CAM DC Direito Administrativo Aula 1 (1)

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PODER DE POLICIA

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  • Turma e Ano: Delegado Civil (2013)

    Matria / Aula: Direito Administrativo / Aula 1

    Professor: Luiz de Oliveira Castro Jungstedt

    Monitor: Marcelo Coimbra

    1) Poder de Polcia:

    a. Introduo: Hoje iniciaremos no ponto quatro, que fala

    sobre poder de polcia, licenas ambientais, e interveno

    do estado na propriedade.

    Em relao ao poder de polcia, devemos prestar ateno

    ao trabalho de lvaro Lazzarini, que desembargador do

    TJSP, que tem um livro chamado Estudos de Direito

    Administrativo, mas a maior parte do livro ele fala de

    poder de polcia.

    b. Conceito de Poder de Polcia: O conceito est no Cdigo

    Tributrio Nacional, Artigo 78.

    Art. 78. Considera-se poder de polcia atividade da

    administrao pblica que, limitando ou

    disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula

    a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de

    interesse pblico concernente segurana,

    higiene, ordem, aos costumes, disciplina da

    produo e do mercado, ao exerccio de atividades

    econmicas dependentes de concesso ou

    autorizao do Poder Pblico, tranquilidade

    pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos

    individuais ou coletivos.

  • - Prtica de Ato ou Absteno de Fato: H uma

    praxe no direito administrativo de dizer que o poder

    de polcia s regula um direito de no fazer, de uma

    absteno, o que no verdade. Segundo o prprio

    artigo, o poder de polcia regula uma prtica de ato,

    ou absteno de fato. Ento o poder de polcia pode

    obrigar a pessoa a fazer. Ex.: Obrigao de colocar

    extintor de incndio em estabelecimentos

    comerciais, etc. uma obrigao de fazer.

    - Limitando ou Disciplinando Direito, Interesse ou

    Liberdade: o objetivo do poder de policia limitar o

    direito individual o limite do poder de polcia o

    direito individual. a limitao do direito individual

    em prol do direito individual de outrem. Ex.:

    Manifestaes tem que ser limitadas, a fim de que

    no firam o prprio interesse individual de quem no

    quer se manifestar.

    - Concernente segurana, higiene, ordem, aos

    costumes, disciplina da produo e do mercado,

    ao exerccio de atividades econmicas dependentes

    de concesso ou autorizao do Poder Pblico,

    tranquilidade pblica ou ao respeito propriedade

    e aos direitos individuais ou coletivos: Todas estas

    reas que esto aqui colocadas dizem respeito

    polcia administrativa. Polcia judiciria a apurao

    de infraes penais. Todo o restante polcia

    administrativa. Por isso que a polcia militar no

    pode fazer inqurito, porque exerce uma funo

  • administrativa de segurana pblica. Cuidado:

    Guarda Municipal no faz segurana pblica. Sua

    funo proteger o patrimnio pblico.

    c. Atividades Tpicas da Administrao Pblica:

    i. Poder de Polcia (ou Funo de Polcia): Se voc for

    bem criterioso quem tem poder de polcia o

    legislativo (pois cria a norma que d o poder de

    polcia). O executivo somente executa esse poder,

    ento ele s tem a funo.

    ii. Servio Pblico

    iii. Interveno na Ordem Econmica: temos que ter

    cuidado. Essa interveno no o estado-agente,

    mas sim o estado fiscalizador. Ex.: Banco Central,

    CADE, etc.

    iv. Interveno na Ordem Social: Ex.: Sade, Educao,

    Assistncia Social, etc.;

    v. Fomento Pblico: atos de incentivo a regies, etc.

    d. Caractersticas:

    A caracterstica maior da polcia administrativa,

    inclusive a de segurana pblica, ser preventiva,

    enquanto que a polcia judiciria eminentemente

    repressiva. Porm lvaro Lazzarini diz que a polcia

    judiciria no repressiva, mas preparatria para a

    represso, que exercida pelo poder judicirio.

    Porm a polcia administrativa tambm no s

    preventiva, mas tambm repressiva, como se

  • depreende do Art. 144 5, quando diz que cabe

    polcia militar a preservao da ordem pblica, ou

    seja, uma vez ferida a ordem pblica, caber

    polcia militar coibir (reprimir) aqueles atos.

    No mbito do estado, a polcia judiciria exercida

    somente pela Polcia Civil. Porm a polcia

    administrativa exercida por diversos rgos (que

    exercem poder de polcia).

    A polcia judiciaria atua em cima de pessoas (autoria

    de crimes). J a polcia administrativa atuam em

    cima de pessoas, atividades, bens, etc.

    e. Formas de Atuao do Poder de Polcia:

    Quem comeou com isso foi o professor Diogo de

    Figueredo Moreira Netto. O CTB reproduziu suas

    lies, no Art. 269 1:

    1: A ordem, o consentimento, a fiscalizao, as

    medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas

    autoridades de trnsito e seus agentes tero por

    objetivo prioritrio a proteo vida e

    incolumidade fsica da pessoa.

    So formas de atuao do Poder de Polcia:

    i. Ordem de Polcia: toda e qualquer norma. Vai da

    constituio a uma portaria. Ordem de polcia a

  • criao do poder de polcia, exercida em regra pelo

    poder legislativo.

    ii. Consentimento de Polcia: com base na norma que

    se d o consentimento. O alvar o prprio

    consentimento de polcia. A vem a clssica

    pergunta: Qual a diferena entre alvar de licena e

    alvar de autorizao?

    Alvar de Licena Alvar de Autorizao

    Ato Vinculado Ato Discricionrio

    Ato Declaratrio Ato Constitutivo

    Permanente

    (no pode ser revogado)

    Precrio

    (pode ser revogado)

    Exceo: Alvar de Licena Ambiental. Cuidado com

    as licenas ambientais: O Alvar de Licena

    ambiental ato discricionrio e precrio. Porm essa

    discricionariedade a tcnica, pautada no Principio

    do Desenvolvimento Sustentvel. E essa licena

    ambiental dita precria porque tm prazo de

    validade. Temos uma resoluo do CONAMA

    (Resoluo 237/97 que est em vigor), que no seu

    Art. 8 e 18, regulamentam a licena ambiental.

    Estes artigos dividem a licena ambiental em Licena

    Prvia (LP), Licena Instalao (LI) e Licena

    Operao (LO). O art. 18 d prazo para cada uma

    delas, porque o direito ambiental tem um princpio

    chamado Princpio da Preveno, que exige que o

    agente faa tudo para evitar o dano, razo pela qual

  • no se pode dar um licenciamento perptuo, porque

    a tecnologia de hoje no a mesma de daqui a dez

    anos. Ento as licenas tem que ser renovadas de

    tempos em tempos, a fim de que seja verificado o

    emprego de novas tecnologias menos poluentes,

    atendido o princpio da preveno.

    iii. Fiscalizao de Polcia: a fiscalizao do

    consentimento, a fim de verificar se o

    consentimento de polcia est sendo cumprido nos

    termos em que foi emitido.

    iv. Sano de Polcia: Para fins de concurso pblico

    estas caractersticas de que falaremos agora so

    caractersticas de todo o poder de polcia, mas o

    professor entende que so caractersticas atinentes

    somente sano de polcia.

    - Discricionariedade

    - Executoriedade

    - Coercitividade com Proporcionalidade

    Executoriedade: o dever que a autoridade

    administrativa tem de exercer a sua funo, de

    materializar suas atribuies, independente de

    manifestao de outro poder. Celso Antnio e

    Di Pietro falam que a executoriedade s pode

    ser usada em dois momentos: quando a lei

    autorizar e em casos de urgncia. O professor

    entende que atributo de todo ato do poder

    de polcia. Mas todos afirmam que alguns atos

  • administrativos no tem imperatividade a

    alguns no tem executoriedade.

    Atos Administrativos que no tem

    imperatividade: so os atos enunciativos e os

    atos negociais. No tm imperatividade porque

    no precisam dela. Exemplo de ato

    enunciativo: Parecer. Entretanto, um parecer

    pode passar a ter imperatividade se for

    transformado em parecer normativo por meio

    de decreto. O parecer no nasce vinculante,

    isso no existe, mas isso um perigo porque

    tem lei e jurisprudncia dizendo que tem

    parecer vinculante. A prova disso a L.

    9784/99, Art. 42, que regula o processo

    administrativo em geral (no Estado do RJ a L.

    5427/09), que traz no 1 o parecer

    obrigatrio e vinculante.

    Cuidado que o Ministro Joaquim Barbosa, no

    informativo 475 STF disse que no Brasil tem

    trs pareceres: Facultativo, Obrigatrio No-

    Vinculante e Obrigatrio Vinculante. Diz ainda

    que no parecer vinculante a responsabilidade

    solidria do parecerista com a autoridade,

    porque o parecerista, naquele caso, estaria na

    funo de autoridade.

    A Professora Maria Sylvia Di Pietro traz um

    exemplo de parecer vinculante: o laudo do

    mdico do INSS. O professor discorda, porque

  • laudo no um parecer, e sim um laudo

    mdico, tcnico.

    Atos Administrativos que no tm

    executoriedade: temos como exemplo a multa.

    A aplicao da multa executria, mas e se o

    sujeito no paga a multa espontaneamente?

    Tem que entrar com processo judicial

    (inscrio em divida ativa e processo de

    execuo judicial). Outro exemplo o decreto

    expropriatrio: a administrao tenta um

    acordo quanto ao preo, o sujeito no aceitou,

    tem que entrar com uma ao judicial de

    desapropriao: o decreto expropriatrio s vai

    se materializar em juzo. Mas cuidado: no h

    acordo com relao desapropriao, o acordo

    quanto ao preo.

    f. Delegao do Poder de Polcia:

    O poder de polcia pode ser delegado? A resposta clssica

    que no, pois uma atividade essencial, indelegvel a

    particulares, e ainda temos textos legais que comprovam

    isso: na lei da PPP (Lei 11.079/04) no seu Art. 4, III diz o

    seguinte: indelegabilidade das funes de regulao,

    jurisdicional, do exerccio do poder de polcia.... Agora,

    se perguntarem numa prova se o poder de polcia

    indelegvel, a regra a essa resposta. Mas numa segunda

    fase, tem que dizer que o que de fato indelegvel a

    Ordem de Policia (exercida pelo Poder Legislativo) e a

    Sano de Polcia (exercida pelo executivo). Agora,

  • consentimento e fiscalizao, que so atos de execuo

    podem ser perfeitamente delegados. J h uma

    flexibilizao nesse sentido.

    2) Interveno do Estado Na Propriedade:

    a. Fundamento: o principal fundamento para que o estado

    intervenha na propriedade a Funo Social da

    Propriedade. Se a propriedade no estiver atendendo a

    funo social, o estado intervm. Essa previso ocorre no

    Art. 5, XXII, XXIII e XXIV da Constituio. Na verdade

    podemos tambm acrescentar o inciso XXV, que fala que

    no caso de iminente perigo pblico..., aqui a

    constituio traz o conceito de requisio. Sempre que

    houver iminente perigo pblico, trata-se de requisio.

    b. Tipos de Requisio: temos dois tipos de requisio:

    Branda/Restritiva e Drstica/Supressiva.

    i. Interveno Branda

    1. Tipos:

    a. Limitao Administrativa;

    b. Servido Administrativa;

    c. Ocupao Temporria;

    d. Tombamento;

    e. Requisio.

    Sujeito Ativo: todos os entes da federao

    podem fazer todos os tipos de interveno

    branda e drstica, em razo de sua autonomia

    poltico administrativa.

  • Indenizao: por ser uma interveno branda,

    em regra no tem indenizao, salvo se

    comprovado prejuzo. Porm, das intervenes

    brandas a que mais oferece indenizao a

    servido administrativa, porque a natureza

    dela mesma da servido do direito civil

    (servido de passagem), o que causa

    verdadeira restrio ao direito de propriedade.

    Isto tambm ocorre com o tombamento. O STF

    j se manifestou dizendo que se no

    tombamento ocorrer o esvaziamento

    econmico da propriedade, dever ocorrer a

    indenizao.

    2. Limitao Administrativa:

    a. Forma da Limitao Administrativa:

    instituda por lei. Porm necessrio um

    decreto regulamentar, para regulamentar

    essa limitao. Por isso que os grandes

    exemplos de limitao esto nos planos

    urbansticos, cdigo de obras, plano

    diretor, etc. Por isso o cdigo florestal (L.

    12651/12) traz duas limitaes

    administrativas clssicas APP rea de

    Preservao Permanente e ARL rea de

    Reserva Legal. Todo imvel rural tem que

    deixar um percentual de mata nativa (que

    na regio sudeste de 20%, na regio

    amaznica de 80%).

  • b. Sujeito Passivo da Limitao

    Administrativa: se a limitao instituda

    por lei e sabemos que a lei deve recair

    sobre todos de igual forma, o sujeito

    passivo indeterminado. Alis, por isso

    que a limitao administrativa raramente

    tem indenizao. A exceo quando a

    lei no recai de igual forma sobre o

    sujeito passivo (Celso Antnio fala que

    um exemplo de responsabilidade do

    estado por prtica de ato lcito). Ex.: um

    grupo de ruas que fechado o acesso de

    veculos e transformado em calado.

    Imagine que em uma dessas ruas tenha

    um edifcio garagem. A lei no recaiu de

    igual forma sobre o proprietrio desse

    edifcio, ento o estado tem

    responsabilidade e tem que indenizar.

    c. Objeto da Limitao Administrativa: a

    limitao administrativa todo o poder

    de polcia (que uma limitao individual

    em prol do coletivo). Atinge pessoas,

    bens mveis, bens imveis, atividade

    econmica, etc.

    3. Servido Administrativa:

    a. Forma da Servido Administrativa: feita

    por decreto. O DL 3365/41 (lei geral de

    desapropriao) tem um artigo que se

  • refere servido, que o Art. 40. Art.

    40. O expropriante poder constituir

    servides, mediante indenizao na

    forma desta lei. Esse decreto de

    servido, depois de declarar a utilidade

    pblica do bem para fim de servido, o

    estado procurar o proprietrio para

    fechar acordo quanto ao preo. Se no

    houver um acordo, o estado dever ir ao

    poder judicirio e a indenizao ser

    fixada por sentena. Se houver acordo, o

    estado j vai ao registro de imveis e

    registra a servido (a servido adere a

    coisa, uma obrigao propter rem).

    b. Objeto da Servido: Bem imvel. A

    servido direito real e atinge apenas o

    bem imvel.

    c. Sujeito passivo: determinado o

    proprietrio do bem imvel.

    Exceo 1: Adilson de Abreu Dallari tem

    um artigo defendendo a tese que o

    carteiro uniformizado e o militar fardado,

    quando usa transporte coletivo

    gratuitamente, seria uma hiptese de

    servido administrativa. Mas uma

    exceo, porque no recai sobre bem

    imvel.

  • Exceo 2: existem tambm servides que

    so institudas por lei (em vez de decreto).

    No Cdigo do Ar (Cdigo Brasileiro de

    Aeronutica L. 7565/86), no Art. 43 cria

    as chamadas zonas de proteo, que a

    doutrina chama de servido

    administrativa (no entorno do aeroporto

    no se podem construir andares

    elevados). No se trata de limitao,

    porque aqui temos coisa serviente

    (imveis em torno do aeroporto) e coisa

    dominante (servio areo). Na limitao

    no tem coisa dominante e coisa

    serviente.

    4. Ocupao Temporria

    a. Objeto da Ocupao Temporria: o

    bem imvel, apenas. Tem alguns que

    radicalizam e falam que seria somente o

    bem imvel no-edificado. No

    DL3365/41, Art. 36:

    permitida a ocupao temporria, que

    ser indenizada, afinal, por ao prpria,

    de terrenos no edificados, vizinhos s

    obras e necessrios sua realizao.

    Isso uma rara lei que fala de ocupao

    temporria, ento muitos doutrinadores

    entendem que como esta lei s fala de

  • ocupao temporria de imvel no-

    edificado, ento s caberia neste caso.

    Outra questo o lapso temporal: no h

    lei prevendo o lapso temporal da

    ocupao temporria. O temporrio se

    caracteriza pelo animus da devoluo.

    O professor entende que a ocupao de

    locais para as zonas eleitorais caso de

    ocupao temporria.

    b. Sujeito Passivo da Ocupao Temporria:

    determinado o proprietrio do bem

    imvel.

    c. Forma da Ocupao Temporria: no tem

    previso legal, no tem rigor. Ento seria

    com o Auto ou Termo de Ocupao

    Temporria. Porm pode tambm ser por

    decreto, como o caso do decreto de

    ocupao no estado de defesa (Art. 136

    1 CR).

    Questo: Qual a diferena entre a

    servido e a ocupao temporria? R: A

    nica diferena o requisito temporal: a

    servido administrativa permanente

    enquanto que a ocupao temporria

    temporria.

  • 5. Tombamento:

    a. Sujeito Passivo do Tombamento: o

    tombamento tem uma peculiaridade. O

    sujeito passivo no tombamento pode ser

    tanto determinado quanto

    indeterminado, porque a constituio, no

    Art. 216 diz que constituem patrimnio

    cultural brasileiro, os bens de natureza

    material e imaterial, tomados

    individualmente (sujeito passivo

    determinado) ou em conjunto (sujeito

    passivo indeterminado). O tombamento

    pode inclusive ser de um bem imaterial.

    b. Objeto do Tombamento: bem material,

    bem imaterial, etc. o mais variado

    possvel. Tudo pode ser tombado, desde

    que tenha caractersticas de patrimnio

    histrico, artisticio, cultural, etc.

    c. Forma do Tombamento: tem que ver o

    ente federativo. Na Unio temos o

    IPHAN, e no estado do RJ temos o

    INEPAC. Essas entidades autrquicas

    possuem os famosos livros-tombo. A

    forma a inscrio no livro-tombo dessas

    entidades autrquicas. Os municpios

    podem tambm tombar, e geralmente o

    fazem por decreto municipal, mas se tiver

    uma autarquia para tal, ser pela

    inscrio no livro-tombo.

  • 6. Requisio Administrativa:

    a. Objeto da Requisio: o mais variado

    possvel. Tudo pode ser requisitado.

    Temos um DL que regulamente a

    requisio em pocas de guerra

    (DL4812/42), que no Art. 15 d vrios

    exemplos do que pode ser requisitado.

    At uma pessoa pode ser requisitada. Ex.:

    Mesrio na eleio requisitado.

    b. Sujeito Passivo da Requisio:

    determinado.

    c. Forma da Requisio: Auto de Requisio

    ou Termo de Requisio. Podendo

    inclusive ser verbal, exatamente pela

    urgncia.

    A caracterstica da requisio

    administrativa o iminente perigo

    pblico.

    A Constituio no Art. 5 XXV, traz a

    requisio administrativa. Poder haver

    indenizao, mas sempre ser posterior

    (ser posterior porque h urgncia, ento

    a indenizao ser calculada

    posteriormente requisio).

    ii. Interveno Drstica/Supressiva

    1. Requisio (a requisio pode ser tanto branda

    quanto drstica);

  • 2. Desapropriao

    a. Quem pode legislar sobre

    desapropriao (Art. 22 CR): s a Unio

    pode legislar sobre desapropriao.

    b. Quem pode desapropriar: o DL 3365/41,

    Art. 2: todos os entes da federao

    podem desapropriar. Mas esta no a

    nica lei sobre desapropriao. O

    DL3365/41 uma lei geral. Temos a

    desapropriao por

    necessidade/utilidade pblica, que

    regulamentada pelo DL 3365/41. O

    segundo pressuposto o interesse social

    (L. 4132/62, Art. 2). O interesse social se

    difere da utilidade pblica, porque o

    interesse social foi um pressuposto criado

    para resolver problemas sociais. Por isso,

    o grande exemplo de desapropriao por

    interesse social a desapropriao para

    fins de reforma agrria (LC 76/93).

    Resumindo, temos trs leis sobre

    desapropriao hoje em vigor:

    - DL 3365/41 Lei geral

    Desapropriao por Utilidade

    Pblica

    - Lei 4132/62 Desapropriao por

    Interesse Social

    - Lei Compl. 76/93 Desapropriao

    para Fins de Reforma Agrria.

  • Obs.: Prazo de Caducidade do Decreto

    Expropriatrio: No DL 3365, o prazo de

    cinco anos, j na L. 4132, o prazo de

    dois anos.

    c. O que pode ser desapropriado: Vejamos

    o Art. 2 do DL 3365: TODOS os bens

    podero ser desapropriados. Porm, Jos

    dos Santos Carvalho Filho diz que

    somente podem ser desapropriados os

    bens que podem ser valorados, pois a

    indenizao na desapropriao tem que

    ser prvia, justa e em dinheiro. Ento,

    somente o que tem valor econmico

    poderia ser desapropriado.

    d. Objeto da Desapropriao: H uma

    questo muito comum: o Bem pblico

    pode ser desapropriado? O Art. 2 2 do

    DL 3365 responde. Podemos dizer que

    poder sempre ser desapropriado pela

    unidade federativa superior. A Unio

    portanto no poder ter seus bens

    pblicos desapropriados, e o municpio

    no poder desapropriar bem algum.

    necessria ainda a autorizao legislativa

    para tal.

  • Questo: o Municpio pode desapropriar

    bens de sociedade de economia mista

    federal? O Art. 2 3 do DL 3365

    tambm no permite, mas traz uma

    exceo: se for autorizada por decreto do

    presidente da repblica. Tivemos

    recentemente, no dia 19 de Setembro de

    2013, um decreto sem nmero da

    presidncia da repblica autorizando o

    municpio a desapropriar bens das Docas

    do Rio de Janeiro.

    3 vedada a desapropriao, pelos

    Estados, Distrito Federal, Territrios e

    Municpios de aes, cotas e direitos

    representativos do capital de instituies

    e empresas cujo funcionamento dependa

    de autorizao do Governo Federal e se

    subordine sua fiscalizao, salvo

    mediante prvia autorizao, por decreto

    do Presidente da Repblica.

    Questo: pode o Estado do Rio

    desapropriar bem pblico de uso comum

    (que um bem com afetao mxima) do

    municpio? O professor Diogo de

    Figueiredo at a 12 edio de seu livro,

    entendia que pode. Porm, na 13 edio

    em diante ele mudou de opinio,

    passando a dizer que no pode. Entende

  • ele que por ter afetao mxima, no

    podem ser desapropriados.

    e. Desapropriao executada por

    concessionrias e entidades da

    administrao indireta: O Art. 3 do DL

    3365 permite que entidades da

    administrao indireta e concessionrios

    em geral possam promover

    desapropriaes. Ento o concessionrio

    no pode desapropriar, mas somente

    promover a execuo daquela

    desapropriao.

    Cuidado: somente UMA autarquia pode

    promover e declarar a utilidade pblica,

    que o DNIT (antigo DNER). Isto est

    expresso na lei da ANTT, ANTAQ e DNIT

    (L. 10.233/01), quando fala da atribuio

    do DNIT, no Art. 82, IX diz que caber ao

    DNIT declarar a utilidade pblica de bens

    para fins de desapropriao.

    Obs.: Quem promove a desapropriao

    responsvel pelo pagamento. Ento se a

    concessionria promover a

    desapropriao, ela que ser responsvel

    pelo pagamento da indenizao. Ento

    no entra no precatrio, cuidado.