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Boas Práticas de Prescrição · Imagine a seguinte situação... Ela conta que tem HAS há 15 anos e DM2 há 5 anos. É casada e mora com o marido, de 78 anos, acamado há 5 anos

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Boas Práticas de Prescrição

de Medicamentos

Ementa

Analisar os fundamentos para a seleção, dispensação,

administração, uso racional e prescrição de medicamentos,

permitindo ao farmacêutico traçar uma abordagem correta de

atendimento ao paciente, garantindo a segurança no

tratamento.

Objetivo: Utilizar método para avaliar a farmacoterapia já em

uso pelo paciente e para selecionar medicamentos no ato daprescrição.

Marianne Sardenberg Costa

• Bacharel Farmácia UFMG (ênfase Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde).

• Capacitação para cuidado farmacêutico de pacientes diabéticos na rede

Farmácia de Minas.

• Responsável Técnica CAPS, colaboradora implantação do serviço de GTM no

município de Lagoa Santa – MG (janeiro a agosto/2014).

• Responsável pelo serviço de GTM na Unimed BH (setembro/2014 - 2016).

• Cursando especialização em Farmacologia Clínica e Prescrição

Farmacêutica pelo Centro Universitário UNA.

• Membro Centro de Estudos em Atenção Farmacêutica da UFMG (CEAF).

Introdução

Para conhecer vocês e conversar...

Qual o seu cenário de prática? (drogaria, hospital, PSF ...)

Quais são as dificuldades para o farmacêutico atuar

clinicamente?

Quais são os principais desafios para fazer uma prescrição?

Quais estão relacionadas ao ambiente?

Quais estão relacionadas ao profissional?

Regulamentação das atribuições clínicas do

farmacêutico

Regulamentação CFF

Resolução CFF

585/2013

Resolução CFF

586/2013

Atribuições Clínicas

Prescrição Farmacêutica

Regulamentação Atribuições Clínicas

Farmácia Clínica: surgiu no âmbito hospitalar (Brasil -1979)

Resolução CFF 585/2013 incorpora o conceito do

Pharmaceutical Care.

(CIPOLLE, STRAND, MORLEY, 2012)

Filosofia

Processo

de Gestão

Processo de

Cuidado

Regulamentação da prescrição

farmacêutica

Resolução CFF

586/2013

“Esta resolução encerra a concepção de prescrição como a ação de

recomendar algo ao paciente.”

Prescrição Farmacêutica

Regulamentar a prescrição:

Atribui maior responsabilidade ao profissional;

Documentar e sistematizar o processo;

Maior segurança e respaldo;

Aumenta a credibilidade frente ao paciente e outros

profissionais da saúde;

Uma nova atribuição... Um novo profissional!!!

Prescrição farmacêutica e cuidado ao

paciente

O que é prescrição?

“Conjunto de ações documentadas relativas ao cuidadoà saúde, visando à promoção, proteção e recuperação

da saúde, e à prevenção de doenças.”

CFF, Resolução 586/2013

Medicamentos Intervenções não

farmacológicas

Orientações

Encaminhamento

Prescrição de Medicamentos

“Ato pelo qual o prescritor seleciona, inicia, adiciona,

substitui, ajusta, repete ou interrompe a farmacoterapia do paciente e documenta essas ações, visando à

promoção, proteção e recuperação da saúde, e a

prevenção de doenças e de outros problemas de

saúde.

CFF, Resolução 586/2013

Prescrição Farmacêutica

“Ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta

terapias farmacológicas e não farmacológicas, e

outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e

recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e

de outros problemas de saúde.”

CFF, Resolução 586/2013

selecionar, iniciar, adicionar, substituir,

ajustar, repetir ou interromper a farmacoterapia

Então...

O ato de prescrever:

Está correlacionado ao ato de cuidar;

Envolve decisão clínica;

Envolve registro dessa decisão.

Mas o que é

cuidar?Define

responsabilidades

Atividades básicas para o cuidado ao

paciente

Planejar e prestar assistência a cada paciente;

Monitorar o paciente no entendimento dos resultados do cuidado;

Modificar o cuidado quando necessário;

Prestar o cuidado e planejar o acompanhamento.

(CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO, 2000).

Sendo assim: cuidar é um processo!

Processo de cuidado

Semelhante para todas as profissões de saúde; Envolve processo de decisão clínica e registro.

Avaliação

Plano de cuidado

Avaliação de

resultados

Processo de cuidado

No acompanhamento farmacêutico:

Avaliação

Plano de cuidado

Avaliação de

resultados

• Uso no cotidiano

• Necessidades na terapia

• Objetivos

terapêuticos

• Intervenções

• Progresso do paciente

• Reformular plano

Prescrição

Garante o

cuidado

Processo da prescrição farmacêutica

Prescrição farmacêutica é sempreresultante de uma consulta

Processo

de Cuidado

Processo da prescrição farmacêutica

ETAPAS

1 Identificação das necessidades do paciente relacionadas

à saúde.

2 Definição do objetivo terapêutico.

3 Seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à

saúde, com base em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado.

4 Redação da prescrição.

5 Orientação ao paciente.

6 Avaliação dos resultados.

7 Documentação do processo de prescrição.

CFF, Resolução 586/2013

Competências para o cuidado

de pacientes

Competências gerais para o cuidado

Semiologia: Anamnese, avaliação de sinais e sintomas

Habilidades de comunicação

Habilidades para registro clínico

Habilidades para compartilhamento de cuidado

Prática holística e centrada no paciente

Competências específicas:

Domínio sobre a farmacoterapia

Conhecer INDICAÇÃO clínica e as diferentes opções terapêuticas

para cada condição de saúde;

Reconhecer o tempo de uso para EFETIVIDADE do tratamento ao

definir objetivos terapêuticos de forma personalizada;

Conhecer o perfil de SEGURANÇA dos medicamentos;

Assegurar que o paciente concorda, compreende, tem acesso e

consegue utilizar conforme pretendido, garantindo a

CONVENIÊNCIA do tratamento.

Método para avaliação da farmacoterapia:

Raciocínio clínico

Por que usar método?

Nós usamos método para o quê?

Por que usar método?

Imagine que vamos fazer um bolo:

A ordem do “fazer” é definida no passo a passo da receita;

Modificar essa ordem, altera o resultado.

MÉTODO ESTÁ NO COTIDIANO!

Por que usar método?

O método organiza a solução de problemas e racionaliza a

busca de causalidade (MARCONI; LAKATOS, 2010).

É um norte, um

caminho para seguir!

Diagnosticar PRM

usando método

Permite busca racional da causa

Organiza a proposta de solução

Na consulta farmacêutica...

Como avaliar a farmacoterapia já em uso pelo paciente?

Como selecionar o medicamento com possibilidade de ser o

mais efetivo, seguro e conveniente?

Como saber o que perguntar?

Como organizar toda a informação fornecida pelo paciente?

Método para a tomada

de decisão em

farmacoterapia

Raciocínio

clínico

Raciocínio clínico

Identificar e Resolver PRM

Conhecimento

farmacologia

Raciocínio

Clínico

Categorias

de PRM

Farmacodinâmica INDICAÇÃO

1 Medicamento desnecessário

2 Necessidade de medicamento

adicional

Eficácia

comprovada em

ensaios clínicos

EFETIVIDADE3 Medicamento não efetivo

4 Dose baixa

Toxicidade e

efeitos

indesejáveis

SEGURANÇA5 RAM

6 Dose alta

FarmacocinéticaCONVENIÊNCIA 7 Não adesão

Experiência

subjetiva

Raciocínio clínico

Processo sistemático de solução de problemas: ética,

reprodutibilidade e consistência;

Demarca qual é a responsabilidade do farmacêutico clínico;

Proporciona um vocabulário consistente com o de outros

profissionais da saúde e entre a classe farmacêutica;

Coloca as reações adversas, as interações medicamentosas e

a não adesão a farmacoterapia na perspectiva clínica

correta.

Torna o processo científico, fora do senso

comum e diferencia dos demais

profissionais.

Imagine a seguinte situação...

Você está em um dia

normal da sua rotina de

trabalho quando uma

senhora de 68 anos

pede sua ajuda...

Imagine a seguinte situação...

Ela conta que tem HAS há 15 anos e DM2 há 5 anos. É

casada e mora com o marido, de 78 anos, acamado

há 5 anos em razão de um AVE sofrido. Por isso, ela é

responsável pelos cuidados do marido, o que toma

quase todo o seu tempo.

"Acho que essas dores que sinto no corpo também são

de pegar peso" (sic).

Fez consulta recente com cardiologista, que incluiu a

insulina em sua receita, ela gostaria de orientações do

farmacêutico.

Imagine a seguinte situação...

Durante a conversa, ela conta que usa losartana

apenas pela manhã, por entender que sua PA está

ótima.

Relata que começou a sentir mais dor após ter

desenvolvido herpes zoster. As dores aliviaram um

pouco com o uso do tramadol, mas agora, quase não

tem utilizado esse medicamento, já que uma vizinha

informou que “isso é igual morfina e não pode usar

direto, mas tem dias que não tem jeito preciso tomar”

(sic).

Imagine a seguinte situação...

Iniciou, há uma semana o uso da insulina. Aplica

apenas na perna (parte interna da coxa), não gosta de

aplicar no abdome. Seu pai faleceu há 15 anos por

complicações do DM. Em poucos anos de uso desse

medicamento, ele iniciou a diálise. Isso é o que mais a

preocupa em relação ao início da insulinização.

Imagine a seguinte situação...

Para o controle dos problemas de saúde tem prescrição de:

1. Metformina 500 mg XR (1-1-1)

2. Glibenclamida 5 mg (1-0-1)

3. Insulina NPH (10-0-8)

4. Losartana 50 mg (1-0-1)

5. Hidroclorotiazida 25mg (1-0-0)

6. AAS 100mg (0-1-1)

7. Tramadol R 100 mg (1-0-0)

Imagine a seguinte situação...

Ela mostra o último exame de sangue de 23/06/2016:

Glicemia de jejum: 225 mg/dL; HBA1c: 7,5%.

Aferição PA= 130/70 mmHg.

Ao final, ela queixa-se de fraqueza, irritabilidade,

formigamentos nas pernas e mãos e solicita um

medicamento para dor.

O que você faria para ajudar a paciente?

(Favor justificar cada conduta).

Para guiar a análise do caso

Se PA = 130x70 faz sentido insistir usar losartana BID?

Insulina é indicada para paciente idosa com

HbA1c 7,5%?

Qual medicamento mais efetivo para o tipo de dor

apresentada pela paciente?

Aspectos legais:

Local para prescrever

Onde farmacêutico pode prescrever?

Pode ocorrer em diferentes estabelecimentos e

níveis de atenção à saúde;

Onde farmacêutico pode prescrever?

Respeitar o princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento.

Local e ambiente adequado

*Proprietário não tem obrigatoriedade de disponibilizar local.

Aspectos legais:

O que é permitido prescrever

O que o farmacêutico pode prescrever?

MIP/OTC

Graduação em

farmácia

Graduação +

Especialização

Medicamentos ausentes

na LMIP

Plantas medicinais

Drogas vegetais

Outros produtos

terapêuticos IP

Medicamentos tarjados

Preparações magistrais

dinamizadas

Preparações

magistrais alopáticas

O que TODO farmacêutico pode

prescrever?

Medicamentos isentos de prescrição médica (MIP/OTC);

Lista de Grupos e

Indicações Terapêuticas

Especificadas (GITE)

RDC nº 138, 2003

(Anvisa)

RDC nº 98, 2016

(Anvisa)

Atualização!

Lista de Medicamentos

Isentos de Prescrição

(LMIP)

RDC nº 98, 2016 - LMIP

Define procedimentos para inclusão de novos produtos e

remoção de outros;

Define 7 regras para que o medicamento passa ser

considerado MIP:

1. Tempo de comercialização

2. Perfil de segurança

3. Indicação para tratamento de doenças não graves

4. Indicação de uso por curto período

5. Ser manejável pelo paciente

6. Baixo potencial de risco em situações de mau uso ou abuso

7. Não apresentar potencial de dependência

RDC nº 98, 2016 - LMIP

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?

jornal=1&pagina=99&data=30/09/2016

RDC nº 98, 2016 - LMIP

Grupo

Terapêutico

Indicações

Terapêuticas

Observações

Antiacidos,

antieméticos,

eupépticos,

enzimas

digestivas

Acidez estomacal, azia, dor de estômago,

dispepsia, enjoo, náusea, vômito,

epigastralgia, má digestão, queimação,

pirose, esofagite péptica, distensão

abdominal, cinetose, hérnia de hiato

Restrições:Metoclopramida,

Bromoprida, Mebeverina,

Inibidor da bomba de próton

Antidiarreicos Diarréia, disenteriaRestrições:Loperamida infantil,

Opiáceos

Anti-

inflamatórios

Lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular,

artralgia, Inflamação da garganta, dor

muscular, dor na perna, dor varicosa,

contusão, hematomas, entorses, tendinites,

cotovelo de tenista

Permitidos: Naproxeno,

ibuprofeno, cetoprofeno. Tópicos

não esteroidais

Aminoácidos,

Vitaminas,

Minerais

Suplemento vitamínico e/ou mineral pós-cirúrgico/cicatrizante, nas anemias

carenciais, em dietas restritivas e inadequadas, em doenças

crônicas/convalescença, em idosos, na gestação e aleitamento, recém-

nascidos, lactentes e crianças em fase de crescimento, prevenção do

raquitismo, prevenção/tratamento desmineralização óssea pré e pós

menopausal, antioxidantes, prevenção de cegueira noturna/xeroftalmia,

auxiliar do sistema imunológico

Laxantes,

CatárticosPrisão de ventre, obstipação intestinal, constipação intestinal, intestino preso

ATENÇÃO!

A lista possui observações contemplando indicações e

restrições;

O que não está descrito é de venda sob prescrição médica;

Qualquer medicamento administrado via parenteral está

excluído da lista.

Associações medicamentosas: se algum dos princípios ativos

não estiver especificado, não é permitida a venda sem

prescrição.

RDC nº 98, 2016 - LMIP

O que TODO farmacêutico pode

prescrever?

Soro fisiológico, protetor solar, bolsa térmica etc.

Outros produtos com finalidade terapêutica isentos de

prescrição;

O que TODO farmacêutico pode

prescrever?

Plantas medicinais: espécie vegetal

Drogas vegetais: planta medicinal ou

suas partes processadas (coleta,

estabilização, secagem)

Preparações magistrais:

medicamentos alopáticos

Fitoterápicos: Disciplina de fitoterapia com

carga horária 60 h + estágio120 h

manipulação e/ou dispensação

de plantas medicinais e

fitoterápicos.

*RESOLUÇÃO Nº 546 DE 21 DE JULHO DE 2011

Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais

e fitoterápicos isentos de prescrição e o seu registro.

O que TODO farmacêutico pode

prescrever?

Prescrição que exige

FORMAÇÃO ESPECÍFICA:

Preparações magistrais: Medicamentos dinamizados

Especialista em Homeopatia ou Antroposofia

Medicamentos tarjados + modificações na prescrição

PRÉ-REQUISITOS:

Instituições/prescritores

Comunicar sempre!

Prescrição que exige

FORMAÇÃO ESPECÍFICA:

Especialista na área clínica

Diagnóstico prévio;

Previsto em programas, protocolos,

diretrizes ou normas técnicas;

Acordos de colaboração

formalizados.

O que NÃO pode

“É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente, emitida por outro

prescritor, salvo quando previsto em acordo de

colaboração, sendo que, neste caso, a modificação,

acompanhada da justificativa correspondente, deverá

ser comunicada ao outro prescritor.”

CFF, Resolução 586/2013

Lembrar

MIP são isentos de prescrição, mas não deveriam ser

isentos de orientação, pois não deixam de gerar riscos

a saúde de seus usuários

AINES

100.000 hospitalizações: 7.000 – 10.000 mortes por complicações

OMS: Automedicação responsável

prática dos indivíduos em tratar seus próprios

sintomas com medicamentos aprovados e

disponíveis sem prescrição médica, que são

seguros quando usados segundo as instruções.

Aspectos legais:

Documentação

Componentes da prescrição

1. Identificação do estabelecimento ou do serviço de saúde;

2. Nome completo e contato do paciente;

3. Terapia farmacológica:

a) nome do medicamento ou formulação,

concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de

administração;

b) dose, frequência de administração e duração do

tratamento;

c) instruções adicionais

Componentes da prescrição

4. Descrição da terapia não farmacológica ou de outra

intervenção relativa ao cuidado do paciente;

5. Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de

registro no CRF;

6. Local e data da prescrição.

Dados

paciente

Terapia

Farmacológica

Terapia

não farmacológica

v Outras

orientações

Local e data

Identificação do

profissional

Identificação do profissional (CRF)

Local, data

Identificação do profissional (CRF)

Ao redigir a prescrição

Usar Denominação Comum Brasileira (DCB):

www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/dcb.htm

Pode ser feita em uma única via;

Não pode ser cobrada, não é meio de publicidade;

A consulta pode ser cobrada.

Documentação

Armazenar durante 5 anos!

Registrar todo o atendimento.

Prontuário do paciente (manual ou digital).

Garantir sigilo das informações.

Resolução CFF nº 555/2011: Regulamenta o registro,

a guarda e o manuseio de informações resultantes

da prática da assistência farmacêutica nos serviços

de saúde.

Documentação

Há várias formas de registrar consultas.

Ex: SOAP

Subjetivo: Sintomas do paciente

Objetivo: Sinais, parâmetros clínicos

Avaliação: interpretação do problema

Plano: Ações para solucionar e acompanhar o

problema

Anexos

Colocando em prática as habilidades

adquiridas durante o curso

Tomada de decisão clínica

Coletando informações

ATENÇÃO: sua maior fonte

de dados é o paciente!

As informações coletadas

direcionam sua decisão!

Não há pergunta certa ou errada, mas...

o que você pergunta e

a forma como você questiona

influenciam a resposta do paciente.

Coletando informações

Sugestão para perguntas:

Fazer perguntas abertas;

Buscar compreender e explorar correlações, experiências

e crenças que o paciente traz;

Perguntas fechadas e diretas para complementar

informações clínicas precisas e direcionadoras de decisão;

Busque confirmar suas conclusões com o paciente;

Evite sugestionar, não faça julgamentos;

Empatia sempre!

Caso clínico 1:

“Você não vai me vender o remédio?!”

Qual a sua conduta?

Registre o atendimento

Elabore a prescrição farmacêutica

Caso clínico 1

Garota de 16 anos leva o irmão de 5 anos a

farmácia apresentando quadro de diarreia e

vômitos há 2 dias, mas não apresentou febre. A

garota alega que a mãe está viajando e como

precisa ir para seu estágio pede um medicamento

para prender o intestino do irmão, para que elapossa deixá-lo na escolinha.

Discussão

Caso clínico 1

Caso clínico 2:

“Remédio parece ter que fazer mal para

ajudar a gente...”

Caso clínico 2

Geraldo, 56 anos, é representante de vendas em

uma empresa de tecidos. “Minha vida é corrida,

estou sempre viajando, mas eu me lembro de levar

essas porcarias comigo, sei que preciso delas”

referindo-se aos medicamentos. Queixa de

constipação “Eu to com um problema de intestino,

tá acontecendo direto, faz 4 dias que não vou ao

banheiro... mas não quero esses remédios de planta

não! Me deu uma cólica danada!”

Caso clínico 2

Na conversa, relatou ser muito alérgico e ter uma

tosse chata, por isso faz uso frequente de xarope.

Relatou ter abandonado a metformina, pois

apresentava diarreia, mesmo usando nas

refeições. Alega que quando precisa dirigir por

muito tempo ou está em um dia mais apertado,

não usa glimepirida “eu fico esquisito demais,

lerdo, com uma fraqueza, as vezes eu sinto isso até

em dia normal quando uso”. Preferiu não contar

ao médico “ele ia falar que eu preciso de

qualquer jeito”.

Caso clínico 2

Alega ser muito agitado e ansioso, “isso que fez

minha pressão ir nas alturas, quando descobri tava

160x110”. Geraldo acredita que pelo mesmo motivo,

o remédio que usa há mais de 10 anos para dormir já

não está mais funcionando, mesmo tendo

aumentando por conta própria para 2 cp.

Na consulta: PA 130x80, Glicemia capilar 70 mg/dL

Qual a sua conduta?

Elabore a prescrição farmacêutica

Elabore o encaminhamento

Discussão

Caso clínico 2

Caso clínico 3

“Ficar velho é isso mesmo, dor para

todo lado...”

Caso clínico 3

Marilene, 76 anos, chega à farmácia queixando

muita dor e rigidez nos joelhos. Tem “reumatismo” e

por tomar conta dos netos, sua rotina em casa fica

pesada “as crianças deixam muitos brinquedos

espalhados pelo chão, preciso de outro remédio

para essas dores”.

Começou a acompanhar com ortopedista em

janeiro, quando foram prescritos paracetamol e a

nimesulida. Ela percebeu certo alívio da dor, mas

tem receio de usar esses medicamentos “isso fazmal para o estômago, eu já sinto umas coisas”.

Caso clínico 3

É hipertensa há 6 anos, nos últimos meses controlada.

Apresenta também osteoporose, diagnosticada em

2015, mas iniciou tratamento há 1 mês.

Marilene é alfabetizada, tem baixo poder aquisitivo,

atendida pelo SUS. Nega tabagismo e etilismo.

Sedentária. Faz uso de chinelos de dedo sem presilha

atrás. Ingere meio copo de leite ao dia, pois sente

desconforto abdominal com produtos lácteos. Come

verduras verdes a vontade. Baixa exposição ao sol,

pois apresenta pele muito branca e tem históriafamiliar de câncer de pele.

Exame físico realizado pelo farmacêutico:

PA 120x70, pulso 85 bpm, IMC 31, glicemia capilar 80 mg/dL.

Exames laboratoriais 10/11/2016:

Potássio 4,5 (VR 3,0-5,0);

Creatinina 1,0 (VR até 1,3);

Microalbuminuria < 30 mg/24h (VR < 30 mg/24h);

ALT 25 (VR até 32); AST 24 (VR até 32);

Sangue oculto nas fezes: negativo (VR negativo).

Caso clínico 3

Medicamentos em uso:

1) Hidroclorotiazida 25 mg 1-0-0

2) Enalapril 20 mg 1-0-0

3) AAS 100 mg 0-1-0

4) Paracetamol 500 mg 1 cp até 6/6h

5) Nimesulida 100 mg 1-0-1

6) Carbonato de cálcio 500 mg + Vitamina D 400 UI 1-0-0

após refeições

7) Alendronato de sódio 70 mg 1-0-0 semanal, em jejum,

com água, não reclina após uso.

Caso clínico 3

Qual a sua conduta?

Elabore a prescrição farmacêutica.

Caso clínico 3

Discussão

Caso clínico 3

Concluindo...

Identificar, resolver e prevenir PRM é uma forma de

operacionalizar as atribuições clínicas do farmacêutico.

“promover do uso racional de medicamentos e

otimizar a farmacoterapia, com o propósito de

alcançar resultados definidos que melhorem a

qualidade de vida do paciente”

Resolução CFF 585/2013

Para refletir

Aspectos práticos para iniciar atendimentos

Quero realizar consultas... Mas como me

organizar e conquistar espaço?

Elaborar projeto:

Justificativa ressaltando benefícios para o estabelecimento:

fidelização do cliente, indicações entre clientes...

Recursos necessários (materiais, físicos e humanos);

Indicadores de avaliação de processos e resultados;

Cronograma.

É preciso refletir sobre:

Qualificação para oferecer esse serviço.

Avaliar carga horária para atendimento clínico.

Estabelecer critérios de elegibilidade.

Delegar funções - capacitar equipe.

Buscar parcerias.

Dicotomia:

Comércio x Ambiente de cuidado

Leituras obrigatórias para abrir

consultório farmacêutico

Resoluções 585 e 586 do CFF, ambas de

agosto 2013

RDC-ANVISA 44, de 17 de agosto de 2009:

prestação de serviços farmacêuticos em

farmácias e drogarias.

Lei 13.021, de 08 de agosto de 2014:

Farmácia como estabelecimento de saúde.

Observações importantes

Em farmácias e drogarias: atualizações da

documentação quanto às atividades desenvolvidas

para os estabelecimentos junto à Vigilância Sanitária

local.

Código para enquadramento da atividade econômica

na Classificação Nacional de Atividades Econômicas –

CNAE

Não há regulamentação sanitária específica da Anvisa

que normatize a infraestrutura mínima e as atividades de

consultórios farmacêuticos independentes.

Referências BibliográficasConsórcio Brasileiro de Acreditação. Manual de padrões de acreditação hospitalar. Rio de Janeiro, 2000.

CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. Pharmaceutical Care Practice: the patient centered approach to medication management. 3 ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 697 p

RAMALHO DE OLIVEIRA, D. Atenção Farmacêutica: da filosofia ao gerenciamento da terapia medicamentosa. São Paulo: RCN, 2011, 327 p.

SIMMONS, B. Clinical reasoning: concept analysis. Journal of Advanced Nursing, v. 66, n. 5, p. 1151–1158, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ementa: Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e

dá outras providências. Resolução n. 585, de 29 de agosto de 2013.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras

providências. Resolução n. 586, de 29 de agosto de 2013

WELLS, B.G.; DIPIRO, J. T.; SCHWINGHAMMER, T. L.; DIPIRO, C. V. Manual de farmacoterapia. Porto Alegre: McGraw-Hill education Artmed, 2016. 964 p.

DIPIRO, J. T. et al. Pharmacotherapy – a patohphysiologic approach. 9 a ed. New York: McGraw-Hill Education. 2014, 5378 p.

BERARDI, R. R., ALLEN, L. V., DESIMONE, E. M. et al. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self care. 15 ed. Washington: American Pharmaceutical Association, 2006. 1235p.