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rosalina-simao-nunes
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Texto criado por Carolina Morgado e Daniela Franco
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Numa bela manhã de verão, uma pequena e
curiosa menina caminhou até ao centro da
sua aldeia, para poder beber a água fresca
que se encontrava na linda fonte perto da
igreja.
A menina chamava-se Bia e era nova naquela
pequena aldeia rodeada por um grande
bosque que, diziam, era encantado mas
ninguém o descobria.
Bia vivia perto do bosque, numa linda casa
azul. Morava com a sua querida mãe e atrás
da sua casa havia um enorme lago.
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A jovem Bia, de cabelos compridos e loiros e
com uns grandes olhos azuis, tinha muito
tempo para observar e apreciar a natureza,
porque a sua mãe passava grande parte do
tempo na merceeira da aldeia.
Como Bia era nova na aldeia e não conhecia
ninguém, decidiu ir à procura dos animais
encantados: esperava encontrar um coelho
com um grande chapéu, e este coelho teria
também de falar… Bia queria encontrar
animais encantados que falassem,
brincassem e voassem. Afinal de contas era
um bosque cheio de alegria e magia.
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E foi numa bela tarde que Bia decidiu visitar
o bosque de que tanto falavam.
Mal colocou o seu pezinho no bosque, tudo se
transformou: as suas roupas tornaram-se
num vestido de uma princesa, cor-de-rosa, e
os seus sapatos eram tão belos que pareciam
de vidro, pois brilhavam como o sol, e os
seus cabelos loiros tornaram-se maiores e
encaracolados.
Bia transformara-se de repente numa
verdadeira princesa do bosque encantado.
Assim que entrou no mundo mágico, a menina
observou que tudo tinha ganho cor; havia
pássaros a cantarolar, os esquilos guardavam
as suas bolotas, trepando de árvore em
árvore, os lobos uivavam, os leões rebolavam
pelas ervas verdes, as borboletas voavam de
tronco em tronco, os coelhinhos saltitavam
por todo o lado e tantos mais animais que
por ali viviam. Tudo fazia um belo barulho
agradável. No bosque, até uma bela cascata
havia, com a água a fazer barulho a cair; os
animais adoravam, pois a água era tão limpa
que quando a bebiam se sentiam livres e
frescos.
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Depois da menina viver todo aquele momento
maravilhoso, decidiu regressar a casa para a
sua mãe não sentir a sua falta, mas quando lá
chegou já estava a mãe em casa à sua
espera. A mãe, preocupada, perguntou à
menina onde tinha estado, porque não a tinha
visto na aldeia, e a menina com medo que a
mãe ralhasse disse, baixinho, que tinha ido à
procura do bosque encantado.
A Bia contou tudo o que aconteceu e viu, mas
a mãe não acreditou, porque pensava que era
da imaginação de uma simples criança de 6
anos.
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Nos dias seguintes, repetiu-se a mesma
história: a menina ia ao bosque, contava à
mãe e ela nunca acreditava, até que a mãe,
um dia, pediu à filha que a levasse lá para
entender toda aquela fantasia. A menina
simplesmente sorriu, porque ia partilhar o
seu bosque encantado com a mãe. Quando lá
chegaram tudo era assustador, escuro e
havia imensos barulhos aterradores, mas, no
bosque, nada se transformou como a menina
queria.
Ficou assustada e a mãe, cada vez mais
preocupada, porque tudo o que a filha dizia
era totalmente o contrário do que via.
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No dia seguinte, a mãe decidiu levar a Bia ao
centro de saúde da aldeia para que o médico
ouvisse as histórias da pequena jovem. Já
dentro do consultório a menina pôs-se a cho-
rar e disse que era verdade, dando a enten-
der ao médico que era real.
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Horas depois, a mãe levou a Bia a comer um
gelado no centro da aldeia para que ela se
sentisse melhor, mas enquanto comia o seu
gelado, as pessoas que por ali passavam
olhavam-na com um olhar curioso e, ao mes-
mo tempo, misterioso. A mãe apercebeu-se e
perguntou à senhora Matilde, a dona da ge-
lataria, se sabia o porquê de todos as olha-
rem daquela maneira.
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A senhora Matilde explicou que o médico
António tinha espalhado por toda a aldeia a
história da menina e contara-lhe que toda
gente queria encontrar a entrada para o
bosque, porque, há uns anos atrás, uma
jovem tinha contado uma história muito
parecida, mas nada se tinha confirmado.
No dia seguinte, em pleno sol, toda a aldeia
corria pelos bosques à procura do tal mundo
mágico, mas ninguém o descobria.
Depois de um dia de correria e esforço
todos passaram a acreditar que era uma
simples mentira.
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Naquela aldeia todos julgavam a menina Bia.
Ela ficou a sentir-se muito mal, porque não
conseguia mostrar aquilo que via, até que
decidiu voltar ao bosque. Tudo se
transformou e correu logo em direção ao
coelho do chapéu para lhe perguntar como
era possível só ela conseguir ver e sentir
todo aquele maravilhoso mundo, enquanto
chorava por todos a chamarem de mentirosa.
O coelho do chapéu grande disse-lhe que ela
tinha sido a princesa escolhida para cuidar
de todos aqueles animais maravilhosos mas,
ao mesmo tempo, o coelho comoveu-se e
prometeu que mostrava o bosque encantado
a todos se ninguém fizesse mal a nenhum
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animal.
A menina ficou muito contente e, nessa
tarde, aproveitou para conhecer e
divertir-se com os seus novos e fiéis amigos.
Bia caminhou entre as árvores, com todos os
seus amigos atrás, saltitava de monte em
monte com grande alegria, mergulhou na
água da bela cascata, brincou às escondidas
e muitas outras brincadeiras.
Até que estava na hora da menina voltar
para junto da sua querida mãe.
Antes de pôr o seu pezinho fora do bosque,
o coelhinho e restantes animais do bosque
encantado juntaram-se e disseram à pequena
jovem que voltasse no dia seguinte com as
pessoas da sua pequena aldeia.
Bia ficou muito satisfeita e assim que saiu
do bosque foi a correr ter com a mãe para
dizer o que o coelho lhe tinha dito. A mãe
pensou que fosse mais uma pequena
imaginação mas, mesmo assim, chamou o
médico e algumas pessoas da aldeia e
regressaram ao bosque no dia seguinte.
No grande e misterioso dia estava a chover
imenso, mas todas as pessoas se reuniram e
foram ver o que realmente se passava.
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Chegaram ao bosque e a menina chamou bem
alto pelo coelho: de repente tudo se
transformou e todos ficaram de boca bem
aberta sem saber o que pensar. Pediram
imensas desculpas à menina, e, logo de
seguida, falaram com todos os animais.
Adoraram!
O coelho do chapéu apercebeu-se que os
humanos não eram tão maus como pensava.
Assim, mandou chamar todas as pessoas
daquela aldeia.
Bia ficou muito contente e cheia de emoção!
Tudo estava a ficar maravilhoso para o seu
lado.
No bosque tudo se transformava ainda mais,
as pessoas da aldeia ficaram todas com
roupas coloridas e bem divertidas. Adoravam
tanto aquele lugar que fizeram um só grupo,
conversaram e chegaram a um acordo
magnífico: toda a aldeia mudava para aquele
lindo bosque, todos tinham os bens
necessários e o que teriam de fazer era
apenas mimar e cuidar dos animais fofos
daquele bosque.
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A partir daquele dia todos ficaram felizes!
O bosque e a aldeia eram um só e todos
ganharam em amizade e alegria. Bia era a
princesa, amada e respeitada por todos e
assim viveu durante muitos, muitos anos.