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10 BRROOOOARRR! Nessa manhã corria tudo às mil maravilhas. Levantei-me cedo, fresco e bem-disposto como um grilo. Como pequeno-almoço, devorei uma saborosa fatia de bolo, com requeijão e bagas pré-históricas. Antes de sair, ainda gravei algumas lajes de apontamen- tos para dois artigos que tinha de escrever mais tarde, no Diário da Pedra. Aliás, não sei se já sabem, mas eu sou o DIRETOR do mais famoso (até porque é A H , Q U E D E L í C I A !

Brrooooarrr - static.fnac-static.com · Levantei-me cedo, fresco e bem-disposto como um grilo. Como pequeno-almoço, devorei uma saborosa fatia de bolo, com requeijão e bagas pré-históricas

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Brrooooarrr!

Nessa manhã corria tudo às mil maravilhas.

Levantei-me cedo, fresco e bem-disposto como

um grilo. Como pequeno-almoço, devorei

uma saborosa fatiade bolo, com requeijão e

bagas pré-históricas.

Antes de sair, ainda gravei

algumas lajes de apontamen-

tos para dois artigos que tinha de escrever mais

tarde, no Diário da Pedra.

Aliás, não sei se já sabem, mas eu sou o

DIRETOR do mais famoso (até porque é

ah, que delícia!

o único) jornal da PRÉ-HISTÓRIA!Saí da minha caverna e apressei-me a caminho

do meu pensatório no Diário da Pedra.

A manhã estava esplêndida, o céu límpido,

o sol luminoso. Não tinha chovido nem um

único pozinho de meteorito e, quanto a

sacudidelas de terremotos, não houvera

uma sequer!ah, que diaextrarrático!

Brrooooarrr!

Pelo caminho, os roedores da cidade de Pe-drópolis saudaram-me cordialmente,

com grandes sorrisos e entusiasmo pré-históricos!

Até quando cheguei à redação, os meus colegas

estavam todos tão simpáticos e descontraídos

que tornei a pensar…

ah, que dia

extrarrático!

Brrooooarrr!

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Pus-me a gravar com fervor,

aproveitando um momento de ins-

piração.

A meio da manhã, ofereci-me até

uma boa taça da nossa bebida na-

cional, a RAITIRINHA..

E pronto, não tive sequer tempo de pensar pela

centésima vez «que dia extrarrático», quando

um cataclismo inesperado desfez a calma

daquela manhã.

Sem tirar nem pôr, um autêntico furacao!

ah, que di...…

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De pé, fóssilmolengão!

Alguém entrou no meu pensatório como um

tornado, levantando uma nuvem de

pó, entornando a minha raitirinha, lançando

pelos ares a laje que eu estava a gravar,

atirando para o chão com escopro, martelo e

tapa-orelhas que DESPEDA« ARAM a secretária…

Em resumo, foi um verdadeiro DESASTRE!E o pior de tudo é que eu, com a miúfa, não

era capaz de mexer nem um músculo e até os

bigodes me tremiam de medo!

Estava já a improvisar um testamento de urgên-

cia, quando uma voz imperiosa me fez parar.

neeeeeeeeto! AcordA,

De pé, fóssil molengão!

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– DE PE, FoSSIL MoLENGao!Pode saber-se o que estás para aí a fazer todo

pasmado? Uma sestazinha, não é? Ah, és sem-

pre o mesmo mandrião!

Estremeci. Mandrião, eu? Eu sou o Geronimo Stiltonuto, o diretor do Diário da Pedra!

Trabalho todo o dia e todos os dias! E quan-

do não trabalho, penso no trabalho! E quando

durmo, sonho que estou a trabalhar!

Firmei a vista. Quando a enorme nuvem de

pó se dissipou, surgiu a figura maciça e

TONITRUANTE de uma idosa roedora, com os

cabelos cinzentos presos no cimo da cabeça e

uma valente clava nas mãos… Não havia dúvi-

da, era mesmo ela, a avó Torcata!A mais cabeçuda, dinâmica e rija roedora da

pré-história!

Não era um tornado… ERA MUITO PIOR!