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Em dezembro de 1991 foi criada a Fundação Relictos
de Apoio ao Parque Estadual do Rio Doce e demais
bens naturais da região. E uma das primeiras iniciati-
vas dos seus pioneiros foi o plantio em frente a sua
sede de um ipê-rosa, já que era o único local que não
possuía uma árvore. A maioria dos estabelecimentos
vizinhos possuía oitis que lhes proporcionavam som-
bra e frescor amenizando o clima do local. Com o
tempo, os oitis foram desaparecendo e o espaço se
tornando árido, mas o ipê-rosa timidamente continuou
crescendo, até se tornar também, uma fonte de frescor
e sombra pelas pessoas e veículos.
Mas onde foram parar os oitis? Certamente desapare-
ceram junto com aqueles estabelecimentos comerciais
que se julgavam eternos: boates, restaurantes e outras
lojas seguindo uma lógica equivocada que se instalou
entre muitos moradores de Ipatinga - a de cortar árvo-
res por qualquer motivo “por que atrapalhavam o seu
negócio”...
Setembro/ Outubro 2017 Número 84 Ano 10
P E L O S S E R E S V I V O S , R A R O S , E S C A S S O S , E S P E C I A I S
Boletim Informativo
A ÁRVORE E A FUNDAÇÃO RELICTOS
Hoje o que vemos são muitas ruas com grotescos to-
cos em frente às casas e estabelecimentos comerciais
e com raras árvores cujos moradores ainda possuem
um mínimo de consciência ambiental. Também assim
parte do movimento ambientalista brasileiro: desres-
peitado, desmobilizado e ignorado por órgãos gover-
namentais que puxam a fila das agressões em ações
de total irresponsabilidade.
Mas a árvore da Fundação Relictos está lá: com a sua
sombra cada vez mais procurada para aqueles que
visitam o Centro Comercial do Bairro Bela Vista. Como
aquele ipê-rosa, o ideal dos seus pioneiros permanece
de pé.
“A Terra será o que são seus homens” provérbio aste-
ca
Lélio Costa e Silva
Os Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piranga,
Piracicaba/MG e Santo Antônio estão investindo recursos
da cobrança pelo uso da água na recuperação de nas-
centes, promoção de melhorias no saneamento rural e
redução da geração de sedimentos. Através de ato con-
vocatório promovido pelo IBIO – entidade delegatária e
equiparada às funções de agência de água da Bacia Hi-
drográfica do Rio Doce – foram contratadas duas empre-
sas especializadas na elaboração de diagnósticos e pro-
jetos em imóveis rurais de municípios priorizados, confor-
me critérios de vulnerabilidade ambiental.
A execução conjunta desses
três programas: Controle de
Atividades Geradoras de Sedi-
mentos (P12), Expansão do Sa-
neamento Rural (P42) e Recom-
posição de APPs e Nascentes
(P52) na Bacia do Rio Doce é
chamada de Rio Vivo. Nessa
primeira fase, a expectativa é de
que sejam investidos aproxima-
damente R$ 3,1 milhões, pelo CBH-Piranga; R$ 3,6 mi-
lhões, pelo CBH-Piracicaba e R$ 2,7 milhões pelo CBH-
Santo Antônio.
O contrato foi assinado na última sexta-feira (15), em
Governador Valadares e a cerimônia contou com a pre-
sença do presidente do CBH-Piracicaba, Flamínio Guer-
ra.
Rio Vivo: ações integradas em prol do Rio Doce
A fim de potencializar os resultados ambientais e promo-
ver a utilização eficiente dos recursos da cobrança pelo
uso da água, os Comitês que compõem a Bacia Hidro-
gráfica do Rio Doce optaram por trabalhar, de forma inte-
grada o Rio Vivo, que prevê ações de recuperação de
olhos d’água e de áreas de recarga; promoção do sanea-
mento rural, por meio da implantação de sistemas de
tratamento de esgoto; e redução da geração de sedimen-
tos, através da construção de barraginhas. As interven-
ções serão aliadas a ações de educação ambiental pa-
ra que, além da transformação do meio ambiente, tam-
bém haja mudança de hábitos das comunidades envol-
vidas.
Na Bacia Hidrográfica do Rio Piranga, serão contem-
pladas propriedades rurais nos municípios de Ressa-
quinha, Desterro do Melo, Barra Longa, Ponte Nova,
Oratórios, Amparo do Serra, Piranga, Viçosa, Guaracia-
ba, Presidente Bernardes, Paula Cândido, Cajuri e par-
te do município de Mariana.
Na Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba/MG, participa-
rão das intervenções imóveis rurais dos municípios de
Catas Altas, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Bom Je-
sus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piraci-
caba, João Monlevade, São Domingos do Prata, Bela
Vista de Minas, Nova Era, Itabira, Alvinópolis, Antônio
Dias, Jaguaraçu, Marliéria, Timóteo, Coronel Fabricia-
no, Ipatinga, Santana do Paraíso e parte do município
de Mariana.
Por fim, no território da Bacia do Rio Santo Antônio,
serão contemplados proprietários dos municípios de
Serro, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro,
Dom Joaquim, Morro do Pilar, Senhora do Porto, Itam-
bé do Mato Dentro, Passabém, Carmésia, Dores de
Guanhães, Ferros, Santo Antônio do Rio Abaixo e São
Sebastião do Rio Preto.
Iniciada a implantação do Projeto Rio Vivo
Boletim Informativo
Número 84 Ano 10
Em 1979 as intensas e continuas chuvas que ocorre-
ram na região sudeste causaram inundações, desliza-
mento de encostas, interrupção de rodovias e ferrovias.
Ipatinga não escapou dos efeitos das chuvas que alem
dos prejuízos causados na população e malha urbana
da região afetaram severamente a produção e o es-
coamento da produção de aço.
Diferentemente das reações de nossos órgão públicos
a direção da Usiminas resolveu tomar ações para que
em caso de novos episódios de precipitações anor-
mais a empresa não fosse afetada tão profundamente
como foi. Investimentos de vulto foram alocados nas
áreas urbanas de propriedade da empresa. Foram
construídos terraços, bacias de acumulação, redes de
escoamento de água pluvial. Complementarmente foi
alavancado o Projeto de revegetação das áreas urba-
nas de sua propriedade. Técnicos e uma equipe de
trabalhadores foram contratados, um viveiro para pro-
dução de mudas foi construído. O projeto também foi
vitorioso conseguindo revegetar e transformar em flo-
restas urbanas encostas antes tomadas de capim co-
lonião.
Esse trabalho executado pela Usiminas, somado com
iniciativas do poder publico na construção de praças,
jardins e da arborização de vias publicas levou a cida-
de a poder dizer alto e bom som que Ipatinga é a ci-
dade brasileira com o maior índice de área verde por
habitante : 125 m2.
O tempo passou .... e como dói ver esse patrimônio
publico ser destruído todos os anos pelo fogo crimino-
so, e pelo roubo de madeira.
Sabemos por mais que incêndios deste tipo possam ter
causas naturais, a maioria dos que ocorre atualmente,
acontece por causa da ação descuidada do homem,
cada vez mais comuns:
· Pontas de cigarro atiradas em beiras de estrada;
· incêndios criminosos provocados intencionalmente;
· ataque proposital à floresta, feito por pessoas que pre-
tendem impedir a regeneração natural de um trecho de
mata próximo de sua residência;
· imprudência e descuido de caçadores, mateiros ou
pescadores, com a propagação de pequenas fogueiras,
feitas em acampamentos;
· perda de controle de queimadas, realizadas para
"limpeza";
· causas naturais, como raios, concentração de raios
solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em
forma de lente
Se não tomarmos providencias urgentes em conjunto,
Poder Publico, Empresas, Comunidade, Ipatinga per-
derá o direito de usar esse numero para evidenciar su-
as preocupações ambientais e voltaremos a ter morros
cobertos de colonião no entorno de nossas residên-
cias.
Ipatinga – o maior índice de área verde por habitante até quando?
Por indicação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio
Doce, José Ângelo Paganini, vice-presidente do Comitê
de Bacia Hidrográfica do Piracicaba/MG, tomou posse no
Conselho Curador da Fundação Renova, na última quinta
-feira (19).
“Espero que, com minha experiência de vida profissional
na área de urbanismo e na gestão ambiental, além do
trabalho voluntário em ONGs, conselhos e comitês na
formulação de políticas públicas, possa colaborar com a
Fundação Renova, para a recuperação e revitalização da
importante Bacia Hidrográfica do Rio Doce, degradada e
esquecida. As estruturas de governança existentes preci-
sam se aproximar e trabalhar em conjunto para evitar a
duplicidade de ações e propiciar a racionalização de re-
cursos disponíveis. Conto com a ajuda dos companhei-
ros de conselho e dos empregados da Fundação para
cumprir adequadamente com a minha missão.”
A Fundação Renova
A razão de existir da Fundação Renova vem do rompi-
mento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), no dia
5 de novembro de 2015 uma grande tragédia, que mu-
dou a vida de muita gente em Minas Gerais e no Espírito
Santo.
A Fundação Renova nasceu após a assinatura do Termo
de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) entre
Samarco, com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP
Billiton, e o Governo Federal, os Estados de Minas Ge-
rais e do Espírito Santo, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), a Agência Nacional de Águas
(ANA), o Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Insti-
tuto Estadual de Florestas (IEF), o Instituto Mineiro de
Gestão das Águas (IGAM), a Fundação Estadual de
Meio Ambiente (FEAM), o Instituto Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), o Instituto de
Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo
(IDAF) e a Agência Estadual de Recursos Hídricos
(AGERH).
As frentes de atuação para reparação e compensação
geridas pela Fundação Renova foram divididas em três
eixos temáticos, que agrupam os principais focos de
atuação no processo de recuperação dos impactos
causados pelo rompimento da barragem. Os eixos te-
máticos permitem compreender as inter-relações entre
as ações previstas no Termo de Transação de Ajusta-
mento de Conduta (TTAC).
Pessoas e Comunidades
Identificação e indenização
Educação e cultura
Saúde e bem-estar
Comunidades tradicionais e indígenas
Fomento à economia
Engajamento e diálogo
Terra e Água
Uso do solo
Gestão hídrica
Manejo de rejeito
Biodiversidade
Assistência aos animais
Inovação
Reconstrução e Infraestrutura
Reassentamento
Contenção de rejeito
Tratamento de água e efluentes
Infraestrutura urbana e acessos
Toma Posse no Conselho Curador da Fundação Renova indicado pelo CBH - Doce
Boletim Informativo
Jacaré de papo amarelo - Caiman latirostris
Sua cor é esverdeada, quase pardo, com o ventre ama-
relado, o focinho largo e achatado e pode medir até 3
metros de comprimento. Os jacarés são animais de há-
bitos noturnos e durante o dia formam grupos para to-
mar sol. Alimenta-se de peixes, aves e mamíferos. Seu
período de reprodução é entre janeiro e março, época
das grandes enchentes dos rios e põe entre 30 e 60 o-
vos por ninhada. Pode viver até 50 anos.
Hoje, os jacarés-de-papo-amarelo fazem parte da lista
de animais em extinção do IBAMA. Isso se deve, princi-
palmente, pela destruição de seu habitat e à poluição
dos rios.
A gestação do Jacaré de Papo Amarelo pode variar en-
tre 70 e 90 dias, vindo a nascer em media, 25 filhotes
que irão viver por cerca de 50 anos.
Os filhotes possuem uma cor amarronzada com listras
nas costas e a cabeça tem pontos escuros. Quando
ficam adultos, passam a ter uma cor mais para o verde
-oliva. Depois, quando velhos, aí já ficam quase que
totalmente negros.
Outra curiosidade é que a temperatura da incubação é
que vai determinar o sexo dos filhos:
– Temperatura entre 29° e 31° C – os filhotes serão
todos fêmeas.
– Temperatura de 33° C – os filhotes serão todos ma-
chos.
– Temperatura de 34,5° C – nasceram machos e fê-
meas.
O Jacaré de Papo Amarelo quase sempre sai para
caçar à noite, sendo que durante o dia fica com outros
de sua espécie tomando sol
Relictos do Vale do Aço
Número 84 Ano 10
O Projeto Sementeira, trabalho de educação ambien-
tal foi realizado em 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e
2003 em parceria com a BAHIASUL- CELULOSE,
nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri, Itaba-
tã, Nova Viçosa, Alcobaça e Caravelas na Bahia.
Destinado a professores e alunos de 1ª a 4ª séries.
Público alvo: 31 escolas, 459 professores e 13.179
alunos. Indicado pela FIEB – Federação das Industri-
as do Estado da Bahia, como melhor projeto de 2000
da Bahia para concorrer ao Prêmio CNI – Ecologia,
categoria Educação Ambiental, representando o esta-
do da Bahia.
Relembrando o Passado
de degradação ambiental da bacia.
- Como prova desses compromissos, apresentamos, aqui, as principais ações a serem desenvolvidas du-rante o mandato:
- Implementação e acompanhamento das ações previs-tas no Plano de Aplicação Plurianual - PAP;
- Capacitação e fortalecimento dos membros do comitê e das suas Câmaras Técnicas;
- Articulação com os demais Comitês afluentes da baci-a do Doce para desenvolvimento de ações conjuntas em prol da recuperação e melhoria da qualidade ambi-ental da bacia;
- Aprimoramento dos mecanismos de Cobrança pelo Uso da Água e atualização do Cadastro de Usuários da Bacia;
- Atualização do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce/PIRH, com foco em ações objeti-vas e exequíveis considerando a mudança de cenário provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco;
- Elaboração do Plano de Emergência para o Gerencia-mento da Escassez Hídrica da Bacia;
- Definição e fortalecimento dos fluxos de decisão do CBH Doce;
- Aprimoramento dos processos de acompanhamento do Contrato de Gestão;
Incentivar um maior alinhamento entre os diversos re-presentantes indicados pelo CBH DOCE para repre-sentá-lo nos diversos conselhos, comitês e fóruns.
O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce - CBH Doce renovou seus membros e elegeu nova diretoria para o mandato 2017/2021. A Chapa Revitalização do CBH Do-ce, vencedora da eleição, foi formada através da esco-lha livre e consensual dos diversos setores que com-põem a Bacia com base na participação, interesse e co-nhecimento sobre gestão de recursos hídricos. Seus componentes representam comitês de bacias afluentes de Minas Gerais e Espírito Santo. A chapa vencedora é composta pelos seguintes membros:
Presidente: Luciane Teixeira Martins Instituição: Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Doce - ARDOCE Seguimento: Sociedade Civil / MG
1º Vice-presidente: Flamínio Guerra Guimarães Instituição: Prefeitura Municipal de Nova Era Seguimento: Poder Público / MG
2º Vice-presidente: Dolores Fátima Colle Instituição Prefeitura Municipal de Sooretama Seguimento: Poder Público / ES
Secretário: João Lages Neto Instituição: FIBRIA Seguimento: Usuários / ES
Secretário – adjunto: Hernani Ciro Santana Instituição: Fundação Percival Farquhar - UNIVALE Seguimento: Sociedade Civil / MG
2º Secretário-adjunto: Rander Abrão Tostes Instituição: Cemig Geração e Transmissão S. A. Seguimento: Usuários / MG
A chapa propôs realizar com o apoio dos demais mem-bros do comitê uma mudança significativa na gestão do comitê, para que dessa forma sua gestão poder contribu-ir para a evolução e melhoria do sistema de gerencia-mento dos recursos hídricos da bacia e tornando-o mere-cedor do respeito e reconhecimento dos demais órgãos, entidades e comitês que compõem o sistema nacional de recursos hídricos.
Os principais objetivos para o mandato propostos pela Chapa Revitalização do CBH Doce foram:
- Promover a transparência, eficiência e eficácia na apli-cação dos recursos oriundos da cobrança pelo uso da água na bacia.
- Promover o fortalecimento e o reconhecimento social do CBH Doce através de ações de Inclusão, Comunica-ção e Mobilização;
- Implementar com responsabilidade e parcimônia as ações previstas no Plano de Aplicação Plurianual aprova-do pelo Comitê, de forma a promover a melhoria da qua-lidade e quantidade de água na bacia.
- Aprimorar os instrumentos de gestão implantados na bacia com foco na situação atual de escassez hídrica e
Pelos seres vivos raros, escassos especiais
CONTATO:
Tel: 31- 3823 4782
Email: [email protected]
O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce elege Diretoria