grande companheiro, Ian José Racilan Oliveira.

Esta data sempre será lembrada, pois esperávamos há muito tempo por esse nascimento. Todos nós gostamos muito do Ian. Como ele é muito simpático, sempre está na casa de algum familiar, amigo ou primo. O Ian é um irmão querido.

Vi o meu irmão crescer, aprender a dar os seus primeiros passos e pronunciar as primeiras palavras. O seu primeiro aniversário e o seu primeiro dia na escola sempre serão lembrados. Além disso, ele é muito bonitinho. Seu cabelo é tão lisinho, que chega a dar inveja em qualquer um. Aos poucos, fui ensinando para ele a brincar, jogar bola e, hoje, eu acredito que ele é mais fanático pelo cruzeiro do que eu. Além disso, ele é muito esperto. Ele acorda, brinca, toma banho vai para a escola. Antes de sair para a escola, ele escolhe uma de suas camisas do cruzeiro e coloca dentro de sua mochila. Assim que sua aula acaba, a primeira coisa que ele faz é colocar novamente esta camisa. Nós dois temos uma coisa em comum; queremos ser jogadores de futebol.

Ian, querido irmão, eu nunca me esquecerei do dia em que você chegou em minha vida.

A chegadado meu irmão

Carlos Philipe

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Esta singela homenagem foi feita para o meu querido avô. É uma maneira de tentar aliviar a dor da ausência que ele deixou em meu coração!

Posso dizer para vocês, que um pedaço de mim morreu. Morreu com a partida do meu avô. Um homem que eu amava muito e, que com toda a certeza, me amava também. Por mais que a gente esperasse a sua partida, em virtude de todo o sofrimento que ele vinha passando, ainda é difícil acreditar. Nada na vida acontece por acaso, podem ter certeza. “Pois é, vô, eu te amo muito. Você era um homem forte e valente, como poucos.” Você marcou toda a minha infância e sempre terei ótimas recordações de você.

Nunca me esquecerei das conversas, brincadeiras e alegrias proporcionadas pelo meu avô. Foi com ele que aprendi a confiar mais nas pessoas. Ele me ensinou a respeitar e ouvir as pessoas, mesmo quando alguém me decepciona. Ele também me ensinou a batalhar pelos meus objetivos e, que mesmo quando estamos diante de diferentes obstáculos da vida, é preciso lutar e jamais desistir. Creio que este era seu lema, pois lutou até o fim e, no momento em que Deus lhe chamou, apenas abriu os olhos, observou tudo ao seu redor e partiu!

Infelizmente, eu não pude me despedir dele, nos seus últimos momentos de vida. Esta é a minha maior dor. Mas tenho certeza que ele está em um mundo muito melhor, próximo de Jesus, junto do meu bisavô, como era o seu desejo. Agora, entre nós resta apenas as suas lembranças. Tenho certeza ele sempre estará perto de mim, me guiando pelo caminho certo.

Como será difícil acordar e saber que ele partiu. Como será difícil aceitar que o tiraram daqui. Como será difícil perceber que ele não está entre nós. Teus abraços me confortavam tanto e suas palavras eram um abrigo para mim. O vento insistiu em levá-lo para longe de todos nós, deixando um vazio. Mas temos muito para lembrar e estas lembranças preencherão a nossa vida e diminuirão a saudade. Dói muito saber que o perdi, machuca demais não tê-lo junto de nós.

“Vô, eu jamais me esquecerei de você e das alegrias que partilhamos. Você foi um ótimo pai e ótimo avô. Eu te amarei eternamente.”

Singelahomenagem

Marcela Mayrink

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Ainda é tempo da Loira do BanheiroMarina Pimenta

Quando eu era pequena, vivia no mundo do faz de conta e acreditava que certas coisas fantásticas existiam. Uma das passagens mais marcantes da minha infância, foi acreditar na lenda da “Loira do Banheiro”.

Essa lenda é uma das mais famosas do Brasil e conhecida desde os tempos da infância da minha mãe, porém ela foi modificada com o passar do tempo. Ainda que ela tenha mudado muito, a loira do banheiro sempre estará na última porta do banheiro a nossa espera.

Segundo a lenda, para você invocar esta assombração, é preciso ir ao banheiro, dar descarga três vezes, chutar o vaso e chamar insistentemente pelo seu nome. Se você tiver coragem para fazer isso, ela vai aparecer com algodão no nariz cheio de sangue, pedindo para você tirar ou toda ensanguentada, pedindo para você limpar com algodão seus machucados.

Como já era de se esperar, na escola, eu e minhas colegas, resolvemos fazer o teste para ver se a dita cuja aparecia, marcamos o dia e até o horário. Chegou o grande dia e todas nós fomos para o banheiro, chegamos lá e seguimos as orientações da invocação, conforme a lenda: acionamos a descarga por três vezes, chutamos o vaso e chamamos por ela em coral.

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Ficamos paradas um tempo, esperando o que aconteceria. De repente, ouvimos um ruído muito alto e todos nós saímos correndo, aos gritos, desesperadas, sem olhar para trás e chorando pela escola. Foi um susto geral, não tivemos nem tempo de verificar se realmente era a loira.

Quem duvidaria da lenda, afinal aquele ruído era horripilante, como que saído das profundezas de algum cemitério secular.Todos da escola ouviram nossos gritos, mas como era comum nos metermos em confusões, não houve, a princípio, uma ajuda. A secretária, que era novata e, sem saber o que estava acontecendo, ouviu todos aqueles berros, saiu correndo desesperada atrás da gente, assustada por causa do nosso choro e desespero, querendo ajudar.

De tão apavorada que estávamos, não nos demos conta que o barulho havia acabado. Paramos também e demos uma acalmada, daí a secretária perguntou:

_ O que está acontecendo, meu Deus?Começamos a falar todas juntas e a secretária sem nada entender, solicitou que

nos acalmássemos e que cada um relatasse o ocorrido.Depois de um longo tempo de histórias e mais histórias, a secretária começou a

rir, e nós não que não entendemos o motivo das risadas, então perguntamos para ela:_ Por que você está rindo?E ela respondeu:_ Gente, vocês quase me mataram do coração, eu achei até que alguém tinha

sofrido um acidente! Vocês não sabem que essa história é uma lenda? Desde os tempos do meu avô, ouvimos esta história e encontramos a loira nos banheiros. Já era para esta lenda ter morrido, mas na voz do povo, o mito vai passando de geração em geração, assombrando crianças por este Brasil à fora.

Mas, nós estávamos convictas de que havíamos ouvido a loira gritar, porque ver, ver mesmo a gente não tinha visto. Mas nem precisava...

Então, respondemos:_ Existe sim! Não ouviu esse barulho? Foi ela, a loira do banheiro e ela quer nos

matar!_ Gente! Ela não existe, esse barulho foi do microfone, que está dando problemas

no funcionamento e ecoou no banheiro. – falou a secretária.Demorou muito para cair a nossa ficha; de que a famosa “Loira do Banheiro” não

existia. Entretanto, até as nossas observações, nos levaram a perceber que este mito de fato é um mito e não existe mesmo. Tudo isso não passa de uma lenda urbana! Pelo menos eu acho, não é?

Mas não vale a pena a viver esta experiência e tomar cuidado, porque vai que ela resolve aparecer...

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O dia 21 de junho de 2009 foi muito especial, porque foi neste dia que eu ganhei meu primeiro cachorro. Eu não tinha nada para fazer, depois que cheguei da escola e estava entediada. Não havia novidade nenhuma e eu estava cansada de não ter o que fazer. Era um dia comum, até que ouvi o telefone tocar. Minha mãe atendeu e ficou uns quarenta minutos só enrolado, naquele bendito aparelho.

Depois, fui perguntar para minha mãe com que ela tinha conversado e sobre o que ela falava. Mas, ela preferiu manter o suspense. Após o almoço, resolvi tirar um cochilo para ver se essa curiosidade toda acabaria, e em seguida, dormi profundamente.

Só acordei quando ouvi uns latidos e fui correndo para a sala, para ver o que era. Foi aí que me deparei com um lindo cachorro, correndo em minha direção.

Na mesma hora, ouvi tocando no rádio ''One Time'' do cantor Justin Bieber. A música fala sobre um momento especial, um amor. Era o que eu estava sentindo. Logo que vi aquele cachorro, gostei muito dele. Ainda mais ouvindo aquela música romântica. Foi tão marcante!

Depois de fazer uma festa danada com o cachorrinho, descobri que o telefonema da minha mãe se tratava de uma doação. Ficamos com o cachorro e vimos que era uma fêmea. Coloquei o nome na cadelinha de Polly, por influência da minha tia. Enfim, foi um dia muito bom! Eu nunca me esquecerei desta data.

Meu primeiro cachorroAna Clara

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co lég io

Para quem olha a vida de frente.

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