BIOPULPECTOMIA E OBTURAÇÃO DOS CANAIS

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Faculdade de Cincias da Sade Universidade de Marlia UNIMAR

JEFFERSON JOS DE CARVALHO MARION

PROCESSO DE REPARO DE DENTES DE CES APS BIOPULPECTOMIA E OBTURAO DOS CANAIS RADICULARES COM OS CIMENTOS SEALAPEXTM OU MTA MANIPULADO COM PROPILENOGLICOL,

ASSOCIADOS AO EFEITO DO EMPREGO OU NO DE UM CURATIVO DE CORTICOSTERIDE-ANTIBITICODissertao apresentada ao programa de Ps-Graduao da Faculdade de Cincias da Sade da Universidade de Marlia (UNIMAR), como parte dos requisitos exigidos para a obteno do ttulo de Mestre em Clnica Odontolgica rea de concentrao em Endodontia. ORIENTADOR: PROF. TITULAR DR. ROBERTO HOLLAND CO-ORIENTADOR: PROF. TITULAR DR. VALDIR DE SOUZA

MARLIA SP 2008

Autorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial desta Dissertao, por processos fotocopiadores e outros meios eletrnicos. Marlia, 26 de maro de 2008.

M341p

Marion, Jefferson Jos de Carvalho Processo de reparo de dentes de ces aps biopulpectomia e obturao dos canais radiculares com os cimentos SealapexTM ou MTA manipulado com propilenoglicol, associados ao efeito do emprego ou no de um curativo de corticosteride-antibitico./ Jefferson Jos de Carvalho Marion -- Marlia: UNIMAR, 2008. 377f. Dissertao (Mestrado em Clnica Odontolgica rea de concentrao em Endodontia)- Faculdade de Cincias da Sade, Universidade de Marlia, Marlia, 2008. 1. Endodontia 2. Biopulpectomia 3.Propilenoglicol 4. Agregado de Trixido Mineral (MTA) 5.Sealapex 6.Otosporin 6. Medicao de Corticosteride-Antibitico 7. Tratamento de Canais Radiculares I. Marion, Jefferson Jos de Carvalho II. Processo de reparo de dentes de ces... CDD 617.634

UNIVERSIDADE DE MARLIA UNIMAR REITOR: MRCIO MESQUITA SERVA

PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO PR-REITORA: PROF. DRA. SUELY FADUL VILLIBOR FLORY

FACULDADE DE CINCIAS DA SADE DIRETOR: PROF. DR. ARMANDO CASTELO BRANCO JNIOR

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CLNICA ODONTOLGICA REA DE CONCENTRAO EM ENDODONTIA

ORIENTADOR: PROF. TITULAR DR. ROBERTO HOLLAND

CO-ORIENTADOR: PROF. TITULAR DR. VALDIR DE SOUZA

DADOS CURRICULARES

JEFFERSON JOS DE CARVALHO MARION

Data de Nascimento

20 de janeiro de 1971 Nova Esperana PR

Filiao

Jair de Carvalho Lourdes Catarina Marion de Carvalho

1991-1995

Curso de Graduao em Odontologia, na Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUC-PR, Brasil).

1995-1996

Curso de Ps-Graduao Latu Senso em Endodontia na Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUC-PR).

1996-1997

Segundo Tenente Dentista, prestando servios tcnicos especializados ao Comando Militar do Sul, 5 Batalho de Suprimentos Formao Sanitria (5 BSup). Curitiba, PR, Brasil.

1997 Atual

Servios

tcnicos

especializados

em

Endodontia, Consultrio Odontolgico J Marion Endodontias, Brasil.

2003-2004

Professor auxiliar no Curso de Odontologia na disciplina de Endodontia da Faculdade Ing, UNING, Brasil.

2006-2008

Curso

de

Ps-Graduao em de Clnica Marlia,

Strictu

Senso, da

Mestrado

Odontolgica UNIMAR,

Universidade

Brasil.

Orientador: Prof. Titular Dr. Roberto Holland, rea de concentrao: Endodontia.

DEDICATRIA

A DEUS, fonte de vida e de toda sabedoria, que me concedeu o privilgio de iniciar e concluir este curso de Mestrado, capacitando-me, sustentando-me, protegendo-me e colocando em meu caminho as pessoas certas para que eu pudesse concretizar este trabalho. ...Tu s meu servo, eu te escolhi, e no te rejeitei. No temas, porque eu estou contigo. No te assustes, porque eu sou o teu Deus. Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo. Sim, eu te seguro com minha mo vitoriosa...(Is. 41-9,10)

A MINHA ME LOURDES, exemplo de vida, de honestidade, de carter, de sabedoria, de fora de vontade, carinho, amor e compreenso. Minha eterna gratido pela formao moral, intelectual e espiritual. Nunca poupou esforos para o meu engrandecimento, sempre acreditou em mim, passou-me confiana e, com muita convico, fez-me seguir em frente, at nos momentos em que eu mesmo no acreditava ser capaz. Muito obrigado por estar sempre a meu lado, renunciando, em muitos momentos, aos prprios sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Eu a amo muito! A senhora meu incentivo constante, me e tambm pai. Hoje, me, colha comigo um pouco do que tanto lutou para dar a seu filho! Para completar o homem, Deus fez a mulher... Mas para participar do milagre da vida, Deus fez a me. Para liderar uma casa, Deus fez a mulher... Mas para edificar um lar, Deus fez a me. Para estudar, trabalhar e competir, Deus fez a mulher... Mas para guiar a criana insegura, Deus fez a me. Para os desafios da sociedade, Deus fez a mulher... Mas para o amor, a ternura e o carinho, Deus fez a me. Para fazer qualquer trabalho, Deus fez a mulher... Mas para embalar o bero e construir um carter, Deus fez a me. Voc o mais lindo presente de Deus para mim. Eu quero ser uma ddiva de Deus pra voc. Te amo, Me!(Autor desconhecido)

A MEU PAI, JAIR (in memorian), que empreendeu sua viagem felicidade eterna, convertido numa estrela no cu, e que me acompanha e me protege com sua luz. Minha estrela-guia,... minha lgrima e meu riso, meu grande aprendizado, minha maior saudade. Voou como um pssaro... voou, virou estrela... a mais linda estrela do meu cu!(Mari Zalaf)

A MEUS AVS APARECIDA e JOS PAULO MARION, personalidades marcantes em minha vida e em nossa famlia, pelos quais tenho muito carinho e muita gratido. Muito obrigado por todos esses anos dedicados a ns, filhos, netos e bisneto, sempre colaborando, incentivando, orientando o meu caminho e participando das minhas decises. Obrigado por serem meus segundos pais, por marcarem minha educao e formao de maneira to presente. Pa e Ma, amo vocs!

A MEUS FAMILIARES, pelo amor, carinho, companheirismo, apoio, pela confiana e compreenso. Obrigado por entenderem minha ausncia,

participarem dos meus sonhos e me apoiarem para realiz-los. Com vocs aprendi o verdadeiro significado da palavra cumplicidade. Esta conquista nossa. Agradecer admitir que houve um momento em que se precisou de algum, reconhecer que o homem jamais poder lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ningum e nada cresce sozinho, sempre preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um gesto de compreenso, uma atitude de amor.(Autor desconhecido)

A minha secretria, PAULA CARDOSO, por sua fidelidade, cumplicidade, honestidade, profissionalismo e amizade, que me impressionam. Sem voc eu jamais conseguiria fazer este curso de Mestrado, e por isso que esta vitria tambm sua.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A realizao deste trabalho s foi possvel graas colaborao direta ou indireta de muitas pessoas. Manifesto minha gratido a todas elas, e de forma particular s seguintes:

A meu orientador PROF. DR. ROBERTO HOLLAND, pelo exemplo de competncia, pacincia, conhecimento e determinao, e pela forma com que me acolheu: de portas abertas, como um pai acolhe um filho. Sua dedicao, convivncia, amizade, alm de apoio e incentivo constante trouxeram influncias marcantes em minha conduta profissional, cientfica e pessoal. um lder, formador de discpulos e o grande responsvel pelo desenvolvimento deste trabalho, alm de exemplo de pesquisador e defensor da Endodontia Biolgica. Muito mais que Endodontia, ensinou-me sua paixo e dedicao pela docncia e pela cincia, o que transformou minha vida. Tenho a honra de fazer parte da ltima turma que o teve como mestre. Expresso meu orgulho, agradecimento e minha felicidade por ter sido seu orientado. Meu sincero respeito e minha gratido. Mestre aquele que caminha com o tempo, propondo paz, fazendo comunho, despertando sabedoria. Mestre aquele que estende a mo, inicia o dilogo e encaminha para a aventura da vida. No aquele que ensina frmulas, regras, raciocnios, mas o que questiona e desperta para a realidade. No aquele que d o seu saber, mas aquele que faz germinar o saber do discpulo. Eu serei sempre seu discpulo na escola da vida.(N. Maccari)

A meu co-orientador PROF. DR. VALDIR DE SOUZA, exemplo de humildade e dedicao, pela maneira sbia e paciente como guia e ensina seus alunos. Muito obrigado pelas sugestes, pelo apoio, pela amizade, pelo carinho e pelas muitas vezes que me recebeu em sua casa. Sempre me lembrarei de sua ajuda e de sua presena, que neste trabalho foram fundamentais. Seguirei seus conselhos! Ddiva poder regar a rvore para que cresa e d frutos. Tarefa rdua ensinar a autodisciplina, e ao mesmo tempo nortear de forma singela.(Autor desconhecido)

PROF DR SUELI MURATA, mulher batalhadora, dedicada, exemplo de pesquisadora, sempre atenta s minhas necessidades, pela ajuda incansvel na realizao deste trabalho. Sua garra e seu entusiasmo pela pesquisa so contagiantes e dignos de serem seguidos. Obrigado, professora, pelas suas dicas e pelos seus conselhos. A voc, meu respeito e reconhecimento.

Ao PROF. DR. FRANCISCO SOUZA FILHO, pelo estmulo e incentivo, pelo grande ser humano e pesquisador que sempre contribui para o avano e crescimento dos que esto a sua volta. Obrigado, por sua amizade e tambm por mais uma vez aceitar minha solicitao, fazendo parte da banca examinadora.

Ao PROF. DR. ESTRELA, grande pesquisador da Endodontia Nacional e Mundial. Obrigado, pelo carinho com que aceitou gentil e prontamente participar e colaborar com este trabalho, fazendo parte da banca examinadora.

A meu amigo de mestrado DOMINGOS NETO e sua esposa ELAINE. Vocs me ensinaram que a vida pode ser vivida com leveza e tranqilidade. Que viver o hoje mais importante que esperar pelo amanh. Domingos, obrigado pela pacincia, pelos conselhos, pelo acolhimento em sua casa, pelos muitos momentos compartilhados durante o curso. Valeu, meu amigo! Onde quer que voc v, que Deus o acompanhe sempre!

A minha amiga de mestrado SUELLEN BORLINA. Sua inteligncia e seu carter faro de voc uma mulher de sucesso. Voc exemplo de trabalho e disciplina. Obrigado pela amizade, pelos conselhos e pela ajuda constante nos momentos em que precisei, e tambm por me deixar fazer parte da sua famlia. Hoje nossos caminhos se partem, para que possamos andar sozinhos, na certeza de que todas as estradas se unem em um ponto comum, onde nos encontraremos para falar da vida, das lgrimas, do sorriso e, claro, dos sonhos que ainda ousaremos realizar. Sentirei saudades. E ter saudades no ter medo de olhar para trs, ter coragem de aprender tudo o que se viveu. Afinal, a vida continua, a nossa historia continua... No fiquemos tristes nas despedidas. Uma despedida necessria antes de a gente se encontrar outra vez.(Autor desconhecido)

A meu amigo RAPHAEL MATTOSINHO. difcil colocar em palavras tudo o que voc fez para que eu pudesse concluir este curso de Mestrado. Alm de realizar quase toda a assessoria de informtica, voc foi o amigo fiel que abdicou dos seus momentos de lazer e tambm de alguns momentos profissionais e familiares para que eu pudesse concretizar este trabalho. Seu empenho, carinho, respeito, e sua dedicao, pacincia e alegria contagiante me deram foras para continuar. Show, Mattoso! Valeu, fera!

Ao amigo RONALDO CECHELA, que tambm dedicou parte do seu tempo para confeccionar as ilustraes grficas deste trabalho e se disps, nos momentos em que precisei, dando-me segurana e tranqilidade para obteno de um bom resultado. Sua dedicao foi muito importante para mim. Obrigado!

amiga NATHLIA MACHADO, pela generosidade com que disps do seu tempo e de sua energia para que esta Dissertao fosse editada, e pelas sugestes de mudanas na forma e no contedo.

Ao PROF. CARLOS, pelo auxlio nas tradues de ingls, e pelo respeito a este trabalho.

Ao PROF. DR. ELI DEZAN JNIOR, pela contribuio valiosa e fundamental na elaborao da anlise estatstica dos resultados.

PROF DR JEANETTE DE CNOP, vice-presidente da Academia de Letras de Maring, pela correo e adequao deste trabalho luz das normas que regem a Lngua Portuguesa. E a HELAINE FERREIRA, pela formatao, diagramao e normalizao segundo a ABNT.

A ANDRA HERMNIO e REGINA PEREIRA, secretrias do curso de psgraduao da UNIMAR, pela extrema dedicao em todos os momentos necessrios, pelo carinho e principalmente pela amizade que construmos. J sinto saudades.

A NEUCI VIEIRA, HERMELINDA BREFORE e NEUZA SANTOS, pelo brilhante trabalho no processamento histolgico e pelo carinho com que me receberam no laboratrio da disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araatuba.

bibliotecria da UNIMAR, CESIRA PORTO, pelo auxlio durante a elaborao deste trabalho. E tambm aos funcionrios SEBASTIO, GE, WANESSA e ROSENI, pelo apoio constante durante todo o tombamento bibliogrfico realizado.

coordenadora do biotrio da UNIMAR, PATRCIA BUENO, por apoiar na realizao desta pesquisa, colocando-se disposio em todos os momentos em que foi solicitada. Aos funcionrios ROBERTO, PABLO e OSMAR, pela disponibilidade e ajuda na aquisio e manuteno dos ces utilizados neste trabalho. E aos ANIMAIS, por contriburem em benefcio da espcie humana e da cincia endodntica.

Ao PROF. GILBERTO GARUTTI (Giba), pelo acompanhamento durante a disciplina de Estgio Docncia, e ao PROF. SEBASTIO DE CARVALHO, responsvel pelas disciplinas de Metodologia Cientfica, Metodologia da Pesquisa e Bioestatstica, pela confiana e pelo incentivo demonstrados, alm do apoio no decorrer do curso. Nos bastidores do palco iluminado, resultado da empatia e convivncia, acontece o verdadeiro espetculo.(Autor desconhecido)

s PROFas RICA LOPES e VNIA WESTPHALEN, por terem despertado em mim o amor pela Endodontia e pelo ensino. Vocs plantaram uma semente que agora comea a gerar frutos. O seu eterno aluno lhes agradece pelas oportunidades durante a graduao e a especializao, pois vocs me orientaram a encontrar o rumo a ser seguido.

A PROF BEATRIZ FRANA, que me ensinou a amar a Odontologia, sendo base na construo do meu carter e da minha personalidade profissional. Exemplo de dignidade e profissionalismo a serem seguidos. Agradeo pelo seu incentivo, sua confiana, sua amizade e, agora, por mais esta vitria. Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos.(Winston Churchill)

A DONA NETA, esposa e companheira do Prof. Dr. Valdir de Souza, pela amizade e carinho manifestado em todas as vezes em que me recebeu em sua casa e, tambm, nas conversas informais que tanto contribuiu para nossa amizade.

A TODOS OS AMIGOS que participaram, direta ou indiretamente, da minha formao profissional e humana, e que torceram por mim em aes e oraes. Quando me lembro de tantos momentos que passamos juntos, percebo o quanto vocs so importantes para mim. Ora aprendendo, ora ensinando, s vezes alegre, s vezes de mau humor... respeitando as diferenas e desejando sempre tudo de bom, uns ao outros. Sou muito feliz por poder compartilhar minha vida com vocs.(Adaptado de Ortega & Gutierres)

amiga MARCIA FRANZONI ARRUDA, responsvel pelo meu ingresso neste curso de Mestrado, nesta fase da minha vida. Esta vitria tambm sua. Muito obrigado!

minha famlia em Marlia, SUELLEN, DONA NICE, NAIARA e CELSO BORLINA, pelo carinho, acolhimento, pela preocupao e dedicao. Esses dois anos de convivncia sero inesquecveis! Meu agradecimento.

As minhas eternas secretrias, EDILEUSA, ALESSANDRA e NEIDE, por vocs cuidarem com tanto carinho e respeito dos meus pacientes e tambm de mim. Vocs foram pilares slidos para que eu pudesse conquistar esta vitria. Muito obrigado.

UNIVERSIDADE DE MARLIA, na pessoa do magnfico reitor Mrcio Mesquita Serva, pela realizao deste curso de Mestrado.

Faculdade de Odontologia de Araatuba, Universidade Estadual Paulista, na pessoa do diretor PROF. DR. PEDRO FELCIO ESTRADA BERNAB, e em especial disciplina de Endodontia dessa faculdade, por dar suporte e auxiliar em toda a parte laboratorial deste trabalho.

Uma nuvem no sabe porque se move em tal direo e em tal velocidade. Sente o impulso... para este lugar que deve ir. Mas o cu sabe os motivos dos desenhos por trs das nuvens. E voc tambm saber quando se erguer o suficiente para ver alm dos horizontes.(Richard Bach)

MARION, J.J.C. Processo de reparo de dentes de ces aps biopulpectomia e obturao dos canais radiculares com os cimentos SealapexTM ou MTA manipulado com propilenoglicol, associados ao efeito do emprego ou no de um curativo de corticosteride-antibitico. Marlia, 2008. 377f. Dissertao (Mestrado em Clnica Odontolgica rea de Concentrao em Endodontia) Faculdade de Cincias da Sade, Universidade de Marlia, Marlia, 2008.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo o processo de reparo de dentes de ces aps biopulpectomia e obturao dos canais radiculares com SealapexTM ou MTA manipulado com propilenoglicol, associados ao efeito do emprego ou no de um curativo de corticosteride-antibitico (Otosporin). Foram utilizadas 40 razes de incisivos e pr-molares de ces adultos jovens, fmeas, da mesma ninhada e sem raa definida, com idade mdia prxima a 2 anos. Os dentes foram preparados biomecanicamente pela tcnica mista invertida, e em seguida foi efetuado o arrombamento da barreira cementria apical at a lima K 25, dando origem ao forame principal. Com a finalidade de permitir a neoformao de um coto pulpar, atravs da invaginao de um tecido conjuntivo periodontal pelo forame, 20 canais receberam o curativo de demora de Otosporin por 7 dias. Cada canal foi ento obturado pela tcnica da condensao lateral com cones de guta percha e um dos materiais estudados. Os demais canais foram obturados em sesso nica, utilizando-se a mesma tcnica de obturao e cada um dos materiais sem a aplicao do curativo de Otosporin. Decorridos 90 dias, os animais sofreram processo de eutansia, por overdose de soluo anestsica. As maxilas e mandbulas foram removidos, e os espcimes preparados para anlise histomorfolgica e histomicrobiolgica. Os resultados estatsticos demonstraram que o curativo de Otosporin favoreceu o processo de reparo, independentemente dos cimentos utilizados (p=0,03). Assim, com base nos resultados foi possvel concluir que a obturao dos canais radiculares com SealapexTM ou MTA manipulado com propilenoglicol, apresentaram comportamento semelhante e que o uso do curativo de Otosporin, favoreceu o processo de reparo. Palavras-chaves: 1.Endodontia; 2.Biopulpectomia; 3.Propilenoglicol; 4.Agregado de Trixido Mineral (MTA); 5.Sealapex; 6.Otosporin; 7.Medicao de corticosteride-antibitico; 8.Tratamento do canal radicular.

MARION, J.J.C. Healing process of dogs teeth after biopulpectomy and root canal filling with Sealapex or MTA with propylene glycol associated to the effect of corticosteroid-antibiotic applying or not. Marlia, 2008. 377f. Dissertao (Mestrado em Clnica Odontolgica rea de Concentrao em Endodontia) Faculdade de Cincias da Sade, Universidade de Marlia, Marlia, 2008.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the healing process of dogs after biopulpectomy and root canal filling with SealapexTM or MTA with propylene glycol associated or not a corticosteroid-antibiotic (Otosporin) dressing. It were used forty roots of incisives and pre-molars of two young adult mongrel dogs from the same litter aging about 2 years old. The teeth were prepared by reverse mixed technique and the cementary barrier was perforated and enlarged up to file K#25, originating a main foramen. Aiming the neoformation of pulp stump with the ingrown a periodontal connective tissue thru the foramen, twenty canals received a dressing with Otosporin for 7 days aiming to allow the neo-formation of a pulp stump. Each root canal was then filled by the lateral condensation technique with gutta-percha points and one of the studied materials. The 20 canals remaining were filled in just one session using the same root canal filling technique and materials but without the use of Otosporin dressing. After 90 days, the animals were sacrificed by an overdose of anesthetic, the maxillas and jaws were removed and the teeth were prepared for histomorphological and histomicrobiological analysis. The Otosporin dressing favored the healing process independently of the studied filling material (p=0.03). It was possible to conclude that the root canal filling with SealapexTM or MTA with propylene glycol showed similar behavior and the use of Otosporin dressing improved the healing process.

Keywords: 1.Endodontics; 2.Biopulpectomy; 3.Propylene glycol; 4.Mineral Trioxide Aggregate (MTA); 5.Sealapex; 6.Otosporin; 7.Corticosteroid-antibiotic dressing; 8.Root canal treatment.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1

CEMA (Centro de Experimentao em Modelos Animais) da UNIMAR.................................................................................... 169 Vista panormica parcial do canil da UNIMAR......................... 170

FIGURA 2 FIGURA 3

A- Co 1; B- Co 2; C- Incisivos centrais e mediais anteriores; D- Segundos, terceiros e quartos pr-molares superiores e inferiores; E- Pelcula em posio para tomada radiogrfica; F- Radiografia dos incisivos; G- Radiografia dos pr-molares.............................................................................. 172 A- Injeo intramuscular na coxa do co; B- Drogas utilizadas para anestesiar os ces; C- Depilao da pata do co; DColocao do scalp; E- Soluo de Ringer; F- Animal sendo hidratado; GComplementao anestsica no 174 scalp....................................................................................... Sealapex (SybronEndo SDS)............................................. 177 ProRoot MTA (Dentsply)....................................................... 178

FIGURA 4

FIGURA 5 FIGURA 6 FIGURA 7

Propilenoglicol PA (CAQ Casa da Qumica Ind. e Com. LTDA.)...................................................................................... 179 Otosporin (FQM Farmoqumica SA).................................... 181

FIGURA 8 FIGURA 9

A- Delimitao do campo operatrio; B- Antissepsia com taa de borracha; C- Antissepsia da cavidade oral; D- Isolamento, com dique de borracha, dos pr-molares; E- Isolamento, com dique de borracha, dos incisivos; F- Antissepsia do campo operatrio.................................................................................. 184 A- Abertura coronria; B- Abertura coronria com exposio pulpar dos incisivos; C- Abertura coronria com exposio pulpar dos pr-molares; D- Pulpectomia dos incisivos; EPulpectomia dos pr-molares................................................... 186 A- Realizao da odontometria dos incisivos; B- Realizao da odontometria dos pr-molares; C- Radiografia de odontometria dos incisivos; D- Radiografia de odontometria dos pr-molares........................................................................ 187

FIGURA 10

FIGURA 11

FIGURA 12

A- Abertura com ampliador de orifcio; B- Abertura com broca de Gates Glidden; C- Arrombamento da barreira cementria com alargador mecnico; C1- Representao esquemtica do arrombamento da barreira cementria com alargador mecnico; D- Irrigao/aspirao da soluo irrigadora........... 189 A- Preenchimento do canal com Otosporin; B- Canal preenchido com Otosporin; C- Selamento com guta percha; D- Dente com restaurao provisria....................................... 191 A- Sealapex sendo manipulado; B- Sealapex sendo levado ao canal; C- MTA sendo manipulado; D- MTA envolvendo o cone principal na esptula; E- MTA sendo levado ao canal; F- Cone principal + cone secundrio + espaador no pr-molar; G- Grupos de incisivos com MTA e Sealapex; H- Grupos de pr-molares com MTA e cones de guta percha obturando o canal; I- Hollemback 3S cortando os cones; J- Condensando a obturao; K- Dentes com restaurao definitiva em amlgama; L- Radiografia final de obturao.................................................................................. 194 Maxila e mandbula dissecadas................................................ 195 A- Maxila e mandbula desmineralizadas; B- Dente sendo separado da maxila; C- Dente sendo preparado para incluso na parafina; D- Dente includo na parafina; E- Corte seriado; F- Cortes sendo preparados para serem montados nas lminas; G- Cortes nas lminas; H- Mquina corando por HE; I- lmina corada por HE; J- lmina corada pelo mtodo de Brown e Brenn.......................................................................... 197 Representao esquemtica do dente trabalhado................... 198

FIGURA 13

FIGURA 14

FIGURA 15 FIGURA 16

FIGURA 17 FIGURA 18

Locais pr-estabelecidos em que foram efetuadas as medidas das espessuras do cemento neoformado e do ligamento periodontal. Alm disso, os 4 segmentos obtidos foram utilizados para avaliar a organizao do ligamento periodontal: Pontos 1 a 5 - locais do incio da circunferncia apical; Ponto 3 - local correspondente ao vrtice apical; Pontos 2 e 4 - locais correspondentes, respectivamente, s distncias mdias entre os Pontos 1 e 3 e os Pontos 3 e 5..... 200 Representao esquemtica do selamento biolgico completo de todos os canais do delta apical............................ 203 Representao esquemtica do selamento biolgico completo na maioria dos canais do delta apical....................... 204

FIGURA 19

FIGURA 20

FIGURA 21

Representao esquemtica do selamento biolgico completo em poucos canais do delta apical............................. 204 Representao esquemtica da ausncia do selamento biolgico nos canais do delta apical......................................... 205 Representao esquemtica do selamento biolgico completo do canal principal...................................................... 206 Representao esquemtica do selamento biolgico parcial do canal principal...................................................................... 206 Representao esquemtica da deposio de cemento apenas nas paredes laterais do canal principal........................ 207 Representao esquemtica da ausncia de cemento neoformado junto ao canal principal........................................ 207 Representao esquemtica da extenso do infiltrado inflamatrio agudo ou crnico evidenciando: 1- Clulas inflamatrias ausentes.............................................................. 210 Representao esquemtica da extenso do infiltrado inflamatrio agudo ou crnico evidenciando: 2- Clulas inflamatrias localizadas dentro das ramificaes apicais ou junto aos forames..................................................................... 211 Representao esquemtica da extenso do infiltrado inflamatrio agudo ou crnico evidenciando: 3- Clulas inflamatrias pouco alm dos forames apicais......................... 211 Representao esquemtica da extenso do infiltrado inflamatrio agudo ou crnico evidenciando: 4- Clulas inflamatrias em grande parte do espao periodontal.............. 212 Representao esquemtica da insero das fibras do ligamento periodontal apical do cemento ao osso alveolar, em toda poro apical do dente. evidenciado o ligamento totalmente organizado.............................................................. 213 Representao esquemtica da insero das fibras do ligamento periodontal apical do cemento ao osso alveolar, em 3/4 da poro apical do dente............................................. 214

FIGURA 22

FIGURA 23

FIGURA 24

FIGURA 25

FIGURA 26

FIGURA 27

FIGURA 28

FIGURA 29

FIGURA 30

FIGURA 31

FIGURA 32

FIGURA 33

Representao esquemtica da insero das fibras do ligamento periodontal apical do cemento ao osso alveolar, em 1/2 da poro apical do dente............................................. 214 Representao esquemtica da insero das fibras do ligamento periodontal apical do cemento ao osso alveolar, em 1/4 da poro apical do dente............................................. 215 Representao esquemtica da ausncia de organizao das fibras do ligamento periodontal apical do cemento ao osso alveolar, em toda a poro apical do dente..................... 215 Representao esquemtica do limite da obturao do canal radicular: 1- Material obturador contido no canal cementrio... 216 Representao esquemtica do limite da obturao do canal radicular: 2- Material obturador discretamente alm do forame apical............................................................................ 217 Representao esquemtica do limite da obturao do canal radicular: 3- Material obturador ultrapassa o forame apical at a metade da espessura do ligamento periodontal.................... 217 Representao esquemtica do limite da obturao do canal radicular: 4- Material obturador ocupa toda a espessura do ligamento periodontal ou ultrapassa esse limite....................... 218 Notar ramificao do delta apical com selamento biolgico (seta). No canal principal observa-se que o cimento obturador ultrapassou o forame apical e foi envolvido pelo cemento neoformado que promoveu selamento biolgico. HE 40X 225 Maior aumento da figura anterior, detalhando selamento biolgico do canal principal (seta), ligamento periodontal e tecido sseo. HE 100X............................................................. 225 Maior aumento da Figura 40, exibindo canal do delta apical com selamento biolgico por cemento neoformado, com cimento obturador em sua intimidade. Ligamento periodontal (LP) bem organizado e com clulas inflamatrias (seta) do tipo crnico na poro inferior. HE 100X.................................. 226

FIGURA 34

FIGURA 35

FIGURA 36

FIGURA 37

FIGURA 38

FIGURA 39

FIGURA 40

FIGURA 41

FIGURA 42

FIGURA 43

Notar, do lado esquerdo, canal do delta apical com selamento biolgico e partculas do cimento obturador na intimidade do cemento neoformado (seta) e no ligamento periodontal. Na poro central e no lado direito, pequenas ramificaes do delta apical com selamento biolgico. HE 40X 226 Resduos do cimento obturador nas paredes do canal principal e na superfcie do cemento neoformado que selou o canal do delta apical. Esse canal exibe partculas do cimento obturador na intimidade do tecido conjuntivo (seta). HE 200X. 227 Canal do delta apical do lado direito exibe selamento biolgico e fragmentos de dentina (seta) na superfcie do cemento neoformado. Na poro central o canal principal exibe cemento neoformado depositado nas paredes laterais. No lado esquerdo nota-se tecido conjuntivo no interior de duas ramificaes apicais. Partculas do material obturador podem ser visualizadas no ligamento periodontal que exibe infiltrado inflamatrio do tipo crnico. HE 100X........................ 227 Cimento obturador junto parede do canal principal do lado direito. Cemento neoformado repara reas de reabsoro. Intenso processo inflamatrio do tipo crnico no ligamento periodontal espessado. HE 100X............................................. 228 Vista panormica mostrando a poro cementria do canal principal, preenchido por tecido conjuntivo, com partculas do material obturador. No ligamento periodontal, um pouco espessado, prximo ao forame apical, h partculas do material obturador. HE 40X...................................................... 228 Maior aumento da figura anterior detalhando rea do ligamento periodontal com partculas do material obturador. Presena de processo inflamatrio do tipo crnico e clulas gigantes. HE 100X.................................................................... 229 Presena de canal do delta apical com selamento biolgico em sua poro coronria (seta). Ligamento periodontal (LP) com raras clulas inflamatrias do tipo crnicas. HE 100X...... 233 Notar presena de selamento biolgico do forame do canal principal por cemento neoformado. HE 100X........................... 233 O cemento neoformado recobriu as paredes do canal principal, promovendo selamento biolgico um pouco distante do forame apical. HE 40X........................................... 234

FIGURA 44

FIGURA 45

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FIGURA 50

FIGURA 51

FIGURA 52

Maior aumento da figura anterior, evidenciando o local em que ocorreu o selamento biolgico. HE 100X........................... 234 Maior aumento da figura 51, mostrando o forame apical do canal principal revestido por cemento neoformado (CN). Notar ligamento periodontal com poucas clulas inflamatrias do tipo crnicas. HE 100X........................................................ 235 O cemento neoformado revestiu toda a poro cementria do canal principal, alcanando a parede de dentina (D) do lado direito e promovendo selamento biolgico de ramificao apical (seta) do lado esquerdo. HE 40X................................... 235 Neste espcime o cemento neoformado (setas) revestiu apenas parcialmente a poro cementria do canal principal. O ligamento periodontal espessado abriga clulas inflamatrias crnicas e agudas. HE 40X................................. 236 O cemento neoformado est em contato com o material obturador e ultrapassa o forame apical. Cemento neoformado recobre o cemento apical. O ligamento periodontal est infiltrado por poucos linfcitos. HE 100X.................................. 240 Maior aumento da figura anterior. Cemento neoformado dentro do canal principal ultrapassa o forame apical. Na parte superior envolve partcula do material obturador. Cemento neoformado envolve o cemento pr-existente, cemento que ultrapassou o forame e partcula de cemento fragmentado (seta). HE 200X........................................................................ 240 Cemento neoformado invade o canal principal, atingindo o cimento obturador e promovendo selamento biolgico. Tecido sseo do lado direito com reabsoro ativa. HE 100X. 241 Cemento neoformado (CN) revestiu as paredes cementrias (C) do canal principal, atingindo suas paredes de dentina (D). Fragmentos do material obturador esto dispersos pelo tecido conjuntivo contido no canal principal. HE 40X............... 241 Maior aumento da figura anterior. Notar cemento neoformado (CN) envolvendo a extremidade do tecido conjuntivo e promovendo selamento biolgico (seta). Vrias partculas do material obturador, dispersas no tecido conjuntivo, esto sendo envolvidas por cemento neoformado. HE 200X............. 242

FIGURA 53

FIGURA 54

FIGURA 55

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FIGURA 58

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FIGURA 60

FIGURA 61

O material obturador atingiu as proximidades do forame apical. Cemento neoformado foi depositado junto ao forame apical. Observar ligamento um pouco espessado e com intenso infiltrado inflamatrio, com clulas do tipo crnica e neutrfilos. HE100X.................................................................. 242 Maior aumento da figura anterior mostrando material obturador e, junto a ele, tecido conjuntivo envolvido lateralmente por cemento neoformado. HE 200X..................... 243 O cemento neoformado promove o selamento biolgico dos canais do delta apical. HE 40X................................................. 247 Notar selamento biolgico do canal principal por cemento neoformado (CN). HE 40X........................................................ 247 Maior aumento da figura 64, evidenciando o selamento biolgico do canal principal. O cemento neoformado (CN) promove o selamento biolgico e reparo de algumas reas de reabsoro (setas). HE 100X............................................... 248 Notar selamento biolgico do canal principal e canais do delta apical por cemento neoformado. Ligamento periodontal bem organizado e isento de processo inflamatrio. HE 40X.... 248 Presena de selamento biolgico do canal principal (seta). Ligamento periodontal bem organizado e isento de infiltrado inflamatrio. HE 40X................................................................. 249 Observar cemento neoformado revestindo as paredes do canal principal em profundidade, atingindo, do lado esquerdo, a parede de dentina. Na poro superior, presena de selamento biolgico parcial e tecido conjuntivo infiltrado por clulas inflamatrias. HE 40X................................................... 249 Ocorrncia de selamento biolgico parcial do canal principal. Presena de processo inflamatrio do tipo crnico e tambm de poucos neutrfilos no ligamento periodontal. HE 40X......... 250 Durante o ato da obturao do canal principal, pequena poro do material obturador atingiu o forame apical. Observar delgada camada de cemento neoformado entre os resduos do cone de guta percha e as paredes do canal principal. H pequeno infiltrado inflamatrio do tipo crnico 250 no ligamento periodontal. HE 100X..........................................

FIGURA 62

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FIGURA 71

Influncia dos cimentos empregados nos resultados gerais obtidos...................................................................................... 252 Influncia do emprego do curativo nos resultados gerais obtidos...................................................................................... 253 Resultado geral dos escores atribudos aos quatro grupos experimentais........................................................................... 255 Escores mdios atribudos aos diferentes itens do cemento para os quatro grupos experimentais....................................... 256 Escores mdios atribudos aos diferentes itens clulas inflamatrias para os quatro grupos experimentais.................. 258 Escores mdios atribudos aos diferentes itens espessura e organizao do ligamento periodontal para os quatro grupos experimentais............................................................................ 259 Escores mdios atribudos ao item organizao do ligamento periodontal para os quatro grupos experimentais..................... 261

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FIGURA 76

FIGURA 77

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 QUADRO 2 QUADRO 3 QUADRO 4 QUADRO 5 QUADRO 6

Composio qumica aproximada do cimento Sealapex.... Composio qumica do ProRoot MTA...............................

177 178

Especificaes tcnicas do Propilenoglicol............................. 179 Composio qumica do Otosporin por mL........................... Resumo dos procedimentos nos quatro grupos experimentais 181 182

SealapexTM sem curativo de Otosporin. Escores atribudos aos vrios eventos histomorfolgicos observados nos espcimes analisados............................................................. 224 MTA sem curativo de Otosporin. Escores atribudos aos vrios eventos histomorfolgicos observados nos espcimes analisados............................................................................... 232 SealapexTM com curativo de Otosporin. Escores atribudos aos vrios eventos histomorfolgicos observados nos espcimes analisados............................................................. 239 MTA com curativo de Otosporin. Escores atribudos aos vrios eventos histomorfolgicos observados nos espcimes analisados............................................................. 246

QUADRO 7

QUADRO 8

QUADRO 9

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 TABELA 2

Teste U de Mann-Whitney para os cimentos utilizados..........

251

Teste U de Mann-Whitney para a utilizao ou no do 252 curativo.................................................................................... Teste de Kruskal-Wallis para os tratamentos realizados referentes aos quatro grupos experimentais........................... 254 Teste de Kruskal-Wallis para os tratamentos realizados referentes ao item cemento.................................................... 256 Teste de Kruskal-Wallis para os tratamentos realizados referentes ao infiltrado inflamatrio......................................... 257 Teste de Kruskal-Wallis para os tratamentos realizados referentes ao ligamento periodontal........................................ 258 Teste de Kruskal-Wallis para os tratamentos realizados referentes organizao do ligamento periodontal................ 260

TABELA 3

TABELA 4

TABELA 5

TABELA 6

TABELA 7

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS

= > < % C ABNT ADA ANOVA ANVISA BAG BBO BD BHI BMP CAS CDC CEMA

Igual Maior Menor Porcento Graus Celcius (grandeza de temperatura) Associao Brasileira de Normas Tcnicas American Dental Association Anlise de varincia Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Vidro bioativo Bibliografia Brasileira de Odontologia Becton-Dickinson Brain Heart Infusion Protena morfo-gentica ssea Chemical abstract service Canal dentina Canal Centro de Experimentao em Modelos Animais

CEPHA

Comit de tica em Pesquisa Humana e Animal

CIV CO2 cm

Cimento de inonmero de vidro Dixido de carbono Centmetro

COBEA

Colgio Brasileiro de Experimentao Animal

CP CRCS CRD CRT DFL DSP EBA EDTA ELISA FC FCS FDA FDI FS g GMC HE IRM ISO Kg LILACS

Cimento Portland Calcibiotic Root Canal Sealer Comprimento real do dente Comprimento real de trabalho Dental Filling Lab. Sialoprotena dentinria cido etoxibenzico cido etienodiaminotetractico Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay Formocresol Faculdade de Cincias da Sade Food and Drugs Administration Federao Dentria Internacional Sulfato frrico Grama Geraldo Maia Campos Hematoxilina e eosina Material intermedirio de restaurao International Standards Organization Quilograma Literatura Latino-americana em Cincias da Sade

LN LRS LTDA

Long Nech Espectroscopia em laser Raman Limitada

MBPc MEV mg MH min mL m mm MPC MSDS MTA MTA C MTA SU MTT assay NHI ns OZ OZE p PA PDL pH PHC PM PMC PMCC

Pasta cirrgica Moraes/Berbert Microscopia Eletrnica de Varredura Miligramas Mller Hinton Minutos Mililitros Micrometros Milmetro Pasta de hidrxido de clcio da marca Kerr Material Safety Data Sheet Agregado de Trixido Mineral MTA com curativo MTA sesso nica Tetrazolium Microplate Assay National Institute of Health No significante xido de zinco xido de zinco e eugenol probabilidade de igualdade Pr-anlise Ligamento periodontal Potencial hidrogeninico Pasta de hidrxido de clcio Pr-molares Paramonoclorofenol Paramonoclorofenol canforado

PMCF PVC PVP-I rpm s SealapexTM C SealapexTM SU SF TCF TCP UI UNESP UNIMAR Vol. Vol./Vol. W

Paramonoclorofenol furacinado Cloreto de Polivinil Polivinil Pirrolidona Iodado Rotaes por minuto Significante SealapexTM com curativo SealapexTM sesso nica Sulfato frrico Tricresol formalina Cimento de fosfato triclcico Unidade Internacional Universidade Estadual Paulista Universidade de Marlia Volume Volume/volume Watt

SUMRIO

1 2 3 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.4.1

INTRODUO........................................................................ REVISO DA LITERATURA.................................................. PROPOSIO........................................................................ MATERIAIS E MTODOS...................................................... PROCEDIMENTOS INICIAIS.................................................. FORMAO DOS GRUPOS.................................................. PROCEDIMENTOS ENDODNTICOS.................................. PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS...................................

36 45 166 168 169 176 183 196

Processamento Histolgico: Fixao, Desmineralizao, Incluso, Microtomia e Colorao....................................... 196 CRITRIOS EMPREGADOS PARA A ANLISE HISTOMORFOLGICA E HISTOMICROBIOLGICA.......... 198 Critrios para Atribuies de Escores ao Item Cemento.. Quanto ao cemento neoformado............................................ Espessura do cemento neoformado....................................... Extenso do cemento neoformado......................................... 202 202 202 202

4.5

4.5.1 4.5.1.1 4.5.1.1.1 4.5.1.1.2 4.5.1.1.3

Selamento biolgico dos canais do delta apical por cemento neoformado............................................................................. 203 Selamento biolgico do canal principal apical por cemento neoformado.............................................................................. 205 Reabsoro do cemento pr-existente.................................... 208 Reabsoro do Tecido sseo.............................................. 208

4.5.1.1.4

4.5.1.1.5 4.5.2

4.5.3 4.5.4 4.5.4.1 4.5.4.2 4.5.5 4.5.5.1 4.5.5.2 4.5.6 4.5.7 4.5.8

Presena de Bactrias.......................................................... Infiltrado Inflamatrio Periapical Agudo ou Crnico......... Quanto intensidade.............................................................. Quanto extenso.................................................................. Ligamento Periodontal......................................................... Espessura do ligamento periodontal....................................... Organizao do ligamento periodontal...................................

208 209 209 210 212 212 213

Limite da Obturao.............................................................. 216 Presena de Detritos............................................................ 218

Presena de Clulas Gigantes: Nmero Mdio de Clulas em Campos de 400X............................................... 219 ANLISE ESTATSTICA......................................................... RESULTADOS....................................................................... GRUPO I: SEALAPEXTM SEM CURATIVO DE OTOSPORIN 219 221 222

4.6 5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.5.1 6 6.1 6.1.1 6.1.2

GRUPO II: MTA SEM CURATIVO DE OTOSPORIN......... 230 GRUPO III: SEALAPEXTM COM CURATIVO DE OTOSPORIN 237 GRUPO IV: MTA COM CURATIVO DE OTOSPORIN....... 244 ANLISE ESTATSTICA DOS RESULTADOS OBTIDOS...... 251 Concluses Estatsticas....................................................... DISCUSSO........................................................................... 261 262

DA METODOLOGIA................................................................ 265 Do Modelo Experimental Animal........................................ 267

Da Seleo dos Dentes......................................................... 271

6.1.3 6.1.4 6.1.5 6.1.6 6.1.7 6.1.8

Do Preparo Biomecnico dos Canais Radiculares............ Do Curativo de Demora........................................................ Da Obturao dos Canais Radiculares...............................

274 278 282

Do Tempo Ps-Operatrio Empregado............................... 283 Do Processamento Histolgico........................................... 285

Dos Critrios para Anlise dos Resultados Histomorfolgicos e Histomicrobiolgico......................... 286 DOS MATERIAIS OBTURADORES DE CANAIS RADICULARES....................................................................... 287 Do Cimento SealapexTM acrescido de Iodofrmio............. Do MTA Manipulado com Propilenoglicol.......................... 289 297

6.2

6.2.1 6.2.2 6.3 6.4 6.4.1 6.4.2 6.4.3

DO PROPILENOGLICOL COMO VECULO........................... 307 DOS RESULTADOS HISTOLGICOS OBTIDOS.................. 314 Dos Resultados Histolgicos nos Grupos I e II................. Dos Resultados Histolgicos nos Grupos III e IV.............. 315 319

Dos Resultados Histolgicos nos Quatro Grupos Experimentais....................................................................... 321 CONCLUSES....................................................................... 328

7 8 9 10

REFERNCIAS....................................................................... 330 ANEXO................................................................................. NDICE REMISSIVO .............................................................. 374 376

1 INTRODUO

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1

INTRODUO

A procura por um material ideal para a obturao do sistema de canalis radiculares motiva pesquisadores desde os primrdios da odontologia. A composio dos cimentos obturadores tem recebido cada vez mais ateno dos profissionais, porque ela pode influenciar em sua biocompatibilidade aos tecidos apicais e periapicais. Segundo Spngberg (2004), um material obturador deve ter propriedades fsico-qumicas que permitam selar permanentemente e de forma eficaz o canal radicular e protegendo os tecidos apicais e periapicais da invaso microbiana e impedindo sua subseqente infeco e inflamao, j que a cavidade bucal abriga uma grande variedade de microrganismos patognicos. H muitos anos so difundidos mtodos de obturao dos canais radiculares com a utilizao de um material em estado slido associado a um cimento obturador. O material slido a guta percha, que segundo Ribeiro e Lima (1998), foi introduzida no campo odontolgico em 1850, por Hell, e aperfeioada por J. Foster Fragg. Na endodontia, sua utilizao se deu a partir de Bowman, em 1867, o que sugere a fabricao dos cones no incio do sculo XX. Trata-se, at hoje, da substncia obturadora mais utilizada no sistema de canais radiculares, talvez pela facilidade de seu emprego e por ser bem tolerada pelos tecidos vivos, no interferindo no processo de reparo, que ocorre aps a obturao dos canais ou quando de seu implante em tecido de animais (LEONARDO; LEAL, 2005; PAIVA; ANTONIAZZI, 1988).

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Introduo

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Em relao aos cimentos, com diferentes formulaes qumicas, vm sendo exaustivamente estudados, principalmente em relao s suas

propriedades biolgicas e sua capacidade de selamento, propriedades primordiais para o sucesso clnico, radiogrfico e histolgico aps o tratamento endodntico. Dessa forma, so indicados atualmente cimentos base de xido de zinco e eugenol (OZE), de hidrxido de clcio, de ionmero de vidro (CIV), de silicone e, mais recentemente, os sistemas resinosos. Em 1920 Hermann introduziu o hidrxido de clcio, o que se tornou um marco histrico nos tratamentos de canais radiculares. A partir dessa poca, vrias outras substncias foram propostas; no entanto, as pesquisas em busca de um material ideal no param, estimulando cada vez mais os estudos na rea. As propriedades biolgicas do hidrxido de clcio, principalmente as relacionadas com a deposio de tecido duro, observadas em polpas dentais expostas (HOLLAND, 1971a), passaram a sugerir ser interessante seu emprego na formulao de cimentos obturadores de canal. Assim, surgiram os cimentos base de hidrxido de clcio. Esses cimentos foram idealizados com o objetivo de reunir em um cimento obturador as excelentes propriedades biolgicas do hidrxido de clcio puro, adequando-o s propriedades fsico-qumicas necessrias a um bom selador de canal radicular. Assim, nos anos 80 surge comercialmente a famlia de cimentos obturadores de canais radiculares base de hidrxido de clcio, dentre os quais o Sealapex, que foi comercializado mundialmente a partir de 1985 (HOLLAND; SOUZA, 1985). um cimento do tipo pasta / pasta, composto por duas bisnagas, uma contendo a base e a outra o catalisador. Desde ento, esse cimento tem sido

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exaustivamente analisado, principalmente em relao a sua solubilidade elevada, indesejvel para o selamento coronrio, por teoricamente permitir a infiltrao (ZMENER, 1987; WU; WESSELINK; BOERSMA et al., 1995; SCHFER; ZANDBIGLARI, 2003). Em contrapartida s suas indesejveis propriedades fsico-qumicas, o Sealapex apresenta excelente tolerncia tecidual. Sua propriedade de induzir o selamento do forame apical por tecido mineralizado tem sido observada em algumas pesquisas (HOLLAND; SOUZA, 1985; LEONARDO; LEAL, 2005). Assim, os resultados biolgicos observados com o Sealapex, quando comparados aos de outros cimentos base de OZE ou de resina plsticas, tm mostrado sua acentuada superioridade (HOLLAND; SOUZA, 1985; TRONSTAD; BARNETT; FLAX, 1988; YESILSOY et al., 1988; TAGGER; TAGGER, 1989; BONETTI FILHO, 1990; SONAT; DALAT; GUNHAN, 1990; SILVA, 1995; TANOMARU FILHO, 1996; KAPLAN et al., 2003). Antecedendo o aparecimento dos cimentos base de hidrxido de clcio, em 1978 Berbert acrescentou esse frmaco a um cimento resinoso, em um experimento em dentes de ces. Observou que o hidrxido de clcio melhorou as propriedades biolgicas desse cimento. Baseada nesses resultados preliminares, a Dentsply do Brasil lanou no comrcio, na dcada de 90, o primeiro cimento resinoso contendo 37% de hidrxido de clcio no p (HOLLAND et al., 2000a). No incio da dcada de 90, a equipe de pesquisadores da Universidade de Loma Linda, Califrnia-EUA, liderada por Torabinejad, estudou um novo material com o objetivo de selar todas as comunicaes entre o sistema de canais radiculares e a superfcie externa do dente. O material, denominado em ingls de

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Mineral Trioxide Aggregate (MTA) (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993), e em portugus de Agregado de Trixido Mineral (MTA), constitudo principalmente por trixidos e por outros xidos minerais, em menor quantidade. O primeiro trabalho realizado no Brasil com esse material foi idealizado por Soares (1996), estudando a resposta pulpar ao MTA, comparada ao hidrxido de clcio, em pulpotomias, em dentes de ces. O MTA foi utilizado experimentalmente durante anos, mas s teve sua aprovao para uso em humanos pela FDA (Food and Drugs Administration, USA) em 1998 (SCHWARTZ et al., 1999). Foi lanado comercialmente pela Dentsply Tulsa Dental com o nome de ProRoot MTA. A partir de ento, vrios estudos foram realizados com esse material, analisando-se sua biocompatibilidade (TORABINEJAD et al., 1995e,f; 1997; HOLLAND et al., 1999b, 2001a), suas propriedades fsicas e qumicas (TORABINEJAD; MacDONALD; PITT FORD, 1995g; ESTRELA et al., 2000), antimicrobianas (TORABINEJAD et al., 1995e; ESTRELA et al., 2000), citotoxicidade (TORABINEJAD et al., 1995d; OSRIO et al., 1998;),

mutagenicidade (KETTERING; TORABINEJAD, 1995), capeamento pulpar (TZIAFAS et al., 1992; SOARES, 1996; PITT FORD et al., 1996; FARACO JNIOR, 1999; ROCHA et al., 2000; FARACO JNIOR; HOLLAND, 2001; HOLLAND et al., 2001d; TZIAFAS et al., 2002), anlise da capacidade seladora em obturaes retrgradas (TORABINEJAD; WATSON; PITT FORD, 1993; TORABINEJAD et al., 1994, 1995a; BATES; CARNES; DEL RIO, 1996; FISCHER; ARENS; MILLER, 1998; WU; KONTAKIOTIS; WESSELINK, 1998; ADAMO et al., 1999; AQRABAWI, 2000; ZANETTI et al., 2000; DALQUIO et al.,

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2001; FOGEL; PEIKOFF, 2001; KUBO; GOMES; MANCINI, 2006; SCHEERER; STEIMAN; COHEN, 2001), adaptao marginal em Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) (TORABINEJAD et al., 1994; KUBO; GOMES; MANCINI, 2006), bem como a sua utilizao em perfuraes radiculares (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993; PITT FORD et al., 1995; ARENS; TORABINEJAD, 1996; SLUIK; MOON; HARTWELL, 1998; NAKATA; BAE; BAUMGARTNER, 1998; HOLLAND et al., 2001c). Estudando a composio qumica do MTA, observou-se que suas propriedades eram semelhantes s do cimento Portland (CP), que utilizado em construo. Segundo Bernab e Holland (2003), a denominao cimento Portland pelo construtor e qumico ingls Joseph Aspdin, em 1824, ococrreu por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes s das rochas da ilha de Portland (Inglaterra). Tambm estudando a composio qumica do MTA e do CP,

Wucherpfenning e Green (1999) e Estrela et al. (2000) concluram que os materiais apresentavam os mesmos elementos qumicos, com exceo do xido de bismuto encontrado no MTA. Holland et al. (2001a) avaliaram o comportamento biolgico do MTA, do CP e do hidrxido de clcio, concluindo que o mecanismo de ao dos materiais estudados eram similares. Em 2001 foi introduzido no mercado odontolgico nacional o MTA-ngelus (SILVA NETO; MORAES, 2003). Lee, Monsef e Torabinejad (1993) informaram que o MTA um p que pode ser branco ou cinza, composto por partculas hidroflicas finas de silicato triclcico, aluminato triclcico, xido triclcico e xido de silicato, e que endurece

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na presena de umidade. Tambm contm pequenas quantidades de outros xidos minerais, que modificam suas propriedades fsicas e qumicas. Tem sido adicionado p de xido de bismuto para que o MTA se torne radiopaco (SCHWARTZ et al., 1999; ESTRELA et al., 2000; DALOQUIO et al., 2001). A hidratao do p resulta em um gel coloidal com um pH inicial de 10,2, alcanando 12,5, semelhante ao do hidrxido de clcio. O material endurece em aproximadamente 4 horas (TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; SCHMITT; LEE; BOGEN, 2001). A capacidade de formao de tecido mineralizado do MTA pode ser atribuda sua habilidade de selamento, biocompatibilidade, alcalinidade, ou at mesmo por outras propriedades a ele associadas (TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999). Com a finalidade de melhor analisar o assunto, Holland et al. (1999a) implantaram MTA e hidrxido de clcio em tecido subcutneo de ratos. Notaram os mesmos resultados com ambos os materiais, ou seja, formao de uma camada de granulaes de calcita e, abaixo dessas granulaes, uma ponte de tecido duro Von Kossa positivo. Concluram que o mecanismo de ao do hidrxido de clcio e o do MTA similar. Alm das indicaes clnicas j citadas, o MTA tambm foi estudado como selador em casos de dentes com rizognese incompleta (SHABAHANG et al., 1999; FELIPPE; FELIPPE; ROCHA, 2006) e como material obturador de canal (HOLLAND et al., 1999b, 2001e, 2007a; PANZARINI et al., 2007). Quando empregado nessas circunstncias, foi observado que havia neoformao cementria que determinava a ocorrncia de selamento biolgico do canal. No

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caso de sobreobturao houve tambm neoformao cementria nos dentes humanos com rizognese incompleta (SHABAHANG et al., 1999; FELIPPE; FELIPPE; ROCHA, 2006) e ausncia de selamento biolgico, incluindo processo inflamatrio na obturao de canal de dentes de ces (HOLLAND et al., 2001e). Deve-se considerar que aqueles que obturaram canais radiculares com MTA com veculo aquoso (soro fisiolgico ou gua destilada) notaram dificuldade em preencher os canais com esse material (HOLLAND et al., 1999b, 2001e). Sendo assim, Holland et al. (2007a), pesquisaram o emprego de um veculo diferente de gua ou soro fisiolgico, que facilitasse a utilizao do MTA como material obturador de canal. Esse veculo foi o propilenoglicol, empregado por Laws (1962), h muitos anos, quando da utilizao de pasta de hidrxido de clcio. Foi observado que o MTA preparado com os veculos gua destilada ou propilenoglicol comportou-se biologicamente de forma semelhante,

independentemente do nvel da obturao do canal. Foi observado tambm que a pasta de MTA preparada com o propilenoglicol mais facilmente introduzida no canal radicular do que quando preparada com gua destilada (HOLLAND et al., 2007a). Diante das excelentes propriedades apresentadas por MTA e SealapexTM, j descritas na literatura, optou-se por estudar o MTA manipulado com propilenoglicol comparado ao cimento SealapexTM, na obturao do sistema de canais radiculares, associados aos cones de guta percha. Acrescenta-se, ainda, a importncia de verificar se a ao desses dois cimentos seria influenciada pelo emprego da soluo de corticosteride antibitico (Otosporin) como curativo de demora. Mesmo em se tratando em casos de polpa viva, os objetivos de se

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empregar esse curativo de demora, segundo Estrela et al. (1995), so: modulao o processo inflamatrio do remanescente pulpar em nveis aceitveis para o organismo, uma vez que o mesmo dotado de papel fundamental no processo de reparo; dificuldade clnica de se estabelecer o real estgio evolutivo do processo inflamatrio no nvel apical; preveno da contaminao do sistema de canais radiculares e minimizao da sintomatologia dolorosa observada no psoperatrio. E ainda, para SantAnna Jnior (2001), as vantagens hipotticas de se preservar o coto pulpar consistem em ele auxiliar no controle da incidncia de sobreobturaes e tambm influenciar na qualidade de reparao. Optou-se ainda por utilizar o Otosporin por nos embasar nos trabalhos publicados por Holland et al. (1980b, 1981b) e Souza et al. (1981), os quais observaram que esse medicamento oferece as vantagens de no ser irritante, preservar a vitalidade do coto pulpar e controlar a intensidade e a extenso do processo inflamatrio que decorre do ato operatrio da pulpectomia. Portanto, o objetivo desta investigao foi comparar in vivo o processo de reparo de dentes de ces aps biopulpectomia e obturao dos canais radiculares com os cimentos SealapexTM e ProRootTM MTA manipulado com propilenoglicol associados ao efeito do emprego ou no de um curativo de corticosterideantibitico (Otosporin).

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2 REVISO DA LITERATURA

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REVISO DA LITERATURA

Diversos autores preocupam-se em pesquisar os processos de inflamao e reparo teciduais provocados por materiais endodnticos, principalmente os cimentos obturadores, os quais apresentam diversas composies. Sabendo-se que os componentes dessas formulaes podem causar mais ou menos danos para os tecidos periapicais, destaca-se a necessidade de comparar estudos encontrados na literatura e considerar os resultados com diferentes materiais e metodologias (NASSRI, 2003b). Assim, nesta reviso de literatura foram destacados trs pontos principais, a saber: materiais obturadores (MTA e Sealapex), o uso do corticosteride antibitico (Otosporin) como medicao intracanal e o veculo propilenoglicol. Julga-se que tal diviso facilita a compreenso pertinente ao estudo ora desenvolvido. Optou-se por apresentar a literatura cronologicamente, ou seja, por ordem de publicao. Porm, ao final desta obra encontra-se o ndice remissivo apenas da Reviso da Literatura, onde os artigos esto separados por assunto, afim de facilitar ao leitor uma busca mais direcionada sobre os itens descritos. A extensa literatura encontrada sobre o cimento Sealapex e sobre o MTA determinou que apenas aquelas publicaes com relacionamento muito prximo ao experimento que pretendia-se realizar constassem desta reviso e, por conseqncia, a maioria dos trabalhos so de estudos in vivo e com polpa viva. Consta da reviso a associao corticosteride-antibitico (Otosporin) e o veculo propilenoglicol, sobre os quais a literatura apresenta escassez de estudos

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especficos. Devido a isso, abrangeu-se um pouco mais a seleo dos artigos para esta reviso; porm, sem se distanciar dos objetivos. Em relao ao veculo propilenoglicol, foi selecionado casos de necropulpectomia, pois normalmente esse frmaco usado na odontologia como veculo para o hidrxido de clcio em casos onde h necessidade de uma permanncia mais prolongada da medicao no interior do canal radicular. Este captulo evidencia estudos empreendidos entre os perodos de 1977 a novembro de 2007. Como fonte para o tombamento foram utilizadas as bases de dados Medline, Pub Med, BBO, Lilacs, Scielo, arquivo da Biblioteca da Universidade de Marlia (UNIMAR) e da Universidade do Estado de So Paulo campus Araatuba (UNESP), e tambm o arquivo da disciplina de endodontia da UNESP de Araatuba. O ltimo tombamento foi realizado em 30 de novembro de 2007. Souza et al. (1977) analisaram in vivo a resposta do tecido conjuntivo subcutneo de rato a vrias pastas base de hidrxido de clcio (a- hidrxido de clcio + gua destilada; b- hidrxido de clcio DFL; c- hidrxido de clcio + paramonoclorofenol canforado (PMCC); d- hidrxido de clcio + iodofrmio; eCalxyl, Pulpdent; f- Dycal; g- MPC; h- Formagen; i- pasta A, Composta por hidrxido de clcio + xido de zinco (OZ) + propilenoglicol; j- pasta B, composta por hidrxido de clcio + subnitrato de bismuto + OZ + leo de cravo + blsamo Canad + propilenoglicol; k- Calvital), aps a realizao de implante de tubos de dentina humana contendo essas diferentes substncias. Com objetivo de verificar a possvel influncia da dimenso da rea de contato dos materiais com o tecido conjuntivo, os tubos de dentina apresentaram abertura com dois diferentes

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dimetros nas suas extremidades. Decorridos os perodos experimentais de 2, 7, 15, 30, 60 e 180 dias, os animais foram mortos, e as peas removidas e preparadas para o exame microscpico. Embasados nos resultados obtidos, os autores chegaram s seguintes concluses: (1) a resposta do tecido conjuntivo subcutneo do rato foi semelhante nas duas aberturas dos tubos de dentina; (2) hidrxido de clcio + gua destilada, Calxyl, Pulpdent, DFL, hidrxido de clcio + iodofrmio, hidrxido de clcio + PMCC, Calvital e pasta A estimularam a deposio de uma barreira de tecido calcificado nas extremidades dos tubos de dentina, isolando o material do tecido conjuntivo adjacente; (3) o Formagen produziu somente a deposio de barreiras parciais de tecido duro em alguns espcimes; (4) Dycal, MPC e pasta B no produziram deposio de barreira de tecido duro; (5) o acrscimo de aditivos ao hidrxido de clcio pode reduzir a sua capacidade de estimular a deposio de tecido calcificado. Holland et al. (1980b) estudaram in vivo o comportamento do coto pulpar e de tecidos periapicais de dentes de ces aps biopulpectomia e aplicao tpica de trs diferentes marcas de associao corticosteride-antibitico (Panotil, Otosporin, Otosynalar), comumente empregados no tratamento de problemas otolgicos. Foram utilizados nesse estudo todos os dentes anteriores e primeiros e segundos pr-molares de um co adulto jovem, sem raa definida. Concludo o preparo biomecnico dos canais radiculares, foram preenchidos com os medicamentos estudados, sendo dez razes para cada tipo de medicamento. Os canais foram mantidos em posio com o auxlio de cones de papel absorvente, protegidos com uma bolinha de algodo na cmara pulpar, sendo a abertura coronria selada com guta percha e OZE. Aps 2 dias, os animais foram mortos e os espcimes processados para anlise histopatolgica. Os resultados foram

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melhores para o Otosporin, que preservou a vitalidade do coto pulpar e controlou mais adequadamente a intensidade e a extenso do processo inflamatrio decorrente do ato cirrgico da pulpectomia. Diante do exposto, os autores concluram que se pode indicar o Otosporin como curativo intracanal nos casos de biopulpectomia, porque esse medicamento oferece as vantagens de no ser irritante, de preservar a vitalidade do coto pulpar e de controlar a intensidade e a extenso do processo inflamatrio que decorre do ato operatrio da pulpectomia. Oferece tambm as vantagens de ser um medicamento que tem vida til relativamente longa, podendo ser armazenado fora do refrigerador, alm de ser hidrossolvel e apresentar-se na forma lquida, o que facilita sua aplicao e remoo do interior dos canais radiculares. Souza et al. (1981) compararam in vivo o comportamento do coto pulpar de tecidos periapicais de dentes de ces frente s associaes de corticosterides com antibiticos (Otosporin) ou com clorexidina (Dexatopic e TS-74) na forma pastosa. Foram utilizados 24 pr-molares, totalizando 48 razes, de trs ces adultos, sendo 16 espcimes para cada grupo experimental. Aps o preparo biomecnico sobreinstrumentao a 1 mm alm do pice radicular, os canais foram preenchidos com os medicamentos Otosporin, Dexatopic e TS-74. As cmaras pulpares foram seladas com guta percha e OZE. Decorridos 7 dias os animais foram mortos, e os espcimes preparados para anlise histopatolgica. A anlise dos resultados demonstrou melhor comportamento tecidual nos casos em que se utilizou a associao corticosteride-antibitico (Otosporin). Os autores sugerem ainda que um novo estudo deva ser realizado, com associao de corticosteride e clorexidina na forma lquida.

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A fim de determinar se o Sealapex induzia realmente a deposio de tecido duro, finalizando com o selamento biolgico, o primeiro trabalho publicado sobre esse cimento foi o de Holland e Souza (1985), que avaliaram in vivo a capacidade do Sealapex, do hidrxido de clcio PA com gua destilada, e do Kerr Pulp Canal Sealer de induzir o selamento apical, utilizando 160 dentes de ces e 80 dentes de macacos. Num grupo de dentes foi realizada uma pulpectomia parcial, com limas Hedstren (1mm aqum do pice radiogrfico), e em outro grupo, pulpectomia total, com limas K (perfurando e alargando o pice radiogrfico). Em seguida, os canais foram obturados, pela tcnica da condensao lateral, com guta percha e Sealapex ou Kerr Pulp Canal Sealer, ou obturados com hidrxido de clcio misturado com gua destilada, restando canais no obturados que serviram como controle. Aps 180 dias os animais foram mortos, e as maxilas e mandbulas foram fixadas e descalcificadas para o exame histolgico. No houve diferena estatisticamente significativa entre as reaes observadas nos dentes de ces comparadas com os dentes de macacos. Foi observado que o Sealapex e o hidrxido de clcio permitiram a induo do selamento apical por deposio de uma barreira de cemento. Alm disso, o selamento apical completo foi mais freqentemente observado nos dentes submetidos pulpectomia parcial do que nos dentes em que a polpa foi totalmente removida. Os autores concluram que tanto o Sealapex quanto o hidrxido de clcio podem induzir o selamento biolgico apical por deposio de cemento. Alm disso, o Sealapex apresentou melhores resultados do que o hidrxido de clcio e o Kerr Pulp Canal Sealer, quando utilizado nos dentes com pulpectomia completa.

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Lim e Tidmarsh (1986) avaliaram in vitro a infiltrao dos cimentos Sealapex e AH 26 durante 26 semanas, usando uma tcnica eletroqumica. Foram utilizados 30 dentes humanos anteriores extrados, divididos em dois grupos de 14 dentes cada, sendo os dois restantes utilizados como controle positivo e negativo. Os canais foram preparados pela tcnica escalonada, com auxlio de brocas Gates Glidden, e o batente apical realizado 1 mm aqum do forame. A obturao foi realizada com utilizao da tcnica clssica de condensao lateral, sendo os dentes impermeabilizados com esmalte de unha, exceto no forame apical. Foi aplicado o mtodo eletroqumico para monitorar a quantidade de infiltrao em torno da guta percha e dos cimentos. Os resultados demonstraram que o Sealapex infiltrou significativamente menos que o AH 26 at a 12 semana, sendo essa diferena no significativa a partir desse perodo. Teixeira (1987) teve por finalidade verificar in vivo o sucesso clnico e radiogrfico aps pulpotomia e proteo do remanescente pulpar, valendo-se de uma associao corticosteride-antibitico (Otosporin) e sua posterior

substituio por uma pasta de hidrxido de clcio mais gua destilada. Foram utilizados 80 primeiros molares permanentes, superiores e inferiores, de pacientes com idade de 7 a 14 anos, divididos em dois grupos: grupo 1- Pulpotomia imediata e curativo de Otosporin por 10 minutos e no grupo 2- Pulpotomia e curativo de Otosporin por 7 dias. Aps a Pulpotomia os dentes foram radiografados , decorridos 6 meses foram feitas novas radiografias, para serem comparadas com as iniciais. Os resultados demonstraram que no grupo 1 houve 92,3% de sucesso clnico e 63,8% de casos com formao de ponte de dentina; no grupo 2 houve 89,1% de sucesso clnico e 45,4% de casos com formao de

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ponte de dentina. Dessa maneira foi possvel ao autor concluir que a aplicao da associao corticosteride-antibitico (Otosporin) por 10 minutos e posterior substituio pela pasta de hidrxido de clcio mostrou ser um mtodo por demais eficiente, principalmente em se tratando de odontologia social. Haensch (1987) avaliou in vivo o comportamento do tecido pulpar de ces, frente a quatro materiais empregados no recobrimento de polpas dentais humanas. Foram realizadas 96 pulpotomias, em dentes de quatro ces adultos jovens. Os materiais foram constitudos dos seguintes grupos: grupo 1recobrimento com pasta de hidrxido de clcio PA + propilenoglicol; grupo 2recobrimento com cimento de OZ; grupo 3- recobrimento com pasta de OZ + propilenoglicol; e grupo 4- recobrimento com Sealapex. Aps 90 dias os animais foram mortos por perfuso, e os espcimes processados para anlise histopatolgica, que avaliou a presena de barreira de tecido duro e as condies do tecido pulpar adjacente. Com base nos resultados obtidos nos exames ao microscpio foi possvel autora concluir que: a) a pasta de hidrxido de clcio e propilenoglicol permitiu e/ou criou condies para que houvesse a formao da barreira de tecido duro. b) nos casos em que se utilizou o cimento base de OZE e a pasta de OZ + propilenoglicol no foram detectadas barreiras de tecido mineralizado. c) nas polpas recobertas com Sealapex houve a formao de dentina em 87,5% dos casos, porm em quatro espcimes observou-se a presena de grnulos negros, geralmente acompanhados de algumas clulas do processo inflamatrio crnico, e muitas hemcias. Assim, os melhores resultados foram observados no grupo 4 (Sealapex) e no grupo 1 (pasta de hidrxido de clcio + propilenoglicol).

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Leal, Holland e Esberard (1988), em um estudo in vivo, analisaram comparativamente a biocompatibilidade de dois cimentos base de hidrxido de clcio (Sealapex e Calcibiotic Root Canal Sealer (CRCS)), com dois cimentos base de OZE (Fill Canal e N-Rickert) em tecido conjuntivo subcutneo de ratos. Foram usados nesse estudo 15 ratos machos adultos, divididos em trs grupos, de acordo com os perodos de observao de 7, 21 e 60 dias. Os cimentos, manipulados conforme as orientaes dos fabricantes e colocados no interior dos tubos de polietileno, que tinham uma das extremidades fechadas, foram implantados nas regies dorsais dos ratos. Decorridos os perodos experimentais os ratos foram mortos, e as peas removidas e preparadas para anlise histopatolgica. Os resultados mostraram que todos os materiais foram irritantes, porm em intensidades que variaram entre si e em decorrncia do tempo. Assim, no perodo inicial o Sealapex e o N-Rickert exibiram resultados prximos e com caractersticas de que denunciavam menor irritao tecidual do que a observada com o CRCS e o Fill Canal. Na fase final o Sealapex, CRCS e o N-Rickert exibiram discreta reao tecidual. O Fill Canal determinou irritao um pouco mais acentuada que os demais. Com base nesses achados os autores concluram que, dentre os quatro materiais obturadores estudados, o Sealapex foi o nico que mostrou evidncias de deposio de sais de clcio semelhante s deposies observadas em outros estudos quando do implante de hidrxido de clcio, caracterizadas pela presena de reas basfilas e granulaes birrefringentes luz polarizada. Yesilsoy et al. (1988) avaliaram in vivo a citotoxicidade de vrios cimentos obturadores de canal radicular injetados em tecido subcutneo de 12 porcos da

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Guin. Foram avaliados os cimentos de Grossman, Eucapercha, Endofill, CRCS, Sealapex e Hypocal, sendo utilizada, como controle a soluo salina estril. Todas as variveis foram testadas em um mesmo animal. Posteriormente, grupos de quatro animais foram mortos, nos perodos de 6, 15 e 80 dias. Os espcimes foram processados e preparados para avaliao. A anlise microscpica mostrou que os cimentos Sealapex e Endofill apresentaram reao inflamatria moderada nos perodos experimentais de 6 e 15 dias. Os outros cimentos, Grossman, CRCS e Hypocal revelaram, predominantemente, reaes inflamatrias severas em todos os perodos de tempo, exceto aos 80 dias. A Eucapercha mostrou resposta inflamatria severa somente aos 6 dias, sendo suave aos 15 e 80 dias. Calcificaes difusas foram encontradas principalmente nas preparaes base de hidrxido de clcio, CRCS, Sealapex e Hypocal. Eucapercha e Endofill apresentaram reas de calcificao localizadas e reduzidas. Com base nos resultados encontrados foi possvel aos autores conclurem que: 1- devido aos bons resultados clnicos e histolgicos com o Sealapex e a eucapercha, esses materiais parecem ser clinicamente teis. No geral, os cimentos base de hidrxido de clcio (Sealapex, CRCS) poderiam ser teis em casos onde o reparo de tecido duro importante (por exemplo, perfurao, pices abertos, reas de patologia periapical amplas); 2- o Endo-Fill satisfatrio com base histolgica, mas so necessrios mais estudos clnicos e de infiltrao antes de ele ser recomendado clinicamente; 3- clinicamente, os cimentos base de OZE, como o cimento de Grossman e o CRCS, tiveram bom desempenho. Ento, no pode ser declarado que os cimentos base de OZE no deveriam ser usados. Porm,

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parece que os materiais menos irritantes e que induzem mais calcificao deveriam ser usados clinicamente sempre que possvel. Com o objetivo de avaliar a biocompatibilidade de cimentos endodnticos com a base de hidrxido de clcio, Zmener, Guglielmotti e Cabrini (1988) compararam quantitativamente, in vivo, a resposta tecidual a Sealapex e CRCS, aps implante no tecido subcutneo de ratos. Tubos de silicone foram preenchidos com os cimentos Sealapex ou CRCS, recm-manipulados e implantados imediatamente no tecido subcutneo dorsal de 30 ratos Wistar machos. Cada rato recebeu trs implantes, um de cada material testado e um controle, representado por uma barra slida de silicone. Os animais foram mortos em grupos de dez, aps 7, 30, e 90 dias. Os implantes foram removidos, fixados, includos, seccionados e corados pela hematoxilina e eosina (HE). Para a quantificao celular, o nmero total de clulas inflamatrias, linfcitos, leuccitos, polimorfonucleares, macrfagos, clulas gigantes multinucleadas, plasmcitos e fibroblastos foi registrado pela contagem celular em trs campos de viso separados. Os resultados desse trabalho mostraram graus diferentes de reao tecidual, entre os materiais testados. Os resultados quantitativos revelaram um tecido granulomatoso, com numerosas clulas gigantes multinucleadas de corpo estranho, e macrfagos com material em seu citoplasma, bem como numerosos fibroblastos e vasos sangneos em contato com Sealapex, cuja reao foi maior, progressivamente, aps 30 e 60 dias. Com relao ao CRCS, detectou-se uma inflamao aguda nos tecidos em contato com esse material, reao que com o tempo decresceu em severidade e parece ter sido resolvida no perodo de 90 dias de observao. Os autores concluram que, levando-se em conta as limitaes do

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modelo experimental usado nesse estudo, mais experincias extensivas so necessrias a fim de extrapolar tais achados, para a situao clnica atual. Kuga, Moraes e Berbert (1988) avaliaram in vitro a infiltrao marginal em obturaes realizadas com o cimento Sealapex puro ou agregado ao iodofrmio. Para tanto, 24 dentes caninos humanos extrados tiveram seus canais radiculares preparados biomecanicamente e obturados pela tcnica de condensao lateral passiva com cimento Sealapex puro ou acrescido de iodofrmio, na proporo de 2:1 ou 4:1 em volume. As aberturas coronrias foram seladas, e as razes imersas em soluo de azul de metileno 2% por 7 dias, a 37C. Depois, os dentes foram lavados, radiografados para comprovar a confiabilidade da obturao e seccionados longitudinalmente para permitir medies, da extenso da infiltrao do corante ao longo da obturao, feitas em microscpio ptico com luz refletida e ocular micromtrica. Os resultados encontrados demonstraram que o acrscimo de iodofrmio determinou menor infiltrao marginal do que o cimento Sealapex puro. Tronstad, Barnett e Flax (1988) avaliaram in vivo a solubilidade e a biocompatibilidade de dois cimentos base de hidrxido de clcio (Sealapex e CRCS), de um cimento base de OZE convencional, e de uma pasta de hidrxido de clcio e soro fisiolgico, acondicionados em cilindros de teflon e implantados em perfuraes efetuadas no tecido sseo das mandbulas de quatro ces. Duas fileiras de perfuraes com 2 mm de profundidade, 2 mm de dimetro e 10 mm de distncia entre elas foram realizadas nas mandbulas. Os cilindros de teflon foram preenchidos com materiais recentemente manipulados e imediatamente colocados nas cavidades, de maneira que os materiais entrassem em contato com o osso na base da cavidade. Decorridos 60 dias os animais foram mortos, e os espcimes preparados para anlise histopatolgica. Os resultados da anlise microscpica mostraram que, no grupo da pasta de hidrxido de clcio e soro

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fisiolgico, o material havia sido completamente solubilizado, os cilindros foram preenchidos com tecido sseo, no sendo observado processo inflamatrio nos tecidos adjacentes. No grupo do cimento Sealapex, este havia sido parcialmente solubilizado e, na maioria dos casos, substitudo por tecido conjuntivo com severa reao macrofgica e leve reao inflamatria. Em todos os casos analisados, o CRCS e o cimento de OZE permaneceram nos cilindros, sem invaginao de tecido para seu interior. Ocorreu severa reao inflamatria junto ao CRCS, enquanto reao inflamatria suave foi observada junto ao cimento de OZE. Com base resultados os autores concluram que os dois cimentos base de hidrxido de clcio tm comportamentos diferentes em contato com tecidos e fluidos tissulares. Com o objetivo de avaliar a infiltrao coronria de diferentes cimentos obturadores de canal radicular, Madison e Wilcox (1988) realizaram estudo in vivo utilizando 64 dentes posteriores de macacos. Aps o preparo biomecnico, os canais foram obturados pela tcnica da condensao lateral da guta percha com os cimentos AH 26, Sealapex e Roth. As aberturas coronrias foram seladas com algodo e Cavit durante 72 horas, sendo removidas a seguir, deixando os canais expostos cavidade oral por 1 semana. Decorrido esse perodo os macacos foram mortos, os dentes removidos e colocados em tinta nanquim por 48 horas. Aps a remoo do corante, os dentes foram descalcificados, desidratados e diafanizados para permitir a visualizao do corante. Os resultados mostraram que houve penetrao considervel do corante em todos os grupos

experimentais, no havendo diferena estatisticamente significativa entre os cimentos, embora os canais obturados com o Sealapex tenham exibido menores valores de infiltrao. Com o propsito de determinar in vivo a capacidade de obturao de CRCS e Sealapex, Barnett et al. (1989) utilizaram 160 dentes humanos

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unirradiculares, sendo os canais radiculares instrumentados at a lima 80 e obturados com um cone de guta percha principal tamanho 70 e com os cimentos Sealapex, CRCS e Roth 801 (cimento base de OZE). Nove razes serviram como controle positivo e foram obturadas com guta percha e sem cimento. Cinco razes serviram como controle negativo e foram deixadas vazias. As 160 razes foram implantadas subcutaneamente em cinco coelhos, nos perodos de 90 dias e 1 ano. Aps os perodos experimentais os animais foram mortos, as razes removidas, cobertas com esmalte de unha, exceto os 2 mm apicais, e colocadas em tinta nanquim por 7 dias. Aps o enxge com gua corrente, as razes foram seccionadas longitudinalmente e a infiltrao avaliada, usando-se um

estereomicroscpio. Ocorreu significativamente menos infiltrao com os cimentos base de hidrxido de clcio do que com o cimento base de OZE. Aps 90 dias, a infiltrao mais significativa foi observada com Sealapex e com Roth 801. Os resultados com Sealapex aps 1 ano foram melhores que no perodo de 90 dias. Com o objetivo de estudar in vivo a reao periapical, a longo prazo, de trs cimentos obturadores de canais radiculares: CRCS, Sealapex e AH 26 (regular, com prata), Tagger e Tagger (1989) utilizaram 31 dentes unirradiculares de trs macacos. Os canais foram preparados de forma convencional, sendo que em seis razes o comprimento de trabalho no foi respeitado, e o forame apical foi alargado para permitir a sobreobturao. A obturao foi realizada pela tcnica hbrida da compactao termomecnica da guta percha. Decorridos os perodos experimentais de 7, 8 e 14 meses os animais foram mortos e os espcimes processados por mtodos histolgicos de rotina e corados com HE e Brown e

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Brenn, para detectar microrganismos. Foram avaliadas mudanas nos tecidos calcificados, no coto pulpar e no ligamento periodontal. Os resultados mostraram que tanto o AH 26 quanto o Sealapex apresentaram uma reao inflamatria de moderada a severa nos diferentes perodos estudados, sendo a reao mais leve junto ao CRCS. O cimento que apresentou menor infiltrao bacteriana foi o AH 26, e o que apresentou a maior foi o Sealapex. Em contraste, o Sealapex foi o cimento que apresentou a maior quantidade de pices fechados por tecido mineralizado. Os autores concluram que tanto AH 26 quanto Sealapex foram irritantes, por um longo tempo, quando presentes no osso e que, apesar dos resultados interessantes com Sealapex, pesquisa adicional necessria antes de seu uso ser incondicionalmente recomendado. Esse cimento ainda no foi testado em casos infectados, e sua capacidade de ser reabsorvvel, que uma vantagem quando precede a substituio por tecido calcificado, pode se tornar uma desvantagem se no for seguido pela obliterao apical. Sonat, Dalat e Gnhan (1990) compararam, in vivo, a resposta do tecido periapical das razes de dentes de ces obturadas com Sealapex ou com p puro de hidrxido de clcio, e investigaram a formao de tecido duro apical aps diferentes perodos. Aps a extirpao pulpar os canais radiculares foram alargados, irrigados e secos. Os dentes do primeiro grupo foram obturados somente com pontas de guta percha, os do segundo grupo foram obturados com hidrxido de clcio puro e guta percha, e aqueles do terceiro grupo foram obturados com Sealapex e guta percha. Os animais foram mortos aps 7, 30, e 90 dias, e as seces histolgicas de cada espcime foram preparadas para anlise histopatolgica. Os resultados encontrados evidenciaram que a formao

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de tecido duro foi mais pronunciada aps a obturao com Sealapex do que com hidrxido de clcio ou pontas de guta percha. Os autores concluram que: a) o Sealapex e hidrxido de clcio encorajam o reparo apical por meio da deposio de cemento; b) o reparo periapical foi mais pronunciado com Sealapex do que nos outros grupos; c) ambos, Sealapex e hidrxido de clcio, causam uma reao inflamatria crnica quando o material for extravasado. Birman et al. (1990) realizaram in vivo um estudo histolgico com o cimento base de hidrxido de clcio, Sealapex, visando deposio de tecido duro subcutneo aps implante. Para isso foram utilizados 30 camundongos, divididos em grupos de cinco animais para cada tempo (3, 7, 15, 30 e 60 dias), tendo recebido dois implantes de lamnulas de vidro circulares (13 mm), recobertas pelo cimento, e foi separado um grupo controle (N-Rickert) compreendendo trs animais para cada tempo. Aps o processo de eutansia dos animais, o tecido subcutneo foi recortado e fixado (Bouin). Para a avaliao do escoamento, o cimento estudado foi espatulado na consistncia clnica usual e levado na quantidade de 0,1 mm parte superior de uma placa de vidro polido, medindo 30 x 30 cm. O cimento N-Rickert foi usado para comparao. As placas com os espcimes foram imediatamente levadas estufa, a 37 C e umidade relativa de 100%, permanecendo em posio vertical. As leituras dos resultados eram feitas em trs diferentes tempos (01, 24 e 168 horas). Para a avaliao da adesividade foram usadas 30 amostras, constitudas por duas fatias de dentina radicular, submetidas a um preparo qumico mecnico. Nos tempos pr-estabelecidos (01, 24 e 168 horas) as amostras eram submetidas a trao, na tentativa de separlas. Quanto ao escoamento, comparativamente ao controle utilizado (N-Rickert)

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os resultados foram menores em relao aos parmetros fixados em milmetros. Na adesividade o Sealapex no suportou a trao, pois no perodo de 168 horas ocorreu a separao, o que no foi observado no grupo controle (N-Rickert). Histologicamente, a reao morfolgica foi intensa e persistente, no induzindo, nos tempos estudados, formao, maturao e estabilizao de cpsula fibrosa e de focos de calcificao. Assim sendo, os autores concluram que o grau de escoamento do Sealapex discreto e tende a desaparecer ao final do experimento (168 horas). Soares et al. (1990b) avaliaram in vivo a resposta tecidual periapical de dentes de ces a Sealapex, CRCS e OZE. Cento e vinte canais radiculares de dentes de ces foram limpos, modelados, e obturados com guta percha e cimento, usando-se a tcnica da condensao lateral. Os animais foram mo