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Antárctida; Sudeste Asiático; Ilha de Páscoa; África do Sul; Castro Marim; La Rioja; Tux
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Seja Responsável. Beba com Moderação.
Rendido a novas aventuras. À descoberta de prazeres simples, mas inesquecíveis.
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ABRIL 2010BLUE TRAVEL N.º 77 | www.blue.com.pt
PORTUGAL | CASTRO MARIMR E G R E S S O À S O R I G E N SInstalados na Companhia das Culturas, na aldeia
de São Bartolomeu do sul, partimos à descoberta
do Sotavento Algarvio. Ali junto aos esteiros
do Guadiana, donde se avista Ayamonte, fomos
ao encontro de antigas tradições. Desde o atelier
do atum, em Vila Real de Santo António, às salinas
de Castro Marim onde se produz flor de sal de forma
artesanal saboreie a autenticidade dos produtos
locais. Antes da chegada do Verão colha os alperces
dos pomares da fazenda e explore os trilhos
que nos levam às margens da Barragem de Odeleite.
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PROGRAMAS DE VIAGEM I L H A D E P Á S C O A E Á F R I C A D O S U LAs célebres estátuas da Ilha de Páscoa fazem parte
do imaginário de qualquer viajante, e continuam
a intrigar os cientistas quanto à sua origem
e criação. E se não vai perder os jogos de Portugal
no Mundial, aproveite conhecer melhor a África
do Sul, um país vasto que se divide em diferentes
destinos e oferece um pouco de tudo, para várias
preferências. Duas sugestões prontas a reservar,
basta fazer as malas e partir!
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ANTÁRCTIDAU M A J O R N A D A A S U LSer viajante tem destas coisas... Sempre que
agarramos uma oportunidade que nos surge
no caminho, o imprevisto pode acontecer.
Foi isso que fez o fotógrafo Francisco Lino,
ao aceitar o convite de um amigo para integrar uma
expedição à Antárctida. Realizou o sonho de uma
vida e viveu dez dias na companhia de extreme
skiers, num dos destinos mais fascinantes
do planeta. Este é o relato dessa aventura.
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VIAJANTES BLUE | SUDESTE ASIÁTICO8 M E S E S E M T E R R A S D O O R I E N T E Desde 1999 que Ana Pedras e Alexandre Barbosa
têm viajado por paragens remotas em busca
da diferença, da novidade, da aventura. Cerca de 40
países visitados, o que mais os surpreendeu
foi descobrir que, apesar das diferenças culturais,
a natureza humana é universal. Este é o relato
de quase um ano de viagem pela Tailândia, Malásia,
Vietname, Laos, China e Indonésia – uma
experiência verdadeiramente inesquecível!
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ESPANHA | LA RIOJAE M T O R N O D O V I N H OAbstémios, copos de leite e fracos de estômago
devem abster-se deste paradeiro. A região de La
Rioja não se compadece com bebedores e comedores
de ânimo leve. Aos devotos da boa mesa
(e do melhor tonel), espera-os uma estadia de três
em pipa. Com um novo hotel a estrear este mês, esta
é uma proposta para aproveitar a dois ou com
amigos, agora que o bom tempo se faz sentir.
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ÁUSTRIA | TUXP R I M AV E R A N A M O N TA N H AÉ um pequeno vale nas montanhas do Tirol
austríaco, destino habitual de esquiadores durante
os meses mais frios. Mas é na Primavera que
a montanha se veste de mil tons de verde e flores
de todas as cores. Uma óptima sugestão para os
amantes da natureza, das caminhadas, do ar livre,
longe de tudo e de todos. E com a vantagem dos
preços de época baixa, venha retemperar energias!
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06 A BLUE ESTEVE LÁ
19 ISTO É BLUE
30 ISTO É GREEN
89 VOUCHERS BLUE TRAVEL
FOTO: ARQUIVO BLUE MEDIA
E S T E M Ê S N A B L U E T R A V E L
Com a Primavera em todo o seu esplendor, trazemos-lhe
uma edição recheada de boas sugestões para aproveitar
ao máximos alguns dos melhores cenários da Europa
nesta época do ano. A começar pelo vale de Tux, em pleno
Tirol austríaco, um destino ideal para os amantes
da natureza e das caminhadas ao ar livre. Aqui mais
perto, o novo hotel Viura, em Villabuena de Alava,
é um óptimo pretexto para um regresso à região
da Rioja, onde os dias se vivem em torno da boa mesa
e dos bons vinhos. Em alternativa, rume até Castro
Marim com reserva feita na Companhia das Culturas,
para uns dias em família num Algarve que se descobre
tranquilo e sem confusões. Para quem já está a pensar
nas férias de Verão e não tem tempo a perder com
a organização da viagem, escolhemos dois programas
à medida: uma aventura de turismo sustentável na Ilha
da Páscoa, e toda a energia do Mundial de futebol
na África do Sul. Os mais ousados, esses, podem
embarcar num cruzeiro à Antárctida, onde o ski é radical
e os encontros com focas, pinguins e baleias vão deixar
memórias inesquecíveis! Até lá, desejamos-lhe boas
leituras e ainda melhores viagens!
A R E D A C Ç Ã O
6 B L U E T R A V E L
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UM A F O R M
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EDEVIAJA
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“Viver cada destino intensamente, ir além do óbvio, absorver como esponjas cada instante,
sentir na pele e na alma o prazer intenso da viagem. Depois, vem a partilha e a concretização
do espírito blue em tudo aquilo que lhe contamos. Estivemos lá!”
A B L U E E S T E V E L Á
qq qqqq DUPLO ATÉ €80 DUPLO ENTRE €80 E €200 DUPLO A PARTIR DE €200TOME NOTAMAIS FÁCIL. Siga a nossa classificação dos hotéis por onde andamos. Distinguimo-los pelo preço, pois o conforto e o espírito blue estão sempre garantidos!
CASTRO MARIMP A T R Í C I A C A B R A L
Neste périplo pelo Sotavento Algarvio, com base
na aldeia de São Bartolomeu, vivemos dias
tranquilos entre o mar e a serra. A antropóloga,
Eglantina Monteiro, e proprietária da Companhia
das Culturas conduziu-nos numa viagem através
da cultura e tradições desta região. Desde o atelier
do atum, em Vila Real de Santo António, às salinas
de Castro Marim ou às doçarias do Azinhal, esta
foi sem dúvida uma experiência a repetir. Em casa
dos nossos anfitriões fomos recebidos com toda
a simpatia e em redor da mesa partilhámos
um delicioso caldo de urtigas, apanhadas à mão pelo
Francisco, e arroz de acelgas. Na bagagem
trouxemos os espargos, espinafres e rúcula
que crescem na horta da propriedade para fazer
em casa deliciosas receitas vegetarianas.
Aqui sente-se a proximidade do rio Guadiana,
a herança da cultura árabe e a influência espanhola.
ANTÁRCTIDAF R A N C I S C O L I N O
O viajante que decide ir ao Pólo Sul para uns dias
de férias, a um destino tão remoto e inóspito
como a Antárctida, é questionado pela maioria
daqueles a quem decide contar a sua aventura:
“À Antárctida? Fazer o quê? O que existe lá para
ver? Neve? Gelo? Esquimós, iglus, ou talvez uns
ursos polares?”... Para além de não saberem que
ursos polares só existem no árctico, tão pouco
se lembram que a Antárctida é considerada como
um dos mais importantes patrimónios
da humanidade, uma vez que aqui se encontra
a maior reserva de água doce do planeta. Quando
lhes conto que vou na primeira expedição deste
género jamais feita, com os melhores extreme
skiers e snowboarders do mundo – aqueles que
vemos nos filmes –, lançando-se de montanhas
impossíveis de encarar e saltando mais de 50m
no ar, simplesmente não acreditam. Sim, este
é o novo tipo de turismo que se pode fazer
na Antárctida, caro, extremo, fisicamente exigente
(não existem meios como helicópteros ou
teleféricos), perigoso mas possível. Eu fui, espero
ir a outras mais, e voltei para contar!
CASTRO MARIMR I C A R D O P O L Ó N I O
Que belo “triângulo”! Perguntam vocês: “Mas que
triângulo?”. Ah pois é: Castro Marim, Vila Real
de Sto. António e S. Bartolomeu. Neste último
vértice fica a Companhia das Culturas onde
ancorámos para regressarmos às origens
tão particulares da região. Arquitectura simples
e fidedigna e respeito pela Natureza são pontos
fortes desta casa e dos elementos
que a circundam. Outro local é Castro Marim –
esta vila medieval famosa pela qualidade inegável
da sua Flor de Sal, pelo castelo e pelo forte, fica
muito próximo de Vila Real de Santo António onde
podemos encontrar o único local em Portugal
a fazer muxama, uma especialidade de atum digna
de se provar, comprar e divulgar. Tudo mesmo
junto à fronteira (a dois passos das melhores
tapas), e perto de praias longas e de areia fina,
um destino encantador para miúdos e graúdos.
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8 B L U E T R A V E L
TEM ESPÍRITO BLUE?Procura sempre uma forma inteligente de viajar? Escolhe os hotéis
que contribuem para o bem-estar das populações locais e para
preservar o ambiente? Viveu momentos únicos que mudaram
a sua vida? Partilhe connosco e sinta-se parte da equipa blue.
Escreva-nos para avaliarmos a sua experiência para
[email protected] ou para Revista BLUE TRAVEL/viajantes
blue, Rua Vera Lagoa, n.º 12, 1649 – 012 Lisboa.
SUDESTE ASIÁTICODesde 1999 que Ana Pedras e Alexandre Barbosa têm viajado por paragens remotas em busca
da diferença, da novidade, da aventura. Cerca de 40 países visitados, o que mais os surpreendeu
foi descobrir que, apesar das diferenças culturais, a natureza humana é universal, e por vezes é mais
fácil encontrar pessoas parecidas connosco do outro lado do mundo, do que à nossa volta no dia-a-
-dia. Outra grande surpresa é verificar que em muitos sítios somos os primeiros portugueses
que alguma vez viram. Nalguns sítios nunca ouviram falar de Portugal, não sabem que é um país.
Por vezes utilizam outros nomes, como por exemplo no Vietname “Bo-Da-Nha”, na China “Pu-Tao-
-Ya” ou no Japão “Porutogaru”. Este é o relato de quase um ano de viagem pela Tailândia, Malásia,
Vietname, Laos, China, Nepal, Bangladesh e Indonésia – uma experiência verdadeiramente
inesquecível! Espreite o site destes nossos viajantes em www.lugaresemomentos.com.
Após bastantes viagens tinha chegado mais uma oportunidade de partir à
aventura. Fizemos planos, traçámos várias rotas, lemos revistas, guias, re-
portagens… Em Agosto de 2008 decidimos ir, porque, muitas vezes, os planos fei-
tos com muita antecedência acabam por nunca ser postos em prática. Comprámos
um bilhete de ida e volta Londres – Banguecoque com partida no dia 15 de Outubro,
e regresso a 17 de Junho de 2009, mais um voo de ida para Londres e partimos.
PRIMEIRO DESTINO: TAILÂNDIA. A nossa ideia era viver (quase) um ano no Sudeste
Asiático, onde já tínhamos estado várias vezes. Após cerca de 20h de viagem ater-
rámos em Banguecoque, a nossa cidade preferida. Já não nos recordávamos do
calor, da humidade, da confusão! Em 2006 abriu o aeroporto Suvarnabhumi, e ago-
ra tudo é mais simples e civilizado (mas menos divertido). Já se compram talões pa-
ra os táxis em vez de ter que negociar com o taxista directamente, há autocarros
para o centro da cidade e, brevemente, o skytrain vai chegar ao aeroporto, o que vai
tornar a chegada a Banguecoque tão simples como aterrar em Heathrow. Ficámos
uns dias na guesthouse do costume, em Sukhumvit, onde já nos conhecem e fazem
sempre uma festa quando nos vêem. É muito limpa, agradável e conveniente. Tem
uma livraria por baixo com acesso à Internet e fica a cem metros do skytrain.
Em Banguecoque já não vamos a sítios turísticos; gostamos de ir ao cinema,
comer um tom-kha, passear pelos centros comerciais MBK e Paragon, andar de
transportes públicos... simplesmente andar por lá como se fosse a nossa casa.
P O R Alexandre Barbosa e Ana Pedras
V I A J A N T E S B L U E
8 MESES EM TERRAS DO ORIENTE
V I E T N A M E
S H I G A T S E , T I B E T E V U L C Ã O B R O M O , J A V A
D U R B A R , K A T M A N D UL H A S A , T I B E T E
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V I A J A N T E S B L U E | S U D E S T E A S I Á T I C O
NO TOPO DO MUNDOO chegar ao topo possível, depois de uma expedição de vários dias pelo Tibete que nos levaria até ao Nepal, foi seguramente um dos pontos altos da viagem. E por fim,chegar à base do Evereste, um dos lugares mais altos do mundo, a 5.200m de altitude; estar lá, sentir o sol forte, o vento frio dos glaciares, estar perante um cenário único e grandioso... foi simplesmente inesquecível!
Ao fim de uns dias apanhámos o comboio para Chiang Mai, e alugámos uma mota para
conhecer a região. Uma experiência que nos marcou foi a visita ao parque de tigres, onde
eles andam à solta e podemos tocar-lhes. Descemos depois para o Sul da Tailândia até Koh
Tao, a ilha onde tirei o meu curso de mergulho, e continuámos para sul, sempre de autocar-
ro, já que os comboios estavam cheios devido ao problema polític que levou ao fecho de
vários aeroportos e a maioria dos turistas achou melhor ir passear para outro lado.
MALÁSIA, VIETNAME E LAOS. Apesar de haver muita gente na fronteira e grandes filas de
espera,tudo decorreu com normalidade e passámos para a Malásia sem dificuldades.Passá-
mos uma semana em Malaca, e seguimos para Singapura onde apanhámos um voo para
Saigão, uma cidade de que também gostamos muito. É um lugar de contrastes, muito con-
fuso, com muita gente e o trânsito mais caótico do universo, mas ao mesmo tempo sofis-
ticado e moderno. Um dos nossos hobbies preferidos é alugar uma scooter e misturarmo-
nos com os dois milhões de motos que existem na cidade. É sempre uma aventura!
O meu primo Miguel e a namorada (Teresa) estavam a passar um mês no Sudeste Asiá-
tico, e Saigão foi o nosso ponto de encontro. Com eles voámos rumo a Phu-Quoc, uma ilha
linda ao largo do Camboja, mas que pertence ao Vietname, onde passámos uma semana a
almoçar fruta na praia, dar mergulhos no mar e na piscina, e jantar peixe fresco grelhado.
Lá fizemos amigos espanhóis e ao fim de dois dias já pertencíamos a um grupo ibérico de
dez pessoas com quem partilhávamos jantaradas sempre acompanhadas de cerveja Saigon
e vinho Dalat. Comemorámos juntos o aniversário da Teresa, para o qual reservámos dois
grandes peixes no único restaurante na praia que concordou em servir-nos até à meia-
noite. O grupo acabou por partir,mas nós fomo-nos deixando ficar. Passámos o Natal por lá.
Um grande banquete na praia e os pés na areia substituíram o bacalhau, o peru e o pai
natal. Voámos de volta para Saigão, onde passámos o fim de ano ocidental no meio da con-
fusão. Fomos subindo para norte de autocarro e chegámos a Dalat. Pela primeira vez senti-
mos frio. A Ana queria conhecer Hang-Nga, a arquitecta da famosa “crazy-house”. Bastou
um telefonema para marcar uma entrevista com ela e ver a sua obra-prima. Tivemos tam-
bém o prazer de conhecer Dui Viêt,grande poeta e pintor de Dalat,e amigo de Hang-Nga.
MUDANÇA DE PLANOS. Passado alguns dias conhecemos um casal de holandeses,que alte-
rou por completo a nossa viagem.Contaram-nos que tinham apanhado o trans-mongoliano,
desceram a China até Chengdu, e foram de comboio para Lhasa… Pensámos que isto sim,
parecia uma viagem a sério. Como queríamos voltar a Laos, onde tínhamos estado em
2002, decidimos atravessar a fronteira, subir até ao norte do país e aí passar para Yunnan,
uma província da China.
PARTILHAR SORRISOSNum passeio na vila da ilha Phu Quoc, numa das pontes de um pequeno rio, duas crianças cruzam-se connosco.
A alegria de serem fotografadas, de se verem no pequeno ecrã de uma máquina (para nós tão banal)
foi contagiante. Os sorrisos espontâneos... sentir o brilho nos olhos de uma criança... Há momentos mágicos
quando se viaja, e este foi um deles!
12 B L U E T R A V E L
V I A J A N T E S B L U E | S U D E S T E A S I Á T I C O
Ainda no Vietname passámos o ano novo chinês (TET) em Hoi-An. Os Vietnamitas lim-
pam e pintam as casas, decoram-nas com plantas, e sente-se uma energia indescritível no
ar. Passámos ainda uns dias em Hué antes de atravessarmos a fronteira para Savanakhet.
No Laos tudo é diferente. Num país com uma densidade populacional baixíssima, tudo
corre devagar. Demorou alguns dias para nos adaptarmos, depois do stress do Vietname.
Por lá fizemos uma das viagens de barco mais bonitas até hoje, ao subir o rio, durante nove
horas de Luang-Prabang até Nong-Khiaw, num barquito que levava apenas seis pessoas.
A CHINA É… GRANDE! E de autocarro é ainda maior! E pela primeira vez não conseguimos
falar com ninguém. Passámos por vários sítios onde nunca tinham visto turistas. Rapida-
mente aprendemos a dizer “arroz salteado com vegetais” e “tofu com tomate”. Tocavam-me
nos pêlos dos braços, porque nunca tinham visto tal coisa, e o maior choque cultural foi não
encontrar lâminas da barba nem desodorizante; os chineses não têm pêlos e não usam.
Safou-me o Pedro, um brasileiro que seria nosso companheiro na exploração do Tibete, e que
vinha preparado com vários kits extra. Passámos um mês e meio a descobrir um pouco da
China rural. Ficámos pelas províncias de Yunnan e Sichuan; conhecemos os arrozais de
Yuanyang; alguns dos cerca de 55 grupos étnicos que se encontram naquelas bandas; as
cidades históricas de Dali e Lijiang; a maior estátua de Buda do mundo em Leshan; pas-
sámos três dias a subir (a pé e rodeados de macacos) o monte Emei, a montanha mais sa-
grada da China, e dormimos duas noites em templos de monges que há pelo caminho; via-
jámos até Yunlong, perto da Birmânia, só para ver um Yin-Yang natural formado pelo rio.
EM LUCHUN FICÁMOS SEM DINHEIRO. A três dias de autocarro de qualquer grande cida-
de, os cartões que tínhamos não funcionavam, o banco não fazia cash-advance e não nos
trocava dólares nem euros. Acabámos por ser salvos por um polícia que falava inglês e nos
trocou 40 dólares. Era Março e queríamos passar para o Tibete. Sabíamos que alguns viajan-
tes já o tinham feito sem visto e pensámos fazer o mesmo. Mas logo descobrimos que nem
com autorização se podia lá entrar. A fronteira estava fechada devido às “comemorações”
dos 50 anos de exílio do Dalai Lama. Fomos ficando por Chengdu. Ficámos surpreendidos
com a ópera de Sichuan; o maior parque de pandas do mundo; com o metro destruído pelo
terramoto de 2008; com o hot-pot, uma espécie de fondue muito popular, que acompanha de
forma fantástica uma Tsing-Tao gelada; e com o facto de a maioria da população se deslocar
em motos eléctricas. A fronteira abriu a 5 de Abril, e a 15 entrámos no Tibete. A nossa ideia
era apanhar o comboio Chengdu-Lhasa (a linha mais alta do mundo, que passa acima dos
5.000m e onde o bilhete inclui uma máscara de oxigénio) e em Lhasa ir de jipe até à fron-
teira do Nepal. Mas o governo Chinês só permitiu entrada a quem tivesse tudo organizado.
Foi necessário alugar um jipe, um guia e um motorista ainda antes de sair da China.
A CHEGADA DE COMBOIO A LHASA foi, no mínimo, estranha. Devido ao ar rarefeito
(3.700m), não tínhamos energia, e tivemos que nos “arrastar” até ao jipe que já nos espera-
va à saída da estação. Alguns dias depois já estávamos preparados para seguir viagem.
EXPEDIÇÃO NOS HIMALAIASA expedição que fizemos do Tibete ao Nepal, levou-nospor mais de dez dias entre montanhas, glaciares e lagos gelados. Na imagem, o momento da chegada à base do Evereste
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Comprámos botijas de oxigénio, comprimidos para a altitude, roupas quentes e seguimos
rumo ao Nepal. Após templos, precipícios, estradas desertas, paisagens deslumbrantes e o
Evereste, o jipe deixou-nos perto da fronteira, e lá passámos para Khodari. Após seis
meses passados em culturas asiáticas, sentimos que estávamos a entrar noutro mundo.
PRÓXIMA PARAGEM: BANGLADESH. Apesar de termos gostado bastante do Nepal, acabá-
mos por passar pouco tempo por lá. Cortes de energia diários, falta de combustível e insta-
bilidade política deram-nos a motivação necessária para voar para o Bangladesh. Aterrá-
mos em Dakha com 40ºC e sem grandes planos. Acabámos por fazer uma viagem de dois
dias no “Rocket”, um barco a vapor onde ainda se sente um ambiente colonial. Viajámos
em 1ª e pagámos €14 por duas noites numa das oito cabines privadas com ar condiciona-
do. O andar de baixo leva mercadorias, animais, e a maioria dos passageiros, que não têm
sequer lugar para se sentar. Não deixaram estrangeiros viajar nesta “classe”, dizem que
não é “próprio”. No Bangladesh não estão habituados a ver turistas. Tivemos sempre pes-
soas à nossa volta, que fingiam não estar a olhar para nós, mas até mudavam de direcção
para nos seguir de forma subreptícia. Sentimo-nos estrelas de cinema, e ter cerca de 20
pessoas atrás de nós passou a ser normal. Apesar de curiosos, foram sempre muito simpá-
ticos e nunca invadiram o nosso espaço pessoal.
POR FIM, BALI. Voámos rumo a Jacarta e de lá apanhámos comboio para Yogiakarta, para
ver Borubudur, o grande templo Budista. Rumámos depois a Bali, passando apenas por Ce-
moro Lawang para ver o vulcão Bromo, inserido numa paisagem que parece de outro plane-
ta. Já só queríamos passar as últimas três semanas na praia a fazer surf e a apanhar sol.
Ainda pensámos ir até Nusa Lembogan ou até Komodo para ver os famosos dragões, mas a
praia de Balangan, na Península de Bukit no sul de Bali, fez-nos mudar de ideia.
VOÁMOS FINALMENTE DE VOLTA, e descobrimos que tudo estava na mesma, excepto nós.
Nunca pensámos que pudesse demorar cerca de dois meses até voltarmos a uma vida “nor-
mal”. Ao princípio, habituados a viver com meia dúzia de objectos pessoais não sabíamos
onde púnhamos as chaves, eu não me lembrava sequer onde ficava o supermercado, ou de
que lado da estrada se conduzia. Tinha os seguros todos por pagar, o selo do carro, as
revisões, as contribuições, e mais uma data de coisas acabadas em “ões”; não me lembrava
qual era a gaveta das meias nem como se ligava o esquentador... Resumindo, a vida
pareceu-nos muito complicada. O mais importante agora é voltar a juntar uns trocos,
pedir um novo passaporte, e pensar por onde será a nossa próxima expedição. E
VALE SEMPRE A PENA...A viagem, os preparativos, os cenários, as aldeias, as pessoas que encontramos, são momentos
cheios de emoção que guardamos com carinho. Fizemos muitos amigos pelo caminho.
As pessoas são a maior surpresa que encontramos quando viajamos
KATMANDUUma menina a vender especiarias no mercado nocturno de Katmandu
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BLUE MEDIA Rua Vera Lagoa, n .º 12, 1649 - 012 Lisboa, Tel.: 217 203 340 | Fax geral: 217 203 349 | Contribuinte n.º 508 420 237
DIRECTOR GERAL Paulo Ferreira | DIRECTOR DE ARTE E PROJECTO GRÁFICO Pedro Antunes, [email protected]
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REDACÇÃO Patrícia Cabral, [email protected] | FOTOGRAFIA Ricardo Polónio, [email protected]
DIRECTOR COMERCIAL Paulo Ferreira, [email protected] | DEPARTAMENTO DE MARKETING & PUBLICIDADE Maria Reis, [email protected]; Fax publicidade: 217 203 349
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PROPRIEDADE: Paulo dos Reis Ferreira | Tiragem: 20.000 exemplares
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L I S B O A | R E S T A U R A N T E L A R G O
UMA COZINHA ESSENCIAL Depois do Porto com o Bull & Bear chegou a vez dos lisboetas se renderem ao talento
do chef Miguel Castro e Silva. O nosso ponto de encontro foi no restaurante Largo, a mais
recente coqueluche do panorama nacional gastronómico. Ao fim de uma hora
de conversa, com provas à mistura, ficou bem clara a sua receita de sucesso. «A minha
cozinha sou eu próprio. Inspiro-me nos sabores portugueses com tendências
internacionais», diz-nos. A qualidade dos produtos usados na confecção é outro
dos trunfos de Miguel. «Tenho uma óptima relação com os fornecedores. Chega-me
matéria prima proveniente dos mais variados mercados nacionais e internacionais».
Rendi-me às Lulinhas salteadas sobre batatas crocantes com dois azeites e o Lombinho
de porco com migas de grelos, ambos com uma apresentação muito clean. «Gosto
de simplificar e trabalhar a verdadeira essência de um produto», remata.
RESTAURANTE LARGORua Serpa Pinto, n.º 10-AChiado, Largo de S.CarlosTel.: 21.347.7225, www.largo.ptHorário: Aberto todos os dias das 12h à 01h
Chef | Perfil
Miguel Castro e Silva Com uma vasta carreira, o chef Miguel Castro e Silva tem-sedestacado nas mais diferentes áreas da gastronomianacional e internacional. Foi consultor de F&B na Fundaçãode Serralves, na Quinta da Romaneira, colaborou no desenvolvimento do conceito do restaurante Tugga, em Londres, entre muitos outros projectos paralelos. Em 2007 publicou o livro «The Food&Cooking of Portugal» e foi convidado a escrever três receitas para o «LarousseGastronomique». Em parceria com a Vista Alegre, lançouainda uma linha de loiça e criou lotes de vinhos comprodutores do Douro e Dão. Depois da abertura do restaurante de petiscos De Castro Elias, dedica-se agora de corpo e alma ao Largo.
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A PROVAR
■ EntradaTrio de peixes – atum à japonesa, tártaro de carapau e vieiras grelhadas
■ Prato de peixeBacalhau 80º de cura portuguesa com migas de poejo e hortelã da ribeira
■ Prato de carneCachaço de porco preto com ensopado de cogumelos do campo e grão
■ SobremesaPudim de mel com requeijão e doce de abóbora
Podia ser Milão, Nova Iorque, ou outra cidade cosmopolita, mas fica no Chiado, e nasceu
da recuperação do antigo Convento da Igreja dos Mártires
FAÇA VOCÊ MESMO {Receita do chef }
LOMBINHO DE PORCO COM MIGAS DE GRELOS, MOLHO DE CENOURA E GENGIBRELombinho de porco; Grelos; Feijão-frade cozido; Broa de milho; Alho; AzeiteGrelhe os lombinhos de porco temperados com sal grosso. Escalde os grelosarranjados em água com sal, esfrie e escorra. Salteie os grelos cortados em azeite,tempere de alho e junte o feijão. Por fim ligue com a broa. Enforme em cincho.Sirva as migas com o lombinho cortado sobre o molho.
MOLHO DE CENOURA E GENGIBRE3 cenouras; 1 cebola; azeite; louro alho; gengibre; caldo de avesCoza no caldo com o azeite a cebola com o louro, a cenoura aos bocados,o alho e o gengibre raspado. Quando cozido retire o louro, triture e passe por um passador fino. Rectifique os temperos.
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NOVAS EXPERIÊNCIASO restaurante Bocca integrou um conceito onde o chef Alexandre Silva exibe a sua
cozinha criativa, saborosa e aromática, em pequenas porções. É o Gastro Bar, onde
se partilha entre amigos e com toda a descontracção, sushi, sashimi, ostras, mini-pizza,
pratos portugueses e até o best of Bocca. A isto junta-se uma carta de cocktails,
elaborada para cada sugestão, ou vinho a copo, que percorre cerca de 90 rótulos
Rua Rodrigo da Fonseca 87-D, Tel.: 21.380.8383, www.bocca.pt
Miraflores | Chef Mate
COZINHA GOURMET EM CASA
Hoje apetece-me um creme de cenoura com queijo
parmesão, seguido de lasanha de espinafres e camarão,
e por fim uma tarte merengada de lima... Basta ir ao site
do Chef Mate, que abriu há pouco mais de um mês,
ou telefonar e escolher o seu prato favorito. Perfeito para
encomendar um jantar de amigos ou o seu jantar.
As entregas são gratuitas num raio máximo de 10km.
Rua da Piscina, n.º 6, Loja 1, Tel.: 21.145.2145,
www.chefmate.pt
GASTRONOMIA | PRÉMIO
Igor Martinho, chef do restaurante Quinta dos Frades, foi o vencedor do 20º concurso Chef Cozinheiro do Ano 2009.
Com apenas 25 anos, conta já com uma vasta experiência na área da restauração. www.quintadosfrades.com
Paço de Arcos | Enigma
REFEIÇÕES COM VISTA PARA O MAR
Um restaurante e Coffee Lounge é a proposta do Enigma,
em plena Marginal. Num edifício de dois andares, as
refeições são servidas no primeiro andar e apostam numa
carta variada. Tem um menu de peixe e carne para cada dia
da semana que custa €16 e ao jantar €25. A partir das
10h30 o Coffee Lounge abre para pequenos-almoços,
e durante a tarde serve lanches. No bar tem after work
cocktails ou uma bebida para terminar a noite.
Praça Guilherme Gomes Fernandes 5, Tel.: 21.441.1199,
www.restaurantenigma.com
linkqwww.tmn.pt
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3 DESTINOS A NÃO PERDERNa cosmopolita Barcelona entregue-se aos prazeres do corpo e mente;
num hotel perdido a norte da Ilha de Boavista goze o melhor da praia; e em Cannes,
assista ao Festival de Cinema, um dos eventos culturais mais esperados do ano..
BARCELONASTONE SPA Gran Vía de Les Corts Catalanes, 559,www.casanovabcnhotel.com
No centro de Barcelona, o hotel Casanova oferece um espaço de relaxamento ideal para fazer uma pausa. O Stone Spa, construído apenas com materiais naturais,aposta nos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. À chegada os clientes recebem uma pedra que os ajudará a libertar as tensões acumuladas. Depois é só escolher o caminho a seguir que os conduzirá ao Vulcão das Águas,Jardim Mediterrâneo, Bolhas de Sensações ou outros... No final da sessão tem à sua espera uma taça de Cava para saborear no Cantinho da Serenidade.
CANNESHOTEL 7ART rue Maréchal Joffre, Tel.: +33.4.9368.6666,www.7arthotel.com
É a mais recente abertura da cidade, mesmo a tempo do festival de cinema. Tem apenas 14 quartos distribuídospor três pisos de um edifício provençal, e fica em plenocentro histórico, a 100m do Palais des Festivals onde vai poder ver as estrelas de Hollywood desfilar em Maio. Uma das fachadas é pintada com um tromp l’oeil“Uma entrada de cinema”, alusivo à Sétima Arte. O isolamento sonoro garante sossego mesmo durante as épocas mais agitadas, e há WiFi grátis em todo o hotel. Duplo a partir de €70; durante o festival, €160.
ILHA DE BOAVISTA SPINGUERAwww.spinguera.com
Uma antiga vila de pescadores a norte da Ilha de Boavistadeu lugar a um cenário mágico chamado Spinguera. Nestehotel mesmo sobre a praia, natureza e arquitectura fundem--se harmoniosamente. Sem televisão nem rede para móveis,quem escolhe este destino procura o máximo de isolamentoe muito descanso. Os dez quartos e dois apartamentos comcozinha têm vistas rasgadas para o mar. No restaurante-barCá Cabra servem-se pratos da cozinha caboverdiana e mediterrânea ao som das mornas.
Momentos blue
■ Lisboa | Matiz Pombalina A dois passos do Santos Design District, perfeito para tomarum copo ao final do dia ou petiscar, entre exposiçõestemporárias. Rua das Trinas, 25, www.matiz-pombalina.pt
■ Lisboa | Buona Bocca Apetece-lhe uma fatia de pizza de trufas ou camarão e gengibre? Experimente nesta pizzaria que serve fatias ao corte de vários sabores por apenas €3.Av. 5 de Outubro, 170-B, www.buonabocca.com
■ Lisboa | FábulasProve uma tosta Robin Hood, uma sanduíche Casseopeiaou uma das tartines do Fábulas. É restaurante, galeria de arte, cyber café e wine bar, numa atmosfera medieval.Tel.: 21.347.6323, www.fabulas.pt
S T O N E S P A
linkqwww.kaffa.pt
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Até Novembro, sete pousadas de Portugal propõem uma experiência diferente para ficar a conhecer as melhores castas de norte a sul do país. www.pousadas.pt
P O U S A D A S D E P O R T U G A L
G O U R M E T
SABORES DO MUNDO Dois novos restaurantes em Buenos Aires
e um bistrot em Paris são boas propostas para umas férias gastronómicas,
aqui na Europa ou na América latina.
{ RESTAURANTE DE FAMOSOS }BUENOS AIRES | FERVORO estilista Karl Lagerfeld e o guitarrista dos AC/DC, Angus Young, foram alguns dos nomes que jáexperimentaram os grelhados do Fervor. Este restaurante,situado no emblemático bairro da Recoleta, foi em temposuma tinturaria japonesa. À frente da cozinha está a chefLuiza Gonzalez Urquiza, que prepara os coelhos na brasa,cordeiro grelhado e a escarola, uma mistura de frutos do mar grelhados e regados com molho verde ou maionese. A decoração bem ao estilo Art Déco prima pelo conforto e originalidade. Com dois andares, tem uma mezzanineno primeiro piso. www.fervorbrasas.com.ar
{ COZINHA DE SABORES ITALIANOS }BUENOS AIRES | SOTTOVOCE
Com dois restaurantes, um no bairro do Libertador e outroem Puerto Madero, aposta numa cozinha requintada.Sottovoce, uma expressão que significa «em voz baixa»,aposta nos sabores italianos tradicionais. Desde a clássicaPolenta à bolonhesa ou a Beringela parmigiana, tudo vale a pena experimentar. Tem ainda a famosa salada Caprese e o Carpaccio de salmão, rúcula e queijo parmesão. Para a sobremesa peça a Torta de maçã com canela e as Panquecas recheadas com doce de leite argentino.www.sottovoceristorante.com.ar
{ UM BISTROT PARA GOURMANDS }PARIS | L'OGRE
Henry, Nicolas e Maxime são os três amigos por detrás do L´Ogre, um bistrot de cozinha francesa. «Quisemos criarsabores autênticos e apetitosos com origem em tradiçõesculinárias. A nossa carta baseia-se nos produtos frescos da estação», explica Maxime. Uma das especialidades desterestaurante é o leitão acompanhado de batatas assadas. A mousse, feita de chocolate branco ou preto conforme o humor do chef, é outra das sobremesas mais requisitadas.Para acompanhar, peça um café, proveniente da Sicília, tem um sabor extremamente característico. 1, Avenue de Versailles
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A NÃO PERDER!
■ Passeio de caiaque nos canais principais da Ria de Aveiro, com saída no cais localizadoà porta da BiniBag (duração 1h30m), em parceria com a Portugal Kayak,www.portugalkayak.com
■ Degustação do “Gourmet Ria de Aveiro”,em parceria com a loja Boletus Gourmet,http://boletusgourmet.com
■ Jantar no Restaurante Dori, na Costa Nova(especialidades: Arroz de marisco, Açorda de marisco, Peixe escalado…)
■ Um serão animado nos bares da Praça de Peixe, na zona histórica de Aveiro
■ A esplanada do Offshore Bar,na praia da Barra
A V E I R O | B I N I B A G G U E S T H O U S E
FÉRIAS BUDGET JUNTO À RIAAbriu há um ano como a primeira guesthouse da cidade de Aveiro,
oferecendo uma alternativa de alojamento a quem vem de férias
para esta zona do país. Tem seis quartos, incluindo duas suites
para casais e quatro com beliches, e uma cozinha disponível para
os hóspedes, podendo reservar a casa por inteiro. A decoração
mistura peças antigas recicladas e móveis contemporâneos com
o toque personalizado da artista plástica Teresa Melo.
No primeiro piso há salas de leitura e TV/DVD com um ponto
de acesso gratuito à Internet (há acesso Wi-Fi em toda a casa),
e no terceiro piso um lounge para ouvir música e relaxar, bem
como um terraço de onde se avista a Ria de Aveiro. Além de poder
alugar bicicletas, peça para lhe reservarem um passeio de caiaque
pelos canais da cidade ou da Ria, uma degustação das delícias
da região, aulas de surf ou kite surf ou sessões de yoga.
Suites a partir de €50, Tel.: 234.041.230 http://binibag.blogspot.com
ou http://binibag.wordpress.com
linkqwww.plantagri.com
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IMAGINARIUM PRENDAS SUSTENTÁVEISwww.imaginarium.pt
A Imaginarium lançou as linhas Bioexplorer e Biohabitatpara ensinar as crianças a respeitar e conhecer a natureza.Em qualquer das lojas desta marca encontra diversosacessórios para ensinar os seus filhos a poupar energia.Desde um aplicador para a torneira que permite poupar até 40% de água a uma lanterna ecológica ou sementesorgânicas, tem óptimas ideias para oferecer prendassustentáveis.
BAMBO NATURE CUIDAR DO BEBÉ E DO AMBIENTE www.quintalbioshop.com
Se procura alternativas ecológicas e tem um bebé, as fraldas descartáveis Bambo Nature são uma excelenteopção. Sem quaisquer aditivos químicos, foram distinguidascom a «Nordic Swan Eco Label», uma reconhecida agênciade protecção ambiental dinamarquesa.
ECOBOLA AZUL LAVAR SEM QUÍMICOSwww.ecobolas.com.pt/comprar
Da próxima vez que comprar detergente para a roupa, opte pela Ecobola Azul. Para além de não conter químicos,o que é perfeito para a sua pele, protege o ambiente das agressões. Basta entrar no site www.ecobolas.com.pt/comprar, e fazer a sua comprar online.
EUROPCARFROTA ECO-FRIENDLYwww.europcar.pt
A Europcar encomendou 500 veículos eléctricos Renaultpara aluguer, que vão ser entregues no terceiro trimestre de 2011 nas principais capitais europeias. Os veículos quenão produzem emissões poluentes vão estar disponíveis em três modelos diferentes: familiar, pequeno e de carga.
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E M T O R N O D O V I N H O
ESTAS BANDAS NÃO SE ACONSELHAM a meninos copos de leite e enfastiados com a
vida. Acólitos de Baco, bebedores distintos (sem a tramontana perdida) e adoradores da
uva rainha, esses sim estarão nas suas sete quintas entre os vinhedos e as bodegas de La
Rioja. E agora que sobram na mesa apenas os duros e os puros – que isto de beber bem, só
acompanhado de um puro – vamos ao que interessa. Um herético abstémio ou um pisco
não têm lugar nesta assembleia. A fama hospitaleira dos riojanos não é letra morta, e o
mais certo será tratarem-no como um filho e porem-no à engorda.
Pois, ao viajante acabado de chegar já o laçaram sem apelo nem agravo para o inte-
rior de uma bodega, a mais velha de toda a região, pertença do marquês de Legarda, na
bonita terra de Ábalos, na Rioja Alta, onde não moram nem cem almas. O marquês gaba-
-se de não falhar um garrafão diário de tinto (e uma oração à Virgem Maria) desde o ano
da morte do caudilho Franco. As bodegas de La Real Divisa datam de 1367, e não há
outras como estas em toda a Espanha. Os tonéis, as barricas e as pipas de carvalho fran-
cês são os mesmos que o primeiro marquês encomendou a um carpinteiro de Bordéus. O
marquês é ele próprio um fóssil e recusa, veemente, a modernidade. “El progresso és
todo una mierda”, diz, inspirado por um gargarejo da colheita de 1995, das melhores da
última década. Refere-se ao aparato fabril da maioria das bodegas, e denota uma
embirração particular com a bodega El Fabulista, de Laguardia, que para além de estar
em território basco leva a assinatura de Santiago Calatrava. Quem mandou o senhor
arquitecto meter o bedelho em seara alheia e vender-se aos interesses da lavoura? Ergue
o copo e volta a falar com vigor: “que se jodam los modernos e viva el rey Juan Carlos!”.
O viajante não hesita na degustação e prova agora tintos de 82 e 2oo1, este último
uma odisseia no espaço que o deixa a fibrilar como o canavial ao fundo do jardim. Senta-
-se então, à fresca, como é seu hábito pós-digestivo, debaixo de uma velha oliveira e deixa
o marquês nas masmorras entregue aos seus impropérios. Antes de arribar a este pueblo,
de Ábalos, a 5okm de Logroño, a capital da Rioja Alta, o viajante chegara ao povoado de
Santo Domingo de la Calzada e ao parador da Plaza del Santo.
Abstémios, copos de leite e fracos de estômago devem abster-se deste paradeiro. A região de La Rioja não se compadece com bebedores
e comedores de ânimo leve. Aos devotos da boa mesa (e do melhor tonel), espera-os uma estadia de três em pipa. Com um novo hotel
a estrear este mês, esta é uma proposta para aproveitar a dois ou com amigos, agora que o bom tempo se faz sentir.
{ F I M - D E - S E M A N A B L U E N A E U R O P A }
LA RIOJA
CONTACTOS ÚTEISPara saber mais informações sobre a regiãocontacte o turismo local através do Tel.: +34.902.277.200, ou pelo site oficialem www.lariojaturismo.com. Consulte também a web oficial do Turismo de España emwww.spain.info.
. Na rota do T-Rex Entre as alternativas à rota do vinho, a maisoriginal é a dos dinossáurios. Toda La Rioja é um rincão de pegadas e fósseis, e há umaconcentração de guias especializadosdisponíveis para passeios de um dia. Os hotéisencarregam-se do contacto. Das vilas e aldeiashistóricas, Briñes, Briones e Santo Domingo de la Calzada são as mais intocadas.
Fotos A R Q U I V O B L U E T R A V E L
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SANTO DOMINGO É TERRA PEQUENA E DÓCIL, como quase todas as da Rioja, tirando
Logroño, uma réplica provinciana de Madrid tomada de assalto pela estudantina e que
serve o efeito de aliviar o tédio, sobretudo nas noites de sábado, e em particular na Calle
de los Laureles, junto à praça central, crivada de bares, taperías e tocadores de concerti-
na. Saudoso de uma Merluza con salsa langostada e uns Pimientos piquillo rellenos de
setas y trufas, o viajante toma assento no El Rincón del Vino, dos hermanos Sergi,
Armando e Guillermo Soto Mendí, uma referência para apreciadores de Chuletón de
buey en plancha de la abuela. Foi na cozinha deste rincão de Logroño que uma família de
antifranquistas viveu clandestina durante a guerra civil, entaipada em oito metros qua-
drados de cave. “Era a minha avó que lhes mandava a comida pelo esgoto”, conta Sergi, o
mais novo dos irmãos, mestre de cerimónias e assador encartado. Também Rosa León,
do Los Caños, de Haro, entendeu abrir um comedor no antigo cárcere da cidade. A tor-
tura, hoje, é não poder levar Rosa na mala e a sua receita mágica de Bacalao a la riojana.
O VIAJANTE ESTÁ NO CENTRO DA RIOJA ALTA, e já palmilhou desde Elciego, uma das
principais referências da Rioja Alavesa, a Cenicero, terra das bodegas francófilas do Mar-
qués de Cáceres (dono dos vinhedos Château Camensac de Bordéus) e berço da moderna
indústria do vinho riojano. Andou à beira de pastos de flores silvestres e campos nos
pouco mais de 20km que separam Haro de Briones, um dos povoados medievais mais
intactos de toda a Rioja, espécie de aldeia-museu com ruas de pedra evocando ofícios
extintos – ferreiro, canteiro, marceneiro… – e uma bonita igreja, ex-líbris da terra.
Ora, seguindo o leito do rio Linares y del Cidacos, abre-se um outro museu natural,
na Rioja Baja, com quilómetros de vista desafogada de localidades como Enciso, Igea,
Munilla, Valdecedillo, Arnedo, Grávalos e Cornago.
RUMAMOS DEPOIS A BRIONES, e ao Museu da Cultura do Vinho, onde está reunido
numa centena de hectares tudo o que ao vinho diz respeito, de vinhedo a instrumentos
da era romana. O viajante come uma esgalha de uvas negras como azeitonas enquanto
ouve a palestra de um enólogo. Da muita parra e muita uva, o viajante retém para os ami-
gos (depois de bebido a preceito) o conselho de um Viña Salceda (Crianza), da casta Tem-
pranillo, com um toque de Mazuelo e Graciano. Escreve a caligrafia infantil e já rosado
como um pincho de pimientos picantes: “trata-se de um caldo excelente, vivido em barri-
ca de roble americano durante 18 meses, seguidos de oito meses na garrafa”. Para os me-
nos informados escreve em rodapé as advertências: ao ler o selo de garantia deve reparar
no título. Por exemplo, Crianza corresponde a um vinho com pelo menos três anos que
passou um ano, no mínimo, na barrica. Segue-se, em crescendo de virtude, o Reserva,
que corresponde a vinhos muito seleccionados com envelhecimento mínimo, entre
barrica e garrafa, de três anos, um deles na barrica.
ARQUITECTURA ARROJADA e um design supreendente
marcam a mais recente abertura da região – O NOVÍSSIMO HOTEL VIURA
ONDE DORMIR. Hotel Villa de ÁbalosPlaza Fermín Gurbindo 2, ÁbalosTel.: +34.941.334.302, www.hotelvilladeabalos.comUma casa solarenga com quatro séculos, recuperada por uma família local. Tem 12 quartos rústicos, restaurantee uma bodega privada. Duplo a partir de €95
. Hospedería Señorío de BriñasTravesia de la Calle Real 3, BriñasTel.: +34.941.304.224www.hotelesconencantodelarioja.comDuplo a partir de €130
. Hospedería de Casalarreina Plaza Stº Domingo de Guzmán, 6, CasalarreinaTel.: +34.941.324.730www.alojamientosconencantodelarioja.comDuplo a partir de €140
. Parador de Santo DomingoPlaza del Santo, Santo Domingo de la CalzadaTel.: +34.941.341.150, www.paradores.esDuplo a partir de €140
BOAS REFEIÇÕES . EchaurrenPadre José García, 19, EzcarayTel.: 941.354.047, www.echaurren.comO hotel é um típico alojamento de estância de ski e fica no vale de Valdezcaray, a 42km de Logroño, no cruzamento entre o caminho de Santiago, a Rota do Vinho e a Cuna del Castellano, no vale do rio Oja e aos pés do majestoso pico de San Lorenzo. O restaurantedivide-se em duas salas distintas, uma para pratos típicos,outra para a nouvelle cuisine. Francis Paniego, filho da imortal Doña Marisa Sánchez de Paniego, é o chefde serviço à copa e as suas criações fazem parte do itinerário real e disso só se podem gabar alguns como Arzak ou Subijana.
. El Rincón del VinoCalle Marqués de San Nicolás, 136, LogroñoTel.: 941.205.392Especializado em assados como o Chuletón.
. La Cueva de Doña IsabelaTravesía de los Jardines 15, CasalarreinaTel.: 941.324.122www.lacuevadedonaisabela.com
. La Vieja BodegaAvenida de la Rioja 17, CasalarreinaTel.: 941.324.254, www.viejabodega.com
HOTEL VIURACalle Mayor s/n, Villabuena de Alava; Tel.: +34.945.609.000, www.epoquehotels.com
Duplo a partir de €180
Mas íamos no Viña Salceda (e podíamos ir num Remírez de Ganuza 1999 reserva ou
num Finca el Bosque 2oo1), com uma linda cor de cereja madura e de tonalidades
brilhantes. O aroma é completo e prolonga-se no paladar, com um passeio de boca agra-
dabilíssimo e uma persistência de mula. É com relutância que o viajante passa ao salão
para uma mesa farta de especialidades. Anota telegraficamente, e depois de saciado, a
Menestra de verduras, as Patatas a la riojana e os Pimientos rellenos. O resto cabe
apenas no caderninho de notas, isto é, os Callos a la riojana, servidos com chouriços in-
teiros, fiambre, amêndoas e uma mistura de vegetais e especiarias, e o Solomillo al vino
de Rioja, uns espessos bifes de boi, largos como pás, macerados em vinho tinto e brandy,
e cozinhados com cogumelos e alho. Nas cartas da Rioja abundam também as trutas ver-
melhas, de carne rija e gostosa, e fritas no ponto é como as deve comer. Depois, deixe-se
ficar à sombra da parreira dos fundos, onde a vista se estende pela planície.
QUANTO AO ALOJAMENTO, são várias as escolhas na região, a começar pela Hospederia
Señorio de Casalarreina, ou pelo Parador de Santo Domingo de la Calzada. Pedro Ortega
é o mestre obreiro do aclamável restauro do antigo colégio, uma casa gótica do século
XVI deixada ao abandono. De sua lavra já existia o Señorío de Briñas, outro palacete
riojano em cacos usado como quartel das tropas italianas durante a guerra civil, também
este tornado num “hotel de encanto”. A regra, válida para todos os projectos de Ortega, é
de três simples: conservar, inovar, surpreender. Pois o mote está cumprido em qualquer
dos edifícios. Trata-se, em ambos os casos, de casas de fachadas solarengas, decoração
rústica com tabiques de pedra, chão de barro, vigas de madeira, fornos a lenha, tons de
ocre, tecidos vaporosos e número limitado de quartos que, no caso dos 15 da Hospedería
de Casalarreina, dão para o jardim e a entrada da capela.
A estrear a partir deste mês, o novíssimo Hotel Viura, em Villabuena de Alava, a
apenas dez minutos de Haro e em pleno coração da região vinícola. É membro do grupo
Epoque Hotels e tido como o primeiro boutique hotel de La Rioja. O arrojado projecto de
arquitectura, a cargo da empresa basca Designhouses, proprietária do hotel, criou um
hotel único feito de cubos de betão sobrepostos, aparentemente de uma forma caótica e
irregular. Amplas janelas e terraços privativos trazem abundante luz natural aos interio-
res, onde reinam materiais de qualidade, soluções de alta tecnologia, peças de design e
obras de arte contemporânea. Com apenas 33 quartos, este é seguramente um hotel a re-
servar na sua próxima visita à região. Ao fim do dia não deixe de subir até ao lounge bar
no topo do edifício, para saborear um dos vinhos da garrafeira no terraço panorâmico,
com vistas deslumbrantes para o campanário da igreja seiscentista de San Andrés e
para montes cantábricos em redor. Sugestões blue para umas miniférias em torno dos
bons sabores riojanos.
A 29 DE JUNHO não perca a festa mais animada de La Rioja
em Haro, prepare-se para um dia diferente e participe na DIVERTIDA BATALHA DO VINHO
VISITAS ÀS BODEGAS . Contam-se mais de 300 bodegas mas o nosso conselhovai para apenas duas. As Bodegas de La Real Divisa,em Ábalos (Tel.: 941.334.118), datadas de 1367 e as maisantigas de Espanha, e as de Muga, em Haro (Tel.: 941.306.060, www.bodegasmuga.com), pelaqualidade do seu vinho e o atendimento personalizado.
. Centro de Interpretación del Vino de La RiojaCalle Bretón de los Herreros 4, Haro Tel.: +34.941.305.719Pode fazer um curso de iniciação de provas aos fins-de--semana às 11h30, com degustação de quatro tipos de vinhos. €15 com visita ao centro, material didático e diploma.
. Museu de la Cultura del Vino Dinastía VivancoCarretera Nacional 232, Briones Tel.: +34.941.322.332, www.dinastiavivanco.com
VINOTERAPIA. Spa CaudalieNo spa do hotel Marqués de Riscal, em Elciego (Tel.: +34.945.180.880, www.marquesderiscal.com),projectado por Frank Ghery, pode fazer banhos,envolvimentos, massagens e outros tratamentos comprodutos à base de vinho, aproveitando as suas conhecidaspropriedades terapêuticas.
Duas noites no Hotel Villa de Ábalos 95€
Gasolina 120€
Portagens 35€
Refeições 100€
RIOJA
{ Total por pessoa }
350€
* Os valores indicados estão sujeitos a alteraçõesconforme a época do ano
VAMOSA CONTAS 3 dias
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SENTADOS AOS PÉS DE UMA CASCATA, é fácil esquecermo-nos do mundo e dos seus
problemas. Difícil seria ficar indiferente perante tamanha dádiva da natureza, sobretu-
do quando o lugar é de primeira fila e se é pulverizado pela suave nuvem de água que
vem bater-nos na face. Para assistir a este fenómeno de beleza rara, apenas precisámos
de andar cinco minutos. E o melhor de tudo é que, para onde quer que nos viremos,
temos sempre opção. Estamos em Tux, no Tirol austríaco, e à nossa volta há montanhas
cobertas de verde e flores, cheiro a relva acabada de cortar, o som dos badalos das vacas
que pastam. Um cenário de calma e tranquilidade, o ambiente perfeito para umas férias
longe do stress da praia, das multidões, das filas de trânsito…
O burburinho da água é, de resto, a “imagem de marca” deste vale, um “ruído de
fundo” permanente – a banda sonora de um filme habitado por Heidis, Pedros e duendes
do nosso imaginário. Quer venha do rio ou dos ribeiros, das fontes ou das cascatas, o som
da água que corre é omnipresente. Como as encostas verdejantes que dançam ao vento,
criando ondas de relva. Ou as casinhas de madeira semeadas um pouco por todo o lado,
para guardar o feno ou os animais de pasto. Tux é o lugar ideal para os amantes da natu-
reza, das caminhadas, do ar livre, para os que precisam do cheiro da terra para se senti-
rem vivos e retemperarem energias. Os que gostam de passear a pé ou de bicicleta, de
pescar trutas no rio ou de fazer piqueniques no campo. Os que se pelam com a perspecti-
va de ver “bambis” e marmotas, que não perdem a oportunidade de explorar cascatas e
grutas, de fazer escalada ou alpinismo, paraglide ou flying fox (já lá iremos).
TUX ESTÁ CHEIA DE TRILHOS BEM INDICADOS para que os amantes das caminhadas
não se enganem, e orgulha-se dos seus 25okm de possibilidades. Mas este vale alpino
constituído por cinco aldeias – Vordelanersbach, Lanersbach, Juns, Madseit e Hintertux
– tem ainda outras características a seu favor: o acolhimento de quem aqui vive, uma po-
pulação rural que mantém o modo de vida tradicional, e o facto de poder fazer ski em
Agosto, por aqui, há neve o ano inteiro, e é o único sítio na Áustria onde isso acontece.
É um pequeno vale nas montanhas do Tirol austríaco, destino habitual de esquiadores durante os meses mais frios. Mas é na Primavera
que a montanha se veste de mil tons de verde e flores de todas as cores. Uma óptima sugestão para os amantes da natureza,
das caminhadas, do ar livre, longe de tudo e de todos. E com a vantagem dos preços de época baixa, venha retemperar energias!
{ F I M - D E - S E M A N A B L U E N A E U R O P A }
TUX
COMO IRA Lufthansa, www.lufthansa.com, tem voosdirectos para Munique a partir de €135com taxas incluídas. Daqui, o melhor é alugarum carro para chegar ao vale de Tux, a poucomais de 170km a sul, e para poder explorar a região ao seu ritmo.
CONTACTOS ÚTEIS . Turismo de TuxLanersbach, 472Tel.: 43.5287.8506, www.tux.at
. Concerto de Primavera Dia 30 de Abril, para ouvir o melhor da tradiçãomusical da região.
. Tage des Offenen TalesDe 29 a 30 de Maio, dois dias com muitaanimação para toda a família.
. Zillertal Bike Challenge 2010De 2 a 4 de Julho, um evento a não perder para os amantes de BTTwww.zillertal-bikechallenge.com
. Delicacy Festival 11 de Julho, 4 e 22 de Agosto, na praçaprincipal da aldeia de Finkenberg.
Texto e fotos A R Q U I V O B L U E T R A V E L
40 B L U E T R A V E L
A 3.550m de altitude, para além de um terraço panorâmico donde se tem uma vista
magnífica sobre as montanhas no Tirol, há quem apanhe banhos de sol enquanto outros
se lançam pelas pistas abaixo, brancas de neve. Pode fazer um piquenique num dia e
snowboard noutro. Quem disse que não podia ter o melhor de dois mundos?
Nas encostas que se pintam agora de amarelo, rosa e azul, também se pode aprender
a identificar as flores de Tux – as alpenrose cor-de-rosa, o edelweiss branco, a enzian azul
índigo, que só cresce na montanha. É nessas mesmas encostas, polvilhadas de casas de
madeira, que ainda se vêem camponeses com cestos de duas alças às costas, carregados
de feno e amparados por cajados. Tux conserva muita desta vida rural de aldeia, e parte
da sua riqueza reside nisso mesmo. Se excluírmos o turismo e o fenómeno do ski, a eco-
nomia de Tux assenta essencialmente na agricultura, no leite das vacas, transformado
em queijo e manteiga, no arar dos campos. Em dias especiais – casamentos, funerais ou
simplesmente para ir à missa –, os trajes tiroleses saem à rua; camisas brancas com
mangas de balão e saias compridas, nelas, ou casacos cinzentos de lã lodan, cintos de
couro e calças até meio da perna com suspensórios, neles.
A VIDA A RITMO LENTO. O mais interessante é que esta cultura comunitária, agrícola,
parece longe de estar em vias de extinção. Pelo menos, julgando pelos exemplos que
encontrámos, como o jovem pastor que passa todos os verões com as suas vacas, no topo
da montanha. Foi criado assim, explica-nos, e apesar de se considerar um jovem moder-
no, é este o estilo de vida que quer manter. No outro extremo da vida está Josef Erler, um
homem de cabelo branco e olhos cinza que vive com a mulher numa casa tradicional,
com fileiras de gerânios vermelhos à varanda, datada de 17o3 e na família há três gera-
ções. Agricultor desde 1964, Josef produziu o seu próprio leite e queijo durante 4o anos.
Tinha oito vacas, quatro bezerros, cavalos e ovelhas a que fiava a lã. Hoje, os agricultores
de todo o vale mandam o leite das vacas para uma fábrica industrial que faz manteiga e
queijo. Um dia, quando Josef era novo e andava a apascentar as vacas, foi entregar o leite
a uma aldeia distante. A sua futura mulher trabalhava nessa queijaria. Falaram... e
apaixonaram-se. Duma aldeia à outra distavam cinco horas de caminhada, difícil, pela
montanha. Ano e meio mais tarde, ela veio viver com ele. Casaram, e tiveram três filhos.
A primeira vez que Josef saiu de Tux, foi para combater, na Segunda Guerra Mundial,
corria o ano de 1945. “Recruta obrigatória.” Vieram buscá-lo, a ele e a todos os outros
homens da aldeia. Tinha 16 anos. Lutou pelo exército alemão, foi preso. Esteve seis
meses numa prisão no Sul da Alemanha. Na faixa do seu traje tirolês – com que hoje,
domingo, foi à missa – pode ler-se: “Gott mit mir” (Deus comigo). O seu cinto passou de
geração em geração, de pai para filho – desde o século XVII. Hoje chegaria aos 5.ooo
euros. A história destas duas personagens é também uma parte da vida de Tux, uma
realidade diferente para testemunhar nos dias que se passam aqui.
A SIMPATIA DO ACOLHIMENTO é uma constante nas pequenas vilas de montanha
longe da confusão, venha aproveitar a Primavera nos vales do TIROL AUSTRÍACO
ONDE DORMIR. Hotel TuxertalLanersbach, 338Tel.: +43.5287.8577, www.tuxertal.atDuplo a partir de €85 por pessoa
. Der Rindererhof HintertuxTel.: +43.5287.8558, www.rindererhof.atDuplo a partir de €85 por pessoa com meia-pensãoincluída
. Bergland wellnesshotelMadseit, 690Tel.: 00.43.5287.8500, www.bergland.comA partir de €100 por pessoa
. Spa Hotel TuxerhofVorderlanersbachTel.: +43.5287.8511, www.tuxerhof.atA partir de €130 por pessoa com pequeno-almoço incluído
. Familotel TesterhofVorderlanersbachVorderlanersbach 286Tel.: +43.5287.87297, www.testerhof.at
B E R G L A N D W E L L N E S S H O T E L
FÉRIAS BEM PREENCHIDASNum cenário digno da Heidi, entre pradosverdejantes e as típicas casas do Tirolaustríaco, vivem-se dias que vão ficar na memória. Em cima, à esquerda, atreva-se a voar pela copa das árvores no Flying Fox; em baixo à esquerda, o Gasthof Alt Ginzling,interiores acolhedores para descontrair depois dos passeios; em baixo, à direita, Josef Erler, ex-combatente da Segunda GuerraMundial, exibe orgulhosamente o seu ranzen,o cinto de couro tradicional que foi passandode geração em geração
PELOS TRILHOS DO VALERoupa confortável, calçado adequado, uma garrafa de água e os binóculos, é tudo o que precisa para descobrir os caminhosdeste vale. Existem milhares de trilhos bem assinalados para os amantes da naturezae do ar livre. O traje típico tirolês é exibidocom orgulho pelos habitantes locais,especialmente nos hotéis e restaurantes. Não perca uma visita à fábrica de queijos em Mayrhofen, a 20 minutos de Tux
As encostas da montanha são o melhor de Tux. É onde está a natureza, com os seus
mil e um passeios, e as casas de madeira preservadas no seu estado original com as tra-
seiras forradas por pilhas de lenha geometricamente encaixadas. No vale propriamente
dito, o inevitável “progresso” veio desfear as casas, dotá-las de pinturas tipicamente aus-
tríacas nas paredes, de néons e tabuletas, de acrescentos em vidro de gosto duvidoso.
Nesse aspecto, Hintertux é a aldeia menos bonita e Vorderlanersbach a mais preservada.
Quem se sentir seduzido por Tux deve vir avisado que não há por aqui hotéis de charme
ou restaurantes gourmet, de decoração e menu apurados. Em Tux, prevalece a decoração
típica da montanha, com animais empalhados, hastes de caça penduradas, cortinas de
padrões às flores. Se isso para si não tiver importância, se o que quer é abraçar toda esta
natureza e passar pelo hotel apenas para dormir, a hospitalidade dos locais e os cenários
de montanha compensam largamente estes aspectos.
O DIA AMANHECE EM TONS DE AZUL FORTE e, entre as várias possibilidades de
passeio, decidimo-nos por uma ida até Grieralm. Fica a 1.800m de altitude, com um lago
onde se pode pescar trutas ou tomar banho. E é o sítio ideal para fazer um piquenique.
Por isso, abastecemo-nos de pão, presunto, queijo e fruta e zarpamos até lá acima, pela
estrada ladeada de fetos e musgo fofo. Grieralm é perfeito para dar descanso ao cérebro,
deitar para trás das costas um ano de preocupações e activar os sentidos. Com vista para
a montanha, passamos uma pequena ponte de madeira e estamos ao pé do lago, onde há
mesas e sombras propícias ao nosso repasto.
Sobranceiro, como uma presença que vela por todos que aqui vêm, um enorme Cristo
talhado a partir de uma árvore surpreende, pela beleza e minúcia do trabalho. É
gigantesco, esculpido em madeira, de braços abertos e coroa à cabeça, feita a partir dos
troncos da copa. Parece ali colocado para assim poder olhar por todo o vale, e é uma obra
de arte impressionante, independentemente de se ter ou não um credo religioso. E o
artista não anda longe. No antigo abrigo de montanha onde é usual parar para recobrar
forças, o proprietário do restaurante é também o autor da obra.
BOAS REFEIÇÕES . Klein & Fein RestaurantLanersbach 372, Tel.: 5287.86133Três pedras à porta marcam a entrada para esterestaurante, simples mas com uma boa ementa.Recomendamos o zander, um peixe parecido com truta, muito bom, e que prove o vinho austríaco,Zweigelt (tinto) ou Blaufränkisch, feito com um tipo de uva que só existe neste país.
. GeislerhofVorderlanersbach 197 Tel.: 5287.87657, www.geislerhof-tux.atA 1.600m, subindo pela encosta de Vorderlanersbach,encontra-se uma gästhof (casa de hóspedes) que é também um restaurante de montanha. É um bom local de paragem entre passeatas. Esta antiga casa de 1250, reconstruída em 1969, tem no interior a tradicional stübe, a sala de jantar dos Alpes.As empregadas servem-no em trajes tiroleses, e recomendamos que prove a gastronomia local: prato de queijos, presunto e sülze – uma espécie de mortadela–, o tradicional wienerschnitzel (bife panado), ou umafrigideira de tiroler gröstl, um bife cortado às tiras combatata frita salteada e ovo estrelado. À sobremesa, claro, a apfelstrudel ou topfenstrudel (tarte de requeijão).
. Gasthof Alt GinzlingTel.: 5286.5201, www.altginzling.atAqui deve comer uma coisa, e uma coisa só: truta (frischeforellen). É um restaurante muito tranquilo, “encaixado”num vale na pequena aldeia de Ginzling, com vista para a montanha, onde se almoça ao som dos pássaros. Se a seguir for acometido de uma incontrolável moleza,pode sempre rumar à sombra contígua ao restaurante, ou alugar um quarto no andar de cima.
. GrieralmTel.: 5287.86922Neste abrigo de montanha a 1.800m, onde tudo é de madeira (e é tudo, das cadeiras, aos relógios e aos candeeiros, esculpidos pelo proprietário, HermannWildauer), pode ter a certeza de ser bem recebido. É um espaço rústico, com música e uma lareira, perfeitapara as noites frias, onde pode fazer uma refeição, comeralgo ligeiro ou tomar um copo depois de jantar. Como é ao pé do lago, recomendamos que venha de dia.
44 B L U E T R A V E L
Hermann Wildauer é um homem robusto, de e mãos calejadas pelo trabalho da ma-
deira. Esculpiu este Cristo numa árvore com dois mil anos (uma estranha coincidência?),
no espaço de três semanas. “Simboliza a grandeza da natureza perante a pequenez dos
homens”, explica. A coroa foi feita a partir de seis ramos da árvore – “as principais religi-
ões do mundo. Cristo tem duas árduas tarefas para resolver”, continua ele, “a coexistên-
cia pacífica entre as várias religiões e o peso do mundo à cabeça”. Vale a pena passar
aqui um dia, a pescar, passear, descansar, e a almoçar, no abrigo de Hermann.
A NATUREZA É SOBERANA EM TUX. Por isso, qualquer programa que a envolva é uma
decisão acertada. Hoje que o calor aperta, optamos por um passeio ao longo do rio que
percorre as cinco aldeias e nos protege do sol abrasador. A luz passa pela folhagem num
jogo de frescura e sombras. Permanentemente acompanhados pelo som da água, temos
uma hora e meia de caminhada pela frente de Lanersbach até Hintertux. Pelo caminho,
cruzo-me com um pescador de cana artesanal em riste. Anda à pesca de trutas, diz, “mas
não para comer”. Esta manhã, apanhou dez e de seguida devolveu-as ao rio, garante.
Mas não se pense que em Tux só há programas com bichos e flores. Para os mais ra-
dicais, que gostam de pôr a adrenalina a correr, há várias hipóteses: paraglide, brain-
washing (subir uma cascata de capacete na cabeça a apanhar água no cocuruto), e flying
fox, uma actividade em que se atravessa um desfiladeiro preso por um cabo de aço. Como
o brainwashing nos parece excessivamente radical, optamos pela “raposa voadora”. Para
não faltar à verdade, devo dizer que a primeira vez que olhei para baixo achei que as
pessoas deviam ser doidas varridas para tentar uma coisa daquelas. A altura é de 60
metros, com um rápido e rochas lá em baixo. A muito custo, depois de algumas demons-
trações, encho-me de coragem (ou de insensatez), olho para baixo – e salto para o abismo.
Voos 135€
Aluguer de carro 5 dias 235€
Gasolina 65€
Quatro noites no Der Rindererhof 340€
Refeições 150€
TUX
{ Total por pessoa }
925€
* Os valores indicados estão sujeitos a alteraçõesconforme a época do ano
VAMOSA CONTAS 5 dias
SEIS SUGESTÕES A NÃO PERDER . Passeio até Ginzling A meia hora de Tux (13km), este passeio até à aldeia de Ginzling vale a pena por vários motivos: primeiro,porque nos aguarda a promessa (bem cumprida,acrescente-se) de uma truta fresca para o almoço. Depois,porque o caminho até lá, uma estrada cheia de curvasladeada de árvores e folhagem (a lembrar os caminhos de Sintra), é muito bonito. Finalmente, porque no Verão é comum as famílias virem para aqui tomar banho naspiscinas naturais que se formam entre as pedras do rio.
. Visita à queijaria de montanhaTel.: 5287.87523Na Bergkäserei Stoankasern, uma casinha a 1.984m de altitude, todas as manhãs durante o Verão pode ver o leite ser transformado em queijo e manteiga. Aqui fazem--se queijos de 40 e 50kg, e o melhor de tudo é que podeprovar manteiga alpina ou leite de manteiga no própriolocal de produção.
. Visita à Spannagel HöhleUma aventura subterrânea no glaciar de Hintertux: é assimque é descrita a viagem à maior gruta do Tirol, com 10kmde comprimento e estalactites, estalagmites, cristais e mármores em abundância. Subindo pelo teleférico até à segunda paragem, uma seta indica o caminho até à gruta. São cinco minutos de descida a pé. Chegadoslá, dão-nos um capacete e um oleado para nos protegerdos pingos que caem.
. Desportos radicaisNatursport, Lanersbach, 367 Tel.: +43.5287.87287, www.natursport.atFlying fox (atravessar um desfiladeiro preso por umacorda), brainwashing (subir uma cascata de capacete na cabeça), rafting, canyoning, etc...
CENÁRIOS DESLUMBRANTES, trilhos pedestres, passeios de bicicleta...
Tux é o destino ideal para ir em família e para os AMANTES DA NATUREZA
INSTALADOS NA COMPANHIA DAS CULTURAS,
na aldeia de São Bartolomeu do Sul, partimos
à descoberta do Sotavento Algarvio. Ali junto
aos esteiros do Guadiana , de onde se avista
Ayamonte, fomos ao encontro de antigas tradições.
Desde o atelier do atum, em Vila Real de Santo
António, às salinas de Castro Marim onde se produz
flor de sal de forma artesanal, saboreie
a autenticidade dos produtos locais. Antes da chegada
do Verão colha os alperces dos pomares da fazenda
e explore os trilhos que o levam às margens
da Barragem de Odeleite.
Por P A T R Í C I A C A B R A L
Fotos R I C A R D O P O L Ó N I O
Regresso {
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A blueESTEVE LÁ!Março de 2010
às origens
48 B L U E T R A V E L48 B L U E T R A V E L
DIA 1 | S EX TA- F E I RAA referência que tínhamos era uma capela branca altaneira, à entrada da aldeia
de São Bartolomeu. Depois foi só percorrer setecentos metros de estrada batida
e logo avistámos o portão cinzento deste monte algarvio, outrora dedicado à
agricultura de sequeiro. O sorriso aberto de Eglantina, proprietária da Compa-
nhia das Culturas, e a indolência do Luar, o rafeiro alentejano da família,
cativou-nos de imediato. Lentamente deixei-me seduzir por este cantinho onde
reina a calma e a intervenção humana, tanto no exterior como interior, reduz-se
ao mínimo. Desde as paredes da casa, ainda com a rugosidade da pedra, pin-
tadas num azul mar ao antigo lagar transformado numa sala ou a debulhadora
onde irá funcionar uma sala de som e imagem, tudo foi adaptado. O projecto
arquitectónico, assinado por Pedro Ressano Garcia, resultou de um diálogo
constante entre os donos e o arquitecto. As obras que decorreram ao longo de
dez anos culminaram há um ano e meio com a abertura deste turismo rural.
«Estava uma completa ruína. Quando idealizámos o conceito tentamos esta-
belecer uma articulação entre a arquitectura e o lugar que a envolve», disse
Eglantina. Aliás, como o nome da casa sugere, acaba por funcionar como
plataforma de encontro entre as várias culturas que abarcam todo o baixo Gua-
diana. A propriedade de uma família vinda da Catalunha em meados do século
XVIII, ligada à pesca, indústria da conserva e agricultura, foi passando de ge-
ração em geração até chegar às mãos dos actuais donos. «Na época a política
incentivava os ofícios e indústrias. O Marquês do Pombal fez um convite ao
empresário e detentor deste imenso terreno para instalar a indústria de conser-
vas», recorda Francisco Palma Dias sobre os seus antepassados.
A conversa prosseguiu em redor da lareira na antiga sala da cortiça, agora uma
zona de estar, com peças dos anos 60 e 30, almofadas do Ikea, entre outros
objectos de estilos e épocas diferentes. «Adoro fazer pesquisa em associações,
feiras e depois recuperar as antiguidades», conta Eglantina.
Entre o mar e a serra...Por detrás ergue-se a serra do Caldeirão e a um quilómetro está na praia verde.
Nesta encruzilhada nasceu a Companhia das Culturas, paredes meias com a aldeia
de São Bartolomeu, é um lugar para se encontrar. Desde o aroma às laranjeiras em flor
à colheita das ervas bravas renda-se à fertilidade desta terra.
COMPANHIA DAS CULTURASFazenda S. Bartolomeu, Castro Marim, Tel.: 281.513.188,
Duplo a partir de €80, www.companhiadasculturas.comCinco quartos e duas mezzanines, ideais para um casal com um filho, confluem para o pátio exterior,
que inicialmente não existia, tendo sido destelhado para o efeito. Uma cozinha, onde pode preparar refeições, e uma sala fazem parte das restantes divisões da casa. O antigo lagar, com acesso directo à piscina,
foi transformado num agradável espaço de estar com biblioteca.
>>>
EMBAIXADORES DO LUGARO casal formado por Eglantina Monteiro, antropóloga, e Francisco Palma Dias, escritor, veio para São Bartolomeu há dez anos com o objectivo de fazer nascer este projecto de vida.
COMO IRSiga a AE para o Algarve e apanhe a Via do Infante na direcção Vila Real de Santo António/Espanha. Na N125 virar para Vila Real de Santo António, 500m depois encontra o cruzamento Praia Verde/Castro Martim. Aqui tome a direcção de Castro Marim até ver a placa para São Bartolomeu.
EE2
FILOSOFIA ECOLÓGICA A herdade de São Bartolomeu, propriedade de família há várias gerações, estende-se ao longo de 40 hectares.Certificada ecologicamente desde os anos 80 utilizaenergia solar, faz recuperação de águas residuais e compostagem do lixo orgânico. Pelo terreno distribuem-se pinheiros mansos, sobreiros, alfarrobeiras,figueiras, oliveiras, entre outras árvores. A maior produçãoé de alperces, que são utilizados no consumo da casa e exportados para o norte da Europa. Pode pegar num cesto e apanhar os espargos, acelgas, tomilho e funcho e preparar na cozinha uma agradável refeição vegetariana.Ao pequeno-almoço apenas vêm para a mesa os produtoslocais, estando interditos os cereais, queijo de barra e fiambre. Desde as compotas de figo e laranja feitas por Eglantina, ao néctar de alperce, ovos frescos e pão de lenha, tudo apetece depois de uma noite bem dormida.
EXTENSOS PRADOS VERDEJANTES servem de pasto aos animais da Quinta do Grilo
Potros, cavalos e póneis convivem EM HARMONIA COM OS VISITANTES
B L U E T R A V E L 51
AULAS DE EQUITAÇÃO NA QUINTA DO GRILOJoão Miguel é o instrutor de serviço que conduz as aulas de equitação. Os preços variam entre os €15 e €20.Os passeios de pónei, burro e potro duram uma hora e custam €25.
UMA QUINTA PEDAGÓGICANa Quinta do Grilo, a cinco minutos a pé da Companhia das Culturas,
os animais passeiam livremente. Desde os gansos aos potros ecavalos faz lembrar um autêntico zoo. Fica em São Bartolomeu do Sul,
mas a Eglantina e o Francisco explicam-lhe melhor como lá chegar.
A cortiça, outra fonte de produção da herdade, emerge um
pouco por todo o lado – desde mesas, a cabeceiras de cama e
bacias de lavatório. O acesso aos quartos, através de um pátio
exterior, faz lembrar um riad marroquino, onde se respira
uma atmosfera árabe. Se pretende maior privacidade reserve
o quarto 7, com acesso directo a um pátio independente.
GASTRONOMIA BRAVA. Uma das vantagens desta herdade
é podermos comer quase tudo o que se colhe da natureza, até
as urtigas se utilizam para preparar o delicioso consomé feito
pelos nossos anfitriões. Pegue num cesto e vá até à horta
biológica apanhar os espargos, rúcula, espinafres e acelgas
com os quais pode fazer uma refeição ligeira. Aconselhados
pela dona experimentámos os espargos com ovos mexidos
caseiros e sumo de laranja. A tarde ficou reservada para irmos
até à Quinta do Grilo, a dez minutos a pé da herdade, onde nos
esperava o Luís, filho da Englatina, ansioso por nos mostrar
as suas habilidades sobre o dorso de um pónei. Acabou por ter
de se contentar com um simpático burro que se limitou a dar
umas voltinhas no recinto, intimidado pela presença de um
cavalo que teimava em não obedecer ao tratador.
SHOPPING NA ORGANIC FARM SHOP Sítio da Fornalha; Castro Marim; Tel.: 91.710.7147; www.quinta-da-fornalha.comTrufas de figo, confeccionadas pelo pasteleiro Manu, doce de figo e flor de sal são alguns dos produtos que pode comprar nesta loja biológica.
Tem ainda uma biblioteca, com livros sobre a fauna e flora locais, e uma DVDteca.
SABORES A MAR NO SEM ESPINHAS Praia da Manta Rota; Tel.: 281.951.980; www.semespinhas.netFrederico e Raquel Folque são os donos deste restaurante, a funcionar há um ano e meio. Depois do sucesso do Sem Espinhas, na praia do Cabeço, chega a vez da Manta Rota.
A PROVAR: Naco de atum com batata doce e redução de alfarroba; Horário: Aberto todos os dias das 10h00 às 23h30
RAUL GOMES É O INCANSÁVEL CHEF DO SEM ESPINHAS
PÔR DO SOL NA PRAIA Na esplanada do restaurante Sem Espinhas, na praia do Cabeço, goze aqueles fins de tarde já com cheirinho a Verão...
B L U E T R A V E L 55
Dali fomos de carro até à Quinta da Fornalha, em Castro Marim, para espreitar a nova
loja biológica Organic Farm Shop, onde nos rendemos às trufas de figo feitas pelo
Manu, o pasteleiro francês que, ao lado de Rosa, decidiu criar este projecto cem por
cento ecológico. «Temos 800 figueiras na propriedade e decidimos pegar no produto
base e fugir ao tradicional», conta-nos, por sua vez, entusiasmada com esta aventura.
Para além de uma associação cultural e bar, as pessoas vão ter possibilidade em
participar nas mais variadas actividades ligadas à produção agrícola. Para terminar
o nosso dia esperava-nos um jantar no Sem Espinhas, na Manta Rota, na companhia
do Filipe e Raquel Folque, o simpático casal que há oito anos abriu o primeiro Sem
Espinhos, na praia do Cabeço. E por ali, junto ao mar, ficámos a saborear as entradi-
nhas que não paravam de chegar à mesa...
DIA 2 | S Á BAD ODa janela da mezzanine, onde pernoitei estes dias, não me cansei de admirar a Olaia,
uma árvore com pequenas flores rosa, que embeleza o terreiro principal. Observei a
empregada a pôr a mesa do pequeno-almoço à sua sombra, onde me esperava a tão falada
muxama (lombos de atum) servida como se fosse carpaccio... Acompanhada de queijo
fresco de cabra ou rúcula e regada com um fio de azeite, depressa se tornou num vício
que me fez ir de propósito à fábrica do sr. Dâmaso abastecer-me. Néctar de alperce, pro-
dução da herdade, compotas de figo e laranja feitas pela dona, que pode comprar por €7,
almeice de ovelha (o soro que fica quando se faz o queijo), pão e mel caseiro foram os
restantes ingredientes deste repasto regional.
SEGREDOS DA FLOR DE SAL Jorge Raiado toma conta das salinas do sogro em Castro Marim, onde se produz flor de sal.
ONDE COMPRAR? Pode comprar na Casa de Pasto do Castelo, em Castro Marim, um saco de flor de sal de doiskilos por €10. Opte também por uma das embalagens a €5,90 ou os tubos de €2,90.Limão, azeitona ou pimentão são alguns dos sabores que pode usar em diferentescozinhados.Tm.: 96.692.2437; www.salmarim.com
DAS SALINAS PARA AS LOJAS GOURMET saboreie toda a pureza da flor de sal
que em Castro Marim ainda se produz DE UMA FORMA ARTESANAL
AVENTURAS DE SAL... Na reserva natural de Castro Marim,
onde se concentram as salinas, que ganharam vida nova
depois da flor de sal ser considerada produto gourmet,
exporta-se o precioso cristal por essa Europa fora. Jorge
Raiado, um comerciante local, levou-nos até às salinas do
sogro onde ficámos a conhecer as diferentes etapas de
produção. «A técnica que utilizamos é cem por cento
artesanal. Temos 36 talhos distribuídos por 800 metros
quadrados e exportamos para França e Espanha», diz-nos
exibindo orgulhosamente o sal nas mãos. Brevemente pensa
abrir uma loja em Castro Marim, onde, para além do sal vai
vender outros produtos locais.
... HISTÓRIAS DO ATUM. Neste roteiro inesperado pelas
indústrias do Baixo Guadiana fomos ao encontro do sr.
Dâmaso – um personagem que faz da sua pequena fábrica de
conservas um autêntico museu vivo do atum. «Somos os
únicos do país a fazer isto», enquanto nos mostra a sala onde
chegam os atuns pescados no Atlântico.
B L U E T R A V E L 57
NA ORTA, EM AYAMONTE prove o melhor presunto e queijo de Espanha
Por sua vez, na Companhia das Culturas, saboreámos a MUXAMA COM RÚCULA
TAPEAR NA ORTAc/Lusitania, 8; Tel.: 95.932.1132
Horário: Das 10h30 às 14h30; das 15h30 às 21h30. Todos os dias .Pedro Orta (página ao lado), é o dono desta mercearia e tapearia, que junta
espanhóis e portugueses em redor da mesa a petiscar boas tapas.
O REI DO ATUMO Sr. Dâmaso é o dono desta pequena fábrica, a única do género no país, onde se vendea muxama, sangacho e estupeta. O atum pescado no Atlântico, centro e sul é totalmenteaproveitado e transformado em conservas. CONSERVAS DÂMASO – Lot. Industrial, Lt. 6,Vila Real de Sto. António; Tel.: 281.513.840, www.conservasdamaso.com; Horário: De segunda a sexta das 8h às 13h e das 14h às 17h. Ao sábado encerra às 13h e ao domingo o dia todo
58 B L U E T R A V E L
AS DOCEIRAS DO AZINHALEduarda, Madalena e Anabela são as três sócias da pastelaria A Prova. Aberta há dez anos aconchega o estômago de quem aqui passa...
Desde a muxama, lombos do atum que são sujeitos a um
processo de secagem durante 20 dias numa câmara, à estu-
peta – óptima para uma salada, ou o sangacho que tem
pouca gordura, toda a carne é aproveitada. Continuando nos
bons petiscos atravessamos a ponte sobre o Guadiana até
Ayamonte para tapear no Orta.
Esta mercearia que vende produtos ultramarinos desde
1863 funciona também como taperia e tem uma vasta
selecção de enchidos, conservas e pâtés. Sentados num dos
barris que servem de mesa, na companhia de Pedro – o dono
que vive por cima, provámos as Petingas em vinagre,
Presunto fatiado e o Queijo Manchego.
DOCES PRAZERES. Na pacata aldeia do Azinhal, no
concelho de Castro Marim, por volta das 17 horas torna-se
difícil conseguir um lugar sentado na pastelaria A Prova.
Os habitantes locais e muitos estrangeiros não resistem aos
bolos feitos pela Eduarda, Madalena e Anabela, as três
sócias que há dez anos presenteiam o estômago de novos e
velhos com as suas doçarias. Aqui prova-se o tradicional
bolo de massa de pão, uma receita original do Azinhal,
cujos ingredientes estão no segredo dos deuses. Desde o
Morgado de amêndoa, Dom Rodrigo, Torta de Alfarroba
podia ali ficar toda a tarde a provar estas delícias...
Receitas antigasAlguns dos bolos da pastelaria A Prova, no Azinhal,
são confeccionados de acordo com receitas antigas.
Uma das especialidades é o Bolo de Massa Pão
cuja receita foi passando de geração em geração.
Prove ainda a Florentina, na imagem ao lado,
uma deliciosa bolacha crocante à base de amêndoa.
PASTELARIA A PROVALargo de Santa Bárbara; Azinhal; Tel.: 281.495.654
Horário: De segunda a sábado das 9h às 19h.Encerra ao domingo.
B L U E T R A V E L 61
DIA 3 | D OM I N G OMesmo junto às margens do Guadiana, a poucos quilómetros
de Alcoutim, ficam as ruínas romanas do Montinho das Laran-
jeiras. A sua construção data do século I, tendo sido ocupada
até ao século XIII. Com três áreas distintas da época, romana,
visigótica e islâmica a sua localização privilegiada facilitou as
trocas comercias com os mercadores que atravessavam o rio.
No recinto encontra-se uma pequena vigia, de onde pode obser-
var a paisagem circundante e as embarcações por ali anco-
radas. A arqueóloga Alexandra Gradim, que não esconde a
paixão pelo seu trabalho, foi a nossa guia nesta viagem
através de uma história milenar. O acesso ao recinto é gra-
tuito e pode ser visitado ao longo de todo o ano.
O clã da Casa AzulIsabel e o marido Rex Gormam, com os filhos Tucha
e Pedro, são os donos da Casa Azul.
Começou por ser uma casa de férias, tendo sido
transformada num bar em 2005.
CASA AZUL – Cacela Velha; Tel.: 281.952.477;
Horário: Das 12h às 22h; encerra à quarta-feira; www.casaazulbar.com
ESPECIALIDADE DO CHEFCláudio Natário, o chef de cozinha da Casa Azul, prepara uma Tagine de borrego com couscous de chorar por mais...
NAS NOITES DE VERÃO o pátio da Companhia das Culturas ganha um encanto único
Junto à piscina ou na biblioteca SINTA TODA A MAGIA DESTE LUGAR...
PROGRAMAS A FAZER. VISITA À VILLA ROMANAA arqueóloga Alexandra Gradim, conduziu-nos numa visita pelas ruínas romanas do Montinho das Laranjeiras, a 6km de Alcoutim. www.cm-alcoutim.pt
. PERCURSOS PEDESTRES NO BAIXO GUADIANAExistem 19 circuitos pedestres, devidamente assinalados, que pode fazer ao longo do Baixo Guadiana. Desde as paisagens, cultura, história e tradiçõesconheça este património vivo. www.odiana.pt
. PASSEIOS DE BARCO ECOLÓGICOSA Sunquays organiza passeios marítimos na Ria Formosa numa embarcaçãomovida a energia solar. O embarque é feito em Olhão ou Faro e tem lotaçãomáxima de doze pessoas. Os preços variam entre os €20, com duração de duas horas, e €50 para os percursos de cinco horas. www.sunquays.com
64 B L U E T R A V E L
UMA CASA FAMILIAR. O nosso périplo pelo Baixo Guadiana terminou
em Cacela Velha, mais precisamente na Casa Azul, que desde 2008
passou a ter um restaurante. À nossa espera estava Isabel Gorman, a
proprietária, que há 37 anos se perdeu de amores por esta vila-
património que inspirou um poema de Sophia de Mello Breyner. «Na
altura não havia água nem luz. Durante muito tempo foi a nossa casa
de férias e, em 2005, decidimos abrir o bar», recorda Isabel. Ao lado da
mãe nesta aventura estiveram os filhos Tucha e Pedro, as caras deste
espaço, que foi beber muito ao legado árabe deixado na zona. «A nossa
gastronomia oscila entre a portuguesa e a marroquina. A Tagine de
borrego, uma das nossa especialidades, é exemplo disso», acrescenta.
Nós provámos e recomendamos as Gambas com manga e abacate,
charuto de queijo cabra e claro a dita Tagine.
DESPEDIDA DO GUADIANA. Nesta incursão pelo sotavento Algarvio
trouxemos na bagagem os aromas campestres, os sabores dos
produtos regionais, a proximidade do rio que nos leva até Espanha e a
simpatia de quem nos acolheu. Fomos ao encontro das indústrias
locais, dos ofícios que lutam para não desaparecer e das pessoas por
detrás de projectos inovadores. Na Companhia das Culturas sentimos
a essência do lugar e a sua relação com a agricultura biológica, a
paisagem envolvente e a própria economia local. Uma descoberta para
fazer com todo o tempo do mundo... E
Gasóleo 70€
Portagens 38,15€
Refeições 120€
2 noites na Companhia das Culturas 80€
PORTUGAL ★ ALGARVE
{ Total duas pessoas }
308,15€
* Os valores indicados estão sujeitos a alteraçõesconforme a época do ano
VAMOSA CONTAS 3 dias
RECEITAS PARA FAZER EM CASAOVOS MEXIDOS COM ESPARGOS SELVAGENSCorte os espargos aos bocados e salteie na frigideira com azeite, alho e sal a gosto. Depois misture os ovos e envolva-os até ficarem macios.
HORTA BIOLÓGICAPegue num cesto e apanhe os legumes frescos da hortabiológica da propriedade. Nós trouxemos rúcula, espargos e espinafres, oferecidos pela proprietária e preparámos deliciosas refeições em casa.
linkqwww.europcar.pt
®
blue LINK 5/3/10 3:33 PM Page 1
66 B L U E T R A V E L
PROGRAMAS
A V E N T U R A E M R A P A N U I
VIAJANTES RESPONSÁVEIS. As duas grandes linhas condutoras da Explora é a
interacção com a Natureza e o contacto com as comunidade locais, levando sempre os
viajantes por roteiros pouco convencionais, em zonas remotas da América do Sul, bem
longe dos circuitos turísticos. O compromisso com a sustentabilidade leva a empresa a
procurar minimizar o impacte das suas acções nas diferentes zonas onde operam, a
contratar os próprios locais – caso da maior parte dos guias que o acompanham na Ilha
de Páscoa –, e a comprar os produtos de agricultores e artistas das regiões que visitam.
No caso da Ilha de Páscoa vai encontrar uma cultura verdadeiramente única, que
mantém intactas antigas tradições e costumes. Responsáveis pelas enormes esculturas
moai – mais de 88O bustos de basalto gigantes –, os habitantes originais terão vindo de
outras ilhas polinésias, mas até hoje não se sabe bem como terão erguido tamanhas
pedras, classificadas Património Mundial pela UNESCO.
E estadia é na Posada de Mike Rapu, no topo do monte em Te Miro Oone no centro da
ilha, inaugurada em Dezembro de 2007 e projectada pelo arquitecto José Cruz que
assinou já vários projectos premiados como o pavilhão do Chile na Expo92 em Sevilha,
ou o hotel Salto Chico, no Parque Nacional de Torres del Paine, na Patagónia. Mike Rapu
nasceu e cresceu na Ilha de Páscoa, onde se tornou mergulhador profissional. Em 1989
criou o seu próprio centro de mergulho perto de Hanga Roa, a capital da ilha, no mais
importante spot de mergulho da região. Em 2000 bateu o recorde sulamericano de
mergulho em apneia, submergindo até aos 71m e mantendo-se debaixo de água durante
3 minutos e 48 segundos. No ano seguinte quebrou o seu próprio recorde ao mergulhar
até aos 79m enquanto treinava. Mike é também um cozinheiro de mão-cheia, tendo já
publicado um livro em que resgata algumas das tradições culinárias de Rapa Nui.
As célebres estátuas da ilha de Páscoa fazem parte do imaginário de qualquer viajante, e continuam a intrigar os cientistas quanto à sua
origem e criação. A Explora, empresa de viagens de aventura na América do Sul já com 20 anos de experiência, propõe diferentes roteiros
e programas para conhecer melhor esta remota ilha do Oceano Pacífico, a quase 4.000km ao largo da costa do Chile.
ILHA DE PÁSCOA
Por R O S Á R I O S Á C O U T I N H O
P O S A D A D E M I K E R A P U
PROGRAMAS
A POSADA DE MIKE RAPU foi a primeira na América do Sul a obter a certificação
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) atribuída pelo Green
Building Council dos Estados Unidos, e fica numa propriedade de quase dez mil
hectares, com vistas rasgadas para o Oceano.
Cada um dos 30 quartos tem uma zona de estar, banheira de hidromassagem e
vista, e não têm televisão para que possa aproveitar ao máximo a natureza circun-
dante. Para uma estadia em grande, reserve uma das quatro suites Raa, de planta
circular e com 44m2. No exterior encontra piscina, jacuzzi a aquecimento solar, bar,
sala de massagens e uma loja com roupa de explorador, artesanato local e jóias.
A partir daqui pode participar numa das mais de 15 sugestões de passeios, a pé, a
cavalo ou de bicicleta, seja apenas por duas horas ou um dia inteiro, fisicamente
exigentes ou adequadas a qualquer pessoa, com ou sem piqueniques ao ar livre. Os
grupos, com um máximo de oito pessoas, são acompanhados por um guia bilingue,
jovem e conversador mas que não o vai bombardear com informações, nascido na ilha
que conhece como a palma da mão, que o vai levar a conhecer a cultura e geografia
locais, numa viagem que vai, seguramente, ficar na memória. E
COMO IRCom a Explora, www.explora.com, num dos váriosprogramas à escolha. Como exemplo, 7 noites custam a partir de €3.625 por pessoa em quarto duplo. O preço inclui transfers entre o aeroporto local e a Posada, alojamento em pensão completa com trêsrefeições por dia e bar aberto, e as explorações diárias com guia e equipamento como barcos, jipes ou bicicletas.
UMA POUSADA DE CHARME construída segundo princípios ecológicos é o seu ponto de partida
descobra uma ilha única, e as célebres esculturas moai, PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
70 B L U E T R A V E L
PROGRAMAS
A C A M I N H O D O M U N D I A L
OS PREÇOS DOS PROGRAMAS INCLUEM os voos de ida e volta até Africa do Sul, o
alojamento e a entrada para os jogos, sendo que o valor varia em função do alojamento
escolhido e da fase do campeonato do jogo a que quiser assistir. Na fase de grupos,
Portugal vai disputar a Costa do Marfim em Port Elisabeth no dia 15 de Junho, às 16h; a
Coreia na Cidade do Cabo a 21, às 13h30; e o Brasil em Durban, dia 25 às 16h (saiba mais
em www.fifa.com)
A cidade Port Elizabeth irá receber também o jogo entre o terceiro e quarto
classificados, bem como um dos jogos de quartos de final, no novo estádio Nelson
Mandela Bay. Esta é uma das cidades portuárias do país, numa província que foi berço de
personalidades como Thabo Mbeki, Steve Biko e o próprio Nelson Mandela, entre outros
heróis da resistência ao Apartheid. É, também, a segunda cidade mais antiga da África
do Sul e um destino de ecoturismo, com o Parque Nacional de Ado a apenas 40km.
Um dos passeios preferidos dos visitantes é ao longo de Marine Drive, que passa
pelas melhores praias da cidade, como as de Humewood, King's, Hobie e Pollock. Em
alternativa, siga o Donkin Heritage Walking Trail, um percurso pelo centro da cidade
que passa pelos principais edifícios de interesse histórico, como a biblioteca vitoriana, a
cottage de Castel Hill, do período colonial ou o edifício da ópera.
A Kuoni, um dos principais operadores turísticos de Espanha, fundada em 1974, criou vários programas especialmente pensados para o
Mundial de Futebol 2010. O campeonato, que arranca a 11 de Junho, é um excelente pretexto para embarcar numa viagem a África do
Sul, um país vasto que se divide em diferentes destinos. Seja para fazer praia, explorar cidades, seguir um roteiro vinícola ou ir ao encontro
da vida selvagem num safari, a África do Sul oferece um pouco de tudo, para várias preferências.
ÁFRICA DO SUL
Por R O S Á R I O S Á C O U T I N H O
B L U E T R A V E L 73
PROGRAMAS
COMO IRA Kuoni, www.kuoni.es, preparou diferentes programas para o Mundial de Futebol 2010 na África do Sul. Os preçosincluem os voos de ida e volta com a Emirates até Africa do Sul com partidas de Londres, Frankfurt, Munique, Paris ou outras cidades europeias, uso da sala VIP na escalano Dubai, alojamento, transfers do aeroporto e para os estádios, e entrada para o jogo escolhido, sendo que o preço varia em função do alojamento escolhido e da fase do campeonato do jogo a que quiser assistir. A título de exemplo, uma estadia de 5 dias com uma entrada para um jogo da fase de grupos custa a partir de €2.936, por pessoa em quarto duplo.
Se a sua escolha for a Cidade do Cabo, também não se vai arrepender. Com a chegada
dos primeiros europeus no século XVII, Cape Town tornou-se ponto de paragem
obrigatória para os marinheiros que seguiam a rota das especiarias até à Índia. A
influência malaia ainda hoje se faz sentir, especialmente nos muitos restaurantes
asiáticos e no ambiente cosmopolita que aqui se vive.
Sobranceira à cidade, a Table Mountain ergue-se a mais de mil metro e é um dos seus
ícones mais conhecidos. O estádio de Green Point, com capacidade para 70 mil pessoas,
irá receber, além do jogo de Portugal na fase de grupos, um dos dois jogos de semi-finais.
Os amantes do vinho encontram aqui alguns dos melhores néctares da África do Sul,
mas também vale a pena visitar o Two Oceans Aquarium, que exibe a vida marinha dos
oceanos Atlântico e Pacífico, que se juntam precisamente neste ponto do globo.
Finalmente, Durban, a maior cidade da província de Kwazulo-Natal onde Vasco da
Gama aportou em 1497, será também palco de uma das semifinais do Mundial no novo
estádio de Moses Mabhida. Não deixe de visitar um dos cinco maiores aquários do
Mundo, integrado no parque marinho de UShaka Marine World, de conhecer a cultura
Zulu e dois sítios classificados como Património Mundial pela UNESCO – o The Greater
St Lucia Wetland Park e o The Ukahlamba/Drakensberg National Park.
Com uma vasta extensão de praias, uma vida nocturna animada e uma importante
comunidade artística, Durban será seguramente um dos hotspots mais concorridos
durante o Mundial de 2010, e um destino a não perder numas férias na África do Sul. E
CAPE TOWN, DURBAN ou Port Elizabeth são destinos obrigatórios numa viagem a África do Sul
se for em Junho, faça uma pausa nas visitas para VER JOGAR PORTUGAL
T E X T O E F O T O S D E F R A N C I S C O L I N O
B L U E T R A V E L 75
U M A J O R N A D A A S U L
Ser viajante tem destas coisas... Sempre que agarramos
uma oportunidade que nos surge no caminho, o imprevisto pode acontecer. Foi isso que fez o fotógrafo Francisco Lino.
Ao aceitar o convite de um amigo para integrar uma expedição à Antárctida, realizou mais um sonho e passou 16 dias
na companhia de extreme skiers, num dos destinos mais fascinantes do planeta. E porque a vida sem aventura não é nada,
este é o relato dessa viagem.
76 B L U E T R A V E L
ESTAVA EM ARELAUQUEN, em Bariloche, plena Patagónia Argentina, no
lodge de um grande amigo meu europeu que se apaixonou pela Argentina
há cerca de 15 anos, entre uma sessão de fotografia e os preparativos do
meu documentário, quando este me pergunta se eu quero ir fazer umas
fotos à Antárctida integrado numa expedição. Este é um lugar que me
fascinava há muitos anos, mas embora tenha feito muitas viagens á volta
do mundo e tenha tido outras incríveis experiências, a vida nunca me levou
até lá. Mas sabia que um dia lá iria.
Muito antes desta era moderna de viajar, da era da comunicação global,
da imagem e tecnologia, sempre me fascinou a história dos exploradores
que aqui chegaram há pouco mais de cem anos. Nessa época, os viajantes
usavam velhos e pobres métodos, veleiros sujeitos às mais diversas tempes-
tades, cães que puxavam os trenós... Os sistemas de posicionamento não
existiam, e de telefones por satélite ainda ninguém tinha ouvido falar.
Desde miúdo, nesta paixão que tenho por viajar, lembro-me de ver velhos
livros e de ouvir várias histórias sobre este remoto lugar. Embora não fosse
da forma como gosto de fazer as minhas viagens (sem planear nada, tudo a
mil, pois só tinha cinco dias para me organizar e preencher o milhão de
papelada necessária), esta era uma oportunidade única; viajar com um
amigo, poder desenvolver o meu trabalho, conhecer o lugar, a fauna, sentir
como era realmente Antárctida...
Descer até á ultima fronteira do mundo, ao continente de ninguém, co-
nhecido por muitos mas visitado apenas pelos mais audazes, é uma aventu-
ra para muito poucos. A viagem é longa, e a travessia do Estreito de Drake
demora três dias, isto se não formos mais longe que a Península Antárctica,
ao continente profundo. Os que se atrevem a vir até aqui são viajantes faná-
ticos e experientes, em busca da magia que a natureza no seu estado mais
virgem lhes pode transmitir. O frio extremo, com temperaturas de -30 ou -
40º C, o isolamento puro, o risco dos glaciares e a suas enormes fendas que
podem atingir mais de 80 metros de profundidade, o navegar por águas
perigosas e impossíveis com ventos de mais 80 nós... Estas são algumas das
condições que pode encontrar numa viagem destas.
Em Ushuaia, na Terra do Fogo, num vilarejo pequeno mas muito
simpático, tivemos muito que fazer, a começar com um dia curto de treino
de técnicas de glaciar nas montanhas à volta de Ushuaia, seguido de alguns
jantares que serviram para que nos fossemos apresentando. UM
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JO
RN
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A maior reserva de água doce do planeta,cerca de 70%, encontra-se aqui. A Antárctida é um dos
mais importantes patrimónios naturais da humanidade
78 B L U E T R A V E L
O grupo era composto principalmente por profissionais de ski, guias, esquiadores do
Alasca e do Lago Tahoe, actuais e ex-campeões do mundo de ski extremo como Xavier de
le Rue, Jeremy Jones, Warren Miller e Kristen Ulmer. Os restantes eram viajantes como
eu, a editora da Elle Itália, e um velhote americano reformado que me elogiou todo o
tempo, porque no primeiro dia de ski um esquiador rompeu os ligamentos e eu carreguei-
-o aos ombros… Este era o sonho de carreira para parte da tripulação, e a aventura de uma
vida para os mais novatos.
AS ÁGUAS A SUL DA TERRA DO FOGO são das mais famosas do globo, descritas por
viajantes como Charles Darwin que por aqui passou em meados do século XIX a bordo do
HMS Beagle, o navio que usou na sua circumnavegação e no qual escreveu um dos mais
famosos livros, “A Origem das Espécies”, sobre a nossa existência. Passámos o célebre
Cabo Horn, temido e respeitado por toda a comunidade náutica, e num saltinho
estávamos no Estreito de Drake, entre o extremo da América do Sul e a Antárctida,
conhecido como a Meca de todos os velejadores pelas suas águas bravas e ventos
U M A J O R N A D A A S U L
fortíssimos. Surpreendentemente tivemos uma travessia muito calma, num dos
mares mais temidos e tempestuosos do mundo. São aproximadamente 560 milhas
náuticas e três noites de mar. Nas primeiras horas de 9 de Novembro passávamos as
famosas Ilhas Shetland do Sul, e ancorávamos em Cierva Cove, no lado oeste da
Península Antárctica. O ancoradouros naturais são todos fascinantes, rodeados por
enormes montanhas e glaciares que terminam no mar, icebergs que parecem
desenhados a régua e esquadro, sempre animados por pinguins que mergulham e
nadam, baleias e lobos marinhos.
O desembarque em terra firme foi feito com muita perícia por um grupo de
jovens biólogos Argentinos. Em grupos de cinco, subimos a montanha inclinada,
cada um tomando um caminho diferente até ao cume de Nunatak, onde todos tínha-
mos diferentes e incríveis vistas á nossa volta. A Península Antárctica é bastante
estreita neste ponto, exactamente como teria sido há mais de cem anos, quando
Amundsen guiou a sua equipa pelo caminho que se avista daqui rumo ao Pólo Sul.
Agora posso entender; este lugar é um longo caminho de onde quer que estejamos.
ANTES DE PARTIR...São muitos os requisitos para quem quiser fazeresta viagem, desde o preenchimento de umexigente formulário médico, cópia do passaporte,uma longa avaliação técnica, curso de avalanchee salvamento, uma longa lista de equipamentotécnico obrigatório, como picaretas, botas paracaminhar no gelo, pá, sonda, arnês, etc., umcontrato e termo de responsabilidade, e seguropara evacuação em menos de 24 horas por meioaéreo. A empresa organizadora ajuda-o a tratar de todas as formalidades.
QUANDO IRA melhor época para visitar a Antárctida começa a partir de Novembro e prolonga-se até meados de Março, quando o risco de os barcos que nãosão quebra-gelo ficarem presos é menor, os diasde grandes tempestades são menores, e é possíveldesembarcar em terra, ao contrário do queacontece nas estações mais frias do ano.
80 B L U E T R A V E L
A única rocha exposta é tão inclinada que o gelo e a neve não se sustentam, e
tudo o que não sejam rochas pode esconder fendas de um glaciar – as temíveis
crevasses, muitas delas criadas pelo deslocamento do gelo devido ao aquecimento
global. O perigo é que estas fissuras estão geralmente cobertas por uma camada
de neve fina, pelo que são quase impossíveis de detectar.
O TEMPO ESTAVA ESPECTACULAR, um lindo azul do céu e do mar que se
confundiam, com uma ligeira e suave brisa marítima. O comandante do barco, um
homem com uma longa experiência na Antárctida e mais de 250 expedições,
sendo esta a sua última, contou-nos que nunca tinha passado uma semana com
tantos dias de sol. Nos dez dias que aqui passámos oito foram de sol, e se tivermos
em conta que estatisticamente a Antárctida goza apenas de 10% de dias de sol por
ano, podemos dizer que a sorte estava do nosso lado.
O grupo que embarcou nesta viagem veio especialmente para esquiar. Encon-
trámos boas pendentes, pusemos as peles de foca nos skis e lá fomos nós, monta-
nha acima e abaixo, num colorido de skis, snowboards e telemarks. Sem helicóp-
teros, partíamos do nível do mar e escalávamos até aos quase dois mil metros de
altitude, carregando em média 25kg de equipamento. Com as equipas de filma-
gem para um anúncio da Coca-Cola e de um documentário, chegámos a carregar
cerca de 600kg de equipamento como material de produção, distribuídos entre
operadores de câmara, directores fotográficos e produtores. Assistentes não
havia, pois o orçamento já era pesado e o skill técnico exigido era também muito
elevado. Com temperaturas a rondar os 5º C ao sol, fazíamos a eterna subida em T-
-shirts de manga comprida, só precisando de vestir os casacos no topo da
montanha para descer.
De regresso a bordo, enquanto esperávamos pelo jantar, o navio seguiu para
sul durante a noite através do canal de Neumayer até ao ancoradouro de Lockroy.
Esperava-nos um segundo dia parecido com o anterior, outros cenários, outras
montanhas, a visita à colónia de pinguins-gentoo, e umas esquiadelas nas
montanhas inclinadas que nos cercavam. Mas foi então que o pior aconteceu.
U M A J O R N A D A A S U L
Entre os melhores...Incluídos nesta expedição, liderada
por Doug Stoup, estavam alguns
dos melhores extreme skiers do Mundo,
como Meaghan Wheeler, instrutora
da equipa de competição infantil de Lake
Tahoe, Xavier de le Rue e Jeremy Jones
COMO IRCom a Ice Axe Expeditions, www.iceaxe.tv, compartidas de Ushuaia a bordo de um clipper para fazer a travessia de três dias até à Península Antárctica. Os preços são a partir de €5.200 para uma viagem de 16 dias, incluindo uma noite em Ushuaia,alojamento, refeições, visitas de semi-rígido às estações e às comunidades de pinguins e focas--leopardo, as saídas de ski e serviços de guias. Contetambém com apresentações feitas pela equiparesponsável pela expedição, biólogos e oradoresconvidados sobre os mais variados e interessantestemas, desde a fauna, experiências várias, temporais,tudo acompanhado por filmagens, muitas delasexclusivas, e apresentações multimédia excepcionais.Não inclui voos nem seguro de viagem.
VOOSA TAP, www.flytap.com, voa de Lisboa para BuenosAires a partir de €1.200. As Aerolineas Argentinas,www.aerolineas.com.ar e a companhia aérea LAN,www.lan.com, voam de Buenos Buenos Aires paraUshuaia com tarifas a partir de €250. O voo demoracerca de três horas e meia, com escala em El Chaltén.
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Numa dessas subidas, enquanto um dos grupos atravessava uma
ponte lá bem no alto, no cume da montanha, subitamente um dos
esquiadores cai numa fenda, felizmente não muito profunda, e parte uma
das pernas. Os guias, experimentadíssimos e profissionais das mais
importantes operações de ski do mundo, socorrem-no prontamente. Mas o
processo é moroso, apesar de a fenda não ser muito profunda – algumas
chegam a ter cerca de 100m, esta tinha 20m. Mas com poucos meios e em
condições dificultadas devido à inclinação, a operação não era fácil. Doug
Stoup, o líder da expedição e reconhecido aventureiro, com um largo
currículo de mais de 18 expedições na Antárctida, prontamente desce e
resgata o esquiador. Foram precisas duas horas, e dez guias envolvidos
para içar e transportar o ferido até ao barco, pois estávamos longe, mesmo
depois de descer até ao nível do mar. Este foi o episódio mas “quente” da
viagem, mas todos conhecíamos à partida os riscos, e sabíamos que a
morte poderia fazer parte do “prato do dia”. Era uma experiência
raramente vivida, um desporto super radical num cenário desconhecido,
mesmo para os mais experientes guias de ski do mundo.
A ESTAÇÃO AMERICANA mais próxima, em Palmer, na ilha de Anvers,
inicialmente ofereceu-se para ajudar. Mas quando se determinou que a
condição do esquiador não apresentava risco de vida, voltaram atrás na
decisão. O capitão rapidamente rumou para Norte, e nas próximas vinte
horas navegámos rumo à base chilena de Frei, na ilha de King George, nas
Ilhas Shetland do Sul. O tempo ajudou e continuou a tratar-nos como a
poucos; muito frio, mas um mar que parecia um lago, e uma noite
estrelada e cristalina como nem os mais experientes costumam ver por
aqui. Os chilenos foram mais hospitaleiros e conseguiram-nos de imediato
um voo num C130 brasileiro que aqui estava de visita.
Mais descansados, a nossa viagem continuou ao longo destas Ilhas
Shetland, com expedições de ski a cerca de mil metros e safaris às colónias
de pinguins e lobos marinhos a bordo dos semi-rígidos. Os dias de ski
eram sempre bastante duros; saíamos pelas cinco da madrugada para
regressarmos ao barco ao pôr do Sol, depois de várias, subidas a pé ao topo
das montanhas que podiam demorar três horas. As descida, essas, aqui
não contam, pois duram uns escassos cinco minutos! A meio da expedição
ainda houve tempo para descontrair numa divertida “festa branca”, com
todos vestidos a rigor, com uma criatividade que nunca imaginei que
estes bravos pudessem ter. UM
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Sentimo-nos pequenos perante esta imensidão. Depois de mais uma esgotante subida, tempo para comtemplar...
Doug Stoup, o líder da expedição, Warren Miller, um dos mais intrépidos
extreme skiers do Mundo, e Kristen Ulmer, dez vezes campeã do Mundo de
extreme ski, preparam-se para mais uma descida
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84 B L U E T R A V E L
A VIDA MARINHA seria uma companhia constante nesta aventura. Desde as baleias que
nos vêm visitar, as orcas, os pinguins, que numa incansável luta pela sobrevivência lá con-
seguem fugir de uma ou outra orca, os albatrozes, que depois de um voo interminável,
acompanhando-nos durante praticamente toda a viagem, fazem um breve descanso na ba-
laustrada do navio, focas-leopardo, icebergs que parecem autênticas esculturas... um sem-
fim de coisas que aqui se vivem, bem longe do mundinho da maioria do comum dos mor-
tais. E cada lugar por onde passamos é sempre diferente do anterior, surpreendentemente
bonito. Pensamos como é possível um deserto branco ser assim tão fascinante, um mundo
único que ainda não foi muito transformado pelo homem, e que parece intocável…
IR MAIS LONGE. Para quem quiser viver esta aventura, deixo aqui algumas indicações
práticas. A maioria das viagens ocorrem na região da Península Antárctica e nas ilhas
mais próximas. As viagens em pequenos cruzeiros de 300 pés (100 metros) dominam o
tipo de turismo feito aqui, e permitem conhecer o continente a partir de um hotel
flutuante. Outra alternativa são os voos sobre o Mar de Ross organizados pela Croydon
Travel de Melbourne e transportados pela companhia aérea Quantas. Uma minoria de
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intrépidas almas, as realmente aventureiras, também podem participar numa
aventura polar organizada por algumas das empresas que operam na região e subir o
monte Vinson, o mais alto, o mais gelado e o mais ventoso da Antárctida, a mais de
4.895m de altitude, ou até esquiar até ao Pólo Sul geográfico.
A Antárctida é um lugar único. Aqui não existem hotéis em terra firme, só os
flutuantes como o nosso Clipper Adventurer, nem cabeleireiros ou shoppings para vi-
sitar. As únicas poucas compras possíveis encontram-se nas várias estações que se
mantenham activas. Como sabem, este é o único continente não habitado perma-
nentemente pelo homem. Todas as estações, a maioria com fins científicos, só são
habitadas sazonalmente e algumas têm simplesmente uma presença política.
Todas a visitas são feitas com potentes semi-rígidos, que devem estar preparados
para temperaturas abaixo de zero e para os gelos pontiagudos que poderão cortar
facilmente os seus cascos. Lembro que geralmente a água encontra-se a 0º C, perto
do ponto de congelação que na água salgada é de cerca de -2º C. Isto significa que, se
alguém cai á água, em menos de cinco minutos entra em estado de hipotermia e
pode morrer.
INFORMAÇÕES ÚTEISPara saber mais sobre a Antárctida consulte o site do AntarcticTreaty Secretariat, www.ats.aq, o site da organização sem fins lucrativos Polar Conservation Organization,www.polarconservation.org, ou o site da InternationalAssociation of Antarctica Tour Operators, www.iaato.org
Vencer o medo, ousar ir mais além,arriscar sair da nossa zona de conforto para ser recompensado
com um cenário destes, único, indescritível... Um sonho ao alcançe
de poucos, mas um sonho possível e que não se esquece!
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A gestão do turismo nesta região, tem algumas características particularmen-
te interessantes. Quando em 1959 o Tratado da Antárctida foi assinado, não
referia as actividades não governamentais como o turismo. Não se imaginava que
este continente, até então visitado apenas por baleeiros, cientistas e heróis do
passado, como Shackleton, Mawson, Scott ou Amundsen (o primeiro explorador a
chegar ao Pólo Sul geográfico), pudesse um dia vir a ser um destino turístico.
Mas o turismo cresceu, tendo atingido um recorde de 14.000 pessoas na
passagem do milénio, e os países que integram o tratado definiram várias
directivas que devem ser cumpridas rigorosamente pelos visitantes. O principio
subjacente é o de que a Antárctida deverá continuar a ser um continente intocado,
em que o homem, não fazendo parte do seu habitat, deverá ter a menor interacção
com este meio. Todas as acções e visitas, como, por exemplo, às colónias de
pinguins, deverão respeitar certas regras. O não cumprimento destas medidas
comporta o risco de serem imputadas multas que podem ir dos dez mil dólares até
à pena de prisão. Para que as directivas definidas do tratado fossem garantidas,
um grupo de operadores turísticos privados juntou-se para fundar a International
Association of Antarctica Tour Operators (IAATO), que garante o cumprimento do
referido código de conduta. Como resultado, a Antárctida é actualmente um dos
destinos mas bem geridos a nível mundial, e muitos outros têm seguido as suas
melhores práticas.
Para nós esta viagem tinha chegado ao fim. De regresso a Ushuaia, toda a
tripulação se concentrou no deck para admirar o Cabo Horn ali tão perto. Não
houve quem não ficasse fascinado com a sua beleza, exuberância e estado virgem;
ninguém habita esta terra inóspita, e há apenas um pequeno farol há muito
abandonado… Os últimos dias foram passados em festa nos bares locais,
celebrando o fim da expedição. Entre desportistas, homens da montanha, gente
muito divertida e simpática, o ambiente era verdadeiramente animado. O remate
perfeito para uma experiência inesquecível, para a viagem de uma vida! e
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O Palácio dos Salazares ou da Viscondessa do Espinhal, apelidado hoje de Palácio
da Lousã, foi mandado construir no século XVIII e, em 1818, foi acrescentado
o torreão central. Cada ala de quartos tem as suas particularidades e os seus
encantos. E se uns miram a serra, os canteiros, as tílias, a frondosa magnólia
e os patamares exteriores, outros espreitam a Lousã histórica e quase que pomos
os olhos em cima da Capela da Misericórdia, datada de meados do século XVI,
ali mesmo na rua do hotel, e que merece uma visita. Há poucos anos foi alvo de
uma recuperação bem cuidada, preservando ao máximo aspectos arquitectónicos
antigos e alguns móveis seculares, como o oratório que ainda hoje podemos
admirar num dos salões de estar à nossa disposição.
O Palácio da Lousã abriu portas para vir enriquecer esta vila a dois passos de
Coimbra e onde se é recebido com um “Beirão de honra” como boas-vindas, não
fosse a bebida produzida por estas bandas. Também no Bar do Palácio pode provar
as misturas possíveis com este Licor Beirão, cuja receita está guardada a sete
chaves. Um caipirão, por exemplo, vem mesmo a calhar, para que o gelo e a lima
nos refresquem de um passeio pela Lousã, que nos permitiu ficar a saber que foi
terra de importante produção de papel, sendo detentora de uma das fábricas mais
antigas do nosso país. www.palaciodalousa.com
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acompanhada de Cromoterapia e a cor influenciará
o seu estado de espírito”, explicam no Float In. O espaço
tem ainda um estúdio zen, onde decorrem aulas individuais
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