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Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Ciência da InformaçãoGrupo de Estudos em Biblioteca Escolar
Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimentoParâmetros para bibliotecas escolares
Documento complementar 1: espaço físico
A ARQUITETACamila Alberoni
O FOTÓGRAFOGustavo Miranda Ferreira
APOIOAutêntica Editora
Belo Horizonte2016
EQUIPE RESPONSÁVELGRUPO DE ESTUDOS EM BIBLIOTECA ESCOLARBernadete Campello (Coordenadora)Adriana Bogliolo Sirihal DuarteMarília de Abreu Martins de PaivaMaria da Conceição CarvalhoEduardo Valadares da Silva
Camila Cristina Goncalves GoulartDaniele Vieira NunesFernando Ziviani de OliveiraJefferson Eustáquio de SouzaJosélia Barbosa de SouzaKeter Natália de AraujoKezzia Pinto Silva Pires
Marcus Vinicius de Souza MoreiraMarielle Medeiros OliveiraNeide Maria da SilvaPriscila Erika Bezerra de OliveiraRaquel Paula de SouzaThawanne Andrade Cunha
AS BIBLIOTECÁRIASAlice Alves da Silva (E. M. Elisa Buzelin - SMED – PBH)Flávia Daniella da Silva (E. M. Monsenhor Artur de Oliveira -SMED-PBH)Jourglade de Brito Benvindo Souza (E.M. Francisco Magalhães Gomes -SMED-PBH)Margareth Egídia Moreira (E.M. Maria de Rezende Costa-SMED-PBH)Maria da Conceição de Carvalho (E. M. Professora Eleonora Pieruccetti -SMED-PBH)Sabrina R. Sanches Brasil (E.M. Prof. Tabajara Pedroso-SMED-PBH)Sirlene Pádua (E.M. Oswaldo Cruz -SMED-PBH)
Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento : Parâmetros para bibliotecas escolares : Documento complementar 1 : espaço físico / Grupo de estudos em biblioteca escolar ; Bernadete Campello (Coordenadora). – Belo Horizonte : Escola de Ciência da Informação, 2016.
24 p. : il.
Bibliografia.
ISBN: 978-85-65609-04-3
1. Bibliotecas escolares. 2. Políticas públicas - Brasil. 3. Biblioteconomia. 4. Bibliotecas e educação. I. Grupo de estudos em biblioteca escolar. II. Campello, Bernadete.
CDU: 027.8
B582
Ficha catalográfica: Biblioteca Profª Etelvina Lima, Escola de Ciência da Informação da UFMG
COLABORARAM NA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO:
OS ALUNOS E ALUNAS DA ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO DA UFMG
Sumário
Apresentação 07
Layout de bibliotecas 11
Recomendações 15
Referências 23
Biblioteca escolar é “um espaço de aprendizagem físico e digital, onde a leitura, o questionamento, a pesquisa, o pensamento, a imaginação e a criatividade são centrais para conduzir o estudante na sua trajetória da informação para o conhecimento, em direção ao seu crescimento pessoal, social e cultural (IFLA School Library Guidelines, 2015, p. 16).
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Apresentação
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O documento Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: parâmetros para criação e avaliação de bibliotecas escolares (http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/projetos/MIOLO.pdf) define padrões para criação e aperfeiçoamento de bibliotecas das escolas brasileiras. Os indicadores apresentados nos Parâmetros visam a apoiar a implementação da Lei nº 12.244 de 2010, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino básico do País, estabelecendo o prazo máximo de dez anos para sua efetivação.
De acordo com os Parâmetros, uma biblioteca escolar:
• conta com espaço físico exclusivo, suficiente para acomodar:
- o acervo;
- os ambientes para serviços e atividades para usuários;
- os serviços técnicos e administrativos;
• possui materiais informacionais variados, que atendam aos inte-resses e necessidades dos usuários;
• tem acervo organizado de acordo com normas bibliográficas padronizadas, permitindo que os materiais sejam encontrados com facilidade e rapidez;
• fornece acesso a informações digitais (internet);
• funciona como espaço de aprendizagem;
• é administrada por bibliotecário qualificado, apoiado por equipe adequada em quantidade e qualificação para fornecer serviços à comunidade escolar.
Os Parâmetros estabelecem indicadores numéricos (mínimos e exem-plares) para cada um desses aspectos. No que dizem respeito ao espaço físico, os parâmetros definem que:
A biblioteca escolar conta com espaço físico exclusivo:
• no nível básico: de 50m2 até 100m2;
• no nível exemplar: acima de 300m2.
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A biblioteca escolar possui assentos para acomodar usuários que ali vão para consultar os materiais e/ou realizar atividades:
• no nível básico: assentos suficientes para acomodar simultanea-mente uma classe inteira, além de usuários avulsos;
• no nível exemplar: assentos suficientes para acomodar simul-taneamente uma classe inteira, usuários avulsos e grupos de alunos.
Além de ambientes para os serviços fim a biblioteca escolar conta com ambiente para serviços técnicos e administrativos:
• no nível básico: um balcão de atendimento, uma mesa, uma cadeira e um computador com acesso à internet, para uso ex-clusivo do (s) funcionário (s);
• no nível exemplar: um balcão de atendimento e ambiente es-pecífico para atividades técnicas, com uma mesa, uma cadeira e um computador com acesso à internet, para uso exclusivo de cada um dos funcionários.
Os Parâmetros preveem a elaboração de documentos complementares que ofereçam aos dirigentes educacionais subsídios extras para criação e aperfeiçoamento das bibliotecas de suas escolas. Assim, o presente do-cumento busca complementar os Parâmetros relativamente ao aspecto do espaço físico.
Sabe-se que em grande parte das escolas brasileiras que contam com biblioteca, esta é abrigada em uma sala de aula, contando com espaço de cerca de 50m2. Em escolas que ainda irão criar suas bibliotecas, supõe-se que essa mesma solução adaptada será utilizada.
Este documento visa, portanto, a proporcionar aos dirigentes edu-cacionais idéias para a distribuição do acervo e dos equipamentos em espaços que estão no nível básico dos Parâmetros.
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Bernadete CampelloCoordenadora do Grupo de
Estudos em Biblioteca Escolar
http://gebe.eci.ufmg.br/
Assim, são apresentados diversos exemplos de layout de bibliotecas de cerca de 50m2 e a maneira como o acervo e os equipamentos são ali distribuídos. Tendo em vista a visível exigüidade desse espaço, procura--se apresentar, além das plantas arquitetônicas, algumas soluções criativas que possam ajudar a minimizar o problema.
Todas as sugestões são baseadas na longa experiência de bibliotecá-rias que atuam no Programa de Bibliotecas Escolares da rede municipal de ensino de Belo Horizonte. As fotos que ilustram as recomendações foram tiradas em bibliotecas escolares da rede.
Esperamos que este documento seja útil na criação ou aperfeiçoa-mento de bibliotecas escolares e que essas constituam um estímulo para inovações pedagógicas em escolas que as entendem como espaço de aprendizagem.
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Layout de bibliotecas
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Arquiteta: Camila AlberoniArquiteta: Camila Alberoni
Arquiteta: Camila Alberoni
Uma biblioteca, mesmo pequena, pode atender aos requisitos do nível básico, desde que o espaço seja organizado com criatividade. A seguir estão exemplos de layout de bibliotecas pequenas:
O espaço físico é expandido com o oferecimento de serviços fora das paredes da biblioteca, como por exemplo:
• acervos de classe,
• recantos de leitura no recreio,
• material para os professores na sala de café,
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• clubes de leitura que podem funcionar no pátio ou em outras dependências da escola,
• atividades de uso da internet no laboratório de informática.
O importante é compreender a biblioteca como formadora de leitores e buscar superar as limitações do seu espaço físico.
Uma coleção “enxuta” potencializa o espaço.
Material desatualizado, livros em mau estado de conservação, pre-sença de livros didáticos entulham a biblioteca, desperdiçando espaço valioso que poderia abrigar uma coleção apropriada.
O acervo virtual é outra forma de ultrapassar o limite do espaço físico. Formar e dar acesso a uma boa coleção virtual com materiais da internet e e-books, selecionada com os mesmos critérios de qualidade do acervo impresso, é ampliar as possibilidades de uso da biblioteca.
O uso de redes sociais (facebook, instagram, twitter, por exemplo) abre possibilidades para aumentar a interação com os usuários. As redes podem ser utilizadas para apresentar as novas aquisições, divulgar rese-nhas, enfim, estimular o uso da coleção. Constituem ações que fazem a biblioteca presente em qualquer tempo e lugar.
Bibliotecas públicas, museus e centros culturais são espaços informa-cionais que abrem para os estudantes opções ricas de construção de co-nhecimentos, complementando a função educativa da biblioteca escolar.
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Recomendações
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Mesas quadradas, retangulares e sextavadas proporcionam melhor aproveitamento de espaço e flexibi-lidade de arranjo. Mesas redondas, além de ocuparem mais espaço, ofe-recem menos apoio para os braços e não permitem rearranjos.
Em atividades em que as crianças assentam no chão, é necessário haver uma maneira de protegê-las. Assentos podem ser improvisados, utilizando-se placas emborrachadas, que ocupam menos espaço que pufes.
É bom ter uma alternativa para ocasiões em que os assentos não são suficientes para acomodar uma classe. Nesse caso, banquetas empilháveis podem ser uma solução, ocupando menos espaço do que pufes.
Móveis leves, tipo aramados e móveis com ro-dinhas, de fácil movimentação, possibilitam rearran-jos e melhor aproveitamento do espaço, permitindo atender a demandas específicas de atividades para classes e grupos de diferentes tamanhos.
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Gustavo Miranda Ferreira Foto: Gustavo Miranda Ferreira
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Móveis sob medida podem ser uma boa solução para pequenas bibliotecas. Marceneiros e serralheiros são profissionais que podem ajudar a planejar e criar móveis multifuncionais e que contribuam para aproveitamento do espaço.
Armazenamento de mapas e CD’s Armazenamento de CD’s
O balcão é um móvel que não pode faltar, devendo ficar perto da entrada da biblioteca. Ali são concentradas as ativida-des de atendimento, tais como empréstimo, orientação, infor-mações, controle de entrada e saída. Pode ser uma escrivani-
nha comum, que conte com gavetas e espaço para acomodar materiais. O balcão pode ser feito sob medida. Nesse caso, atenção para a altura, que deve ser adequada para o atendimento a crianças pequenas.
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto
: Gus
tavo
Mira
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Ferre
ira
Foto
: Gus
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Foto: Gustavo Miranda Ferreira
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A biblioteca não é um depósito e sim um lugar de aprendizagem. Portanto, não pode de maneira alguma ser transformada em local para amontoar materiais rejeitados da escola.
A decoração tem que ser dis-creta, adequada a todas as faixas etárias de usuários a que a biblio-teca atende e não contribuir para entulhar a biblioteca, poluindo seu visual.
Em alguns casos é possí-vel usar recursos feitos pelos próprios estudantes, mantendo sempre a sobriedade ou come-dimento na decoração, como nessa cortina feita com a pro-fessora de Artes.
Estantes
Estantes de alvenaria que, a primeira vista podem parecer práticas, devem ser definitivamente evitadas por provocar umidade, mofo e esfarelamento dos tijolos. Além de não atender aos requisitos de flexi-bilidade ‒ essenciais em qualquer biblioteca ‒ a espessura das divisórias das estantes acarreta perda de espaço. A utilização de estantes comuns de almoxarifado também deve ser evitada, pois esse tipo de estante não possui medidas adequadas e nem fechamento lateral das prateleiras.
Foto: Alice Alves da Silva
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
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Embora as estantes sejam geralmente adquiridas no mercado, em tamanho padrão, é bom saber as medidas ideais: altura máxima da estante: 2 metros; profundidade: 20 a 22 centímetros; altura das prateleiras: 30 centímetros.
Há duas formas mais comuns de se dispor os livros.
Em pequenas bibliotecas a melhor solução é dispor as estantes encostadas e aparafusadas nas paredes, garantindo tanto o aprovei-tamento do espaço quanto a segurança.
Estante aparafusada na parede – detalhe
1. Em estantes onde ficam em pé, apoia-dos em bibliocan-tos. É uma maneira econômica, com maior aproveita-mento de espaço. Dessa forma, em um metro linear de estante, armazena-se cerca de 170 livros infantis (mais finos), já consi-derando uma folga de 15 centímetros para manuseio.
Foto: Alice Alves da Silva
Foto
: Gus
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Ferre
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Foto
: Gus
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Esse mesmo espaço (um metro linear) acomoda cerca de 80 livros da coleção geral (mais grossos), também já considerando a folga de 15 centímetros para manuseio.
2. Outra forma é dispor os livros em estantes expositoras, privilegiando a apresentação das capas. Embora ocupe mais espaço, é a maneira ideal para expor livros infantis.
A parte superior pode ser coberta, de forma a evitar danos aos livros, já que a estante está localizada em baixo da janela.
Detalhe da organização dos livros, por ordem alfabética do so-brenome do autor.
Foto: Maria da Conceição de Carvalho
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Maria da Conceição de Carvalho
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Algumas soluções que possibilitam a exposição das capas, podendo ser usadas para livros infantis, revistas e outros materiais mais leves, são suportes de metal em U, que podem ser feitos sob medida, ou aramados encontrados no mercado. Apresentam uma flexibilidade que facilita quando se quer destacar uma parte do acervo.
Foto: Gustavo Miranda Ferreira Foto: Gustavo Miranda Ferreira
Foto: Flávia Daniella da Silva
Foto: Flávia Daniella da Silva Foto: Alice Alves da Silva
Foto: Flávia Daniella da Silva
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Estantes suspensas servem para acomodar material usado com menos frequência, ou que é utilizado apenas por adultos.
É bom lembrar das necessidades das pessoas com deficiência. Existe hoje, no Brasil, preocupação em proporcionar acessibilidade e dois docu-mentos podem ajudar na adequação de espaços, mobiliário e equipamentos para atender a essas pessoas: a Lei nº 13. 146, de 06 de julho de 2015, chamada Estatuto da Pessoa com Deficiência, e a norma NBR 9050/2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
Uma pesquisa de imagens na Internet, usando o termo “biblioteca escolar”, vai possibilitar a visualização de inúmeras possibilidades, muitas delas fora do alcance de uma pequena escola, mas que poderão servir de modelo. Visitas a outras bibliotecas escolares de seu município também podem ser úteis. O importante é que se crie um espaço que, embora exíguo, seja fonte de alegria e de inspiração para crianças e jovens que buscam o conhecimento.
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Referências
BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. Política de desenvolvimento de acervo das bibliotecas escolares da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Programa de Bibliotecas, Grupo de Estudos de Acervo, 2009. 29 p. Disponível em: < file:///C:/Users/Campello/Dropbox/1233-1246-1-PB%20(1).pdf >. Acesso em: 20 mai. 2016.
BRASIL. Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm>. Acesso em: 20 mai. 2016.
CAMPELLO, Bernadete (Org.). Biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
CAMPELLO, Bernadete et al. Parâmetros para bibliotecas escolares brasileiras: fun-damentos de sua elaboração. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.21, n.2, p. 105-120, maio/ago. 2011. Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/10451>. Acesso em: 20 mai. 2016.
Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar/Conselho Federal de Biblioteconomia. Bi-blioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: Parâmetros para criação e avaliação de bibliotecas escolares. Belo Horizonte, 2010. Disponível em: <http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/projetos/MIOLO.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016.
INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS. IFLA School Library Guidelines, 2015. Disponível em: <http://www.ifla.org/publications/node/9512>. Acesso em: 20 mai. 2016.
Fundação Biblioteca Nacional, Coordenadoria do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Biblioteca pública: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento de Processos Técnicos, 2000. 160p. (Documentos técnicos; 6). Disponível em: <http://consorcio.bn.br/consorcio/manuais/manualsnbp/Arqui-voFinal28_08.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016.
Ver especialmente o Anexo 10: móveis e equipamentos, p. 142.
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