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COLEÇÃO PROINFANTIL

caderno PROINFANTIL

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Livro do programa Proinfantil que apresenta volume que trata sobre temas relacionadas a Educação, em especial temas referentes a área de Educação Infantil

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  • COLEO PROINFANTIL

  • PRESIDNCIA DA REPBLICAMINISTRIO DA EDUCAO

    SECRETARIA DE EDUCAO A DISTNCIA

  • COLEO PROINFANTILMDULO Iunidade 4livro de estudo - vol. 2Karina Rizek Lopes (Org.) Roseana Pereira Mendes (Org.)Vitria Lbia Barreto de Faria (Org.)

    Braslia 2005

    Ministrio da EducaoSecretaria de Educao a Distncia

    Programa de Formao Inicial para Professores em Exerccio na Educao Infantil

  • Livro de estudo / Karina Rizek Lopes, Roseana Pereira Mendes, Vitria Lbia Barreto de Faria, organizadoras. Braslia: MEC. Secretaria de Educao Bsica. Secretaria de Educao a Distncia, 2005.

    42p. (Coleo PROINFANTIL; Unidade 4)

    1. Educao de crianas. 2. Programa de Formao de Professores de Educao Infantil. I. Lopes, Karina Rizek. II. Mendes, Roseana Pereira. III. Faria, Vitria Lbia Barreto de.

    CDD: 372.2

    CDU: 372.4

    Ficha Catalogrfica Maria Aparecida Duarte CRB 6/1047

    L788

  • MDULO Iunidade 4livro de estudo - vol. 2

  • SUMRIO

    ESTUDO DE TEMAS ESPECFICOS 8

    FUNDAMENTOS DA EDUCAO A EDUCAO INFANTIL NO CONTEXTO DA LEGISLAO

    E DAS POLTICAS DE EDUCAO BSICA ........................................ 9Seo 1 Caractersticas da organizao do sistema educacional brasileiro: seus objetivos e finalidades, composio e responsabilidades federativas ....................................................................... 12

    Seo 2 Elementos sobre a estrutura de financiamento da Educao Bsica no Brasil .......................................... 25

    Seo 3 A regulamentao da Educao Infantil nos sistemas de ensino .......................................................... 29

    Seo 4 A Educao Infantil e a oferta da Educao Bsica no Brasil ................................................................ 33

  • 8ESTUDO DE TEMAS ESPECFICOS

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  • 9FUNDAMENTOS DA EDUCAO A EDUCAO INFANTIL NO CONTEXTO DA LEGISLA-O E DAS POLTICAS DE EDUCAO BSICA

    1 Poeta de Roraima que criou essa verso potica do Estatuto da Criana e do Adolescente.

    Todos ns temos direitosuns menos outros maismas existem alguns direitoschamados fundamentais

    direito fundamental o direito de nascero direito de mamaro direito de crescer

    direitos fundamentaistodos temos que saberse quisermos garantiro direito de viver

    Eliakin Rufino1

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    - ABRINDO NOSSO DILOGOPrezado(a) professor(a),

    Nesta unidade vamos tratar da Educao Infantil no atual contexto da legislao do ensino brasileiro e das polticas de Educao Bsica.

    O enfoque ser o de mostrar que a Educao Infantil passou a fazer parte da Educao Bsica com a implantao da estrutura legal vigente em nosso pas, fato de extrema importncia, como uma etapa na construo de uma sociedade democrtica.

    A compreenso inovadora da atual legislao conceber a criana como sujeito de direitos, cabendo ao Estado responsabilizar-se pela sua educao desde o seu nascimento, em complementao ao da famlia. A partir desta compre-enso, toda uma estrutura legal foi elaborada no sentido de garantir criana os benefcios decorrentes desses direitos, os quais se encontram no mbito da educao escolar, via de acesso a uma cidadania efetiva. Este um conheci-mento indispensvel para que possamos crescer em nossa formao docente imprimindo em nosso trabalho um contedo de cidadania.

    O conhecimento dos dispositivos legais que asseguram criana o direito educao pode nos fazer rever conceitos e preconceitos presentes em nossa sociedade em relao a esse(a) pequeno(a) cidado(), e definir nossa prtica como um instru-mento de luta em favor da garantia do cuidado e da educao de qualidade.

    DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA

    Os objetivos especficos desta unidade so:

    1. Conhecer as principais caractersticas da organizao e funcionamento do sistema educacional brasileiro: o conjunto de leis e atos normativos; os r-gos da educao e as competncias federativas; as instituies escolares educacionais e os nveis e modalidades de educao e de ensino; a estrutura de financiamento da Educao Bsica.

    2. Compreender as implicaes da definio de Educao Infantil como primeira etapa da Educao Bsica.

    3. Compreender as decorrncias da regulamentao da Educao Infantil no mbito dos sistemas de ensino.

    -

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    4. Conhecer a situao atual da oferta de Educao Bsica no Brasil, revelando a sua dimenso quantitativa: matrculas, estabelecimentos e docentes da Educao Bsica brasileira, por dependncia administrativa, por localizao regional e rural urbana, por nvel de ensino e grau de formao.

    CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM

    A Unidade 4 est organizada em quatro sees: a primeira trata das caractersti-cas do sistema educacional brasileiro; a segunda da estrutura de financiamento da educao no Brasil; a terceira da regulamentao da Educao Infantil nos sistemas de ensino; e a quarta da relao da Educao Infantil com a situao atual da oferta da Educao Bsica no Brasil.

    importante ter mo a legislao citada para consulta ou outros ttulos citados nas referncias que voc tenha a seu alcance e que diga respeito ao contedo tratado.

    Essa uma matria que, para ser bem compreendida, deve ser lida de uma maneira ativa. Queremos dizer que voc, professor(a), no precisar limitar-se s infor-maes veiculadas neste texto, caso sua experincia o(a) remeta para situaes concretas que venham ampliar a abrangncia deste, ou mesmo aprofund-lo. Voc poder ter vivenciado situaes que lhe permitam discutir, acrescentar e at discordar de algum ponto colocado. Esta vivncia lhe trar exemplos diversificados e subsdios para a ampliao da sua compreenso da matria em questo.

    Sugerimos que, para o desenvolvimento do estu-do desta unidade, o(a) professor(a) forme grupos de estudos e at se aproxime de grupos profissio-nais de sua comunidade, buscando tornar seu estudo mais dinmico.

    assim que esperamos que este trabalho seja desenvolvido.

    Bom estudo.

    -

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    Seo 1 Caractersticas da organizao do sistema educacional brasileiro: seus objetivos e finalidades, composio e responsabilidades federativas

    Objetivo a ser alcanado nesta seo:- Conhecer as principais caractersticas da organizao e do funcionamento do sistema educacional brasileiro: o conjunto de leis e atos normativos; os rgos da educao e as competncias federativas; as instituies escolares educa-cionais; e os nveis e modalidades de ensino.

    Como visto na Unidade 1, na le-gislao educacional brasi leira, a educao da criana de 0 a 6 anos definida como a primei-ra etapa da Educao B si ca e est integrada aos siste mas de ensino. Isto significa dizer que ela entendida como nvel de ensino e tambm que as ins-tituies de Educao Infantil pblicas e privadas devem ser criadas e devem funcionar de acordo com as leis e normas educacionais vigentes.

    Antes de definirmos sistema de ensino, importante esclarecer que existem diferentes entendimentos do que seja sistema, assim, apresentaremos o que nos parece ser consenso. Um sistema implica em partes que se relacionam, que interagem, que precisam ser coesas e coerentes entre si, alm de possuir as mesmas finalidades.

    Sistema de ensino conjunto de instituies de ensino pblicas e priva-das, de diferentes nveis e modalidades articuladas a rgos educacionais administrativos, normativos e de apoio tcnico , que mantm entre si unidade e coerncia (o que no exclui contradies e ambigidades). A interao entre diferentes nveis e servios desse todo e a sua comunica-o com a sociedade so orientados a partir de um conjunto de normas comuns elaboradas pelo rgo competente, visando ao desenvolvimento do processo educativo com princpios e finalidades definidas.

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    Tomando como base essa definio, vamos falar das leis/normas, dos rgos dos sistemas e de suas finalidades.

    No Brasil, a educao escolar organizada e se desenvolve nos sistemas de ensino, que devem agir de acordo com o regime de colaborao. Dizemos, portanto, sistemas, no plural, cada um deles articulados no mbito de cada ente federado, ou seja, no mbito dos governos federal, estadual e municipal. Ento, importante entender que o Brasil uma repblica federativa, formada pela unio indissolvel dos estados, municpios e Distrito Federal, e que deve ser regida pelo princpio da colaborao entre a Unio, os estados e os munic-pios. A Constituio Federal de 1988 introduz duas novidades na organizao da educao brasileira: a instituio dos Sistemas Municipais de Ensino, ao lado dos j existentes sistemas da Unio, dos estados e do Distrito Federal e o regime de colaborao entre os sistemas de ensino.

    O municpio pode ainda optar por outras duas alternativas, se no quiser ins-tituir o seu prprio sistema de ensino:

    - integrao ao sistema estadual de ensino;- constituio de sistema nico de educao bsica com o Estado.

    No primeiro caso, so os sistemas estaduais que vo se incumbir de autorizar, de credenciar, acrescendo-se tambm a incumbncia de avaliar os estabelecimentos que compem o sistema municipal os pblicos municipais de Educao Bsica e os privados da Educao Infantil. Assim, as normas de autorizao e os pro-cedimentos de superviso e avaliao sero atribuies do Conselho Estadual de Educao e da Secretaria Estadual de Educao, respectivamente.

    J a alternativa de sistema nico de Educao Bsica no foi ainda devidamente discutida. Parece indicar a organizao de uma nica rede de escolas pblicas, administrada em conjunto pelo Estado e pelo municpio.

    Ao tomar a iniciativa de organizar o sistema municipal de ensino, o municpio torna-se responsvel por baixar normas complementares s nacionais e autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de ensino do seu sistema.

    De acordo com a legislao atual, alm dos rgos da educao divididos em normativos e executivos os sistemas so compostos por estabelecimentos de ensino pblicos e privados. Isto significa que todos devem funcionar segundo as normas gerais da educao e as do sistema especfico, mesmo que a escola ou a creche no seja mantida diretamente pela prefeitura, por exemplo. Vamos ler no Quadro 1 a composio dos sistemas de ensino.

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    Leis da educao Em nosso pas as leis apresentam uma relao hierrquica entre os diferentes nveis dessa estrutura federativa e do base s polticas e legislaes complementares dos diversos setores da sociedade. A Constituio Federal a lei maior do pas, sendo a atual promulgada em outubro de 1988. S pode ser alterada por meio das emendas constitucionais no mbito do Con-gresso Nacional, por meio de votao de deputados federais e senadores.

    A nossa estrutura legal possui outros tipos de normas importantes que dispem sobre os diversos aspectos da vida em sociedade, regulamentando, disciplinando e orientando. Entre estes, temos: leis, decretos, portarias, resolues.

    A atual Constituio Federal do nosso pas reconhece a criana como sujeito de direitos e determina dentro da estrutura do Estado as instncias que devem se ocupar em garantir o seu atendimento. No artigo 205, estabe-lece que dever do Estado o atendimento em creche e pr-escola, para a criana de 0 a 6 anos. Assegura tambm o direito de trabalhadoras e tra-balhadores ao atendimento de seus filhos de 0 a 6 anos nestas instituies educacionais, na parte em que trata dos direitos sociais.

    - Instituies de ensino mantidas pela Unio.

    - Instituies de Educao Su-perior criadas e mantidas pela iniciativa privada.

    - rgos fede-rais de educa-o.

    - Instituies de ensino mantidas, respecti va mente, pelo poder pblico estadual e pelo Distrito Federal.

    - Instituies de Edu-cao Superior man-tidas pelo poder p-blico estadual.

    - Instituies de En-sino Funda mental e Mdio criadas e manti das pela iniciativa privada.

    Quadro 1. Composio dos sistemas de ensino no Brasil, segundo a LDB

    Sistemas Federal Estadual e Municipal Distrito Federal

    - rgos de educa-o estaduais e do Distrito Fe deral, respectiva mente.

    - Instituies de Ensino Fundamental, Mdio e de Educao In-fantil mantidas pelo poder municipal.

    - Instituies de Edu-cao Infantil cria-das e mantidas pela iniciativa privada.

    - rgos municipais de educao.

    Fonte: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

    Composio

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    Entre as leis que se seguiram a esta lei maior e que cumprem papel no campo da educao, destacamos:

    - Lei n 8.069, de 13/07/1990 que dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente, o ECA;

    - Lei n 9.394 de 20/12/1996 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional, a LDB;

    - Lei n 9.424 de 24/12/1996 que regulamenta o Fundo de Manuteno e Desen-volvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio - FUNDEF

    - Lei n 10.172 de 9 de janeiro de 2001 que dispe sobre o Plano Nacional de Educao, estabelecendo objetivos e metas a serem alcanadas nos prximos 10 anos, nos diferentes nveis e modalidades de ensino, bem como nos aspectos da gesto e financiamento, e formao de profissionais da educao.

    Os rgos da educao A estrutura administrativa destinada gesto da educao brasileira possui rgos normativos e executivos nas trs esferas do poder pblico. No quadro seguinte visualizam-se tais rgos, de acordo com a esfera de governo a que esto vinculados.

    Quadro 2. rgos da educao, segundo esferas de governo

    rgos da Unio Estados e Municpios educao Distrito Federal

    rgos Conselho Nacional Estaduais de Conselhos Normativos de Educao de Educao Municipais de Educao

    rgos Ministrio Secretarias Secretarias, ou Executivos da Educao de Estado Departamentos ou da Educao Setores de Educao

    Fonte: BRASIL. Conselho Nacional de Educao. Parecer CEB n 30/2000 - Carlos Roberto Jamil Cury, aprovado em 12 de setembro de 2000.

    Os conselhos de educao so rgos colegiados, de carter normativo, deli-berativo e consultivo, que interpretam, deliberam, segundo suas competncias e atribuies, a aplicao da legislao educacional e propem sugestes de aperfeioamento da educao dos sistemas de ensino. Eles se constituem como

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    elo de ligao permanente entre a sociedade civil e os poderes pblicos res-ponsveis pelas decises cotidianas que afetam as creches, pr-escolas, escolas, estudantes, famlias e professores. Assim, as normas estabelecidas nesses con-selhos ganham vida no cotidiano da instituio educacional, sendo portanto a escola, as creches e as pr-escolas, o lugar de con fluncia de polticas vindas destes diferentes mbitos.

    Nos estabelecimentos de ensino tambm temos rgos normativos, como o Conselho Escolar. A parte executiva representada pela estrutura administra-tiva e a direo dos estabelecimentos, que pode ser eleita diretamente pela comunidade escolar, como ocorre em muitos municpios brasileiros.

    As competncias federativas e as atribui es das instituies educacionais e dos professores A Constituio Federal e as demais leis complementares relativas edu ca o definem direitos e o claro dever do Estado em relao educao escolar. Esta be lece competncias e responsabilidades das diferentes esferas governa mentais com relao coordenao, avaliao e oferta dos diferentes nveis de ensino.

    A Constituio Federal e a LDB definem que responsabilidade dos municpios a oferta da Educao Infantil, em creches e pr-escolas, e com prioridade, do Ensino Fundamental. O Ensino Fundamental competncia comum, ou seja, responsabilidade compartilhada de estados e municpios, mas a prioridade do municpio. J o oferecimento do Ensino Mdio a incumbncia prioritria dos estados brasileiros.

    Estados e municpios devem estabelecer formas de colaborao para assegurar o Ensino Fundamental obrigatrio para todos. Para isso, devem acertar uma distribui-o proporcional de responsabilidades, de acordo com a populao a ser atendida e os recursos financeiros que cada governo tem para aplicar na educao.

    IE I

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    A Unio tem a responsabilidade de coordenar a poltica nacional, tendo funo normativa, redistributiva e supletiva. responsvel pela elaborao do Plano Nacional de Educao, a ser aprovado no Congresso Nacional e deve prestar assistncia tcnica e financeira a estados e municpios. Isso se faz, por exemplo, atravs de programas como o Bolsa-Escola e FUNDESCOLA, que so exemplos da funo redistributiva e supletiva.

    Fonte: MEC/SEIF Poltica Nacional de Educao Infantil: pelos direitos das crianas de 0 a 6 anos Educao documento preliminar (adaptao).

    Quadro 3. Competncias federativas em relao educao, segundo a LDB

    Unio Estados Municpios

    - Formulao da polti-ca nacional.

    - Coordenao nacio-nal (arti cula o com outros rgos e mi-nistrios que tenham polticas e programas para crian-as de 0 a 6 anos).

    - Estabelecimento de diretrizes gerais.

    - Assistncia tcnica e financeira aos estados, ao Distrito Fe deral e aos municpios.

    - Coleta, anlise e di-vulgao de informa-es sobre educao.

    - Regulamentao pelo CNE.

    - Formao universit-ria de professores.

    - Incentivo pesquisa.

    - Formulao da polti-ca estadual.

    - Coordenao estadu-al.

    - Execuo das aes estaduais.

    - Assistncia tcnica e financeiras aos mu-nicpios (colaborao com os municpios no Ensino Fundamental e na Educao Infantil).

    - Regulamentao e superviso pelo CME.

    - Incentivo pesquisa.

    - Formao de profes-sores na modalidade normal, em nvel mdio e formao universitria.

    - Formulao da pol-tica municipal.

    - Coordenao da po-ltica municipal.

    - Execuo dos pro-gramas e das aes (oferta da Educao Infantil e com prio-ridade do Ensino Fundamental).

    - Regulamentao e superviso pelo CME.

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    Atravs do Conselho Nacional de Educao, a Unio deve elaborar diretrizes curriculares dos cursos superiores de graduao e dos diferentes nveis e moda-lidades de ensino. Alm disso, as leis complementares se aprovam no Congresso Nacional. Essa a funo normativa da Unio.

    As diretrizes nacionais curriculares da Educao Infantil foram elaboradas em 1999 Resoluo da Cmara de Educao Bsica CEB n 1, tendo como base o Parecer CEB/CNE n 22/98. Contempla o trabalho nas creches para as crianas de 0 a 3 anos e nas chamadas pr-escolas ou centros e classes de Educao Infantil para as de 4 a 6 anos, no intuito de nortear a elaborao das propostas curriculares e dos projetos pedaggicos das instituies de Educao Infantil (...)

    A Unio ainda responsvel pelos processos de avaliao nacional da educao, o que inclui uma srie de aes e atribuies. Avalia as instituies de Ensino Superior, avalia o rendimento escolar dos alunos no Ensino Fundamental, M-dio e Superior, atravs do Sistema de Avaliao da Educao Bsica SAEB, do Exame Nacional do Ensino Mdio ENEM e do Sistema Nacional de Avaliao do Ensino Superior o SINAES. Alm disso, produz informaes e estatsticas educacionais, como o Censo Escolar, que anual.

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    tambm de sua responsabilidade:

    - organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais federais;

    - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar cursos do ensino superior e estabelecimentos federais, o que pressupe a elaborao de nor-mas para os cursos de graduao e ps-graduao.

    Cabe aos estados a organizao, manuteno e o desenvolvimento dos rgos e instituies oficiais do seu sistema e a definio, junto com os municpios, de formas de colaborao e planejamento para a gesto da Educao Bsica. Aos municpios, de forma similar, competem a organizao, manuteno e desenvolvimento dos rgos e instituies municipais, devendo integrar-se s polticas da Unio. Os municpios tm tambm a competncia de criar normas complementares para autorizar, credenciar e supervisionar estabelecimentos do seu sistema de ensino.

    A Constituio Federal prev o regime de colaborao entre os sistemas da Unio, estados, Distrito Federal e municpios para evitar omisses ou sobreposi-o de aes, e assegurar mais qualidade educao escolar e melhor utilizao dos recursos pblicos destinados ao ensino.

    As possibilidades de parceria e colaborao entre as diversas instncias admi-nistrativas so inmeras, mas obrigatria no que diz respeito a:

    - Diviso de responsabilidades, como na distribuio proporcional das matrculas do Ensino Fundamental, na execuo dos programas da merenda e transporte escolar e de programas de capacitao e formao de professores, entre outros.

    - Estabelecimento de normas, como na elaborao das normas gerais da edu-cao nacional pela Unio, com participao dos estados, Distrito Fe deral e municpios.

    - Planejamento educacional, como na elaborao de planos decenais de educao, no recenseamento da populao para o Ensino Fundamental e para expanso de rede de escolas pblicas, assim como definio de padres mnimos para funcionamento das escolas pblicas.

    Este regime de colaborao pode ser implementado entre a Unio, estados e mu-nicpios, entre o estado e seus municpios, e ainda entre municpios. Colaborao deve significar repartio de responsabilidades e de recursos e tambm decises tomadas em conjunto. Claro que isso no se faz sem divergncias e conflitos.

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    A legislao define tambm as incumbncias das instituies educacionais e dos professores ou docentes. O Quadro 4 mostra de forma resumida o que a LDB define com relao s escolas e aos docentes, onde se incluem as creches e pr-escolas.

    - Elaborar e executar sua proposta pedaggica.

    - Administrar pessoal e recursos.

    - Assegurar cumprimento dos dias letivos e horas.

    - Velar pelo cumprimento do pla-no de trabalho do professor.

    - Recuperao dos alunos.

    - Articular com famlias e comuni-dade.

    - Informar pais e responsveis sobre a freqncia, rendimento e execu-o da proposta pedaggica.

    Quadro 4. Responsabilidades das escolas/creches/pr-escolas e dos docentes, segundo a LDB

    Escolas Docentes

    - Participar da elaborao da pro-posta pedaggica.

    - Elaborar e cumprir plano de tra-balho.

    - Zelar pela aprendizagem.

    - Recuperao dos alunos.

    - Ministrar dias letivos e horas-aula, alm de participar integral-mente dos perodos dedicados ao planejamento, avaliao e ao desenvolvimento profissional.

    - Colaborar na articulao com famlias e comunidade.

    Fonte: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - Lei n 9.394/1996, de 20 de de-zembro de 1996.

    Como podemos observar, o trabalho docente extrapola a atividade de sala de aula, e at aquela destinada preparao das aulas. Na perspectiva apresen-tada, papel do(a) professor(a), alm de voltar-se para a aprendizagem do seu aluno, dedicar esforos especficos queles que apresentem dificuldades no aprovei tamento escolar, criando estratgias para melhorar o seu desempe-nho. De acordo com a LDB, ainda esperado que o(a) professor(a) cuide do seu desenvolvimento profissional no sentido de melhorar sua qualificao para o trabalho. No tocante relao do(a) docente com a comunidade escolar, esperado que este(a) procure estabelecer com as famlias dos alunos vnculos que propiciem a criao de uma relao colaborativa, que expresse um enten-dimento entre as diferentes esferas da comunidade escolar.

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    Nveis e modalidades de educao e de ensino A educao escolar brasileira est organizada em nveis e modalidades de educao e ensino. So dois gran-des nveis: a Educao Bsica e a Educao Superior.

    A Educao Bsica composta pela Educao Infantil, pelo Ensino Fundamental e o Ensino Mdio. A Educao Infantil a primeira etapa da educao bsica e pode ser ofertada em creches ou entidades equivalentes para crianas de at 3 anos e em pr-escolas para crianas de 4 a 6 anos de idade.

    O direito educao para crianas na faixa de idade de 0 a 6 anos s foi conquis-tado a partir da Constituio Federal de 1988 e das legislaes subseqentes. Ele resultado de lutas sociais das mulheres das periferias urbanas, das feministas e dos(as) traba lhadores(as) em geral. Com isto a criana adquire o direito de freqentar instituies especialmente organizadas para a educao e o cuida-do em funo do seu perodo peculiar de desenvolvimento, com profissionais qualificados(as) e em ambientes que respeitem e possibilitem criana viver o seu tempo de infncia.

    Em considerao especificidade da criana, no se pode antecipar, para este nvel de educao, padres de condutas e exigncias pedaggicas que pres-suponham antecipao da escolarizao apropriada aos nveis de educao seguintes.

  • 22

    No Ensino Fundamental, a criana ingressa obrigatoriamente a partir dos 7 anos e facultativamente a partir dos 6 anos de idade. Tem a durao de oito anos, obrigatrio, e gratuito na escola pblica, e um direito pblico subjetivo de todo cidado() brasileiro(a). Isto significa que o poder pblico tem o dever de assegurar uma vaga nesse nvel de ensino a todos.

    O Ensino Mdio tem a durao mnima de trs anos, e a faixa etria regular aquela de 15 a 18 anos. O PROINFANTIL um curso de nvel mdio, na mo-dalidade Normal, pois assim que se chamam hoje os cursos deste nvel de ensino que formam o professor(a), que orienta a aprendizagem de crianas da Educao Infantil e das sries iniciais do Ensino Fundamental. A modalidade Normal uma modalidade de educao profissional. Alm disso, o PROINFANTIL ministrado na Modalidade da Educao Distncia EAD.

    As modalidades de ensino so a educao especial, a educao de jovens e adultos, a educao indgena, a educao distncia e a educao profissional. Diz-se modalidade, pois os nveis de ensino podem ser organizados tomando em considerao as especificidades dos educandos se so portadores de necessi-dades especiais, se so jovens e adultos e no tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Mdio na idade prpria, se pertencem a grupos tnicos especficos, ou se esto em servio, por exemplo, e no podem freqentar cursos presenciais. A educao profissional pode acontecer em nvel de Ensino Fundamental, Mdio e Superior e conduz ao permanente desenvol-vimento de aptides para a vida produtiva.

    A educao especial dever constitucional do Estado e tem incio na faixa de idade de 0 a 6 anos, durante a Educao Infantil. uma modalidade de educao escolar, que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para pessoas portadoras de necessidades especiais.

    Entre a Educao Bsica e a Educao Superior tem-se um processo seletivo, que condio para o ingresso nos cursos de graduao. Na Educao Superior temos diferentes cursos de graduao, e tambm de ps-graduao. Organiza-dos em universidades, centros universitrios ou faculdades isoladas.

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    O quadro abaixo resume esta estrutura:

    Quadro 5

    Fonte: MEC/FUNDESCOLA Pela Justia na Educao (adaptao)

    Finalidades da educao escolar A LDB disciplina a educao escolar que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituies prprias. Adota uma conceituao e finalidades amplas estabelecendo relaes entre a educao escolar e o mundo do trabalho e prtica social.

    Essa lei define no seu artigo 2 que a educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

    O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios (artigo 3 LDB):

    I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa mento,

    a arte e o saber;III pluralismo de idias e de concepes pedaggicas;IV respeito liberdade e apreo tolerncia;

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    V coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;

    VI gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais;

    VII valorizao do profissional da educao escolar;

    VIII gesto democrtica do ensino pblico, na forma desta lei e da legislao dos sistemas de ensino (o que implica a participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola e a participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes);

    IX garantia de padro de qualidade;

    X valorizao da experincia extra-escolar;

    XI vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais.

    Estabelece o dever do Estado para com a educao pblica, em que se inclui o aten-dimento gratuito em creches e pr-escolas s crianas de 0 a 6 anos de idade.

    O artigo 22 desta lei assegura que a Educao Bsica tem por finalidades de-senvolver o educando, assegurar-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

    A Educao Infantil definida na seo II desta LDB como primeira etapa da Educao Bsica, tendo por finalidade o desenvolvimento integral da criana at 6 anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, comple mentando a ao da famlia e da comunidade (artigo 29). Deve ser oferecida em creches e instituies equivalentes para crianas de at 3 anos e pr-escola para crianas de 4 a 6 anos (artigo 30, inciso I e II).

    A especificidade da Educao Infantil quanto avaliao fica estabelecida no artigo 31: avaliao far-se- me-diante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o ob-jetivo de promoo, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental.

    Sendo nvel de ensino e integrada aos sistemas de ensino, a Educao Infantil regida pelos mesmos prin-cpios e fins da educao escolar brasileira.

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    Atividade 1A seguir, so apresentadas algumas questes para serem respondidas por voc em seu caderno. Ao responder essas perguntas, voc pode produzir um texto que seja uma sntese da seo estudada.

    a) Como organizada a educao escolar no Brasil?

    b) Qual a funo dos Conselhos de Educao?

    c) Segundo a Constituio Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, quais so as responsabilidades dos municpios?

    d) A Constituio Federal prev o regime de colaborao entre os sistemas da Unio, estados, Distrito Federal e municpios. Quais so as aes que devem ser realizadas em regime de colaborao?

    e) A sua instituio faz parte de um sistema de ensino. A que esfera (federal, estadual ou municipal) ela est associada?

    f) Faz parte das responsabilidades das escolas/creches/pr-escolas a elaborao e execuo de sua proposta pedaggica. A sua instituio possui uma pro-posta pedaggica? Quem elaborou essa proposta?

    g) Qual a finalidade da Educao Infantil definida na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional?

    h) O que ficou estabelecido em relao avaliao na Educao Infantil?

    importante ler suas respostas no encontro quinzenal com o tutor, para que todos possam ouvir e discutir em conjunto.

    Seo 2 Elementos sobre a estrutura de financiamento da Educao Bsica no Brasil

    Objetivo a ser alcanado nesta seo:- Conhecer a estrutura de financiamento da Educao Bsica.

    A educao brasileira tem uma estrutura de financiamento que se baseia na chamada vinculao constitucional de recursos financeiros. A educao um di-reito do cidado() brasileiro(a) e compete ao Estado oferec-la, gratuitamente,

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    com garantia de padro de qualidade. Para isso, a Constituio Federal deter-mina que sejam aplicados anualmente pela Unio, nunca menos que dezoito por cento (18%), e pelos estados e municpios vinte e cinco por cento (25%), no mnimo, na manuteno e desenvolvimento do ensino. Esses recursos so oriundos, principalmente, de pagamento de impostos que ns voc, eu e o povo em geral pagamos. Essa vinculao uma conquista muito importante num pas que sempre relegou para segundo plano a educao das camadas populares. uma forma de fazer os governos gastarem com educao.

    Alm dessa vinculao, outra caracterstica tem sido a de privilegiar ou focalizar o Ensino Fundamental para o qual se destina a totalidade do salrio-educao, que outra fonte de recursos diferente dos impostos. uma contribuio mensal das empresas calculada sobre a folha de salrios. O salrio-educao forma o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao o FNDE, que financia programas de construo, reformas, livro didtico, cursos de capacitao, entre outros.

    A focalizao no Ensino Fundamental tambm se evidencia numa subvincula-o dos recursos. Ou seja, daqueles 25%, no mnimo, que estados e municpios devem aplicar na educao, uma parte, que 60%, deve tambm ser destina-da ao financiamento do Ensino Fundamental. Isto tambm est definido na Constituio Federal, por meio da Emenda Constitucional n 14, quando se determinou a criao de um Fundo Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio, o FUNDEF, depois regulamentado pela Lei de n 9.424/1996. O objetivo foi garantir a universalizao deste nvel de ensino obrigatrio, financiando a sua expanso, incluindo as crianas e jo-vens na idade prpria, regular, ou seja, de 7 a 14 anos, mas deixando de fora as matrculas no Ensino Fundamental dos jovens e adultos.

    Alm do FUNDEF, outros programas foram criados com o objetivo de proteger este nvel de ensino com o j citado FUNDESCOLA, o Bolsa-Escola e o Projeto Nordeste.

    Com essa subvinculao das receitas destinadas educao, foram observados os seguintes desdobramentos na Educao Infantil, que permanece sem re-cursos especficos: presencia-se acelerada desresponsabilizao dos governos estaduais, combinada municipalizao. Alm disso, desde 1998, produziu-se o impacto inicial de decrscimo de matrculas, visto que as crianas pequenas, alunas dos sistemas, passaram a no ter valor monetrio, ou seja, passaram a no valer. No Ensino Fundamental, observa-se tambm acelerada municipali-zao, aumentando a freqncia de crianas de 6 anos, deslocadas da Educao Infantil, configurando antecipao de escolaridade, nos casos em que a durao do Ensino Fundamental persiste por 8 anos.

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    A incluso das crianas de 6 anos no Ensino Fundamental obrigatrio, com durao de nove anos, vem sendo implementada por alguns municpios e estados. E no deve ser interpretada apenas como mais possibilidades de aportes financeiros para os municpios. A matrcula de crianas de 6 anos no Ensino Fundamental facultada pela LDB (Art. 87, 3, I). Expressa movimento real e significativo de milhares de famlias que j matriculam seus filhos desta idade no Ensino Fundamental nas cidades, acompanhando tendncia mundial de iniciar a escolaridade obrigatria aos 6 anos de ida-de. Deveria, em conseqncia, permitir a ampliao do acesso das crianas menores na Educao Infantil.

    Atualmente, encontra-se em pauta a discusso da proposta de emenda constitu-cional para a criao do FUNDEB o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao, que inclui tambm a Educao Infantil e o Ensino Mdio, amplia a fonte de recursos fi-nanceiros e incorpora a valorizao de profissionais no-docentes.

    O Plano Nacional de Educao, Lei n 10.172, sancionado em janeiro de 2001, definiu objetivos e metas para os dez anos seguintes, relativas aos diferentes nveis e modalidades de ensino. Na Educao Infantil destacamos o que se refere oferta, segundo a idade, e formao dos profissionais:

    Quadro 6. Prazos e Metas de expanso do PNE para a Educao Infantil

    Prazos 0 3 anos 4 6 anos

    5 anos 30% 60%

    10 anos 50% 80%

    Fonte: BRASIL. Plano Nacional de Educao Lei n 10.172, de 09 de janeiro de 2001.

    Quadro 7. Prazos e Metas do PNE para formao de professores Educao Infantil

    Prazos Metas

    5 anos Todos com nvel mdio

    10 anos 70% com nvel superior

    Fonte: Brasil. Plano Nacional de Educao Lei n 10.172, de 9 de janeiro de 2001.

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    Ora, tais metas requerem definio de financiamento. O Plano Nacional de Educao estabelece que nos municpios a Educao Infantil deve receber prioridade para a aplicao dos 10% dos recursos vinculados educao no reservados ao Ensino Fundamental, conforme meta 8 do item Financiamento. Mesmo assim, para alcanar as metas de expanso e qualidade preciso levar em considerao as dimenses dos municpios, as caractersticas das regies onde se inserem, nas quais interagem a histria das instituies de Educao Infantil e a histria da atuao do poder pblico e da sociedade, na qual interagem tambm a cultura, incluindo a cultura poltica. Grandes cidades, municpios mais urbanizados e industrializados e pequenos municpios com menos de 20.000 pessoas apresentam desafios diferenciados, dados pela dimenso dos problemas a serem enfrentados, a demanda, os custos e as condies de financiamento.

    importante ressaltar que a LDB define tambm em qu podem ser gastos os recursos da educao, ou seja, o que deve ser considerado e o que no pode ser considerado despesa com manuteno e desenvolvimento da educao. Tem-se o objetivo de disciplinar as verbas destinadas ao finan-ciamento da educao.

    Atividade 2Dando continuidade sntese iniciada na Seo 1, procure acrescentar novas informaes recolhidas nesta seo, respondendo s perguntas abaixo:

    a) Sendo a educao um direito do cidado() brasileiro(a), a quem compete a sua oferta para a sociedade?

    b) Qual a margem de recursos financeiros que devem ser aplicados na educao pela Unio, estados e municpios, segundo determinao da nossa Consti-tuio Federal?

    c) Qual o nvel de ensino da Educao Bsica para o qual h uma focalizao de recursos e incentivos por parte das polticas pblicas?

    Como na Atividade 1, sugerimos que tambm essas respostas sejam lidas e debatidas no encontro quinzenal do PROINFANTIL.

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    Seo 3 A regulamentao da Educao Infantil nos sistemas de ensino

    Objetivo a ser alcanado nesta seo:- Compreender as decorrncias da regulamentao da Educao Infantil na organizao dos sistemas de ensino.

    As novas bases legais inauguradas com a Constituio Federal de 1988, refor-adas pela legislao nacional, estadual e municipal decorrente Estatuto da Criana e do Adolescente (1991), Lei Orgnica da Assistncia Social (1993) e Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (1996) orientam as polticas de atendimento em relao educao da criana de 0 a 6 anos. Essa criana passa a ser considerada um sujeito com necessidades sociais, afetivas e pedaggicas especficas, devendo ser acolhida pela sociedade em espaos que possibilitem o seu desenvolvimento pleno, que estimulem o seu interesse pelo mundo que a rodeia e que promovam a ampliao de suas vivncias num processo construtivo de formao da sua identidade.

    Com efeito, a Constituio de 1988, ao incluir creches e pr-escolas no captulo da educao, explicita o carter eminentemente educacional dessas instituies. Alm disso, no deixa dvidas quanto ao dever do Estado de garantir atendi-mento em creches e pr-escolas s crianas de 0 a 6 anos. O Estatuto da Criana e do Adoles cente reafirma esse direito constitucional ao prever atendimento gratuito em creches e pr-escolas.

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    Tambm na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, o aspecto educa-cional do atendimento criana pequena reafirmado. Destaca-se o fato de situar a Educao Infantil na Educao Bsica, do qual decorrem duas conse-qncias imediatas:

    - no contexto da poltica educacional, no mais possvel omitir ou negligen-ciar as questes afetas Educao Infantil;

    - sendo a primeira etapa da Educao Bsica, a Educao Infantil necessita estar articulada etapa seguinte, o Ensino Fundamental.

    A legislao, ao definir a ao da Educao Infantil como complementar ao da famlia e da comunidade, nos permite inferir, dentre outras coisas, que, para se efetivar como um nvel de ensino, a Educao Infantil pressupe uma organizao adequada, necessitando estar bem estruturada no mbito dos sistemas de ensino.

    Outro aspecto a ser ressaltado a definio do nvel de formao dos(as) profis-sionais que atuam diretamente com as crianas nessa faixa etria (LDB, art. 62). Ao exigir, no mnimo, o nvel mdio, na modalidade Normal, a LDB enquadra a funo e a identidade desse(a) trabalhador(a), definindo-o(a) como professor(a), como docente, a despeito da necessidade da discusso sobre o perfil adequado do mesmo aos objetivos de cuidar e educar. Alm disso, se a formao no a nica garantia de uma educao de qualidade, sabemos que sem a definio de um patamar mnimo, torna-se ainda mais difcil persegui-la.

    Por fim, cabe destacar a possibilidade de organizao dos sistemas municipais de educao, o que promove maior descentralizao da poltica educacional, as responsabilidades ficam mais claramente repartidas e define-se um papel autnomo para os municpios. Nesse contexto, os conselhos municipais de edu-cao assumem um papel fundamental, no s como rgo normativo, mas tambm com uma instncia de participao e controle social.

    As exigncias de ampliao do atendimento criana pequena, como direito educao, e, ainda, a necessidade de que esse atendimento se referencie em parmetros de qualidade, impem aos poderes pblicos investimentos e modi-ficaes nas suas estruturas de funcionamento, incluindo o financiamento.

    A LDB fixou, tambm, um perodo de trs anos para que todas as instituies de Educao Infantil se integrassem aos respectivos sistemas de ensino prazo que se esgotou em 22 de dezembro de 1999. (art. 89)

    Ao mesmo tempo em que a integrao no pressupe uma opo das insti-

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    tuies, nem to pouco uma seleo pelos rgos dos sistemas daquelas que estariam aptas ou no a se integrarem, o processo de assegurar que todas as instituies pblicas, municipais e privadas faam efetivamente parte do sistema educacional requer aes tanto do Poder Pblico, quanto das instituies e da sociedade civil como um todo. Estar integrado ao sistema de ensino significa passar a funcionar conforme as normas, os parmetros, os critrios, os padres estabelecidos no mbito da poltica educacional.

    Para tanto, uma srie de medidas e aes comeou a ser imediatamente operacio-nalizada, quer pelas instncias do poder pblico, quer pelas instituies ou por or-ganizaes no governamentais, que historicamente vinham se responsabilizando pela oferta desse servio, pelo seu acompanhamento ou pela reivindicao junto ao Poder Pblico de se assegurar o direito a esse atendimento de qualidade.

    As instituies de Educao Infantil pblicas municipais e todas as privadas passam a ser regulamentadas pelo rgo normativo e inspecionadas e super-visionadas pelo rgo executivo do respectivo sistema.

    Desse fato inaugurada uma relao entre Estado e setor privado a partir da qual fica evidenciada a responsabilidade de o Poder Pblico assegurar a todos os cidados, desde a mais tenra idade, o seu pleno desenvolvimento, visando seu preparo para o exerccio da cidadania.

    O desafio de integrar creches e pr-escolas ao sistema educacional no pode, no entanto, ser reduzido ao processo de normatizao ou regulamentao. O papel que ela desempenha dependente das concepes que informam o processo de sua construo e da forma como conduzida, e depois implementada. Um objetivo deve ser primordial: assegurar s crianas o direito a uma Educao Infantil de qualidade.

    Tendo esse horizonte, possvel sistematizar alguns pontos que envolvem a regulamentao, que mesmo no sendo soluo de todos os problemas da Educa-o Infantil, expressa exigncia social por critrios, tornados pblicos, e aprovados em instncias legti-mas e sustentados em processos democrticos, para o funcionamento de instituies infantis de cuidado e educao. Assim, o estabelecimento desses crit-rios e a sua implementao levam ao debate social e ajudam a mostrar as graves distores existentes no atendimento e nas polticas, levando mobilizao pela qualidade.

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    A regulamentao contribui, sem dvida, para combater o que poderamos chamar de cultura do antes isso do que nada, j que pode acarretar a reduo do nmero de crianas atendidas numa determinada instituio, o fechamento ou a suspenso de servios, demonstrando com isso que o direito das crianas estava sendo, na prtica, negado. Ao mesmo tempo, torna visvel a necessidade do investimento na melhoria e na ampliao do atendimento. Em outras palavras, a regulamentao explicita a demanda que, em geral, abafada, dentre outros motivos, pelo atendi mento de baixa qualidade que prescinde de quaisquer critrios e, em especial, daqueles que podem assegurar o direito educao.

    , portanto, instrumento de luta. possibilidade de responsabilizao do Poder Pblico. instrumento de qualificao da concepo de infncia e das institui-es de cuidado e educao. Exige e obriga melhor conhecimento da realida-de. Exige profissionalismo nos servios diretos (nas instituies infantis) e nos servios de superviso e de planejamento (no Poder Pblico). Exige estruturas pblicas, no mbito dos rgos executivos, de superviso, acompanhamento, fiscalizao e avaliao.

    Evidencia o papel do Judicirio Ministrio Pblico, Juizado da Infncia e da Adolescncia e a importncia da ao interconselhos (incluindo os Conselhos Tutelares) e da articulao com rgos de fiscalizao afins por exemplo, rgos de vigilncia sanitria, do Ministrio do Trabalho etc. Nesse sentido, possibilita a ampliao de parcerias e do leque de atores sociais, divulgando os novos conceitos da Educao Infantil como direito educao acesso e qualidade para todas as crianas em estabelecimentos pblicos e privados.

    Principais itens que so passveis de regulamentao:

    - a formao de professores(as) por exemplo, a definio de prazos para que todos tenham a formao mnima estabelecida;

    - os espaos fsicos estabelecer parmetros para assegurar higiene, segu ran a, conforto e adequao dos espaos para a educao da criana peque na;

    - a relao docente/criana que, de acordo com a LDB, deve contemplar a capacidade de atendimento por docente, a faixa etria atendida e a proposta pedaggica a ser desenvolvida;

    - a proposta pedaggica que deve estar adequada ao proposto em nvel nacional pela Resoluo CNE/CEB N 01/99 e com as normas internas ao sistema local;

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    - a gesto dos estabelecimentos que deve estar fundamentada na proposta vigente de participao e colaborao dos diferentes segmentos da comuni-da de escolar, incluindo pais e professores(as).

    A regulamentao dos servios destinados educao da criana pretende ter um efeito disciplinador que possa garantir o atendimento deste pequeno usurio em condies de qualidade, sendo, por esta razo, necessrio levar em conta a realidade de cada regio, estado ou municpio.

    Atividade 3Sugerimos discutir a questo apresentada a seguir no encontro quinzenal:

    a) A Educao Infantil o primeiro patamar da Educao Bsica, complementar educao da famlia, que deve ser bem organizado, adequado e estruturado no mbito do sistema de ensino. Pergunta-se: qual o papel dos Conselhos de Educao neste processo?

    Seo 4 A Educao Infantil e a oferta da Educao Bsica no Brasil

    Objetivo a ser alcanado nesta seo:- Conhecer a situao atual da oferta de Educao Bsica no Brasil, revelando a sua dimenso quantitativa: matrculas, estabelecimentos e docentes da educaobsica brasileira, por dependncia administrativa, por localizao regional e rural-urbana, por nvel de ensino e grau de formao.

    O rgo pblico federal responsvel pelas estatsticas educacionais o Censo Escolar anual e outros estudos especiais o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INEP, que vinculado ao MEC. O INEP tambm o rgo responsvel pelos sistemas de avaliao da Educao Bsica e Superior.

    Atualmente, ns temos um total de 50.872.322 pessoas matriculadas na Educa-o Bsica regular. A Tabela 1 apresenta essas matrculas por nvel e modalidade de ensino.

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    Tabela1. Educao Bsica Matrcula inicial por nvel/modalidade de ensino - 2003

    Pr- Alfabe- Ensino Ensino Educao Educao Creche Escolar tizao Funda- Mdio Especial Inclusiva Total mental

    1.237.558 8.155.676 598.589 34.438.749 9.072.942 338.081 368.808 50.872.322

    Fonte: MEC/INEP/SEEC

    O nico nvel de ensino que alcanou universalizao foi o Ensino Fundamen-tal, que obrigatrio para pessoas de 6 /7 a 14 anos, e para aqueles que no puderam freqentar ou completar na idade prpria.

    Na Educao Infantil, cada vez mais vozes se levantam para defender que toda criana a partir de 4 anos tenha acesso educao. Reconhece-se tambm que, apesar de no ser obrigatria, portanto, ser dependente da vontade ou necessidade das famlias, muito baixo o atendimento em creches para crianas de 0 a 3 anos no pas.

    Nas ltimas duas dcadas, o provimento e a expanso da Educao Infantil no Bra-sil evidenciam grandes tendncias nacionais e mostram que a localizao, idade, renda, cor e escolaridade dos pais, sobretudo das mes, contribuem para melhores ou piores condies de acesso Educao Infantil das crianas brasileiras.

    Fenmeno predominantemente urbano, nos ltimos vinte anos, observvel signifi cativa ampliao da Educao Infantil, devido maior participao do setor pblico, em especial das redes municipais, que so responsveis pela quase totalidade do atendimento rural. Com efeito, tem sido intenso e acelerado o processo de municipa lizao do atendimento.

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    Isso pode ser visto nos grficos a seguir, que informam matrculas no perodo de 2001 a 2003 em creches e em pr-escolas.

    Grfico 1. Evoluo do nmero de matrculas na Educao Infantil/creche, por dependncia administrativa (2001 a 2003) - Brasil

    Fonte: Ministrio da Educao (MEC/Inep, 2001 e 2003)

    O Grfico 2 retrata a concentrao da Educao Infantil pr-escola nos sis-temas de ensino municipais e o crescimento desse atendimento no apenas na esfera do municpio, mas na iniciativa privada.

    Grfico 2. Evoluo de matrcula inicial na pr-escola por dependncia admi-nistrativa (2001 a 2003) - Brasil

    Fonte: Ministrio da Educao (MEC/Inep, 2001 e 2003)

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    importante destacar que a concentrao de matrculas da Educao Infantil tem maior destaque nas regies sudeste e nordeste e que o nmero de matr-culas vem crescendo ano a ano, conforme demonstra a Tabela 2.

    Tabela 2. Educao Infantil Matrcula inicial por dependncia administrativa 2001/2002

    Referncia Creche Pr-Escola

    2001 2002 2003 2001 2002 2003

    Brasil 1.093.347 1.151.440 1.237.558 4.813.803 4.973.329 5.155.576

    Norte 57.843 57.215 60.431 363.083 380.027 404.299

    Nordeste 288.189 302.368 310.645 1.471.615 1.484.445 1.521.141

    Sudeste 473.189 507.972 571.351 2.127.265 2.236.733 2.326.865

    Sul 210.047 212.676 221.922 587.897 597.648 617.018

    Centro-Oeste 64.079 71.209 73.209 268.940 274.478 286.353Fonte: MEC/INEP/SEEC

    Estudos tambm apontam a presena de crianas de 7 a 9 anos (ou mais) de idade em pr-escolas e classes de alfabetizao, particularmente as negras re-sidentes no Nordeste brasileiro. Ou seja, existe reteno de alunos alm de 6 anos de idade na pr-escola brasileira.

    Os estudos mostram, alm disso, que a Educao Infantil continua sendo privi-lgio de crianas que pertencem s famlias com renda mensal acima de cinco salrios mnimos e que as oportunidades educacionais de crianas negras so as de pior qualidade que o sistema oferece. Estas questes sero abordadas nas Unidades 6 e 7 deste mdulo.

    Verifica-se que o contingente de funes docentes abaixo da qualificao de nvel superior elevado, o que significa a presena significativa de profissionais com a qualificao abaixo do patamar esperado e estipulado pelas metas do Plano Nacional da Educao. Veja na Tabela 3.

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    Tabela 3. Nmero de funes docentes em exerccio por dependncia Admi-nistrativa e Formao Superior 2003

    Referncia Creche Pr-Escola

    Total Superior % Total Superior %

    Brasil 74.765 13.213 17.67 270.576 34.682 12.81

    Norte 3.246 136 4.18 18.498 1.176 6.35

    Nordeste 15.999 1.578 9.86 82.152 11.197 13.62

    Sudeste 32.846 7.087 21.57 117.576 50.977 43.35

    Sul 10.405 3.303 31.74 37.255 15.349 41.19

    Centro-Oeste 4.187 1.029 24.57 15.094 5.983 39.63

    Fonte: MEC/INEP/SEEC

    Espera-se que, at o final da dcada da educao (2007), nossos quadros de docentes estejam suficientemente qualificados para o trabalho profissional de qualidade na educao da criana pequena.

    Os dados dos ltimos Censos Escolares revelam o crescimento das matrculas na Educao Infantil. Tal situao pode ser creditada, em parte, melhoria dos registros de creches e pr-escolas nas estatsticas educacionais a partir do processo de regulamentao do atendimento. Esses resultados confirmam a municipalizao do atendimento e revelam a preponderncia da oferta pblica tanto em creches como em pr-escolas e classes de alfabetizao. Ressalte-se que, essas ltimas, diferente mente das duas outras modalidades, tm decrescido, at porque isso desejvel pelas distores que tal atendimento tem apresentado, ao se constituir em mecanismo de reteno de crianas maiores de 6 anos na Educao Infantil, servindo muito mais como barreira para o acesso ao Ensino Fundamental obrigatrio.

    Atividade 4Muitas informaes foram apresentadas para voc nesta unidade. Conside-ramos necessrio relacionar o que voc leu com a sua realidade. Propomos a voc localizar no Conselho Municipal ou no Conselho Estadual o documento que disciplina a oferta pblica e privada da Educao Infantil, depois comentar o documento com os colegas e verificar como ele vem sendo implantado na prtica na sua regio ou no municpio.

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    PARA RELEMBRAR- Os instrumentos legais que asseguram os direitos da criana de 0 a 6

    anos educao so: a Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988), o Estatuto da Criana e do Adolescente (1990) e a Lei de Dire-trizes e Bases da Educao Nacional LDB.

    - Educao Infantil direito da criana de 0 a 6 anos, oferecida em cre-ches e pr-escolas, e opo da famlia.

    - Educao Infantil direito de trabalhadores homens e mulheres, urbanos e rurais.

    - Educao Infantil dever do Estado, sendo atuao prioritria do mu-nicpio, sob o regime federativo de colaborao.

    - Educao Infantil a primeira etapa da Educao Bsica, regida por princpios e objetivos, bem como integrada organizao da educao nacional. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at 6 anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade.

    - Creches e pr-escolas, instituies da Educao Infantil, integram sis-temas de ensino municipal e estadual, desde dezembro de 1999.

    - Creches e pr-escolas, pblicas e privadas, sendo instituies educacio-nais, devem ser autorizadas pelos respectivos sistemas, o que pressupe a necessidade de rgos normativos de mbito estadual ou municipal. Ora, cabe aos sistemas de ensino estaduais e municipais autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de ensino dos seus respectivos sistemas, e no caso dos sistemas estaduais, acresce-se a incumbncia de ava li-los. (LDB, art. 10 e 11)

    - A legislao educacional estabelece a coexistncia de instituies pblicas e privadas. O ensino livre iniciativa privada sob as seguintes condies: cumprimento das normas gerais da educao nacional e do respectivo sistema de ensino; autorizao de funcionamento e avaliao pelo Poder Pblico; capacidade de auto-financiamento (...). (LDB, art. 7)

    - Os sistemas municipais de ensino agregam estabelecimentos pblicos de Educao Bsica e privados de Educao Infantil. Os municpios po-dem ainda integrar-se ao sistema estadual ou formar com ele sistema nico. Nestes casos, os estabelecimentos de Educao Infantil pblicos e privados estaro sob as normas e as incumbncias do sistema estadual. Portanto, necessitam de ser regulamentados por ele.

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    ABRINDO NOSSOS HORIZONTES

    Ao final desta unidade esperamos que voc tenha a compreenso da Educa-o Infantil como direito da criana de 0 a 6 anos, complementao ao da famlia, sendo dever do Estado oferec-la.

    Atividade 5Para que a criana e a famlia tenham entendimento da sua nova situao no contexto da sociedade, necessrio que sejam criados espaos educativos que favoream diferentes formas de expresso e debates em grupo, na soluo de questes do seu cotidiano no coletivo da sua turma e da comunidade escolar.

    Uma sugesto de atividade interessante a de estabelecer com as famlias e organizaes da sociedade civil dilogos que possam promover a cidadania infantil real, abrindo espaos para:

    - o estudo dos principais dispositivos legais que situam a criana na estrutura social;

    - o estudo interdisciplinar das especificidades da infncia.

    Como atividades para sua sala de aula, sugerimos:

    a) A construo coletiva de um quadro simples de condutas e atividades que coloquem em pauta a valorizao da condio da criana.

    b) Criar formas participativas de gesto da sala de aula em que a criana possa exercitar o respeito mtuo, a solidariedade, a responsabilidade, a criatividade e a autonomia.

    c) Promover dilogos e debates sobre valores sociais, colocando em destaque aqueles que promovem a dignidade humana.

    importante a organizao do espao educativo, de modo a torn-lo instigante criatividade infantil, constituindo-se um desafio curiosidade, e que permita criana desenvolver sua autonomia.

    Materiais como gravuras, livros de literatura infantil, fantoches e brinquedos constituem um rico material para o desenvolvimento dessas atividades.

    -

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    Glossrio

    Lei: normatiza os fatos como devem ser tratados, efetivados ou cumpridos.

    Decretos Federais: dizem quais os procedimentos que devem ser adotados para o cumprimento das leis.

    Portarias: diferem das leis e dos decretos porque elas tm um mbito menor, uma vez que se dirigem a categorias e/ou assuntos especficos e so mais limi-tadas no mbito de sua aplicao.

    Resoluo: deliberao em torno de um assunto detalhado e que j tratado na lei maior, sem poder ampliar o que j foi definido. Ela mais operacional, com o fim de unificar determinados procedimentos para eficcia dos preceitos legais.

    Parecer: estudo sobre um assunto especfico onde o parecerista desenvolve argu-mentos no sentido de aplicar normas sobre a questo em pauta buscando ao final opinar, apresentando a melhor soluo para o assunto submetido ao seu juzo.

    SUGESTES DE LEITURA BAZLIO, Luiz Cavalieri e KRAMER, Sonia. Infncia, Educao e Direitos Huma-nos. So Paulo: Cortez, 2003.

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