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RIO DE JANEIRO Stefano Figalo / Brasil de Fato Ano 3 | edição 137 23 a 25 de novembro de 2015 distribuição gratuita Facebook Dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) comprovaram mais uma vantagem concedida pelo governo do Estado aos empresários de ôni- bus do Rio de Janeiro. Nos últimos cinco anos, os donos das empresas se apropriaram dos crédi- tos que expiraram do Bilhete Único. A legislação aponta que os créditos expiram após um ano, mas não define com quem deve ficar o dinheiro. Divulgação Opinião | pág.12 Cultura | pág.11 O dia em que Moisés abriu o mar na Sapucaí Remuneração do dia de descanso Colunista lembra samba- enredo da Mangueira Saiba mais detalhes na coluna sobre direitos trabalhistas Reprodução Esportes | pág. 15 Dunga vai cair? É enorme a diferença técnica entre Dunga e treinadores de outras seleções Desastre ambiental em Mariana ESPECIAL MINAS GERAIS págs. 7 a 10 Antonio Cruz / Agência Brasil Bilhete Único: Fetranspor embolsa R$ 90 milhões Cidades l págs. 4 e 5

Brasil de Fato RJ - 137

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RIO DE JANEIRO

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Ano 3 | edição 137

23 a 25 de novembro de 2015 distribuição gratuita

Facebook

Dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) comprovaram mais uma vantagem concedida pelo governo do Estado aos empresários de ôni-bus do Rio de Janeiro. Nos últimos cinco anos, os

donos das empresas se apropriaram dos crédi-tos que expiraram do Bilhete Único. A legislação aponta que os créditos expiram após um ano, mas não define com quem deve ficar o dinheiro.

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Opinião | pág.12

Cultura | pág.11

O dia em que Moisés abriu o mar na Sapucaí

Remuneração do dia de descanso

Colunista lembra samba-enredo da Mangueira

Saiba mais detalhes na coluna sobre direitos

trabalhistasRe

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ução

Esportes | pág. 15

Dunga vai cair?É enorme a diferença técnica entre Dunga e treinadores de outras seleções

Desastre ambiental em MarianaESPECIAL MINAS GERAIS

págs. 7 a 10

Antonio Cruz / Agência Brasil

Bilhete Único: Fetranspor embolsa R$ 90 milhões

Cidades l págs. 4 e 5

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EDITORIAL

Segunda-feira, 23 de novembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F27Pancada de chuva

com trovoada

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

A razão de tudo isso que está ocorrendo principalmente nos Estados Unidos e Europa não é uma ação e sim uma reação

Ninguém em sã consciência pode deixar de condenar as atrocidades cometidas contra civis inocentes. Muito menos deixar de ser solidários com os familiares dessas vítimas dos brutais ataques ocorridos re-centemente em Paris.

Tiros, bombas, guerras, ata-ques a lanchonetes, a está-dios, a shows de rock, a avi-ões, a hospitais, a creches, a casa e apartamentos resul-tam em milhares de mortos, civis mortos, crianças mor-tas, refugiados, um show de horrores mostrados diaria-mente pelos noticiários.

Diante disso é difícil, mas é preciso perguntar: por quê? Qual a origem de tudo isso? Quem ganha com isso?

Podemos enumerar uma série de hipóteses recorrentes no senso comum e a primeira delas é a existência de terroris-tas e fanáticos religiosos. Por-tanto, é questão de religião, são os muçulmanos. Alguns diriam até que o problema são os imigrantes. Mas, por incrí-vel que possa parecer, a razão de tudo isso que está ocorren-do, principalmente nos Esta-dos Unidos e Europa, não é uma ação e sim uma reação.

DISPUTA DAS GRANDES POTÊNCIASÉ uma reação à disputa des-sas grandes potências mun-diais por território e princi-palmente se for rico em fonte de energia, leia-se: petróleo e gás. Para tanto, estabelecem

Tiros e bombas em Paris

suas empresas nesses territó-rios e se não houver abertura para tal, fazem guerra, inva-dem, saqueiam, matam, des-troem sem dó nem piedade. Assim é a sanha do capital.

Na Síria já são mais de 240 mil mortos, entre estes, mais de 12 mil crianças. Repeti-mos: 12 mil crianças. No Ira-que, mais de 600 mil pessoas foram mortas após a invasão dos Estados Unidos e seus aliados. E se formos soman-do as vitimas do Afeganis-

tão, da Líbia, do Líbano, Pa-lestina...enfim, são milhões

de mortos e outros tantos milhões de refugiados, ex-pulsos de suas terras e mora-dias vagando a esmo ou em acampamentos insalubres e sem esperanças.

MAIS BOMBASE o que vemos como respos-tas dos governos da França e Estados Unidos? Mais bom-bas na Síria, de tal forma que os tiros e bombas em Paris não passarão de bombinhas de São João.

2 | Opinião Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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5 milhões de dólares em seu nome foram divulgadas pelo Ministério Público da Suíça.

Além disso, Cunha conduz diversos projetos no Con-gresso Nacional que re-tiram direitos da classe trabalhadora como um todo, e em particular das mulheres, da juventu-de e da comunidade LGBT. “Não adianta só falar mal. Não adianta resmungar para os amigos. Se que-

EBC Memória

EBC Memória

Pnad: desemprego aumentou

O desemprego cresceu em 2014, conforme apon-tam os resultados da Pes-quisa Nacional por Amos-tra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE. A ta-xa média de desemprego subiu de 8,5%, no ano an-terior, para 8,8%, embora esteja abaixo da registrada dez anos antes (11,7%).

O número de desem-pregados foi estimado em 7,254 milhões, um cresci-mento de 9,3% em relação ao ano anterior. A maior alta, de 15,8%, foi na re-gião Sudeste, onde o total foi calculado em 3,349 mi-lhões. No Nordeste, a alta foi de 5,2%, para 2,189 mi-lhões. O Sul concentra 655 mil desempregados (au-mento de 3,5%), o Norte tem 608 mil (4,4%) e o Cen-tro-Oeste, 453 mil (0,9%). O desemprego cresceu pe-lo maior número de pes-soas no mercado, já que o número de vagas também aumentou, embora em rit-mo insuficiente para ab-sorver a mão de obra.

SINDICALpor Claudia Santiago

Divulgação

Divulgação/ Levante Popular

da Juventude

Rovena Rosa

Eduardo Cunha será alvo de protestos nesta segunda

Nesta segunda-feira (23), novas manifestações con-tra o deputado federal Edu-ardo Cunha (PMDB-RJ) de-vem acontecer em todo o pa-ís. Os ativistas pedem a saída de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido na CPI da Petrobrás. O depu-tado negou ter contas bancá-rias em outros países. Porém, contas secretas com saldo de

Os estudantes de São Paulo já ocuparam mais de 60 escolas contra o projeto de “reorganização” do ensi-no proposto pelo governa-dor Geraldo Alckmin (PS-DB). Os estudantes criticam a previsão de fechamento de quase 100 escolas.

O diretor de operações e infraestrutura da Samarco, Kleber Terra, disse que “não é o caso de pedir des-culpas à população de Ma-riana” em função do desas-tre ambiental causado pelo rompimento da barragem do Fundão.

mandoumal

mandoubem

SEGURANÇAO indicador de mortes violentas nas 38 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio aumentou 55,3% no primeiro semestre de 2015 na comparação com o mesmo período de 2014. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP).

FRASE DA SEMANA

disse Vladimir Putin, presidente da Rússia. Ele anunciou aproximação com o governo de François Hollande para combater o Estado Islâmico.

“É necessário trabalhar com os franceses como aliados”,

remos tirar Eduardo Cunha do Congresso, temos que ir para as ruas”, aponta convo-catória na internet.

Geral | 3Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

O transporte no Rio de Ja-neiro é um problema. Ao me-nos para todos os entrevista-dos que o Brasil de Fato ou-viu em pontos de ônibus de diferentes lugares da cidade. Cidadãos insatisfeitos com a falta de qualidade no servi-ço e que questionam o valor cobrado por suas tarifas. “A qualidade é péssima e paga-mos muito caro. Pagar todos os dias R$ 3,40 por uma pas-sagem de ônibus é um absur-do. Eles deveriam ter vergo-nha de cobrar um valor como esse”, conta a manicure Lucie-ne Almeida, de 28 anos.

Outros passageiros, além de questionarem o valor do trans-porte, também reclamam da pouca oferta de ônibus. O au-xiliar de escritório Diego Leite, de 25 anos, mora em São Gon-çalo, estuda em Niterói e tra-balha no Rio de Janeiro. Além da maratona que tem que fa-zer todos os dias em três cida-des diferentes, ele lembra que se perder o último ônibus, é penalizado. “Quando saio da faculdade em Niterói, se eu não pegar o ônibus que pas-sa às 22h20 que vai para São Gonçalo, tenho que pegar ou-tro que me deixa longe de ca-sa”, protesta o jovem.

SEGREGAÇÃOOutro fato que também tem desagradado a população é o corte de linhas que vão pa-ra a zona sul do Rio de Janei-ro. Justificado como a solu-ção para diminuir a sobre-

O caos no transporte

Paula Bidarra critica o corte de linhas de ônibus para a zona sul

Para Luciene Almeida, R$ 3,40 é muito caro para a baixa qualidade

Usuários reclamam de problemas encontrados na hora de se locomover

Diego Leite se locomove em três cidades diferentes

todos os dias

posição das linhas naque-la região, o acesso às praias e ao trabalho ficou mais com-plicado para moradores das zonas norte e oeste. A enge-nheira civil Paula Bidarra, de 27 anos, é moradora do bair-ro de Copacabana.

“Para quem mora em bair-ros como Campo Grande, San-ta Cruz, complicou. É uma se-gregação. Você pega um pro-

blema de segurança pública e transforma em um problema de mobilidade urbana”, critica.

DUPLA FUNÇÃOO sistema de transporte não recebe críticas apenas de usu-ários, mas também daque-les que trabalham. José (no-me fictício) é motorista há cin-co anos. Entrou na empresa como cobrador, na época em que essa profissão era comum nos ônibus do Rio. Para ele, a sobrecarga de trabalho, já que acumula a função de motoris-ta e cobrador, é um erro.

“Quando entrei ainda não tinha dupla função. É mui-to ruim a situação que esta-mos, pois é muito compli-cado dar conta de duas fun-ções ao mesmo tempo. Is-so pode prejudicar a viagem e até causar algum acidente, já que temos que desviar o olhar do trânsito para passar o troco”, critica o motorista.

Para quem mora em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, complicou. É uma segregação

Paula Bidarra, engenheira civil

Fotos Stefano Figalo / Brasil de Fato

4 | Cidades Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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do Rio de Janeiro (RJ)

Os empresários de ônibus do Rio de Janeiro podem ter lucrado mais do que deve-riam. Isso porque, após um ano de abastecido, os crédi-tos restantes do Bilhete Único são expirados e o usuário não pode mais utilizar. E para on-de vai esse dinheiro restante? Para as próprias empresas de ônibus, segundo apontou o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Somente na operação das linhas intermunicipais, as empresas em cinco anos se apropriaram de R$ 90 mi-lhões em créditos que expira-ram dos cartões dos usuários.

Os dados foram apresen-tados pela Federação de Em-

Fotos Stefano Figalo / Brasil de Fato

Empresas de transportes se apropriaram de dinheiro indevidoReportagem aponta levantamento feito pelo TCU sobre irregularidades no bilhete único

presas de Transporte (Fe-transpor) e pela Riocard ao TCE. Porém, os números não foram passados de forma vo-luntária. Somente após serem obrigadas pela justiça, sob pe-na de multa diária de R$ 5 mi-lhões, as empresas fornece-ram a informação. Os núme-ros se referem a 62 empresas, que são responsáveis por 660 linhas de ônibus e o TCE vai investigar ainda se o número é maior do que o apresenta-do. A denúncia veio à tona em matéria publicada pelo jornal O Globo na semana passada.

BILHETE ÚNICONo início do ano, a audito-ria do TCE já havia aponta-do uma séria irregularidade no sistema de bilhete único intermunicipal gerido pelas empresas privadas. O cadas-tro de crianças de cinco anos, que não pagam passagens, a falta de prestação de infor-mações básicas aos usuários e a falta de controle no uso

dos CPFs dos usuários foram algumas das denúncias apre-sentadas. No sistema de bi-lhete único, o cidadão paga a primeira passagem e a se-gunda é subsidiada pelo go-verno. Ou seja, a segunda ta-rifa não é paga diretamente pelo usuário, mas é custeada com dinheiro público.

Nos últimos cinco anos, o governo do estado repassou R$ 2,3 bilhões para as empre-sas de transporte, sendo 1,8 bilhão para empresas de ôni-bus. Os dados foram passa-dos pelo Secretaria Estadu-al de Transportes (Setrans)

a pedido do deputado esta-dual Eliomar Coelho (Psol). A investigação do TCE apon-tou que o Departamento Es-tadual de Transportes Rodo-viários (Detro) não tem es-trutura suficiente para exa-minar os dados relativos ao pagamento da segunda pas-sagem com dinheiro públi-co. “Cada vez mais fica cla-ro que o governador e o se-cretário de transportes atu-am como advogados de de-fesa dos empresários de ôni-bus e dos outros modais”, de-nuncia Eliomar.

TRÊS PASSAGENSO Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) quer que o Bilhete Único inclua uma terceira passagem sem acréscimo para o passagei-ro. Isso porque com as mu-danças de linhas na zona sul do Rio, usuários estão recla-mando que estão tendo que pagar uma passagem a mais devido ao tempo de integra-

Somente sob pena de multa diária de R$ 5 milhões, as empresas forneceram a informação

ção que não é o suficiente. O MP-RJ enviou um pedido à Justiça para que obrigue à prefeitura a cumprir a solici-tação, que inclui também a exigência de que as mudan-ças e cortes de linhas para a zona sul sejam suspensos.

ESTADO RESPONDEQuestionado pela reporta-gem do Brasil de Fato sobre as irregularidades apontadas pelo TCE, e que ainda pas-sarão por votação do plenário da casa para seguir o proces-so, a Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) infor-mou que solicitou à Riocard informações sobre os saldos expirados, mas a empresa se negou a responder ao órgão público. A Setrans alertou ain-da que diante da negativa da Riocard, a secretaria “acionou a Procuradoria Geral do Esta-do (PGE) para que as provi-dências judiciais cabíveis se-jam tomadas no sentido de resolver a questão”. (AV)

Na operação das linhas intermunicipais, as empresas em cinco anos se apropriaram de R$ 90 milhões em créditos que expiraram dos cartões dos usuários

Cidades | 5Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Brasil de Fato – Como fun-cionava seu trabalho como agente da CIA? Raul Capote - Cuba sempre teve esse tipo de missão, que é fundamental, para poder pre-ver o que os Estados Unidos estão planejando. Essa é a úni-ca maneira de um país peque-no, com poucos recursos mili-tares e diante de grande potên-cia, saber o que o inimigo pla-neja. É importante ter conhe-cimento desses planos para prevenir e denunciá-los publi-camente. Eu era um agente da CIA para a guerra cultural con-tra Cuba. Essa guerra é pouco conhecida e acontece mais na esfera da ideologia e da cultu-ra. Eu trabalhava com a juven-tude, principalmente dentro das universidades, especial-mente na Faculdade de Peda-gogia de Havana, que é onde formamos professores.

Quando você começou a ser procurado pelos funcioná-rios do governo dos EUA?Foi em 1986, quando eu era líder de um movimento de jovens artistas na universi-dade. A primeira vez que os norte-americanos se apro-ximaram foi com a propos-ta de financiar projetos cul-turais. Depois disso, funcio-nários da inteligência cuba-na vieram falar comigo, pois aquelas pessoas não eram professores, mas sim agen-tes da CIA. E foi aí que co-meçamos um trabalho, um processo muito cuidadoso.

Ex-agente duplo denuncia guerra cultural dos EUA contra CubaEx–agente duplo do governo de Cuba e da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, sigla em inglês), Raul Capote passou anos em uma operação secreta do governo cubano. Todas as informações sobre as operações da CIA eram repassadas ao serviço de segurança de Cuba. Como agente da CIA, Capote participava da “guerra cultural” contra a Revolução Cubana. Professor da Universidade de Havana, ele veio ao Brasil participar de um evento literário, e concedeu uma entrevista ao Brasil de Fato.

Quando eles se identifica-ram como agentes da CIA?A primeira vez que disse-ram abertamente que eram da inteligência do governo americano foi em 1994. Nes-sa época eles já haviam me convertido no dirigente do sindicato dos trabalhadores da cultura e liderava cerca de 40 mil trabalhadores.

Que tipo de ações eram feitas contra o governo cubano?Eram projetos culturais, jun-to aos jovens artistas, a fim de estimular ações que levassem a uma mudança política. Is-so a partir de 2004 vai subindo de nível. Até que no final des-se ano me propõem entrar pa-ra a CIA, já como agente ofi-cial. Depois disso, passei por

treinamentos e testes. Em du-as ocasiões passei na “prova do polígrafo” (uma espécie de detector de mentiras), fui en-trevistado por oficiais da CIA e uma série de psicólogos.

Quando você se tornou ofi-cialmente um agente da CIA?A partir de 2005, até 2011, quando saí em programa de TV cubano denunciando os planos da CIA e o que estavam preparando contra Cuba .

E por que o governo cubano decidiu revelar sua identi-dade de agente duplo?No ano de 2011 se decide tra-zer a público essa operação porque a situação pela qual o

país estava passando era bem grave. Havia ameaças reais contra Cuba. E eu era um es-pecialista em golpes suaves (com o objetivo de desestabili-zação) e sabia de toda a estra-tégia que se usa nesses casos.

Depois de sua revelação, a CIA voltou a procurar você?Funcionários do governo dos EUA ofereceram uma grande quantidade de dinheiro, uma cifra impressionante, para eu fugir para os EUA. Queriam que eu fizesse uma denún-cia pública contra Cuba, falar que tudo o que tinha dito era uma mentira.

O que mudou na sua vida depois disso?O carinho das pessoas, do po-vo cubano. Mas, minha vida continua igual, continuo dan-do aula, tendo meu salário de professor. Nunca fiquei com o dinheiro dos americanos, tu-do era repassado ao governo cubano. Também não recebi dinheiro do governo cubano. É isso que os americanos não podem entender, que fiz isso por patriotismo, pelo meu pa-ís. Até hoje acreditam que os denunciei porque não me ofe-receram dinheiro suficiente.

Estados Unidos ofereceram uma grande quantidade de dinheiro para eu fazer uma denúncia pública contra Cuba

Vitor Vogel / Brasil de Fato

Raul Capote, ex-agente da inteligência cubana

6 | Mundo Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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NA CADÊNCIA | Diogo CoelhoAGENDA DA SEMANA

O quê: Documentário explora trajetória da orquestra cubana Buena Vista Social Club, com depoimentos dos próprios músicos e momentos antológicos de apresentações. Onde: Sala de Cultura da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quinta (26), 20h. Quanto: 0800

O quê: Show traz aventura musical entre a África e o Brasil, com o músico senegalês Zal Sissokho e os mineiros Marcus Viana e Sérgio Pererê. Onde: Teatro Sesc Ginástico – Av. Graça Aranha, 187, Centro.Quando: Quarta (25), 19h. Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).

O quê: Exposição reúne 11 pinturas nas quais o artista Victor Arruda trabalha psicanálise, abordando sexo e ideias de Freud.Onde: Galeria Artur Fidalgo – Rua Siqueira Campos, 143, Copacabana.Quando: De segunda a sexta, de 10h às 19h. Até 11/12.Quanto: 0800.

O quê: Músicas, coreografias e situações cômicas inspiradas no universo pop chegam aos palcos em um espetáculo/cabaré dinâmico.Onde: Sede das Cias – Rua Manuel Carneiro, 12, Escadaria Selarón, Lapa.Quando: Sábados, 20h. Até 30/11.Quanto: R$ 20 (R$ 10 meia).

Pop – 15 minutos de fama

Dentro de Casa

Trans

Buena Vista Social ClubUnidos de

Vila Isabel

Famalé

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SUGESTÕES:[email protected]

O quê: Escola Unidos de Vila Isabel deu início aos ensaios de rua, com a presença de todos os componentes e segmentos da agremiação. Onde: Boulevard 28 de Setembro, Praça Barão de Drumond, Vila Isabel.Quando: Quartas e domingos, às 20h. Até 03/02.Quanto: 0800

O quê: Filme conta história de professor que descobre um estilo diferente de escrever a partir da redação de um adolescente, o que dá início a um jogo de sedução.Onde: Anfiteatro Gustavo Dutra da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quarta (25), 19h.Quanto: 0800

Moisés surgia levitando no desfile da Man-gueira. Truque levantou o pú-blico na Sapucaí

A cena de Moisés abrin-do o Mar Vermelho na no-vela “Os Dez Mandamen-tos”, da TV Record, te-ve grande repercussão. O que muita gente não lem-bra é que, no desfile da Mangueira no carnaval de 2003, Moisés não apenas abriu o Mar Vermelho, co-mo levitou do carro abre--alas para falar com Deus.

Naquele ano, a Verde e Rosa levou para a aveni-da um enredo contando a história de Moisés e da li-bertação do povo hebreu. O samba-enredo, entoado pelo inesquecível Jamelão, tinha um refrão fortíssi-mo, com os versos “Quem plantar a paz / Vai colher amor / Um grito forte de li-berdade / Na Estação Pri-meira ecoou”.

MAGO DAS CORESA escola havia sido campeã no ano anterior, e tentava um bicampeonato que não vinha desde 1987. Assim co-mo no título de 2002, Max Lopes, o mago das cores, era o carnavalesco. E preparou uma surpresa em uma das alas coreografadas, com 500 componentes: em determi-nados momentos do desfile, a ala – com fantasias que si-mulavam ondas do mar – se

O dia em que Moisés abriu o Mar Vermelho na Sapucaí

abria, com metade dos com-ponentes para cada lado, e surgia Moisés atravessando a ala no espaço deixado entre as duas metades.

TRUQUEE essa não foi a única sur-presa: na comissão de fren-te, coreografada por Car-linhos de Jesus, em deter-minado momento da apre-sentação para os jurados, o coreógrafo, fantasiado de Moisés, surgia levitando do carro abre-alas, represen-tando a fala do profeta com Deus, em um truque de ilu-sionismo preparado e en-saiado por Issao Imamura. O truque levantou o públi-co na Sapucaí.

Apesar do belo desfile e do samba empolgante, a Man-gueira não conseguiu supe-rar o desempenho arreba-tador da Beija-Flor naquele ano, e teve que se contentar com o vice-campeonato.

Divulgação

Apesar do belo desfile, Mangueira não conseguiu superar a Beija-Flor

Cultura | 11Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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O Descanso Semanal Re-munerado (DSR) é o direito a um dia (24h) de descanso por semana e no qual o em-pregado, embora não traba-lhe, tem direito ao salário.

Quando nasceu esse di-reito com a CLT, ele era ape-nas de “descanso semanal”, sem a previsão de paga-mento da remuneração. Os patrões descontavam dos salários o valor correspon-dente ao número de dias de folga que houve no mês, em regra os domingos.

Somente com a Lei n. 605/1949, de três anos de-pois da CLT, é que se incluiu o “remunerado” no direi-to ao “descanso semanal”. Bastava que os empregado-res deixassem de descon-tar, o que se passou a fazer. Assim, quem recebe salário por mês já tem os DSRs pa-gos no salário-base.

Quando ocorre o prolon-gamento extraordinário da jornada, todavia, a coisa é

diferente. Pois no salário--base não estarão incluídas as horas extras, que são pa-gas à parte. Assim, esse pa-

Saiba sobre o descanso semanal remunerado

gamento a mais deve refle-tir nos DSRs. Ou seja, to-da vez que o empregado fi-zer horas extras, deve vir no seu demonstrativo de paga-mento salarial uma rubri-ca específica intitulada “re-flexos de horas extras em DSR”. Fique atento.

Thiago Barison é advogado

NOSSOS DIREITOS | Thiago Barison

Quando nasceu esse direito com a CLT, ele era apenas de “des-canso semanal”, sem a previsão de pagamento da remuneração

12 | Opinião

A população prisional fe-minina no Brasil cresceu alar-mantes 567% nos últimos 15 anos, chegando a 37.380 mu-lheres presas em todo o pa-ís, segundo dados divulga-dos recentemente pelo Sis-tema Nacional de Informa-ções Penitenciárias do Minis-tério da Justiça. Essas mulhe-res são, sobretudo, negras, jo-vens, com pouca escolarida-de e mães. Quase 70% dessas prisões decorrem de ativida-des enquadradas como tráfi-co de drogas.

Além disso, três em cada 10 mulheres estão presas pro-visoriamente, sem condena-ção. A quantidade de presas sem sentença chegou ao as-sustador percentual de 99% em Sergipe, em 2014.

Os números são alarman-tes e demonstram o viés en-carcerador de nosso sistema. Ou, como diz a máxima, “o Brasil prende muito e prende mal”. Pessoas que cometeram crimes não violentos acabam encarceradas.

As penas restritivas de di-reitos foram inseridas no sis-tema penal brasileiro como alternativas à prisão (limita-ção de final de semana, mul-ta, prestação de serviços à co-munidade, prestação pecu-niária etc.) para os crimes de menor potencial ofensivo.

Mas, muitas vezes, deixam de ser aplicadas pelo poder ju-diciário sem motivo concreto, sob a justificativa da necessi-dade de acalmar a “sensação de impunidade” inflamada pela mídia nacional. A restri-

A tragédia do encarceramento feminino

ção da liberdade não pode ser aplicada de forma irrestrita.

O contato dessas mulhe-

res com seus filhos também é drasticamente rompido no momento da prisão. Em ge-ral, não há creches, berçá-rios, centros de aleitamento ou dormitórios para gestan-tes nas unidades prisionais.

Os locais de encarceramen-to feminino são espaços de

permanente violação de di-reitos humanos. A estrutu-ra das unidades prisionais, as condições de higiene, saúde, alimentação, estudo e traba-lho são, em geral, deploráveis.

Das mais de 1.400 unidades prisionais no Brasil, apenas 7% são exclusivamente femininas, sendo 75% masculinas e 17% mistas. Mesmo as que abrigam apenas mulheres são precárias.

O lamentável diagnóstico está colocado. Acreditamos que existem reais condições de superarmos o vergonho-so estado de coisas em que se encontram as mulheres presas em nosso país. Não podemos esperar mais.

Paulo Pimenta é deputado federal (PT-RS)

Os números são alarmantes e de-monstram o viés encarcerador de nosso sistema

Paulo Pimenta

Divulgação

Trabalhadores têm direito

a um dia de descanso

por semana remunerado

Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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Macarrão à carbonaraBOA E BARATA

Ingredientes• Bacon picado a gosto

• Queijo ralado a gosto

• 3 ovos

• Sal, pimenta

• Macarrão de sua escolha (espaguete, fusili, etc.)

• Creme de leite, se quiser dar um toque diferente à receita

Modo de preparo Frite bem o bacon, até ficar

crocante. Pode-se adicionar sa-lame picado. Em seguida, colo-que o macarrão para cozinhar em água e sal. No refratário on-de será servido o macarrão, ba-ta bem os ovos crus com um gar-fo. Depois, tempere com sal e pi-menta a gosto. Junte também o queijo ralado, na quantidade que desejar. Quando o macarrão estiver pronto, escorra e colo-que-o, bem quente, sobre a mis-tura de ovos. Misture bem, en-quanto o calor da massa cozinha os ovos. Coloque o molho de ba-con e creme de leite, ainda quen-te, sobre o macarrão e sirva.

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Amiga, existe risco de fazer depilação a laser? Por que nós mulheres somos tão pressionadas a ter a pele lisa e os homens não?

Bárbara Esteves, 18 anos, estudante.

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected] / [email protected]

Tempo de preparo15 minutos

Rendimento6 porções

Cara Bárbara, existe risco na depilação a laser sim. O principal deles é provo-car queimaduras na pele. O laser age queimando a raiz do pelo. Ele é atraído pela melanina, portanto quanto mais escura a pele, maior o risco.  O laser pode provocar manchas e ou-tras complicações relacio-nadas às lesões.    A socie-dade pressiona as mulhe-res para que fiquem sem-pre bonitas, custe o que custar. Isso é resultado do machismo, que vai mu-dando ao longo dos anos e se adaptando à moderni-dade, mas ainda continua presente e forte. Além da pele lisa, o padrão de be-

leza imposto às mulheres inclui cabelos lisos, ma-greza, seios grandes, etc. Precisamos nos organizar e dizer não a tanta imposi-ção. Ver a beleza que existe em cada mulher a seu mo-do, na diversidade natural. Cada uma deve ser e fazer somente aquilo que lhe dá prazer e faz feliz!

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

Variedades | 13Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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14 | Variedades

Cheia 25/11

Minguante 3/12

Nova 11/12

Crescente Até 24/11

FASES DA LUA

Sua vida econômica poderá encontrar equilíbrio. Com respeito superam-se todas as diferenças.

Desabafe com pessoas que realmente são amigas e não com aquelas que são apenas conhecidas.

Diga à pessoa amada o que vai no seu coração, sua relação vai melhorar. Cuidado com a alimentação.

Tudo estará em plena harmonia. Escolha para si uma forma de vida serena. Estará em plena forma.

Não dê ouvidos às más-línguas, pois só você será prejudicado. Bom período para as finanças.

Período de estabilidade financeira. A sua relação amorosa está precisando de algo novo.

Esteja mais tempo junto da pessoa amada, pois ela precisa de você. Faça um check-up na saúde.

Período tranquilo, sem sobressaltos. Os projetos com sócios estarão favoráveis. Tenha mais iniciativa.

Fale com seu parceiro sobre seus sentimentos. Espere uma fase tranquila para mais disposição.

Deixe os ciúmes e aproveite bem os momentos que tem para estar com a sua cara-metade.

Não deixe que a saudade tome conta do seu coração e vá em busca da pessoa que ama.

Não seja demasiado exigente com a pessoa que está ao seu lado, pois isso poderá prejudicá-lo.

Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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Se o Marco Polo que não viaja cair, Dunga cai junto

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

PretensãoRicardo Cassiano / Prefeitura do Rio

Mat

eus P

erei

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GO

VBA O UFC divulgou as sus-

pensões médicas na últi-ma terça-feira (17) e a ex-campeã dos pesos-galos Ronda Rousey foi afastada pelo período máximo pos-sível. Serão 180 dias longe de atividades físicas.

Sua algoz, Holly Holm, pelo contrário, foi afastada pelo tempo mínimo de se-te dias sem treinamentos.

No entanto, Ronda pode retornar às atividades caso apresente um laudo médico autorizando-a a treinar e lu-tar, além de uma ressonân-cia magnética do crânio.

Como não há uma Co-missão Atlética em Melbou-re (AUS), local da luta, ficou a cargo do próprio UFC os exames pós-luta que deter-minaram as suspensões.

BINÓCULO

O ano acabou para a seleção brasileira. Os próximos jogos do escrete canarinho são em março do ano que vem.

Pode parecer pretensio-so, mas é o momento de um balanço. Até porque o que mais se ouve por aí são boatos de uma possí-vel queda de Dunga.

Encerramos o ano vencen-do o Peru, pelo placar expres-sivo de 3 a 0. Descobrimos ali que é possível contar com Willian para algo mais que ser um “parça” do Neymar. Que Douglas Costa é um joga-dor que faz a diferença. Que o meio-campo do Corinthians é um exemplo a ser seguido.

O Brasil foi melhor no se-gundo tempo porque seu meio-campo, formado por metade do meio-campo do Corinthians, passou a jogar como joga no clube. Renato Augusto não é segundo vo-lante, apesar de quebrar o galho. Deve jogar mais sol-to, como jogou no segundo tempo, revezando com Elias.

Ou seja, Dunga apelou pa-ra a “titebilidade” do meio-campo corinthiano para sair do sufoco que o Peru conse-guiu dar na defesa brasilei-ra em alguns momentos do primeiro tempo.

O jornalista Juca Kfouri, em um programa de TV, co-locou uma questão interes-sante a respeito do cargo de Dunga. O treinador depen-dia muito pouco do resul-tado contra o Peru, seu car-go está vinculado a Del Ne-ro. Se o Marco Polo que não viaja cair, Dunga cai junto.

É bastante razoável esta te-oria. Quem presidir a CBF depois de Del Nero vai que-rer “mostrar serviço” e jogar

Uma reunião entre o Co-mitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e a Fe-deração Internacional de Na-tação (FINA), que engloba os esportes aquáticos, definiu que a primeira fase de com-petições de polo aquático sai de Deodoro e vai para o Par-que Aquático Maria Lenk.

Havia um impasse em tor-

Acordo garante polo aquático no Maria Lenk

CO-Rio 2016 e FINA decidem que primeira fase sai de Deodoro

no dessa questão, pois a FINA divergia da sede de Deodoro por falta de estrutura de trei-namentos para a modalida-de. Seriam necessárias outras quatro piscinas que a Prefei-tura se negava a construir.

A sede em Deodoro surgiu após o veto da organização dos Jogos ao Parque Aquático Júlio Delamare, diante do im-passe entre o governo do esta-do e a concessionária que ad-ministra o Maracanã. Desde o início a FINA se opunha à mudança e agora sai satisfeita com o acordo. (BP)

O Flamengo conseguiu uma importante vitória nos basti-dores para a concretização do projeto da arena multiuso na

Fla consegue aprovação da CET-Rio para ArenaProjeto apresentado há cerca de um ano avança mais um passo

Gávea. O projeto, com 2800 lu-gares, seria bancado por uma rede de fast food e precisava de uma série de autorizações pa-ra se tornar realidade. A pri-meira delas saiu.

A CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio) aprovou sem restrições o pro-jeto. Para que ele se concretize,

Maria Lenk, além do Parque Olímpico, sediará jogos do polo aquático

Alexandre Loureiro Inovafoto /UFC

ainda restam as autorizações da Secretaria do Meio-Ambiente e do Corpo de Bombeiros, além da Secretaria de Urbanismo e, finalmente, da Prefeitura.

No entanto, às vésperas das eleições no clube, os dois can-didatos de oposição, Wallim Vasconcellos e Cacau Cotta, se pronunciaram contra o pro-jeto. Eles argumentam que a arena derrubaria árvores cen-tenárias e alteraria a área so-cial do clube. (BP)

Ronda fica 180 dias suspensa

para a galera. Dunga não tem esse prestígio todo com o po-vo brasileiro, então roda.

Independente de qual a razão, tomara que caia.

É enorme a diferença tá-tica entre Dunga e boa par-te dos treinadores de outras seleções. Ganhamos dos dois últimos colocados, jo-gando em casa, e tivemos al-gum trabalho para vencer.

Nos testes reais, perdemos para o Chile sem ver a bola e empatamos com uma Ar-gentina bem desfalcada.

Na real e na moral, é isso.

Dunga esteve sob pressão durante os últimos jogos da seleção

Esportes | 15Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015

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16 | Esportes

Fluminense se livra do risco

Vaiado, Flamengo empata

Brasileirão 201537a RODADA

Classificação Série A

Paulo Fernandes / Vasco

Nenê marcou e voltou a ser o destaque do Vasco

Antes da rodada, o Fluminense tinha ape-nas 1% de chance de ser rebaixado. Agora, com a vitória por 3 a 1 so-bre o Avaí, no Espíri-to Santo, o Tricolor se-pultou de vez a possibi-lidade de descer, e dei-xou o time catarinense na zona da degola, com gols de Gum, Osvaldo e Fred. O resultado colo-ca o time das Laranjei-ras em 14º lugar, com 46 pontos ganhos. Léo Ga-malho fez o gol do time do Sul.

Pior time do segundo turno do Brasileiro, o Fluminense entrou em campo com certa lenti-dão, mas abriu o placar aos 20 minutos do pri-meiro tempo: Gum su-biu mais alto que a zaga do Avaí e marcou após cobrança de escanteio. Se já estava difícil an-tes, o gol tornou a mis-são do Avaí impossí-vel, tanto que a primei-ra etapa terminou com o Tricolor com o dobro da posse de bola.

O quadro não se al-terou no segundo tem-po e só houve emoção nos últimos 15 minutos. Aos 29, Wellington Sil-va cruzou para Osval-do completar e ampliar. Aos 40, o golaço da noi-te: Fred tabelou, saiu cara a cara com o go-leiro Vagner e tocou por cobertura para marcar o terceiro. Para o Avaí, restou o gol de hon-ra: uma bomba de Léo Gamalho no ângulo de Diego Cavalieri. (LR)

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

1o

2o

3o

4o

5o

6o

7o

8o

9o

10o

11o

12o

13o

14o

15o

16o

17o

18o

19o

20o

P J V SGCorinthians 80 36 24 42Atlético-MG 66 36 20 16Grêmio 62 36 18 17São Paulo 56 36 16 4Internacional 56 36 16 -1Santos 55 36 15 15Sport 53 36 13 12Cruzeiro 52 36 14 8Ponte Preta 51 36 13 3Palmeiras 50 36 14 10Flamengo 49 36 15 -4Atlético-PR 48 36 13 -4Chapecoense 47 36 12 -5Fluminense 46 36 14 -8Coritiba 40 36 10 -13Figueirense 40 36 10 -14Avaí 38 36 10 -23Vasco 37 36 9 -27Goiás 35 36 9 -11Joinville 31 36 7 -17

Sab. 21/11 19:30h

Dom. 22/11 17h

Dom. 22/11 17h

Dom. 22/11 17h

Dom. 22/11 17h

Dom. 22/11 17h

Dom. 22/11 18h

Dom. 22/11 19h30

Dom. 22/11 19h30

Dom. 22/11 19h30

1 X 1

6 X 1

1 X 0

2 X 2

0 X 0

1 X 2

1 X 1

3 X 1

1 X 0

0 X 0

AVA

CAM

CAP

CHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GOI

GREINT

JEC

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

VAS

Vasco vence e segue vivoSituação do Cruzmaltino segue complicada

Sob a batuta de Nenê, o Vasco bateu o Joinville fo-ra de casa por 2 a 1 e, como tem cantado a torcida, mos-trou que há razões para acre-ditar na fuga do rebaixamen-to. Com início avassalador e minutos finais sofridos, o Gigante da Colina rebaixou o clube de Santa Catarina e viu a distância para o primei-ro clube fora da zona do des-censo cair para 3 pontos. O clube precisa vencer os pró-ximos dois jogos e torcer por outros resultados para ficar na Série A.

Com nove minutos, o Vas-co já vencia por 2 a 0. Aos 5, Rafael Vaz mandou para a área após rebote de escan-teio, a zaga do Joinville bateu cabeça e a bola sobrou limpa no pé esquerdo de Nenê, que bateu de chapa para abrir o placar. Aos 9, o time do Rio ampliou com apenas três to-ques: Martin Silva cobrou falta, Jorge Henrique raspou de cabeça e Riascos chutou na saída do goleiro Agenor.

O Joinville, desesperado, tirou um volante e colocou o meia Lucas Crispim ain-

Em jogo de times sem aspirações no campeo-nato, o Flamengo empa-tou com a Ponte Preta por 1 a 1 no último domingo (22), no Mané Garrincha, em Brasília. Havia remo-ta chance de o Rubro-Ne-gro chegar ao G-4, mas a equipe esbarrou no pró-

Leandro Resendedo Rio de Janeiro (RJ)

da aos 19 minutos da primei-ra etapa. Mas o Vasco soube administrar a vantagem, e foi para o intervalo após Nenê finalizar bonito após contra-ataque, aos 33.

No segundo tempo, o ve-terano Marcelinho Paraíba entrou no time da casa, que passou a rondar mais o gol

de Martin Silva. Até que, aos 35, o zagueiro Rafael Dona-to subiu livre após escanteio, diminuiu e pôs fogo no jo-go. Na pequena área, aos 39, Marcelinho Paraíba recebeu na área, demorou a chutar e o Vasco pôde, aliviado, come-morar a vitória e a esperan-ça de permanecer na Série A.

prio desinteresse, e sofreu o empate no segundo tempo após abrir o placar com gol de Gabriel, também na eta-pa final.

A Ponte igualou em mais uma falha flamenguista em jogada pelo alto, com Die-go Oliveira. O atacante, ali-ás, terminou o jogo co-

mo o goleiro da Macaca, após contusão de Marce-lo Lomba. Mesmo assim, o Flamengo, vaiado pe-la torcida, só assustou em falta de Ayrton, aos 52 mi-nutos, mas o “goleiro” ad-versário salvou. O time encara o Atlético-PR no próximo domingo. (LR)

Rio de Janeiro, 23 a 25 de novembro de 2015