Caminhos do Cuidado – Relatório 2015

Ministério da saúde. secretaria de Gestão do trabalhoe da educação na saúde

Fundação oswaldo cruz. instituto de coMunicaçãoe inForMação cientíFica e tecnolóGica eM saúde

Grupo hospitalar conceição. centro de educação tecnolóGica e pesquisa eM saúde

relatório nº 2rio de JaneiroFiocruz / icict

2016

Ministério da Saúde (MS)Marcelo Castro

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde (SGTES/MS)Heider Aurélio Pinto

Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges/SGTES/MS)Alexandre Medeiros

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)Paulo Ernani Gadelha

Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz)Nísia Trindade Lima

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz)Umberto Trigueiros

Grupo Hospitalar Conceição (GHC)Sandra Maria Sales Fagundes

Coordenação do projeto Caminhos do CuidadoMaria Cristina Soares GuimarãesQuelen Tanize Alves da Silva

Coordenação ExecutivaMaria da Conceição Rodrigues de CarvalhoEdelves Vieira RodriguesRegis Cunha de OliveiraRuy Casale

Coordenação AcadêmicaLucas Willig QuadrosMarielly de Moraes

Coordenação PedagógicaRenata PekelmanOdete Messa Torres

Coordenação de Infraestrutura e LogísticaRuy Casale

Coordenação de ComunicaçãoRafael CavadasEster Cristina Machado Ruas

Coordenação Macrorregional Anna Letícia VentreFrancéli dos SantosLenice Inês KoltermannPedro Augusto PapiniRenata Castro Gusmão

Coordenação GráficaSandra Araujo

Capa e Projeto GráficoAluísio Bispo

DiagramaçãoAluísio Bispo Sandra Araujo

FotografiasBanco de Imagens da EmbraturBanco de Imagens Free ImageBanco de Imagens Visual HuntPauliran FreitasRoberta RauppSandra AraujoStephanie Saramago

RedaçãoFabrício ÂngeloFernanda ReisIgor CruzJullia MendonçaRafael CavadasRoberta Raupp

Edição e revisãoRafael CavadasRoberta Raupp

expediente

Grupo condutor Alcindo Ferla Alexandre Medeiros Cláudio BarreirosMarcelo PedraMaria Cristina Soares GuimarãesMônica Diniz DurãesQuelen da Silva

Regionalização

Angelita Mendes (ETSUS/RO)Carolina Feitosa (ETSUS/SP)Ena Galvão (ETSUS/DF)Célia Feitosa (ETSUS/PE)Walesca Pereira (ETSUS/RS)

Ficha técnica

Coordenação: Renata Pekelman e Odete Messa Torres

Aline CesconAngélica BommAndréia Silveira de SouzaAntonio LancettiDébora Garcez LealDenis PetucoGiulia Caruline Lima CostaJuliana de Bittencourt EscobarKarina SirangeloLuis Carlos Nunes Vieira de VieiraMarco Aurélio JorgeMaria Beatriz de Miranda MatiasMarise RamoaNatale Oliveira de SouzaPilar BelmonteRenata Veloso Vasconcelos de AndradeSandra Regina Soares ArôcaSergio AlarconStefanie Kulpa

equipe pedagógica

equipe do avaliacaminhos Coordenação: Ricardo CeccimRenata GusmãoFranciele SantosPedro PapiniAnna Letícia VentreStefanie KulpaLiciane Silva

equipe decomunicação social

Coordenação: Rafael CavadasAluísio BispoEster Cristina Machado RuasFabrício ÂngeloFernanda Reis Igor CruzJean SmarritoJorge Phelipe Lira de AbreuJullia MendonçaNelma Pinto CezárioPauliran FreitasPedro GorenderRoberta RauppRosana MeloSandra AraujoSthéphanie Saramago

Gestão acadêmica Coordenação: Lucas Wilig Quadros e Marielly de MoraesAna Cristina de Oliveira Fabiana Marques de SouzaGisele da Costa Escobar Piccoli Manuela Pekelman Venturini Rosana Fraga de Carvalho Teodoro Schmidt Jacino

equipe de infraestrutura e logística

Coordenação: Ruy CasaleAline Borges Clara de Almeida AlmadoDaniele BorgesDeborah Batista FreireFlávia Cotilha de Andrade SoaresFlavio Peixoto Jaqueline Dias Laís PintoLorene Carvalho CardosoMaria Helena Hallais SilvaNina Ruas Paulo MonteiroRachel CarvalhoVanessa Debossan Vanessa Mendes

Amélia Cristina Santos Alcoforado (RO)Beatriz dos Santos (SE)Carolina Bocchi Maia (PR)Carolina Feitosa (SP)Cecilia Alonso Correa Forte (MT)Claudia Cristiane Moura Silva Souza (BA)Elzimar Evangelista Peixoto Pinto (ES)Emilene Donato (AL)Ewângela Aparecida P. da Cunha (MS)Izabel Cristina Borges C. Oliveira (PA) José Carlos Lima de Campos (RJ) Juliana Rodrigues da Costa (AM) Livia Milena B. de Deus e Méllo (PE)Lorilei Stefanello Seccon (AP)Luciana Freitas dos Santos (RR)Maria Auri Gonçalves (TO)Maria Helena dos Santos (PR)Maria Jussara Sodre (AM)Miriã Alves Coutinho (GO)Naia Corrêa (RS)Nazaré Figueiredo (AC)Nélia Beatriz Caiafa Ribeiro (RJ)Patrícia Samara Portela Oliveira (PI)Paulo Ricardo Rodrigues da Silva (PB)Rafaela de Nazaré Chiappetta (PA)Raimunda Felix de Oliveira (CE)Rosana Líbano Alves Santos Ruzene (SC)Rosângela Silveira (MG)Sara Fiterman Lima (MA)Tereza Leite (DF)Valéria de Queiroz Diogenes Negreiros (RN)

núcleo estadualcoordenação estadual

Técnicos do Deges que acompanham o Caminhos do Cuidado

Bethânia Ramos MeirelesDaniel Márcio Pinheiro de LimaFelipe Farias da SilvaIsrael Dias de CastroMarco Aurélio de RezendeRaquel Martinho Ciancio

SUMÁRIOapresentação .......................................................................... 9

capítulo 1 — retratos do caMinhoA trajetória do Caminhos do Cuidado ............................ 13

Linha do Tempo ...........................................................14Números do Projeto ....................................................20

capítulo 2 — Falas do caMinhoCaminhos do Cuidado nos Territórios ............................ 25

Acre ..............................................................................26Alagoas ........................................................................ 28Amapá .......................................................................... 30Amazonas .................................................................... 32Bahia ............................................................................34Ceará ............................................................................36Distrito Federal ............................................................38Espírito Santo .............................................................. 40Goiás ............................................................................42Maranhão ..................................................................... 44Mato Grosso ................................................................46Mato Grosso do Sul .....................................................48Minas Gerais ................................................................ 50Pará ..............................................................................52Paraíba ......................................................................... 54Paraná .......................................................................... 56Pernambuco ................................................................ 58Piauí ..............................................................................60Rio de Janeiro .............................................................. 62Rio Grande do Norte ....................................................64Rio Grande do Sul ........................................................66Rondônia ...................................................................... 68Roraima ........................................................................ 70Santa Catarina ............................................................. 72São Paulo ..................................................................... 74Sergipe ......................................................................... 76Tocantins ..................................................................... 78

capítulo 3 — caMinhos a seGuirCaminhos a seguir ......................................................... 83

Observatório Caminhos do Cuidado ..........................84AvaliaCaminhos ...........................................................88

8

caminhos do cuidado | Relatório 2015 9

Apresentação“Marinheiros que o mar tornou mais fortes”. Este verso do século 19, gravado na obra "Faróis" do reconhecido poeta brasileiro Cruz e Souza, nos ilumina sobre como o exer-cício constante do ofício potencializa aquele que o realiza. Ali, quando os marinheiros, suas muitas cartas de navegação e embarcações se aventuravam ao mar, estava a fonte de uma retroalimentação positiva que os levaria a outros oceanos, a novas oportunidades de enxergar e ressignificar o mundo. O relatório que você começa a ler agora é uma das formas que encontramos para registrar nossas cartas de navegação, nossas rotas e trajetórias (algumas escolhidas e outras encontradas) que, ao longo de 2015, nos trouxeram a tenacidade para supe-rar obstáculos, para problematizar desafios e para propor soluções para um Sistema Único de Saúde (SUS) ainda mais forte. Aqui, assim como os marinheiros da poesia que se aprimoraram com o navegar no Mar, contamos como nos tornamos mais engajados, mais reflexivos, mais críticos, mais produtivos, e como nos encontramos (desencontramos também, por que não?) ao percorrer, por mais um ano, os caminhos de um país com dimensões continentais para alcançarmos o Cuidado Integral em Saúde. De caminhar em caminhar, atuamos para contribuir com o Cuidado na Atenção Inte-gral à Saúde, o Cuidado na Saúde Mental, o Cuidado na Formação de Profissionais, o Cuidado nos Territórios, o Cuidado na Gestão, e o Cuidado na proposição de meto-dologias e tecnologias que fossem sofisticadamente capazes de elevar o nosso valor maior: a defesa do direito à Vida! Esperamos ter alcançado, aqui, o esforço de relacionar nossos principais feitos quan-do cada dia foi um passo para cumprirmos o compromisso com a transparência necessária às nossas ações, de favorecermos trocas de experiências inclusivas, de trabalharmos para a rede de atores tão plurais quanto engajados com o fortalecimen-to do SUS e com a real melhora das condições de saúde dos povos.

Boa leitura!

10


capítulo 1

12


A trajetória do projeto Caminhos do Cuidado será apresentada a seguir em uma linha do tempo. Em ordem cronológica, buscou-se destacar os principais fatos, datas e dados que marcaram o projeto desde a sua criação. Os anos de 2013 e 2014 foram destinados especificamente à formação e à capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACSs), auxiliares e técnicos de enfermagem (ATENFs) que atuam na Aten-ção Básica.

Esses dois anos investidos em formação, capacitação e desenvolvimento de ações de cuidado em Saúde Mental – Crack, Álcool e outras Drogas – às pessoas, famílias e comunidades, em todo o território nacional, geraram 8.017 turmas. Todos os estados do Brasil foram contemplados com o curso e 292.899 vagas foram ofertadas, tendo a participação de 284.868 alunos em todo o território.

O ano de 2015 foi marcado pelo encerramento das turmas em todos os estados bra-sileiros. Tendo como foco o alcance de metas, foram realizados encontros e reuniões, com a participação dos coordenadores estaduais e de macrorregionais, da Coorde-nação Executiva e representantes do Ministério da Saúde. Além disso, oficinas foram feitas com a presença dos principais atores do projeto com o objetivo de discutir os rumos da última etapa do Caminhos do Cuidado: o processo de avaliação.

A trajetória do Caminhos do

Cuidado

14

Formação de agentes comunitários de saúde, auxiliarese técnicos de enfermagem da Saúde da Família – Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas, que consta entre as prioridades da Presidência da República no plano de enfrentamento ao Crack.

MARÇO2013

Desenho do projeto com plano de trabalho e

cronograma de execução

A meta é oferecer formação para os agentes comunitários de saúde (ACSs) do país e um auxiliar/técnico de enfermagem por equipe de saúde da família, totalizando

OUTUBRO2012

CONVIDA O

PARA EXECUTAR A

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria

de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,

Instituto de Comunicação e

Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Escola GHC (Grupo Hospitalar

Conceição)

10EDUCADORES

80ORIENTADORES

1.200TUTORES (META)

1.875MOBILIZADOS

290.197ALUNOS

300.000280.000260.000240.000220.000200.000180.000160.000140.000120.000100.000

80.00060.00040.00020.000

0

META E TOTAL DE VAGAS OFERTADAS (ACUMULADO)

Outubro2013

Janeiro2014

Abril Julho Outubro

Meta mensal

Vagas ofertadas

Equipepedagógica

capacita

linha do TempoABRIL

2013

Apresentação do Plano de Comunicação (Produção, Circulação e Apropriação)

JUNHO2013

Oficina de validação do material didático pela equipe de consultores

do projeto, com a preocupaçãode ser uma tecnologia de educação

permanente para as equipes de saúde.

ESBOÇO DO PLANO DE CURSO, COM MATRIZ CURRICULAR E QUESTÕES DE APRENDIZAGEM

A construção da matriz curricular está comprometida com a atenção gerida na perspectiva da Linha de Cuidado em Saúde Mental. Para tanto, tem como base os princípios do SUS, a Política Nacional de Saúde Mental, Política de Atenção Básica e a Política de Atenção Integral aos usuários de álcool e outras drogas.

PRODUÇÃOCriação da identidade visual, de peças institucionais e didáticas (cartilha, caderno, mochila, pasta, bloco, vídeos, manual tutorial) e eventos públicos, como aula inaugural, formação de orientadores e tutores, e formatura de alunos.

CIRCULAÇÃOCriação de estratégias para fazer circular as informações do Caminhos do Cuidado para a comunidade interna e externapor meio da intranet (www.caminhosdocuidado.com),do site do projeto (www.caminhosdocuidado.org),do e-mail marketing e demídia espontânea.

APROPRIAÇÃOApropriação da mensagem pelos alunos e tutores coma organização de mostras regionais, produção de vídeos formativos e informativos, publicação da fala dos alunos e depoimentos das equipes regionais no site.

ELABORAM E VALIDAM O MATERIAL DIDÁTICOOFERECIDO NO CURSO,

bem como no acompanhamento das oficinas de aprendizado para

orientadores e tutores. Eles trocam experiências e esclarecem dúvidas

dos alunos, além de propor e compartilhar estratégias educativas

junto aos profissionais da equipe de apoio pedagógico.

Eixo temático 1Conhecendo o território, as redes de atenção, os conceitos, as políticas e as práticas de cuidado em saúde mental

MATRIZ CURRICULAR

Fonte: elaboração própria

CARGA HORÁRIA

24horas

presenciais

12horas de

dispersão

Eixo temático 2A caixa de ferramentas dos ACSs e ATENFs na Atenção Básica

Eixo transversalReforma Psiquiátrica, Redução de Danos e Integralidade do Cuidado como diretrizes para a intervenção em saúde mental e no uso de álcool, crack e outras drogas

16horas

presenciais

8horas de

dispersão

40horas

presenciais

20horas de

dispersãoTotal

EDUCADORES CONSULTORES

COORDENAÇÃOPEDAGÓGICA DO

PROJETO CAMINHOSDO CUIDADO


Formação de agentes comunitários de saúde, auxiliarese técnicos de enfermagem da Saúde da Família – Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas, que consta entre as prioridades da Presidência da República no plano de enfrentamento ao Crack.

MARÇO2013

Desenho do projeto com plano de trabalho e

cronograma de execução

A meta é oferecer formação para os agentes comunitários de saúde (ACSs) do país e um auxiliar/técnico de enfermagem por equipe de saúde da família, totalizando

OUTUBRO2012

CONVIDA O

PARA EXECUTAR A

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria

de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,

Instituto de Comunicação e

Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Escola GHC (Grupo Hospitalar

Conceição)

10EDUCADORES

80ORIENTADORES

1.200TUTORES (META)

1.875MOBILIZADOS

290.197ALUNOS

300.000280.000260.000240.000220.000200.000180.000160.000140.000120.000100.000

80.00060.00040.00020.000

0

META E TOTAL DE VAGAS OFERTADAS (ACUMULADO)

Outubro2013

Janeiro2014

Abril Julho Outubro

Meta mensal

Vagas ofertadas

Equipepedagógica

capacita

ABRIL2013

Apresentação do Plano de Comunicação (Produção, Circulação e Apropriação)

JUNHO2013

Oficina de validação do material didático pela equipe de consultores

do projeto, com a preocupaçãode ser uma tecnologia de educação

permanente para as equipes de saúde.

ESBOÇO DO PLANO DE CURSO, COM MATRIZ CURRICULAR E QUESTÕES DE APRENDIZAGEM

A construção da matriz curricular está comprometida com a atenção gerida na perspectiva da Linha de Cuidado em Saúde Mental. Para tanto, tem como base os princípios do SUS, a Política Nacional de Saúde Mental, Política de Atenção Básica e a Política de Atenção Integral aos usuários de álcool e outras drogas.

PRODUÇÃOCriação da identidade visual, de peças institucionais e didáticas (cartilha, caderno, mochila, pasta, bloco, vídeos, manual tutorial) e eventos públicos, como aula inaugural, formação de orientadores e tutores, e formatura de alunos.

CIRCULAÇÃOCriação de estratégias para fazer circular as informações do Caminhos do Cuidado para a comunidade interna e externapor meio da intranet (www.caminhosdocuidado.com),do site do projeto (www.caminhosdocuidado.org),do e-mail marketing e demídia espontânea.

APROPRIAÇÃOApropriação da mensagem pelos alunos e tutores coma organização de mostras regionais, produção de vídeos formativos e informativos, publicação da fala dos alunos e depoimentos das equipes regionais no site.

ELABORAM E VALIDAM O MATERIAL DIDÁTICOOFERECIDO NO CURSO,

bem como no acompanhamento das oficinas de aprendizado para

orientadores e tutores. Eles trocam experiências e esclarecem dúvidas

dos alunos, além de propor e compartilhar estratégias educativas

junto aos profissionais da equipe de apoio pedagógico.

Eixo temático 1Conhecendo o território, as redes de atenção, os conceitos, as políticas e as práticas de cuidado em saúde mental

MATRIZ CURRICULAR

Fonte: elaboração própria

CARGA HORÁRIA

24horas

presenciais

12horas de

dispersão

Eixo temático 2A caixa de ferramentas dos ACSs e ATENFs na Atenção Básica

Eixo transversalReforma Psiquiátrica, Redução de Danos e Integralidade do Cuidado como diretrizes para a intervenção em saúde mental e no uso de álcool, crack e outras drogas

16horas

presenciais

8horas de

dispersão

40horas

presenciais

20horas de

dispersãoTotal

EDUCADORES CONSULTORES

COORDENAÇÃOPEDAGÓGICA DO

PROJETO CAMINHOSDO CUIDADO

16

JULHO2013

Construção do mapa das atribuições dentro da

estrutura organizacional

Planejamento do Lançamento Nacional

em 23 de outubro nos seis estados pilotos e, até ofim do ano, em todos

os estados do país

Regionalização

Cronograma e infraestrutura necessária à

execução do projeto

Meta de lançamento

das primeiras turmas de

alunos: outubro

Oficina de validação do caderno do aluno por agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATENFs) de cada região do país. O processo de avaliação do caderno envolveu linguagem, dinâmica, técnica, relação entre teoria e prática, compreensão dos textos, vídeos e formatação. Ao fim, foram elaboradas propostas para qualificação do material didático.

AGOSTO2013

SETEMBRO/OUTUBRO2013

Oficina de planejamento

para organização do trabalho

Estrutura organizacional

da equipe nacional

A execução deste projeto pressupõe a articulação entre as instituições do

SUS que protagonizaram a formação no território

As bases do projeto: engajar as equipes que compõem a rede de cuidado; fazer a descentralização

autárquica e os pactos entre os entes federados; construir a integralidadee criar um sistema regionalizado.

Escolasde Saúde Pública e Escolas

Técnicasdo SUS

Conselho de Secretários Municipais de Saúde

Saúde MentalAtenção Básica

dos três entesfederativos

Em agosto, aconteceu o primeiro encontro

com Escolas Técnicas do SUS (ETSUS) dos

estados definidos como pilotos parao lançamento das primeiras turmas: Pernambuco, São

Paulo, Acre, Paraná, Distrito Federal e

Rio Grande do Sul.

Acre

Paraná

Rio Grandedo Sul

São Paulo

DistritoFederal

Pernambuco

PERNAMBUCO

ACRE

DISTRITOFEDERAL

SÃO PAULO

PARANÁ

RIO GRANDEDO SUL

Caminhos do Cuidadoé oficialmente lançadoem seis estados

Oficinas de Orientadores de Aprendizagem do projeto Caminhos do Cuidado

Formação dos alunos

Certificação e Mostras

Para atender as pessoas com uso problemático de crack, álcool e outras drogas, transmitindo os conceitos de redução

de danos, da área de Saúde Mental para a Atenção Básica.

Durante três dias, os futuros orientadores participaram de aulas, dinâmicas e receberam conhecimentos de educação a distância (EAD) para atuar junto aos tutores, que serão responsáveis pela formação dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATENFs).

Curso de 40 horas presenciais e 20 horas de dispersões, com turmas de 40 alunos. São cinco encontros presenciais para a formação em Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas do Caminhos do Cuidado.

Os estados promoveram mostras, reunindo a produção

de uma série de trabalhos criativos dos alunos do projeto Caminhos do Cuidado, que remontam à temática

da formação em Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas.

NOVEMBRO-SETEMBRO2013 2014

“Nunca antes na história do país houve uma formação tão abrangente para a Atenção Básica com o tema da Saúde Mental”, assim o diretor de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Leon Garcia, definiu a oportunidade. Ele palestrou sobre saúde mental, atenção básica e crack durantea Oficina de Formação de Orientadoresrealizada em Brasília, no Distrito Federal.

DEZEMBRO2014

TOTAL

1.875

OFICINAS DE FORMAÇÕES DE TUTORESOs tutores vão formar

Agentes comunitáriosde saúde(ACSs)

Auxiliares/técnicosde enfermagem

(ATENFs)

AcreAlagoasAmapá

AmazonasBahiaCeará

Distrito FederalEspírito Santo

GoiásMaranhão

Mato GrossoMato Grosso do Sul

Minas GeraisPará

ParaíbaParaná

PernambucoPiauí

Rio de JaneiroRio Grande do Norte

Rio Grande do SulRondôniaRoraima

Santa CatarinaSão Paulo

SergipeTocantins

TUTORES FORMADOS POR ESTADO26

4710

44157

10810

5156

9433

55222

7282

8885

6882

5269

2420

76179

3431

O projeto Caminhos do Cuidado disponibiliza em seu site os certificados para os ACSs e ATENFs que concluíram a formaçãoem Saúde Mental, Álcool, Crack e outras Drogas do projeto.Os estados promoveram solenidade de formatura para aentrega de certificados.

META E VAGAS OFERTADAS (de out/2013 a dez/2014)

Meta: 290.197TOTAL DO BRASIL

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL

Vagas ofertadas: 228.287

32.440 114.532 20.657 86.998 35.570

21.647 95.314 23.827 54.446 33.053


JULHO2013

Construção do mapa das atribuições dentro da

estrutura organizacional

Planejamento do Lançamento Nacional

em 23 de outubro nos seis estados pilotos e, até ofim do ano, em todos

os estados do país

Regionalização

Cronograma e infraestrutura necessária à

execução do projeto

Meta de lançamento

das primeiras turmas de

alunos: outubro

Oficina de validação do caderno do aluno por agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATENFs) de cada região do país. O processo de avaliação do caderno envolveu linguagem, dinâmica, técnica, relação entre teoria e prática, compreensão dos textos, vídeos e formatação. Ao fim, foram elaboradas propostas para qualificação do material didático.

AGOSTO2013

SETEMBRO/OUTUBRO2013

Oficina de planejamento

para organização do trabalho

Estrutura organizacional

da equipe nacional

A execução deste projeto pressupõe a articulação entre as instituições do

SUS que protagonizaram a formação no território

As bases do projeto: engajar as equipes que compõem a rede de cuidado; fazer a descentralização

autárquica e os pactos entre os entes federados; construir a integralidadee criar um sistema regionalizado.

Escolasde Saúde Pública e Escolas

Técnicasdo SUS

Conselho de Secretários Municipais de Saúde

Saúde MentalAtenção Básica

dos três entesfederativos

Em agosto, aconteceu o primeiro encontro

com Escolas Técnicas do SUS (ETSUS) dos

estados definidos como pilotos parao lançamento das primeiras turmas: Pernambuco, São

Paulo, Acre, Paraná, Distrito Federal e

Rio Grande do Sul.

Acre

Paraná

Rio Grandedo Sul

São Paulo

DistritoFederal

Pernambuco

PERNAMBUCO

ACRE

DISTRITOFEDERAL

SÃO PAULO

PARANÁ

RIO GRANDEDO SUL

Caminhos do Cuidadoé oficialmente lançadoem seis estados

Oficinas de Orientadores de Aprendizagem do projeto Caminhos do Cuidado

Formação dos alunos

Certificação e Mostras

Para atender as pessoas com uso problemático de crack, álcool e outras drogas, transmitindo os conceitos de redução

de danos, da área de Saúde Mental para a Atenção Básica.

Durante três dias, os futuros orientadores participaram de aulas, dinâmicas e receberam conhecimentos de educação a distância (EAD) para atuar junto aos tutores, que serão responsáveis pela formação dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATENFs).

Curso de 40 horas presenciais e 20 horas de dispersões, com turmas de 40 alunos. São cinco encontros presenciais para a formação em Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas do Caminhos do Cuidado.

Os estados promoveram mostras, reunindo a produção

de uma série de trabalhos criativos dos alunos do projeto Caminhos do Cuidado, que remontam à temática


NOVEMBRO-SETEMBRO2013 2014

“Nunca antes na história do país houve uma formação tão abrangente para a Atenção Básica com o tema da Saúde Mental”, assim o diretor de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Leon Garcia, definiu a oportunidade. Ele palestrou sobre saúde mental, atenção básica e crack durantea Oficina de Formação de Orientadoresrealizada em Brasília, no Distrito Federal.

DEZEMBRO2014

TOTAL

1.875

OFICINAS DE FORMAÇÕES DE TUTORESOs tutores vão formar

Agentes comunitáriosde saúde(ACSs)

Auxiliares/técnicosde enfermagem

(ATENFs)

AcreAlagoasAmapá

AmazonasBahiaCeará

Distrito FederalEspírito Santo

GoiásMaranhão

Mato GrossoMato Grosso do Sul

Minas GeraisPará

ParaíbaParaná

PernambucoPiauí

Rio de JaneiroRio Grande do Norte

Rio Grande do SulRondôniaRoraima

Santa CatarinaSão Paulo

SergipeTocantins

TUTORES FORMADOS POR ESTADO26

4710

44157

10810

5156

9433

55222

7282

8885

6882

5269

2420

76179

3431

dos alunos do projeto Caminhos do Cuidado, que remontam à temática



da formação em Saúde Mental,

O projeto Caminhos do Cuidado disponibiliza em seu site os certificados para os ACSs e ATENFs que concluíram a formaçãoem Saúde Mental, Álcool, Crack e outras Drogas do projeto.Os estados promoveram solenidade de formatura para aentrega de certificados.

META E VAGAS OFERTADAS (de out/2013 a dez/2014)

Meta: 290.197TOTAL DO BRASIL

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL

Vagas ofertadas: 228.287

32.440 114.532 20.657 86.998 35.570

21.647 95.314 23.827 54.446 33.053

18

Janeiro-Março Junho 2015 2015

encontros e reuniões com foco no alcance de metas nos estados do rio de Janeiro, são paulo e Minas Gerais, com a participação dos coordenadores estaduais e de macrorregionais, da coordenação executiva e de

representantes do Ministério da saúde.

encerramento das turmas em 11 estados.Meta de 100% ou mais atingida: amazonas, bahia, ceará,

Mato Grosso, pará, paraná, piauí, roraima e santa catarina.Menos de 100% atingida: paraíba e rondônia.

Até o final do mês de junho, foram encerradas as turmas em quatro estados.

os estados do Maranhão, Minas Gerais erio de Janeiro alcançaram a meta em 100%.são paulo atingiu menos de 100% da meta

ao final do processo de formação.

Metas

Santa Catarina

Paraná

Amazonas

Roraima

Piauí

Ceará

Paraíba

Minas Gerais

Rio de Janeiro

São Paulo

Bahia

Pará

Maranhão

Mato Grosso

turmas encerradas de Janeiro a Março com 100% (ou mais) atingidas

turmas encerradas de Janeiro a Março com menos de 100% atingidas

turmas encerradas em Junhocom 100% ou mais atingidas

turmas encerradas em Junhocom menos de 100% atingidas

Rondônia


seteMbro noVeMbroaGosto2015 2015

Oficina "Caminhos do Cuidado: trajetórias", realizada de 15 a 18 de setembro, em brasília. o encontro

reuniu atores relevantes para a fase de formação, que tiveram a oportunidade de produzir uma inflexão e expor suas

impressões sobre os rumosdo processo avaliativo.

Oficina para o Processo de Avaliação, em 5 de novembro, em porto alegre, reunindo membros da Coordenação Geral do projeto,

do Ghc e do icict/Fiocruz.

a solenidade de encerramento do projeto foi realizada em 7 de agosto no estado de são paulo. o município

de narandiba foi escolhido por formar, na região, a última turma

do caminhos do cuidado. até 07/08/2015, foram formados 2.198

tutores, dos quais 1.966 ministraram aulas em um ou mais estados

brasileiros, 130 orientadores de aprendizagem e 14 educadores.

2015

20

NÚMERO DE TURMAS REALIZADASE VAGAS OFERECIDAS

NÚMERO DE PESSOAS ENVOLVIDASNO PROJETO

NÚMERO DE REFEIÇÕES CONTRATADAS

Mobilizou uma equipe de 1.530.835refeições até 07/08/2015 para atender

306.167pessoas entre alunose tutores

2.494 profissionais

284.868 alunos

4.050 fornecedoresde serviços (indiretos)

DESLOCAMENTO DOS TUTORES POR ESTADO (km)EXEMPLOS DE TIPOS DE TRANSPORTES

NÚMERO DE KITS DO ALUNO DISTRIBUÍDOS

TRANSPORTEFLUVIAL

QUANTIDADE 95

Até 07/08/2015, foram formadas um total de 8.017 turmas, em 3.375 cidades diferentes do Brasil, sendo 292.899 vagas ofertadas.

(kits compostos de caderno do aluno, guia, mochila, camiseta e caneta).Até 07/08/2015foram distribuídos

299.500 kits de material para os alunosno Brasil todo, fazendo com que fossem percorridos 11.639.166km para que todo este material chegasse ao seu destino, o equivalente a 290 voltas na Terra.

NÚMERO DE FORNECEDORES PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROJETOAté 07/08/2015 tivemos

54 parceiros estratégicos, fornecendo os materiais e serviços necessários para a realização do projeto.

Tivemos ainda

3.600 fornecedores locais, provendo, cada um em sua cidade ou região, alimentação, sitemas de multimídia, local para a realização das aulase outros serviços.

OPERAÇÕES FINANCEIRASForam realizadas até 30/11/2015 mais de

40.823 operações financeiras no projeto.

do total da meta100,93%

LOCAISEstado do ParáOBSERVAÇÃOMais situações como estas ocorreram, entretanto, a contratação foi feita diretamente pelousuário do transporte, e este foi reembolsado por ajuda de custo.

TÁXI AÉREO

QUANTIDADE 27

OUTROS

LOCAISEstados do Acre e Amazonas

QUANTIDADEA grande maioria dos deslocamentos dos tutoresse deu via transportecoletivo, além de táxi e condução própria.LOCAISTodos os estados brasileiros.

21.448 pagamentos de diárias.

3.970 pagamentos de bolsas às equipes e tutores participantes.

NÚMEROS DE BOLSISTAS Tivemos um total de

487bolsistas que passaram pelo projeto compondo a equipe até 30/11/2015.Tivemos um total de

2.007tutores contratados como bolsistas, que estiveram envolvidos com o projetoaté 30/11/2015.

PB

PE278.000

AP25.700

DF20.600

RR16.600

RO90.500

AC44.100

MS90.800

SE99.100

AM102.400 RN

124.800

MT145.300

GO248.300

PR278.100

PA414.100

MA412.400

BA694.800

CE541.700

TOTAL

6.123.700km

MG676.000

SC204.200

RS252.700

RJ262.100

ES117.100SP

275.600

PI176.000 PE

332.200

PB163.600

AL224.900

A distância média percorrida pelo tutor no deslocamento de sua residência ao local das aulas foi de

46km

TO90.000

Números do Projeto


22


capítulo 2

24


Caminhos do Cuidado nos Territórios

Um projeto de proporções gigantescas. Assim podem ser definidas as formações dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATENFs), realizadas pelo Caminhos do Cuidado. Do seu lançamento, em outubro de 2013, ao encerramento das turmas, em agosto de 2015, muitos elementos estive-ram envolvidos. Ao todo, 292.899 vagas foram ofertadas, superando a meta inicial de 290.197 vagas.

O projeto contemplou as 27 unidades federativas, ou seja, os 26 estados e o Distri-to Federal, envolvendo 3.375 cidades diferentes. O Caminhos do Cuidado, ao longo de sua caminhada, contou com o apoio das Escolas Técnicas do SUS (ETSUS), dos Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e de áreas de Atenção Bá-sica e Saúde Mental nas diferentes esferas de governo. Para tanto, coordenadores macrorregionais foram nomeados com o intuito de planejar e monitorar a formação dos profissionais.

Além disso, para a realização dos cursos, os coordenadores promoveram a divulga-ção, a negociação e as parcerias necessárias com os atores nos territórios. Participa-ram ainda dessas articulações os coordenadores estaduais e seus apoios.

Com o intuito de resgatar a memória do Caminhos do Cuidado, cada estado teve a oportunidade de contar a própria trajetória, por meio de entrevistas que constroem a história oral do projeto, realizadas com os coordenadores estaduais e diretores das ETSUS de todo o Brasil. A riqueza expressa nas declarações reflete o impacto que o projeto exerceu, não apenas na formação dos alunos, mas também no próprio forma-dor que vivenciou novas experiências.

Nos depoimentos dos profissionais envolvidos nas formações foram citados a meto-dologia aplicada durante o processo de formação, o legado deixado pelo projeto nos territórios, os impactos causados, a relevância na vida dos profissionais e de pessoas em situação de vulnerabilidade, o desejo de continuidade do projeto e como foram superadas as dificuldades encontradas nessa caminhada.

A seguir, apresentaremos o percurso de cada estado, baseado nos depoimentos dos coordenadores estaduais e diretores das ETSUS.

26

A terra do seringueiro e ambientalista Chico Mendes, ganhador do Prêmio Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987, conta com uma área geográfica de 164.123,739 qui-lômetros quadrados (IBGE, 2015) e 22 municípios. Seus limites fazem fronteira com o Peru e a Bolívia, sendo umas das portas de entrada do Brasil. O nome Acre surgiu de “Aquiri”, que significa “rio dos jacarés” na língua nativa dos índios Apurinãs, que eram os habitantes originais da região banhada pelo rio que empresta seu nome ao estado.

ACReÁrea do Estado1 164.123,739 km2

População 803.513 habitantes

Início do projeto2 Outubro de 2013

Fim do projeto Dezembro de 2014

Tutores mobilizados 26

Turmas finalizadas 12/2015 56

1 Fonte: IBGE, 2015.2 Fonte: Sistema do projeto Caminhos do Cuidado.

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2250

2500

Turmas

VAGAS OFERTADASPerfil: agentes comunitários de saúde,auxiliares e técnicos de enfermagem

Meta:

1.736

2.231

Fotos: Povo indígena • Calçadão da Gameleira – Rio Branco • Mercado Velho – Rio Branco


A diretora da Escola Técnica do SUS (ETSUS) Maria Mo-reira da Rocha, a goiana Ana Lúcia Abreu, chegou na região em 1991 e de lá não saiu mais. Para ela, as ne-cessidades iniciais de readequação do projeto, comuns a todos os estados da Região Amazônica, devido às especificidades de cada local, foram superadas com o apoio da Coordenação Geral e Regional, formando 56 turmas. “Tínhamos a necessidade de desenvolver ações para o tratamento da dependência. Apesar de distantes, temos problema e, além de atendermos nossa popula-ção, também ajudamos pessoas de outros países que fazem fronteira com o Acre”, disse.

O projeto teve início no Acre em outubro de 2013, sendo o primeiro estado da Região Norte a receber o Caminhos do Cuidado. “Foi preciso articulação forte e apoio de vá-rios parceiros, pois a região é de difícil acesso. Existem agentes comunitários de Saúde (ACSs) que caminham cerca de oito horas dentro da floresta para conseguir chegar à sede do município e, por isso, houve a necessi-dade de algumas alterações na metodologia do curso”, afirmou a diretora.

Ana Lúcia explicou que o projeto deixou um legado me-morável para o estado, uma vez que, após sua execução, alguns municípios já implantaram equipes de Saúde Mental. Além disso, a valorização pessoal dos ACSs foi destacada por ela.

A coordenadora do projeto no estado, Maria de Nazaré Figueiredo, é do interior do Acre, cidade de Cruzeiro do Sul, e conhece bem as dificuldades de quem vive no in-terior da floresta. A coordenadora estadual revelou que teve um ganho pessoal com o projeto, que a fez rever va-lores e preconceitos. “Tudo aquilo que eu pensava sobre o usuário de drogas foi desconstruído durante o curso, principalmente o tema da redução de danos. Foi muito gratificante poder iniciar um processo de ajuda a essas pessoas”, disse Maria de Nazaré.

A coordenadora estadual salientou, ainda, que outros cursos promovidos pela Secretaria de Saúde, como o de ACSs, estão usando o mesmo material do Caminhos do Cuidado, incorporando os temas nas discussões sobre Saúde Pública e Atenção Básica.

"Apesar de distantes,temos problema e,além de atendermosnossa população, também ajudamos pessoas de outros países que fazem fronteira com o Acre."

28

Situado na Região Nordeste, entre os estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia, Alagoas conta com uma população de pouco mais de três milhões de habitantes, 102 municípios e uma área geográfica de 27.848,003 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). Lá nasceram grandes nomes da literatura brasileira e da música tupiniquim, como Graciliano Ramos, Aurélio Buarque de Holanda, Ledo Ivo, Djavan, Hermeto Pascoal, entre outros. E como deixar de homenagear a visionária médica Nise da Silveira, maceioense que revolucionou o tratamento psiquiátrico!

O projeto Caminhos do Cuidado esteve presente em Alagoas capacitando todos os agentes comunitários de saúde (ACSs) e técnicos da área de saúde. Foram 44 tutores mobilizados e 168 turmas finalizadas pelo projeto. Para a coordenadora estadual do Caminhos do Cuidado em Alagoas, Eminele Donato, o projeto

AlAgOASÁrea do Estado3 27.848,003 km2

População 3.340.932 habitantes

Início do projeto4 Janeiro de 2014




0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Turmas


Meta:

6.205

6.838

Fotos: Piaçabuçu • Mergulho em Maragogi • Penedo



foi imenso e intenso, e espera que os temas do curso se aproximem mais da realidade pedagógica oferecida pelas Escolas Técnicas do SUS (ETSUS) do estado. A coordenadora estadual menciona ainda a interatividade com a equipe do Consultório na Rua, que participou das rodas de conversa sobre redução de danos e, com isso, possibilitou a aproximação do diálogo entre a Atenção Básica e as Políticas de Reforma Psiquiátrica.

“É importante que a Coordenação Nacional, em conjunto com o Ministério da Saúde, dê continuidade às ações aqui apresentadas”, disse. Para ela, seria interessante pensar em ferramentas de avaliação e de apoio, para que os coordenadores possam compartilhar toda a pro-dução feita a partir do projeto.

Janaína Andrade, diretora da ETSUS Professora Váleria Hora, localizada em Maceió, revelou que as ações do Ca-minhos do Cuidado proporcionaram momentos muito ri-cos para a escola e para o grupo que participou do curso.

Para a diretora, alguns temas que eram considerados isolados foram bem recebidos pelos participantes. A sensibilização dos ACSs – peças chave no processo – e a reunião de tutores de áreas até então pouco explo-radas pela escola, como a Saúde Mental, foram dados como exemplos da quebra de paradigmas proporcio-nados pelo projeto. Ela ainda destacou a metodologia como um dos pontos fortes do curso, pois trabalhou as ações no contexto da realidade regional.

Janaína também ressaltou que a proposta pedagógica conseguiu minimizar os temores em relação às temáti-cas abordadas e fortalecer laços de harmonia. “Se antes a Saúde Mental era trabalhada como uma área isolada da saúde, hoje ela faz parte de uma comunhão de cam-pos do conhecimento”, concluiu a diretora.

"Se antes a Saúde Mental era trabalhada como uma área isolada da saúde, hoje ela faz parte de uma comunhão de campos do conhecimento."

30

Quem nunca ouviu falar na célebre frase “Do Oiapoque ao Chuí"? Localizado em um dos extremos do Brasil, o estado do Amapá se concentra quase que inteiramente no hemisfério norte. Tem como limites a Guiana Francesa ao norte, o Oceano Atlântico a leste, o Pará ao sul e a oeste e o Suriname a noroeste, ocupan-do uma área geográfica de 142.828,520 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). A cidade de Macapá é a capital do estado, localiza-da ao sul, sendo banhada pelo Rio Amazonas.

AMAPÁ

"Foi um momento marcante para a Saúde Mental do Amapá. Vimos a vontade das pessoas em estar 100% dedicadas às experiências e à metodologiado projeto. Foram dias de muito aprendizado."

Área do Estado5 142.828,520 km2


Início do projeto6 Março de 2014




0

300

600

900

1200

1500

Turmas


Meta:

1.215

1.382

Fotos: Lagoa Azul – Serra do Navio • Marco Zero/Linha do Equador – Macapá • Fortaleza São Joséde Macapá



Um dos pontos turísticos mais conhecidos é o fenôme-no natural chamado Pororoca, que acontece quando as águas do mar se encontram com as águas do Rio Ara-guari, provocando enorme barulho e uma elevação da água em até seis metros de altura.

Segundo a coordenadora técnica da Escola Técnica do SUS (ETSUS) do Amapá, Eliana Maura Cardoso, o pro-jeto representou um momento de sensibilização e mo-bilização da Saúde Pública no Amapá. Reunindo áreas como Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e Saúde Mental, a coordenadora explicou que, desde o início da divulgação da formação, houve uma grande procura pelas vagas.

O projeto alcançou todos os 16 municípios do estado, com a formação de 38 turmas, recebendo apoio de órgãos públicos, como a Secretaria de Saúde do Amapá. “Há algum tempo, nossos agentes co-munitários precisavam de motivação pois, devido a algumas dificuldades operacio-nais, não conseguíamos promover uma capacitação tão efetiva”, revelou Eliana.

A Coordenação Estadual no Amapá ficou a cargo da gaú-cha Loreli Stefanello, que destacou ter o objetivo total-mente alcançado apesar das dificuldades. “Já era a hora de se pensar nos profissionais que estão na linha de frente, cuidando do dia a dia das pessoas que dependem do SUS. Foi um momento marcante para a Saúde Mental do Amapá. Vimos a vontade das pessoas em estar 100% dedicadas às experiências e à metodologia do projeto. Foram dias de muito aprendizado”, concluiu Loreli.

32

Contemplado pela exuberante Floresta Amazônica, o estado do Amazonas possui 62 municípios, distribuídos em uma área geo-gráfica de 1.559.148,890 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). O Amazonas abriga a maior população indígena do país, totalizando 70 etnias. E é nessa imensidão de árvores, rios e fauna que vivem – principalmente da pecuária, agricultura e pesca – quase quatro milhões de pessoas (IBGE, 2015). O projeto Caminhos do Cuidado esteve no estado e formou, em todos os municípios, ACSs e au-xiliares/técnicos de enfermagem em Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas.

Para Acácia de Lima, diretora da Escola Técnica do SUS (ETSUS) do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), vin-culado ao governo estadual, as parcerias com as instituições pú-blicas foram fundamentais para o sucesso do curso, que formou 190 turmas no estado. “As estradas do Amazonas são seus rios. Existem municípios incrustados na floresta, onde se pode levar

AMAzONAS

"As estradas do Amazonas são seus rios. Existem municípios incrustados na floresta, onde se pode levar até 10 dias para chegar por via fluvial. Mas como envolvimento detodos foi possível triunfar sobre as dificuldades."

Área do Estado7 1.559.148,890 km2



Fim do projeto Maio de 2015



0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Turmas


Meta:

6.526

6.538

Fotos: Povo indígena – São João do Tupé • Lago do Puraquequara – Manaus



até 10 dias para chegar por via fluvial. Mas com o envol-vimento de todos foi possível triunfar sobre as dificulda-des”, relatou a diretora.

Para Acácia, os pontos de destaque foram: o envolvimen-to dos gerentes acadêmicos do Cetam em todo o interior e na capital, e a técnica pedagógica “Metodologia Ativa” empregada no curso, que proporciona uma interação entre a teoria e as práticas profissionais do próprio alu-no. “Isso foge do tradicional, da simples transmissão de conhecimento do docente para o discente e nos dá uma nova visão sobre os processos de aprendizado”, disse.

Para o futuro, Acácia espera que, a partir da experiência do Caminhos do Cuidado, novos olhares apareçam nas salas de aula do próprio Cetam, intensificando o conhe-

cimento de cada aluno. Além disso, a diretora sugeriu que se pense em ações semelhantes que contemplem as comunidades tradicionais, como as indígenas, tão numerosas na região.

A coordenadora estadual do projeto, Maria Jussara da Costa, também ficou muito satisfeita com os resulta-dos. Maria Jussara mencionou ter se surpreendido com as propostas de metodologias do projeto, que incluíam dinâmicas e trabalhos em grupo. A coordenadora reve-lou que a participação dos alunos do interior foi mais maciça do que os da capital. “Isso é interessante, pois no interior temos enormes dificuldades, principalmente de mobilidade. E, mesmo assim, muitos saíam de suas casas às três da manhã para assistirem às aulas”, des-tacou Maria Jussara.

34

Foi no ano de 1500 que a frota de Pedro Álvares Cabral ancorou na Bahia. O território abrigou um dos primeiros núcleos de rique-za açucareira e, consequentemente, foi influenciado pela cultura e costumes dos trabalhadores africanos. A África é referenciada pelos baianos na música, na culinária e na religião. Na literatu-ra brasileira, grandes nomes são conterrâneos do estado, como Castro Alves, Gregório de Matos e Jorge Amado, autor de "Gabrie-la, Cravo e Canela". Os autores locais também possuem grandes referências por meio da literatura de cordel.

Ocupando uma área de 564.733,081 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), a Bahia representa a maior extensão territorial do Nordeste, sendo o quarto estado brasileiro mais populoso, contando com mais de 15 milhões de habitantes em seus 417 municípios.

"Quanto mais longe era o local, maior era a vontade de que o projeto Caminhos do Cuidado chegasse até lá e mais interessantes eram as histórias vivenciadas pelos alunos."

BAhIA

O projeto Caminhos do Cuidado formou mais de 29 mil alunos no estado e contou com sete apoios e uma coordenação de equipe. Segundo a coordenadora estadual, Cláudia Souza, o fato de alguns municípios serem distantes da capital dificultava o acesso, porém, muitas vezes era negociado com o tutor a possibilidade de visi-




Fim do projeto Março de 2015



0

3000

6000

9000

12000

15000

18000

21000

24000

27000

30000

Turmas


Meta:

28.933

29.550

Fotos: Fitas da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim • Baiana • Pelourinho – Centro Histórico de Salvador



tar o município mais afastado. “Quanto mais longe era o local, maior era a vontade de que o projeto Caminhos do Cuidado chegasse até lá e mais interessantes eram as histórias vivenciadas pelos alunos”, destacou Cláudia.

Para ela, a visão sobre o projeto antes e depois da par-ticipação foi uma verdadeira quebra de paradigmas. Isso porque passaram a ter uma visão diferente sobre o usuário de crack, álcool e outras drogas. “Durante as ofi-cinas, recebemos vários relatos dos alunos. Ao longo da formação de cada um deles, foram realizados projetos de conclusão de cada turma formada nos municípios. A maioria decidiu mobilizar os funcionários da cidade so-bre o que são as drogas. A preocupação e a angústia de cada um deles era quando o projeto acabasse, pois não haveria orientações e dicas práticas sobre o assunto”, disse Cláudia.

Maria José Camarão, diretora da Escola de Formação Técnica em Saúde Professor Jorge Novis, ressaltou a importância que o projeto teve no estado. Segundo ela, o sistema de saúde ainda não está bem estruturado para atender os usuários de crack, álcool e outras drogas, e viu no projeto uma saída para que usuários, membros da família e a comunidade em geral soubessem de toda essa problemática. “Como legado de mais de dois anos, o projeto deixa para a escola toda a questão da proble-mática de que é preciso ter uma política calcada na boa estrutura”, destacou Maria José.

36

Conhecido pela beleza de suas praias, pela religiosidade popular e pela fama de ser um dos maiores berços de talentos do humor do país, o estado do Ceará também se destaca pelo seu artesa-nato, principalmente na produção de redes, rendas e bordados dos mais variados tipos. E foi justamente a partir desse conceito, numa espécie de colcha de retalhos, que o projeto Caminhos do Cuidado formou mais de 17 mil ACSs e auxiliares/técnicos de en-fermagem para trabalhar com pessoas que incorporaram o uso abusivo de crack, álcool e outras drogas no estado.

A diretora de Ensino Profissional de Saúde da Escola Técnica do SUS (ETSUS) do Ceará, Isabel Diniz, explicou que o sucesso da formação no estado se deve a essa colcha de retalhos criada a partir de experiências anteriores da escola somadas às trazidas pelo projeto. Isabel revelou que a contribuição do Caminhos do Cuidado foi tão valiosa que a expectativa da equipe é adotar a me-todologia utilizada na formação, adequando a realidade do Ceará.

CeARÁ

"...o sucesso da formação no estado se deve a essa colcha de retalhos criada a partir de experiências anteriores da escola, somadas às trazidaspelo projeto."



Início do projeto12 Fevereiro de 2014




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2000

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8000

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16000

18000

Turmas


Meta:

16.463

17.362

Fotos: Artesanato com areia colorida – Morro Branco • Pedra Furada – Jericoacoara



Para que o projeto chegasse aos 184 municípios do es-tado que ocupam uma área geográfica de 148.886,308 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), foi preciso criar uma rede de instituições de saúde e de controle social. É o que revelou a coordenadora estadual do Ceará, Rai-munda Oliveira, a Rane. Para ela, a maioria dos cursos fi-cou muito centrada na capital ou nas periferias e, graças a essa articulação, principalmente com a Federação dos Agentes Comunitários de Saúde do Ceará (Fasec), foi possível chegar nos municípios mais distantes e mais frágeis do ponto de vista da infraestrutura.

A coordenadora ainda destacou a estratégia do projeto, de trabalhar com o conceito de redução de danos e seu potencial de capilarização e interiorização por todo o es-tado. “No município de Quixeré, por exemplo, que fica no interior, a mais de 200 quilômetros da capital Fortaleza, e com apenas 20 mil habitantes, o agente de saúde teve a oportunidade de entrar em contato com essa temáti-ca, assistindo diversos vídeos e tendo discussões sobre a Redução de Danos. A partir daí, ele pode construir seu próprio projeto de intervenção e levar isso para além do Caminhos do Cuidado”, contou Rane.

38

Localizado na Região Centro-Oeste, o Distrito Federal foi idealiza-do por um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek, de mudança da capital nacional da cidade do Rio de Janeiro para o centro do país. Brasília, a capital federal, além de abrigar o cen-tro político, é também um importante centro econômico. Ocupa uma área geográfica de 5.779,999 quilômetros quadrados (IBGE, 2015) e tem uma população estimada em 2.914.830 habitantes.

O Distrito Federal foi um dos primeiros locais a receber o projeto, sendo coordenado no estado por Teresa Cristina dos Reis, da Se-cretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). Segun-do Teresa, o projeto teve um diferencial em relação aos outros treinamentos que já ocorreram na região, uma vez que foi além do conteúdo teórico, trazendo à tona a realidade. “Ao longo da formação, os agentes comunitários de saúde (ACSs) tiveram a oportunidade de aprender a lidar com os problemas do cotidiano das pessoas em estado de vulnerabilidade e a quebrar as resis-tências”, destacou Teresa.

A coordenadora revelou que o início da formação foi desafiador, visto que alguns instrumentos de gestão somente foram entre-gues durante a realização da capacitação. “Mas mesmo com esses desafios, a equipe prosseguiu à medida que o projeto foi acontecendo. Por ser um dos estados pioneiros, houve ônus e bônus, que serão um legado do projeto”, ressaltou Teresa.

DISTRITOfeDeRAlÁrea do Estado13 5.779,999 km2


Início do projeto14 Novembro de 2013

Fim do projeto Abril de 2015



0

200

400

600

800

1000

1200

Turmas


Meta:

1.004

1.076

Fotos: Palácio da Alvorada • Palácio do Itamaraty • Congresso Nacional



ACS desde 2004, Mauricélia de Souza conheceu o pro-jeto em 2014, por intermédio da Diretoria de Atenção Primária. Desde os primeiros dias de projeto, a ACS per-cebeu que aprenderia muito e passou a utilizar todo o conhecimento adquirido no curso na comunidade onde mora. Já Maria José Silvestre, atualmente conselheira tutelar, começou como ACS na Região Administrativa do Gama. Ela contou que, em sua primeira aula, o proje-to a fez enxergar que os problemas que estão ao redor podem ser transformados a partir do auxílio dos ACSs. “Ignorar uma pessoa que seja usuária de droga não é a saída”, ressaltou.

Atuando na Granja do Torto, o ACS André da Costa foi um dos alunos do projeto. Graduado em Geografia pela Universidade de Brasília, revelou que fazer parte de um projeto dessa proporção, para mudar a situação de pes-soas em situação de vulnerabilidade foi muito importan-te, uma vez que a cada dia aumenta o número de usu-ários de drogas. “É necessário estar alerta para buscar mudanças. A partir dessa capacitação, o agente comu-nitário espera que o trabalho dos ACSs ganhe mais vi-sibilidade, para que a população do território atendido saiba que pode contar com o auxílio dos serviços pres-tados”, concluiu Costa.

"Por ser um dos estados pioneiros, houve ônus e bônus, que serão

um legado do projeto."

40

O Espírito Santo é o quarto menor estado brasileiro, maior apenas que Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro. Com uma área geográfi-ca de 46.096,925 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), o estado possui 78 municípios. Sua capital é Vitória, uma cidade importan-te para a economia brasileira, uma vez que possui o maior porto exportador de minério de ferro do mundo, o Porto de Tubarão. O destaque ocorre na plantação, na pecuária e no artesanato, sendo a panela de barro um dos produtos artesanais mais representati-vos do Espírito Santo.

O projeto Caminhos do Cuidado chegou em terras capixabas em parceria com a Escola Técnica do SUS (ETSUS), recém-inaugurada em Vitória, que estava no período estabelecendo vínculo com a área da Saúde Mental. Sendo o primeiro projeto da escola a ultrapassar os limites da cidade, o Caminhos do Cuidado capacitou mais de cinco mil agentes comunitários de saúde (ACSs) em todo o estado.

eSPíRITO SANTO

"O efeito passa a ser real quando os profissionaisse dirigem aos bares,onde o tema principal,o cuidado, tambémpode estar presente."







0

750

1500

2250

3000

3750

4500

5250

6000

Turmas


Meta:

5.803

5.901

Fotos: Parque Estadual da Pedra Azul – Domingos Martins • Palácio Anchieta – Vitória • Riacho Doce – Itaúnas



Elzimar Pinto, funcionária da Prefeitura Municipal de Vi-tória e coordenadora estadual do projeto, comentou a importância de ter designado um colegiado. “Funcionava como rodas de conversa, onde tutores, apoiadores e par-ticipantes do grupo debatiam sobre as vivências do dia a dia. Esse ato foi uma forma importante de aproximar a Saúde Mental e a Atenção Básica”, constatou Elzimar.

A coordenadora estadual mencionou um relato feito na comunidade de práticas. O caso ocorreu no município de São Domingos do Norte, em que a data de início da formação coincidiu com o Dia do Homem. Sendo assim, para chamar a atenção para as ações abordadas pelo projeto, ACSs e auxiliares/técnicos de enfermagem or-ganizaram uma ação planejada nas praças e bares. “O efeito passa a ser real quando os profissionais se diri-gem aos bares, onde o tema principal, o cuidado, tam-bém pode estar presente”, destacou a coordenadora.

A diretora da ETSUS Vitória, Regina Werner, ressaltou a maturidade que o projeto Caminhos do Cuidado levou para a equipe. Para ela, o êxito da qualidade e do suces-so do projeto foi decorrente da importância da escola em designar cursos técnicos para os profissionais, não só os da Saúde Mental, mas também de outras áreas.

42

Banhado por três bacias hidrográficas – Bacia do Rio Tocantins, do Rio Paraná e do Rio São Francisco –, Goiás possui uma área geográfica de 340.111,376 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). Situa-se ao leste da Região Centro-Oeste, no Planalto Central, e seu nome foi originado da tribo dos goyazes, antigos habitantes indígenas da região. Ainda hoje, a população indígena no estado ultrapassa 10 mil habitantes.

Goiás totaliza 246 municípios, com mais de seis milhões de habi-tantes. É o estado mais populoso da Região Centro-Oeste e o nono mais rico do Brasil. Sua economia se baseia, principalmente, na in-dústria de minério, no comércio, na pecuária e na agricultura, sen-do um dos maiores produtores de soja e milho do país. A natureza é de grande predominância no estado. A maior estância hidroter-mal do mundo é na cidade de Caldas Novas, em Goiânia. Suas fontes naturais de água atraem muitos turistas todos os anos.

gOIÁS

"A mãe via, no primeiro momento, o problema da droga como se a filha tivesse obrigação de sair sozinha da situação."



Início do projeto18 Dezembro de 2013




0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

Turmas


Meta:

9.539

9.958

Fotos: Centro Histórico de Goiás Velho • Saltos do Rio Preto – Chapada dos Veadeiros



O projeto Caminhos do Cuidado em Goiás encerrou suas turmas com quase 10 mil agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem formados. Para a diretora da Escola Centro de Educação Profissional de Saúde do Estado de Goiás, Meire Soares, que também participou do projeto como tutora, um dos fatores do êxito do projeto em Goiás se deve ao grande conhecimento dos participantes sobre o território em que vivem e atuam.

Emocionada com a vivência ao longo da formação, Mei-re compartilhou um relato de sua experiência. Trata-se de uma mãe que procurou o projeto em busca de ajuda para a filha que acabou se tornando usuária de drogas. “A mãe via, no primeiro momento, o problema da droga como se a filha tivesse obrigação de sair sozinha da si-

tuação. Ela presenciou todas as aulas, nunca faltava. No último dia, trouxe o relato dela, indo buscar a filha junto com o marido e disse que se viu na situação de comprar a droga para a filha para que ela pudesse ter a condição de controle dentro de casa. Ela deu à filha uma condição de sociabilização no próprio ambiente da família”, rela-tou a diretora da escola.

A coordenadora estadual de Goiás, Miriã Coutinho, e o atual diretor da Escola Técnica do SUS (ETSUS) de Goiás, Nelson Barbosa, ficaram satisfeitos com o resultado que o projeto proporcionou para o estado e afirmaram que o maior legado que o curso deixou foi a possibilidade de ser estendido para outras categorias profissionais da área da Saúde da Família. “Acho que há um interesse da institui-ção de estender para outras profissões. Temos condi-ções subjetivas para fazer isso e também há o interesse da escola em realizar esse pedido”, afirmou o diretor.

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Com 640 quilômetros de praias tropicais, floresta amazônica, diversas variedades de cerrados, mangues e com o único de-serto do mundo com milhares de lagoas com águas cristalinas, o estado do Maranhão pode ser considerado um dos gigantes brasileiros. Possui área geográfica de 331.936,948 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). Contempla o Parque Nacional dos Len-çóis Maranhenses, o Parque Nacional da Chapada das Mesas, as dunas do Delta do Parnaíba e o Centro Histórico da capital São Luís, tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Or-ganização das Nações Unidas (ONU).

Foi nesse cenário que o projeto Caminhos do Cuidado formou quase 18 mil agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem para trabalhar com Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas. Dos 217 municípios do estado, apenas um não participou do processo de formação, o que demonstra o interesse dos gestores locais no aperfeiçoa-mento dos profissionais de saúde em relação à temática. O proje-to contou ainda com a articulação entre diferentes instituições de saúde do estado, como a Escola Técnica do SUS (ETSUS), o Con-selho de Secretarias Municipais de Saúde do Maranhão (Cosems/MA) e a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão (SES/MA).

MARANhãO

"Apesar de o projeto ter uma metodologia pronta, tivemos a oportunidade de criar novos dispositivos e mecanismos de abordagem, o que deu total liberdade aos alunos."



Início do projeto20 Maio de 2014

Fim do projeto Junho de 2015



Fotos: Bumba meu Boi no Centro Histórico de São Luís • Igreja de São Matias – Alcântara • Lençóis Maranhenses

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Turmas


17.808

Meta:

17.191



A coordenadora estadual do Maranhão, Sara Lima, con-tou que o que mais lhe chamou atenção durante a for-mação foi a metodologia aplicada para a abordagem de um tema tão complexo. “Apesar de o projeto ter uma metodologia pronta, tivemos a oportunidade de criar novos dispositivos e mecanismos de abordagem, o que deu total liberdade aos alunos. Afinal de contas, são eles que estão na ponta, vivenciando os momentos de crise e as situações de sofrimento dos usuários”, explicou.

Segundo Sara, o projeto possibilitou a formação para além dos ACSs e auxiliares/técnicos de enfermagem.

Foram mobilizados 114 tutores, todos profissionais de nível superior que ainda não haviam tido contato com essa temática e que, a partir do projeto, puderam levar esse conhecimento adiante.

Já para Dayana Costa, coordenadora da ETSUS no Ma-ranhão, a passagem do Caminhos do Cuidado pelo es-tado foi tão rica e valiosa, que a expectativa é incluir a discussão da Saúde Mental no programa dos cursos técnicos oferecidos pela escola. “Nós estávamos muito focados em abordar outros temas, como Saúde da Mu-lher e Saúde do Idoso, por exemplo. Com certeza, vamos incorporar essa discussão nos nossos cursos e formar mais profissionais para trabalharem com essa temáti-ca”, destacou Dayana.

46

Localizado na Região Centro-Oeste do país, o estado do Mato Grosso possui uma população estimada em 3.265.486 habitantes e 141 municípios. Com área geográfica de 903.378.292 quilôme-tros quadrados (IBGE, 2015), o estado é um dos berços culturais do país, preservando manifestações culturais com influências va-riadas, que ganham expressão em danças, cantos e festivais fol-clóricos em diferentes regiões do estado. As mais conhecidas são o Siriri, dança acompanhada por cantoria, e o Cururu, espécie de desafio de rimas, ambas com origem em manifestações religiosas.

Para a diretora da Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso, Marta Maciel, entre os desafios do início do projeto Cami-nhos do Cuidado no estado, esteve o cuidado em superar, ou ao menos amenizar, as dificuldades ocorridas em outros territórios. “Cada secretário municipal de saúde indicou um representante da Atenção Básica para ser referência, o que permitiu que as arti-culações entre a Coordenação Estadual e os municípios fossem feitas por intermédio desse profissional”, explicou Marta.

"O orientador teve o papel de conhecer a fundo o projeto, os tutores e o que poderia ser trabalhado no território, mesmo com todas as adversidades."

Área do Estado21 903.378.292 km2


Início do projeto22 Junho de 2014




MATO gROSSO

Fotos: Cuiabá • Mergulho em Nobres • Chapada dos Guimarães

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Turmas


5.522

Meta:

5.366



Segundo Cecília Alonso, que foi coordenadora no início do projeto no Mato Grosso, um dos pontos de destaque da formação foi o material didático. Para ela, a riqueza do con-teúdo oferecido para os agentes comunitários de saúde (ACSs) trabalharem foi primordial para incentivar os alunos durante o processo de formação.

Com a saída de Cecília Alonso da Coordenação Estadu-al, Samira Mansur assumiu o cargo. A profissional foi escolhida por possuir experiência com logística e, por isso, teve uma atuação operacional e de apoio à equipe. Segundo Samira, muitas foram as adversidades encon-tradas ao longo do percurso, desde o deslocamento até

a contratação de fornecedor. “Mas com o empenho de todos os membros do projeto, os obstáculos foram su-perados da melhor forma possível”, ressaltou Samira.

A motivação da orientadora Rosiene Pires para partici-par do projeto se deu a partir da inovação no olhar para a área da Saúde Mental, na perspectiva da Redução de Danos, do acolhimento e da percepção do outro de for-ma significativa, como um ser humano de fato. “O orien-tador teve o papel de conhecer a fundo o projeto, os tuto-res e o que poderia ser trabalhado no território, mesmo com todas as adversidades”, destacou a orientadora, que mencionou, inclusive, a produção de um memorial com fotos de todos os dias de aula feito pelos alunos.

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Localizado na Região Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul foi desmembrado do estado do Mato Grosso em outubro de 1977, fato que o elevou à categoria de estado. Possui uma população estimada em 2.651.235 habitantes, distribuída em 79 municípios, e uma área geográfica de 357.145,534 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). A região é formada por planaltos, patamares e cha-padões, todos inseridos nas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Na maior parte do território predomina o clima tropical ou tropical de altitude, com chuvas de verão e inverno seco. No estado, o projeto Caminhos do Cuidado foi realizado em parce-ria com a equipe da Escola Técnica do SUS (ETSUS) Professora Ena de Araújo Galvão, fator que facilitou o trabalho, uma vez que o gru-po já tinha experiência com cursos descentralizados nos diferentes municípios. A equipe enviou uma carta compromisso para cada secretário municipal solicitando a relação de alunos, a indicação de um apoiador e do local onde poderia ser realizada a formação.

"O resultado foi ótimo em todos os aspectos, desde os primeiros contatos telefônicos para começar as articulações, passando pelo envolvimento já existente com cursos descentralizados."

MATO gROSSO DO SUlÁrea do Estado23 357.145,534 km2






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Turmas


Meta:

4.748

4.932

Fotos: Vista aérea do Pantanal • Mergulho em Bonito • Gruta do Lago Azul – Bonito



A diretora da ETSUS, Evelyn Ana Cafuri, revelou que se sentiu apreensiva quando foi apresentada ao projeto Caminhos do Cuidado, em Brasília, uma vez que a pro-posta já chegou pronta e com indicação de que o mes-mo deveria ser executado por profissionais externos à escola. Evelyn, então, mostrou que esses profissionais eram imprescindíveis para a realização da formação e a sugestão foi aceita.

Diante dessa realidade, Evelyn acabou não podendo contar com a equipe da escola por algum tempo, pois estes profissionais estavam envolvidos com a formação dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem do Caminhos do Cuidado. “O resultado foi ótimo em todos os aspectos, desde os pri-meiros contatos telefônicos para começar as articula-

ções, passando pelo envolvimento já existente com cur-sos descentralizados”, ressaltou a diretora.

Segundo a coordenadora estadual do Mato Grosso do Sul, Ewângela Pereira, da ETSUS do Mato Grosso do Sul, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (SES/MS), o estado precisou passar por algumas adequações como, por exemplo, em relação ao número de alunos por tur-ma. “Como os municípios do estado são compostos por populações menores, em algumas regiões as turmas contaram com apenas 20 alunos, por conta da propor-cionalidade”, mencionou a coordenadora. Como ponto de destaque, Ewângela ressaltou o conteúdo do mate-rial didático oferecido para a capacitação dos ACSs. “Um aparato muito bem feito e que fez com que todos ficas-sem muito contentes com os resultados”, enfatizou.

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“Oh Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais...”, um dos hinos mais conhecidos sobre o estado faz uma alusão à ri-queza que Minas Gerais tem e à sua importância para o território brasileiro. Com uma cultura calcada nas manifestações religio-sas e na culinária típica do interior, o estado é o quarto do Bra-sil em termos de dimensão territorial, contando com uma área geográfica de 586.519,727 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), equivalente a cerca de 7% do território brasileiro.

"Certamente a Saúde Mental se aproximouda Saúde Básica.O projeto Caminhos do Cuidado mostrou para as pessoas que o processo de formação era fundamental na Estratégia Saúde da Família, mas, principalmente,ajudou as pessoas a terem uma perspectivamais ampla...”

MINAS geRAISÁrea do Estado25 586.519,727 km2



Fim do projeto Agosto de 2015


Turmas finalizadas 12/2015 1.025

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Turmas


Meta:

33.137

34.399

Fotos: Lagoa da Pampulha – Belo Horizonte • Cachoeira do Tabuleiro – Parque Nacional da Serra do Cipó • Igreja Nossa Senhora do Carmo – Ouro Preto



O projeto Caminhos do Cuidado chegou no território mi-neiro, capacitando 100% dos agentes comunitários de saúde (ACSs) nos 853 municípios. O estado ultrapassou a meta prevista, oferecendo 34.399 vagas para a forma-ção em Saúde Mental – Crack, Álcool e outras Drogas. As principais escolas parceiras do projeto foram: Escola de Saúde Pública de Belo Horizonte (ESP-BH) e Escola Unimontes, em Montes Claros.

Roseni Sena, diretora da ESP-BH, falou sobre a impor-tância da formação multiprofissional do indivíduo, res-saltando a importância do trabalho dos ACSs e auxilia-res/técnicos de enfermagem, uma vez que representam a base das equipes de Saúde da Família.

A coordenadora estadual do projeto, Luciana Pereira, salientou a importância da formação para o estado. “O principal objetivo do projeto foi capacitar e formar os ACSs, que são as ferramentas mais importantes para o sistema e para a Atenção Primária à Saúde. No tema

Saúde Mental e Dependência, eles são fundamentais e indispensáveis para a organização do território. O lega-do que fica é a abertura de um novo olhar sobre esse tipo de problema”, ressaltou Luciana.

A Universidade de Montes Claros (Unimontes) firmou uma parceria com o projeto Caminhos do Cuidado, a fim de divulgar e entender a dimensão do projeto a partir da saúde mental do indivíduo. Geraldo Reis e Aparecida Sil-veira, ambos professores de Educação Superior da Uni-montes, ressaltaram a importância do projeto em ampliar os conceitos de Saúde Mental por todo o estado. “Certa-mente a Saúde Mental se aproximou da Saúde Básica. O projeto Caminhos do Cuidado mostrou para as pessoas que o processo de formação era fundamental na Estraté-gia Saúde da Família (ESF), mas, principalmente, ajudou as pessoas a terem uma perspectiva mais ampla, a come-çar a pensar formas de acolhimento a partir daqueles que sofrem algum tipo de transtorno”, destacou o professor.

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Terra do Carimbó, dança típica da região, o Pará é o segundo maior estado do país, com uma extensão de 1.247.954,320 quilô-metros quadrados (IBGE, 2015), e dividido em 144 municípios. O estado é o mais populoso da Região Norte, com uma população estimada de mais de oito milhões de habitantes. Sua capital, Be-lém, possui 1.439.561 habitantes (IBGE, 2015). É lá que encontra-mos o famoso Mercado Ver o Peso, a maior feira livre da América Latina, inaugurado em 1625 pela coroa portuguesa.

A coordenadora estadual do projeto Caminhos do Cuidado no Pará, Rafaela Chiapetta, disse que, no início do processo de for-mação, se sentiu apreensiva com a meta do projeto para o esta-do. “Fazer qualquer tipo de formação em todos os municípios da Amazônia tem várias complicações, principalmente na questão logística”, ressaltou Rafaela.

PARÁ

"Foi muito bom. Conseguimos envolver toda a equipe da escola no projeto, levando atividades para dentro dela."Rafaela revelou que a diversidade das temáticas na área da Saú-de Mental a motivou ainda mais a conhecer e abraçar o projeto. “Pude vivenciar a formação desde o início, entrevistando os tuto-res e participando ativamente das capacitações”, enfatizou. Nem o medo de voar impediu que a coordenadora estadual participas-se das aulas, apesar do período de inverno amazônico, quando chuvas torrenciais danificam as rodovias e alagam os municípios. Mesmo com todas as dificuldades climáticas, o Caminhos do Cuidado no estado alcançou a marca de 382 turmas formadas e contou com 71 tutores.

Área do Estado27 1.247.954,320 km2


Início do projeto28 Fevereiro de 2014

Fim do projeto Junho de 2015



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Turmas

Meta:

15.072

15.184

Fotos: Alter do Chão – Santarém • Floresta Nacionaldo Tapajós – Santarém • Artesanato



O diretor da Escola Técnica do SUS (ETSUS) Dr. Manoel Ayres, Raimundo Nonato, destacou a relevância do pro-jeto para um problema mundial, que é o avanço no con-sumo de drogas. Para ele, a parceria entre o governo estadual e o Ministério da Saúde veio ao encontro das perspectivas em fortalecer a equipe de Saúde Mental dos municípios paraenses. “Foi muito bom. Consegui-mos envolver toda a equipe da escola no projeto, levan-do atividades para dentro dea”, ressaltou o diretor.

Nonato revelou que a instituição já tinha em seus planos a formação para os agentes comunitários de saúde (ACSs), mas não com a dimensão proposta pelo Caminhos do Cuidado. “Não tivemos dificuldades com a metodologia, até porque já a utilizamos em outros cursos da ETSUS. Agora, a ideia da Secretaria Estadual de Saúde (SES) é expandir o curso para as equipes que trabalham nos Cen-tros de Atenção Psicossocial (CAPS) e criar uma rede de atendimento em Saúde Mental”, enfatizou o diretor.

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Com quase quatro milhões de habitantes, 223 municípios e área geográfica de 56.469,744 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), a Paraíba se destaca pela sua diversidade cultural. Além de suas praias paradisíacas, seu artesanato, sua música e as diversas ma-nifestações em literatura, teatro e cinema, o estado é o berço de notáveis poetas e escritores brasileiros, como Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo e Ariano Suassuna, um dos maiores dramaturgos do país e grande defensor da cultu-ra popular brasileira.

Neste cenário tão peculiar e desafiador, o projeto Caminhos do Cuidado atingiu seu objetivo de formar mais de nove mil agen-tes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de en-fermagem, para trabalharem com Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas. Para tanto, foi preciso uma forte articulação entre instituições de saúde, como a Secretaria de Estado de Saúde da Paraíba (SES/PB), o Centro de Formação de Recursos Humanos e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/PB).

PARAíBAÁrea do Estado29 56.469,744 km2






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Meta:

9.547

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Fotos: Praia do Poço – Cabedelo • Praia de Tambaba • Estação Cabo Branco – João Pessoa



Shirlene Lima, coordenadora de Saúde Mental da SES/PB, revelou que ficou surpresa com a quantidade de mu-nicípios que conseguiram se integrar ao projeto. Ela men-cionou que, além do pouco tempo de planejamento e organização das formações, o estado contava com mui-tos municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes, o que levou a Coordenação Estadual a reunir dois ou três municípios para montar uma única turma.

Shirlene se mostrou bastante otimista em relação aos frutos que o projeto Caminhos do Cuidado deixou para os alunos na Paraíba. “É difícil pensarmos que vamos operar mudanças na mentalidade desses profissionais, que 100% dos que participaram da formação vão pensar

de outra forma, mas com certeza boa parte deles acaba mudando sua visão em relação aos usuários de drogas”, constatou a coordenadora de Saúde Mental.

Para o educador físico do Centro de Formação de Recursos Humanos da Paraíba, Jonathan Lucena, que participou do processo, a formação poderia ter incluído profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e dentistas, que atuam no Programa Saúde da Família (PSF). “Quando os agentes e técnicos colocavam esse tema para discussão, durante as reuniões de equipe, os profissionais de nível superior não levavam o assunto adiante ou então tratavam o tema de uma forma marginalizada, justamente porque não tive-ram a oportunidade de participar da formação”, explicou.

"É difícil pensarmos que vamos operar mudanças na mentalidade desses profissionais, que 100%

dos que participaram da formação vão pensar de outra forma, mas com certeza boa parte deles

acaba mudando sua visão em relaçãoaos usuários de drogas."

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O Paraná foi um dos primeiros estados brasileiros a receber o pro-jeto Caminhos do Cuidado. Com 399 municípios, é o sexto estado mais populoso do país, com mais de 11 milhões de habitantes. Ocupa a área geográfica de 199.307,945 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). Seu nome foi inspirado no rio que delimita a frontei-ra de seu território, o Rio Paraná, que nasce do encontro dos rios Parnaíba e Grande.

A Escola de Saúde Pública do Paraná e o Centro Formador de Re-cursos Humanos Caetano Munhoz da Rocha, em Curitiba, foram as instituições parceiras do projeto Caminhos do Cuidado no es-tado, para a formação dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem na temática do Crack, Álco-ol e outras Drogas.

PARANÁ

"Um dos legados que o projeto deixou no Paraná foi a importância de estender os conhecimentos para os outros profissionais da equipe da Saúde Primária, papel importante na construção da Saúde Mental no estado."







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Meta:

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Fotos: Passeio de trem entre Curitiba-Paranaguápela Serra do Mar Paranaense • Jardim Botânico – Curitiba • Cataratas do Iguaçu – Foz do Iguaçu



A assessora pedagógica e diretora interina da Escola de Saúde Pública, Ana Lúcia Fonseca, ressaltou a importân-cia da metodologia empregada pelo projeto Caminhos do Cuidado, uma vez que a escola já trabalhava em rede e de forma descentralizada. “Isso facilitou muito o tra-balho e, em contrapartida, ajudou a escola tanto em re-lação ao conteúdo, como na formação de tutores”, des-tacou a diretora.

A coordenadora pedagógica do projeto no estado, Caroli-na Maia, explicou que a metodologia alinhada com o tema da Saúde Mental foi ao mesmo tempo ativa, construti-vista e espaçada, favorecendo os participantes. “Conse-quentemente, eles aprendiam, assimilavam e havia tem-po hábil para que trouxessem dúvidas para as rodas de conversas. Isso permitiu uma maior aproximação entre Saúde Mental e Atenção Primária”, considerou Carolina.

Para Rejane Tabuti, orientadora do projeto, a formação de colegiados foi uma ferramenta fundamental para apresentar ideias e unir toda a equipe – alunos, tutores e coordenadores –, para que pudessem trabalhar para alcançar a meta. E foi o que aconteceu. Mais de 14 mil ACSs foram formados pelo projeto Caminhos do Cuida-do no Paraná.

Segundo Rejane, o tutor teve um papel importante na for-mação. No município de Ortigueira, por exemplo, o coor-denador do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) lo-cal, Mauri Cordeiro, foi também tutor. Rejane explica que Cordeiro realizou um trabalho de mobilização com a so-ciedade, com algumas passeatas no município pelo mo-vimento da luta antimanicomial. “Um dos legados que o projeto deixou no Paraná foi a importância de estender os conhecimentos para os outros profissionais da equi-pe da Saúde Primária, papel importante na construção da Saúde Mental no estado”, concluiu a orientadora.

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Celeiro de escritores, poetas, artistas plásticos e músicos reco-nhecidos em todo o mundo, como Paulo Freire, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, Romero Britto, Luiz Gonzaga, entre outras per-sonalidades, Pernambuco é um estado marcado por uma forte diversidade cultural.

Além de abrigar o frevo – ritmo musical e dança que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira –, o estado se destaca como um dos maiores produtores de frutas do Brasil, como ace-rola, goiaba, uva, manga e coco, sem contar na histórica produção de cana-de-açúcar. E foi justamente o que o Caminhos do Cuida-do produziu no estado: frutos, decorrentes da formação de mais de 17.500 agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem para trabalharem com Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas nos 185 municípios do estado, que ocupa 98.076,109 quilômetros quadrados (IBGE, 2015).

PeRNAMBUCOÁrea do Estado33 98.076,109 km2



Fim do projeto Fevereiro de 2015



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Turmas


Meta:

17.233

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Fotos: Praça Barão do Rio Branco / Marco Zero –Recife • Banda de Pífanos de Caruaru • Morro Dois Irmãos – Fernando de Noronha



Por meio de uma articulação entre a Escola Técnica do SUS (ETSUS), o Centro Regional de Referência sobre Drogas da Universidade Federal de Pernambuco (CRR/Drogas) e outras instituições de ensino superior, foi criado um curso de aperfeiçoamento sobre a temática, voltado para profissionais que atuam no Programa de Saúde da Família (PSF), nos Centros de Atenção Psicos-social (CAPS), nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Conselhos Regionais de Serviço So-cial (CRESS) do estado.

Célia Santana, coordenadora da ETSUS de Pernambu-co, revelou que o objetivo da escola ultrapassou a meta estabelecida pelo projeto. “Nós queríamos algo a mais aqui para o nosso estado, algo que tivesse continuidade para além do Caminhos do Cuidado. O mais bacana dis-so tudo é que a metodologia de formação desse curso do CRR Drogas foi toda moldada a partir da experiência do Caminhos do Cuidado”, ressaltou a coordenadora.

Já para a coordenadora estadual de Pernambuco, Lívia Mello, um dos destaques da formação foi a permanen-te avaliação da atuação dos tutores enquanto docentes pela Coordenação. “Começamos a ir a campo avaliar a sala de aula, mas sempre pactuando com o tutor. Nos preocupamos em dar um feedback para eles, para que o curso servisse de instrumento de mudança da sua atua-ção enquanto docente”, explicou.

Para a coordenadora estadual, outro ponto de destaque foi a iniciativa do projeto em promover, com os agentes co-munitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfer-magem, a discussão sobre o uso abusivo de drogas, abor-dando a questão como um problema de saúde pública.

"O mais bacana disso tudo é que a metodologia de formação desse curso do CRR Drogas foi toda moldada a partir da experiência do Caminhos do Cuidado."

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Apesar de ter o menor litoral brasileiro, com apenas 66 quilô-metros de extensão, o Piauí é o terceiro maior estado da Região Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia e do Maranhão. Conta com uma área geográfica de 251.611,932 quilômetros quadrados (IBGE, 2015) e 224 municípios. Diferentemente de todos os outros estados da região, por conta do seu processo de colonização, que aconteceu do interior do estado em direção ao mar, a capital Te-resina é a única que não está localizada no litoral. Foi nesse ce-nário que o projeto Caminhos do Cuidado formou mais de 8.200 agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem para trabalhar com Saúde Mental, com ênfase no Crack, Álcool e outras Drogas.

A capacidade de mobilização das instituições de saúde do Piauí, como a Fundação Municipal de Saúde de Teresina, as Coordena-ções de Saúde Mental e Atenção Básica da Secretaria Estadual de Saúde, e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Es-tado do Piauí (Cosems/PI), foi um dos destaques para o sucesso do projeto no estado.

PIAUí

"Os próprios profissionais de saúde se comunicavam entre si e um falava para o outro sobre a importância do projeto e o quanto foi valioso para a sua formação."



Início do projeto36 Abril de 2014




Fotos: Museu do Piauí – Teresina • Serra da Capivara • Delta do Parnaíba

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A coordenadora da Escola Técnica do SUS (ETSUS) do Piauí, Francisca Josélia da Silva, contou que outro des-taque foi a metodologia adotada durante as aulas, que trabalhava com uma perspectiva de construção coletiva, possibilitando o maior envolvimento dos alunos. “O cur-so foi tão importante que nosso objetivo é incorporar a temática e a metodologia na grade curricular aqui na es-cola. Ao longo desse processo, percebemos que os pro-fissionais da nossa rede de saúde ainda não estão pre-parados para trabalhar com esses usuários”, explicou.

A coordenadora considerou que, apesar de o curso ter dado os primeiros passos para a articulação entre a Saúde Mental e a Atenção Básica, ainda é necessário mobilizar outros atores da rede de atenção para a real melhora do atendimento aos usuários de crack e outras drogas. “Percebemos que essa formação também deve ser destinada aos profissionais de nível superior, como por exemplo, médicos, enfermeiros e dentistas, e não ficar somente restrita aos profissionais de nível funda-mental e médio. Só assim esse 'casamento' vai aconte-cer de fato”, afirmou.

Francisca revelou que, ao final do processo de formação no estado, muitos gestores municipais que não partici-param do projeto manifestaram o interesse em levar o curso para suas cidades. “Os próprios profissionais de saúde se comunicavam entre si e um falava para o ou-tro sobre a importância do projeto e o quanto foi valioso para a sua formação”, destacou a coordenadora.

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Localizado na Região Sudeste do país, com cerca 16,5 milhões de habitantes, em uma área geográfica de 43.777,954 quilômetros quadrados (IBGE, 2015) e 92 municípios, o Rio de Janeiro é co-nhecido por suas belezas naturais e grandiosos eventos. E é com esse clima de grandiosidade que o projeto Caminhos do Cuidado aporta no Rio de Janeiro, a partir de uma experiência piloto.

O início do projeto no Rio de Janeiro foi coordenado por José Car-los Campos, que atua no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é professor no Centro Univer-sitário Serra dos Órgãos (Feso), em Teresópolis. Campos esteve à frente do início das turmas nos diferentes municípios do estado e foi substituído ao longo da formação pela coordenadora estadual Nélia Ribeiro, que contou com a apoiadora Gracinete Castro.

A diretora da Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Izabel dos Santos (Etis), Marta Lima, ressaltou que a Etis e a Esco-la Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) foram responsáveis por articular politicamente o Caminhos do Cuidado no estado do Rio de Janeiro. Em nome da Etis, Marta relatou que participar do projeto não gerou muitas dificuldades para a esco-la, pois a equipe já havia trabalhado em articulação com outros municípios, sempre no sentido de atuar de forma descentralizada.

RIO De JANeIROÁrea do Estado37 43.777,954 km2






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Meta:

16.699

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Fotos: Dedo de Deus – Teresópolis • Cristo Redentor – Rio de Janeiro • Museu de Arte Contemporânea – Niterói



A diretora da Etis declarou, ainda, que o projeto teve uma lógica de aproveitar o conhecimento de cada um dos profissionais envolvidos para agregar novas ferramen-tas. “Pessoas que já tinham vivenciado um processo de trabalho puderam rediscutir esse processo e fundamen-tar suas teorias, sempre com o intuito de fazer o melhor, o que também era um objetivo do Caminhos do Cuida-do”, concluiu Marta.

Além disso, a diretora ressaltou que o projeto repre-sentou um passo fundamental para a aproximação da Saúde Mental com a Atenção Básica. “O Caminhos do Cuidado motivou muito os profissionais envolvidos, a ponto de questionarem a razão de ser somente para os agentes comunitários de saúde (ACSs) e perguntarem quando seria ampliado para os enfermeiros”, revelou.

"O Caminhos do Cuidado motivou muito os profissionais envolvidos, a ponto de questionarem a razão de ser somente para os agentes comunitários de saúde (ACSs) e perguntarem quando seria ampliado paraos enfermeiros."

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Com 167 municípios e mais de três milhões de habitantes, o Rio Grande do Norte é o 16º estado mais populoso do Brasil, e ocupa a área geográfica de 52.811,126 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). Mesmo com toda essa grandiosidade em números, o pro-jeto Caminhos do Cuidado não apenas atingiu sua meta inicial, mas a ultrapassou.

O diretor geral do Centro de Formação de Pessoal para Serviços de Saúde (Cefope/ETSUS) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte (SES/RN), Jorge Luiz de Castro, ressaltou ter conhecido o projeto em novembro de 2013, na reunião de apre-sentação do Caminhos do Cuidado à Rede das Escolas Técnicas do SUS (RETSUS) dos estados do Nordeste.

"O Caminhos do Cuidado teve uma proporção diferente de tantos outros bons projetos que já foram realizados, devido à abrangência territorial e ao número de ACSs envolvidos."

RIO gRANDe DO NORTeÁrea do Estado39 52.811,126 km2






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Fotos: Passeio de bugre em Genipabu • Tibau do Sul • Ponte Newton Navarro – Natal



Castro, a partir de então, abraçou a ideia e deu início ao trabalho junto com a equipe estadual, composta por seis profissionais, entre coordenadores e apoiadores. Além do envolvimento da Escola Técnica do SUS (ETSUS) e da SES/RN, o projeto foi apoiado pela Subcoordenadoria de Ações de Saúde (Suas), pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RN), pela equipe de Saúde Mental da SES/RN, e pelo Observatório da Saúde Mental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Como ponto positivo do projeto, Castro destacou o curto tempo de duração das turmas (60 horas) e a formação ter ocorrido nos próprios territórios, sem deslocamento dos alunos. “Gostaria de ver a ampliação do projeto Ca-minhos do Cuidado, com foco em profissionais de nível superior, para que a iniciativa impacte ainda mais no ter-ritório”, ressaltou Castro.

Respondeu pela Coordenação Estadual do projeto no Rio Grande do Norte, a assistente social e técnica de nível superior da SES/RN, Valéria Negreiros. Com vas-ta experiência na área da Saúde Mental e envolvimen-to com os temas da Reforma Psiquiátrica, Redução de Danos, Crack, Álcool e outras Drogas, Valéria colaborou com o projeto desde a seleção de tutores e orientadores para as turmas do Rio Grande do Norte. “O Caminhos do Cuidado teve uma proporção diferente de tantos outros bons projetos que já foram realizados, devido à abran-gência territorial e ao número de agentes comunitários de saúde (ACSs) envolvidos. Deixa então um legado em toda a rede, tanto na forma de receber, como na forma de atender pessoas em situação de vulnerabilidade e, por isso, merece uma continuidade”, destacou Valéria.

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Com temperaturas baixas na maior parte do ano, o Rio Grande do Sul é conhecido como a terra dos guris, do churrasco e do chimar-rão. Possui mais de 11 milhões de habitantes e 497 municípios, divididos em uma área geográfica de 281.731,445 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). O projeto Caminhos do Cuidado chegou em 2013, tendo Naia Corrêa como coordenadora estadual.

O Rio Grande do Sul contou com 19 núcleos de saúde ligados à escola e a instâncias administrativas regionais, responsáveis pela organização do projeto no território. Naia destacou como ponto positivo do projeto o acionamento de todas as regiões de uma só vez. “O legado que a iniciativa deixou foi a experiência de sucesso do estado, ao ponto de vários profissionais da área solicitarem a possibilidade de continuação do projeto Caminhos do Cuidado, estendendo-o para toda a equipe de Saúde da Família”, ressaltou.

"A iniciativa contemplou ainda conhecimento e vivência que, muitas vezes, não se encontra em livros, apenasna vida."

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Fotos: Gramado • Praia da Guarita – Torres • Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo



Teresinha Valduga assumiu a Direção da Escola Técnica do SUS (ETSUS) em fevereiro de 2015, e passou a par-ticipar do projeto desde então. Para ela, o Caminhos do Cuidado teve o papel de preparar os profissionais que já tinham experiência na temática, mas que precisavam aprender a prestar assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade. “A iniciativa contemplou ainda conhe-cimento e vivência que, muitas vezes, não se encontra em livros, apenas na vida”, ressaltou a diretora, enfati-zando a importância do cuidado às pessoas que fazem uso de drogas.

Segundo a ex-diretora da ETSUS, Waleska Antunes, que acompanhou toda a realização do projeto Caminhos do Cuidado, a proposta mobilizou os profissionais devido ao tema e à forma que foi conduzido. Para Waleska, o projeto foi marcado pela ousadia, uma vez que pensar em uma iniciativa com esse perfil para um país inteiro, com todas as diferenças que possui, seria um grande desafio. A ex-diretora pontuou ainda que o projeto teve como diferencial atingir quase 100% dos municípios, fortalecendo a relação com os gestores municipais, e a questão da importância do investimento na educação e na formação dos trabalhadores de todo o estado.

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Cercado pelos rios Madeira, Ji-Paraná, Guaporé e Mamoré, o esta-do de Rondônia está localizado na região Norte. Conta com uma área geográfica de 237.590,543 quilômetros quadrados (IBGE, 2015) e 52 municípios. O estado recebeu esse nome em home-nagem ao Marechal Rondon, primeiro diretor do Serviço de Pro-teção aos Índios e desbravador da região. Rondon, que proferia o famoso lema "Morrer se preciso for, matar jamais", foi inspirado, no início do século XX, a embrenhar-se selva adentro, em locais onde o homem branco nunca havia pisado.

A diretora da Escola Técnica do SUS (ETSUS) de Rondônia, An-gelita Mendes, contou que recebeu com alegria a ideia do projeto no estado, até porque a ETSUS já estava planejando o início de um curso na área da Saúde Mental. Segundo ela, o Caminhos do Cuidado veio ao encontro com a necessidade de debater melhor a temática do Crack, Álcool e outras Drogas na região. “Foi muito interessante, pois com a ajuda do Conselho de Secretários Muni-cipais de Saúde conseguimos articular o início do projeto em ci-dades aonde o curso da ETSUS não chegava”, ressaltou a diretora.

RONDôNIA

"Percebemos a angústia dos ACSs, especialmente os que vivem em localidades mais distantes com as pessoas de sua comunidade, e mostramos que eles serão agentesde transformaçãodo território."



Início do projeto44 Junho de 2014




Fotos: Igreja Nossa Senhora do Seringueiro – Guajará-Mirim • Estação de trem de Guajará-Mirim • Encontro dos rios Pacaás Novos e Mamoré – Guajará-Mirim

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Segundo Angelita, como a maioria dos participantes da Coordenação Regional era da escola, a integração e a logística fluíram bem. Como pontos de destaque, a dire-tora enumerou: o debate em torno de temas tão delica-dos; a cooperação com a equipe da Atenção Básica, no sentido de aproximar a escola das estratégias de saú-de e da Secretaria de Promoção da Paz, que lida com o tema das drogas; o material trabalhado; e a metodologia empregada. “Percebemos que muitos de nossos alunos acabaram identificando na própria família uma realidade que estava sendo mostrada ali, o que quebrou a angús-tia do medo”, acrescentou a diretora.

Para a tutora Priscila Mendes, falar de álcool e drogas ainda reacende preconceitos. “Gostei muito da metodo-logia, que permite ao aluno aprender por meio do que ele já sabe do território, da vivência. Tudo em relação às políticas públicas de tratamento do abuso de álcool e drogas é muito novo”, revelou a tutora.

Segundo Priscila, os encontros enriquecedores e com muita reflexão proporcionaram a mudança na visão de muitos agentes comunitários de saúde (ACSs). “Traba-lhamos muito com a fala. Percebemos a angústia dos ACSs, especialmente os que vivem em localidades mais distantes, como as pessoas de sua comunidade, e mos-tramos que eles serão agentes de transformação do ter-ritório. É uma nova alternativa para acolher o ser huma-no”, ressaltou a tutora.

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Segundo ponto mais alto do Brasil, o Monte Roraima guarda be-lezas e mistérios que encantam quem consegue chegar à região. Além de suas belezas naturais, o estado de Roraima também tem vocação para a agricultura e o comércio internacional. Ocu-pa uma área geográfica de 224.303,187 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), divididos em 15 municípios. O estado faz fronteira com a Guiana e a Venezuela, por onde é possível chegar de carro, sendo um ótimo caminho para a paradisíaca Isla de Margarita, no Mar do Caribe.

A coordenadora estadual do projeto em Roraima, Luciana dos San-tos, revelou ser apaixonada pelo projeto Caminhos do Cuidado e avaliou que as discussões sobre as temáticas aprendidas a partir da formação serão duradouras. A formação alcançou todos os 15 municípios. “Esse olhar diferenciado sobre a problemática das drogas foi importante. Pudemos observar uma enorme confiança dos alunos em tudo aquilo que estava sendo ensinado”, ressaltou.

RORAIMA

"Esse olhar diferenciado sobre a problemática das drogas foi importante. Pudemos observar uma enorme confiança dos alunos em tudo aquilo que estava sendo ensinado."




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Fotos: Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo – Boa Vista • Parque Nacional do Monte Roraima • Monte Roraima



Segundo Luciana, muitas reuniões foram realizadas com os tutores para alinhar métodos e encaminhamentos das turmas. “Todas elas foram acompanhadas de per-to. Os agentes comunitários de saúde (ACSs) são muito questionadores e isso instiga ainda mais o debate. Tive-mos até algumas discussões por motivos ideológicos ou profissionais. O tema da Redução de Danos, sempre polêmico, foi um dos desafios do projeto”, constatou a coordenadora estadual.

A Coordenação Pedagógica do projeto em Roraima fi-cou sob responsabilidade da fisioterapeuta Patrícia Ludmila Barbosa, que se encantou com tudo o que pre-senciou. “O movimento de proximidade e afeto entre

todos os participantes trouxe bons frutos à metodolo-gia”, afirmou. Patrícia relatou ainda que provocou muitos encontros presenciais como, por exemplo, as oficinas com os tutores, com o intuito de promover a troca de co-nhecimentos. “Isso refletiu no curso todo. Tivemos uma produção pedagógica intensa, com várias ações produ-zidas no interior do estado, o que nos permitiu criar uma unidade entre todos os participantes”, ressaltou a coor-denadora pedagógica.

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Com uma área geográfica de 95.733,978 quilômetros quadrados (IBGE, 2015), Santa Catarina possui 295 municípios. Na década de 1980, o estado foi um dos que mais receberam imigrantes de origem alemã, o que explica mais de 90% dos moradores terem descendência da Alemanha.

"A ETSUS ficou fortalecida depois da chegada do curso, porque a capacitação foi um sucesso e deu certo entre direção, orientadorese alunos."

SANTA CATARINAÁrea do Estado47 95.733,978 km2






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Fotos: Artesanato • Blumenau • São Joaquim



A diretora da Escola Técnica do SUS (ETSUS) de San-ta Catarina, Cláudia Langue, destacou a importância do projeto Caminhos do Cuidado para o estado, que ajudou a fortalecer a ETSUS em relação aos conceitos prove-nientes da Atenção Básica. “A ETSUS ficou fortalecida depois da chegada do curso, porque a capacitação foi um sucesso e deu certo entre direção, orientadores e alunos. Além disso, provocou satisfação e alegria diante do aprendizado concluído e da dinâmica do material uti-lizado”, ressaltou a diretora.

Ao todo, 75 tutores foram capacitados no estado, com o objetivo de formar em Saúde Mental, Crack, Álcool e ou-tras Drogas os agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem que atuam na Saúde da Família. Segundo Cláudia, o projeto Caminhos do Cui-dado conseguiu aproximar a Atenção Básica da Saúde Mental, e atribui o fato ao conhecimento adquirido em campo, como diálogos, conversas e o cuidado de cada participante do processo de formação. “Esse conheci-mento, sem dúvida, foi um legado que o curso deixou, não só para o estado, mas também para cada profissio-nal que participou da capacitação”, enfatizou a diretora.

A tutora do projeto, Liane Girolamo, ressaltou que, em-bora os ACSs já tivessem realizado trabalhos na área da Saúde Mental, a percepção e a inserção em relação à te-mática só ocorreram a partir do processo de formação do Caminhos do Cuidado. Além disso, Liane mencionou a abordagem do curso pela redução de danos como es-tratégia para o aumento da qualidade de vida das pes-soas. “De fato, o projeto Caminhos do Cuidado ajudou a qualificar o cuidado, dando uma assistência para as pes-soas em situação de vulnerabilidade”, destacou a tutora.

Para a coordenadora estadual do Caminhos do Cuidado, Izabel Cunha, o projeto chegou em Santa Catarina com o objetivo de somar os conceitos que a escola já estava tra-balhando. “Diversas turmas relataram uma avaliação po-sitiva, como, por exemplo, a recepção calorosa dos tuto-res em alguns municípios catarinenses. O apelo principal dos participantes da capacitação foi que o curso fosse es-tendido a todos os profissionais que fazem parte do eixo da Saúde da Família”, revelou a coordenadora estadual.

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São Paulo é o estado mais populoso do Brasil, com mais de 44.396.484 habitantes. Ocupa uma área geográfica de 248.222,362 quilômetros quadrados (IBGE, 2015) e possui 645 municípios. Diversos centros culturais de grande importância es-tão presentes no estado, como o Museu do Ipiranga, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), o Parque Ibira-puera e a Avenida Paulista, palco de grandes eventos. O projeto teve grande importância na terra da garoa e contou com a parceria de sete Escolas Técnicas do SUS (ETSUS) e uma Esco-la Municipal. O estado formou mais de 26 mil agentes comunitá-rios de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem que atuam na Atenção Básica. A coordenadora estadual e membro do Departamento do Grupo de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde de São Paulo, Carolina Feitosa, destacou que as dificul-dades do início do projeto foram superadas com o decorrer do tempo e com a ajuda das ferramentas fornecidas pela gestão.

SãO PAUlO

"A aproximação do tema com a Atenção Básica foi um dos legados deixados. Essa união nunca foi tão propositiva e organizada antes da implantaçãodo curso."







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Fotos: Saco da Ribeira – Ubatuba • Ponte OctávioFrias de Oliveira – São Paulo • Rapel em Brotas



“A implantação e a apresentação do curso foram bem vistas, uma vez que as escolas tinham pouca experti-se no tema Saúde Mental. A aproximação do tema com a Atenção Básica foi um dos legados deixados. Essa união nunca foi tão propositiva e organizada antes da implantação do curso”, revelou a coordenadora.

Segundo Carolina, a metodologia teve papel fundamental na mudança dos ACSs, tanto na vida profissional, como na vida pessoal. “O material proposto pela equipe pedagógica abordou o tema que, de certo modo, era de difícil acesso e acolhimento entre as pessoas, e passou a ser visto de maneira dinâmica e na dosagem correta”, destacou.

De acordo com o pedagogo da ETSUS, Ricardo Carva-lho, trabalhar a temática da Redução de Danos, também

introduzida na metodologia, foi mágico. “Os alunos co-meçaram a entender que a redução de danos não é só para quem faz uso de substâncias, mas também pode levar a Redução de Danos para hipertensos, diabéticos crônicos etc. Isso tudo faz parte do processo de cons-trução da saúde”, ressaltou.

Para Carvalho, o projeto não tem fim, uma vez que se-meou muitos conhecimentos. “A junção do tema da Atenção Básica com a Saúde Mental e o sucesso da metodologia fizeram com que os colegiados, as oficinas e rodas de conversa se tornassem mais dinâmicos, ao ponto de aproximar o tema da Escola Técnica. Diante disso, se construiu uma ponte de ligação para que o ma-terial pudesse ajudar as outras formações de diferentes profissionais de saúde”, finalizou o pedagogo.

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Situado na Região Nordeste, Sergipe é o menor estado brasileiro, ocupando uma área geográfica de 21.918,493 quilômetros qua-drados (IBGE, 2015). Com pouco mais de dois milhões de habi-tantes, destaca-se pelo cultivo de cana-de-açúcar e pela produção de laranja e coco. Além disso, a extração de petróleo, gás natural, calcário e potássio tem grande influência na economia local.

Se alguém pensou que o tamanho do estado influenciaria na ca-pacidade de mobilização para a formação de agentes comunitá-rios de saúde (ACSs) e auxiliares/técnicos de enfermagem para trabalharem com Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas, se enganou. Ao final de 2014, o Caminhos do Cuidado havia forma-do quase 4.500 profissionais para trabalhar com a temática nos 75 municípios pertencentes ao estado.

A coordenadora estadual do projeto, Beatriz Santos, contou que, além da articulação entre as Coordenações de Saúde Mental e Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde do Sergipe (SES/SE), da Escola Técnica do SUS (ETSUS), do Centro de Educa-ção Permanente da Saúde (CEPS) de Aracaju e do Conselho de Se-

SeRgIPe

"Nós trabalhávamos com a perspectiva da não utilização de drogas, e oprojeto nos mostrou que isso não resolveria a questão, ao contrário,só afasta ainda maiso usuário do serviçode saúde."



Início do projeto52 Abril de 2014




Fotos: Cânion do Rio São Francisco / Usina de Xingó • Praça Fausto Cardoso – Aracaju • Igreja de São Francisco de Assis – São Cristóvão

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cretarias Municipais de Saúde (Cosems/SE), foi preciso criar uma espécie de sensibilização nos territórios, para que os profissionais se aproximassem dos objetivos do projeto. Segundo Beatriz, as reuniões aconteciam nos pátios das unidades de saúde, o que acabava por desper-tar o interesse de outros profissionais, como enfermeiros e dentistas, que logo se interessavam e perguntavam quando a formação também seria oferecida a eles.

A orientadora pedagógica do projeto, Rosyanne Serquei-ra, destacou que a metodologia aplicada foi bastante estratégica para atingir o objetivo de mudar a percepção desses profissionais. “O Caminhos do Cuidado foi um

projeto muito cuidadoso, em que tivemos a oportunida-de de ver uma grande preocupação de se desenvolver, junto com os trabalhadores da ponta, uma reflexão so-bre o processo dialógico do mundo do trabalho, trazen-do sempre para discussão preconceitos e estigmas em relação ao tema Álcool e outras Drogas, produzindo sen-tido na prática cotidiana deles”, afirmou Rosyanne.

Para a ACS de Santo Amaro das Brotas e participante da formação, Irani Lima, o que mais lhe surpreendeu na for-mação foi a abordagem utilizada a partir da Redução de Danos. “Nós trabalhávamos com a perspectiva da não utilização de drogas, e o projeto nos mostrou que isso não resolveria a questão, ao contrário, só afasta ainda mais o usuário do serviço de saúde”, explicou. Para ela, o que o projeto deixou de mais valioso para os profissio-nais é o reconhecimento do usuário enquanto cidadão, com os mesmos direitos de todos de ser atendido pelo sistema de saúde.

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Criado em 1988 pela Assembleia Nacional Constituinte, Tocan-tins é o mais novo entre os estados brasileiros. Localiza-se na região Norte, exatamente no centro geográfico do país, condição que lhe possibilita fazer limites com estados do Centro-Oeste, do Nordeste, e do próprio Norte. É um dos nove estados que formam a Região Amazônica.

Sua vegetação de cerrado abrange 87% do território e divide espa-ço, sobretudo, com a floresta de transição amazônica, sendo que mais da metade do território do estado é constituída por áreas de preservação, unidades de conservação e bacias hídricas, in-cluindo santuários naturais, como a Ilha do Bananal e os parques estaduais do Cantão, do Jalapão e do Lajeado, o Monumento Nacional das Árvores Fossilizadas, entre outros. No Cantão, três importantes ecossistemas chegam a se encontrar: o amazônico, o pantaneiro e o cerrado.

TOCANTINS

"É muito enriquecedor quando você consegue ajudar outras pessoas e, ao mesmo tempo, adquirir novos conhecimentos e olhares sobre um tematão atual, mas que ainda sofre preconceitos."







Fotos: Cachoeira da Formiga – Jalapão • Memorial Coluna Prestes – Palmas • Pedra da Baliza – Jalapão

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Com população estimada em 1.515.126 habitantes, possui 139 municípios divididos em uma área geográfi-ca de 277.720,569 quilômetros quadrados (IBGE, 2015). A capital do Tocantins, Palmas, é a última cidade brasi-leira planejada do século XX, com arquitetura arrojada, avenidas largas e divisão urbanística caracterizada por grandes quadras comerciais e residenciais.

No Tocantins, foram mobilizados 29 tutores e formadas 106 turmas. Entre os pontos de destaque do projeto no estado, a tutora Marluci Vasconcelos enumerou a me-todologia utilizada, o alinhamento da organização e a implantação de novas dinâmicas pelos tutores, desen-volvidas após a criação de um grupo de discussão entre eles. “É muito enriquecedor quando você consegue aju-dar outras pessoas e, ao mesmo tempo, adquirir novos conhecimentos e olhares sobre um tema tão atual, mas que ainda sofre preconceitos”, destacou a tutora.

A coordenadora estadual do Caminhos do Cuidado, Ma-ria Auri Gonçalves, ressaltou que um dos desafios foi li-dar com profissionais de diferentes níveis acadêmicos. “Temos agentes com formação de nível superior e ní-vel médio, alguns com pouco conhecimento do SUS, e nisso a Metodologia Ativa foi fundamental, pois é muito inovadora. Faz com que o aluno aprenda de acordo com sua vivência e prática”, enfatizou a tutora.

Maria Auri salientou que o projeto, além de for-mar os ACSs, foi importante para fortalecer o papel da Escola de Saúde no estado. “To-das as aulas da cidade de Palmas foram na Escola Técnica do SUS (ETSUS), pois assim aproximamos mais os profissionais de saúde da insti-tuição”, concluiu.

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capítulo 3

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Caminhos a seguir

Após a apresentação de toda a trajetória do Caminhos do Cuidado, destacando os números do projeto e as falas dos principais atores envolvidos no processo de for-mação em cada estado brasileiro, chega a hora de retratar os desdobramentos dessa iniciativa e os caminhos a serem seguidos.

As estratégias de avaliação do projeto ganharam destaque nessa nova etapa. Com o encerramento das formações, o momento é de sistematizar todo o conhecimento produzido ao longo desses dois anos e colocá-lo a favor da educação permanente. Para tanto, tomou corpo o AvaliaCaminhos, grupo coordenado pelo Núcleo de Edu-cação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A expectativa é que o relatório avaliativo seja produzido em um período de 12 a 18 meses, a partir dos primeiros meses de 2016.

Para acompanhar mais de perto cada passo do projeto, foram criados perfis e pági-nas nas redes sociais – Youtube, Instagram, Twitter e Facebook –, com o intuito de manter o vínculo com colaboradores, participantes e interessados nos assuntos tra-balhados pelo projeto, nas diferentes regiões do Brasil. O Caminhos do Cuidado tem como uma de suas metas para 2016 a ampliação do número de seguidores em todos os perfis criados, visando aumentar a sua comunicação com o público.

O site do projeto – www.caminhosdocuidado.org – também tem sido reformulado para facilitar a navegação do usuário, mantendo sua identidade inicial. São publica-das notas ou matérias diariamente sobre diversos acontecimentos de todo o país, abordando as temáticas da Atenção Básica, Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas, Acolhimento e Cuidado Integral à Saúde.

No primeiro semestre de 2016, o site existente dará lugar ao Observatório Caminhos do Cuidado, que pretende ampliar sua temática e cobertura, mantendo o compromis-so com o cuidado integral à saúde.

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Alcançada (e superada) a meta de formação proposta no Caminhos do Cuidado, a próxima etapa prevista no projeto envolve o desenvolvimento de estratégias e metodologias de Educação Perma-nente para trabalhadores no campo da Saúde Mental. Trata-se não só da constituição de um olhar crítico e reflexivo sobre o próprio processo de formação, (re)alimentando e (re)configurando suas múltiplas formas de aprendizagem, mas também da responsabilidade de compartilhar e manter vivos o compromisso e as alianças forjadas em prol do cuidado, vetor principal da saúde integral.

ObservatórioCaminhos do Cuidado

observatorio.caminhosdocuidado.org


Uma das iniciativas que visa contribuir para o proces-so de Educação Permanente parte da organização da massa documental oriunda das 8.017 turmas que fo-ram formadas ao longo dos últimos 18 meses, capilari-zadas entre 3.375 municípios brasileiros. Assim, cons-truir um banco de dados e desenvolver ferramentas e aplicativos que permitam conferir transparência e visi-bilidade às diferentes dimensões processuais do proje-to (pedagógica, política, gerencial e territorial) torna-se fundamental para a constituição do processo de avalia-ção do próprio Caminhos do Cuidado.

AlgUNS COMPROMISSOS ASSUMIDOS PelO OBSeRvATóRIO

desenvolver e apoiar estudos e pesquisas sobre a formação de atores estratégicos do SUS, especialmente a formação técnica, que orientem ações de Educação Permanente e de políticas públicas;

apoiar o processo de formação de atores estratégicos para o SUS;

apoiar a elaboração de estratégias de articulação dos diferentes atores nos territórios;

apoiar a produção de cursos de formação Ensino a Distância (EAD), a partir do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS);

estimular e apoiar a produção técnico-cientÍfica das ETSUS;

disponibilizar publicações relevantes sobre temas de saúde pública, acessíveis ao conjunto da sociedade civil e, em especial, aos trabalhadores e gestores do SUS.

Como marco inicial, o Observatório apoiará a pesquisa de avaliação do Caminhos do Cuidado, denominado AvaliaCaminhos. Essa pesquisa en-volverá a formação de atores estratégicos das ET-SUS, nos diferentes territórios, por meio da oferta do Curso de Especialização em Avaliação, Moni-toramento e Informação em Saúde, uma parceria entre Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde) da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

O Observatório é um projeto de âmbito nacional, desenvolvido pelo Icict/Fiocruz em parceria com a Escola Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e conta com o apoio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS).

"O site existente dará lugar ao Observatório Caminhos do Cuidado,que ampliará sua temática e cobertura, mantendo o compromisso como Cuidado Integralà Saúde.”

Diante disso, o Observatório Caminhos do Cuidado surge como um dispositivo (plataforma virtual) e uma estratégia de Educação Permanente, comprometidos com a valorização das experiências, vivências e apren-dizagens de todos os atores envolvidos no Caminhos, colocando-se assim como âncora do processo de ava-liação da formação. Nesse sentido, a implementação do Observatório se orienta para o desdobramento em ações de acompanhamento e compartilhamento de ex-periências de formação e de Educação Permanente no Sistema Único de Saúde (SUS), e de fomento à produção pedagógica e científica, conferindo protagonismo às Es-colas Técnicas do SUS (ETSUS).

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Os assuntos dos posts no Facebook, por exemplo, con-tam com notas importantes sobre diversos aconteci-mentos de todo o Brasil, dentre eles, como andam as políticas de saúde, a oferta de vagas para a formação profissional em saúde, a divulgação de encontros aca-dêmicos e científicos, debates e ofertas no mercado do trabalho em saúde. Além disso, os seguidores do projeto nas redes sociais acompanham o Calendário da Saúde, por intermédio de peças ilustrativas e informativas pos-tadas semanalmente na conta do projeto no Instagram.

O uso do Instagram permite a publicação e o compar-tilhamento de fotos por meio de dispositivos móveis. A utilização de hashtags (#) facilita a localização de ima-gens relacionadas ao tema, possibilitando ainda mais a aproximação dos usuários das redes sociais, seguido-res ou não, com o projeto. Vale ressaltar que o perfil no Instagram também republica a memória das pessoas, alimentando a página do Caminhos do Cuidado com boas recordações.

CAMINhOS DO CUIDADO gANhA ReDeS SOCIAIS

Com o mesmo cuidado que foram realizados os cursos de formação em Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e outras Drogas, em todo território brasileiro, o site do projeto Caminhos do Cuidado (no endereço www.caminhosdocuidado.org) passou por uma refor-mulação para qualificar a comunicação com o seu pú-blico e lançou canais nas redes sociais.

As redes sociais do Caminhos do Cuidado foram incorpo-radas ao projeto como uma estratégia de comunicação in-tegrada que possibilita ampliar e fortalecer o vínculo com colaboradores e participantes do projeto das diferentes regiões do país. Agora o Facebook, o Twitter, o Youtube e o Instagram do Caminhos do Cuidado estão disponíveis e integralmente ativos, para que o público possa curtir, co-mentar e compartilhar os conteúdos postados, fazendo com que a informação chegue cada dia a mais pessoas.

NOTÍCIAS

Mato Grosso oferece tratamento de prevenção ao tabagismoO programa tem como objetivo reduzir o número de fumantes e, consequentemente, a mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no país.

EPSJV abre inscrições para curso sobre álcool e drogasO Curso de Atualização Profissional em Atenção ao Uso Prejudicial de Álcool e outras Drogas acontecerá entre os meses de março e junho, no RJ. Inscrições até 2 de março.

Rede Unida abre inscrições para oficinas pré-congressoSerão oferecidas 44 oficinas no primeiro dia do evento, nas temáticas de Saúde Mental, Educação Permanente, Formação em Saúde, Políticas de Saúde, entre outros. Confira!

UESPI abre inscrições para Semana CientíficaOs bolsistas do projeto Caminhos do Cuidado podem acessar os informes de rendimento para fins de declaração de Imposto de Renda 2016, ano-base 2015, no site da Fiotec.

CAMINHOS DO CUIDADO NA SUA REGIÃO

Números do ProjetoPasse o mouse para visualizar os números de cada Estado ou

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Total de vagas ofertadas em todo o Brasil (22/01/2016):

292.899GAlERIA MUlTIMÍDIA


No Twitter, o perfi l do Caminhos do Cuidado oferece os mesmos conteúdos do Facebook e Instagram, mas abre a possibilidade dos usuários poderem retuitar, republicar em sua página pessoal e curtir todos os posts publicados.

No Youtube, o canal do Caminhos do Cuidado disponibiliza uma biblioteca de vídeos completa, reunindo acontecimen-tos importantes, como depoimentos das experiências, as ofi cinas realizadas e os vídeos da História Oral, produzidos a partir de entrevistas feitas com integrantes da fase de formação do projeto.

Essas novidades aconteceram no último trimestre de 2015 e, paralelamente, estão sendo trabalhados novos elemen-tos para melhorar a navegação do usuário em 2016. Dentre eles estão: a versão do site para defi cientes visuais e a Galeria Multimídia, que contará com centenas de fotos, vídeos e áudios do projeto.

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Hoje é o dia do profissional que, entre outras coisas,se dedica a promover a reabilitação e a reinserção social.

19/01: Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional

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em operações práticas. O processo envolve diferentes atores, tais como dirigentes, coordenadores, a Rede de Escolas Técnicas do SUS (RETSUS), percursos, desfe-chos, troca de informações e experiências, opiniões pes-soais, mudanças das práticas, impactos, ganhos, cresci-mento e inovação, além dos encontros com a sociedade e a tarefa política de lidar com o tema das Drogas e da Saúde Mental na Atenção Básica.

De acordo com Ceccim, a própria avaliação é um agen-te de mudança. “Ao responder uma pergunta, vamos organizando nossas ideias, e começamos a descobrir pontos que não sabíamos ou sobre os quais já muda-mos certa opinião. Então, a avaliação vai devolvendo para aquele que participou do processo de formação, não somente as mudanças que ele calculou fazer, mas também as que nem imaginava que tinha feito. A avalia-ção em si é formativa”, salienta.

Encerrada a fase de formação do projeto Caminhos do Cuidado, chega o momento de sistematizar informa-ções e saberes produzidos ao longo de dois anos do pro-cesso formativo (2013-2015). Foram muitos caminhos percorridos por uma ampla rede de profissionais de saú-de, espalhados de norte a sul, de leste a oeste do Brasil.

Portanto, em um esforço de pensamento crítico, procu-rando reunir a produção de conhecimento construída pelo Caminhos do Cuidado em todo o território nacio-nal, e colocá-la a favor da educação permanente, toma corpo o AvaliaCaminhos, grupo de trabalho coordenado pelo Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Peda-gógica em Saúde (EducaSaúde) da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Vale ressaltar que o EducaSaúde foi convidado pela Coordenação Geral do projeto Caminhos do Cuidado para construir, em colaboração com as Escolas Técni-cas do SUS (ETSUS), o que será o processo de avalia-ção. A expectativa é que o relatório avaliativo seja pro-duzido em um período de 12 a 18 meses a partir dos primeiros meses de 2016.

Atualmente, o AvaliaCaminhos conta com seis profis-sionais e é coordenado pelo professor Ricardo Ceccim, titular de Saúde Coletiva da UFRGS que, ao longo das últimas décadas, tem se dedicado à educação perma-nente para as políticas públicas de saúde, às práticas pedagógicas em saúde e à avaliação educacional e de processos e resultados na saúde. Inicialmente, integram este núcleo Renata Gusmão, Franciele Santos, Pedro Pa-pini, Anna Letícia Ventre, Stefanie Kulpa e Liciane Silva.

Ceccim ressaltou que um dos eixos que ajudam a de-finir a educação permanente é referir que se trata de um processo educativo que se conecta, se relaciona e se implica diretamente com o cotidiano do trabalho. "A educação permanente se ocupa da equipe inteira, do cotidiano e das práticas, do andar permanente do tra-balho”, destacou o professor. Para ele, um processo de avaliação aponta para possibilidades que vão além das metas alcançadas, uma vez que essas não se traduzem

AvaliaCaminhos


Ceccim explicou que, para o início do processo avalia-tivo, é necessário efetuar movimentos aproximativos com as bases do projeto Caminhos do Cuidado e, por-tanto, uma escuta com os principais atores envolvidos e responsáveis pela materialidade da formação, neste caso, dirigentes, escolas e alunos.

Como um primeiro movimento de aproximação, foi rea-lizada a oficina "Caminhos do Cuidado: trajetórias", que aconteceu de 15 a 18 de setembro de 2015, em Brasí-lia. O encontro reuniu atores relevantes para a fase de formação, que tiveram a oportunidade de produzir uma inflexão e expor suas impressões sobre os rumos do

processo avaliativo. “‘Co-laborar’, trabalhar em coopera-ção, em conjunto, em adesão, em compartilhamento de metas. O Caminhos do Cuidado já dava evidências que ao longo desse trajeto se produziu amigos – parceiros e colaboradores – no sentido mais nobre dessa palavra”, acrescenta o coordenador do AvaliaCaminhos.

Durante a oficina, os participantes tiveram a oportunida-de de revisitar todo o processo de formação, divididos em grupos de discussão e, posteriormente, em conjunto, em suas bases políticas, pedagógicas, gerenciais e territo-riais, possibilitando a construção de uma primeira matriz de avaliação. No encontro, foram apresentados os meca-

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nismos de aproximação que serão utilizados para o pro-cesso de pesquisa avaliativa, assim como os quatro gran-des eixos que compõem a matriz avaliativa do projeto: político, gerencial, didático-pedagógico e territorial. “Tudo interfere na compreensão do conhecimento. A avaliação permite mudar as compreensões prévias. O final de um processo avaliativo é tornar visível um acontecimento”, destacou o coordenador do AvaliaCaminhos. Segundo Ceccim, a matriz avaliativa é construída como um organi-zador da informação, que já começa participativa desde o início. A primeira participação contemplou os dirigentes do projeto, e a segunda, os diretores das RETSUS e os coordenadores estaduais, interlocutores relevantes para que o Caminhos do Cuidado ganhasse materialidade.

Na oficina realizada em Brasília, Ceccim apresentou a relevância em se realizar uma avaliação não apenas com base nas informações fornecidas pelos coordena-dores do processo formativo, que engloba a avaliação dos mecanismos de gerenciamento e todo o processo didático-pedagógico. Neste sentido, acentuou a impor-tância para o processo de avaliação também dos alu-nos formados para a mudança nas práticas de atenção e os usuários dos serviços de saúde, com a finalidade de conhecer se a prática realmente foi modificada. “Nós teremos que avaliar os mecanismos de gerenciamento, o processo didático-pedagógico e o territorial, que é o cotidiano do trabalho e o encontro com os usuários”, ressaltou o professor.


Em relação ao território, o coordenador do AvaliaCami-nhos explicou a importância de conhecer se a forma-ção dos ACSs, auxiliares e técnicos de enfermagem modificou o cotidiano do trabalho, se o usuário passou a ser admitido de maneira diferente no centro de saúde, e se o último reconheceu o atendimento diferenciado. “Do que ouvi até o momento, o Caminhos do Cuidado teve um impacto muito grande na vida daqueles que se envolveram, uma vez que passaram a saber coisas que antes não sabiam, e não porque não foram alunos, mas sim porque não estavam envolvidos, e tiveram que se deparar com perguntas e construção de respostas, e que falaram de uma coisa tão intensa quanto uma vida humana submetida à delicadeza”, observou o professor.

Em 5 de novembro de 2015, o AvaliaCaminhos condu-ziu a segunda oficina para o processo de avaliação, que ocorreu no Prédio do CEAD, da UFRGS, em Porto Alegre, reunindo membros da Coordenação Geral do projeto, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

Em relação à metodologia utilizada pelo AvaliaCami-nhos, Ceccim mencionou a escuta, a reunião dos atores envolvidos e o grupo de trabalho do AvaliaCaminhos. “Como se trata de um país com 27 unidades federa-

tivas, 5 mil municípios, 435 regiões de saúde, foram 292.899 alunos, tudo é muito grande. Então a gente sabe que vai ter que trabalhar de maneira amostral e ao mesmo tempo representativa”, constatou. Para a amos-tra, o foco será em dados quantitativos e qualitativos. Serão realizadas entrevistas, visitas, grupo focal, rodas de conversa, entre outros. Para tanto, serão construídos roteiros de perguntas dirigidos aos alunos, gestores e usuários dos serviços de saúde. “A gente vai trabalhar com padrões estatísticos, com representação gráfica, para poder qualificar e dar visibilidade à informação. Toda a rede de interações que está na base de tudo isso tem que ser elucidada”, revelou Ceccim.

Um dos potenciais inovadores do Caminhos do Cui-dado, de acordo com Ceccim, se relaciona ao tema da Saúde Mental e da Atenção Primária, tendo em vista que esse último contempla pessoas experimentando intensidades da vida, e não apenas biologias. “Apare-ceu uma fragilidade do vivo, que é do humano, que é experimentar a vida sem certezas. Portanto, cheia de angústias, fragilidades e aflições. Então, isso é um gran-de ganho. O curso tornou os humanos profundamente humanos e não tão biológicos quanto eles se parecem para a atenção primária clássica, nas prevalências e in-cidências”, concluiu Ceccim.

"Tudo interfere na compreensão do conhecimento.A avaliaçãopermite mudaras compreensões prévias. O final deum processoavaliativo é tornar visível um acontecimento.”

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Caminhos do Cuidado – Relatório 2015