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Boletim Informativo 1º Trimestre de 2010 Número 1 / Ano I

Boletim Informativo Edição 1

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Boletim Informativo da Associação FARO1540, perioricidade trimestral.

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Boletim Informativo

1º Trimestre de 2010

Número 1 / Ano I

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tes ficando assim a ganhar quer o património, quer o cidadão farense.

Outro tema em destaque nesta edição do Boletim Informativo foi a mostra de slides da cidade e con-celho de Faro nos anos 70, onde o debate e o espírito construtivo fize-ram do evento mais um sucesso. É lamentável que políticos e designers urbanísticos não apren-dam com os erros do passado, constatando-se que ainda hoje não se sabe aproveitar o poten-cial urbanístico da cidade de Faro. Aproveitou-se a iniciativa para comemorar o primeiro aniversário desta Associação que esperemos que tenha uma profícua actividade por muitos e longos anos.

Caros Associados

Aqui está o primeiro Boletim Informativo ofi-cial da Associação FARO 1540. Devido à forte aceitação por parte dos associados, a Direcção desta Associação delibe-rou apoiar a continuidade deste projecto. Assim sendo, este Boletim terá uma distribuição trimes-tral e gratuita estando disponível para leitura na edição online, no site da Associação FARO 1540, como também estará

sempre disponível a edi-ção para impressão. Des-te modo pretendemos optimizar as despesas.

Nesta edição daremos especial foco ao seminá-rio sobre o escaravelho da palmeira, promovido pela nossa Associação no mês de Janeiro. A Direc-ção entendeu que havia uma lacuna de informação sobre esta praga, no con-celho de Faro, havendo inúmeros interessados querendo estar sensibili-zados e devidamente informados sobre o tema. Com o apoio de algumas entidades e o esforço de alguns associados foi pos-sível organizar um evento de carácter técnico e simultaneamente bastante explícito. Esperemos que de futuro possa existir outros eventos semelhan-

Nota Editorial

FICHA TÉCNICA DIRECÇÃO

Bruno Lage

Nuno Antunes

COORDENAÇÃO

Nuno Antunes

REDACÇÃO

(Nesta Edição)

Bruno Lage

Carlos do Carmo

Cristina Carvalheira

Nuno Antunes

PAGINAÇÃO/DESIGN

Nuno Antunes

REVISÃO

Idália Sebastião

Nuno Antunes

Vice-Presidente da Direcção

NOTA EDITORIAL 2

MENSAGEM DO PRESIDENTE: FARO, UMA TERRA DE OPOR-

TUNIDADES

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ASSEMBLEIA-GERAL E PARCE-RIA COM A HAGÁBÊ INFOR-

MÁTICA

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COMUNICADO DA FARO 1540 SOBRE O POLÉMICO EDIFÍCIO NA BAIXA FARENSE

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SEMINÁRIO: A PROBLEMÁTICA DO ESCARAVELHO DA PAL-

MEIRA

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JANTAR CONFERÊNCIA: A GESTÃO E ORDENAMENTO DA PRAIA DE FARO

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1º ANIVERSÁRIO DA FARO 1540 /SLIDE SHOW “FARO NOS ANOS 70”

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Nesta edição:

1º Trimestre de 2010 Número: 1 / Ano: I

B O L E T I M I N F O R M A T I V O

www.FARO1540.org

Curiosidade:

A cerveja pode ser um "remédio" para os ossos, tornando-os mais fortes. Esta recente descoberta foi feita por pesquisado-res da Universidade da Califórnia (EUA), que apontam que a bebida é uma fonte significativa de silício, um componente importante para a manu-tenção da densidade dos ossos. Assim, as pessoas que consomem regular-mente e moderadamente esta bebida sofrem menos de doenças como a osteoporose.

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No entanto, Faro também apresenta péssimos indica-dores (acessibilidades, lim-peza, espaços verdes, desordenamento) que, caso não sejam corrigidos ou minimizados, deitam por terra qualquer ambi-ção de que a cidade e o município atinjam um patamar de excelência.

Empenhada em garantir o estatuto de cidade solidá-ria, empreendedora e competitiva, de média dimensão, feita com os cidadãos e para os cida-dãos, Faro precisa de con-tinuar o caminho deixado por gerações passadas e reforçar a sua capitalidade na região mais turística de Portugal e uma das mais desenvolvidas do país.

Neste sentido, Faro neces-sita urgentemente de criar as condições necessárias para se voltar novamente para a Ria Formosa, tal como o fez ao longo de tantos séculos, mas que inexplicavelmente a igno-rou e desprezou num pas-sado recente. Estou con-vencido que o Programa Polis recentemente apro-vado poderá ser o veículo crucial para efectivar esta necessidade, mas é preciso ter em atenção que este programa por si só não basta.

É de vital importância que Faro, numa fase Pós-Polis, não se esqueça de conti-nuar a considerar a Ria Formosa como fonte de vida, oportunidade econó-mica, turística e elemento

Quando nas comemora-ções do 1º Aniversário da nossa associação se ini-ciou a tertúlia sobre “A Evolução de Faro nos últimos 35 anos”, decidi que iria dedicar o meu espaço neste Boletim Informativo para me debruçar sobre Faro e as suas potencialidades, mui-to embora correndo o risco de me alongar em demasia, mas creio que todos o compreenderão pois o tema assim o merece.

Como todos nós concor-darão, Faro tem o privilé-gio de ver uma enorme área do seu concelho inserida no Parque Natu-ral da Ria Formosa.

Contudo, esta realidade tem sido vista por muitos responsáveis como uma ameaça e um entrave ao desenvolvimento do município, quando, antes pelo contrário, deve ser vista como uma poderosa fonte de oportunidades. Para além de ser possui-dora de uma riqueza incalculável em termos de biodiversidade e de paisa-gens naturais, que impor-ta aproveitar e não des-

perdiçar, alia-se um conjun-to de praias de grande qualidade e de água límpi-da. Convém não esquecer o clima ameno, agradável, simpático e convidativo que permite uma boa interligação com o meio natural durante todo o ano.

Não só a Ria Formosa, mas também o Barrocal e o princípio da Serra Algarvia apresentam um potencial de oportunidades para a criação de um concelho equilibrado, quer pelas suas características naturais e culturais, quer pelas opor-tunidades de desenvolvi-mento que aqui se podem gerar.

Não só a Ria Formo-sa, mas também o

Barrocal e o princí-pio da Serra Algarvia

apresentam um potencial de oportu-nidades para a cria-ção de um concelho

equilibrado

Todos estes indicadores (económicos, culturais e ambientais), dão a Faro um potencial estatuto de Qua-lidade de Vida e de Exce-lência Ambiental elevadas. Por isso, considero que Faro tem capacidades para reunir as necessárias con-dições para adquirir qualifi-cações que lhe permitam afirmar o seu futuro no âmbito das melhores cida-des europeias de média dimensão.

FARO, Uma terra de oportunidades

M E N S A G E M D O P R E S I D E N T E

Bruno Lage

Presidente da Direcção

mmmmmmmmmmmm-de integração urbana com uma forte interac-ção com os seus habi-tantes e visitantes.

Só assim o Polis dará um real contributo para a revitalização da cidade, afirmando Faro como uma cidade âncora, for-talecendo o seu papel no Algarve e mesmo no país.

A este propósito, Faro pode e deve, em parce-ria com a Universidade do Algarve, desenvolver uma estratégia regional, e mesmo nacional, de inovação e competitivi-dade, apostando na investigação e na inova-

Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

A Via Láctea, galáxia onde fica o planeta Terra, tem 250 biliões de estrelas. Só 6 mil podem ser vistas a olho nú!

A maior cordilheira do mundo é a Cordilheira dos Andes, na América do Sul, com 8 mil quilómetros.

A maior ilha do mundo fica na Groenlândia, com 2.175.600 km2.

A maior queda d'água do mundo é a Angel, na Vene-zuela, com 979 metros de altura.

A montanha mais alta do mundo é a Mauna Kea, no Havaí, tem 10.203 metros a partir do fundo do ocea-no Pacífico. Se for conside-rado apenas o que fica acima do nível do mar, a montanha conta com 4.205 metros.

Curiosidades:

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turismo de natureza, cultu-ral, de congressos e des-portivo e, como não pode-ria deixar de ser, estimular a abertura de hotéis com alguma dimensão no muni-cípio.

O Aeroporto Inter-nacional de Faro

conta actualmente com um movimento anual a rondar os 5 milhões de passagei-ros, sendo uma das principais portas de entrada e de saída

de turistas

O Aeroporto Internacio-nal de Faro conta actual-mente com um movimen-to anual a rondar os 5 milhões de passageiros, sendo uma das principais portas de entrada e de saída de turistas do terri-tório nacional. Contudo, o município mais uma vez não aproveita esta mais valia e não consegue cap-tar estes passageiros para uma visita à cidade que dista cerca de 5 quilóme-tros do Aeroporto, distân-cia esta que se faz em escassos minutos. Faro, em parceria com a administra-ção do Aeroporto tem

ção tecnológica em áreas ligadas ao ambiente, às energias renováveis, à construção bioclimática, ao mar, ao turismo sus-tentável e ao planeamen-to verde das cidades.

Este pode ser sem dúvida o projecto de futuro para uma nova visão de Faro, medida esta que pode ser entendida como de geoestratégia política e que não pode continuar a ser desperdiçada.

Faro tem de assumir de forma clara e efectiva o desígnio de fazer evoluir economicamente o con-celho, qualificar e moder-nizar a cidade respeitan-do, contudo, a sua história e identidade. Para que isto se torne uma realida-de, é necessário apostar em conceitos como o ambiente e a cultura, como a qualidade de vida e o bem-estar das popu-lações, na formação e fixação de massa crítica e numa nova cultura urba-na, rompendo definitiva-

mente com o marasmo e com a inércia a que o município tem estado sujeito nas últimas déca-das.

Há que incrementar em Faro uma nova dinâmica económica e social! É necessário o estímulo ao investimento privado. É necessário ter um comér-cio local e tradicional, nomeadamente na baixa da cidade, mais dinâmico e atractivo, passando tam-bém por uma adaptação do seu horário de funcio-namento à actual realidade e ao actual ritmo de vida. São necessárias mais pequenas e médias empre-sas e incentivar o cresci-mento das existentes. Para isso, há que desenvolver planos e programas de apoio e criar uma zona industrial/empresarial com-petitiva que estimule e atraia novos investidores. Também é necessário apostar no turismo, sobre-tudo em vertentes ainda pouco exploradas na nossa região, nomeadamente, no

FARO, Uma terra de oportunidades

M E N S A G E M D O P R E S I D E N T E

fmmmmmmmmmm forçosamente de pro-mover uma política de marketing objectiva e bem estruturada, aliada a uma política de trans-portes que permita uma ligação rápida e prática ao centro da cidade, de forma a atrair um vasto número de visitantes que de outra forma ficam acondicionados ao Aeroporto aguardando horas e horas pelo seu embarque.

Faro, vítima de um fatal e danoso planeamento urbanístico, tem, de uma vez por todas, de libertar-se da teia da política da construção desenfreada, como sendo o vector de grande desenvolvimento económico do município. Este é um conceito ultrapassado, caduco e que já em nada ajuda a cidade a atingir um pata-mar de excelência.

Enfim, é fundamental que surja uma nova cultura de cidadania baseada na exigência e ambição alia-da a um desenvolvimen-to sustentável correcto e efectivo, focado nas suas componentes essenciais: ambiental, económica e social.

Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

Decorreu no dia 27 de Feve-

reiro, no início do Jantar

Conferência subordinado ao tema “A Gestão e Ordena-

mento da Praia de Faro”, uma Assembleia-Geral que

tinha como objectivo principal apreciar e votar o relató-

rio de contas e de actividades da Direcção referente a

2009, bem como o parecer do Conselho Fiscal, tendo

os referidos documentos sido aprovados por unanimida-

de. Houve ainda a oportunidade de efectuar a rectifica-

ção de dois artigos do Regulamento Interno que esta-

vam mal redigidos.

Assembleia-Geral

Foi celebrado um protocolo entre a FARO 1540 e a HagáBê

Informática, onde esta oferece um desconto de 10% no custo dos seus serviços, a todos os associados com as quotas em dia. Espera-se que esta seja a primeira de muitas parcerias que a FARO 1540 pretende assinar com diversas empresas.

HagáBê Informática

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A “FARO 1540″ emitiu no final do mês de Março um comunicado a manifestar a sua discordância e o seu desagrado com os acabamentos verificados no recente prédio reconstruído na baixa da cidade de Faro, na intersecção entre a Rua de Santo António e a Rua 1º de Dezembro.

A “FARO 1540″ não pode aceitar que em 2010 continuem a surgir edifícios que descaracterizam a

envolvência arquitectónica da bai-xa farense, repetindo-se os mes-mos erros que foram cometidos

no passado.

A “FARO 1540″ não pode aceitar que em 2010 conti-nuem a surgir edifícios que descaracterizam a envolvên-cia arquitectónica da baixa farense, repetindo-se os mesmos erros que foram cometidos no passado onde existia uma menor sensibilidade e conhecimento sobre a importância de preservar o traço arquitectónico da identidade e da história do nosso património. Sobretu-do quando um pouco por toda a Europa se vê investi-mentos de avultadas importâncias na recuperação e valorização de fachadas e de edifícios antigos nas zonas mais nobres das cidades.

Um pouco por toda a Europa se vê investimentos de avultadas importâncias na recuperação e

valorização de fachadas e de edifí-cios antigos nas zonas mais

nobres das cidades.

Neste sentido, a “FARO 1540″ apela para que o bom senso impere e sugere que sejam alteradas algumas das características deste prédio nomeadamente: a substitui-ção da cor amarelo berrante por um tom mais suave; a colocação de cantarias ou molduras em pedra nas jane-las; a adaptação destas ao traçado das janelas dos pré-dios contíguos; e na colocação de algumas sacadas típi-cas de forma a suavizar ao máximo o impacto visual e devolver ao prédio algumas das características da envolvente onde está inserido.

C O M U N I C A D O Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

FARO 1540 emitiu comunicado sobre o polémico

edifício da baixa farense

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Decorreu na tarde de 22 de Janeiro , no Auditório do IPJ, em Faro, o 1º Seminário organizado pela nossa asso-ciação, estando subordinado ao tema “A problemática do escaravelho das palmeiras Rhynchophorus ferrugi-neus no Algarve“, que dada a actualidade do tema con-tou com uma plateia composta por técnicos e público em geral, proveniente de todo o Algarve, que pratica-mente encheu a sala.

A “FARO 1540” deixa neste Boletim Informativo o seu registo de agradecimento aos oradores por terem ama-velmente aceite o convite em estarem presentes neste Seminário e por terem-se disponibilizado em partilhar um pouco do seu conhecimento com os participantes e, por fim, mas não menos importante, agradece à empre-sa AT&F e à Delegação Regional do IPJ do Algarve o apoio dado a esta iniciativa.

Depois das comunicações apresentadas pelos oradores convidados, procedeu-se a uma sessão de perguntas e respostas, procurando que a plateia tivesse a oportuni-

dade de esclarecer as suas dúvidas junto dos especialis-tas presentes neste Seminário. Destacou-se a importân-cia de apostar na prevenção como sendo o tratamento mais eficiente e económico no combate a esta praga e foi considerado fundamental que as palmeiras mortas sejam rapidamente removidas e enviadas para destino final adequado a fim de evitar a proliferação deste esca-ravelho que continua a reproduzir-se durante mais algum tempo na palmeira e pode voar vários km.

Por fim, efectuou-se de forma sucinta a análise e as prin-cipais conclusões deste Seminário, ficando seguidamente retratado, pela nossa associada e principal promotora

deste Seminário, Cristina Carvalheira, as suas principais conclusões:

Em 2007, surgiu em Portugal uma praga de insectos, sendo o seu nome científico de Rhynchophorus ferrugi-neus, conhecido vulgarmente por escaravelho das pal-

meiras, que ataca mortalmente algumas espécies de pal-meiras, causando graves prejuízos económicos e ambientais. Originário das zonas tropicais, da Ásia e Oceânia, a sua expansão iniciou-se no Médio Oriente entre as décadas de 80 e 90. Atingiu a Espanha em 1993, a Itália em 2004 e Portugal em 2007, devido à exporta-ção de palmeiras.

O Rhynchophorus ferrugineus é um escaravelho de cor vermelha-

alaranjada, roedor, que se desenvolve no interior do tronco da palmeira, ali-

mentando-se deste.

O Rhynchophorus ferrugineus é um escaravelho de cor vermelha-alaranjada, roedor, que se desenvolve no inte-rior do tronco da palmeira, alimentando-se deste. Ten-do uma preferência especial pela Palmeira das Canárias, de nome científico Phoenix Canariensis, muito comum em Portugal e Espanha. O Rhynchophorus ferrugineus faz um ataque localizado, alimentando-se da coroa da planta, matando uma Phoenix canariensis adulta em pou-cos meses! Os sintomas mais visíveis são o descaimento das folhas mais velhas e folhas novas com aspecto defei-tuoso recortado e que secam sem razão aparente. A morte chega quando a planta seca completamente. Uma vez destruída (morta) a palmeira, o Rhynchophorus fer-rugineus move-se para outra palmeira, iniciando um

A C T I V I D A D E S

Seminário: A Problemática do Escaravelho das Palmeiras

Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

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novo ciclo.

O nosso património ornamental está a ser dizimado por esta praga, que tem causado a morte a inúmeros exem-plares de palmeiras sendo algumas centenárias, como exemplo as palmeiras do Jardim Manuel Bívar em Faro, onde 5 exemplares de Phoenix Canariensis foram abati-dos. Já nada podia ser feito para as salvar. É de todo o

interesse e importância, o combate a esta praga, para que se possam salvar o maior número possível de pal-meiras. Dada a gravidade desta praga, a União Europeia considerou esta praga de luta obrigatória através da Decisão 2007/365/CE que estabelece medidas de emer-gência contra a sua propagação.

Todos nós em consciência social temos de ter a sensibi-lidade para combater esta praga, que tanto pode come-çar no nosso jardim como pode chegar ao nosso jardim vindo de palmeiras próximas (até 5 km). Ataca palmeiras de privados ou de jardins públicos, pois não tem noção das delimitações.

A luta contra a disseminação desta praga é particular-

mente difícil em virtude do insecto desenvolver-se no interior da planta o que lhe confere protecção contra a acção dos insecticidas. O problema adensa-se porque é difícil identificar a infestação antes de uma fase avançada. Pois uma palmeira pode estar infectada, mesmo que não mostre sintomas visíveis durante meses. A melhor opção é a prevenção mas mesmo assim não há garantia de erradicação da praga.

Dada a gravidade desta praga, a União Europeia considerou esta praga de luta

obrigatória através da Decisão 2007/365/CE que estabelece medidas de emergên-

cia contra a sua propagação.

Atendendo ao facto de não existir para já um plano regional de apoios é aconselhável a particulares fazer

tratamentos preventivos e a remoção das palmeiras mortas, para que não sejam um foco de infestação para as palmeiras próximas que ainda se encontrem em bom estado. Quando se plantar novas palmeiras deve-se escolher outro tipo de palmeiras que sejam mais resis-tentes a esta praga. Em última atitude a não colocação de palmeiras é um aspecto a considerar optando por outro tipo de árvores ornamentais.

Tendo a noção dos prejuízos económicos causados pela praga é urgente que se tome uma atitude – combater a praga! Que haja uma rápida actuação das entidades Públicas, nomeadamente regionais, ao divulgar procedi-mentos e mobilizar meios e protocolos para que o pre-ço do abate diminua e um plano de apoios para que todos possam beneficiar, sobretudo a região!

A C T I V I D A D E S Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

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Realizou-se no dia 27 de Fevereiro, no restaurante “O Vinhão” mais um jantar conferência da associação “Faro 1540″ , subordinado ao tema “A Gestão e Ordena-mento da Praia de Faro“, tendo tido como confe-rencista o nosso presidente da Direcção, Bruno Lage – Engenheiro do Ambiente e Mestre em Gestão e Políti-cas Ambientais, que apresentou um resumo da sua tese de mestrado “Aplicação do Método de Avaliação Con-

tingente ao caso da Praia de Faro” elaborada e defendi-da na FCT/UNL.

Durante o repasto decorreu também uma Assembleia-Geral, dirigida pelo presidente Fernando Leitão Correia, relativa à apreciação e discussão do relatório de contas e do relatório de actividades de 2009, tendo os referi-dos documentos sido aprovados por unanimidade, após o Conselho Fiscal ter dado o seu parecer positivo. Hou-ve ainda a oportunidade de se celebrar mais um proto-colo de cooperação, desta vez com a HagáBê Informáti-ca, que a partir de agora fará um desconto de 10% nos seus serviços, para os nossos associados.

Seguidamente, o nosso presidente da Direcção iniciou a sua comunicação, apresentando-se seguidamente o resu-mo da mesma:

A Praia de Faro, localizada em pleno Parque Natural da Ria Formosa está integrada num sistema natural frágil procurado por milhares de pessoas, sobretudo na época estival.

Situada no cordão litoral que serve de protecção às vas-tas áreas de sapal, canais e ilhotes da Ria Formosa, esta

praia é um dos locais mais sensíveis do litoral português pois a sua estreita faixa de areia está fortemente urba-nizada, encontrando-se nela quase 700 casas, que aco-lhem durante a época de Verão as cerca de 4000 pes-soas, a que se juntam 5800 veraneantes que diariamen-te ali se deslocam por automóvel, barco, moto, bicicleta

ou autocarro lotando por completo os mais de mil lugares de estacionamento e entupindo a estrada longi-tudinal de alcatrão que atravessa a praia. Por estes motivos, esta praia é um dos maus exemplos de orde-namento do litoral algarvio e do país e um dos locais que maior risco ambiental apresenta.

São vários os problemas associados a esta praia: a cons-trução, o pisoteio das dunas, a poluição e o tráfego automóvel, que debilitam o cordão dunar e aumentam a erosão costeira, a degradação ambiental e os riscos de catástrofe. Contudo, não se pode esquecer o papel determinante que os esporões da Marina de Vilamoura e os molhes da praia de Quarteira tiveram no aumento

acentuado da erosão nesta faixa de litoral, ao interrom-perem de forma abrupta a deriva litoral que é a grande responsável pelo fornecimento de areias.

O grande número de pessoas que, principalmente no Verão acede à praia, origina um estacionamento sobre-lotado e caótico que aliado à acessibilidade quase única

A C T I V I D A D E S

Situada no cordão litoral que ser-ve de protecção às vastas áreas de sapal, canais e ilhotes da Ria Formosa, esta praia é um dos locais mais sensíveis do litoral

português

Associação FARO 1540 - Boletim Informativo

Jantar Conferência “A Gestão e Ordenamento

da Praia de Faro”

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que é a “ponte da Ilha”, com uma só via e semáforos, provoca congestionamentos de trânsito com grandes consumos de combustível e emissões desproporciona-das de ruído e de gases poluentes em pleno Parque Natural da Ria Formosa.

Para combater este cenário nada animador para o ambiente e para a sustentabilidade da própria praia, é urgente encontrar uma política de gestão correcta e equilibrada para esta estreita língua de areia sob pena de num curto espaço de tempo esta ter sofrido danos irre-paráveis.

Assim, de forma a ir de encontro a esta pretensão, este estudo procurou avaliar economicamente a Praia de Faro por intermédio do Método de Avaliação Contin-gente, que consiste na aplicação de questionários que permitem revelar as preferências dos cidadãos e captar as disposições a pagar (DAP) das pessoas pelo uso ou preservação de um ambiente que por não possuir pre-ços de mercado, é extremamente difícil de ser determi-nado monetariamente.

É de referir que a avaliação económica é um importante

critério no processo de tomada de decisões na defini-ção de politicas e de programas ambientais e em ter-mos de desenvolvimento sustentável. É importante também como factor de consciencialização da popula-ção na medida em que permite a construção de siste-mas de contabilidade ambiental.

Através das entrevistas realizadas a 381 indivíduos, veri-ficou-se que os utentes da Praia de Faro são na sua esmagadora maioria residentes em Faro, deslocam-se para a praia sobretudo em automóvel particular, têm na sua maioria idades compreendidas entre os 25 e os 50 anos e têm maioritariamente uma formação académica ao nível do ensino superior. É de referir que esta análi-se coincide de uma forma genérica, de acordo com os Censos 2001, com a população tipo do concelho de Faro, o que revela uma base sólida da amostragem escolhida em relação às preferências da população farense, que é a grande utilizadora desta praia.

Verificou-se pela análise das entrevistas que a maioria dos inquiridos frequenta durante o Verão a Praia de

Faro com uma grande regularidade sobretudo para fazer praia e usufruírem dos seus bares e restaurantes, e fora da época estival procuram-na sobretudo ao fim-de-semana para passear e para usufruírem tal como no Verão do conjunto de bares e restaurantes que a praia oferece. Apesar de considerarem que a Praia de Faro oferece uma qualidade razoável, consideram-na super-lotada durante o Verão e estão muito descontentes com o ordenamento da praia e com a capacidade de estacionamento disponibilizada, considerando alguns entrevistados, que os parques de estacionamento e os acessos ao areal estão mal distribuídos o que leva a criarem-se “bolsas” compactas de pessoas em várias zonas da praia, o que contribui para a sensação de praia superlotada.

Quando inquiridos sobre a sua disponibilidade para

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pagar por cada visita que efectuam em prol da preserva-ção e do melhoramento das condições ambientais da praia, 83,5% concordaram em o fazer. Desta percenta-gem favorável de DAP, a maioria está disposta a pagar até 2 €uros uma vez que frequentam a praia quase dia-riamente. Caso tivessem uma casa na praia, 94,2% dos inquiridos concordaram em pagar uma taxa anual para a manutenção da Praia de Faro. Desta percentagem, a maioria está disposta a pagar 250 €uros.

Pela análise do perfil dos inquiridos que não se mostra-ram favoráveis à DAP, conclui-se que a disponibilidade financeira (ordenados) de cada indivíduo tem um papel preponderante para aceitar ou não uma DAP e o valor que está disposto a despender, chegando este factor a ser tão relevante para a DAP como a consciencialização ambiental de cada pessoa. A DAP de uma maneira geral aumenta à medida que os ordenados dos inquiridos vai também aumentando.

Para combater estas condições menos boas desta praia recomenda-se então a aplicação de taxas ambientais ten-

do por base os resultados apurados. Estas taxas servirão para investir na melhoria das condições ambientais da Praia de Faro.

Assim, de forma a diminuir o fluxo automóvel dentro da praia de Faro, deverá ser aplicada durante os meses de Julho e Agosto (meses de ocupação total do estaciona-mento) uma taxa ambiental de 2 €uros por automóvel particular ou moto. A forma mais eficiente de cobrar esta importância será a implementação na Praia de Faro de parquímetros, isentando deste pagamento os mora-dores, veículos de abastecimento e todos aqueles que se desloquem em transportes públicos, bicicleta, barco pri-vado ou a pé. Esta taxa, para além de angariar receitas para investir na praia, visa sobretudo incentivar a deslo-cação das pessoas para a praia em transportes públicos, em virtude de uma grande parte da franja da população

que neste momento se desloca de automóvel e moto para a Praia de Faro não está disposta a pagar taxas ambientais ou está disposta a pagar, mas valores abaixo dos 2 €uros. É de referir que esta franja do público que frequenta a Praia de Faro representa cerca de 48% do

total de visitas.

Por outro lado é importante frisar que actualmente, a política de transportes públicos para a Praia de Faro está pouco desenvolvida e os seus preços são pouco competitivos em relação ao automóvel ou moto. Um bilhete de ida-e-volta na carreira marítima, de acordo com fontes da empresa responsável pela ligação Faro – Praia – Faro, custa 3,5 € por pessoa (mais do que se gasta na deslocação em viatura particular dos 12 km que separam a cidade de Faro da praia) o mesmo preço do bilhete de autocarro. No autocarro há a possibilida-de de tirar o passe mensal, que reduz consideravelmen-te o preço de cada viagem, mas parece claro que estes preços são muito pouco competitivos, tanto mais que o autocarro está impossibilitado de entrar dentro da Praia de Faro, deixando as pessoas à entrada da ponte.

Assim, aplicar só esta taxa por si só não chega. É funda-

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Assim, aplicar só esta taxa por si só não chega. É funda-mental repensar a política de transportes públicos para a Praia de Faro e criar melhores condições de acesso e esta estancia balnear e com as verbas arrecadadas com as taxas ambientais deve-se investir num conjunto de obras prioritárias para o garante de uma boa mobilida-

de, nomeadamente, na criação de uma ciclovia de acesso à praia e de uma via pedonal segura.

Deve-se de igual modo efectuar alterações na ponte de acesso à praia de forma a permitir a deslocação do fluxo automóvel em duas vias de circulação, o acesso de mini-bus com várias paragens ao longo da praia para evitar ou minimizar as “bolsas” compactas de pessoas numa pequena área de areal como acontece agora. Deve-se também ter o cuidado de efectuar as alterações neces-sárias na ponte de forma a permitir o acesso aos carros autotanques dos bombeiros, coisa que actualmente é impossível e que coloca a Praia de Faro num risco de incêndio e de catástrofe muito elevado.

Deve-se promover o desassoreamento do canal de navegação permitindo o acesso de barco em qualquer

momento da maré e reduzindo o tempo de ligação, neste momento a rondar os 30 minutos e com limita-ções de navegação durante os períodos de baixa-mar.

Para quem tem habitação na Praia de Faro também deverá ser aplicada uma taxa ambiental com dois esca-lões distintos, isentando contudo as casas de 1ª habita-ção. O escalão A, que engloba todas as casas mais pequenas (até cerca de 50 m2), teria um custo anual de 250 €uros e o escalão B, que engloba as grandes viven-das e apartamentos teria um custo anual de 300 €uros. Este valor poderia ser pago anualmente juntamente com o valor do IMI ou no mês de Julho quando a maior parte dos trabalhadores recebem o “subsídio de férias”.

As verbas desta taxa ambiental, tal como as verbas da taxa anteriormente referida vão servir para a melhoria gradual das condições ambientais da Praia de Faro, nomeadamente no desenvolvimento de um programa de monitorização da taxa de recuo da linha de costa e de assoreamento da ria, na realimentação artificial da praia com areias, em dragagens pontuais na ria, na lim-peza e desinfecção do areal na parte da costa e na parte

da ria, investir em sinalética e estacaria para recuperar o cordão dunar e na revegetação das dunas, construir um passadiço na zona ocidental da praia (que permita aos cidadãos passearem e deslocarem-se pela praia sem danificar a vegetação e as dunas ainda existentes), pro-mover acções de renaturalização com a remoção de partes do muro de separação e de parques de estacio-namento, permitindo assim o aumento do areal disponí-vel ao veraneante e a reconstrução da duna entretanto já completamente destruída. Desenvolver um sistema de recolha selectiva de RSU, desenvolver um sistema de abastecimento energético recorrendo a fontes de ener-gia renováveis (vento e sol) e promover acções e cam-panhas de sensibilização e promoção ambiental.

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A “FARO 1540” comemorou no dia 12 de Março o seu 1º Aniversário com a projecção no Salão Nobre da Sociedade Recreativa Artística Farense de um conjunto de Slides oriundos do espólio fotográfico de Hélder de Azevedo, que retratam Faro nos finais dos anos setenta. Esta sessão que teve entrada livre e contou com a apre-sentação de várias imagens de pontos emblemáticos da cidade e do concelho destacando-se a doca de recreio,

o aeroporto, a praia de Faro, a Rua de Santo António, a baixa da cidade e a sua actividade comercial, sendo acompanhados por uma animada e participativa tertúlia sobre a “Evolução de Faro nos últimos 35 anos” onde foram debatidas as evoluções positivas e negativas que se verificaram nesta cidade ao longo dos últimos anos. Este evento teve como comentadores os nossos asso-ciados Fernando Leitão Correia, Bruno Lage e Carlos do Carmo e Fernando Grade, conhecido artista plástico da nossa cidade.

Dos vários aspectos abordados realçou-se a fraca liga-ção de Faro com a Ria Formosa que até há poucos anos era vista como um “pântano” junto da cidade, sem valor de maior, onde eram debitados sem qualquer tipo de tratamento os esgotos domésticos e industriais e onde eram depositados lixos e entulhos diversos. Os slides mostrados evidenciaram de uma forma muito clara esta realidade.

Foi também relembrado que foi precisamente há cerca de 30/40 anos que começaram a florescer na cidade um conjunto de edifícios totalmente desfasados da malha urbana e que rapidamente promoveram uma descarac-terização profunda do traço urbano e arquitectónico de Faro.

Como fruto desta política de ordenamento do territó-rio altamente permissiva, Faro aos poucos, foi-se tor-nando “standarizada”, quer ao nível arquitectónico, quer ao nível do comércio com o surgimento dos Cen-tros Comerciais e das grandes lojas internacionais e mais recentemente com as lojas chinesas que promo-vem uma concorrência desleal que “matam” o já débil comércio local.

Como fruto desta política de ordenamento do território alta-mente permissiva, Faro aos pou-

cos, foi-se tornando “standarizada”

Por outro lado, a especulação imobiliária foram aos poucos empurrando os jovens casais e as franjas mais jovens da sociedade para a periferia da cidade, onde a oferta de apartamentos a preços mais acessíveis são uma realidade. Assim, o centro da cidade começa a envelhecer e a desertificar-se e a transformar-se numa “cidade fantasma”, onde impera a insegurança, o aban-dono e a degradação de centenas de edifícios. Para ten-tar inverter este fenómeno também denominado “Efeito Donut” será necessário investir milhões de Euros, despesa essa que não seria necessária se houves-se no seu devido tempo um planeamento urbanístico bem pensado e sobretudo bem aplicado.

Tal como se pode observar nos slides exibidos, Faro há quase 40 anos e apesar de ter praticamente metade da população que tem hoje, tinha uma baixa, dinâmica, ale-gre e “cheia” de pessoas, coisa que não acontece

actualmente. Para alem dos problemas identificados, os participantes no debate também referiram a falta de

FARO 1540 comemorou o seu 1º Aniversário recordando

Faro nos anos 70

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adaptação do comércio local ao novo ritmo de vida, sendo premente a existência de novos horários de fun-cionamento das lojas, restaurantes e cafés e pela exis-tência de uma estratégia de marketing mais apelativa e agressiva.

Sobre esta matéria, Carlos do Carmo fez questão de refer que visto que a população de Faro tem aumentado nas ultimas décadas não parece estranho que pudesse haver um centro comercial em Faro de muito menores dimensões do que o actual FORUM, para que não exis-tisse uma concorrência desmedida em relação ao pequeno logista da baixa farense. Relembrou, que existiu

há dez anos atrás o FAROSHOPPING que sucumbiu face a uma tal concorrência imposta por este Gigante Comercial que é o FORUM, era um centro comercial formado por pequenos comerciantes que geravam emprego e riqueza local e que devido às suas pequenas dimensões e ao crescimento da população poderia coe-xistir com o comércio na cidade, sem o agredir com uma tão feroz concorrência.

De acordo com Carlos do Carmo, o pequeno comer-ciante da Baixa para além de dar emprego ao farense

criava na Baixa uma micro-economia, que agora está perdida. Por outro lado a população idosa que aí vive e

vai morrendo como as suas casas, tem medo de sair à rua pois ao final do dia, depois do encerramento dos escritórios e serviços, não se vê literalmente ninguém.

A “FARO 1540” agradece à Sociedade Recreativa Artís-tica Farense que mais uma vez colaborou prontamente com a nossa associação na organização deste evento e a Tiago Botelho que amavelmente cedeu os equipamen-

tos indispensáveis para a projecção dos slides.

Os participantes no debate também referiram a falta de adaptação do

comércio local ao novo ritmo de vida, sendo premente a existência de novos horários de funcionamento das lojas,

restaurantes e cafés.

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