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CALAGEM - Aula passada
ü Acidez do solo
. Significado da acidez do solo
. Tipos de acidez do solo
- Tipos de acidez potencial e estimativa
. Usos da estimativa da acidez do solo
- Efeito direto e indireto
- Acidez ativa e potencial
a) Acidez trocável
b) Acidez não-trocável
- Acidez ativa determinada pelo pH em água
- Acidez potencial estimada pelo método SMP
CALAGEM - Aula hoje
ü Tomada de decisão
. Preciso aplicar calcário?
. Quanto preciso aplicar de calcário?
- Procedimentos alternativos
ü Aplicação do calcário a campo
. Qual o equipamento a ser utilizado?
. Qual a localização do calcário no solo?
. Problemas do SPD
. Quando incorporar o calcário
ORIGEM DA ACIDEZ DO SOLO
ACIDEZ e CALAGEM
Liberaçãode Al+3
pH < 5,5
CHUVA à H2O + CO2ßà HCO3- + H+
Destruição da rocha à liberação dos elementos
Formação de Cargas* argila e óxidos* aparecimento de MO
Perdas de nutrientes
Rocha
Solo
pH = 6,9Ca = 8.100Mg = 1.700K = 38.500Al+3 = 0
pH = 4,9Ca = 2,1Mg = 0,8K = 52Al+3 = 3,4
CALAGEM
ü Aplicação de calcário agrícola com vistas à correção do solo
Tomada de decisão
Preciso aplicar calcário?
ü Critério utilizado no RS e SC: pH em água
- Década de 50: pH em água 6,5
solos produtivos em outros países
- década de 70: diferentes valores de pH em função de grupos de culturas
Sem correção
pH 5,5pH 6,0
pH 6,5
Diferente exigência das culturas
Tabela 6.1 – Classificação de espécies e/ou sistema de cultivo em relação ao condicionamento do pH do solo.
pH –referência
Espécies e/ou sistema de cultivo
pH 6,5 Alfafa, aspargo, piretro.
pH 6,0
Abacateiro, abóbora, alface, alho, ameixeira, amendoim, arroz de sequeiro, aveia, bananeira, batata-doce, beterraba, brócolis, cana-de-açúcar, camomila, canola, caquizeiro, cebola, cenoura, cevada, chicória, citros, consorciação de gramíneas e leguminosas de estação fria, consorciação de gramíneas e leguminosas de estação quente, couve-flor, ervilha, estévia, feijão, figueira, fumo, girassol, gramíneas de estação fria, gramíneas de estação quente, hortelãs, leguminosas de estação fria, leguminosas de estação quente, linho, macieira, maracujazeiro, melancia, melão, milho, moranga, morango, nogueira-pecã, painço, pepino, pereira, pessegueiro, pimentão, quivizeiro, rabanete, repolho, soja*, sorgo, tomate, tremoço, trigo, triticale, urucum, vetiver, videira.
pH 5,5 Abacaxizeiro, acácia-negra, amoreira-preta, arroz irrigado nos cultivos com alagamento posterior a emergência das plantas, batata, bracatinga, calêndula, cardamomo, carqueja, coentro, curcuma, erva-doce, eucalipto, funcho, gengibre, mangericão, pinus, salsa.
Dispensa correção da
acidez do solo**
Arroz irrigado nos cultivos com sementes pré-germinadas ou com transplante de mudas, erva-mate, mandioca, mirtilo.
* Considerar pH 5,5 no Planossolo Pelotas.** Não dispensa o uso de calcário ou produto equivalente como fonte de cálcio e magnésio quando necessário.
pH em água( relação 1:1)
-atual: em função do grupo de culturas e sistemas de
manejo do solo e/ou condicionamento da área
Principais:
- valores de pH
- saturação por bases
Auxiliares:
- saturação por alumínio + teor de P.
- teores de Ca e Mg
Superficial (4)1/2 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV<65%(2)0 a 10Sistema consolidado
Superficial1 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV<65%(2)0 a 20
Implantação a aprtir de campo natural quando o índice SMP
for >5,5
Incorporado (3)
ouSuperficial (4)
1 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV< 65%(2)0 a 20
Implantação a partir de campo natural quando o índice SMP
for > 5,0 a 5,5
Incorporado1 SMP parapH água 6,0pH< 6,0(1)0 a 20
Implantação a partir de lavoura ou campo natural
quando o índice SMP for ≤ 5,0
SPD
Incorporado1 SMP parapH água 6,0pH< 6,0(1)0 a 20Qualquer condiçãoSPC
Método de aplicação
Quantidade de calcário
Critériosde decisão
Amost.(cm)Condição da área
Sistemade
manejo
Critérios para a indicação da necessidade e da quantidade de corretivos da acidez para culturas de grãos.
(1) Não aplicar calcário quando a saturação por bases (V) for > 80%.(2) Quando somente um dos critérios for atendido, não aplicar calcário se a saturação por Al for menor o
que 10% e a se teor de P for “Muito alto”.(3) A opção de incorporar o calcário em campo natural deve ser feita com base nos demais fatores de
produção locais. Se optar pela incorporação do calcário, aplicar a dose 1 SMP para pHágua 6,0.(4) No máximo 5 t/ha de calcário (PRNT 100%).
Incorp.1 t/ha(2)Ca ≤2,0 ou Mg ≤0,5 cmolc/dm30 a 20Sistema pré-germinado
ou transplante de mudas
Incorp.1 SMP parapH água 5,5
pH<5,5 ouV<65%(1)0 a 20
Convencional(semeadura em solo
seco)
Arroz irrigadopor inundação
Métodode
aplicação
Quantidadede calcário
Critérios de decisão
Amostragem(cm)Condição da áreaSistema de
manejo
(1) Quando somente um dos critérios for atendido, não aplicar calcário se a saturação por Al
for menor o que 10% e a se teor de P for “Muito alto”.
(2) Calcário dolomítico para suprir Ca e Mg.
Critérios para a indicação da necessidade e da quantidade de corretivos da acidez para arroz irrigado.
Incorp.1 SMP parapHágua 6,0
pH< 6,00 a 20Leguminosas de estaçãofria e quente e consorciações de estaçõesfria e quente
Incorp.1 SMP parapH água 6,5
pH< 6,50 a 20Qualquer condiçãoAlfafa
Superf.(1)1 t/haCa ≤ 2,0 ouMg ≤ 0,5 cmolc /dm30 a 10
Campo natural semintrodução de espéciesforrageiras ou com uso de fosfato natural
Superf. (1)½ SMP parapH água 5,5pH< 5,5 ou V< 65%0 a 10
Campo natural ou lavouracom introdução de espécies(semeadura em linha ousobre-semeadura)SPD
Incorp.1 SMP parapH água 5,5
pH< 5,50 a 20Gramíneas de estações friae quente, capim elefante
Implantação a partir de lavoura ou de campo natural para:
SPC
Método de aplicação
Quant. de calcário
Critério de decisão
Amostr.(cm)
Condição da área ougrupo de cultura
Sistema de manejo ou
cultura
Critérios para a indicação da necessidade e da quantidade de corretivos da acidez para forrageiras.
(1) No máximo 5 t/ha de calcário (PRNT 100%)
Tomada de decisão...
Quanto preciso aplicar de calcário?
- década de 50: teor de Al
1 t ha-1 de calcário para cada 1 cmolc/dm3 de Al
presença de outras fontes de acidez potencial?
Al x 2Al x 3Al x 3,3...
- década de 70: índice SMP
Diferentes quantidades de calcário conforme o valor de pH desejado (a atingir)
Sem correção
pH 5,5pH 6,0
pH 6,5
Conforme exigência das culturas
- atualmente: usa-se o SMP em grupo de culturas e
sistemas de manejo do solo e/ou condicionamento da área.
Superficial (4)1/2 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV<65%(2)0 a 10Sistema consolidado
Superficial1 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV<65%(2)0 a 20
Implantação a aprtir de campo natural quando o índice SMP
for >5,5
Incorporado (3)
ouSuperficial (4)
1 SMP parapH água 5,5
pH< 5,5 ouV< 65%(2)0 a 20
Implantação a partir de campo natural quando o índice SMP
for > 5,0 a 5,5
Incorporado1 SMP parapH água 6,0pH< 6,0(1)0 a 20
Implantação a partir de lavoura ou campo natural
quando o índice SMP for ≤ 5,0
SPD
Incorporado1 SMP parapH água 6,0pH< 6,0(1)0 a 20Qualquer condiçãoSPC
Método de aplicação
Quantidade de calcário
Critériosde decisão
Amost.(cm)Condição da área
Sistemade
manejo
Critérios para a indicação da necessidade e da quantidade de corretivos da acidez para culturas de grãos.
(1) Não aplicar calcário quando a saturação por bases (V) for > 80%.(2) Quando somente um dos critérios for atendido, não aplicar calcário se a saturação por Al for menor o
que 10% e a se teor de P for “Muito alto”.(3) A opção de incorporar o calcário em campo natural deve ser feita com base nos demais fatores de
produção locais. Se optar pela incorporação do calcário, aplicar a dose 1 SMP para pHágua 6,0.(4) No máximo 5 t/ha de calcário (PRNT 100%).
Procedimentos alternativos:
1) Saturação por bases (usado em São Paulo)
para solos já corrigidos anteriormente
NC (t ha-1)= V2-V1 x CTCpH7
100
V2 = saturação por bases desejadaV1 = saturação por bases real do solo
Conversão pH x saturação por basespH 5,5 = ~65%
pH 6,0 = ~80%
pH 6,5 = ~85%
2) Baseado no Al e na matéria orgânicapara solos pouco tamponados
- pH 5,5 = -0,653 + 0,480m.o. + 1,937Al
- pH 6,0 = -0,516 + 0,805m.o. + 2,435Al
- pH 6,5 = -0,122 + 1,193m.o. + 2,713Al
Obs: ver ajuste para qualidade do calcário (PRNT 100%)
ü Reação do calcário no solo
- dissolução + dissociação do calcário:
CaCO3(s) ↔ CaCO3(aq) + H2O ↔ Ca+2 + HCO3- + OH-
- neutralização da acidez ativa:
HCO3- + H+ ↔ H2CO3 ↔ H2O + CO2↑
OH- + H+ ↔ H2O
- neutralização do alumínio:
Al+3 + 3OH- ↔ Al(OH)3↓
- criação de cargas negativas e adsorção dos cátions
MO-COOH + OH- ↔ MO-COO- + H2O
. Ca+2 (e Mg+2) → será adsorvido pelas cargasnegativas criadas
2MO-COO- + Ca+2 ↔ MO-COOCa
Qual o equipamento a ser utilizado para distribuir
o calcário no campo?
Observar...
Qual a localização do calcário no solo?
A incorporação não corrige os problemas de mádistribuição e sim tende a agravá-los!!!
Uniformidade
Regulagem
Incorporado...
ü Lavração + gradagem
ü Gradagem
ü Escarificação/Subsolagem
ü Novos equipamentos
Superficial...
Qual a localização do calcário no solo?
ü Na linha de semeadura
Como?
. Vantagens: - Maior área contato solo-calcário
- Correção mais uniforme em profundidade
. Desvantagens: - Alto custo das operações
- Desestruturação e maior risco de erosão
ü Incorporação
- Lavração + gradagem
Ø Seus efeitos se restringem às camadas mais superficiais;
. Vantagens: - Menor custo de operação
- Menor desestruturação
- Romper camadas compactadas em
profundidade
. Desvantagens: - Correção se restringe a camada superficial
- Correção desuniforme em profundidade e
horizontalmente
Incorporação...
- Escarificação/Subsolagem
- Calagem na linha de semeaduraIncorporação...
Quando não for possível aplicada em toda a área...
. Calcário filler – PRNT >90%
. Caixa calcário isolada
. 200 a 400 kg ha-1
Como?
Busca de tecnologias capazes de aplicar calcário em
profundidade com apenas uma operação, “sem perder as
características físicas do solo adquiridas pelo plantio
direto.”
- Novos equipamentos
Incorporação...
“equipamento protótipo capaz de injetar calcário em profundidade, onde está o problema da toxidez do alumínio, sem
revolver as camadas de solo”
O equipamento tem um escarificador, equipado com discos de corte e rolo nivelador/destorroador, em que foram acoplados um reservatório para calcário com dosadores e uma turbina que é
acionada pelo trator, que produz um fluxo de ar injetando o calcário nas fendas que as hastes do escarificador fazem.
ü Superficial
- Baixo custo
- Não há revolvimento do solo
- Correção somente de camadas superficiais
- “Supercalagem” na superfície, favorecendo:
. Aparecimento de doenças
. Concentração nutrientes
. Menor disponibilidade de nutrientes
. Dispersão da argila favorecendo a perda e descida
de argila no perfil
(1998)Pöttker & Ben
CALAGEM SUPERFICIAL x EFEITO EM PROFUNDIDADE
V%
1 PVD: Argissolo Vermelho distrófico, 2 LVD: Latossolo Vermelhodistrófico, 3 LVA Latossolo Vermelho alumínico
Autor Solo Dose decalcário
pH m%
t.ha-1 ------------------------ cm ---------------------------1
Tempo daaplicação
Anos
Al Ca Mg
2,5Cassol (1995) PVD (franco-argiloso) 3,7 -5 2,5 2,5 2,5 2,5
-
20 -- 54,1 2 10
7,0 5Sá (1996) 2LVD (argiloso)
LVD (arenoso)
4 10 - 10 -
30
-LVA3
(argiloso) 1,8 - 7,2 -3 - 5 – 10 10 10
Santos (1997) PVD (arenoso) 17 - -1,5 5 10 10 10
Média
Kaminski et al (2005) PVD (arenoso) 917 17,510 17,52520 22,5
-Caires et al (2003) LVD (argiloso) 3,81,5-4,5 5-105-10 5-105-10 -
Caires et al (2004) LVD (argilo-arenoso) 2,52,5-7,5 1010 1010 -
56,1 55Holzschuh (2007) PVD (arenoso)
LVD (argiloso)
1 55 5
7,5 551 55 5 57 8 9 15 10 9
A calagem superficial restringe seus efeitos até 10 cm
Problemas encontrados no SPD
0 – 10cm à . Sem problemas de acidez
. Limitação de nutrientes ( P )
10 – 20cm à . Al tóxico e baixa saturação de bases
ü rotação de culturas
ü Martinazzo (2006) encontrou:
Como?
Calcário: camada 0-10cm
Situação SPD...
0
10
20
30
40
0
10
20
30Soja
Milho
?
?Sistema radicular de soja, Martinazzo (2006)
Quando Incorporar?
Em alguns casos pode ser necessário a quebra do mito
de que no plantio direto não se pode revolver o solo...
ü Monitorar a produtividade das culturas;
ü Verificar se existem problemas em profundidade (físicos
e químicos) que podem ser a causa da baixa
produtividade;
Considerações finais
ü Aplicação deve ser o mais uniforme possível
ü Usar preferencialmente distribuidor por gravidade
ü Efeito do calcário se restringe à área aplicada
ü No sistema plantio direto a correção é superficial (até
10cm) e deve monitorar-se a camada de 10-20cm para
verificar potenciais problemas de toxidez de alumínio e baixa
saturação com bases.