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CRÉDITO RURAL: DESAFIANDO UM PARADIGMA SOCIAL, ECONOMICO E AMBIENTAL PARA SUSTENTABILIDADE

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CRÉDITO RURAL: DESAFIANDO UM PARADIGMA SOCIAL, ECONOMICO

E AMBIENTAL PARA SUSTENTABILIDADE

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INTRODUÇÃO

O crédito rural é um importante instrumento para fomentar atividades e

proporcionar a realização de sonhos de agricultores familiares. As linhas de créditos

acessíveis e as condições especiais de taxa de juros período de carência fazem do

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar-PRONAF um grande

precursor do desenvolvimento no campo.

A atividade de agroindústria tem um importante papel na sustentabilidade das

propriedades familiares, tanto para consumo próprio, como na geração de renda e é uma

forma de agregar valor na atividade do campo. Todavia, uma das dificuldades para a

implantação de uma estrutura para regularizar uma agroindústria está na falta de

recursos financeiros dos agricultores familiares.

Em Rondônia a Lei Estadual 2717/2012 institui o Programa de Verticalização

da Pequena Produção Agropecuária – PROVE, coordenado pela Secretaria de Estado da

Agricultura – SEAGRI e executado pela EMATER-RO em parceria com outros órgãos

como a Agencia de Defesa Sanitária – IDARON e a Secretaria do Desenvolvimento

Ambiental-SEDAM. O Programa tem o objetivo de incentivar pequenos proprietários

rurais a industrializar e comercializar seus produtos.

A Boa Prática de ATER que será apresentada foi executada no município de

Rolim de Moura-RO, na linha 192, lado norte, km 12 na propriedade do Sr. Anderson

Muniz de Castro e da Sra. Rosimar Cordeiro do Nascimento, sua esposa. Este casal

possuía um pomar com produção de fruteiras diversas, que muitas vezes eram perdidas,

tendo em vista a dificuldade de comercializá-las in natura.

Essa família de agricultores é atendida pela EMATER-RO desde o ano de 2004,

quando passou a organizar a produção de diversas frutíferas. Todavia, foi em 2012 com

o acesso ao crédito rural, através do PRONAF Mais Alimentos que a cadeia produtiva

da propriedade teve mais um elo constituído com o financiamento de uma agroindústria

de polpa de frutas. E é essa Boa Prática de ATER que será descrita a seguir.

OBJETIVO

Agregar valor na matéria prima

Tirar a figura do atravessador

Fixar a família no campo

Produtor passa a ser empreendedor

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Aumentar a renda do produtor rural

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

As atividades de ATER iniciaram em 2004, quando o Sr. Anderson iniciou sua

atividade na propriedade com a fruticultura. Em 2012 o produtor através da linha de

credito PRONAF Mais Alimentos, conseguiu construir o prédio de acordo com todas a

normas higiênicas e sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura – MAPA. A

Figura 01 mostra a planta baixa da agroindústria e a Figura 02 é uma foto da

agroindústria já construída.

Figura 01 – Planta baixa da Agroindústria de Polpa de Frutas K-Delicia

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Figura 02 – Foto do prédio da Agroindústria familiar K-Delicias.

Através do PROVE a agroindústria familiar foi beneficiada por equipamentos do

Governo de Estado como incentivo para a agroindustrialização. As Figuras 03, 04 e 05

mostram a esposa do produtor rural Sra. Rosimar trabalhando na agroindústria e os

equipamentos que foram cedidos para o funcionamento do estabelecimento.

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Figura 03 – Agricultora Rosimar trabalhando na sua agroindústria familiar de

processamento de polpa de Frutas.

Figura 04 – Dosador manual de inox para embalar as polpas de frutas.

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Figura 05 – Foto da despolpadora de frutas.

A família recebeu capacitação de acordo com o Manual de Boas Praticas para a

atividade pela EMATER-RO. Também foi elaborado o POPs (Procedimentos

Operacionais Padrões) para a matéria prima (as frutas) obtendo polpas de qualidade

garantindo a segurança alimentar do consumidor.

As polpas processadas na agroindústria são: Polpa de Maracujá, cupuaçu,

acerola, abacaxi, graviola, banana, araça-boi, tamarindo, caju e goiaba. E a capacidade

de produção é de 750 kg de polpa por semana.

RESULTADOS

O crédito rural possibilitou a implantação da agroindústria que é a principal

atividade geradora renda familiar;

A verticalização da produção possibilitou o estabelecimento da família na

propriedade rural, a continuação da produção com garantia de acesso aos mercados;

A agroindústria possibilita o processamento de produtos de melhor qualidade,

que são utilizados para o consumo familiar e para a comercialização em programa como

PAA, PNAE e o comercio da região.

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POTENCIALIDADES E LIMITES

O crédito rural tem um papel muito importante para o desenvolvimento da

agricultura familiar de uma região, portanto merece esforços e iniciativas por parte da

sociedade e poder publico.

A produção da matéria prima, industrialização e a comercialização agrega valor

à matéria prima produzida na propriedade, anteriormente comercializada a preços

dependentes do mercado.

A produção de matéria prima confere uma autonomia frente ao mercado e

configura uma importante estratégia de diminuição de custos para o empreendedor rural.

REPLICABILIDADE

A utilização do crédito rural para verticalizar a produção de outras famílias de

agricultores familiares é perfeitamente replicável, basta seguir as normas de utilização

de crédito rural do Banco Central do Brasil

A agricultura familiar tem se mostrado eficiente para a geração de renda, para a

permanência da população no campo e para a elevação da qualidade de vida. No

entanto, se trata de um setor que necessita de políticas públicas específicas e adequadas

para as mais diversas realidades que compõem o universo do rural.

As Agroindústrias Familiares se mostra como uma importante alternativa não só

pela capacidade de gerar renda através da agregação de valor como também para

ampliar a segurança alimentar, valorização da mulher e jovem rural.

DEPOIMENTOS

Anderson Muniz de Castro e Rosimar C. do Nascimento são casados há 11 anos

e sempre moraram na propriedade. No inicio tinham como principal atividade o leite.

Através do incentivo do ESTADO a família conseguiu regularizar a atividade da

agroindústria sendo hoje a principal atividade da família. “Hoje estou muito feliz com

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minha agroindústria, tenho opção de escolha para venda de meus produtos garantindo

uma melhor renda para minha família” (Anderson Muniz de Castro).

A produção de polpa de frutas agrega renda para a família, valorizando a mão de

obra da esposa. A consolidação desta agroindústria no processo produtivo da família

proporcionou uma série de melhorias na qualidade de vida e fixação no campo.

AUTORA

Aline Mikos – Engenheira Agrônoma – EMATER - RO

Supervisor EMATER Regional de Agroindústria e Área Vegetal

Assessoramento e Acompanhamento do Investimento para construção da Agroindústria.

APRESENTAÇÃO

Cristiane Carvalho Teixeira de Souza – Médica Veterinária EMATER-RO

Assessoramento e Acompanhamento na construção do estabelecimento

Capacitação em Boas Praticas.

COLABORADORES

Alexandre Juliatti Venturoso – Engenheiro Agrônomo – EMATER - RO

Supervisor EMATER Regional Credito Rural

Assessoramento e Acompanhamento do Investimento para construção da Agroindústria.

Isac Fogaça – Engenheiro Agrônomo – EMATER-RO

Responsável técnico pela Agroindústria

Raphael Ferreira – Arquiteto – SEAGRI

Elaboração do projeto arquitetônico da Agroindústria.