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Boletim
28/10/2019
Boletim DP-RH em 28.outubro.2019
"A melhor maneira de melhorar o padrão de vida está em melhorar
o padrão de pensamento."
U. S. Andersen
Como fica minha aposentadoria com a reforma da
Previdência aprovada no Congresso?
© Marcos Oliveira/Agência Senado Plenário do
Senado na votação em segundo turno da reforma da Previdência.
BRASÍLIA - Areforma da Previdência aprovada no Senado nesta terça-feira, 22, muda os parâmetros para a
aposentadoria no País. Agora, será necessário ter uma idade mínima de 65 anos (homens) e de 62 anos (mulheres) para
se aposentar. Para quem já está no mercado de trabalho, haverá regras de transição. Veja a seguir as respostas às
principais dúvidas sobre a nova Previdência.
Calculadora da Previdência: clique aqui e veja com quantos anos você poderá se aposentar com a nova regra
1. Por que o governo e o Congresso mudaram as regras para a Previdência?
Entre os princípios da reforma, segundo o governo, estão garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário e torná-lo
mais justo e igualitário. Hoje, os trabalhadores mais pobres esperam em média seis anos a mais para se aposentar em
relação aos que ganham mais, e só recebem o equivalente a metade do benefício desses demais trabalhadores. A
projeção é que o buraco da Previdência (de trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos e militares) feche
2019 em R$ 292 bilhões. Segundo estimativas oficiais, hoje, a relação é de um idoso para cada 10 pessoas. Em 2060, vai
ser um idoso para quatro pessoas, o que torna o sistema previdenciário insustentável.
2. Quando começam a valer as novas regras para aposentadoria no Brasil?
As novas regras começam a valer assim que a reforma for promulgada peloCongresso. Como é uma mudança na
Constituição, o texto - após aprovado por deputados e senadores - não é sancionado pelo presidente, mas sim
promulgado pelo Congresso. Segundo o presidente do Congresso,Davi Alcolumbre (DEM-AP), a promulgação será
feita em 10 dias, com a presença do presidente Bolsonaro. Até a promulgação, as regras que valem são as atuais, mesmo
o texto tendo sido já aprovado pela Câmara e Senado.
3. Como ficou a idade mínima de aposentadoria para novos trabalhadores urbanos?
O texto aprovado institui idades mínimas para aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. O tempo
mínimo de contribuição foi estipulado em 20 anos para homens e 15 anos para mulheres.
Até agora, havia dois modelos de Previdência. Por idade, se exigia 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens), com ao
menos 15 anos de contribuição. Por tempo de contribuição, em que se exige 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens),
mas sem fixar idade mínima. Com a aprovação da reforma, a aposentadoria apenas por tempo de contribuição acaba.
4. O que acontece com quem já está no mercado de trabalho?
A proposta prevê cinco regras de transição para os trabalhadores da iniciativa privada que já estão no mercado. Uma
dessas regras vale também para servidores públicos – além disso, essa categoria tem uma opção específica. Todas as
modalidades vão vigorar por até 14 anos depois de a reforma entrar em vigor. Pelo texto, o segurado poderá sempre
optar pela forma mais vantajosa. Na prática, quase todo mundo terá de trabalhar um pouco mais para se aposentar do que
com as regras hoje em vigor.
5. Como ficou o cálculo das aposentadorias a partir da reforma?
O valor da aposentadoria será calculado com base na média de todo o histórico de contribuições do trabalhador (não
descartando as 20% mais baixas, como é feito atualmente). Ao atingir o tempo mínimo de contribuição (15 anos para
mulheres e 20 anos para homens), os trabalhadores do regime do INSS terão direito a 60% do valor do benefício
integral, com o porcentual subindo 2 pontos para cada ano a mais de contribuição. As mulheres terão direito a 100% do
benefício quando somarem 35 anos de contribuição. Já os homens só terão direito a 100% do benefício quando tiverem
40 anos de contribuição. Para os homens que já estão trabalhando, a Câmara reduziu o tempo mínimo de contribuição
que tinha sido proposto, de 20 anos para 15 anos, mas o aumento do porcentual mínimo, de 60% do benefício, só
começa com 20 anos de contribuição.
6. Houve alguma mudança no valor do benefício?
O valor da aposentadoria nunca será superior ao teto do INSS, atualmente em R$ 5.839,45, nem inferior ao salário
mínimo (hoje, em R$ 998). O texto também garante o reajuste dos benefícios pela inflação.
7. O que acontece a uma pessoa que já reunia as condições para se aposentar, mas não fez o pedido
antes de a reforma entrar em vigor?
O direito de se aposentar é garantido com base na regra antiga. O cálculo do benefício, porém, passa a seguir as novas
regras, com base na média das contribuições de toda a carreira. O cálculo parte de 60% aos 20 anos de contribuição para
homens e 15 anos para mulheres e é acrescido de 2 pontos porcentuais a cada ano adicional, até o limite de 100%.
8. Haverá mudanças nas alíquotas pagas pelos trabalhadores?
Sim, a reforma traz mudança na alíquota paga pelo trabalhador, hoje de 11%. Os trabalhadores que recebem salário
maior vão contribuir com mais - até 14% no INSS e 22% no serviço público federal, nos casos em que o salário supera o
teto constitucional de R$ 39,2 mil mensais. Já os que recebem menos vão ter contribuição menor, que começa em 7,5%.
Haverá também a união das alíquotas do regime geral (dos trabalhadores da iniciativa privada) e do regime próprio (o
dos servidores públicos). Na calculadora abaixo, é possível verificar quanto você pagará ao INSS quando a
reforma entrar em vigor:
9. A aposentadoria rural teve mudanças?
Não. Permanecem as mesmas exigências de hoje: idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 para homens, com no
mínimo 15 anos de contribuição.
10. A capitalização saiu da proposta?
Sim. O governo queria instituir um novo regime de Previdência, de capitalização, em que as contribuições do
trabalhador vão para uma conta individual, que banca os benefícios no futuro. Mas isso foi deixado de lado, e o regime
segue sendo solidário - as contribuições de hoje ajudam a bancar os benefícios já concedidos.
11. E houve alguma mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC)?
Não. Tudo permanece como está hoje: idosos com renda familiar per capita de até 25% do salário mínimo (hoje R$
249,5) recebem um salário mínimo (R$ 998) a partir dos 65 anos.
12. Quem terá direito ao abono salarial?
O abono salarial continuará sendo pago a trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (hoje, R$ 1.996).
13. Os reajustes dos benefícios foram mantidos?
O texto aprovado no Congresso mantém o reajuste dos benefícios para preservar o valor real (ou seja, compensar as
perdas da inflação) na Constituição.
14. Como fica a pensão por morte?
Nenhuma pensão será inferior ao salário mínimo (R$ 998). A partir daí, tanto para trabalhadores privados quanto do
serviço público, o benefício passa a 60% do valor mais 10% por dependente adicional. Assim, se o beneficiário tiver
apenas um dependente, receberá os 60%; se tiver dois dependentes, receberá 70% – até o limite de 100%.
15. Será possível acumular benefícios?
Hoje, não há limite para acumulação de diferentes benefícios. Com a reforma, o beneficiário passará a receber 100% do
benefício de maior valor, somado a um percentual dos demais. Esse percentual será de 100% até 1 salário mínimo; 60%
para valores entre 1 e 2 salários; 40% entre 2 e 3 salários; 20% entre 3 e 4 salários; e de 10% para os valores acima de 4
salários mínimos. A regra vale para benefícios concedidos após a promulgação da reforma.
Confira um exemplo:
Um aposentado que receba R$ 2 mil mensais passa a ter direito à pensão do cônjuge falecido, que ganhava R$ 2,8 mil. O
casal não tinha filhos, ou seja, o aposentado é dependente único. O cálculo será feito da seguinte maneira:
1) O aposentado teria direito a pensão equivalente a 60% dos R$ 2,8 mil, ou seja, R$ 1.680. Nesse caso, a aposentadoria
é mais vantajosa (R$ 2 mil), então ela será mantida em valor integral.
2) As regras de acúmulo passam a incidir sobre a pensão por morte da seguinte maneira: 100% de R$ 998 + 60% de R$
682 (parcela dos R$ 1.680 que excede o salário mínimo). No total, são R$ 998,00 + R$ 409,20 = R$ 1.407,20.
3) O aposentado receberá, na soma dos dois benefícios, R$ 3.407,20 (R$ 2.000,00 + R$ 1.407,20).
16. Como ficou a polêmica sobre a inclusão de Estados e municípios na proposta de reforma?
Pela proposta enviada pelo governo, a PEC valeria para servidores dos Estados e municípios. Mas isso acabou caindo
durante a tramitação na Câmara. No Senado ficou decidido que esse assunto será retomado em um novo texto, batizado
de PEC paralela.
17. Como ficam as regras para policiais militares e bombeiros?
Os PMs e bombeiros ficaram de fora das regras desta reforma. Eles foram incluídos em outro projeto, que trata das
regras para a inatividade das Forças Armadas.
18. E a Previdência dos militares das Forças Armadas, como ficou?
A proposta dos militares foi enviada em março, mas ainda precisa ser aprovada tanto por deputados como por senadores.
Além da mudança nas exigências para passar para a reserva, a reforma também reestrutura a carreira militar. As regras
são mais brandas que as dos civis (como o pedágio, exigência de tempo a mais que precisa trabalhar, de 17% sobre o
tempo que falta para a aposentadoria, contra adicionais de 50% a 100% no caso dos civis) e contempla uma única
categoria com reajustes e gratificações que chegam a 73% do soldo.
19. Os professores terão regras especiais?
Sim. Para o setor privado, hoje, não não há idade mínima, mas se exige tempo de contribuição de 25 anos (mulheres) e
30 anos (homens). Pela reforma, a idade mínima passa a ser de 60 anos, com 30 anos de contribuição, para homens e
mulheres. Já para o setor público, hoje a idade mínima exigida é de 50 anos (mulheres) e 55 anos (homens), com 25 anos
(mulheres) e 30 anos (homens) de tempo mínimo de contribuição, sendo 10 anos como servidor público e 5 anos no
cargo de professor. Com a reforma, a idade mínima passa a ser 60 anos (para homens e mulheres), com 30 anos de
tempo de contribuição, sendo pelo menos 10 anos como servidor público e 5 anos no cargo de professor.
20. E na aposentadoria dos políticos, o que mudou?
Hoje, os políticos podem se aposentar com idade mínima de 60 anos (para homens e mulheres), com 35 de anos de
contribuição. O valor do benefício é de 1/35 do salário para cada ano parlamentar. Com a reforma, a idade mínima
exigida será a mesma dos demais trabalhadores, de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com 30% de pedágio
do tempo de contribuição faltante. Novos eleitos estarão automaticamente no regime do INSS, com extinção do regime
atual
21. Houve mudança na aposentadoria especial dos trabalhadores expostos a agentes nocivos?
A reforma propõe permitir a aposentadoria especial para esses trabalhadores pela regra de pontos, considerando também
o tempo de exposição a esses agentes. Para os trabalhadores sob maior risco, a soma deve ser de 66 pontos, além de 15
anos de exposição. Para os de risco médio, 76 pontos e 20 anos de exposição. Para risco baixo, 86 pontos e 25 anos de
exposição a agentes nocivos.
Reforma da previdência: 7 destaques para contadores
Por Gisleise Nogueira / 23 de agosto de 2019
Decerto você percebeu que o assunto reforma da previdência dominou os noticiários no primeiro semestre deste ano.
Não apenas por se tratar de um tema muito polêmico já que altera as atuais regras de aposentadoria de trabalhadores
tanto da iniciativa privada como da iniciativa pública.
Sem dúvida, as mudanças já aprovadas em dois turnos pela câmara dos deputados ainda precisam ser aprovadas pelo
Senado para que a reforma da previdência entre em vigor.
Assim, para lhe auxiliar na tarefa de entender o que já foi aprovado e ainda o que esperar sobre a reforma da
previdência, preparamos este blog post exclusivo.
Porquê a reforma da previdência é o assunto do momento?
Certamente porque foi o tema central escolhido pelo atual Governo para realização de reformas políticas e econômicas.
É sabido que dentre os gastos governamentais os gastos com a previdência social são os mais elevados.
É sabido que atualmente do total de gastos governamentais mais de 50% correspondem aos gastos com a previdência
social.
Assim o governo resolveu fazer a reforma da previdência para reduzir as despesas com a previdência social à longo
prazo, permitindo uma economia no caixa do Governo Federal para que seja revertido em investimentos
governamentais.
O quê propõe a Reforma da Previdência?
A reforma da previdência propõe a alteração de diversas regras para concessão da aposentadoria.
Abaixo relacionamos as principais alterações da reforma da previdência.
DESTAQUE 01: Fim da Aposentadoria por tempo de contribuição
A reforma extingue com a aposentadoria por tempo de contribuição, onde não é preciso ter idade específica, vai acabar
DESTAQUE 02: Idade Mínima para aposentadoria
Homens : 65 anos
Mulheres : 62 anos
A regra de idade mínima atinge tanto os servidores públicos quanto os trabalhadores da esfera privada.
DESTAQUE 03: Tempo Mínimo de Contribuição
Trabalhadores de empresas privadas
15 anos de contribuição tanto para homens quanto para mulheres.
Servidores Públicos
25 anos de contribuição tanto para homens quanto para mulheres.
DESTAQUE 04: Valor do Benefício
Homens
60% até os 20 anos de contribuição mais 2% por ano adicional de contribuição.
Com isso, são necessários 40 anos de trabalho para um Homem ter direito a 100% da aposentadoria
Mulheres
60% à partir dos 15 anos de contribuição mais um adicional de 2% por ano adicional de contribuição.
Com isso, são necessários 35 anos de trabalho para uma mulher ter direito a 100% da aposentadoria
Destaque 05: Regras de Transição
Para quem está no mercado de trabalho, no entanto, há quatro opções de transição para usar as regras da aposentadoria
por tempo de contribuição
Opção 1 Pedágio + Idade (vale para INSS e servidor)
Mulheres: 57 anos de idade e 30 anos mínimos de contribuição
Homens: 60 anos de idade 35 anos mínimos de contribuição
Mais pedágio de 100% sobre o tempo que falta para aposentadoria
Exemplo:
Uma mulher de 57 anos e 28 anos de contribuição se aposentaria daqui há dois anos com as regras vigentes atualmente.
Com essa transição, ela poderá se aposentar após quatro anos depois da reforma começar a valer (2 anos que faltam + 2
anos de pedágio
Opção 2 – Pontos (vale para INSS e servidor)
Regra 86/96 atualmente utilizada para cálculo do benefício integral, passa a servir como exigência para pedir a
aposentadoria.
A pontuação será obtida com a soma do tempo de contribuição e a idade.
Mulheres: 30 anos mínimos de contribuição
Homens: 35 anos mínimos de contribuição
Ano Pontuação para
mulheres
Pontuação
para homens
2020 86 96
2021 87 97
2022 88 98
2023 89 99
2024 90 100
2025 91 101
2026 92 102
2027 93 103
2028 94 104
2029 95 105
2030 96 105
2031 97 105
2032 98 105
2033 99 105
2034 100 105
Opção 3 – Idade (vale apenas para INSS)
Serão estabelecidas idades mínimas que subirão gradualmente conforme a tabela abaixo:
Ano Idade Mínima
(Mulheres)
Idade Mínima
(Homens)
2020 56 61
2021 56,6 61,5
2022 57 62
2023 57,5 62,5
2024 58 63
2025 58,8 63
2026 59 63,5
2027 59,9 64
2028 60 64,5
2029 60,5 65
2030 61 65
2031 61,5 65
2032 62 65
Opção 4 Tempo de contribuição + Fator (vale apenas para INSS)
Quem estiver a dois anos da aposentadoria ou menos poderá se aposentar pelas regras atuais de tempo de contribuição
com o cálculo do fator previdenciário mediante pedágio de 50%
Mulheres: 30 anos mínimos de contribuição;
Homens: 35 anos mínimos de contribuição.
Exemplo:
Um homem com 33 anos de recolhimentos ao INSS se aposentaria daqui dois anos. Com o pedágio, ele se aposentaria
daqui há três (dois anos que faltam + 1 ano de pedágio).
DESTAQUE 06: Pagamento de Pensões
Outro ponto polêmico da reforma é o pagamento de pensões para os dependentes em caso de falecimento do titular da
aposentadoria.
O benefício será de:
60% do valor para o primeiro dependente MAIS 10% por dependente adicional.
Haverá limite no acúmulo de aposentadorias e pensões.
Beneficiário passará a receber 100% do benefício de maior valor e um percentual do outro benefício, sendo:
DESTAQUE 07: Regras Diferenciadas
As regras até agora informadas são as REGRAS GERAIS para quase todas as categorias exceto aquelas que possuem
regras específicas como por exemplo:
Os médicos, os professores, além dos integrantes de forças armadas e os policiais civis bem como os policiais federais e
os agentes penitenciários.
Quem e como será impactado pela reforma da previdência?
Todos os contribuintes que contribuam para o Regime Geral da Previdência Social assim como os servidores públicos
ficam sujeitos aos impactos causados pela reforma da previdência.
Quer seja tendo que contribuir mais tempo para conseguir a aposentadoria ou através da redução do valor do benefício
da aposentadoria ou da pensão que tenha direito.
Quanto o Governo espera economizar com a reforma da previdência?
A previsão de economia com a reforma da Previdência, após a aprovação do projeto pela Câmara em primeiro turno,
ficou abaixo do que esperava o governo ao criar sua proposta inicial.
A meta buscada pelo governo era de alcançar pelo menos R$ 1 trilhão em 10 anos.
Após aprovação na Câmara a expectativa é que esse número caia para R$ 933,5 bilhões em 10 anos.
Como será feita a reforma da previdência?
A reforma da previdência será feita por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição – PEC.
A PEC é um instrumento legislativo que permite alterar partes do texto constitucional sem que seja necessário convocar
uma nova assembléia constituinte.
Atualmente a Constituição Federal que uma PEC pode ser apresentada por::
Pelo presidente da República;
Por um terço dos deputados federais ou dos senadores;
Por mais da metade das assembleias legislativas, desde que cada uma delas se manifeste pela maioria relativa de
seus componentes;
Alterações não permitidas por meio de PEC
Certamente não podem ser objeto de PEC alterações que versem sobre:
Forma Federativa de Estado;
Voto direto, secreto, universal e periódico;
Separação dos poderes e direitos e garantias individuais.
Rito de Aprovação da PEC
Qualquer PEC tem um rito de aprovação mais complicado pois a mesma precisa ser discutida e votada em dois turnos,
em cada casa do Congresso Nacional composto pela câmara dos deputados e pelo Senado Federal.
Para ser aprovada a PEC precisa obter três quintos dos votos, na Câmara e no Senado. Em outras palavras, precisa de
308 votos na câmara e 49 votos no Senado.
Como ela já foi aprovada nos dois turnos na câmara dos deputados, agora precisa ser aprovada também em dois turnos
no Senado federal.
Quais as instituições brasileiras que estão realizando a reforma da
previdência?
Além do Governo Federal que é o autor da proposta a reforma da previdência estão participando da reforma as duas
casas do Congresso Nacional ou seja a câmara dos deputados e o Senado Federal.
Como sabemos na câmara dos deputados a proposta já foi aprovada nos dois turnos, assim foi enviada para seguir o
mesmo procedimento no senado federal.
Atualmente o projeto encontra-se na comissão de constituição e justiça (CCJ) do Senado federal. Após a aprovação do
parecer da CCJ o projeto segue para votação.
Quando será implementada a reforma da previdência?
Assim que for aprovada em segundo turno a reforma da previdência entra em vigor o calendário de tramitação da
proposta de reforma da previdência foi definida pelos líderes de partidos do Senado.
Desta forma a Proposta de Emenda à Constituição seja votada no plenário em primeiro turno em 18 de setembro e, em
segundo turno, no dia 2 de outubro.
Reforma da Previdência e o cenário tributário brasileiro
Você ficou conhecendo os detalhes da proposta de reforma tributária e ainda como como anda a expectativa de prazo
para sua votação final no Senado.
Entretanto o Brasil atravessa um momento de muitas incertezas e desafios em relação ao cenário tributário brasileiro.
O CONTADOR ou CONSULTOR que desejar ter sucesso em sua profissão com toda a certeza precisa manter-se
atualizado com as propostas políticas que alteram o cenário tributário Brasileiro.
Só para exemplificar estão na pauta de transformações assuntos que envolvem alterações nos projetos do SPED assim
como do Projeto do eSocial e do Plano de Transformação Digital do fisco.
Para tanto o site do SPED BRASIL é ótimo para você manter-se sempre atualizado! Além disso você pode seguir o
nosso canal no YouTube e assim receber em primeira mão informações de confiança sobre o CENÁRIO TRIBUTÁRIO
Brasileiro, como essa dica especial sobre reforma tributária do especialista Jorge Campos.
Solução de Consulta COSIT Nº 286 DE 10/10/2019
Publicado no DOU em 21 out 2019
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
EMPREGADOR RURAL PESSOA JURÍDICA. CONTRIBUIÇÃO
SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. INEXISTÊNCIA DE EMPREGADOS
E TRABALHADORES AVULSOS. OPÇÃO DE RECOLHIMENTO.
IMPOSSIBILIDADE.
A inexistência de empregados e/ou trabalhadores avulsos impede o direito à opção da forma de tributação de que trata o
parágrafo 7º do artigo 25 da Lei n.º 8.870, de 1994, na redação dada pela Lei n.º 13.606, de 9 de janeiro de 2018, uma
vez que é condição exigida do empregador o pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a
janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente ao início da atividade rural.
Dispositivos Legais: Lei n.º 8.870, de 1994, artigo 25, parágrafo 7º.
E-social doméstico não permite transferência de
titularidade em caso de morte ou divórcio
Erros no preenchimento do eSocial podem causar processos trabalhistas
O sistema do eSocial de trabalhadores domésticos, criado pela Receita Federal, completa quatro anos de operação
este mês. A ferramenta — que unificou o recolhimento de tributos e contribuições previdenciárias e sociais — foi
desenvolvido para simplificar a formalização dos empregados e regularizar sua contratação, após a entrada em vigor da
Lei das Domésticas. Mas a complexidade do sistema da Receita Federal impõe dificuldades adicionais ao empregador.
Uma delas é a impossibilidade de transferência de titularidade do empregador, ou seja, não há previsão para a
manutenção do empregado alterando o nome e o CPF do patrão. A opção permitiria que o nome do contratante
fosse alterado no sistema em caso de divórcio do casal ou morte do empregador. Nesta caso, a carteira de trabalho
passaria a ser assinada por um novo responsável na família. Hoje, se a família quer manter o contrato de trabalho com o
empregado doméstico, precisa fazer a rescisão e arcar com todo o custo de demissão.
— Em muitos casos, a doméstica acaba sendo dispensada porque fica caro para o empregador arcar com todo o custo de
demissão e o pagamento de verbas rescisórias — explica Mário Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal.
A Receita Federal informou que no banco de dados do eSocial são 1,4 milhão de empregadores e 1,5 milhão de
empregados cadastrados.
Segundo o Fisco, novas funcionalidades serão implementadas nos próximos meses, entre as quais os novos quadros
de passo a passo e um atendente virtual, para orientar os contribuintes. Ainda segundo a Receita, funcionalidade de
alteração de titularidade já está em construção e brevemente será disponibilizada.
Cálculo manual
Após a entrada em operação da plataforma da Receita Federal, o empregador passou a ser obrigado, além de assinar
a carteira do empregado, a efetuar o cadastro do funcionário e emitir mensalmente uma guia de pagamento com as
contribuições devidas, por meio do Documento de Arrecadação do eSocial (DAE).
Na prática, o sistema virou uma grande dor de cabeça para muitos empregadores pela complexidade de operação,
pelas falhas no sistema e pelas dificuldades de registro das obrigações trabalhistas.
Outro problema do sistema do eSocial é a necessidade de o empregador calcular manualmente e fora da plataforma os
valores devidos das verbas trabalhistas. O contratante precisa aprender a fazer os cálculos sobre férias, 13º, descontos,
horas extras, adicional noturno, aviso prévio, entre outras, levando em consideração o salário-base do funcionário.
Mário Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal, alerta que os erros podem ocasionar prejuízos para o
empregado e para o empregador.
— Não são cálculos simples. O empregador deve ficar atento para não ter problemas Em situações mais graves, as falhas
podem gerar até uma ação trabalhista mais tarde, se não houver o pagamento de todas as obrigações trabalhistas por
erros no cálculo de verbas indenizatórias ou na demissão do trabalhador — explica Avelino.
Instabilidade
No início das operações, o grande número de acessos derrubava o sistema do eSocial, e algumas funcionalidades sequer
estavam disponíveis. Além disso, não havia a possibilidade de desligamento do funcionário. A Receita Federal,
responsável pela gestão da plataforma, só ofereceu a possibilidade de demissão do trabalhador em março de 2016, cinco
meses depois do início da obrigatoriedade do registro.
Passo a passo
Para manter o empregado doméstico de forma legal, não basta preencher e assinar a carteira de trabalho. O registro do
empregado no sistema do eSocial é obrigatório.
É preciso firmar um contrato de trabalho. O eSocial não rege a relação de trabalho entre empregador e empregado. Por
isso, advogados sugerem a adoção de um contrato contendo as diretrizes da prestação de serviço acordadas entre as
partes.
É importante que o empregador adote um controle de ponto para se certificar da jornada de trabalho estabelecida
diariamente.
O sistema do eSocial permite o lançamento e registros das informações, mas não faz os cálculos para o empregado.
Campos como férias, adicional noturno e 13º salário, por exemplo, devem ser calculados manual e paralelamente, e
lançados posteriormente.
Fonte: Extra
Como trabalhar a liderança nas pequenas empresas
Engajar a equipe é papel importante para a liderança. Foto: Pixabay
A gestão de pessoas está situada entre as quatro funções chaves nas organizações:
– Gestão financeira
– Produção
– Comercial (vendas)
– Gestão de pessoas
Para que a empresa tenha um desenvolvimento contínuo, é necessário que estas áreas estejam funcionando bem, de
forma equilibrada. A função de Recursos Humanos envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do
funcionário no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. Esta função trata dos temas:
– Recrutamento
– Seleção
– Treinamento
– Desenvolvimento
– Manter a mão de obra
– Controlar a mão de obra
– Avaliar o desempenho das pessoas
Para que esses processos sejam desenvolvidos de maneira eficaz e com isso possam contribuir para o sucesso da
empresa, é fundamental o papel das lideranças. E esse é um ponto crítico nas MPEs (micro e pequenas empresas), ou
melhor, a falta de liderança.
Raramente nos deparamos com uma liderança efetiva à frente de uma pequena empresa. Geralmente, o empreendedor
inicia sua jornada mediante um dos fatores abaixo:
– Vislumbrou uma oportunidade e decidiu abrir seu negócio
– Herdou o negócio de parentes
– Devido à falta de oportunidades de emprego, decidiu empreender
Em ambas as situações, podemos detectar competência técnica para tocar o negócio, mas há uma lacuna com relação à
liderança. Essencialmente, nestes negócios, no quadro de funcionários há parentes, o que dificulta a gestão, a delegação
de poderes e a tomada de decisão.
Mas o “calcanhar de Aquiles” é a falta de liderança em geral, partindo do dono, até o líder da equipe. Se liderar significa
influenciar pessoas para atingir resultados, há muito o que se progredir nas MPEs, visto que o papel dominante ainda é o
de “tocador de negócio”.
O que fazer para começar a mudar este quadro? Ter uma postura humilde e assumir que no seu negócio falta
liderança! Ações sugeridas:
1. Fazer cursos sobre liderança e desenvolvimento do comportamento empreendedor
2. Ler livros sobre o tema
3. Contratar pessoas qualificadas
4. Delegar atividades
5. Estabelecer metas e cobrar resultados
6. Avaliar o desempenho da equipe
7. Definir a estrutura de cargos e funções da empresa
8. Estabelecer o organograma da empresa
9. Definir, divulgar, praticar e cobrar as regras internas da empresa
Gandhi afirmou certa vez: “O líder sabe que tem de ter coerência entre suas palavras e ações. Sabe que a força de seu
caráter vai se espalhar por toda a equipe. Ele aceita a responsabilidade de ser exigido por sua equipe e procura
evoluir”.
A situação não vai mudar da noite para o dia, mas tomando ações, de forma planejada, com a participação de todos, os
resultados logo surgirão.
Fonte: Estadão
Gerente de compliance entre os cargos em alta em 2020
Postado por José Adriano em 22 outubro 2019 às 10:00
Guia mostra cargos em alta em 2020; salários vão de R$ 3,5 mil a R$ 69 mil
Por Claudia Varella
Cargos no mercado financeiro e nas áreas de seguro, tecnologia, vendas e marketing, jurídico, finanças e contabilidade,
engenharia e recursos humanos estarão em alta no próximo ano. Esta é a conclusão da 12ª edição do Guia Salarial da
Robert Half, divulgado no início deste mês. "Desde 2015 percebemos um arrefecimento na inflação salarial, com
políticas de controle de custos promovidas pelas empresas e profissionais desempregados aceitando ganhar menos para
voltar ao mercado de trabalho. Por isso, nos últimos anos vimos pequenas oscilações salariais. 2020 deve seguir essa
tendência, e os salários não devem ter grandes variações", afirmou Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half no
Brasil.
O levantamento apontou que os empregadores valorizam os candidatos e funcionários que busquem, além do salário,
possibilidade de crescimento dentro das empresas e pacote de benefícios, entre outros. No Guia Salarial da Robert Half
de 2020, as faixas salariais são determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, complexidade de seu
cargo, setor de atuação ou demanda dessa posição no mercado. Confira os cargos em alta no próximo ano:
...
6) Finanças e Contabilidade Cargos em alta e projeção de remuneração:
-Gerente de planejamento financeiro/controladoria: de R$ 13.650 a R$ 30 mil (P/M) e de R$ 18.850 s R$ 41,5 mil (G)
-Gerente de auditoria/compliance: de R$ 18.450 a R$ 40,6 mil (G) Gerente de finanças corporativas: de R$ 13.250 a R$
29.150 (P/M) e de R$ 18.450 a R$ 40,6 mil (G)
-Gerente de finanças corporativas: de R$ 13.250 a R$ 29.150 (P/M) e de R$ 18.450 a R$ 40,6 mil (G)
7) Tecnologia -Cargos em alta e projeção de remuneração:
-Gerente de TI generalista: de R$ 15.450 a R$ 31.450
-Desenvolvedor full stack sênior: de R$ 8.100 a R$ 16,5 mil
-Cientista de dados: de R$ 13,1 mil a R$ 26,7 mil
-Chief Technology Officer (diretor de tecnologia): de R$ 24,7 mil a R$ 50,3 mil
-Analista de segurança da informação sênior: de R$ 7.750 a R$ 15.750
https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2...
Entender o local de trabalho do futuro é exigência
dos executivos de hoje
Empresas redesenham seus espaços para promover a cultura da organização; na foto, sede do Inovabra, em São Paulo –
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Em 1998, Jeanne Meister publicou com pioneirismo o livro Corporate Universities: Lessons in Building a World-class
Work Force (em tradução livre, universidades corporativas: lições para se construir uma força de trabalho de alta
qualidade), onde apontava que um novo cenário exigia o desenvolvimento de um conjunto de novas competências
requeridas no ambiente de trabalho: aprender a aprender, comunicação e colaboração, raciocínio criativo e resolução de
problemas, educação tecnológica, educação em negócios globais, desenvolvimento de liderança e autodesenvolvimento
de carreira.
Dentro desse novo ambiente empresarial, que requeria novas competências e mais complexas, surgiu a Universidade
Corporativa como um “guarda-chuva estratégico” para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e
comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais da organização.
Meister é uma das fundadoras e atualmente está à frente do Future Workplace, uma organização com visão abrangente
de gestão de pessoas e de desenvolvimento de capital humano, que procura orientar empresas no seu preparo para
o ambiente de trabalho do futuro. Realiza pesquisas, eventos e publica livros sempre preocupada com tendências,
desafios e competências exigidas no novo mundo do trabalho.
Nos dias 10 e 11 de outubro participei do CLO (Chief Learning Officer) Leadership Summit, em Nova York. Presenciei
apresentações e discussões de líderes de várias empresas importantes como: Bank of America, Brigham and Women’s
Hospital, Bristol-Meyers Squibb, Chubb Insurance, Cognizant, Columbia Business School, Google, Infor , MasterCard,
Scholastic, Unisys, Verizon, WeWork e Infosys. Os painéis concentraram-se nos seguintes tópicos:
1. Discussão sobre qualificação e novas habilidades do CLO
2. Novas orientações sobre aprendizado, enfatizando a utilização das mais recentes tecnologias para aprimorar a
experiência de aprendizado
3. Perspectivas e desafios do milênio
Sem dúvida as reflexões sobre como a inteligência artificial (IA) está sendo usada para transformar todo o ciclo de vida
dos funcionários, do recrutamento à integração de novos contratados, mobilidade de talentos, aprendizado e
desenvolvimento, gerenciamento de desempenho e treinamento, foi um dos pontos de destaque do evento. O que é
curioso é que as empresas estão descobrindo que alavancar o poder da IA pode tornar o local de trabalho mais humano,
proporcionando uma experiência diferenciada e criando uma cultura nutritiva.
Fruto de pesquisa realizada junto a inúmeras organizações que tentam reinventar seus locais de trabalho, Jeanne Meister
e Kevin Mulcahy publicaram o livro The Future Workplace Experience e afirmam que entender o futuro local de
trabalho é a principal competência requerida pelos executivos hoje. “As empresas mais eficazes de hoje adotam o
futuro, por mais incerto e confuso que pareça ser; abordam o futuro como organizações de aprendizado que cultivam
flexibilidade, adaptabilidade e proatividade”, evidenciam os autores.
Eles tecem uma história de como o local de trabalho está mudando e criam um perfil de novas práticas que as
organizações estão implementando no trabalho. Organizam essas práticas em três áreas: o que os funcionários esperam
do trabalho, como a tecnologia transforma o local de trabalho e a composição mutável da força de trabalho. Depois,
sintetizam as ideias em 10 regras para serem aplicadas para repensar e reimaginar o futuro local de trabalho.
Resumidamente, são elas:
Regra #1: faça do local de trabalho uma experiência
As empresas agora estão criando experiências para manter os funcionários engajados, felizes e leais à organização. O
Airbnb é um exemplo de empresa explicitamente comprometida em construir uma futura experiência no local de
trabalho, onde todos os elementos do trabalho – emocional, intelectual, físico, tecnológico e cultural – são
cuidadosamente orquestrados para criar uma experiência atraente para os funcionários.
Regra #2: use o espaço para promover a cultura
Cada vez mais, empresas como Apple redesenharam seus espaços de trabalho. Essa regra levanta novas questões sobre
como o espaço é usado para apoiar os valores e a cultura da organização, criando mais oportunidades de colaboração e
colisões não planejadas, inovadoras e produtivas entre funcionários.
Regra #3: seja um líder ágil
Perguntados sobre o que eles esperavam do “líder ágil do futuro”, os empregadores indicaram que o líder ágil é aquele
que se concentra na capacidade de produzir resultados por ser transparente, responsável, intraempreendedor e focado no
futuro. E esse líder também deve estar focado na capacidade de envolver e desenvolver pessoas.
Regra #4: considere a tecnologia um facilitador e um disruptor
Mais do que nunca, a tecnologia tornou-se crucial para os negócios. Em um estudo feito em 2016, 30% dos executivos
citaram uma lacuna séria de habilidades digitais na organização. Ser capaz de usar a tecnologia como um facilitador para
realizar o trabalho de maneira mais eficaz será uma competência essencial do trabalho no século 21. Fundamental que os
funcionários dominem: Dropbox, Box, Yammer, Slack, Spark, Google Hangouts, Google Docs e Analytics, Workboard,
Better Works, HipChat, Basecamp, dentre outras ferramentas.
Regra #5: crie um ecossistema de recrutamento orientado por dados
As empresas prospectivas têm a percepção de que o recrutamento dos melhores talentos deve começar com a construção
de uma forte marca de empregador, para que os candidatos procurem o empregador como uma empresa desejável para
se trabalhar.
Regra #6: adote o aprendizado sob demanda
O aprendizado contínuo é um requisito para permanecer empregável. Para se manterem competitivas, as organizações
precisarão criar oportunidades para que as pessoas se tornem aprendizes em série, fornecendo acesso a todas as formas e
fontes (internas e externas) de aprendizado disponíveis sob demanda e incentivando-as a se tornarem intelectualmente
curiosas e encontrar novas maneiras de trabalhar.
Regra #7: toque no poder de várias gerações
À medida que as gerações mais velhas permanecem na força de trabalho por mais tempo, várias gerações convivem
trabalhando lado a lado. O que se desenrola pode impulsionar o pensamento criativo ou levar a conflitos geracionais. A
chave é desenvolver a “inteligência geracional”, ou seja, a capacidade de entender as expectativas, semelhanças e
diferenças de cada grupo e pensar nos benefícios positivos pois trabalhar com diversas gerações pode levar à diversidade
de pensamentos e à inovação.
Regra #8: construa igualdade de gênero
As empresas no quartil superior da diversidade de gênero têm 15% mais chances de obter retornos financeiros acima de
suas respectivas medianas da indústria. Se a inclusão é o objetivo, o caminho para alcançá-lo é incorporar diversidade e
inclusão em todos os aspectos da contratação, promoção, gerenciamento de desempenho, planejamento de sucessão e
aprendizado e desenvolvimento, mantendo os executivos seniores responsáveis por comportamentos inclusivos.
Regra #9: planeje mais trabalhadores da “gig economy”
Gig é uma economia alternativa que consiste em pessoas com trabalhos temporários, como autônomos e freelancers, e
isto está se tornando tão vital para o sucesso de uma organização quanto os trabalhadores contratados em período
integral.
Regra #10: seja um ativista no local de trabalho
Ser ativista no local de trabalho é conhecer os negócios e o setor da empresa, antecipar mudanças futuras e tomar as
medidas necessárias.
Então pergunto: sua empresa está se preparando para atuar com tais regras? E o CLO (chief learning officer)? E os
líderes? E você? Vale pensar a respeito.
Marisa Eboli – doutora em administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e
especialista em educação corporativa. É professora de graduação e do mestrado profissional da Faculdade FIA de
Administração de Negócios
Mapa de competências: o que é e qual a sua
importância?
BLB BRASIL
Uma prática de gestão indispensável para estruturação de equipes corporativas eficazes é a utilização do mapa de
competências.
Ao considerar o estudo de particularidades importantes da personalidade, o mapeamento de competências torna
possível conhecer o perfil dos profissionais de forma mais completa e detalhada. Dessa forma, essa perícia permite
determinar com maior precisão para qual função de trabalho cada profissional está mais inclinado.
Para entender o procedimento, vamos definir o conceito de competência e compreender quais são os elementos que a
compõem. Confira!
O que é competência
De acordo com os teóricos da administração, competência é um sistema integrado de três elementos fundamentais
(Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) que resultam em um desempenho laboral característico.
Conhecimentos
Trata-se de uma visão de mundo, construída com base no conjunto de experiências pessoais e profissionais, que orienta
as ações do funcionário em função de comportamentos anteriormente bem-sucedidos.
Conhecimento tácito: são as nuances que determinam como cada um interage com os colegas e a forma como
alcança seus objetivos individuais durante as atividades de trabalho. De difícil verbalização ou documentação,
sua transmissão é pouco efetiva;
Conhecimento explícito: é o conhecimento adquirido por meio estudos formais que permite criar manuais,
procedimentos, políticas comerciais e estratégias empresariais.
Nos currículos, os conhecimentos estão representados nas experiências profissionais conjugados com a formação
acadêmica e também as experiências de intercâmbio.
Habilidades
Expressam as condições de o profissional realizar uma tarefa com base em um saber específico. Podem ser
classificadas em dois tipos:
habilidades técnicas: referem-se à capacidade de reverter em lucro os ativos patrimoniais da empresa
(softwares, máquinas ou ferramentas) por meio do uso eficiente desses recursos. Normalmente, as chamadas hard
skills estão representadas no currículo pelas certificações e cursos extracurriculares;
habilidades humanas: também chamadas de soft skills, dispõem dos saberes necessários para a adequada
interação do colaborador no ambiente empresarial. Embora haja muitos exemplos, saber lidar com emoções,
comunicar-se adequadamente e trabalhar em equipe são os requisitos mais comumente avaliados nas dinâmicas
de recrutamento.
Atitudes
São sentimentos favoráveis ou desfavoráveis a pessoas, objetos ou ideias. Durante acontecimentos cotidianos, o
indivíduo está predisposto a agir ou reagir de forma coerente com o sentimento interior que nutre por aquela interação
social.
O preconceito, por exemplo, é um sentimento desfavorável, normalmente baseado em estereótipos depreciativos ou
visões equivocadas, que pode estar direcionado não somente às pessoas, mas às profissões, organizações, clientes e até
mesmo aos fornecedores.
Agir com ética, representa o inverso das práticas antissociais, pois significa estar inclinado ao respeito pelo ambiente
profissional e pelas normas e leis da sociedade.
Podem ser identificados no currículo pela participação em trabalhos voluntários, causas sociais, clubes recreativos
ou associações.
Como identificar competências
Durante a avaliação do profissional, além da verificação curricular, é possível identificar competências por meio da
realização de provas e dinâmicas de recrutamento.
Na outra ponta, é muito importante conhecer todo o processo da cadeia produtiva para que não se perca nenhuma
informação relevante para o mapeamento de competências do posto de trabalho.
De acordo com essas informações, é possível, por exemplo, saber qual é o nível de conhecimento a ser exigido dos
candidatos e, consequentemente, estimar a faixa salarial e os custos com mão de obra previstos para preenchimento de
uma vaga.
O que é gestão por competências
Em um segundo momento, por meio da criação de indicadores de produtividade, é possível fazer o acompanhamento das
métricas estratégicas corporativas e compará-las com os números produzidos por cada colaborador. O estudo estruturado
das competências em função das métricas de produtividade é chamado de gestão por competências.
Essa metodologia, permite ao gestor acompanhar, por meio da análise dos indicadores, a evolução dos funcionários sob
a ótica das matrizes de competências definidas para cada função.
A gestão por competências é um processo contínuo de aprimoramento operacional que tem como matéria-prima o
conhecimento sistemático da realização das atividades de trabalho em função dos conhecimentos, habilidades e atitudes
de cada colaborador em relação ao seu posto de trabalho.
Os benefícios da gestão por competências
Sabe-se que todas as empresas têm, na convicção do seu criador, a causa determinante de sua criação. Portanto, o
planejamento estratégico de cada empresa normalmente está fundamentada na mentalidade dos seus proprietários ou em
conjunto com administradores de alto escalão.
Daí provém a importância da formalização dessas decisões por meio de Missão, Visão e Metas corporativas. Para que
esses parâmetros sejam colocados em prática, os gestores de recursos humanos, junto aos gerentes setoriais, devem criar
documentos bem definidos sobre as competências desejadas para o desempenho das atividades operacionais.
Essa prática reduz custos e potencializa lucros, uma vez que diminui os erros de contratação. Torna mais fácil a
identificação de talentos durante o processo seletivo e permite a realocação adequada dos profissionais já contratados.
Além disso, ainda possibilita identificar fragilidades fornecendo informações valiosas sobre procedimentos
inconsistentes, permitindo desenhar novos processos e manter a motivação das equipes realocando colaboradores em
tarefas de trabalho mais adequadas às suas competências.
Ainda que, no curto prazo, o gestor esteja sobrecarregado e com pouco orçamento disponível, o mapeamento de
competências apresenta-se como uma das soluções mais econômicas e sustentáveis para a remodelação de qualquer
estrutura operacional.
A elaboração do mapa de competências
Conforme vimos anteriormente, o preenchimento de qualquer posto de trabalho requer, minimamente, uma experiência
educativa relevante, familiaridade com saberes tecnológicos somados à presença de uma inclinação emocional positiva
direcionada à sociabilidade laboral.
Também conhecido como matriz ou mapa de competências, sua elaboração consiste em um estudo apurado dos
elementos pessoais e profissionais que permitam o preenchimento do posto de trabalho pelos profissionais mais
capacitados. Para melhor compreensão, vamos exemplificar de forma prática.
A descrição de um artigo define as dez habilidades mais encontradas nos cientistas de dados:
Desenvolvimento de negócios;
Comunicação;
Estruturação de dados;
Modelagem estatística;
Matemática;
Design e desenvolvimento de produtos;
Gestão de projetos;
Gestão de dados;
Visualização e Data Mining;
Design de experimentos.
Além disso, o estudo aponta que, em geral, os profissionais possuem muitas diferenças entre si, principalmente àquelas
relacionadas às áreas de formação e habilidades técnicas. Diante desse cenário, como saber qual profissional é o mais
apto para o cargo?
Serão determinantes para tomada dessa decisão os seguintes elementos:
Tecnologia
Deve-se conhecer detalhadamente os softwares disponíveis na empresa para realização do trabalho. Mesmo que um
cientista de dados conheça as práticas de lógica de programação, em alguns casos pode ser melhor contratar um
profissional com larga experiência na linguagem computacional mais compatível com a dos aplicativos utilizados na
empresa.
Sociabilidade
Deve-se ser capaz adequar-se à cultura organizacional empresarial. Ou seja, o profissional deve estar apto a
compreender as práticas informais que permeiam as atividades produtivas da empresa.
Mercado
Em qual indústria e setor (serviços, indústria ou comércio) a empresa atua. O conhecimento do funcionamento de uma
indústria tende a favorecer a alocação de profissionais que já tenham experiência no segmento, pois o período para
adaptação também tende a ser menor.
Além disso, conhecer os motivos de desligamento das experiências anteriores fornece informação valiosa para
compreender o temperamento e as competências de um candidato.
Por fim, devido a todos esses motivos, cada vez mais empresas têm se beneficiado do mapa de competências para
realizar o recrutamento em suas empresas e para elaborar a reestruturação operacional por meio desse método de gestão
motivador de equipes.
Fonte: https://www.blbbrasil.com.br/blog/mapa-de-
competencias/?utm_campaign=auditores_blb_noticias_251019&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
Sua Empresa Está em Dia com o Exame
Médico Periódico?
22/10/2019 Portal Tributário
Todo trabalhador regido pela CLT, sendo facultativo, porém recomendável, ao empregado doméstico, deve submeter-se
aos exames médicos ocupacionais, sendo estes obrigatórios na admissão, na demissão e periodicamente no curso
do vínculo empregatício, nos termos da NR-7.
Nota: Os custos dos exames são de responsabilidade do empregador, incluindo nestes, eventual deslocamento do
empregado (ida e volta) até o médico do trabalho designado pelo empregador.
Dentre as principais finalidades do exame médico periódico temos:
Promoção e preservação da saúde dos trabalhadores;
Redução do absenteísmo motivado por doenças;
Redução de acidentes potencialmente graves;
Garantia de empregados aptos à função para um melhor desempenho;
Evitar as implicações legais pela falta de atendimento à sua obrigatoriedade.
A obrigatoriedade dos exames médicos periódicos estão previstos no Programa de Saúde Médico Ocupacional – PCMSO,
o qual estabelece os seguintes prazos:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou às situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou
agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os
exames deverão ser repetidos:
a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico
agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho;
de acordo com a periodicidade especificada no Anexo n.º 6 da NR 15, para os trabalhadores expostos
a condições hiperbáricas;
b) para os demais trabalhadores (áreas administrativas):
anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade;
a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade;
Para cada exame médico realizado, o médico deverá emitir o Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, em 2 (duas) vias,
sendo:
A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro
de obras, à disposição da fiscalização do trabalho;
A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.
Havendo médico do trabalho na empresa, os exames poderão seguir o calendário de acordo com a necessidade e prazos
de cada empregado.
Não havendo médico do trabalho na empresa, os exames poderão ser agendados em dias específicos através de médico
contratado para tal atendimento, para que as categorias de trabalhadores “a” e “b” acima possam ser atendidas de uma
única vez, evitando que os empregados tenham que se deslocar para realização do exame, evitando maiores custos para o
empregador.
Denúncias sobre FGTS e contribuições previdenciárias
passam de 6 mil; veja o que fazer se a empresa não
depositou
22 out 2019 Evelin Oliveira
Trabalhador que teve os depósitos atrasados precisa reaver o dinheiro para não ficar sem o saque de até R$ 500 liberado
pelo governo.
De janeiro a agosto desde ano, mais de 6,6 mil pessoas fizeram denúncias referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) e contribuições previdenciárias, segundo dados do Ministério Público do Trabalho divulgados ao Jornal
Nacional nesta segunda-feira (21). Os trabalhadores que não tiveram o dinheiro do FGTS depositados pelas empresas
podem ficar sem o saque de R$ 500 liberados pelo governo e antecipado pela Caixa.
De acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, 11,2 milhões de trabalhadores são afetados por causa de
dívidas de empresas com o FGTS. São 227.597 empresas inscritas na dívida ativa, segundo dados de julho. O valor total
devido por elas ao FGTS é de mais de R$ 32 bilhões.
O que fazer se a empresa não depositou?
Se o trabalhador pretende fazer o saque de até R$ 500, mas descobrir que a empresa não depositou o dinheiro em sua
conta do FGTS, precisa tentar reaver esse dinheiro.
Veja abaixo algumas opções que o trabalhador tem para fazer isso, segundo especialistas ouvidos pelo G1 e informações
do Jornal Nacional:
O funcionário pode procurar o departamento de recursos humanos (RH) da empresa e pedir o depósito dos
valores atrasados;
Se ainda estiver atuando na empresa que atrasou o pagamento, o empregado pode parar de trabalhar e pedir a
rescisão indireta por culpa da empresa, em que receberá todas as verbas rescisórias devidas;
Se o trabalhador descobrir após a saída da empresa que o FGTS não foi depositado, ele poderá ingressar com
ação para pedir o pagamento do que é devido. Quem o trabalhador pode procurar: o sindicato da categoria
profissional ao qual ele pertence, ou uma superintendência, agência ou gerência do Ministério do Trabalho em
sua cidade. É possível ainda fazer uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho ou ingressar com reclamação
na Justiça do Trabalho.
O FGTS é um direito do trabalhador com carteira assinada. Até o dia 7 de cada mês, os empregadores devem depositar
em contas abertas na Caixa Econômica Federal, em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do salário de
cada funcionário. Quando a data não cair em dia útil, o recolhimento deve ser antecipado. O fundo não acarreta desconto
no salário, pois se trata de uma obrigação do empregador.
Como monitorar o saldo do FGTS
O trabalhador tem as seguintes opções para monitorar o saldo do FGTS:
Verificar o saldo no site da Caixa ou do próprio FGTS;
Optar por receber o saldo por SMS ou e-mail;
Pedir para a Caixa enviar o extrato pelos Correios;
Instalar o aplicativo FGTS no smartphone e consultar os depósitos;
Tirar o extrato nas agências, casas lotéricas ou correspondentes bancários da Caixa, levando a carteira de
trabalho com o número do PIS
Fonte: FENACON
Dicas para reduzir o imposto de renda
Fonte: Blog Guia TrabalhistaLink: https://mei.cnt.br/2019/10/22/dicas-para-reduzir-o-imposto-de-renda/
Você trabalha, trabalha… e boa parte do seus rendimentos vão para o pagamento de tributos. Destes, o imposto de renda
da pessoa física (IRPF) é o que mais pesa sobre grande parcela de profissionais liberais, como contadores, advogados,
médicos, dentistas, psicólogos e engenheiros.
Até 27,5% do rendimento dos trabalhadores, profissionais liberais e quem recebe aluguéis podem ficar com o leão!
Para tentar minimizar o impacto desta “mordida”, selecionamos adiante algumas dicas.
Deduções
Podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda devido pela pessoa física (formulário completo),
observadas as restrições legais:
– Despesas escrituradas em livro caixa, relativos à atividade do profissional liberal;
– Aplicações em PGBL, até o limite de 12% dos rendimentos incluídos na base de cálculo do imposto;
– Contribuição previdenciária oficial;
– Despesas com educação e médicas/odontológicas (inclusive relativas a planos de saúde) dos dependentes e do próprio
contribuinte;
– Importâncias pagas a título de pensão alimentícia;
– A soma das parcelas isentas, relativas a aposentadoria ou pensão a partir do mês em que o contribuinte completar 65
anos;
– Deduções com dependentes.
Ganhos de Capital
É isento o ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja de
até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha sido realizada qualquer outra alienação nos
últimos cinco anos (Lei 9.250/1995, artigo 23).
Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis residenciais,
desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da
venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País (artigo 39 da Lei 11.196/2005)
O valor pago a título de corretagem na alienação será diminuído do valor da alienação, para fins de apuração de eventual
ganho de capital, desde que o ônus não tenha sido transferido ao adquirente (artigo 123 do Regulamento do Imposto de
Renda, parágrafo 5º).
Aluguéis
Não integrarão a base de cálculo para incidência do imposto, no caso de aluguéis de imóveis (Lei 7.739/1989, artigo 14):
I – o valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;
II – o aluguel pago pela locação do imóvel sublocado;
III – as despesas para cobrança ou recebimento do rendimento;
IV – as despesas de condomínio.
Para maiores detalhes, sobre as possibilidades de dedução e outros aspectos importantes na gestão do Imposto de Renda
Pessoa Física, recomendamos a leitura da obra Manual do IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física.
Governo defende passar pagamento do auxílio-doença do
INSS para empresas, diz secretário da Previdência
Rogério Marinho diz que a questão é 'meramente contábil': a empresa paga e pode fazer a
compensação no mesmo mês com outro imposto. A perícia ficaria por conta das empresas.
Fonte: G1 - GloboLink: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2019/10/21/governo-defende-passar-
pagamento-do-auxilio-doenca-do-inss-para-empresas-diz-secretario-da-previdencia.ghtml
O secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou na manhã desta segunda-
feira (21) que o governo defende passar o pagamento do auxílio-doença do INSS para as empresas. Ele explicou, em
entrevista à Rádio Gaúcha, que a questão é "meramente contábil": a empresa paga e pode fazer a compensação no
mesmo mês com outro imposto.
Segundo Marinho, a proposta é do relator de uma Medida Provisória que trata do 13º terceiro, mas foi combinada com o
governo federal.
O secretário afirmou que a despesa com auxílio-doença já está contabilizada no Orçamento do governo federal: fica em
torno de R$ 15 bilhões por ano.
Atualmente, quando um funcionário é afastado por motivo de doença, os primeiros 15 dias de salário são pagos pela
empresa. Quando o afastamento é maior, o trabalhador passa por perícia médica no INSS e começa a receber o benefício
da Previdência.
"[A proposta é de] que os 15 dias remanescentes e, a partir daí, doravante como vai ser suportado, o pagamento do
auxílio-doença passa a ficar com responsabilidade da empresa. E a empresa pode fazer a compensação no mesmo mês
com outro imposto. Então, na verdade, é um processo meramente contábil, não significa nenhum aumento de carga
tributária", explica o secretário.
O secretário não detalhou como seria essa compensação.
Conforme Marinho, na proposta, a perícia ficaria por conta das empresas. O secretário acrescentou que isso traria
benefícios para outros setores.
"Você diminui a sua necessidade de despesa primária, ou seja, você tem um espaço no teto dos gastos públicos, então, se
descomprime aí até R$ 15 bilhões para fazer investimentos em estrutura, em educação, em saúde."
DOCUMENTOS PARA FINS DE DEFESAS EM RECLAMATÓRIAS
TRABALHISTAS NA ERA DIGITAL
Equipe Guia Trabalhista
A reclamatória trabalhista é a ação judicial movida pelo empregado contra a empresa ou equiparada a empresa ou
empregador doméstico a quem tenha prestado serviço, que visa resgatar direitos que foram violados durante a relação de
emprego, expressa ou tacitamente celebrado entre empregado e empregador.
A reclamatória se inicia com a formalização do processo na Justiça do Trabalho através da Petição Inicial promovida
pelo procurador (advogado) do empregado contra o empregador ou deste contra o empregado, no caso de uma ação de
consignação em pagamento, por exemplo.
No processo trabalhista caberá ao preposto da empresa, ou a quem o empregador indicar, o levantamento dos
documentos que serão necessários apresentar (juntar ao processo) para comprovação das alegações na contestação
(defesa) feita pela empresa.
Dentre os principais documentos a serem apresentados podemos citar:
Livro ou ficha de registro de empregado
Contrato de trabalho;
Aditivos contratuais (transferência de local, transferência de horário de trabalho, promoções e etc.);
Termo de rescisão de contrato de trabalho e entrega do Seguro Desemprego (se for o caso);
Aviso Prévio;
Folha de pagamento (Recibos) de todo período reclamado, inclusive 1ª e 2ª parcela do 13º salário;
Em caso de cargo comissionado ou por produção, relatório base para formação da comissão ou produção
paga;
Aviso e recibos de férias pagos;
Cartão ponto de todo o período;
Atestados médicos;
Licença maternidade;
Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 (quatorze) anos;
Comunicação de acidente de trabalho - CAT;
Advertências disciplinares, suspensões;
Identificação de empregados atuais que trabalharam com o reclamante no mesmo período e setor
(paradigma ou testemunha);
Comprovantes de comunicação (registrado via correio) no caso de Abandono de Emprego;
Acordos e convenção coletiva de trabalho da categoria;
Outros comprovantes de descontos como grêmio, farmácia, convênios, empréstimos, etc.
Até pouco tempo atrás todos estes documentos eram juntados nos autos de forma física, ou seja, por meio de
documentos originais ou cópia autenticada.
Mas este cenário está ultrapassado, já que em todo o país e nas diversas esferas do Poder Judiciário, principalmente na
área trabalhista, as petições, as provas documentais, a oitiva das testemunhas, as provas periciais e todos os atos
processuais são feitos de forma eletrônica.
Com a era digital os documentos devem digitalizados e sua autenticação é feita por meio do Certificado Digital, onde o
Advogado da parte assina "digitalmente" (por meio de certificado digital) os documentos que serão juntados ao processo
via internet, os quais são declarados como autênticos, nos termos do art. 830 da CLT, in verbis:
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua
responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias
devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a
conformidade entre esses documentos. (Redação dada pela Lei 11.925/09).
Isto facilita, inclusive, os trabalhos das empresas, que poupam gastos com cópias ou autenticações em cartórios, bem
como evita as correrias para entrega de documentos ao escritório jurídico. Agora os profissionais de RH poderão fazer a
digitalização dos documentos acima listados e enviar ao advogado, tudo por internet.
Novas normas
Especialistas elogiam decreto que regulamenta trabalho
temporário
19 de outubro de 2019, 9h38 - Por Rafa Santos
Especialistas em Direito do Trabalho tiveram uma impressão geral positiva sobre o decreto do trabalho temporário
O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que regulamenta o trabalho temporário previsto na Lei Federal
nº 6.019/1974. A normativa foi publicada nesta terça-feira (15/10) e já está em vigor.
A ConJur ouviu especialistas em direito trabalhista sobre o decreto e a impressão geral foi positiva.
Para a advogada Marynelle Leite, o texto do decreto deixou mais claro a relação contratual do trabalhador temporário.
"Reconhecendo expressamente a aplicação de direitos da norma celetista, como, por exemplo, a isonomia salarial com
os funcionários efetivos da empresa tomadora de serviços, proporcionalidade de férias e horário consonante com a
tomadora. Além disso, fica regulamentada a possibilidade de imputação de justa causa ou rescisão indireta do contrato
de trabalho", diz Marynelle.
Outro ponto positivo do decreto é limitar às pessoas jurídicas a possibilidade de criar empresa de trabalho temporário. A
especialista em Direito e Processo do Trabalho Mariana Machado Pedroso aponta que “desde que a empresa
tomadora do serviço adote jornada de trabalho específica, e para tal contratação sequer será necessária a pactuação
prévia prevista na antiga regulamentação. Por outro lado, para se adequar ao que é previsto na Constituição Federal,
o Decreto corrigiu o adicional de horas extras, que passa a ser de 50%”.
O advogado trabalhista Livio Enescu, por sua vez, tem uma opinião crítica sobre o decreto. “Eles estão tentando
organizar o inorganizável. A precarização é o grande objetivo”, argumenta.
“Outro o problema é que as empresas têm capital exigido de pequena monta para grandes negócios e acabam quebrando
durante os contratos e as tomadoras acabam responsáveis solidariamente ou subsidiariamente”, argumenta.
Outro crítico da questão dos valores escalonados de capital social é o advogado trabalhista Euclydes José Marchi
Mendonça. Na opinião dele, essa questão “não precisaria nem estar no decreto”.
A opinião dele sobre o decreto, no entanto, é positiva. “Achei que atende ao quesito de regulamentação; traz, na minha
opinião, segurança jurídica maior, em especial no aspecto de trazer expressamente a possibilidade (que obviamente já
existia) do tomador orientar a atividade do empregado temporário, sem que isso configure a subordinação decorrente de
vínculo empregatício”, diz.
Ele também destaca o trecho que especifica que o trabalho temporário decorrerá da necessidade transitória da tomadora,
também é bom que fique cada vez mais fixo na aplicação do instituto. No meu sentir, temos de evoluir para que cada
tipo de colocação profissional tenha a observância de suas regras básicas. O intermitente para os trabalhos que tenham
tal natureza e o temporário para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços", argumenta.
A advogada especialista em relações de trabalho e emprego Cristina Buchignani também acredita que o decreto
aumenta a segurança jurídica na relação do trabalhador temporário com a tomadora de serviço. Outro ponto positivo na
visão dela é que o texto do decreto respeitou pontos da reforma trabalhista. “Inclusive confirmando que o trabalho
temporário poderá ser contratado para atender demanda justificada pela imprevisibilidade ou decorrente de
sazonalidade”, exemplifica.
Rafa Santos é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 19 de outubro de 2019, 9h38
Aviso Prévio Indenizado não Integra o Salário de
Contribuição para o INSS 22/10/2019 Portal Tributário
O aviso prévio indenizado, consoante o art. 7º, inciso XXI da Constituição Federal, é uma indenização de 30 (trinta)
dias, no mínimo, paga pelo empregador quando este decide, unilateralmente, demitir o empregado sem justa causa e sem
o cumprimento do aviso prévio.
O prazo de 30 dias será acrescido de 3 dias de aviso por ano de serviço prestado, até o máximo de 60 (sessenta) dias, de
acordo com o tempo de trabalho na empresa.
A Lei 9.528/97, que alterou a Lei 8.212/91, dispõe quais são as verbas indenizatórias pagas aos trabalhadores em que
não há incidência do INSS, das quais podemos citar as férias indenizadas e o 1/3 adicional constitucional, a indenização
de que trata o art. 479 da CLT, o valor correspondente à dobra da remuneração de férias, entre outras.
No entanto, dentre as verbas indenizatórias citadas pela lei, não consta o aviso prévio indenizado como parcela isenta do
INSS.
A alínea “f” do § 9º do art. 214 do Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social) estabelecia que o aviso prévio
indenizado não integrasse o salário de contribuição.
O dispositivo citado no parágrafo anterior foi revogado pelo Decreto 6.727/2009, a partir de quando a Previdência Social
passou a exigir a incidência da contribuição sobre a referida parcela.
Entretanto, o inciso I do art. 28 da Lei 9.528/97 trouxe novo texto quanto ao conceito de salário de contribuição,
estabelecendo que este se caracteriza pela retribuição de qualquer trabalho.
Assim, não há que se falar em incidência de INSS sobre o aviso, já que o pagamento deste decorre da despedida
imediata (indenização) e não pela retribuição do trabalho.
Não obstante, partindo do princípio de que a lei (quem cria ou exclui a obrigação) não pode ser superada por um decreto
(que apenas regulamenta a lei), deve prevalecer a não incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio
indenizado, mesmo depois da publicação do Decreto 6.727/2009.
É importante ressaltar que tal posicionamento vem se consolidando há tempos, tanto que mesmo após a publicação do
decreto de janeiro de 2009, já houve liminar em Mandado de Segurança Coletivo do TRF/DF, publicada em março de
2009, estabelecendo a não incidência.
A não incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio já está pacificado pela Solução de Consulta Cosit
99.014/2016, Solução de Consulta Cosit 249/2017 e mais recentemente a Solução de Consulta Cosit 31/2019.
Este entendimento está consubstanciado no julgamento recente do TST, que excluiu a incidência da contribuição
previdenciária sobre o aviso prévio indenizado, conforme abaixo:
TST – AVISO PRÉVIO INDENIZADO NÃO INTEGRA SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO PARA O INSS
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso-
prévio indenizado devido por uma empresa multinacional, que atua na fabricação de gases industriais e medicinais, a um
mecânico aposentado.
Segundo a Turma, a parcela não faz parte do salário de contribuição, pois não se destina a retribuir qualquer trabalho.
Recolhimento do INSS
A ação foi ajuizada pelo mecânico em 2017, dispensado após mais de 32 anos de serviços prestados à empresa em
Iguatama (MG).
Ao deferir parte das parcelas pedidas pelo empregado, o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Formiga (MG) determinou
expressamente o recolhimento previdenciário sobre as que incidiam sobre o aviso prévio indenizado. O Tribunal Regional
do Trabalho da 3ª Região (MG) manteve a sentença.
Alteração legislativa
O relator do recurso de revista da empresa, ministro Alberto Bresciani, assinalou que a Lei 9.528/1997 alterou a Lei da
Previdência Social (Lei 8.212/1991), excluiu o aviso-prévio indenizado do rol das parcelas que não integram o salário de
contribuição (artigo 28, parágrafo 9º), bem como também alterou esse conceito.
O inciso I do artigo 28 define como salário de contribuição a totalidade dos rendimentos pagos durante o mês “destinados
a retribuir o trabalho”. O aviso-prévio indenizado, portanto, não se enquadra na definição, por não retribuir trabalho
prestado.
O ministro lembrou ainda que uma instrução normativa da Secretaria da Receita Previdenciária (IN MPS/SRP 3/2005)
dispõe expressamente que as importâncias recebidas a título de aviso-prévio indenizado não integram a base de
cálculo para incidência de contribuição previdenciária (artigo 72, inciso VI, alínea “f”).
A decisão foi unânime. Processo: ARR-10889-34.2017.5.03.0058.
Fonte: TST – 18.10.2019 – Adaptado pelo Guia Trabalhista.
ESPECIAL:
Entenda as principais mudanças com aprovação da
reforma da Previdência
24 out 2019 Alessandra Chieregato
Texto será promulgado nos próximos dias. PEC paralela volta à Câmara
Depois de oito meses de tramitação no Congresso Nacional, o Plenário do Senado concluiu, no início da tarde do dia
23/10, a votação em segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reforma a Previdência. O texto
principal havia sido aprovado dia 22/10 à noite. Os dois primeiros destaques foram rejeitados, mas a votação do último
destaque ficou para quarta-feira.
O texto será promulgado nos próximos dias, com os pontos aprovados pelo Senado e pela Câmara. Uma PEC paralela,
com modificações sugeridas pelos senadores, ainda precisa ser aprovada pelo Senado, antes de voltar à Câmara.
O fatiamento ocorreu para evitar que a reforma inteira retornasse para a Câmara dos Deputados. Segundo o Senado, o
texto aprovado em segundo turno vai resultar em economia de R$ 800,2 bilhões nos próximos dez anos. O valor é
inferior à proposta original do governo, que pretendia economizar R$ 1,236 trilhão em uma década, e à proposta
aprovada na Câmara, que previa economia de R$ 933,5 bilhões no mesmo período.
O relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-SP) previa impacto fiscal positivo de R$ 876,6 bilhões. No entanto, a
aprovação de um destaque, durante a votação em primeiro turno, retirou as restrições ao pagamento do abono salarial e
desidratou a reforma em mais R$ 76,4 bilhões.
A PEC paralela, no entanto, prevê a recomposição de parte do impacto fiscal da reforma da Previdência por meio do fim
de isenções para setores da economia e da criação de contribuições de micro e pequenas empresas, que renderiam R$
155 bilhões ao governo nos próximos dez anos. O texto paralelo também prevê a geração de economia de R$ 350
bilhões a prefeituras e governos estaduais, ao reincluir os estados e os municípios na reforma.
Confira a versão final da reforma da Previdência e o que foi para a PEC paralela
Trabalhador urbano
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens após
o período de transição, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos para mulheres e 15 anos para homens que já
contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Trabalhadores homens da iniciativa privada que ainda
não entraram no mercado de trabalho terão de contribuir por pelo menos 20 anos.
PEC paralela: homens que ainda não entraram no mercado de trabalho também continuarão contribuindo por 15 anos.
Impacto fiscal da PEC paralela: relatório não prevê impacto
Servidor público federal
Proposta do governo aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos
para homens após o período de transição, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos para ambos os sexos e idades
mínimas de aposentadorias para o serviço público federal. As idades mínimas continuarão fixadas na Constituição, com
demais parâmetros definidos por lei complementar a partir da promulgação da reforma.
Alíquotas progressivas
Proposta do governo aprovada pela Câmara e pelo Senado: unificar as alíquotas da contribuição para a Previdência
dos trabalhadores da iniciativa privada e para os servidores públicos. Contribuição passará a incidir sobre faixas
salariais, com alíquotas menores para quem ganha menos e alíquotas maiores para quem ganha mais. Quem recebe um
salário mínimo na ativa pagará 7,5%, contra 8% atualmente. Quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2 mil pagará de 7,5% a
8,25% de alíquota efetiva. Trabalhadores da iniciativa privada que contribuem sobre o teto do INSS pagarão alíquota
efetiva máxima de 11,68%. Para os servidores federais, as alíquotas efetivas sobem ainda mais. O servidor que recebe
R$ 39 mil contribuirá com alíquota efetiva de 16,79%.
Regra de transição
Proposta do governo: no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que abrange os trabalhadores do setor privado, a
proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê quatro regras de transição para o setor privado: sistema de pontos por
tempo de contribuição e por idade; aposentadoria por tempo de contribuição para quem tem pelo menos 35 anos de
contribuição (homens) e 30 anos (mulheres); tempo menor de contribuição para quem alcançar a aposentadoria por idade
pelas regras atuais; e pedágio de 50% sobre o tempo faltante pelas regras atuais, desde que restem menos de dois anos
para a aposentadoria.
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação
que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades
mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um
valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos
(mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: acréscimo de regra de transição que valerá tanto para o serviço
público como para a iniciativa privada. Os trabalhadores a mais de dois anos da aposentadoria terão um pedágio de
100% sobre o tempo faltante para ter direito ao benefício, desde que tenham 60 anos (homens) e 57 anos (mulheres) e 35
anos de contribuição (homens) e 30 anos de contribuição (mulheres). No caso dos servidores públicos que entraram
antes de 2003, o pedágio dará direito à integralidade e à paridade.
Gatilho na idade mínima
Proposta do governo: Constituição definiria um gatilho automático que elevaria as idades mínimas de quatro em quatro
anos, conforme o aumento da expectativa de vida.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: retirado o mecanismo de ajuste. Novas alterações das idades mínimas
terão de exigir mudança na Constituição.
Aposentadoria rural
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, com 20 anos de tempo de
contribuição para ambos os sexos.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado na comissão especial da Câmara. Mantidas as regras
atuais, com 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, incluindo garimpeiros e pescadores artesanais. Apenas o
tempo mínimo de contribuição para homens sobe para 20 anos, com a manutenção de 15 anos para mulheres.
PEC paralela: manutenção do tempo mínimo de contribuição de 15 anos para trabalhadores rurais homens.
Impacto fiscal da PEC paralela: não divulgado.
Professores
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos de idade para a aposentadoria de homens e mulheres, com 30 anos de
tempo de contribuição.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de aposentadoria reduzida para 55 anos (homens) e 52
anos (mulheres), com cumprimento do pedágio de 100%. Benefício vale para professores federais, da iniciativa privada
e dos municípios sem regime próprio de Previdência.
Capitalização
Proposta do governo: Constituição viria com autorização para lei complementar que institui o regime de capitalização.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Proposta do governo: idosos de baixa renda receberiam R$ 400 a partir dos 60 anos, alcançando um salário mínimo
somente a partir dos 70.
Proposta aprovada pela Câmara: retirada da limitação de R$ 400 para quem tem menos de 70 anos; inclusão de
medida para combater fraudes no BPC, com especificação na Constituição de renda familiar per capita de até um quarto
do salário mínimo (R$ 249,50 em valores atuais) a partir dos 65 anos para ter direito ao benefício.
Proposta aprovada pelo Senado: retirada da medida antifraude, permitindo que pessoas com renda familiar per capita
maior continuem tendo acesso ao benefício, que continuaria a ser de um salário mínimo a partir dos 60 anos. Texto não
volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 22 bilhões em dez anos.
Pensão por morte
Proposta do governo: pensão por morte começaria em 60% do salário de contribuição, aumentando 10 pontos
percentuais por dependente até chegar a 100% para cinco ou mais dependentes. Retirada da pensão de 100% para
dependentes com deficiências intelectuais ou mentais. Apenas dependentes com deficiências físicas receberiam o valor
máximo.
Proposta aprovada pela Câmara: pensão de pelo menos um salário mínimo para beneficiários sem outra fonte de
renda, sem exigência de comprovação de renda dos demais membros da família.
Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para
dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos por agressões em serviço e qualquer circunstância
relacionada ao trabalho, como acidentes de trânsito e doenças ocupacionais.
Proposta aprovada pelo Senado: nenhuma pensão poderá ser menor que um salário mínimo, em qualquer
circunstância. Essa parte do texto não volta para a Câmara
PEC paralela: cota dobrada, de 20 pontos percentuais, na pensão por morte para os dependentes de até 18 anos de
idade. Dessa forma, a pensão será de 100%, por exemplo, no caso de uma mãe com dois filhos menores de idade.
Possibilidade de acúmulo de pensões em caso de dependente com deficiência intelectual, mental ou grave.
Impacto fiscal das mudanças no texto principal: -R$ 32 bilhões em dez anos com piso universal de um salário
mínimo.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 8 bilhões com cota dobrada para dependentes menores de idade; -R$ 2 bilhões a -
R$ 3 bilhões com acúmulo de pensões
Aposentadoria por invalidez
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: Aposentadoria por invalidez passa a ser de 60% da média salarial
mais 2% por ano de contribuição que exceder 20 anos, como no cálculo do valor das aposentadorias em geral.
PEC paralela: acréscimo de 10% na aposentadoria por invalidez em caso de acidente de trabalho. Aposentadoria de
100% do valor em caso de doença neurodegenerativa ou incapacidade que gere deficiência.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 7 bilhões em dez anos por acréscimo de 10% para acidentes de trabalho e -R$ 5
bilhões por aposentadoria por doenças neurodegenerativas e deficiências.
Aposentadoria especial para expostos a agentes nocivos
Proposta aprovada pela Câmara: aposentadoria quando soma da idade, do tempo de contribuição e do tempo de
efetiva exposição a agentes nocivos atingir 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição, 76 pontos e 20 anos de efetiva
exposição e 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição. Com acréscimo de um ponto por ano a partir de 2020.
Proposta aprovada pelo Senado: retira a regra de elevação dos pontos. Texto não volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 6 bilhões em dez anos
Aposentadoria especial por periculosidade
Proposta do governo aprovada pela Câmara: texto vedava expressamente aposentadoria especial para atividades
enquadradas por periculosidade, como vigilantes. Segundo governo, direito não é garantido na legislação atual, mas a
equipe econômica queria explicitar a proibição na Constituição.
Proposta aprovada em segundo turno pelo Senado: retira proibição expressa, sob condição de o governo enviar um
projeto de lei para regulamentar o tema e evitar a judicialização (onda de ações na Justiça) do tema.
Impacto fiscal da mudança no Senado: nenhum, porque acordo evitará onda de ações judiciais que provocariam
impacto de até -R$23,2 bilhões e porque conta da reforma divulgada pelo governo nunca considerou a economia com a
proibição expressa
Abono salarial
Proposta do governo: pagamento restrito aos trabalhadores formais que ganham um salário mínimo, contra dois
salários mínimos pagos atualmente.
Proposta aprovada pela Câmara: pagamento aos trabalhadores de baixa renda (até R$ 1.364,43 em valores atuais).
Proposta aprovada em primeiro turno pelo Senado: retirada da restrição ao abono salarial, que continuará a ser pago
aos trabalhadores de carteira assinada que ganham até dois mínimos.
Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 76,4 bilhões em dez anos
Salário-família e auxílio-reclusão
Proposta do governo: pagamento restrito a beneficiários com renda de um salário mínimo.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: pagamento a pessoas de baixa renda (até R$ 1.364,43 em valores
atuais).
Cálculo de benefícios
Proposta do governo: benefício equivalente a 60% da média de contribuições em toda a vida ativa, mais dois pontos
percentuais por ano que exceder os 20 anos de contribuição.
Comissão especial da Câmara: inclusão de parágrafo no Artigo 27 para eliminar falha que faria trabalhador que tenha
contribuído por mais de 20 anos, porém com salário menor a partir do 21º ano, conquistar aposentadoria menor do que
segurado que tenha contribuído por apenas 20 anos.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: valor da aposentadoria de mulheres da iniciativa privada começará a
subir dois pontos percentuais por ano que exceder 15 anos de contribuição. Aposentadoria de homens só começará a
subir depois de 20 anos de contribuição. Mudança permite a mulheres receber aposentadoria de 100% do salário médio
com 35 anos de contribuição – cinco anos antes dos homens.
Reajuste de benefícios
Proposta do governo: eliminava trecho da Constituição que preservava a reposição das perdas da inflação.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: manutenção do reajuste dos benefícios pela inflação.
Contagem de tempo
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: parágrafo que impede a contagem de tempo sem o pagamento das
contribuições. Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que os juízes podem considerar, no tempo
de contribuição, os anos em que exerciam a advocacia e não contribuíam para a Previdência.
Incorporação de adicionais
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: extensão aos estados e municípios da proibição de incorporar
adicionais por cargo de confiança ou em comissão ao salário dos servidores, vedação que existe em nível federal.
Acúmulo de benefícios
Proposta do governo: limite para acúmulo de benefícios a 100% do benefício de maior valor, somado a um percentual
da soma dos demais, começando em adicional de 80% para um salário mínimo e caindo para 0% acima de benefícios de
mais de quatro salários mínimos. Médicos, professores, aposentadorias do RPPS ou das Forças Armadas ficam fora do
limite por terem exceções estabelecidas em lei.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: altera para 10% adicional para benefícios acima de quatro salários
mínimos, mantendo os demais pontos.
PEC paralela: possibilidade de acúmulo de pensões em caso de dependente com deficiência intelectual, mental ou
grave.
Impacto fiscal da PEC paralela: –R$ 2 bilhões a -R$ 3 bilhões em dez anos.
Previdência complementar
Proposta aprovada pela Câmara: não prevê que servidores federais optem pelo sistema de previdência complementar,
administrado pela Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Prazo acabou em 29
de março deste ano.
PEC paralela: reabertura, por seis meses a partir da promulgação da reforma, do prazo para migração para o regime de
previdência complementar dos servidores federais, com pagamento de contrapartida do governo federal.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 20 bilhões em dez anos.
Aposentados de estatais
Proposta do governo: servidores públicos federais e empregados de estatais que continuem a trabalhar depois de se
aposentarem deverão escolher receber o salário ou a aposentadoria, ressalvados os casos permitidos pela Constituição.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: servidores públicos federais terão de optar por aposentadoria ou
salário, mas empregados de estatais deverão ser desligados automaticamente ao se aposentarem. Aposentados atuais
podem continuar trabalhando nas empresas públicas.
Encargos trabalhistas
Proposta do governo: possibilidade de incidir desconto para a Previdência sobre vale-alimentação, vale-transporte e
outros benefícios trabalhistas.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado.
Policiais que servem à União
Proposta do governo: a categoria (que abrange policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais legislativos e
agentes penitenciários federais, entre outros) se aposentará aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos
de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de 53 anos para homens e 52 anos para mulheres para
o policial que cumprir 100% do pedágio sobre o tempo que falta para se aposentar pelas regras atuais.
Policiais militares e bombeiros
Proposta do governo: a categoria teria as mesmas regras das Forças Armadas, com 35 anos de contribuição, com
contagem de tempo no RGPS e possibilidade de policiais e bombeiros na reserva trabalharem em atividades civis.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: policiais militares e bombeiros continuam fora da reforma.
Judicialização
Proposta do governo: concentração na Justiça Federal em Brasília de ações judiciais contra a reforma da Previdência.
Proposta aprovada pela Câmara e no Senado: autorização, por meio de lei federal, de julgamentos na Justiça estadual
quando não houver vara federal no domicílio do segurado.
Aposentadoria de juízes
Proposta do governo: PEC não abordava o assunto.
Proposta aprovada na Câmara e no Senado: retirada da Constituição da possibilidade de pena disciplinar de
aposentadoria compulsória para juízes e parágrafo que impede contagem de tempo de contribuição para juízes que não
contribuíram com a Previdência enquanto exerceram a advocacia.
Anistiados políticos
Proposta do governo: anistiados passariam a contribuir para a seguridade social nos mesmos termos da contribuição do
aposentado e pensionista do INSS.
Proposta aprovada pelo Senado: retira desconto da contribuição para anistiados. Segundo relator, conceder tratamento
previdenciário a indenizações, com pagamento de tributos, motivaria ações judiciais contra a reforma. Texto não precisa
voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 830 milhões em dez anos.
Benefício universal para crianças
Proposta aprovada na Câmara e no Senado: não trata do tema.
PEC paralela: sugestão para criar benefício universal para crianças em situação de pobreza.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 10 bilhões em dez anos.
Medidas para aumentar a economia da reforma
Estados e municípios
Proposta do governo: PEC valeria automaticamente para servidores dos estados e dos municípios, sem necessidade de
aprovação pelos legislativos locais.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: retirada do tema. Todos os pontos da reforma da Previdência
precisarão ser aprovados pelos legislativos locais
PEC paralela: reinclusão dos estados e dos municípios na reforma da Previdência. Governos locais podem adotar
integralmente novas regras mediante aprovação de lei ordinária. Caso estado aprove reforma, adoção para municípios do
estado será automática, mas prefeito poderá aprovar lei em até um ano para desfazer as mudanças.
Impacto da PEC paralela: +R$ 350 bilhões de economia nos governos locais nos próximos dez anos.
Aposentadorias e pensões acima do teto
Proposta aprovada pela Câmara: retirada de trecho da Constituição que permite contribuição sobre aposentadorias e
pensões acima do teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), R$ 5.839,45 em valores atuais.
Proposta aprovada pelo Senado: contribuições vão incidir sobre aposentadorias e pensões que superem o teto do
INSS. Por se tratar de supressão, texto não volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: não divulgado, mas positivo.
Aposentadoria de políticos
Proposta do governo aprovada pela Câmara: fim da aposentadoria especial para futuros parlamentares – em nível
federal, estadual e municipal. Os eleitos a partir das eleições municipais de 2020 passarão para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Haverá uma regra de transição para parlamentares atuais.
Proposta aprovada pelo Senado: esclarece que ex-parlamentares que integram plano de aposentadoria dos
congressistas precisarão seguir a mesma regra de transição para os atuais congressistas: idades mínimas de 62 anos para
mulheres e 65 anos para homens, com pedágio de 30% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria. Por se tratar
de emenda de redação, texto não precisa voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: não divulgado, mas positivo.
Trabalho informal
Proposta do governo e aprovada pela Câmara: não trata sobre o tema.
Proposta aprovada pelo Senado: trabalhadores informais terão direito a um sistema especial de inclusão
previdenciária, com alíquota menor que as cobradas no INSS. Mudança pretende beneficiar microempreendedores
individuais (MEI). Por se tratar de emenda de redação, texto não precisa voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: não especificado, mas, segundo relator, deve ser positivo por ampliar a
cobertura previdenciária.
Contribuições extraordinárias
Proposta aprovada pela Câmara: contribuições extras dos servidores públicos, aposentados e pensionistas sobre o
valor dos benefícios que superem um salário mínimo quando houver déficit atuarial (insuficiência de recursos para
aposentadorias futuras) dos regimes próprios.
Proposta aprovada pelo Senado: retira expressão “no âmbito da União” para autorizar estados e municípios a instituir
contribuição extraordinária em caso de déficit atuarial, evitando interpretações de que contribuição só poderia ser
cobrada pela União. Texto não volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no Senado: nenhum em nível federal, impacto em nível local não divulgado, mas positivo.
Tributo para bancos
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: Câmara incluiu aumento, de 15% para 20% da alíquota de
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para bancos médios e grandes. As demais instituições financeiras
continuarão a pagar 15% de CSLL. B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo) continuará pagando 9%.
Impacto fiscal da mudança na Câmara: +R$ 50 bilhões em dez anos.
Fim de isenção para exportadores rurais
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara: Comissão especial tentou acabar com isenção da contribuição previdenciária de
2,6% sobre a comercialização da produção agrícola de exportadores rurais. Mudança renderia R$ 83,9 bilhões em uma
década. Medida foi derrubada ainda na comissão, antes de ir para o Plenário.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual, em cinco anos, de contribuições previdenciárias do
agronegócio exportador.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
Fim de isenção para entidades filantrópicas
Proposta do governo e aprovada pela Câmara: PEC não abordava assunto.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual, em cinco anos, de contribuições previdenciárias de entidades
educacionais ou de saúde enquadradas como filantrópicas, mas com capacidade financeira. Entidades de assistência e
santas casas de misericórdia continuariam com isenção.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
Nova contribuição no Simples Nacional
Proposta do governo e aprovada pela Câmara: PEC não abordava assunto.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança no Simples para incentivar micro e pequenas empresas a investir em
prevenção de acidentes de trabalho e proteção do trabalhador contra exposição a agentes nocivos.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 35 bilhões em dez anos.
Fonte: Agência Brasil
As empresas estão prontas para o home office?
A reforma trabalhista trouxe uma importante mudança: retirou os empregados em home office – aqueles que utilizam
computadores em tarefas fora das dependências das empresas – do controle da duração do trabalho. Ou seja, não há mais
necessidade de anotação de jornada específica.
Trata-se de uma modalidade que tem trazido inúmeras vantagens, sendo a retenção de talentos a principal delas.
Trabalhar de casa é uma opção desejada por muitos trabalhadores, em razão da autonomia para ajustar a rotina às
necessidades pessoais. Ainda, ganha-se em produtividade, pois o foco na entrega faz com que a pessoa precise organizar
melhor a rotina. Em longo prazo, esse modelo também reduz os custos para a empresa, já que os gastos com estrutura,
consumo energético, material e serviços de apoio são menores.
Mas, para se utilizar dessas benesses, é importante que a empresa observe todos os requisitos legais. Para a prestação
laborativa exercida fora da organização não estar submetida ao mesmo controle daquele que trabalha dentro dela, o
empregador deverá se abster de fazê-lo – sob pena de invalidar o regime e ter de pagar as horas trabalhadas. Portanto, o
empregado terá ampla liberdade para determinar a sua jornada. E, em contrapartida, o empregador poderá mensurar a
produtividade através de resultados, independentemente do horário em que a tarefa for executada.
Outro ponto importante é que o home office deverá constar expressamente em contrato, com todas as especificações de
atividades e responsabilidades das partes, inclusive sobre quais despesas serão custeadas por cada uma delas. Caberá
ainda ao empregador, de forma expressa, instruir o empregado sobre as regras de ergonomia, saúde e segurança do
trabalho, a fim de prevenir doenças. Por outro lado, o empregado deverá comprometer-se com as instruções, assinando
termo de responsabilidade.
Não podemos, também, deixar de levar em conta algumas dificuldades. É o caso do isolamento: o profissional passará a
maior parte do tempo produtivo sozinho, e a falta de interação pode ser um problema para o alinhamento de processos.
A melhor forma de evitar que isso ocorra é recorrer a mecanismos de comunicação, como chats, e criar um protocolo
sobre como agir em situações adversas.
Recomenda-se consultar especialistas e começar a implantação com um projeto-piloto. Esse processo tornará possível
identificar as melhores práticas dentro da sua atividade. Também, é necessário desenvolver um regulamento interno,
contendo as regras de forma clara. E é importante frisar: nem todas as atividades podem ser realizadas remotamente.
De fato, o home office é uma importante ferramenta para empresas que estão focadas no futuro. Traz o grande
diferencial de possibilitar que o controle do empregador seja baseado no resultado, e não na observação. Mas tanto
gestores como colaboradores precisam estar atentos aos detalhes, para que ambas as partes potencializem os benefícios
com segurança.
Kerlen Costa – Advogada da área Trabalhista e Gestão de RH do escritório Scalzilli Althaus
Trabalhista
Processo é extinto sem resolução do mérito "por culpa
da estagiária"
Caso aconteceu em vara do Trabalho de Ribeirão Preto/SP.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
O juiz do Trabalho Fabio Natali Costa, da 1ª vara de Ribeirão Preto/SP, extinguiu processo sem resolução de mérito após procuradora da reclamante alegar que documentos juntados aos autos não foram devidamente nomeados "por culpa da estagiária".
A ação foi movida por uma trabalhadora contra a construtora MRV. Conforme o termo da audiência, o juiz considerou inepta a petição inicial ao constatar que os pedidos não foram devidamente liquidados e que os valores descritos não seguiam qualquer ordem cronológica.
O magistrado pontuou ainda que os documentos juntados com a inicial não foram devidamente nomeados, o que, segundo a procuradora da reclamante, teria ocorrido "por culpa da estagiária".
Foi interposto recurso contra a decisão, pendente de julgamento.
Processo: 0010618-23.2018.5.15.0004
Confira a íntegra da ata da audiência.
TST
Supermercado Assai é condenado por homofobia no
ambiente de trabalho
Ex-funcionário alegou que, por ser homossexual, e em razão de sua voz fina, era alvo de chacota, piadas e ataques
diários.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
A empresa Assai Atacadista terá de indenizar em R$ 30 mil por danos morais um trabalhador que foi vítima de homofobia no ambiente de trabalho. Decisão, por maioria, é da 8ª turma do TST.
O ex-funcionário, que trabalhava como operador de caixa da rede de supermercado, pleiteou indenização por dano moral em razão de discriminação, alegando que sofreu homofobia por parte dos colegas de trabalho. Homossexual assumido e por ter voz fina, ele alegou que era motivo de chacota, piadas e ataques diários.
Em 1º grau, o pedido foi julgado procedente, e a condenação, fixada em R$ 30 mil. Após recurso à Corte Regional, a condenação foi mantida. Irresignada, a empresa interpôs recurso de revista, que foi inadmitido. Por fim, interpôs agravo de instrumento, o qual foi julgado pelo TST.
Em sustentação oral, a advogada Cíntia Cecílio, atual presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/DF, alegou que a situação não configura dano moral simples, mas dano que fere a dignidade da pessoa humana.
Ela ressaltou que, se os fatos narrados tivessem ocorrido atualmente, os colegas de trabalho estariam respondendo criminalmente, em razão da decisão do STF que criminalizou a homofobia. Assim, requereu a manutenção ou até majoração de indenização.
Ao votar, a relatora, ministra Dora Maria da Costa, acolheu os argumentos do autor, mas entendeu que a indenização deveria ser reduzida para R$ 15 mil.
O ministro Márcio Eurico Vitral Amaro divergiu da relatora, entendendo que a decisão da Corte Regional deveria ser mantida, posição que foi seguida pela ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi.
Por maioria, foi negado o recurso de revista da empresa.
A advogada Clara Késia Cândido representa o trabalhador.
Processo: ARR - 644-02.2015.5.21.0003
Criminalização da homofobia
Em junho deste ano, o plenário do STF decidiu que homofobia e transfobia são crimes. Ante omissão legislativa, os delitos serão enquadrados na lei de racismo.
Os ministros consideraram que "condutas homofóbicas e transfóbicas, que envolvem a aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, traduzem expressões do racismo".
Banco obtém redução de valor de condenação por
cobrança excessiva de metas
A 8ª Turma considerou o valor de R$ 15 mil desproporcional.
Ao julgar o recurso de revista interposto pelo Itaú Unibanco S.A e pela Fundação Saúde Itaú, a Oitava Turma do Tribunal
Superior do Trabalho reduziu de R$ 15 mil para R$ 5 mil a indenização por dano moral a ser paga a uma bancária que
sustentava ter sido vítima de assédio moral. Por unanimidade, a Turma considerou que a redução era devida para atender
aos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Assédio moral
Na ação trabalhista, a gerente comercial afirmou que, para alcançar as metas estabelecidas, sofria diariamente assédio
moral por meio de cobranças abusivas feitas pessoalmente, por telefone ou durante as reuniões com toda a equipe. Disse
também que o banco enviava a vários setores um relatório com o ranking dos empregados no atingimento das metas.
Segundo ela, todos trabalhavam sob constante ameaça de demissão.
Metas inatingíveis
O juízo da 1ª Vara do Trabalho de Passos (MG) fixou o pagamento da indenização por dano moral em R$ 10 mil, por
considerar que o banco impunha um regime de metas muitas vezes inatingíveis e submetia os colaboradores a um ambiente
de trabalho em que predominavam o estresse e a angústia de uma possível dispensa. O Tribunal Regional do Trabalho da
3ª Região (MG) aumentou o valor para R$ 15 mil.
Princípios
A relatora do recurso de revista do Itaú, ministra Dora Maria da Costa, avaliou que a decisão do TRT estava em
descompasso com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, diante das circunstâncias relatadas. “A reparação
por dano moral deve ser fixada com fins compensatórios e pedagógicos, com o intuito de evitar a repetição do ato lesivo
e de assegurar à vitima a justa reparação pelos danos sofridos, mas sem proporcionar enriquecimento sem causa”,
assinalou.
A decisão foi unânime.
(AM/CF)
Processo: ARR-10566-27.2016.5.03.0070
O TST possui oito Turmas, cada uma composta de três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos
regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais (SBDI-1).
Esta matéria tem cunho meramente informativo.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Secretaria de Comunicação Social
Tribunal Superior do Trabalho
Tel. (61) 3043-4907
Empregada atropelada no primeiro dia de emprego não receberá
indenização
O acidente não teve relação com o trabalho.
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho julgou improcedente o pedido de uma empregada da Pincéis Atlas
S.A., de Sapucaia do Sul (RS), de recebimento de indenização por danos morais e estéticos e de pensão mensal em
decorrência de acidente de trânsito sofrido no trajeto casa-empresa no primeiro dia de emprego. A Turma entendeu que o
acidente não teve relação com o trabalho, o que afasta a responsabilidade do empregador.
Acidente de trânsito
A empregada contou que, no dia de integração ao emprego, deveria assinar uns documentos e entregá-los do outro lado
de uma rodovia (BR 116) e, depois, se dirigir à matriz da empresa. Entretanto, foi atropelada por uma moto neste trajeto
e sofreu lesão e redução da capacidade de trabalho. Segundo ela, a travessia era feita por ônibus da empresa, mas o veículo
não lhe havia sido disponibilizado.
A Atlas argumentou que o acidente ocorreu em razão de ato de terceiro ou da imprudência ou imperícia da própria
empregada ao atravessar a BR. Também sustentou que o local era alheio ao trabalho, que a empregada havia optado por
não usar a passarela próxima à empresa e que não havia comprovação de nexo causal.
O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Esteio (RS) também reconheceu a ausência de nexo de causalidade e, assim, negou
danos morais, materiais e estéticos. Entretanto, o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) entendeu incidir na
hipótese a responsabilidade objetiva do empregador, que dispensa a comprovação de culpa, e deferiu as indenizações
pedidas.
Responsabilidade subjetiva
O relator do recurso de revista da empresa, ministro Caputo Bastos, explicou que, no Direito do Trabalho, a
responsabilidade civil do empregador é subjetiva e, portanto, requer a ocorrência de dano, nexo de causalidade e culpa. A
responsabilidade objetiva, segundo ele, só ocorre quando a atividade desenvolvida pelo empregador for de risco, o que
não era o caso.
Ainda de acordo com o ministro, o acidente ocorreu antes mesmo de a empregada ser integrada aos quadros da reclamada,
o que, a seu ver, afasta o nexo causal. A decisão foi unânime.
(VC/CF)
Processo: RR-20250-94.2013.5.04.0282
O TST possui oito Turmas, cada uma composta de três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos
regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais (SBDI-1).
Esta matéria tem cunho meramente informativo.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Secretaria de Comunicação Social
Tribunal Superior do Trabalho
Tel. (61) 3043-4907
Dano presumido
Empresa deve indenizar por não fazer anotações em carteira de trabalho
22 de outubro de 2019, 17h21
Por Tadeu Rover
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O reconhecimento do vínculo e a correspondente anotação do contrato de trabalho na carteira profissional são
obrigações que competem ao empregador. E a não observância dessas tarefas permite a presunção do dano moral
causado ao trabalhador.
Empresa terá que pagar R$ 5 mil de danos morais ao trabalhador, decide TRT-17 Marcos Santos/USP Imagens
O entendimento foi aplicado pela 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) ao condenar uma
empresa a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais a um trabalhador por falta de anotação na carteira de
trabalho.
No caso, o colegiado aplicou, por analogia, a teoria do desvio produtivo. Desenvolvida no Brasil pelo advogado Marcos
Dessaune, ela prevê indenização aos consumidores pelo tempo desperdiçado para resolver problemas causados por
maus fornecedores.
A decisão segue precedente da própria corte, que já havia considerado cabível a aplicação dessa teoria na Justiça do
Trabalho.
Além disso, o TRT-17 entendeu que a conduta do empregador, ao sonegar direitos básicos de grande repercussão na
vida do empregado, como o pagamento das verbas salariais e rescisórias no prazo legal, é condição suficiente para
provocar danos morais.
"Trata-se de ato ilícito do empregador, em claro abuso do direito, sendo que o resultado lesivo e o nexo causal são
evidentes pela exposição do trabalhador à dificuldade de se manter perante sua família e sociedade. Ademais, não se
pode deixar de considerar que age com culpa presumida o empregador que desrespeita as obrigações contratuais",
afirmou a relatora, desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina.
Clique aqui para ler o acórdão
0001757-05.2015.5.17.0002
Tadeu Rover é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 22 de outubro de 2019, 17h21
JUIZ NEGA INDENIZAÇÃO A EMPREGADA ACUSADA DE FURTO
APÓS RECEBER CELULAR COMO PAGAMENTO DE RESCISÃO
Fonte: TRT/MG - 14/10/2019 - Adaptado pelo Guia Trabalhista
A ex-empregada de uma loja de um shopping popular da capital procurou a Justiça do Trabalho pretendendo ser indenizada
por danos morais, por ter sido acusada injustamente de furto.
É que, logo após ser dispensada e receber da empresa um celular como garantia de pagamento das verbas rescisórias, ela
foi acusada de ter furtado o aparelho.
Mas, ao analisar o caso, o juiz Pedro Guimarães Vieira, em atuação na 5ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, não deu
razão à trabalhadora. O magistrado constatou que os sócios da empregadora não tiveram participação na acusação injusta
sofrida pela empregada, que teria partido de um segurança do shopping.
Nesse cenário, a conclusão foi que não cabia a responsabilização da empresa por eventuais danos morais sofridos pela ex-
empregada.
A autora era vendedora na loja e teve o vínculo de emprego reconhecido em sentença judicial por cerca de cinco meses
entre 2018 e 2019, bem como a rescisão contratual por dispensa sem justa causa.
Em razão da ausência de qualquer comprovante de quitação, a empresa foi condenada a pagar as verbas rescisórias à ex-
empregada.
Como garantia, concedeu um telefone celular à vendedora, tendo inclusive sido apresentado em juízo um recibo do acordo
feito entre as partes nesse sentido. Também foram apresentados vídeos do circuito interno do estabelecimento comercial,
mostrando o momento em que a vendedora assinou o recibo como comprovante e recebeu o celular.
Na ação, a trabalhadora alegou que os patrões divulgaram no centro comercial que ela teria furtado o celular, o que lhe
causou danos morais. Como prova, apresentou mensagens de WhatsApp e boletim de ocorrência policial, que faziam
referência à acusação de furto.
Uma testemunha relatou que “ouviu dizer” que autora foi ameaçada de expulsão pelo segurança do estabelecimento, por
suspeita de furto do aparelho celular.
No entanto, o magistrado não ficou convencido de que a acusação tenha partido dos patrões ou mesmo que tenha contado
com a participação deles, de modo a se cogitar do dever de indenizar.
Em sua decisão, observou que a testemunha fez menção genérica à acusação, “por ouvir dizer”, sem identificar o
responsável. E, para o julgador, as conversas privadas por meio de aplicativos de celular não foram suficientes para
comprovar a autoria das acusações, tendo em vista que a maioria das menções ao fato foi realizada pela própria vendedora.
Por entender não comprovada a autoria do ilícito alegado pela trabalhadora, o julgador concluiu ser incabível a
responsabilização da empresa pelo pagamento da indenização por danos morais pretendida, nos termos do artigo 186 do
Código Civil, o que levou à rejeição do pedido da vendedora.
Dedução – Por ser incontroverso o recebimento de um celular como garantia de pagamento das verbas rescisórias, o juiz
determinou a dedução do valor do aparelho (R$ 4.900,00) das parcelas rescisórias que foram concedidas à vendedora na
sentença. A decisão foi mantida pelos julgadores da Nona Turma do TRT-MG.
Processo PJe: 0010327-19.2019.5.03.0005.
AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO EMPREGADO NÃO INVALIDA O
ESPELHO DE PONTO
Fonte: TRT/RS - 14/10/2019 - Adaptado pelo Guia Trabalhista
A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) negou o pagamento de horas extras a um ex-
empregado de uma indústria de peças automotivas.
Os desembargadores entenderam que a simples ausência da assinatura do empregado no espelho de ponto não desqualifica
o documento, sendo necessária a prova da fraude nos registros, o que não ocorreu no caso.
O autor informou no processo que trabalhava de segunda a sexta-feira, das 6h às 15h, além de dois sábados por mês e
alguns feriados. Afirmou que realizava, em média, duas horas extras por dia.
Assim, requereu o pagamento das horas excedentes a sete horas e 22 minutos diários e a 44 horas semanais, com adicional
de 50% para as duas primeiras e de 100% para as demais, com reflexos.
No primeiro grau, a juíza Cintia Edler Bitencourt, da 1ª Vara do Trabalho de Gravataí, indeferiu o pedido. A magistrada
observou que a empresa juntou os cartões-ponto do ex-empregado, os quais não contêm registros uniformes de horários
de entrada e saída.
Assim, considerou que a jornada trabalhada foi integralmente registrada, “especialmente em face da confissão do autor ao
declarar que 'registrava a jornada de trabalho; que o registro era por cartão; que o horário registrado era o horário realizado;
que quando fazia horas extras o depoente também registrava'.
A juíza julgou que os recibos de pagamento apresentados pela empresa mostram que as horas extras foram corretamente
pagas ou compensadas.
O autor recorreu ao TRT-RS, alegando que o espelhos de ponto não tinham sua assinatura, e por isso seriam inválidos. A
5ª Turma, no entanto, manteve a sentença. “A simples ausência de assinatura no espelho de ponto não o desqualifica,
sendo necessária a prova da fraude nos registros, o que não aconteceu no caso presente”, destacou o relator do acórdão,
desembargador Rosiul de Freitas Azambuja.
“Tendo em vista a confissão expressa do autor no sentido de que a jornada de trabalho era integralmente consignada nos
cartões de ponto, não há como acolher a inconformidade do reclamante”, concluiu o magistrado.
A decisão da Turma foi unânime. Também participaram do julgamento os desembargadores Cláudio Antônio Cassou
Barbosa e Angela Rosi Almeida Chapper.
O autor não recorreu do acórdão.
EMPREGADOR ESTÁ ISENTO DA INDENIZAÇÃO DO ART. 479 DA
CLT NA RESCISÃO ANTECIPADA DO CONTRATO TEMPORÁRIO
Sergio Ferreira Pantaleão
De acordo com o art. 479 da CLT, nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, demitir
o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o
término do contrato.
Assim, se o empregador demite um empregado com contrato determinado (temporário, experiência, obra certa), 30 dias
antes do término do prazo estipulado, o empregador é obrigado a pagar-lhe 15 dias (metade do período faltante) a título
de indenização.
Com a publicação do Decreto 10.060/2019, que regulamentou a Lei 6.019/1974 (Lei do Trabalho Temporário), o
empregador deixou de ter esta obrigação com base no disposto no art. 25 do referido decreto, in verbis:
"Art. 25. Não se aplica ao trabalhador temporário a indenização prevista no art. 479 do Decreto-Lei nº 5.452, de
1943 - Consolidação das Leis do Trabalho."
De acordo com o novo decreto, frisa-se, nos contratos de trabalho temporário, o empregador não está mais obrigado a
indenizar o empregado em caso de rescisão antecipada, independentemente do número de dias faltantes para o término do
contrato.
Também não será obrigado a pagar qualquer valor a título de aviso prévio, salvo se houver cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, nos termos do art. 481 da CLT.
De outro vértice, ou seja, quando o empregado pede a demissão (sem justa causa) antes do término previsto do contrato
de trabalho determinado, de acordo com o art. 480 da CLT, este é obrigado a indenizar o empregador também pela metade
dos dias faltantes.
Entretanto, o novo decreto que regulamenta o trabalho temporário foi omisso neste aspecto, sugerindo neste caso, que
somente o empregado estaria sujeito a indenizar o empregador.
É o que se pode extrair de todo o contexto do Decreto 10.060/2019, uma vez que não há qualquer menção sobre a
incidência ou não da indenização quando da antecipação da rescisão do contrato temporário por iniciativa do empregado.
Ainda que se possa alegar a obrigatoriedade do empregado em indenizar, tendo em vista a lacuna da lei (decreto) neste
aspecto, não parece razoável isentar o empregador da multa quando este demite o empregado antes do termino do contrato
temporário e punir o empregado que pede demissão nas mesmas condições.
É de se concluir que houve falha na publicação do decreto, o que poderia ser solucionado com a republicação do texto
legal, prevendo esta possibilidade a fim de preencher esta lacuna.
Até que isto ocorra, podemos solucionar a controvérsia, de modo a equilibrar esta relação contratual entre empregado e
empregador, apenas com a interpretação do que dispõe o § 1º do art. 480 da CLT, in verbis:
"Art. 480 da CLT ....
§ 1º. A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições."
Se o art. 25 do Decreto 10.060/2019 exclui a obrigatoriedade do empregador em indenizar o empregado temporário
demitido antes do término do contrato, e se a indenização devida pelo empregado, que pede demissão, não poderá exceder
àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições, resta indubitável que o empregado também está isento do
pagamento.
Portanto, tanto o empregador quanto o empregado, que rescinde o contrato de trabalho temporário antes do prazo
estipulado, estarão isentos do pagamento da indenização prevista no art. 479 e 480 da CLT, respectivamente.
Sergio Ferreira Pantaleão é Advogado, Administrador, responsável técnico pelo Guia Trabalhista e autor de obras na área trabalhista e
previdenciária.
Atualizado em 21/10/2019
Fogo
Porteiro que queimou CD com provas de justa causa é
condenado por má-fé
Decisão é da 5ª câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, que julgou a atitude como “ato atentatório à
dignidade da Justiça”.
domingo, 20 de outubro de 2019
Funcionário terceirizado que incinerou um CD no qual havia provas em ação trabalhista que ele mesmo ajuizou acabou condenado a pagar multa por litigância de má-fé. Decisão é da 5ª câmara do TRT da 12ª Região ao julgar a atitude como “ato atentatório à dignidade da Justiça”.
O homem trabalhava como porteiro em um condomínio e ajuizou ação trabalhista em 2017, após ter sido dispensado por justa causa. A empresa terceirizada na qual ele era empregado alegou que o funcionário acumulava advertências e reclamações de moradores devido à sua postura desatenta e “desleixada” e que o demitiu a pedido dos moradores do condomínio.
Ao se defender, a empresa anexou ao processo um CD com imagens de segurança do condomínio que comprovavam os argumentos que originaram a dispensa do funcionário. O material foi entregue às partes para que se manifestassem, mas, quando chegou o prazo para devolução do material ao Tribunal, o trabalhador disse que o queimou.
O juiz do Trabalho Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª vara do Trabalho de Florianópolis/SC, considerou o ato “inacreditável”, sendo evidente que o objetivo era ocultar as provas. Diante da situação, o funcionário foi condenado a pagar multa de R$ 3,6 mil, a ser revertida para um hospital.
Recurso negado
Ao analisar o recurso, a desembargadora Ligia Maria Teixeira Gouvêa da 5ª câmara do TRT da 12ª Região, entendeu que o ato do funcionário se mostrou de extrema gravidade.
Para a desembargadora, ainda que a empresa tenha apresentado mais de uma cópia do CD, o fato do trabalhador ter incinerado uma delas demonstra “caráter antiético e desleal".
Com este entendimento, o colegiado decidiu, por unanimidade, manter a aplicação da multa.
A defesa do empregado recorreu da decisão colegiada, mas o pedido foi negado pela desembargadora Mari Eleda Migliorini, que considerou o recurso desfundamentado, não se reportando aos pressupostos específicos do recurso de revista.
Processo: 0000407-41.2017.5.12.0037
Veja o acórdão.
Jovem trabalhador rural que perdeu a perna em acidente tem indenização
aumentada
O acidente causou incapacidade total e permanente para a profissão que ele exercia
18/10/19 - A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho aumentou o valor da reparação por danos morais e estéticos
de um jovem de 21 anos que teve a perna direita amputada em acidente de trabalho causado em virtude de negligência do
empregador. O valor, arbitrado pelo juízo de segundo grau em R$ 40 mil para a compensação por dano moral e em R$ 30
mil por dano estético foi majorado para R$ 50 mil e R$ 70 mil, respectivamente.
Amputação
O jovem trabalhava como tratorista na Fazenda Santa Lúcia, produtora de laranjas de Espírito Santo do Turvo (SP). Ele
relatou que, ao tentar ligar uma tomada do trator que liga a máquina a um implemento que fazia a pulverização, foi puxado
pela calça e teve a perna direita amputada. Ele disse ainda que havia sido autorizado pelo mecânico a utilizar o trator
mesmo sem o equipamento adequado de proteção.
A empresa, em sua defesa, sustentou que a culpa do acidente fora exclusiva da vítima.
Prevenção
O juízo da Vara do Trabalho de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) entendeu que cabia à fazenda prover o ambiente de todas
as medidas de prevenção e segurança estabelecidas nas normas específicas, “o que não fez”. Por isso, deferiu o pedido de
indenização por danos morais e estéticos no valor de R$ 40 mil e R$ 50 mil, respectivamente. O Tribunal Regional do
Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), contudo, reduziu a condenação para R$ 30 mil por danos morais e a mesma
quantia para danos estéticos, considerando o porte econômico do empregador.
Incapacidade total e permanente
O relator do recurso de revista do empregado, ministro Caputo Bastos, explicou que o acidente de trabalho causou
incapacidade total e permanente para a profissão que ele exercia como trabalhador rural. “Há, ainda, o fato agravante de
que o trabalhador, por ser jovem (21 anos de idade), por nunca ter trabalhado em outra profissão diferente do trabalho
rural e por ter baixa escolaridade, terá maiores dificuldades para ser realocado no mercado de trabalho”, ressaltou.
A majoração dos valores seguiu precedentes do Tribunal em situações semelhantes. “A capacidade econômica das partes
constitui fato relevante para a fixação do valor compensatório, na medida em que a reparação não pode levar o ofensor à
ruína, tampouco autorizar o enriquecimento sem causa da vítima”, assinalou o relator.
A decisão foi por maioria, vencido o ministro Ives Gandra, que votou pelo restabelecimento da sentença.
(VC/CF)
Processo: RR-2740-91.2013.5.15.0143
O TST possui oito Turmas, cada uma composta de três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos
regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais (SBDI-1).
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Tribunal Superior do Trabalho
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Trabalho lícito
TST reconhece vínculo de emprego entre segurança e dono de bingo
21 de outubro de 2019, 8h31
É possível reconhecer a validade do contrato de trabalho quando a atividade da empresa é ilícita, mas a atividade
exercida pelo empregado não é, como seguranças, faxineiros, garçons e outros.
Segurança de bingo consegue vínculo de emprego. Segundo o TST, a atividade de segurança não está ligada à
contravenção penal. Reprodução
Assim, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o vínculo de emprego entre um segurança e o
proprietário de um bingo em Manaus. Segundo a decisão, a atividade de segurança não está ligada à contravenção penal.
"Negar a proteção do direito a esses trabalhadores seria injusto perante a ordem jurídica, porque corresponderia a
beneficiar o empresário que atua ilegalmente, sonegando ao trabalhador honesto seus direitos trabalhistas", afirmou o
relator, ministro Agra Belmonte.
Na ação, o segurança pedia o reconhecimento do vínculo de emprego com a Interplay Jogos Eletrônicos. Em defesa, o
dono do bingo sustentou que o segurança era maior de idade e sabia que a atividade é ilícita. Defendeu ainda que o
contrato de trabalho que tem por objeto a exploração do jogo do bingo é nulo e não gera vínculo.
Em primeira instância, o pedido foi negado. Porém, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RO) condenou
o empregador ao pagamento de indenização ao segurança equivalente a uma rescisão de contrato válido. Pelas provas
testemunhais, o TRT entendeu que o segurança havia trabalhado para o estabelecimento de forma habitual, subordinada
e mediante remuneração.
Relator do recurso, o ministro Agra Belmonte observou que, de acordo com a jurisprudência do TST, quando a atividade
do empregador é ilícita, não há contrato de trabalho. É o caso, por exemplo, de apontadores do jogo do bicho, cujo
serviço é inerente à atividade ilegal.
No entanto, ele explicou que existem casos em que, apesar da ilicitude do negócio, o serviço prestado não diz respeito
diretamente ao seu desenvolvimento. “É o caso de seguranças, faxineiros ou garçons que, casualmente, estão
trabalhando em estabelecimento ilegal, mas que poderiam perfeitamente executar o mesmo trabalho em locais lícitos”,
assinalou.
Assim, concluiu o relator, há de se reconhecer a validade do contrato de trabalho do empregado que, a despeito de
prestar serviço em local destinado a atividade ilícita, não realiza atividade diretamente vinculada à contravenção legal.
“O empregador não pode se favorecer da própria torpeza para não arcar com as obrigações trabalhistas”, concluiu. A
decisão foi unânime. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
AIRR-1021-85.2016.5.11.0012
Revista Consultor Jurídico, 21 de outubro de 2019, 8h31