12
B ê Ó Jornal [email protected] Mensário Comunitário de Informação Geral Ano 1 Edição nº 0 Agosto de 2010 “Não há bem sem verdade e beleza” BISPO FILOMENO VIEIRA DIAS CRIMINALIDADE A onda de crimi- nalidade no Bairro Operário baixou consideravel- mente com a ilu- minação Pública. O facto foi reve- lado pelo Coman- dante da Divisão da Polícia Nacio- nal no Sambizan- ga. SANEAMENTO Espera por melhores dias OFERTA SAÚDE O paludismo é a principal doença registada no Cen- tro Médico do B.O. segundo dados da instituição. EDUCAÇÃO A escola do “funge” está mais bonita com o apoio de um grupo de amigos do Bairro Operário. Estudam naquela escola 852 alunos em dois turnos. O estado do sanea- mento básico no Bair- ro Operário apresenta um quadro que inspi- ra alguma atenção de quem de direito. A nossa reportagem andou pelas ruas do B.O. e constatou que é necessário que se faça uma grande cam- panha de limeza e sa- neamento do meio. O Bispo de Cabinda Dom Filomeno Vie- ira Dias ilustre filho do Bairro Operário concedeu-nos uma entrevista onde abor- da aspectos da vida social do nosso país com destaque para as questões cívicas e mo- rais. Pág.3 e 4 Pág.8 Pág.5 Pág.6 Pág.7

Be O Jornal edicao zero

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal comunitario do Bairro Operario em Luanda, Angola. Informacao geral.

Citation preview

Page 1: Be O Jornal edicao zero

Bê Ó[email protected] Mensário Comunitário de Informação Geral

Ano 1Edição nº 0Agosto de 2010

“Não há bem sem verdade e beleza”

BISPO FILOMENO VIEIRA DIASCRIMINALIDADE

A onda de crimi-nalidade no Bairro Operário baixou c o n s i d e r a v e l -mente com a ilu-minação Pública. O facto foi reve-lado pelo Coman-dante da Divisão da Polícia Nacio-nal no Sambizan-ga.

SANEAMENTO Espera por melhores dias

OFERTA

SAÚDE

O paludismo é a principal doença registada no Cen-tro Médico do B.O. segundo dados da instituição.

EDUCAÇÃOA escola do “funge” está mais bonita com o apoio de um grupo de amigos do Bairro Operário.Estudam naquela escola 852 alunos em dois turnos.

O estado do sanea-mento básico no Bair-ro Operário apresenta um quadro que inspi-ra alguma atenção de quem de direito. A nossa reportagem andou pelas ruas do B.O. e constatou que é necessário que se faça uma grande cam-panha de limeza e sa-neamento do meio.

O Bispo de Cabinda Dom Filomeno Vie-ira Dias ilustre filho do Bairro Operário concedeu-nos uma entrevista onde abor-da aspectos da vida social do nosso país com destaque para as questões cívicas e mo-rais.

Pág.3 e 4

Pág.8

Pág.5

Pág.6

Pág.7

Page 2: Be O Jornal edicao zero

EDITORIALNas suas mãos, o número zero do jornal Comunitário de In-formação Geral Bé Ó Jornal. A publicação nasce de um dever de cidadania. É preciso formar e informar a sociedade.A nossa linha Editorial estará baseada no com-promisso com a comu-nidade ajudando-a a crescer em termos so-ciais, cívicos e morais com atitudes positivas perante a dinâmica da vida Social. O Bê Ó Jornal é um periódico (mensário) comunitário de infor-mação Geral sobre o nosso Bê Ó. Falaremos da vida na Comuna do Bairro Operário que como se sabe abarca, o bairro Operário propriamente dito e os sectores do Gika e Valódia. Tudo isso, dentro dos parâmetros do mel-hor jornalismo cuja missão é formar e in-formar sem sensacio-nalismos e especula-ção. Privilegiaremos a informação que de-staque o que de positi-vo existe, sem despre-zar a informação com objectividade.Este primeiro número aparece neste forma-to que evoluirá de-pois para um jornal

tablóide do tipo A3.Vamos necessitar da colaboração das au-toridades da Comuna para a abordagem de matérias ligadas ao funcionamento das diversas instituições, a saber Educação, Saúde, família, ordem interna e outros ser-viços públicos, como a água e electricidade, entre outros.Contamos igualmente com a colaboração da sociedade civil, nome-adamente associações e clubes.Sendo um projecto de cidadania apelamos aos empresários locais a apoiar a iniciativa assumindo assim a sua responsabilidade social. Abrimos as nossas páginas à pub-licidade, de peque-nos, médios e grandes negócios. Divulgar-emos publicidade tanto de pequenas lanchonetes, como de bancos. Anunciar não é um custo é um investimento. Invista em publicidade e au-mente as suas vendas.Estaremos também na internet, numa primeira fase na rede social FaceBook com o endereço www.face-book.com/beojorna-lonline.Viva o Bè Ó!

Bairro OperárioO Bairro Operário é um tradicional bairro suburbano de Luanda que encerra em si es-tórias e factos, dignos de figurarem num ro-teiro de um qualquer cineasta com preten-sões ao sucesso e que queira numa longa metragem ou mesmo num seriado retratar aspectos passados naquele “pedaço de chão áspero, reduto forte do nacionalismo angolano, e enfren-tador atrevido do re-gime fascista conforme escreveu sabiamente Jacques dos Santos no seu ABC do Bê Ó, ed-itado em 1999 pelas ed-ições Chá de Caxinde. Como escreveu um dia o Antropólogo ango-lano Arlindo Barbeitos o Bairro Operário não se trata «de um aglom-erado, como alguns outros, provenientes de épocas remotas, mas sim de uma ur-

banização posterior à I Guerra Mundial, cujo desenvolvimento co-incide com a implanta-ção do poder colonial salazarista». O esboço da planta da então ci-dade de São Paulo de Luanda, mostrava-nos um pequeníssimo aglomerado em 1926, já em 1939 retratava um Bairro Operário maior. Entrincheirado no asfalto, o Bairro Operário, resulta da marginalização e con-sequente destruição da então burguesia an-golana, desalojada da Ingombota, Coqueiros e Muceque Braga e em-purrada para aquele espaço da cidade para lá da areia e bordeado pelas barrocas agora do Miramar. O Bairro Operário ergueu-se as-sim. Os tempos muda-ram novos desafios se colocam hoje a todos aqueles que vivem e amam o Bé Ó.

2 Bê ÓJornal Agosto de 2010

Fundador e Director Interino: Paulo Mateta([email protected])Textos: P. Mateta e Rosalina Mateta([email protected])Concepção Gráfica: Yahfai Mateta e Alexandre BorgesFotografia: Indira Mateta, Kapelo MatetaTiragem: 1000 exemplaresRegisto: 436/MCS/2003Endereço Digital: www.facebook.com/[email protected]ço Provisório: Sede da AMABEO

Ficha Técnica:

Bê ÓJornal

Page 3: Be O Jornal edicao zero

3Bê ÓJornalAgosto de 2010

BÊ Ó Jornal - Que avaliação faz do es-tado do cumprimento das normas cívicas e morais na nossa socie-dade?Bispo Filomeno Vieira Dias - Não é tão alar-mante como parece. O que temos são as consequências dos anos conturbados e de guerra por que passou o país. O económico, o social e o moral camin-ham juntos. A natureza

não faz saltos. O tecido ético da sociedade foi atingido nos seus fun-damentos: a verdade, a solidariedade, o res-peito, a honestidade.

BJ - Havendo degrada-ção de muitos valores morais que terapias sugere para melhorar-se a situação?B.F.VD - É sempre uma questão de liberdade e de consciência; de for-mação dos indivíduos

e educação da socie-dade. Há que repartir da família, da escola, da comunicação social, do mundo das artes, dos órgãos de ordem e segurança e recoser sem remendos um teci-do que perdeu muito do seu vigor. Não de forma decorativa, como um adorno, mas como uma acção que mude o modo de pen-sar, a escala de valores, a concepção da vida e

“O B.O. é o meu kimbo”

BISPO VIEIRA DIAS

do mundo. É o dialogo paciente de gerações e de modelos–propos-tas- educacionais dife-rentes num mundo sempre mais global.

BJ - Em Tudo Verdade e Beleza. É uma das suas divisas no per-curso pela nossa vida terrena. Pode esmi-uçar essa máxima?B.F.VD - Meu caro, Paulo Mateta, seria um tratado. Deixo para outra ocasião. De modo breve: “Em tudo verdade e beleza” quer dizer que na busca do bem da pessoa, das instituições e da so-ciedade, a verdade e a beleza são como o ar que respiramos. Im-prescindíveis e consti-tutivos. Não há bem sem verdade e sem beleza. O bom é belo e verdadeiro.

BJ - A família é a célu-la base da sociedade. Quer comentar? B.F.VD - De um ou de outro modo, cada um de nós é membro de uma família: nasce, cresce emorre numa família. Para a maio-ria das pessoas a pri-meira experiência de relação é feita no seio da família: lugar de transmissão de afec-tos, valores e cultura. É necessário que os pais não se demitam da tão bela e elevada função de transmissores da vida e da vida (o sa-ber, os bons costumes, os modos positivos de

O Bispo de Cabinda Dom Filomeno Vieira Dias, ilustre filho do Bairro Operário dirigiu-se aos seus “concidadãos” nos seguintes termos : «Na minha angolanidade absoluta o B.O. é a minha aldeia, o meu kim-bo e cada um tem direito ao seu canto».

Page 4: Be O Jornal edicao zero

estar no mundo e com os outros). que tenham tempo para estar em casa com a família e em família. Os pais devem acompanhar os filhos, estando presentes. Uma total inexistência de existência conduz a um crescimento sem regras, sem motivação, no fundo, a um senti-mento de abandono. Uma criança precisa de ser estimulada, nem a mais nem a menos, e, quando não é estimu-lada, beijada, acarinha-da, quando não olham para ela, ela vai “defin-hando” com todas as consequências no fu-turo.

BJ - Que recado envia aos jovens angolanos?B.F.VD - Amem An-gola. Não percam a es-perança e nem deixem de transmitir sinais de confiança no amanhã. Ainda é longa a estrada a percorrer… Amem sinceramente esta terra e o seu povo. Cresçam com um forte sentido de responsabilidade pelo próprio bem e pela felicidade (o bem) dos outros. Sejam con-strutores de uma socie-dade aberta ao outro. Amem o direito e a justiça. Que ninguém caia na tentação de viv-er sozinho e de fazer a festa sozinho. Tenham noção das potenciali-dades, das possibili-dades e dos limites. O amanhã em certa me-dida depende de vós e

da capacidade de cada um na hora da verdade ser coerente com os mais belos sonhos da juventude.

BJ - Ainda se sente al-guma resistência de sectores até então liga-dos a Igreja á decisão do Santo Padre de en-via-lo para Cabinda?B.F.VD - Sabe, Cabi-nda é uma terra mara-vilhosa e complexa. Enquanto em alguns sectores perdurar a ideia de se fazer da Igreja por natureza comunidade aberta a todos um espaço e um instrumento de acção política, seremos chamados a conviver com estas “resistên-cias”. Mas a Igreja, enquanto realidade divina, que tem a sua origem e sustentabi-lidade emDeus esta preparada para estes desafios.

BJ - Como vê o sur-gimento de um jornal comunitário, sobretu-do, no Bê Ò?B.F.VD - Uma opor-tunidade e momento de memória e de partil-ha. Uma iniciativa só-cio cultural de grande valência que manterá vivo um passado rico de vivências inspira-doras para os desafios de hoje. Acredito igual-mente ser uma contri-buição a construção lo-calizada da cidadania plural, comprometida e solidária que sempre

caracterizou o pessoal do “bairro”. Felicito os promotores.

BJ - Finalmente o que é que se lhe oferecer dizer aos seus”concidadãos “do Bairro Operário? B.F.VD - Na minha an-golanidade absoluta, o B.O é a minha aldeia, o meu kimbo; e cada um tem direito ao seu can-to. O “bairro” e suas gentes são um pedaço

de mim mesmo. Quero agradecer a cada um por todos gestos de sol-idariedade que tenho encontrado e recebido.Finalmente um voto: mantermos aquele sentimento de família que nos une e continu-armos com verdade e beleza a ser gente de um B.O. rico de tradições. Se possível, um grande abraço a todos e obrigado pela distinção.

4 Bê ÓJornal Agosto de 2010

O Bispo Filomeno Vieira Dias nasceu em Lu-anda em 1958

ESTUDOSEscola primária 147Liceu Paulo Dias de Novais (5º Ano)Seminário Arquiepiscopal de LuandaSeminário Interdiocesano do Huambo tendo sidoOrdenado padre em 30.10.1983, na Igreja de S. Paulo - LuandaLicenciado em Filosofia, Pontifícia Universi-dade Gregoriana - RomaDoutorado em Teologia, Pontifícia Universi-dade Lateranense - Roma

FUNÇÕESReitor do Seminário Maior de Luanda e Vice- Reitor da Universidade Católica de AngolaProfessor no Seminário Maior de Luanda, no Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA), na Universidade Católica de Angola Membro da Academia de Ciências da UniversidadeCatólica Portuguesa e de direcção da Angola Educational Assistence Fund (USA).Colaboração pastoral em várias paróquias de Luanda.Ordenado bispo a 11 de Janeiro de 2004 e no-meado auxiliar de Luanda.Nomeado bispo de Cabinda a 11.2.2005.Desde Março de 2010, Vice-Presidente da Ceast (Conferencia Episcopal de Angola e S. Tomé).

Biografia

Page 5: Be O Jornal edicao zero

5Bê ÓJornalAgosto de 2010

Distante do bairro7ª ESQUADRA

Baseada na divisão do município do Sambi-zanga, junto do mer-cado Roque Santeiro, a 7ª esquadra da Polícia Nacional tem a missão de garantir a segurança e a manutenção da or-dem pública no bairro Operário. Segundo o comandante da Divisão do Sambi-zanga, superintendente Manuel Gonçalves, a unidade do bairro operário atende a co-munidade concreta-mente na 9ª esquadra, por falta de instalações na comuna. “A im-plementação de uma esquadra no bairro Operário depende da administração munici-pal que deve arranjar um espaço” esclareceu. Para atender as ne-cessidades do bairro Operário, a 7ª esquadra é apoiada por duas uni-dades móveis localiza-das no S.Paulo, área do arreiou, e na Avenida dos Combatentes, junto da ex escola 147.O Comandante Manuel Gonçalves garante que nos últimos tempos

o território do bairro Operário “ não tem casos muito alarman-tes”. Entretanto, apon-tou como crimes mais frequentes o furto de acessórios de viaturas e furto no interior de viaturas. “ Estes crimes ocorrem com mais frequência nos Com-batentes e, em alguns casos, com a conivên-cia ou negligência dos guardas afectos às em-presas privadas”, de-nunciou.Também acontecem “com pouca frequên-cia” roubos à mão ar-mada, lutas com frag-mentos de garrafas e armas brancas em can-tinas. Houve uma al-tura em que, por vezes, se registaram algumas situações de rixas en-volvendo grupos rivais em lutas com garrafas e armas de fogo. Mas, hoje já não se regista tanto este tipo de con-flitos, porque a Polícia fez um trabalho que resultou na fuga de uns e na detenção de outros”, justificou o Comandante.

Baixou o índice de criminalidadeO comandante da Di-visão de Polícia do município do Sambi-zanga considerou que o índice de criminali-dade “ é baixo porque tirando os casos que que referiu, a onda de crimes reduziu consideravelmente”. Para esta redução factores como a ilu-minação pública que joga um papel dissua-dor, o patrulhamento apeado e auto terão contribuído significa-tivamente.O patrulhamento, de acordo com o Co-mandante da Divisão

é feito em zonas como a ex feira N’Goma, janela aberta e rua Guerra junqueira (ex- escola 147). Além destes locais já con-hecidos, a Polícia, na voz do comandante de Divisão, pede à população da zona para que colabore fazendo denúncias ligando para os se-guintes números: 914041270(Coman-dante da Divisão), 914041272 (Coman-dante da 7ª esquad-ra) e o 914041275 (oficial de serviço durante as 24 horas).

No mês de Junho, a 7ª esquadra de Polícia do Bairro Operário registou onze crimes e esclareceu oito. Destes crimes quatro foram furtos, três roubos, uma ofensa cor-poral, um de danos materiais, uma violação e outra tentativa.Os referidos crimes ocorreram no horário das 12 horas às 6 da manhã. Assim, houve o registo de seis crimes no período das 0 horas às 6 da manhã, três das 18h às 0h, um das 6h às 12h e mais um das 12h às 18h.Os dias mais “criminosos” foram Domingo (2 casos), Sábado (2 casos), Sexta-feira (2 casos), Quinta-feira (2 casos), e Quarta-feira (2 casos).Oito destes crimes ocorreram na via públi-ca, um no interior de viatura, um num esta-belecimento comercial e um numa residên-cia.Para a prática destes crimes os marginais usaram armas de fogo, brancas e praticar-am ofensas corporais com fragmentos de garrafas.

Estatística dos crimes

Page 6: Be O Jornal edicao zero

6 Bê ÓJornal Agosto de 2010

Paludismo lidera a lista de doenças no centro

SAÚDE NA COMUNIDADE

O Paludismo é a doen-ça que maior número de pacientes leva ao Centro de Saúde do bairro Operário. De acordo com dados for-necidos pela administ-ração daquela unidade sanitária, no segundo trimestre desse ano, foram diagnosticados quatro mil e vinte e um (4.021).Embora o centro tam-bém receba pacientes de outros municípios da província de Lu-anda (principalmente do bairro Sambizanga), estima-se que, mesmo na comuna do bairro operário, o paludismo prevaleça como a pa-tologia mais frequente. A Seguir estão as doen-ças respiratórias agu-das, diarreicas agudas (DDA), hipertensão ar-

terial e outras.Dados estatísticos do Centro de Saúde do bairro Operário dão conta que diariamente são atendidas uma mé-dia de 130 a 135 pes-soas nas consultas de medicina (clínica ger-al), pediatria e consul-ta de pré-natal (CPN). Além destes serviços, o centro conta com o programa alargado de vacinação (PAV), um laboratório de anális-es clínicas, farmácia, sala de tratamentos, administração e um banco de urgências que funciona 24/24 horas com quatro tur-nos compostos por três técnicos. As consultas no Cen-tro de Saúde do bairro Operário são feitas no período das 8h as 13h.

Duas médicas, 38 en-fermeiros e 16 auxilia-res de enfermagem ga-rantem o atendimento aos pacientes da comu-na e não só.A semelhança de out-ras unidades sanitárias da periferia, o centro de saúde do Bêo tam-bém debate-se com algumas dificuldades. Neste momento a maior preocupação é a falta de transporte para evacuação de doentes caso seja necessário. A ambulância que servia o centro está avariada. “ Em caso de evacu-ação solicitamos a out-ros centros de saúde que sempre atendem os nossos pedidos” ex-plicou o administrador do centro de saúde do bairro Operário, Salva-dor Belengue.

Recordando que o centro de saúde, to-dos os dias, regista um número muito grande de pacientes, o admin-istrador apela as auto-ridades da saúde para que encaminhem para lá mais técnicos médios especializados, nome-adamente farmacêuti-cos e analistas.A

NU

NC

IE A

QU

I

Page 7: Be O Jornal edicao zero

Já dissemos que a esc-ola do “funge” mudou para melhor. De acor-do com a sua directora a transformação é fruto de um trabalho conjun-to que pessoas de boa vontade vêm desenvol-vendo há quatro anos. Por estar muito grata ao grupo de amigos do Bêo, Ana Gurgel os fe-licita. “ Eles vendo o es-tado de degradação da escola em que muitos deles estudaram, fiz-eram questão que ela fosse reparada ”, recor-dou.A primeira mudança consistiu na restaura-

ção das salas de aulas, quartos de banho, sub-stituição das janelas de madeira por vidro com caixilharia de alumínio

e pintura geral.Ao esforço do grupo de amigos do bairro Operário, juntou-se o Colégio Pitabel que ”

na pessoa do senhor Pitragrós ofereceu 50 carteiras”, enfatizou Ana Gurgel.A merenda escolar pa-trocinada pelo Dr. Rui Mingas é outro ingre-diente que levou alen-to e maior assiduidade dos alunos. “O sen-hor administrador da Universidade Lusíada nunca fechou os braços para garantir que a dis-tribuição da merenda fosse regular e fizesse com que aumentasse a aprendizagem e o ensino e evitou que os alunos deixassem de vir à escola ”, adiantou, acrescentando ainda que o Dr. Rui Mingas

também ajudou a apet-rechar com carteiras as nove salas de aulas da escola número 4008.A empresa de con-strução Somague tam-bém empresta a sua ajuda para melhorar as condições da escola do “funge”. O seu in-teresse começou em 2009 quando a referida empresa reparou na to-talidade o telhado das salas de aula, fez out-ras melhorias e ainda ofereceu um gerador. Neste ano, no mês de Abril, a Somague ofer-eceu batas e bonés aos alunos. Outras obras estão previstas para breve.

7Bê ÓJornalAgosto de 2010

Escola do “funge” mais bonita

EDUCAÇÃO

A escola do “funge” é certamente o estabelec-imento de ensino mais conhecido do bairro Operário. Mas, actual-mente, poucos saberão do seu estado físico e das condições que ela tem para acolher os alunos e os professores.Da antiga escola sem quintal e de tijolos sem reboco já não há vestí-gios. Hoje, a escola que também já teve o núme-ro 172 está mudada para melhor. Mais acolhedo-ra para alunos e visitan-tes, ela beneficiou de um conjunto de obras de re-

abilitação. Os principais autores dessa transfor-mação foram ex- alunos da escola. Homens já feitos, esses “ kambas” do bairro, há quatro anos substituíram as janelas de madeira por vidro, reabilitaram as salas de aula, os quartos de banho e fizeram uma pintura geral.Agora com o número 4008, a escola do bairro Operário tem matricu-lados 852 alunos dis-tribuídos em dois turnos diurnos que abrangem da iniciação à 6ª classe que actualmente com-

preende o ensino primário. No período nocturno, funciona um turno com apenas duas salas de aulas que acolhe alunos do ensino regular com 15 e 16 anos.As nove salas da es-cola suportam uma população estudantil de 432 alunos do sexo

feminino e 420 do sexo masculino. Vinte professores cuidam da formação. Admin-istrativamente a es-cola tem um gabinete para a directora, um para o sub -director pedagógico, uma sec-retaria e uma sala de professores.

Louvores

A Directora Ana Gourgel

Page 8: Be O Jornal edicao zero

8 Bê ÓJornal Agosto de 2010

“Faxina” precisa-seENQUANTO NÃO CHEGA A REQUALIFICAÇÃO

A nossa Reportagem viajou por várias ruas do Bairro e consta-tou que há uma pre-mente necessidade da união de esforços entre os moradores e as autoridades locais no sentido de tornar mais limpo e acolhe-dor este recanto de Luanda de velhas e nobres tradições. Em tempos que já lá vão era costume cada morador do bairro, varrer a frente da sua porta, mais metade da rua, o que equiva-lia a rua limpa se o vizinho da frente cor-respondesse. E, cor-respondia na maior

parte dos casos. Hoje nada disso acontece e o resultado é um Bairro com ruas su-jas.Vamos voltar aos tempos antigos. Logo pela manhã, vassoura na mão e toca a varrer a frente da sua casa.Mas também torna-se imperioso repensar a recolha do lixo. Os carros deixaram de fazer a recolha porta á porta por razões que podem ser jus-tificáveis, mas o lixo não pode “ancorar” nos locais de trânsito que devem ser mel-hor pensados. Vamos mudar a face do Bê Ó. Mãos à vassoura.

ANUNCIE AQUI

Page 9: Be O Jornal edicao zero

9Bê ÓJornalAgosto de 2010

Bangú ressurge com nova sede

TAL COMO FENIX

O Bangú futebol Clube do bairro Operário está a um passo de ter

uma nova sede que honre o seu nome e de todos aqueles que, de

uma maneira ou out-ra, trabalham para o seu engrandecimento e imortalidade.A nova sede, cujo es-queleto foi erguido na rua G, local onde, co inc identemente , nasceu o actual presi-dente do clube, apre-senta já uma estrutura que está na fase de acabamento e poderá ser inaugurada em Agosto ou Setembro deste ano.Era intenção da di-recção abrir a nova sede em Junho, mas, o presidente do Bangú, Ambrósio Narciso, adiantou que vários condicionalismos im-pediram que tal acon-tecesse.

O edifício de dois pi-sos terá um centro de estágio com 22 camas que vai acolher joga-dores da equipa sé-nior que o clube pensa criar em 2012, gabine-tes para acomodar os membros da direcção, uma área social com salão de festas e um posto médico que, além de servir os atle-tas, poderá acudir ca-sos pontuais na comu-nidade.Nesta fase final das obras, o presidente ainda queixa-se de “ dificuldades de ordem prática,” relativas ao contrato de energia, água e saneamento básico.

Actividades e dificuldadesActualmente, o Bangú tem a sua sede pro-visória agregada as in-stalações da AMABÊO. Tutela as equipas Juve-nil e Júnior de futebol que disputam o campe-onato provincial de Lu-anda. “ Nos dois anos que estamos em com-petição, ambas equipas estão a fazer um campe-onato bastante regular. A nossa prestação é digna”, argumentou o presidente do Bangú.As equipas do Bangú têm muitas carências. A falta de transporte é uma delas. Para fazer deslocar as suas equipas

para os treinos que se realizam no campo da igreja de S. Domingos, com a devida anuência da igreja católica, conta com a prestação de ami-gos. “ O Bangú é susten-tado por meia dúzias de pessoas que querem ver crescer o clube. È pena que grande parte dos moradores e amigos do Bêo que receberam o número de conta não tenham depositado qualquer valor mon-etário”. De qualquer modo, quem quiser ajudar pode depositar na conta Nº 10602345 do BAI.

Fundado a 10 de Junho de 1970. De acordo com Henriques Pedro”Josué”, o clube surgiu no 3º torneio Cuca, depois que Justino Fernandes, na altura promotor de vendas da empresa cervejeira, contactou com algumas pessoas afectas ao futebol no bairro. Na referida competição, a equi-pa atingiu o 3º lugar, e no 4º torneio Cuca ocupou o 2º lugar.Em 1974 o Bangú ficou em 1º lugar do tor-neio Promoção, onde estavam envolvidas equipas de várias províncias. Após inde-pendência, em 1978, disputou o torneio “ Agricultura” que foi a antecâmara para o campeonato provincial de futebol. Dos vários jogos que disputou , o Bangú viria a tornar-se celebre quando venceu por 1-0 a equipa militar do clube 1º de Agosto que, na altura era a mais forte equipa do campe-onato. Por isso, foi apelidado de tomba gigante. “Nós fomos a primeira equipa a vencer o 1º de Agosto”.

História do Bangú

Ambrósio Narciso inspecciona as obras

Page 10: Be O Jornal edicao zero

10 Bê ÓJornal Agosto de 2010

AMABEÓO Bairro Operário conta desde o dia 18 de Abril de 1998,com a sua Associação de Naturais, Moradores e Amigos .Os Estatutos da As-sociação rezam que a mesma é uma orga-nização de carácter filantrópico, apolíti-co e apartidário, que tem como fim social a preservação e pro-moção dos valores so-cioculturais do Bairro e do seu desenvolvim-ento socioeconómico.Incluem-se igualmente

nos fins da AMABEÓ, a realização de acções de Beneficência, de restauro e recuperação de arruamentos e edifí-cios, de apoio á saúde e educação, entre outras actividades de carácter social.Com vista a impulsion-ar o trabalho da Asso-ciação foi criada uma Task-Force, dirigida pelo Presidente da As-sociação Justino Fer-nandes e integrada por Gaspar Neves, Secre-tário Geral da Amabêó, Ambrósio Narciso,

como Coordenador da Task-Force , Francisco Mateta, coordenador Adjunto e Mateus Am-aro, Vogal.A missão principal da Task-Force é o levan-tamento das situações

que entravam o desen-volvimento harmonio-so do bairro e a elabora-ção de um Memorando que será levado á con-sideração das autori-dades do Município do Sambizanga.

Proclamação da AMABEÓ

Mujimbos d'esquinaRequalificação do B.O. - De acordo com noticias que circulam no Bairro, está para breve o inicio de acções práticas no quadro da requalificação do Bairro Operário.Esta noticia,é a mais consistente desde que se vem falando da requalificação de um dos bairros suburbanos mais emblemáticos de Luanda.

Festa da Amizade - O bair-ro viveu nas ultimas duas sema-nas uma euforia desmedida com o anúncio da festa de confrater-nização que reuniu malta do B.O., no Clube dos Caçadores, por ini-ciativa do Vinito e do Jú que desta forma, assinalam os 40 anos da sua amizade. Todos se sentiram no direito de lá estar, embora fosse uma festa particular.Certas vozes são apologistas da institucionalização do Dia da Am-izade no B.O., pegando no exem-plo do Vinito e do Jú. Quem as-sume isso?

Ocupação dos Jovens - Elvino Gouveia, Vinito, um dos principais patrocinadores da Es-cola do Funge, está apostado em ocupar o tempo livre dos Jovens do B.O.,com a instalação de um Cybercentro. Segundo soubemos a ideia está a ser amadurecida para mais tarde ser material-izada.

Page 11: Be O Jornal edicao zero

11Bê ÓJornalAgosto de 2010

40 anos de amizadeVINITO E JÚ

Um encontro de con-fraternização da malta do Bairro Operário realizou-se dia 24 de Julho, no clube dos Caçadores, ao Mira-mar num acto que marcou a celebração dos quarenta anos de Amizade de duas figu-ras do bairro,o Elvino Gouveia (Vinito) e o Rui Tavares (Jú). Esta actividade acontece depois da primeira confraternização que marcou os trinta Anos da sua Amizade.“Nós nos apercebemos aquando da primeira confraternização (ver fotos abaixo) que o

encontro com a malta do Bê Ó fez reviver os nossos tempos de criação no bairro e ci-mentou a relação entre todos nós que lá vi-vemos e crescemos em torno de objectivos co-muns”. Assim começa por justificar o Jú a re-alização da confrater-nização dos 40 anos de amizade com o Vinito.“A nossa amizade nasceu de uma forma muito simples. Como sabem no nosso tem-po um indivíduo não podia namorar uma rapariga de uma zona que não fosse a sua

sem a anuência dos da banda, não podia lá entrar mesmo”. As-sim, a nossa amizade começou quando o Vinito intermediou o meu namoro com uma rapariga da sua zona que era sua amiga”rematou ainda o Jú.“Hoje estamos aposta-dos a utilizar as celeb-rações do aniversário da nossa amizade para realizar coisas úteis em torno do Bairro. Assim este ano, para além de reunirmos o pessoal do bairro

numa confraterniza-

ção vamos também homenagear o Ngola ritmos, através dos seus últimos integran-tes vivos, adiantou por seu lado Vinito.“Temos mais projec-tos de valorização do bairro como o apoio à escola 4008, a conhe-cida escola do funge, com a oferta de batas para os alunos, para além da mobilização de apoios de várias entidades para a pin-tura da Escola e a me-renda escolar. Esta última já acontece com o apoio do pro-fessor Rui Mingas”.

O nosso “grande” Marito

com Vinito (esq.) e Jú (dir.)

Xé grandes bailadores...

Haja homens...

Page 12: Be O Jornal edicao zero

Última Bê ÓJornal Agosto de 2010

Bê ÓJornal

w.w.w.facebook.com/beojornal

Mensário Comunitário de Informação Geral

Ano 1

Edição nº 0

24 Julho de 2010

“Não há bem sem

verdade e beleza”

BISPO FILOMENO VIEIRA DIAS

CRIMINALIDADE

A onda de crimi-

nalidade no Bair-

ro Operário

baixou consider-

avelmente com

a iluminação

Pública. O facto

foi revelado pelo

Comandante da

Divisão da Polícia

Nacional no Sam-

bizanga

SANEAMENTO

Espera por melhores dias

OFERTA

SAÚDE

O paludismo é a

principal doença

registada no Cen-

tro Médico do B.O.

segundo dados da

nstituição

EDUCAÇÃO

A escola

do

“funge” está mais

bonita com o

apoio de um gru-

po de amigos do

Bairro Operário.

Estudam naquela

escola 552 alunos

em dois turnos.

O estado do sanea-

mento básico no Bair-

ro Operário apresenta

um quadro que inspi-

ra alguma atenção de

quem de direito. A

nossa

reportagem

andou pelas ruas

do B.O. e constatou

que é necessário que

se faça uma grande

campanha de limeza e

saneamento do meio.

O Bispo de Cabinda

Dom Filomeno Vieira

Dias ilustre filh

o do

Bairro

Operário

concedeu-nos uma

entrevista onde abor-

da aspectos da vida

social do nosso país

com destaque para

as questões cívicas e

morais. Pág.3 e 4

Pág.8

Pág.5

Pág.6

Pág.7

Bê ÓJornal

w.w.w.facebook.com/beojornal

Mensário Comunitário de Informação Geral

Ano 1

Edição nº 0

24 Julho de 2010

“Não há bem sem

verdade e beleza”

BISPO FILOMENO VIEIRA DIAS

CRIMINALIDADE

A onda de crimi-

nalidade no Bair-

ro Operário

baixou consider-

avelmente com

a iluminação

Pública. O facto

foi revelado pelo

Comandante da

Divisão da Polícia

Nacional no Sam-

bizanga.

SANEAMENTO

Espera por melhores dias

OFERTA

SAÚDE

O paludismo é a

principal doença

registada no Cen-

tro Médico do B.O.

segundo dados da

nstituição.

EDUCAÇÃO

A escola

do

“funge” está mais

bonita com o

apoio de um gru-

po de amigos do

Bairro Operário.

Estudam naquela

escola 552 alunos

em dois turnos.

O estado do sanea-

mento básico no Bair-

ro Operário apresenta

um quadro que inspi-

ra alguma atenção de

quem de direito. A

nossa

reportagem

andou pelas ruas

do B.O. e constatou

que é necessário que

se faça uma grande

campanha de limeza e

saneamento do meio.

O Bispo de Cabinda

Dom Filomeno Vie-

ira Dias ilustre filh

o

do Bairro Operário

concedeu-nos uma

entrevista onde abor-

da aspectos da vida

social do nosso país

com destaque para

as questões cívicas e

morais.

Pág.8

Pág.5

Pág.6

Pág.7

Bê ÓJornal

w.w.w.facebook.com/beojornal

Mensário Comunitário de Informação Geral

Ano 1

Edição nº 0

Agosto de 2010

“Não há bem sem

verdade e beleza”

BISPO FILOMENO VIEIRA DIAS

CRIMINALIDADE

A onda de crimi-

nalidade no Bair-

ro Operário

baixou consider-

avelmente com

a iluminação

Pública. O facto

foi revelado pelo

Comandante da

Divisão da Polícia

Nacional no Sam-

bizanga.

SANEAMENTO

Espera por melhores dias

OFERTA

SAÚDE

O paludismo é a

principal doença

registada no Cen-

tro Médico do B.O.

segundo dados da

nstituição.

EDUCAÇÃO

A escola

do

“funge” está mais

bonita com

o

apoio de um gru-

po de amigos do

Bairro Operário.

Estudam naquela

escola 552 alunos

em dois turnos.

O estado do sanea-

mento básico no Bair-

ro Operário apresenta

um quadro que inspi-

ra alguma atenção de

quem de direito. A

nossa

reportagem

andou pelas ruas

do B.O. e constatou

que é necessário que

se faça uma grande

campanha de limeza e

saneamento do meio.

O Bispo de Cabinda

Dom Filomeno Vieira

Dias ilustre filh

o do

Bairro

Operário

concedeu-nos uma

entrevista onde abor-

da aspectos da vida

social do nosso país

com destaque para

as questões cívicas e

morais. Pág.3 e 4

Pág.8

Pág.5

Pág.6

Pág.7

APOIE ESTA INICIATIVA

CIDADÃ

INFORMAÇÃO AO RITMO DA VIDA