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Editora responsável: Anna Paula Franco [email protected] GAZETA DO POVO Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 A imagem do Rocio Mercados municipais concentram exemplos da produção agrícola e de artesanato PáGINA 3 Abandono marca locais onde o imperador Dom Pedro II passou, em 1880 PáGINA 7 Episódio do roubo da estátua de Nossa Senhora do Rocio, há mais de 60 anos, cerca de mistério a veneração à padroeira do estado, em Paranaguá Páginas 4 e 5

Caderno Litoral

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Caderno Litoral para o Jornal Gazeta do Povo

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Page 1: Caderno Litoral

Editora responsável: Anna Paula [email protected]

GAZETA DO POVOSexta-feira, 28 de outubro de 2011

A imagem do Rocio

Mercados municipais concentram exemplos da produção agrícola e de artesanatoPágina 3

Abandono marca locais onde o imperador Dom Pedro II passou, em 1880

Página 7

Episódio do roubo da estátua de Nossa Senhora do Rocio, há

mais de 60 anos, cerca de mistério a veneração à

padroeira do estado, em Paranaguá

Páginas 4 e 5

Page 2: Caderno Litoral

LuAs

Nova

26/10 (18:55) a 02/11

Crescente

02/11 (15:38) a 10/11

Cheia

10/11(19:16) a 18/11

Minguante

18/11 (14:09) a 25/11 (05:09)

2 GAZETA DO POVOSexta-feira, 28 de outubro de 2011litoral

Programe-se

Próxima edição

25 de novembro

ANTONINAu Festa de Aniversário – Antonina

completa no dia 6 de novembro 214 anos. As comemorações no município acontecem no dia do aniversário da cidade, com solenidades cívicas, desfiles e outras comemorações alusivas à história e à cultura local. As festas serão no Setor Histórico. Mais informações no telefone (41) 3978-1076.

MORRETEsu 278 anos – No dia 31 de outubro,

Morretes comemora seu 278º aniversário e a cidade prepara uma programação festiva para celebrar a data. O Baile Oficial será no dia 29 de outubro, no Cruzeiro Sport Clube. A Missa em Ação de Graças está marcada para 30 de outubro, às 19h30, na Igreja Matriz Nossa

Senhora do Porto. No dia 31, um desfile cívico marca a data. A programação ainda se estende pelos dias 5 e 6 de novembro, com shows no Setor Histórico. Mais informações pelo telefone (41) 3462-1266.

u Feira de Paisagismo – Até o dia 6 de novembro, a 8ª edição da Feira de Flores Ornamentais e Paisagismo reúne produtores de flores e plantas ornamentais na cidade. Além de apreciar, o visitante também poderá adquirí-las a preços acessíveis. A feira acontece no Centro Histórico de Morretes. Mais informações pelo fone (41) 3462-3262.

GuARATuBA u Triathlon da Primavera – No

próximo domingo as provas do Triathlon da Primavera animam as

ruas e as águas de Guaratuba. A competição vai reunir os melhores triatletas do estado nas provas de natação (750 metros), ciclismo (20km) e corrida (5km). Concentração, largada e chegada serão na Praia Central.

MATINHOsu Tri-Olímpico de Caiobá –

Atletas interessados em participar da Etapa Verão do Tri-Olímpico de Caiobá podem fazer suas inscrições até o dia 7 de novembro. A prova será realizada a 11 de dezembro e terá como trajeto a Praia Mansa de Caiobá na prova de natação, a Rodovia Alexandra-Matinhos no ciclismo e corrida pela Avenida Atlântica. As inscrições podem ser feitas pelo site www.ativo.com ou em academias relacionadas no site.

Festas, exposições e rodeio marcam a programação de eventos do mês

Já considerando o horário de Verão.

ExPEDIENTE

Caderno Litoral é um suplemento es pecial da Gazeta do Povo de senvolvido pela editoria de Projetos Especiais. Diretora de Redação: Maria Sandra gonçalves. Edito r Execu tivo: guido Orgis. Edição: anna Paula Franco. Diagra ma ção: allan Reis e Joana dos anjos. Capa/Foto: antonio More. Re da ção: (41) 3321-5415. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: litoral@ga zeta do povo. com.br. Endereço: R. Pedro ivo, 459. Curi tiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente.

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NotasINcENTIvO

Passaporte vale até novembroz Os visitantes que desejam aprovei-tar descontos especiais em hotéis e restaurantes da orla paranaense têm até o final de novembro para carimbar seu Passaporte Litoral. No total, R$ 6 milhões em serviços estão à disposição dos visitantes até o dia 30 de novembro, com descon-tos de cerca de 10% em cada um. São 58 estabelecimentos que aderi-ram ao programa.

Sessenta mil passaportes foram impressos e estão disponíveis nos postos de Serviço de Atendimento ao Usuário da concessionária Ecovia, localizados na BR-277. O visitante pode usar cada promoção uma única vez e, após a concessão do desconto, o passaporte será carimbado. O regulamento e a lista de estabelecimentos participantes estão disponíveis no site da Agência de Desenvolvi mento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (www.adeturlitoral.com.br).

ROTA - fOTO

Caminho do Itupava é reaberto

z Depois de ficar fechado por mais de sete meses, o Caminho do Itupava foi reaberto dia 15 de outu-bro. O local passou por uma revita-lização, que recuperou o trajeto prejudicado pelos temporais do mês de março, quando mais de mil árvores caíram e houve acúmulo de terra, deixando as pedras escor-regadias.

Primeira rota que ligou o litoral

ao planalto paranaense no século 17, o Caminho do Itupava está localizado entre os municípios de Quatro Barras e Morretes. O trajeto de 22 quilômetros pela Serra do Mar apresenta paisagens naturais e construções históricas como o Santuário de Nossa Senhora do Cadeado e a Casa do Ipiranga. No ano passado, 16.505 visitantes per-correram o caminho.

Fonte: Simepar

Informações úteis

PEDáGIO BR-277 (EcOvIA)Tipo de veículo Eixos Preço

Automóvel, camioneta ou caminhonete, furgão 2 R$ 12,50

Automóvel, camioneta ou caminhonete com semi-reboque 3 R$ 18,80

Automóvel, camioneta ou caminhonete com reboque 4 R$ 25

Motocicleta e motoneta 2 R$ 6,30

fERRy-BOATs GuARATuBA/MATINHOsHorários

Das 6h20 às 7 horas saída de 20 em 20 minutos, em cada um dos sentidos de embarque.

Das 7 horas às 21h30 saída de 10 em 10 minutos, em cada um dos sentidos.

Das 21h30 às 23h59 saída de 20 em 20 minutos, em cada um dos sentidos .

Durante a madrugada saída com intervalos de uma a duas horas, em cada um dos sentidos.

Tipo de veículo Eixos Preço

Automóvel, camioneta, furgão 2 R$ 5

Caminhão leve, ônibus, caminhão 2 R$ 10

Automóvel e camioneta com semi-reboque 3 R$ 15

Automóvel e camioneta com reboque 4 R$ 20

Motocicletas e motonetas 2 R$ 2,50

TERMINAIs RODOvIáRIOsAntonina (41) 3432-1272

Guaraqueçaba (41)3482-1232

Guaratuba (41)3442-8192

Morretes (41) 3462-1115

Paranaguá (41) 3420-2952

Pontal do Paraná (41) 3455-1341

HOsPITAIsAntonina

Hospital Dr. Sílvio Bitencourt

Linhares (41) 3432-1244

Hospital e Maternidade do Litoral (41) 3432-4444

Morretes

Hospital e Maternidade Morretes (41) 3462-1114

Paranaguá

Hospital Regional do Litoral (41) 3420-7400

Hospital Paranaguá (41) 3423-3466

Guaraqueçaba

Hospital Brigadeiro Eppighaus (41) 3482-1264

Guaratuba

Santa Casa de Misericórdia (41) 3442-2271

PS Municipal (41) 3442-8214

Matinhos

Nossa Senhora dos Navegantes (41) 3452-2000

Pontal do Paraná (Praia de Leste)

Posto 24 Horas (41) 3972-7078

Ambulância 192

Corpo de Bombeiros 193

Defesa Civil 199

Polícia Civil 197

Polícia Militar 190

Polícia Rodoviária 198

Copel 0800 5100116

Sanepar 115

Disque turismo (41) 3254-1516

Disque-denúncia

Ambiental 0800 6430304

Disque-denúncia (drogas) 181

Polícia Ambiental Guaratuba (41) 3443-6858

Polícia Ambiental Ilha do Mel (41) 3426-8004

Polícia Ambiental Morretes (41) 3462-2870

Procon 0800 411512

IAP (Litoral) (41) 3422-8233

Barcas para as ilhas do Mel, das Peças,

Guaraqueçaba e Superagüi (41) 3455-2616

Ilha do Mel (controle de vagas) (41) 3455-1144

Ecovia 0800 410277

Ferry-boats Guaratuba/Matinhos

(41) 3472-1024

Page 3: Caderno Litoral

GAZETA DO POVO Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 3litoral

ComprasA

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PERFILCada mercadoapresenta umacaracterística dacultura do estado.

ANTONINA

Mercado Municipal de AntoninaOs visitantes do mercado encon-tram, além de artesanato ecomida típica do litoral parana-ense, uma vista privilegiada daBaía de Antonina. Revitalizadorecentemente, quando forammantidas as características daarquitetura predominante nocasario da cidade, o local contacom dois restaurantes e está emfrente ao trapiche, que tambémpassou por uma reforma.

Rua Conselheiro Antônio Prado, s/ nº(entre a Praça Beira Mar e a Rua CoronelMarcalo - Centro Histórico.Funcionamento diário, das 9 às 17 h.Fone: (41) 3978-1093.

MATINHOS

Mercado de PescadoresPescados e frutos do mar frescosestão à disposição dos visitantesno mercado que é o ponto dereferência da cultura dospescadores no município. A vista

também é privilegiada. O mercadofica em frente à praia, em Matinhos.

Rua Martinho Correia, Centro.Funcionamento diário, das 9 às 18 h.Fone: (41) 3453-2790.

PARANAGUÁ

Mercado do ArtesanatoConstrução de 1914, no estilo neo-renascentista, já abrigou o antigomercado de peixes, abastecidopelos pescadores da comunidade,

quando funcionava sempre demadrugada e ao anoitecer. Em1983, depois de uma reforma setornou o mercado de artesanatotípico do litoral.Rua General Carneiro (ou Rua da Praia),s/ nº - Centro Histórico. Funcionamentode segunda-feira a sábado, das9 às 18 h e domingo das 9 às 12 h.

Mercado MunicipalBrasílio AbudFoi construído em 1982, emhomenagem ao ex-prefeito deParanaguá. Possui boxes paravenda de pescado, produtoshortifrutigranjeiros. Na entradaum painel do pintor Emir Roth.Rua João Estevão, 18 - Centro Histórico.Funcionamento de terça-feira asábado, das 7 às 18 h. Domingoe segunda-feira das 7 às 12 h.Fone (41) 3420-2924.

Mercado Municipal do CaféConstruído nos estilos art-nouveaue classicismo, em meados do séculoXIX, e reformado no início do XX,o mercado era um ponto dedegustação do café. Hoje é umcentro gastronômico da cidade eoferece aos visitantes pratos típicosdo litoral paranaense, como peixes,camarão, barreado e banana.Rua General Carneiro (ou Rua da Praia),s/ nº - Centro Histórico. Funcionamentode terça-feira a sábado, das 7 às18 h. Domingo e segunda-feira das7 às 13 h. Fone (41) 3423-2892.

Mercado Mun. Nilton Abel de LimaConstruído em 2009, nas come-morações dos 361 anos da cidade,oferece boxes com artesanatos,frutas, hortaliças, grãos eespeciarias no térreo enquanto nopiso superior estão os restaurantes

com pratos típicos da região.Rua João Régis, s/ nº - Centro Histórico.Funcionamento de terça-feira asábado, das 7 às 18 h. Domingoe segunda-feira das 7 às 12 h.Mercado de

Pescadores

OceanoAtlânticoRua da Fonte

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Rua Mozart

Corrêa

RuaMartinhoCorreia

MATINHOS

PARANAGUÁ

MercadoMunicipal

Nilton Abelde Lima

Mercado doArtesanato

MercadoMunicipal

do Café

Rua João R

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Rua Fernando Simas

Museu deArqueologiae Etnologia

Baía deParanaguá

Rua João Estevão

MercadoMunicipal

Brasílio Abud

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Rua Cel.Marcalo

MercadoMunicipalANTONINA

PraçaBeira Mar

Seis mercados públicos ajudam

a contar a história da produção

agrícola e artesanal do litoral

Merca dões oferecem abaste cimento e lazer

cONTEúDO ExTRAConfira fotos

dos mercados

municipais do

litoral no site

www.gazetadopovo.com.br/litoral

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Locais que antes serviam ape-nas para o abastecimento das cidades são hoje pontos turísti-cos do litoral. Em Paranaguá,

Matinhos e Antonina, os visitantes podem comprar artesanato, hortali-ças, frutas, especiarias, peixe fresco e também pratos típicos da região em seis mercados municipais.

Junto com os produtos que são comercializados no local, os merca-dos ajudam a contar a história da região, que passa entres os labirintos de boxes e lojas, além da arqui-tetura. Em Paranaguá, por

exemplo, onde se localizam quatro estabelecimentos, o Mercado Municipal do Café – mais antigo do litoral e que hoje está em reforma – era o ponto de encontro dos parnan-guaras. “Esses locais eram locais de abastecimento: todos os açougues, padarias e hortifrutigranjeiros se reuniam ali”, conta o tesoureiro e estudioso do Instituto Histórico Geo-gráfico de Paranaguá, José Maria Fa ria de Freitas. Eram nos mercados que os moradores também ficavam saben-do de todas as notícias da cidade.

Junto com os itens de gastrono-mia, os produtos que repre-

sentam a cultura parana-ense são carros-chefes dos mercados, como a cesta-ria indígena e a bala de banana. Mercado de Antonina: artesanato.

Mercado Municipal do Café,

em Paranaguá: o mais antigo do

litoral era ponto de encontro dos

moradores.

Page 4: Caderno Litoral

4 GAZETA DO POVOSexta-feira, 28 de outubro de 2011litoral

Religião

Rosy de Sá Cardoso

A maioria dos parnangua­ras ignora o fato de que a imagem da padroeira Nossa Senhora do Rocio,

venerada há 62 anos no atual san­tuário da santa, não é a original. O aparecimento desta se perde nas brumas do tempo e há pelo menos duas lendas de como ela foi encontrada, em histórias parecidas com tantas outras. Em 15 de dezembro de 1948, correu em Paranaguá a notícia de que a imagem tinha sido roubada. O fato foi publicado pela Gazeta do Povo, em manchete da primeira página do dia 16 : “Profanação da fé e do milagre”.

Liderada por autoridades polí-ticas, policiais e religiosas, toda a população lamentava a perda e rezava para que a santinha reaparecesse. No dia 19 de dezembro, o então prefeito João Eugênio Cominése ofereceu recompensa de dez mil cruzeiros a quem localizasse a imagem ou desse informações a seu respeito. No dia seguinte, um suspeito foi preso e, durante o interrogató-rio, confessou o roubo. Disse mais: que ao retirar a coroa da cabeça da santa – o único objeto de valor material, pois seria de ouro e poderia ter pro-vocado a cobiça do criminoso – a imagem se estilhaçara em suas mãos. Os fragmentos teriam sido enterrados em terrenos bal-dios do bairro Vila Guarany, con-forme registros feitos pelo médico Joaquim Tramujas, ex-vereador e ex-prefeito da cidade: “Em diligên-

Furto e depredação da

imagem da padroeira

resultaram em

momentos de fé e

comoção entre os

parnanguaras

O sumiço da santa

cia policial da qual participaram o preso e até o prefeito da cidade, alguns deles foram encontrados”.

A coroa da Virgem não apare-ceu, mas o resplendor do Menino Jesus teria sido achado nas proxi-midades da igreja. Um negociante da cidade confessou ter comprado o broche que prendia o manto da imagem e o entregou à polícia.

Em 6 de março de 1949, coube ao arcebispo metropolitano dom Ático Euzébio da Rocha a missão de restabelecer a fé perdida pelos fiéis, tornando-se responsável pela entronização da nova ima-gem no altar da igreja do Rocio. Naquela data, depois de uma mis-sa matutina na Catedral Metropolitana de Curitiba, a cópia da imagem saiu em procissão rumo à Estação Ferroviária, para embarcar em um trem especial, juntamente com autoridades e romeiros, até Paranaguá. No mes-mo dia, inúmeros fiéis desceram a Serra do Mar pela rodovia.

RetornoConduzida pelo arcebispo em carro aberto, a imagem foi apresentada aos parnanguaras. O uso dos frag-mentos da versão anterior na con-fecção da nova estátua ajudou a incutir junto à população a ideia de que não se tratava de colocar uma nova santa, mas, efetivamente, de receber a original, que voltava. “Eis a santa que voltou a reinar entre nós, independentemente dos per-

calços materiais que possam querer perturbar a sua trajetó-ria de luz”, teria dito dom Ático, na ocasião. O médico-historiador também registrou essa passagem: ainda durante a missa, “o episódio do roubo

ficara para trás e, por ser de natureza policial, esquecido”.

Tão esquecido que o opúsculo Nossa Senhora do

Rocio – Breve história, de Monsenhor Vicente Vítola, desde a sua pri­meira edição, publica­da em 1954, passa pelo

ano de 1948 ignorando o roubo. Na 5.ª edição, revi­

sada e ampliada em 1992, recorda algumas datas

marianas memoráveis, a partir de 1942. A única referência a 1948 menciona a presença da imagem em Curi tiba, vinda de Paranaguá, para presidir o Primeiro Congres­so Mariano do Paraná.

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Imagem atual de Nossa

Senhora do Rocio, em

exposição no Santuário da

padroeira, em Paranaguá.

Page 5: Caderno Litoral

GAZETA DO POVO Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 5litoral

“Seus habitantes recorreram aos favores da Virgem do Rocio para que os livrasse da terrível peste que assolava o litoral.”Relatos do historiador vieira dos santos, sobre o surgimento da imagem, em 1686.

Não são raras as imagens da Virgem Maria que aparecem

sob águas de mar ou de rios. O mesmo aconteceu com Nossa Senhora do Rocio, devoção tão antiga que se perde no passado e é contada em pelo menos duas lendas.

A história do Pai Berê diz que à beira da Baia de Paranaguá viviam humildes pescadores que do mar tiravam seu sustento. Certa vez, um deles, que seria índio ou africano, chamado Pai Berê, lançava sua rede e não con-seguia recolhê-la com um só pei-xe que fosse, para mitigar a fome de seus f ilhos. Desesperado, suplicou aos céus que não o desamparasse e atirou a rede pela última vez. Ao puxá-la, sen-tiu um peso que o fez acreditar ter apanhado pelo menos um peixe. Espantado, verificou que

Lendas relatam o encontro da imagem

o recolhido das águas era uma pequena imagem de Nossa Senhora, medindo 20 ou 30 cen-tímetros de altura, coberta de gotículas de água que brilhavam como pérolas. Levou-a para sua humilde choça onde, a partir daquele dia, os demais pescado-res reuniram-se para rezar e agradecer, pois passaram a reco-lher muitos frutos do mar.

Rosas-LoucasMenos divulgada, a outra histó-ria foi chamada de lenda das Rosas-Loucas. Diz-se que na região onde hoje é o santuário existiam viçosas touceiras de rosas, que f loresciam sempre em novembro. Eram chamadas de loucas pela facilidade com que se despetalavam, mesmo à mais suave brisa vinda do mar. Certa noite, ao largo com suas canoas, os pescadores viram um facho luminoso que, saindo do mar, descrevia uma curva e mergu-lhava nas moitas das perfumadas rosas. Acreditando num aviso divino que indicasse a existência

de algum tesouro enterrado, no dia seguinte foram às moitas das “rosas-loucas”. Lá, encontraram uma pequena imagem de Nossa Senhora, igualmente coberta de gotículas de orvalho.

Embora as duas versões justi-fiquem o nome Rocio (sinônimo de orvalho) e os títulos Rosa Matutina e Estrela do Mar, com os quais é saudada em ladainhas, algumas fontes de pesquisa – inclusive o mestre Vieira dos Santos – citam ter sido a ima-gem encontrada na “costeira do Rossio da Vila”.

De acordo com Vieira dos Santos, em 1686 (quando a vila tinha apenas 38 anos de funda­ção), seus habitantes recorre­ram “aos favores da Virgem do Rocio para que os livrasse da ter­rível peste que assolava o lito­ral”. Com base no relato do his­toriador, o achado da imagem de Nossa Senhora do Rocio antece­deu em algumas décadas o da Virgem Negra de Aparecida (a padroeira do Brasil), no vale do Rio Paraíba, ocorrido em 1717.

GaleriaA mesma santa em várias imagens

A festa de Nossa Senhora do Rocio chega à 198ª edição com intensa programação entre os dias 6 e 16 de novembro, em Paranaguá, e deve reunir mais de 500 mil pessoas. Como já é tradição na cidade, as homenagens aconte-cem em terra e pela água, com procissões motorizada, ciclística e marítima pela baía.

O ponto alto das comemo-rações será dia 15 de novembro,

quando são esperados 100 mil fiéis na Procissão da Festa de Nossa Senhora do Rocio, também conhe-cida como procissão dos milagres, a partir das 16 horas. Diariamente serão realizadas missas e novenas em homenagem à santa, além de shows artísticos e culturais.

A programação completa está disponível no site www.santuario-dorocio.com.br ou pelo telefone (41) 3423-2020.

ProGramação11 dias de festa da Padroeira

Rainha do ParanáEm 11 de março de 1977, católicos paranaenses enviaram carta à Sagrada Congregação para os Sacramentos e o Culto Divino, com sede na Santa Sé, oficializando a solicitação da patronagem da Santa do Rocio sobre o Paraná.O pedido conjunto – e invulgar – de dois arcebispos e 22 bispos, além do governador e dos chefes dos poderes legislativos e judiciários do Paraná, foi atendido alguns meses depois. Em 30 de julho do mesmo ano, um breve apostólico assinado pelo cardeal João Villot, secretário de estado do Vaticano, em nome do Papa Paulo VI, foi enviado ao bispo da Diocese de Paranaguá. Nele, declarava-se Nossa Senhora do Rosário do Rocio como Padroeira do Paraná, para o presente e o futuro, ad aeternum.

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Page 6: Caderno Litoral

Pinguins na costa são sinais de que há muita poluição no mar ou que os animais estão com problemas.

6 GAZETA DO POVOSexta-feira, 28 de outubro de 2011litoral

Meio ambiente

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Moradores e turistas que visitam as praias do esta-do ficam surpresos ao se deparar com golfinhos

nas águas do litoral. O que poucos sabem é que estes animais, que são nativos da região, recebem durante todo o ano a companhia de outras espécies. São baleias, lobos e leões-marinhos, botos e até mesmo pin-guins que visitam o estado para descanso ou reprodução.

As condições ambientais do litoral contribuem para a vinda da fauna visitante. “Temos uma diversidade absurda e que está conservada, o que é uma riqueza.

Só não há divulgação e incen-tivo para que essas áreas sejam aproveitadas para o

turismo, por exemplo”, afir-ma a bióloga Camila Domit, coorde-

nadora do laboratório de Ecologia e Conser vação de Mamíferos e Tartarugas Marinhas do Centro de Estudos do Mar

(CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mais de 15 diferentes espécies visitam o lito-ral a cada ano. A movi-mentação é tão grande que, entre os cetáce-

os, por exemplo, o estado registra 18 variedades, mas apenas três são residentes.

A localiza-ção geográfica

da costa parana-ense é outro fator que

favorece a passa-gem dos ani-

m a i s . A r e g i ã o é inf luencia-

da pelas correntes oceânicas quentes e frias, oriundas do norte e do sul, respectivamente. Assim, se uma das duas correntes ganha mais força e vai além do habitual, as chances de visitantes que vêm de longe chegarem ao litoral do estado são maiores.

Bem pertoA presença destes animais causa estranheza à população local e veranistas. Porém, não há com que se preocupar. A maioria das espécies utiliza a praia ou as águas próximas da costa para um período de descanso. “É normal, por exemplo, as baleias francas usarem a área interna do estuári-no. Elas entram para cuidar dos filhotes, pois reconhecem a área como protegida. Acontece que muitas pessoas tentam fazer com que elas voltem para o alto-mar”, explica Camila. O mesmo aconte-ce com os lobos-marinhos. Em geral, indivíduos jovens, que pela imaturidade se perdem do grupo durante a busca de alimentos, uti-lizam as areias paranaenses para descansar e voltam sozinhos para o mar.

Apenas os pinguins na praia representam um mau sinal. Eles só se aproximam da costa quando estão doentes ou mortos, muitas vezes vítimas de ações causadas pelo homem, como ingestão de lixo, machucados com linhas de pesca ou sujos de petróleo.

Ano do loboAo contrário do que aconteceu em anos anteriores, o inverno de 2011 foi marcado por uma grande visitação de lobos-marinhos, com cerca de 16 ocorrências. Além dis-so, poucos pinguins foram vistos nas praias e, consequentemente, eles deixaram de ser os visitantes que mais recebem tratamentos da equipe do centro de estudos, o que pode significar uma boa notí-cia. “Parece que neste ano o mar está menos poluído por óleo”, avalia e biólogo Ricardo Krul, res-ponsável pelo Centro de Reab i l i tação de Animais Marinhos do CEM.

O contato com os humanos pode ser estressante para os ani-mais. A recomendação é que a aproximação seja evitada ao máximo. Ao sentirem-se ameaça-dos, os bichos podem tentar se defender, tornando-se agressivos. Outra situação de risco é quando eles estão doentes, pois o contato pode levar à transmissão de doen-ças. “Não podemos nos esquecer que são animais silvestres”, alerta Camila. Os observadores também devem evitar fazer o transporte destes animais. O ideal é solicitar atendimento às secretarias muni-cipais de meio ambiente.

Além da fauna nativa,

animais de localidades

distantes também

visitam o litoral

do estado

Recepção especial para visitas distantes

Voluntariado

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INTERATIvIDADE

Você já fotografou algum animal que visita o litoral paranaense?

Escreva [email protected]

Mesmo prestando atendimento a centenas de animais a cada ano – na última década foram mais de mil pinguins, por exemplo – a equipe que atende aos animais no Centro de Estudos do Mar passa por dificuldades financeiras. Sem recursos específicos para o trabalho, o Centro de Reabilitação

de Animais Marinhos depende do trabalho voluntário de seus integrantes. “Passamos por sérias dificuldades para prestar atendimento”, conta o biólogo Ricardo Krul. Sem infraestrutura adequada para receber os animais, a iniciativa depende de doações e rifas para angariar recursos.

Lobo-marinho subantárticoArctocephalus tropicalis. Os animais se deslocam do sul à procura de alimento e visitam o estado principalmente durante o inverno. Utilizam a praia para descanso.

Elefante marinho do sulMirounga leonina. Já foram registradas três ocorrências no Paraná. A última foi em julho deste ano, em Guaraqueçaba, quando o animal utilizou o litoral para descansar e se alimentar.

Golfinho de dentes rugososSteno bredanensis. Espécie costeira que se desloca ao longo da costa brasileira à procura de alimento. Se aproximam bastante da costa paranaense.

Baleia franca do Hemisfério SulEubalaena australis. A incidência destes animais no litoral está aumentando nos últimos anos. Elas aparecem principalmente no inverno e encontram no litoral do estado uma região segura para cuidar dos filhotes.

sERvIçO

Centro de Estudos do Mar recebe informações 24h sobre animais que estão nas praias do Paraná: (41) 9854-3710

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GAZETA DO POVO Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 7litoral

História

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

No dia 18 de maio de 1880, d e s e m b a r c a v a e m Paranaguá uma das comi-tivas mais importantes

que a cidade recebeu. Nela estava o imperador Dom Pedro II que, junto com a sua família, percorreu as terras paranaenses. Além de conhecer a província mais nova do império, desmembrada de São Paulo em 1853, a visita também serviu para que o monarca visse de perto o desenvolvimento do terri-tório que ele emancipou.

“O imperador sempre teve mui-to interesse pela província. Sua vinda ao Paraná tinha dois moti-vos principais: vistoriar as unida-des militares do Sul do país depois da Guerra do Paraguai, encerrada anos antes, e visitar as colônias de imigrantes, que trouxeram as cul-turas típicas europeias, como a batata e o arroz”, explica o associa-do do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Venceslau Muniz Filho. Além do local de embarque e desembarque da comitiva, o litoral também fez par-

te do roteiro de Dom Pedro no esta-do. Ao todo, ele permaneceu na região durante seis dias entre Morretes, Antonina e Paranaguá, de onde seguiu viagem no dia 5 de junho. A rota imperial também contemplou Curitiba, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa,

Castro e Lapa.Na programação, inúmeras visi-

tas a escolas, hospitais e repartições públicas, em que o imperador con-feria a situação dos estabelecimen-tos. Suas impressões ficaram regis-tradas em um diário, que foi publi-cado em forma de livro. “As casas das escolas que vi não são tão más. Das três professoras, só regia uma substituta. Os alunos que interro-guei, por serem os melhores dos presentes, responderam muito bem”, descreveu uma de suas ativi-dades em Paranaguá, no dia seguin-te à sua chegada. Outro importante compromisso foi a visita às obras da estrada de ferro que liga a cidade portuária à Curitiba.

LembrançasA passagem do imperador mobili-zou todos os moradores das cida-des onde ele esteve. As ruas foram enfeitadas e inúmeras festas acon-teceram para comemorar a pre-sença do monarca. “Das janelas e sacadas (...) pendiam lindas col-chas e finos tapetes, dando uma aparência vistosa para a cidade. As ‘luminárias’ também faziam par-te desse costume. Eram lanternas

e lamparinas coloridas pendura-das nas fachadas das residências”, conta o historiador Manoel Viana, em seu livro História de um Príncipe.

Momentos como este, no entanto, estão presentes apenas nas publicações que relatam a visita, atualmente pouco lembra-da no litoral paranaense. Os pré-dios onde Dom Pedro II esteve, potenciais pontos turísticos da região, encontram-se agora em más condições e não registram este importante episódio da his-tória do estado.

Apenas a atual sede da prefeitu-ra municipal de Antonina informa que o local abrigou a comitiva. A situação é diferente da encontrada no palacete de Visconde de Nacar (antiga sede da Câmara Municipal), onde o imperador ficou hospedado em Paranaguá. Além de não fazer nenhuma referência ao hóspede, o edifício está muito danificado. A Casa do Ipiranga, na Serra do Mar e em frente à estrada de ferro, tam-bém está abandonada e quase toda destruída. Já a casa que recebeu a comitiva em Morretes é particular, e não fica aberta para visitantes.

D. Pedro II visitou três

municípios do litoral,

mas pouco resta de

sua passagem

Por onde o imperador esteve

NomePedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga era o nome completo do segundo imperador do Brasil.

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Palacete Visconde Nacar, antiga sede da Câmara Municipal de Antonina, onde o imperador ficou hospedado: edifício danificado e sem referências históricas.

Em Antonina, placa informa onde dom Pedro II passou.

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8 GAZETA DO POVOSexta-feira, 28 de soutubro de 2011litoral

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Ao lado do vatapá. Esta é a posição que o barreado pretende ocupar no reco-nhecimento nacional. O

prato típico, que há tempos se tor-nou uma referência paranaense, busca fazer sucesso entre os sabo-res brasileiros.

A mobilização já começou. A edição de 2012 do Guia 4 Rodas, que seleciona os principais estabe-lecimentos de hotelaria e gastrono-mia entre os destinos turísticos de todo o país, escolheu um restau-rante de Paranaguá como o melhor do Brasil em sua especialidade, relação na qual constam nomes de chefs renomados. A publicação recomenda que, quando passarem pelo litoral do Paraná, os turistas experimentem a receita que dá nome à Casa do Barreado.

Além do reconhecimento, a cozinheira regional Norma Santos Freitas, dona do restaurante, come-mora a valorização da cultura local. “Estamos resgatando a nossa cultura, que acaba se perdendo”, afirma. Para seguir a tradição, Norma prepara a receita da mesma forma que era feita pelas famílias na década de 1950 – inclusive em sua casa, quando era criança.

O destaque na mesa do brasilei-ro almejado pelos moradores do litoral pretende, ainda, evitar que se repita uma situação constrange-dora que aconteceu durante as comemorações pelos 500 anos do descobrimento do Brasil. Durante

uma festa em Brasília, os presentes deixaram de apreciar as apresen-tações culturais logo após a perfor-mance baiana. O estado seguinte a se apresentar era o Paraná, com seu barreado e seu fandango. “Queremos colocar o barreado junto com os outros pratos do país e com o reconhecimento que merece. Este é o prato do nosso estado”, diz a cozinheira.

Da regiãoÉ impossível definir uma cidade que seja considerada a “mãe” do barreado. O prato surgiu há mais de 200 anos, quando os moradores de vários sítios do litoral se reu-niam para dançar fandango, dança típica caiçara, e o barreado era o prato principal durante os três dias de festa, que hoje correspondem ao carnaval. No restante do ano, as refeições eram à base de peixe.

Os festejos aconteciam na região onde hoje se localizam os municí-pios de Antonina, Morretes e Paranaguá, sem uma demarcação exata de cada um deles. “Somos todos uma família só”, afirma Norma, referindo-se à proximidade histórica entre os três municípios. Ela ainda ressalta que a origem do prato não tem qualquer relação com a passagem dos tropeiros pelo esta-do. “Não existe nenhuma comprova-ção. Os relatos sobre tropeiros não dizem que eles levavam panelas de barro em suas viagens”, argumenta. O prato só começou a ser oferecido pelos restaurantes do litoral na déca-da de 1970, sendo Morretes o primei-ro a divulgar a receita.

Após conquistar os

paranaenses, prato

típico do litoral busca

reconhecimento

nacional

Comida com sabor de cultura

Carne cozida com caldo, acompanhado de banana e pirão quer disputar lugar na preferência do paladar do brasileiro.

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cOzIDO à BRAsILEIRAIngredientes2,5 kg de acém cortado em cubos 2 cebolas picadasa3 tomates picados 3 dentes de alho 1 maço de cheiro-verde ½ kg de linguiça calabresa ½ kg de costelinha defumada ½ kg de abóbora ½ kg de batata doce ½ kg de aipim 5 bananas da terra 3 maços de couve Meio repolho em folhas 1 chuchu 1 cenoura Sal e pimenta a gosto 3 tabletes de caldo de carne Farinha de mandioca Óleo de milho e azeite

Modo de fazerTempere a carne com alho e sal. Depois de temperá-la, frite em uma panela já aquecida, até selar a carne. A sugestão de Norma é utilizar uma panela de ferro. Acrescente a cebola junto com o restante do alho e deixe dourar.

Quando a carne e a cebola já estiverem douradas, adicione o tomate e refogue até que ele dissolva. Em seguida, misture a linguiça, a costelinha e acrescente o caldo de carne dissolvido em um litro e meio de água. Cozinhe até a carne ficar macia. Em outra panela, cozinhe os legumes: adicione o aipim, a batata doce, a cenoura, o chuchu, a abóbora e deixe cozinhar. Por último, o repolho, a couve e a banana da terra. Os legumes devem ser cortados em pedaços grandes. Para o pirão, misture o caldo dos legumes cozidos e o caldo da carne em uma panela em fogo médio. Adicione a farinha de mandioca aos poucos, sempre mexendo. O ponto ideal do pirão é quase cremoso, sem deixar a mistura endurecer muito.

Montagem do prato Em uma travessa, coloque a carne, a costelinha e a linguiça. Acomode os legumes em pedaços e o pirão separadamente. Acompanha arroz branco e molho de pimenta. Rende oito porções.

VariaçõesA preparação especial do barreado – em panelas de barro e com cozimento demorado – impossibilita que o prato seja feito em casa. Porém, a combinação da carne utilizada na receita tradicional com outros sabores cria novas opções de pratos. Um deles é o Cozido à Brasileira. O prato típico nacional ganha o toque paranaense com a banana da terra e o pirão

Gastronomia

cONTEúDO ExTRAVeja o vídeo da preparação da

receita no site www.gazetadopovo.com.br/litoral