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RELATÓRIO SOCIAL DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR | 2007 A contribuição dos fundos de pensão para o desenvolvimento sustentável do Brasil

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r e l ató r i o S o C i a l

da S e n t i da d e S F e C h a da S d e P r e v i d ê n C i a Co m P l e m e n ta r | 2007

a contribuição dos fundos de pensão para o

desenvolvimento sustentável do Brasil

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04 Mensagem do Presidente

06 Sobre o Relatório

15 Perfil do Setor

22 Governança Corporativa & Transparência

33 Contribuições Previdenciárias & Econômicas

39 Contribuições Sociais

57 Contribuições Ambientais

63 Projetos Sociais e Ambientais

74 Perspectivas e Desafios

CO N T E Ú D O

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Relatório social 2007

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É com grande prazer que apresentamos a primeira edição do Relatório Social dos Fundos de Pensão no Brasil. Ele é o coroamento de um processo que tem se desenvolvido ao longo dos últimos anos e que tem buscado fortalecer a cultura de Responsabilidade Social no setor, demonstrando o compromisso dos Fundos de Pensão com um país mais justo e próspero. Esse processo, que incluiu uma parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, produziu vários resultados importantes, como é o caso do guia de Investimentos Socialmente Responsáveis, que define critérios sociais e ambientais para que os Fundos de Pensão possam utilizar ao decidirem seus investimentos. Com essa visão, a adoção do tema Responsabilidade Social nos Fundos de Pensão no Brasil acompanha uma tendência internacional, na qual diversos fundos de pensão têm integrado em sua gestão e em seus investimentos políticas sociais e ambientais.

A Abrapp, em várias oportunidades, tem apresentado publicamente a contribuição dos

M E N S AG E M D O P R E S I D E N T E

Fundos de Pensão para o país, principalmente através de uma gestão transparente e profissional dos recursos de milhares de trabalhadores brasileiros. Este Relatório, em sua primeira edição, avança nessa direção, tornando as atividades dos Fundos de Pensão ainda mais claras ao conjunto da sociedade, e apresentando outras dimensões igualmente importantes do setor, e que nem sempre são de conhecimento público, como o impacto sócio-ambiental das empresas nas quais os Fundos de Pensão investem de forma significativa.

Neste Relatório, as Entidades associadas à Abrapp são analisadas a partir de quatro pilares: governança, contribuição previdenciária e econômica, contribuição social e contribuição ambiental. A questão de governança é fundamental para os Fundos de Pensão, tanto como critério para seus investimentos, quanto em sua própria gestão, que tem se tornado cada vez mais transparente e acessível a todos os participantes do sistema de Previdência

Respondendo ao Desafio da Responsabilidade Social

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Complementar Fechada. A contribuição previdenciária do setor diz respeito a seu objetivo último: prover proteção e inclusão social do trabalhador brasileiro. A contribuição social, tal qual está formulada neste Relatório, relaciona-se a aspectos internos da gestão dos Fundos de Pensão, como a questão da diversidade, programas de voluntariado, apoio a projetos sociais etc. Por fim, mas não menos importante, a contribuição ambiental do setor avalia o impacto das suas atividades sobre o meio ambiente, através de, por exemplo, o uso de água, energia e papel, e o apoio e desenvolvimento de projetos ambientais.

Como a leitura do Relatório irá demonstrar, certamente ainda há muito por evoluir no campo da Responsabilidade Social. Porém, também se irá perceber que os avanços conseguidos entre os Fundos de Pensão nessa área são inegáveis: investimentos que consideram aspectos sociais e ambientais, a questão da governança valorizada, apoio a

projetos de interesse da sociedade, promoção da diversidade, etc.

Por estar em sua primeira edição, acreditamos que este Relatório poderá ainda melhorar muito, trazendo nos próximos anos informações mais completas e pertinentes ao tema de Responsabilidade Social. No entanto, temos a certeza de que este relatório irá permitir uma visão ampla sobre o compromisso dos Fundos de Pensão para a construção de um país sustentável, em que o desenvolvimento econômico convive em harmonia com a inclusão social e a preservação do meio ambiente.

Um forte abraço e boa leitura.

Fernando Antonio Pimentel de MeloPresidente da ABRAPP

BEM-vINDOS AO RElATóRIO SOCIAl DAS ENTIDADES

FEChADAS DE PREvIDêNCIA COMPlEMENTAR, EDIçãO 2007.

REAlIzADO PElA ABRAPP, ElE DESCREvE OS ESFORçOS E O

ENvOlvIMENTO DOS FUNDOS DE PENSãO NO BRASIl COM

O TEMA DE RESPONSABIlIDADE SOCIAl.

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A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar – Abrapp, instituição que congrega e representa fundos de pensão do Brasil, tem buscado contribuir ativamente para ”a expansão, o fortalecimento e o aperfeiçoamento da previdência complementar, seu sistema, sua estrutura e seus procedimentos”1, alinhando-se com as tendências de gestão e de governança corporativa. Como parte desse alinhamento, a Abrapp tem desenvolvido várias ações relativas aos temas de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável, entendendo que eles são de grande relevância à sociedade e, particularmente, para o sistema brasileiro de Previdência Complementar.

Ao produzir esse trabalho, a Abrapp o faz motivada pelo fato

S O B R E O R E l ATó R I O

Sobre o relatório social

de poder oferecer uma importante ferramenta ao sistema para o desenvolvimento de estratégias e políticas de RSE em suas atividades. Por outro lado, esse Relatório Social apresenta à sociedade o impacto positivo dos fundos de pensão como agentes promotores do crescimento social e econômico, acompanhando as mudanças de nossa sociedade e da condução nos negócios. Reflete, também, uma nova visão alinhada ao bem-estar social e à preservação ambiental, incorporando o compromisso com a ética e o diálogo em suas práticas cotidianas. Por fim, esse Relatório, buscou atender a alguns objetivos, entre os quais se destacam:

• Ampliar a reflexão sobre a questão da Responsabilidade Social no setor e facilitar a auto-avaliação dos Fundos de Pensão nas áreas mencionadas na pesquisa que serviu de base para a elaboração deste relatório; e

• Demonstrar à sociedade o envolvimento e o compromisso dos fundos de pensão com o desenvolvimento do país, em bases sustentáveis, a partir da análise da sua estrutura, de sua gestão e também dos investimentos por eles realizados;

Como se poderá perceber, o Relatório Social não traz apenas informações relativas aos próprios Fundos de Pensão, incorporando, ainda, dados econômicos, sociais e ambientais pertinentes às empresas nas quais eles investem. Essa

1. Conforme Estatuto Social da Abrapp,

Capítulo 1, Artigo 1, Inciso III (www.abrapp.

org.br).

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decisão se justifica por uma questão de risco de investimentos. Alguns indicadores têm demonstrado que empresas que incorporam os temas de RSE e Desenvolvimento Sustentável em sua gestão, de forma consistente, apresentam melhores condições de sucesso nos negócios. Por outro lado, percebe-se cada vez mais que o oposto é igualmente verdadeiro, ou seja, empresas com alto grau de irresponsabilidade social ou de insustentabilidade em suas operações apresentam riscos elevados em diversos aspectos de suas operações. Isso, por sua vez, se reflete nos riscos de investimento, que são naturalmente maiores para aquelas empresas com baixo envolvimento com o tema da Sustentabilidade.

Os Fundos de Pensão têm compromissos de longo prazo com os trabalhadores que são os donos dos recursos geridos, de forma que qualidade e retorno conseguidos através de uma boa gestão dos investimentos vão garantir o exercício da cidadania na vida pós-laborativa. Isso faz com que a Responsabilidade Social seja um imperativo para todas aquelas empresas nas quais os Fundos investem, na medida em que os riscos diminuem e aumentam as possibilidades de melhores resultados. Assim, avaliar a Responsabilidade Social das participadas (nome que se dá às empresas nas quais os Fundos de Pensão investem) é muito relevante. Para efeito desse Relatório, foram convidadas a responder aquelas empresas nas quais os Fundos de Pensão detêm participação igual ou superior a 3% do capital social,

2. Indicadores de mercado como o Dow

Jones Sustainability Index, da Bolsa de

valores de Nova Iorque, ou o Índice

de Sustentabilidade Empresarial,da Bovespa,

têm mostrado que empresas de capital

aberto que se envolvem de forma séria com o

tema da sustentabilidade vêem suas ações serem

mais valorizadas do que aquelas empresas que

não se interessam pelo tema.

3. A ABRAPP possui atualmente 264 fundos

de pensão associados.

o que lhes permite ter participação nos respectivos conselhos de administração e direito a voto nas assembléias de acionistas.

Este Relatório foi elaborado sob a coordenação da ABRAPP com o apoio técnico da consultoria Terra Mater Empreendimentos Sustentáveis, reunindo informações consolidadas de Fundos de Pensão que representam 70% dos ativos do segmento e 19 participadas. Para mapear as informações sobre Responsabilidade Social e Sustentabilidade, foi elaborado um questionário específico para as associadas da ABRAPP3, e outro para suas participadas. Os questionários, após terem sido desenvolvidos pela consultoria, foram avaliados por alguns Fundos de Pensão, buscando-se verificar sua adequação à realidade do setor. As versões revisadas dos questionários tiveram então suas versões online disponibilizadas aos Fundos e às Participadas, que os responderam pela Internet.

Foram utilizadas quatro referências principais como base na composição do questionário e deste Relatório:

• Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI);

• Indicadores de Responsabilidade Social do Instituto Ethos;

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• Modelo de Balanço Social do IBASE;

• Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE).

A fim de facilitar a compreensão e a leitura, este Relatório foi organizado em cinco grandes blocos, descritos a seguir:

1) PERFIl DO SETOR: apresenta a história, perfil, importância e panorama do setor no Brasil e traz informações gerais quantitativas sobre os grupos de interesse mais diretos dos Fundos de Pensão, tais como a população atendida, aposentados contemplados, ativos dos fundos, beneficiários de pensões, dependentes, entre outros.

2) GOvERNANçA CORPORATIvA E TRANSPARêNCIA: aborda a questão da transparência e prestação de contas, os compromissos éticos de regulação e de auto-regulação de conduta e a estrutura e funcionamento dos Fundos de Pensão. Também trata da preocupação

com a gestão dos riscos e as ações para envolvimento e participação dos stakeholders atendidos.

3) CONTRIBUIçãO DOS FUNDOS DE PENSãO PARA O DESENvOlvIMENTO SUSTENTávEl DO BRASIl

Estão apresentadas nessa parte as contribuições dos Fundos de Pensão para o Desenvolvimento Sustentável do País que foram divididas, conforme o conceito do “triple bottom line”, em três categorias:

3.1 Contribuições Previdenciárias e Econômicas: trata da geração e distribuição de renda segundo as diferentes partes interessadas, da distribuição dos ativos de investimento e de seus resultados operacionais. Também trará elementos sobre o impacto financeiro dos Fundos de Pensão no país, contextualizando sua dinâmica econômica interna e a de suas participadas.

3.2 Contribuições Sociais: reúne

APESAR DO CONSTANTE DESAFIO DE INCORPORAR

MAIS FORTEMENTE O TEMA DA RESPONSABIlIDADE

SOCIAl EM SUAS PRáTICAS DIáRIAS, váRIOS FUNDOS

DE PENSãO Já TRIlhAM ESTE CAMINhO

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informações sobre as práticas trabalhistas, direitos humanos, relação com a sociedade e a responsabilidade sobre os produtos e serviços oferecidos pelos Fundos de Pensão e pelas Participadas.

3.3 Contribuições Ambientais: apresenta as informações sobre a preocupação dos Fundos de Pensão com a questão ambiental, trazendo dados do consumo interno de recursos naturais e da destinação do lixo. Aborda os resultados da gestão e da aplicação das normas de Fundos de Pensão e Participadas nesta área.

4) PROJETOS SOCIAIS E AMBIENTAIS: traz informações gerais e um pequeno resumo de todos os projetos apresentados pelos Fundos de Pensão participantes desta pesquisa nas áreas de Saúde, Educação, Cultura e Preservação do Patrimônio, Desenvolvimento Comunitário e Inclusão Social, Infância e Juventude, Terceira Idade e Promoção da Preservação Ambiental.

5) PERSPECTIvAS E DESAFIOS PARA A INCORPORAçãO DA RESPONSABIlIDADE SOCIAl ENTRE FUNDOS DE PENSãO: apresenta uma breve análise crítica das informações contidas no Relatório, propondo uma visão sobre quais os desafios da incorporação do tema no setor e como isso pode se dar da maneira mais eficaz.

Os resultados apresentados a seguir indicam a importante contribuição dos Fundos de Pensão ao desenvolvimento sustentado do Brasil, não se restringindo aos aspectos de formação de poupança e provisão de aposentadoria complementar. Apesar do constante desafio de incorporar mais fortemente o tema da Responsabilidade Social em suas práticas diárias, vários Fundos de Pensão, como se verá, já trilham este caminho, impactando positivamente na sociedade e no meio ambiente.

Aos Fundos de Pensão associados à ABRAPP e às empresas que participaram deste Relatório cuja relação encontra-se a seguir, nosso mais sincero agradecimento. Foi por sua dedicação, tempo e esforço que este Relatório se tornou realidade.

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• Agros – Instituto UFv Seguridade Social • ATTIlIO FONTANA – Fundação Attilio Francisco Xavier Fontana • Banesprev - Fundo Banespa de Seguridade Social • BB Previdência – Fundo de Pensão Banco do Brasil • CABEC – Caixa de Previdência Privada do Banco do Estado do Ceará • CAPEF – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Nordeste Brasil• CAPESESP – Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública • CAPOF – Caixa de Assistência e Aposentadoria dos Funcionários do Banco do Estado do Maranhão• CBS – Caixa Beneficente dos Empregados da Cia. Siderúrgica Nacional• CElOS – Fundação CElESC de Seguridade Social• CElPOS – Fundação CElPE de Seguridade Social • COMPREv – Fundação COMPESA de Previdência e Assistência• DESBAN – Fundação BDMG de Seguridade Social • Economus – Instituto de Seguridade Social • ECOS – Fundação de Seguridade Social do Banco Econômico S/A • ElETROCEEE – Fundação CEEE de Seguridade Social • Eletros – Fundação Eletrobrás de Seguridade Social • Faceal – Fundação Ceal de Assistência Social e Previdência • FAChESF – Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social • FACEPI – Fundação Cepisa de Seguridade Social • FAECES – Fundação Assistencial dos Empregados da Cesan• FAElCE – Fundação Coelce de Seguridade Social• FAPECE – Fundação Assistencial Previdenciária da Ematerce• FAPERS – Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural no Rio Grande do Sul• FAPES – Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES • FASCEMAR – Fundação de Previdência Complementar• FATl – Fundação Atlântico de Seguridade Social

FUNDOS DE PENSãO QUE PARTICIPAMDESTE RElATóRIO

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• FIPECq – Fundação de Previdência Complementar dos Empregados ou Servidores da FINEP, do IPEA, do CNPq, do INPE e do INPA• Forluz – Fundação Forluminas de Seguridade Social• FUNBEP – Fundo de Pensão Multipatrocinado• FUNCEF – Fundação dos Economiários Federais• Fundação CORSAN dos Funcionários da Companhia Riograndense de Saneamento• Fundação Banrisul de Seguridade Social • Fundação BRTPREv – Entidade Fechada de Previdência Complementar • Fundação Promon de Previdência Social • FUSESC – Fundação Codesc de Seguridade Social• GEAP – Fundação de Seguridade Social• INFRAPREv – Instituto Infraero de Seguridade Social• Itaubanco – Fundação Itaubanco• Itaubank – Sociedade de Previdência Privada• Magnus – Sociedade Previdenciária• Mauá Prev – Sociedade de Previdência Privada • Mendesprev – Sociedade Previdenciária• Messius – Instituto de Previdência e Assistência Social Messiânico

• Petros – Fundação Petrobras de Seguridade Social• Postalis – Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos• PREBEG – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Estado de Goiás S.A.• PRECE – Previdência Complementar• PREvhAB – Previdência Complementar• PREvI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil• Previ Novartis – Sociedade de Previdência Privada• Previp – Sociedade de Previdência Complementar• Randonprev – Fundo de Pensão• Real Grandeza – Fundação de Previdência e Assistência Social• REFER – Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social • Regius – Sociedade Civil de Previdência Privada• SERPROS – Fundo Multipatrocinado• SOMUPP – Sociedade Multipatrocinada de Previdência Privada• SUPRE – Fundação de Suplementação Previdenciária• valia – Fundação vale do Rio Doce de Seguridade Social

• Aracruz Celulose S/A • Banco Bradesco S/A • Braskem S.A. • Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG • Companhia Energética do Ceará - Coelce • Companhia Siderúrgica Nacional - CSN• Companhia vale do Rio Doce • CPFl Energia S.A. - CPFl Energia • EDP - Energias Do Brasil S.A. • Estacionamentos Cinelândia S.A. • Fras-le • Gerdau S.A. • hopi hari S/A • Opportrans Concessão Metroviária S/A • Pátria Investimentos S/A • Perdigão S.A. • Sadia S.A. • Terminais Portuários da Ponta do Félix S.A. • Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - USIMINAS

EMPRESAS PARTICIPADAS QUE INTEGRAM

ESTE RElATóRIO

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Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social felicita a Abrapp pela conclusão de mais um trabalho importante no campo da Responsabilidade Social aplicada aos Fundos de Pensão no Brasil. A publicação do 1º Relatório Social das Entidades Fechadas de Previdência Complementar dá continuidade a um processo de mobilização do setor, iniciado há alguns anos, que inclui o lançamento dos Princípios de Investimentos em Responsabilidade Social e uma parceria entre Abrapp e Ethos, para promoção da RSE entre os Fundos de Pensão. Essas iniciativas desenvolvidas pela Abrapp têm incluído de forma importante o tema da Sustentabilidade na gestão dos Fundos de Pensão. Uma vez que este setor tem crescido de forma constante, ele passa a impulsionar não apenas a poupança previdenciária de milhares de trabalhadores brasileiros, mas também o avanço da RSE nas empresas que são objeto de investimentos dos Fundos de Pensão. Por terem uma responsabilidade fi duciária pelas aplicações de recursos de terceiros, os Fundos de Pensão começam a incorporar em suas análises a percepção dos riscos vinculados à irresponsabilidade social. Ou seja, os Fundos perceberam que, quando uma empresa age de forma irresponsável perante a sociedade e o meio ambiente, ela acumula riscos de operação que podem prejudicar seus investimentos. Por outro lado, os Fundos de Pensão também notaram que, se uma empresa atua de forma socialmente responsável, isso contribui para a melhoria de sua performance econômico-fi nanceira, o que é bom para o resultado dos investimentos. Assim, os Fundos de Pensão possuem um duplo desafi o ao incorporar a RSE: em sua gestão e em seus investimentos.

Nesse sentido, o Relatório Social funciona como uma espécie de termômetro do envolvimento do setor com esta temática e como ele se apresenta em suas atividades.É certamente um avanço importante para o setor, com o qual o Instituto Ethos acredita haver contribuído.

Parabenizamos novamente a Abrapp pela iniciativa e esperamos que este seja o primeiro de uma série de Relatórios, para que a sociedade possa acompanhar de perto a evolução dos temas de Sustentabilidade e da Responsabilidade Social no setor, e verifi car o compromisso dos Fundos de Pensão com uma sociedade mais próspera e justa.

Um forte abraço,

Ricardo Young SilvaPresidente

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A Bovespa tem um longo histórico de envolvimento com as questões de Responsabilidade Social e da Sustentabilidade. Podemos citar seu envolvimento com a questão de governança (principalmente através do Novo Mercado), o Pacto Global, iniciativa das Nações Unidas voltada à Responsabilidade Social, a criação da Bolsa de valores Sociais e a criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial. Ao longo desse percurso, temos visto claramente a importância da incorporação desses temas em nossas atividades e no trabalho de mobilização que temos desenvolvido junto às empresas listadas na Bolsa. Isso nos faz acreditar que a ABRAPP, com o lançamento do 1º Relatório Social das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, cumpre seu papel de fomentador e impulsionador de boas práticas de gestão no setor, o que inclui o tema da Sustentabilidade.

A Publicação representa um passo importante rumo à incorporação da sustentabilidade entre os Fundos de Pensão, seja em sua própria gestão, seja em seus critérios de investimentos. Um setor tão importante para a economia brasileira, com ativos da ordem de R$ 400 bilhões e representando mais de 17% do PIB, deve estar atualizado em relação aos desafios impostos pela sociedade e pelo meio ambiente, e a Abrapp demonstra essa percepção com mais esta iniciativa importante.

É com grande satisfação que a Bovespa recebe esta iniciativa da Abrapp, que irá trazer mais transparência ao setor e irá demonstrar à sociedade a amplitude da contribuição dos Fundos de Pensão para o desenvolvimento do Brasil.

Raymundo Magliano FilhoPresidente da BOvESPA

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As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ou Fundos de Pensão, como são normalmente conhecidos) surgiram no Brasil nos anos 70, quando a economia brasileira expandia-se fortemente e seu crescimento era liderado pelo Estado, que desempenhava não apenas funções clássicas, no âmbito da regulação, implantação de infra-estrutura e provimento de serviços públicos, mas também exercia o papel de empresário, por meio das companhias estatais (as maiores empregadoras do país à época). Como o vínculo desses funcionários com as companhias estatais era regido pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, e a dos servidores públicos não, havia um desequilíbrio entre as duas categorias no que se referia à questão de aposentadoria. Assim, como forma de equalizar a previdência dos funcionários de empresas estatais com a dos servidores públicos estatutários que, por lei, já tinham assegurada a renda integral na aposentadoria, surgiram os Fundos de Pensão (ABRAPP/ICSS/SINDAPP, 2005).

P E R F I L D O S E TO R

Enquanto as estatais iniciavam esse processo no Brasil, as maiores empresas que operavam no país passaram a perceber a necessidade de proteção de seus trabalhadores durante a aposentadoria. Além disso, também começaram a chegar ao país empresas multinacionais que já traziam a cultura dos fundos de pensão dos seus países de origem, como parte dos benefícios oferecidos a seus funcionários. Foi neste cenário que surgiu a primeira lei (6.435/77), destinada a regulamentar o funcionamento das Entidades de Previdência Complementar Fechadas no Brasil.

A Previdência Complementar Fechada, alvo deste Relatório, é uma das formas de previdência existentes, em adição ao Regime Geral de Previdência Social (INSS) e aos Regimes próprios de Previdência dos Servidores Públicos, e objetiva proporcionar uma proteção previdenciária suplementar ao trabalhador.

Visando organizar e estabelecer normas de atuação para o setor, uma série de leis e regulamentações foi sendo criada ao longo da história da Previdência Complementar. No campo da previdência privada, destaca-se o Decreto no 81.240, de 20 de janeiro de 1978, que cria o Conselho de Previdência Complementar (hoje Conselho de Gestão da Previdência Complementar) e a Secretaria de Previdência Complementar

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(SPC) que são responsáveis por regular e fiscalizar este setor, respectivamente.

O sistema de previdência complementar privado é composto por Entidades Fechadas de Previdência Complementar, ou Fundos de Pensão, como são conhecidas, que têm como principais características serem fundações ou entidades sem fins lucrativos, acessíveis somente a grupos de pessoas que possuem vínculo empregatício ou associativo e, por esta natureza, somente com planos coletivos.

As empresas empregadoras, também conhecidas como Patrocinadoras, criam os Fundos de Pensão e garantem o acesso de seus funcionários aos benefícios da Previdência Complementar, custeando parte dos planos oferecidos. Os trabalhadores que aderem e se beneficiam diretamente deste sistema são chamados de Participantes. Algumas Entidades de caráter associativo (como as associações profissionais), também têm a possibilidade de instituir seus próprios planos de previdência complementar.

O modelo Previdenciário Brasileiro é composto hoje (conforme se vê na Figura a seguir) por três regimes em operação: (1) Regime Geral da Previdência Social (INSS) – aplicável a todos os trabalhadores brasileiros com vínculos CLT; (2) Regimes

Próprios de Servidores Públicos (aplicáveis aos servidores de todos os níveis da administração pública – federal, estadual, municipal e Distrito Federal); e (3) Previdência Complementar (operado por Entidades Fechadas ou Abertas1 de Previdência Complementar

O processo de gestão de recursos de participantes faz com que os Fundos de Pensão participem de uma ampla rede de relacionamentos, guiada por múltiplos interesses, expectativas e normas. Apresentamos a seguir uma representação sintética dessa complexa rede de relacionamentos e como cada ator (ou, em inglês, stakeholder) impacta ou é impactado pela ação dos Fundos de Pensão.

Figura: Modelo Previdenciário Brasileiro. Fonte: Secretaria de Previdência Complementar-SPC, 2005.

Regime Geral INSS

EAPCEntidades Abertas de

Previdência Complementar

EFPCEntidades Fechadas de

Previdência Complementar

Previdência Complementar

Sistema de Previdência no Brasil

Regimes Próprios dos Servidores Públicos

1. Entidade de previdência complementar com fins lucrativos, de natureza privada, constituída sob a forma de sociedade anônima, que tem por objetivo instituir e operar Planos de Benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. (Fonte: Dicionário de Termos Técnicos da Previdência Complementar Fechada, Abrapp, 2005)

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Os stakeholders dos Fundos de Pensão

ABRAPP

SINDAPP

ICSS

Dependentes / Beneficiários

Participante ativo

Participante assistido

Conselho deliberativo

Conselho fiscal

Mídia

Opinião pública

Funcionários /dependentes

Fornecedores

Prestadores de serviços

Meio Ambiente

Associado / CooperadoDependentes /

Beneficiários

Empresas participadas

Stakeholders participadas

Agentes do Mercado de Valores Mobiliários, Imobiliário e Financeiro

Depedentes / Beneficiários

Ministério da FazendaBanco Central

Conselho Monetário NacionalComissão de Valores Mobiliários

Secretaria da Receita FederalConselho de Controle de Atividades Financeiras

Ministério da Previdência Social

CGPCConselho de Gestão

da Previdência Complementar

SPCSecretaria da Previdência

Complementar

PATROCINADORA INSTITUIDOR

(Sindicatos, Federações,

Cooperativas e Órgãos de Classe)

5,6

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3

2

1

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22

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12

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11

11

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15

16

17

5,6

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9

FU

ND

OS

DE

PE

NS

ÃO

Fonte: Terra Mater

Empreendimentos Sustentáveis.

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19Relatório social | 2007

Parte interessada

(1) ABRAPP Congrega e representa os Fundos de Pensão junto à sociedade.

(2) Empresas Patrocinadoras Criam os Fundos e custeiam parte ou a totalidade dos planos oferecidos aos seus funcionários.

(3) Participantes ativos Escolhem os planos dos Fundos de Pensão, pagam por parte dos planos oferecidos e acompanham os resultados da gestão dos Fundos. Os participantes, na situação de ativos não recebem os benefícios dos planos.

(4) Participantes assistidos Contribuíram com a previdência por um período e atualmente usufruem dos benefícios de prestação continuada do plano. É considerado participante assistido o próprio participante ou seu beneficiário.

(5) e (6) Pessoas diretamente ligadas aos participantes, geralmente a mulher, os filhosDependentes/Beneficiários ou outros parentes mais próximos2, que terão direito a benefícios em situações previstas nos regulamentos dos planos como, por exemplo, morte do assistido.

(7) Instituidor Oferecem os planos de benefícios aos seus associados ou membros. São pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. Exemplos: Sindicatos Profissionais, Federações Empresariais, Cooperativas, Órgãos de Classe.

(8) Associados e Cooperados Aderem aos planos oferecidos pelos instituidores acima.

(9) Dependentes/Beneficiários Pessoas diretamente ligadas aos associados, geralmente a mulher, os filhos ou outros parentes mais próximos. Os dependentes podem ou não ser beneficiários do associado.

(10) Meio ambiente Os recursos naturais e os ambientes construídos, sujeitos às intervenções dos Fundos de Pensão e seus grupos de interesse (funcionários, prestadores de serviços, participantes, dentre outros).

(11) Fornecedores/Prestadores de Serviço Fornecem aos Fundos de Pensão seus produtos e serviços.

(12) Conselhos Definem a política geral de administração (Conselho Deliberativo) e fiscalização (Conselho Fiscal) dos Fundos de Pensão e de seus planos de benefícios.

(13) Funcionários Têm vínculo empregatício com os Fundos de Pensão, impactando e sendo impactados diretamente por eles.

(14) Dependentes Pessoas diretamente ligadas aos funcionários, geralmente a mulher, os filhos ou outros parentes mais próximos.

(15) Ministério da Previdência Social Organiza e normaliza a Previdência Social no Brasil, seja ela pública ou privada. É uma instituição pública federal.

(16) Conselho de Gestão de Delibera, controla e avalia a execução da Política Nacional das Entidades Fechadas dePrevidência Complementar (CGPC) Previdência Complementar. É integrante da estrutura regimental do Ministério da Previdência Social. Órgão regulador do Sistema de Previdência Complementar.

Relação com os Fundos de Pensão

2. Convém ressaltar que os dependentes podem ou não ser beneficiários do participante. O beneficiário é a pessoa designada pelo participante para receber benefício do plano. Alguns planos permitem que, na inexistência de dependentes, o participante indique qualquer pessoa física para receber o benefício de pensão e/ou pecúlio.

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0720 P E R F I L D O S E TO R

Parte interessada

(17) Secretaria da Previdência Normatiza e coordena as atividades de fiscalização, as operações e aplicação de Complementar: penalidades aos Fundos de Pensão. Representa a ação do Estado sobre os Fundos de Pensão. Órgão fiscalizador do Sistema de Previdência Complementar.

(18) Ministério da Fazenda, Banco - Ministério da Fazenda é o órgão que, na estrutura administrativa do Governo Central, Conselho Monetário Nacional, Brasileiro, cuida basicamente da formulação e execução da política econômica.

Comissão de Valores Mobiliários, - Banco Central do Brasil é uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Secretaria da Receita Federal, Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda do Brasil. É a principal Conselho de Controle de Atividades autoridade monetária do país. Financeiras

- CMN – Conselho Monetário Nacional - Estabelece as diretrizes de investimento dos recursos administrados pelos Fundos de Pensão.

- CVM – Comissão de Valores Mobiliários - autarquia federal que disciplina e fiscaliza o mercado de valores mobiliários.

- Secretaria da Receita Federal - Órgão federal brasileiro responsável pela arrecadação de tributos com o fim de prover o Estado de recursos para a manutenção da estrutura pública e criação de políticas sociais, econômicas e culturais.

- COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Disciplina, aplica penas administrativas, recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividade ilícitas relacionada à lavagem de dinheiro.

(19) Agentes dos mercados de Operam parte dos recursos dos Fundos de Pensão, estudando, negociando eValores Mobiliários, Imobiliário realizando investimentos. São instituições financeiras, membros das bolsas dee Financeiro valores e credenciadas pelo Banco Central que negociam valores mobiliários, com exclusividade, no sistema eletrônico da BOVESPA.

(20) Sindicato Nacional das Entidades Estuda, coordena, protege e representa legalmente os Fundos de Pensão.Fechadas de Previdência Complementar (SINDAPP)

(21) Instituto Cultural de Seguridade Promove e desenvolve atividades de cunho educacional e cultural na área daSocial (ICSS) seguridade social de modo geral e, particularmente, na área da previdência complementar

(22) Empresas participadas Recebem investimentos dos Fundos de Pensão.

(23) Stakeholders das participadas Grupos de interesse que podem impactar ou ser impactados pelas empresas participadas, as quais recebem investimentos dos Fundos. Os funcionários, os fornecedores, a comunidade, os acionistas e o governo são exemplos de stakeholders.

(24) Mídia Meios de comunicação em geral que mantém a população informada e estão atentos às atividades dos Fundos de Pensão.

(25) Opinião Pública A opinião geral da sociedade sobre um determinado tema ou assunto, neste caso sobre os Fundos de Pensão. As informações disponibilizadas nos meios de comunicação contribuem significativamente para a formação da opinião pública.

Relação com os Fundos de Pensão

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21Relatório social | 2007

A partir da figura apresentada, pode-se verificar a relevância das EFPC’s para a sociedade brasileira: operam atualmente 359 Fundos de Pensão, com um total de 2067 entes patrocinadores e 35 entes instituidores, que administram 953 planos de benefício para um universo de quase dois milhões de trabalhadores que contribuem ativamente com os planos das Entidades3. Segundo dados da ABRAPP4, cerca de 620 mil pessoas receberam benefícios dos Fundos de Pensão em dezembro de 2006. Em termos financeiros, os benefícios concedidos pelos Fundos de Pensão somaram R$ 24,3 bilhões em 2006 e R$ 17,6 bilhões em 2005, portanto um aumento de 38,2% nos valores para beneficiários dos planos administrados pelos Fundos de Pensão.

Demonstrando ainda sua significativa importância para a economia do país e seu potencial de proteção social, os ativos totais das EFPC’s ultrapassam R$ 400 bilhões e já representam mais de

17% do PIB (ABRAPP, 2007). Em 1977, a participação das entidades fechadas no PIB (Produto Interno Bruto) nacional era de apenas 1,1% (PINHEIRO, 2007), o que demonstra o interesse real da sociedade por esse tipo de instrumento previdenciário. Como se verá nos capítulos a seguir, os ativos dos Fundos de Pensão encontram-se distribuídos por diversos tipos de aplicações, havendo uma parcela significativa desses recursos direcionados para investimentos diretos em empresas, através de participações em fundos de ações ou participações diretas. Aqui, como mencionado anteriormente, encontra-se um outro papel importante da Responsabilidade Social dos Fundos de Pensão: a de investidores, pois conseguem influir nas práticas socialmente responsáveis de empresas importantes dos mais variados setores da economia brasileira.

O 1º Relatório Social das EFPC’s confirma essa relevância do setor para o país.

OS ATIVOS TOTAIS DAS EFPC’S uLTRAPASSAM R$ 400 BILHõES

E já REPRESENTAM MAIS DE 17% DO PIB

3. Fonte: Informe Estatístico da SPC – Secretaria de Previdência Complementar. – Abril, 2007.

4. Consolidado Estatístico - ABRAPP.

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Relatório social 2007

G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA

T R A N S PA R Ê N C I A&

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23Relatório social | 2007

G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA & T R A N S PA R Ê N C I A

As boas práticas de Governança Corporativa envolvem temas como a transparência, a prestação de contas e a responsabilização (accountability). Não são assuntos novos para os Fundos de Pensão, que já têm lidado com eles em sua própria gestão, e na relação com as empresas nas quais investem. Além da legislação do setor, que já normaliza determinados aspectos e incentiva comportamentos voltados à Responsabilidade Social, participantes ativos e assistidos, patrocinadoras e instituidores esperam que os Fundos de Pensão adotem uma gestão dos recursos comprometida com a ética e a transparência, de acordo com compromissos e metas pré-estabelecidos. Os Fundos de Pensão têm ainda o papel de estimular a implementação de boas práticas de Governança Corporativa nas empresas das quais são acionistas, pois isso aumenta a possibilidade de uma gestão saudável dessas empresas, diminuindo os riscos de operação e agregando valor aos investimentos realizados pelas Entidades. Além do envolvimento

voluntário dos Fundos de Pensão com esse assunto, diversas instituições os têm incentivado nessa direção, tais como o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o Instituto Ethos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Bovespa, e a própria ABRAPP. Essa, inclusive, com um histórico de comprometimento com essas questões, organizando congressos, seminários e eventos sobre o tema e compartilhando os êxitos e os desafios vivenciados nesse trabalho por suas associadas.

A implantação de boas práticas de Governança Corporativa exige, principalmente, um engajamento dos Fundos de Pensão na revisão de sua estrutura operacional e em suas práticas de gestão, no monitoramento e divulgação de indicadores específicos, no estabelecimento de novos e criativos canais de comunicação com as partes interessadas e na criação de documentos que registrem sua preocupação com este assunto. A seguir, estão indicadas as práticas dos Fundos de Pensão em termos de Governança.

Estrutura e Funcionamento dosFundos de Pensão

Os Fundos de Pensão demonstram seu engajamento nessa questão, pois mais de 80% deles possuem uma estrutura operacional com divisões, unidades operacionais e outras estruturas que visam garantir um bom sistema de governança. Isso,

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1. ESTRuTuRAS dE GOVERNANÇA ExISTENTES NOS FuNdOS dE PENSãO

Comitê de Investimentos 75,8%

Comitê de Planejamento Estratégico 24,1%

Comitê de Ética 43,1%

Comitê de Responsabilidade Social ou de Sustentabilidade 8,6%

Grupo de Auditoria 24,1%

Outros (Gestão de Risco, Gestão da Qualidade, 50,0%Comunicação, Controles Internos etc)

uma maneira de fortalecer a questão da transparência é a prestação de informações a todas as partes interessadas. Nesse sentido, todos os Fundos de Pensão afirmaram que seus diretores comparecem com regularidade às reuniões dos Conselhos deliberativo e Fiscal para prestação de informações sobre a gestão das Entidades. A participação nos Conselhos de Administração e Fiscal tanto de Patrocinadoras, quanto de Participantes é regulada por lei. de acordo com a Lei Complementar 109, é exigido dos Fundos de Pensão que tenham um terço (1/3) das vagas nesses conselhos utilizadas por Participantes. Para o caso das Patrocinadoras oriundas da Administração Pública, a Lei Complementar 108 estabelece que a representação deva ser paritária, tanto no conselho deliberativo

G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA & T R A N S PA R Ê N C I A

sem considerarmos os Conselhos Fiscal e deliberativo, obrigatórios, e exigidos pela Lei Complementar no 109 de 2001. dentre as outras estruturas de governança citadas pelos Fundos de Pensão, vale destacar que 75,8% deles possuem Comitês de Investimento e 43,1% possuem Comitês de Ética. 50,0% dos Fundos de Pensão também apresentaram outras instâncias em sua estrutura, tais como Comitês de Gestão de Risco, Comitês de Gestão da Qualidade e Comitês de Controle Interno.

Com relação às áreas ou órgãos de desenvolvimento gerencial, 63,8% possuem áreas de controladoria, 32,8% possuem Gerência de Compliance, 29,3% possuem um Setor de Risco e de Auditorias e 6,9% contam com área de Responsabilidade Social.

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quanto no conselho fiscal. Para os Fundos de Pensão multipatrocinados, ou seja, com mais de uma Patrocinadora, sua representação deverá considerar o número de participantes vinculados a cada patrocinador, bem como o montante dos respectivos patrimônios. A representatividade de Participantes na diretoria executiva é de 41,7% .

Nesse caminho por uma gestão transparente, apesar de a legislação indicar como facultativo, em 63,7% dos Fundos de Pensão existe um regimento interno que regula as atividades do Conselho deliberativo, sendo que 41,3% possuem mecanismos para que participantes e seus próprios empregados façam recomendações ou dêem sugestões aos conselhos deliberativo e fiscal. Ainda, 46,5% afirmam possuir instrumentos nos órgãos estatutários para assegurar que conflitos de interesse sejam evitados e outros 65,5% possuem procedimentos formais para supervisionar a gestão dos Conselhos. Os critérios de remuneração e benefícios dos diretores e conselheiros são divulgados em 20,6% dos Fundos de Pensão, e gerências e diretorias participam na elaboração do planejamento estratégico de 82,7% dos Fundos.

No que se refere aos instrumentos de governança mais utilizados, vale destacar que 96,6% dos Fundos de Pensão possuem Código de Ética e 87,9% têm missão e visão claramente

definidos. Considerando a prestação de contas como um dos aspectos indispensáveis da Governança, 67,2% dos Fundos de Pensão divulgaram seus modelos de governança em estatuto ou relatório financeiro anual em 2006.

Relatórios como o Balanço Social ou similares, que contemplam aspectos econômicos, sociais e ambientais já são produzidos por 19% dos Fundos de Pensão, sendo que os modelos mais utilizados são os do Instituto Ethos (16,5%) e do Ibase (16,5%).

Na Tabela a seguir, é possível ver quais instrumentos de Governança são os mais utilizados pelos Fundos de Pensão e qual o seu nível de divulgação interna. Vale atentar para o fato de que, apesar de a legislação não determinar a existência dos Instrumentos abaixo citados, ou apenas recomendar sua utilização, eles são utilizados de forma maciça e voluntária pelos Fundos de Pensão.

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2007

1. Para este Instrumento de Governança, a legislação não determina que ele exista, apenas recomenda.2. Idem.3. Não há menção expressa na legislação sobre a existência ou adoção de Tabela de Alçadas, porém, a “delegação de funções” está prevista no artigo 11 da CGPC 13.4. Não há menção expressa na legislação sobre uma Política de Comunicação, porém, a “comunicação interna e com os participantes” está prevista nos artigos 9º e 17 da CGPC 13.5. Não há menção expressa na legislação sobre Políticas de Contratação, mas a “competência técnica e gerencial” nas contratações está prevista no artigo 4º da CGPC 13.6. Não há previsão expressa na legislação, mas menção genérica no artigo 9º da CGPC 13.7. É exigido por Lei que todo Fundo de Pensão deve ter uma Política de Investimentos definida, porém, não há previsão expressa na legislação sobre Manual de Políticas, apenas menção genérica no artigo 9º da CGPC 13.8. Não há previsão expressa na legislação sobre a produção de Balanço Social, mas menção genérica no artigo 9º da CGPC 13.

G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA & T R A N S PA R Ê N C I A

INSTRuMENTOS dE GOVERNANÇA

Missão e Visão claramente definidas 87,9%

Código de Ética ou Conduta 1 96,6%

Regimentos dos Conselhos e da Diretoria 2 82,8%

Tabela de Alçada 3 70,7%

Política de Comunicação 4 60,3%

Política de Contratação 5 69,0%

Avaliação de Gestores 6 65,5%

Manual de Políticas de Investimentos 60,3%ou semelhantes 7

Gestão própria dos recursos (não há exigência) 67,2%

Balanço Social ou Relatório Anual que contemplem

aspectos econômicos, sociais e ambientais 8 19%

Outros 17,2%

QuANTOS FuNdOS dE PENSãO uTILIzAM

OS INSTRuMENTOS

INSTRuMENTOS dE GOVERNANÇA E dIVuLGAÇãO INTERNA

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um outro aspecto importante no tema Governança é a representatividade de participantes e de patrocinadoras nos Comitês de Investimentos dos Fundos de Pensão. Os participantes encontram-se representados em 57% dos Comitês de Investimento dos Fundos de Pensão e as patrocinadoras em 65% deles.

A questão da Ética nos Fundosde Pensão

dos Fundos de Pensão que possuem Código de Ética ou de Conduta, 80,3% o divulgam publicamente, seja por meio de material institucional, por sua página web ou através de e-mail. Para 73,2% dos Fundos de Pensão, esse é um documento que define os princípios que norteiam sua relação com os stakeholders e, para 52% deles, o Código de Ética é um apoio em momentos de tomada de

decisão. Funcionários, Participantes e Patrocinadores são os stakeholders mais citados nos Códigos de Ética das Entidades.

Os Fundos de Pensão dedicam especial atenção aos aspectos éticos em suas atividades: 91% dos Códigos de Ética existentes no setor enfatizam a proibição de práticas como corrupção, propina, suborno e obtenção ilegal de vantagens. Além disso, 66% deles prevêem a aplicação de sanções para casos de descumprimento de quaisquer aspectos presentes no Código. Os Códigos estão acessíveis ao público externo dos Fundos de Pensão em 76% dos casos.

Políticas e práticas de Investimento

uma vez que a questão da gestão de Investimentos é central para os Fundos de Pensão, a legislação define que todos eles devem possuir

2. STAkEhOLdERS MENCIONAdOS NOS CódIGOS dE ÉTICA dOS FuNdOS dE PENSãO

Colaboradores 89,7%

Participantes 89,7%

Patrocinadores e Instituidores 86,2%

Comunidade 37,9%

Fornecedores 81,0%

Governos 55,2%

0 25 50 75 100

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uma Política de Investimentos formalizada. Porém, a disposição dos Fundos de Pensão em promover avanços na transparência de sua gestão, fez com que inserissem em sua Política de Investimentos outros critérios que não econômico-financeiros, tais como governança e transparência das empresas nas quais têm interesse em investir e desempenho ambiental e social das mesmas. A preocupação com impactos sociais e ambientais em seus investimentos fez com que houvesse um aumento de 10,6%, entre 2005 e 2006, no número de Fundos de Pensão que submeteram seus possíveis investimentos a esses critérios (veja gráfico). A maioria

deles o faz com ferramentas próprias e 5% dos Fundos de Pensão utilizam o Balanço Social das empresas nas quais pretendem investir como forma de avaliar o investimento.

utilizando os aspectos econômico-financeiros como base, já que 100% dos Fundos de Pensão avaliam o retorno sobre seu investimento, o gráfico 4 indica quais outros aspectos os Fundos de Pensão tratam em seus investimentos.

Compromissos com iniciativasexternas

Com relação às iniciativas externas nacionais e internacionais

3. FuNdOS dE PENSãO QuE SuBMETEM

SEuS INVESTIMENTOS A ALGuM CRITÉRIO

dE RESPONSABILIdAdE SOCIAL

2005

4. OuTROS ASPECTOS PARA

INVESTIMENTOS NOS FuNdOS dE

PENSãO

82%

80%

78%

76%

74%

72%

70%

68%

66%

64%

62% 2006

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Econômico/Financeiro

Governança

Ambiental

Social

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29Relatório social | 2007

de caráter econômico social ou ambiental, 50% dos Fundos de Pensão subscrevem ou endossam alguma delas. Como se pode ver no gráfico abaixo, a iniciativa mais seguida pelos Fundos de Pensão são as determinações contidas no Guia do Participante da Secretaria de Previdência Complementar – Avaliação da Transparência da Entidade, com utilização por parte de 33% das Entidades. O gráfico 5 apresenta as iniciativas e o percentual de Fundos de Pensão comprometidos com as mesmas.

9. Os Princípios de Investimentos Socialmente Responsáveis ABRAPP-Ethos são um conjunto de 11 critérios baseados em Responsabilidade Social, que

os Fundos de Pensão podem utilizar no momento em que decidem investir em empresas. Esses Princípios

são aplicáveis imediatamente após o Fundo de Pensão ter aplicado seu critério tradicional de análise de

investimentos.

10. uNEP FI é uma parceria global entre o uNEP (PNuMA, em português, Programa das Nações unidas para o Meio Ambiente) e o setor financeiro. Mais de 160 instituições, incluindo bancos, seguradoras e gestores de fundos de

investimento, trabalham com o uNEP, para compreender os impactos de se considerar aspectos sociais e ambientais sobre a performance financeira de seus negócios e de seus

clientes. Ver www.unepfi.org.

11. O Carbon disclosure Project (CdP) é uma ONG independente que objetiva criar um diálogo permanente

entre investidores e empresas em torno das implicações sobre o valor das empresas e dos desafios apresentados

pelas mudanças climáticas globais. Ver www.cdproject.net

5. COMPROMETIMENTO dOS FuNdOS dE PENSãO COM AS INICIATIVAS SOCIOAMBIENTAIS NACIONAIS

E INTERNACIONAIS

Princípios de Investimentos Socialmente ResponsáveisABRAPP-Ethos 9 | www.abrapp.org.br

15,5%

PRI - Princípios para o Investimento Responsável(UNEPFI / Global Compact) 10 | www.unepfi.org

13,8%

Secretaria Previdência Complementar – Avaliação daTransparência da Entidade (Guia do Participante)

32,8%

Pacto Global | www.unglobalcompact.org 8,6%

Princípios do Equador (fundos de investimentos emparticipações) | www.equator-principles.com

3,4%

Objetivos do Milênio | www.pnud.org.br/odm 5,2%

Carbon Disclosure Project 11 | www.cdproject.net 13,8%

Outros (ANDIMA, ANBID, COEP etc.) 5,2%

0 25 50 75 100

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0730 G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA & T R A N S PA R Ê N C I A

Relacionamento com as partesinteressadas

A pesquisa registrou que 56,9% dos Fundos de Pensão já envolveram seus stakeholders em algum aspecto da gestão da organização, seja em consultas para elaboração de políticas diversas ou para definição de estratégias das Entidades. Isso ocorreu por meio de representantes nos Conselhos deliberativo e Fiscal (48,5%), seminários, fóruns e grupos de trabalho (15,2%), comissões específicas (24,2%) e consultas a outros stakeholders (6,1%).

Segundo a legislação, anualmente os Fundos de Pensão devem divulgar informações relativas à sua gestão e aos planos administrados, porém, 41,4% deles praticam essa comunicação de forma mensal. As comunicações se dão de diferentes formas: jornais e revistas internos, folheterias, páginas web, e-mails, etc. 40% dos Fundos de Pensão promovem eventos, atividades ou reuniões públicas de forma regular (duas ou mais vezes ao ano).

A pesquisa de satisfação do participante é outra ferramenta

utilizada por 53,4% dos Fundos de Pensão na busca constante por um aprimoramento de sua gestão, sendo que o índice médio de satisfação verificado foi de 83%.

há, porém, na relação com as Patrocinadoras, espaço para a melhoria do relacionamento, pois apenas 8,6% dos Fundos de Pensão realizam pesquisa de satisfação com a patrocinadora. Por outro lado, para os que realizam a pesquisa de satisfação, o índice médio foi de 79,5%, o que é elevado.

Governança nas empresasparticipadas 12

Os Fundos de Pensão que responderam a essa pesquisa participam, em diferentes níveis de investimento, em 281 empresas que atuam no Brasil e 84,3% destas integram algum dos níveis de governança corporativa da Bovespa (Nível I, Nível II ou Novo Mercado) – ver Tabela a seguir. É importante perceber que os percentuais de aplicação de recursos aumentam na medida em que há maior grau de governança corporativa. E uma vez que este aspecto é essencial para os Fundos de Pensão, eles têm avaliado cada vez mais Relatórios de Sustentabilidade ou Balanço Social de suas participadas, pois essas ferramentas de gestão permitem transparência das práticas empresariais e avaliação do nível de Responsabilidade Social de cada empresa. Porém, esses instrumentos

12. Os resultados são aplicáveis às empresas

participantes deste Relatório.

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31Relatório social | 2007

ainda apresentam certo grau de novidade para os Fundos de Pensão, uma vez que eles afirmam saber que 15,6% de suas participadas possuem Balanço Social ou Relatórios de Sustentabilidade, enquanto que o questionário respondido pelas empresas indica que 78,3% delas possuem tais instrumentos. Esse mesmo descompasso de informações existe quando os Fundos de Pensão mencionam acreditar que 3,5% das participadas trabalham com algum aspecto de Responsabilidade Social, enquanto 78,3% das empresas afirmam desenvolver programas em RSE. Esse hiato entre quanto os Fundos de Pensão percebem a RSE em suas participadas e quanto elas desenvolvem o tema em sua gestão pode ser explicado por: (1) diferença de entendimento sobre o que vem a ser RSE e como ele se dá na gestão das empresas; (2) conhecimento aprofundado dos Fundos sobre o

que fazem suas participadas nessa área e (3) pelo universo amostral de participadas desta pesquisa.

Premiações / Reconhecimentoda Sociedade

Com relação aos prêmios ou certificações que envolvem as dimensões da sustentabilidade (aspectos sociais, ambientais e econômicos), mais de 34% dos Fundos de Pensão já receberam algum tipo de premiação. Porém, é interessante perceber que existe uma prevalência de premiações ou reconhecimento público nas áreas relacionadas ao aspecto econômico da Sustentabilidade (gestão de investimentos e desempenho financeiro, com 23,3% de citações), na relação da Entidade com seus participantes (com 13,3% de citações) e na gestão de Recursos humanos (com 10,0% de citações).

NÍVEL dE GOVERNANÇA

Nível I 62,3%

Nível II 5,7%

Novo Mercado 16,4%

Nenhum dos níveis anteriores 15,7%

QuANTIdAdE TOTAL dE EMPRESAS PARTICIPAdAS SEGuNdO OS NÍVEIS dE

GOVERNANÇA CORPORATIVA dA BOVESPA

% dE EMPRESAS

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0732 G O V E R N A N Ç A CO R P O R AT I VA & T R A N S PA R Ê N C I A

ÁREAS dE PREMIAÇãO

Governança, Transparência, Ética 3,3%

Gestão de Investimentos 13,3%

Prestação de Serviços 13,3%

Ações Sociais 6,7%

Recursos Humanos 10,0%

Desempenho financeiro 10,0%

Outras 13 43,3%

PRÊMIOS RECEBIdOS PELOS FuNdOS dE PENSãO POR ÁREA

QuANTIdAdE dE FuNdOS dE PENSãO PREMIAdOS

13. Foram citadas

premiações na área

de Comunicação,

Gestão da Qualidade

e Responsabilidade

Social.

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Relatório social 2007

CO N T R I B U I ÇÕ E S P R E V I D E N C I Á R I A S

E CO N Ô M I C A S&

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0734 CO N T R I B U I ÇÕ E S P R E V I D E N C I Á R I A S & E CO N Ô M I C A S

O objetivo dos Fundos de Pensão é proporcionar uma proteção previdenciária complementar ao trabalhador. Quando este decide participar de um plano de previdência complementar através de um Fundo de Pensão ao qual sua empresa ou entidade de classe está vinculada, ele passa a contribuir mensalmente, em conjunto com a empresa ou isoladamente, no caso da previdência associativa, com recursos que irão compor a sua poupança previdenciária. Os valores sob a gestão dos Fundos de Pensão são investidos nos mercados, de acordo com as diretrizes fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, capitalizando-se ao longo do tempo e garantindo o pagamento dos benefícios futuros aos trabalhadores. Os investimentos dividem-se em quatro grandes segmentos: renda fixa, renda variável, imóveis e empréstimos e financiamentos imobiliários aos participantes do Fundo. Quando o trabalhador se aposenta, ele, ou ainda um dependente seu no caso de sua

morte, passa a receber o benefício mensalmente.

As empresas patrocinadoras e os instituidores no Brasil são de diferentes segmentos. Na tabela 1 temos a relação da origem do capital dos Fundos de Pensão, segundo o setor da economia no qual sua Patrocinadora atua.

É importante mencionar que já existem fundos de pensão de instituidores com planos instituídos para diversas categorias profissionais (como Magistrados, Promotores, Comerciários, Profissionais Liberais, Atuários, Administradores, Médicos etc.) e diversos segmentos da sociedade (como Cultura, OABs, Conselhos Regionais, Saúde, Sindicatos etc.).

Portanto, um aspecto fundamental, quando se avalia a Responsabilidade Social de um Fundo de Pensão, é verificar como os recursos pertencentes a milhões de trabalhadores estão sendo geridos.

O setor tem crescido de forma constante nos últimos anos, o que demonstra, por um lado, o interesse do trabalhador brasileiro em colocar seus recursos nessas Entidades e, por outro, indica o elevado grau de confiança e credibilidade que os Fundos de Pensão gozam no país. Sem dúvida nenhuma, essas entidades se transformaram em

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35Relatório social | 2007

um dos mais importantes agentes sócio-econômicos do país, estando presente nos principais setores da economia brasileira. Para que se tenha uma idéia da relevância dos Fundos de Pensão para nossa economia, segundo estimativas da Abrapp, em 2006, os ativos totais dos Fundos de Pensão1 eram de R$ 375 bilhões, o que representava 16,1% do PIB Brasileiro2. Como se poderá perceber, a tabela 2 indica uma evolução consistente da participação dos Fundos de Pensão em relação ao PIB Brasileiro.

Esse aumento na participação dos ativos dos Fundos de Pensão em relação ao PIB se deve a uma expansão das contribuições previdenciárias e da capacidade do setor em gerir de forma competente os recursos sob sua responsabilidade. Em 2005, as contribuições previdenciárias correntes somaram R$ 8,8 bilhões de reais, passando a R$ 13,2 bilhões em 2006, equivalendo a um expressivo aumento de 50%, em apenas um ano. Já as receitas dos investimentos cresceram, nesse mesmo período, 46,7%.

1. Em dezembro de 2006 os ativos das entidades participantes deste relatório somavam R$ 239,6 bilhões, o que representava 68% do total do sistema.

2. Segundo dados do IBGE, o PIB do Brasil em 2006 foi de R$ 2.322,8 bilhões.

2005

1. ORIGEM DO CAPITAL DOS FUNDOS DE PENSÃO, SEGUNDO O SETOR DA ECONOMIA NO QUAL

SUA PATROCINADORA ATUA

2006 EVOLUÇÃO

Financeiro 50,1% 51,5% 18,4%

Serviços 26,2% 24,4% 9,9%

Industrial 23,8% 24,2% 17,5%

Químico e Petroquímico 12,5% 12,2% 14,2%

Siderurgia 5,0% 5,1% 17,8%

Máquinas e Equipamentos 1,9% 2,3% 28,8%

Eletroeletrônica 0,8% 0,9% 24,2%

Automobilística 1,0% 1,2% 24,4%

Alimentícia 0,8% 0,9% 20,0%

Mineração 0,2% 0,2% 37,5%

Bebidas 0,3% 0,3% 16,7%

Outros 1,2% 1,1% 10,5%

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Esses valores têm formado a poupança previdenciária de quase dois milhões de trabalhadores ativos e têm contribuído para uma melhor qualidade de vida para mais de 619 mil aposentados. Apesar de os benefícios aos trabalhadores serem, em sua maioria, (88,2%) aposentadorias, os benefícios ainda incluem pensão a dependentes (11,2%) e outros auxílios (0,6%).

Composição e Evolução da carteira

Os Fundos de Pensão investiram cerca de R$ 352 bilhões em 2006, o que representou um aumento de 16,2% em relação ao total investido

em 2005, representando 15% do PIB Brasileiro. A tabela 3 indica a distribuição percentual por tipo de investimento, em 2005 e 2006.

Carteira de Participações

Os Fundos de Pensão são grandes investidores em empresas, tendo participação em diferentes setores da economia, impulsionando a economia de forma importante. Pela sua relevância nas empresas nas quais investem, eles podem, muitas vezes, influir nas políticas empresariais, permitindo, inclusive, que o tema de Responsabilidade Social possa ser incorporado por

ATIVOS DAS EFPCS(MILhÕES DE R$)

2. EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO EM RELAÇÃO AO PIB BRASILEIRO

2000 144.025 1.179.482 12,2 %

2001 171.152 1.302.136 13,1 %

2002 189.280 1.477.822 12,8 %

2003 240.139 1.699.948 14,1 %

2004 280.517 1.941.498 14,4 %

2005 320.200 2.147.944 14,9 %

2006 374.726 2.322.818 16,1 %

jun/07 413.502 2.379.672 17,4 %

ANOPIB

(MILhÕES DE R$)ATIVOS EFFPS/

PIB

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2005

3. CARTEIRA CONSOLIDADA POR TIPO DE INVESTIMENTO

2006 EVOLUÇÃO

Investimentos (em R$ Milhões) 295250 352196 16,2%

Ações 20,30% 21,00% 19,0%

Imóveis 4,20% 3,30% -6,7%

Depósito a Prazo 1,10% 1,00% 7,8%

Fundos de Investimentos - Renda Fixa 46,40% 44,90% 13,4%

Fundos de Investimentos - Renda Variável 10,40% 11,90% 26,7%

Empréstimos a participantes 1,90% 1,90% 16,2%

Financiamento Imobiliário 0,80% 0,70% 4,2%

Debêntures 1,20% 1,30% 22,6%

Títulos públicos 12,10% 12,50% 18,9%

Outros 1,60% 1,50% 10,6%

essas empresas de uma maneira mais forte. Apesar de, setorialmente, não haver um dado consolidado indicando em quais setores da economia o conjunto dos Fundos de Pensão investe, eles estão presentes nos principais setores, como Energia (CELESC Distribuição, CEMIG, COELCE, COSERN, CPFL Energia, EDP Energias do Brasil, Eletrobrás, GTD, Inepar Energia, RGE, Termopernambuco), Alimentação e Bebidas (Perdigão, Sadia e AMBEV), Têxtil (Coteminas, Marisol), Serviços (CLEP, CONTAX, Estacionamentos Cinelândia), Telecomunicações (La Fonte Telecom, Telemar, Telpart, Tim Participações, Newtel - Telemig Celular e Tele Norte

Celular, Brasil Telecom), Siderurgia e Metalurgia (Acesita, Arcelor, CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, Gerdau, Paranapanema, Tupy, Usiminas), Saneamento (Sanepar), Financeiro (Bahema, Banco do Brasil, Banco Bradesco, Banco Itaú, Pátria Investimentos, Valepar), Automobilístico e Transporte (ALL, Fras-le, Lamsa, Opportrans, Random, Terminais Portuários da Ponta do Felix), Mineração (Companhia Vale do Rio Doce), Papel e Celulose (Aracruz Celulose), Químico e Petroquímico (Brasken), Imóveis (Complexos hospitalares, Fundos Imobiliários, hipermercados, Shopping Centers etc.), Turismo e Lazer (hopi-hari, Serra

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2005

4. EMPRÉSTIMOS A PARTICIPANTES

2006 EVOLUÇÃO

Número de empréstimos solicitados 236.165 261.556 10,8%

Número de empréstimos concedidos 332.895 353.098 6,1%

Azul Water Park), hotéis e Resorts (Costa do Sauípe) e ainda em setores como Comércio Varejista e Saúde.

Operações com participantes e beneficiários

Essa modalidade de operações concede empréstimos pessoais com taxas de juros menores e condições de parcelamento e obtenção de crédito melhores do que as praticadas pelo mercado. Em 2006 o número de empréstimos solicitados e concedidos aos participantes aumentou, respectivamente, 10,8%, e 6,1%.

Os Fundos de Pensão e suas contas

Os Fundos de Pensão, além de gerirem recursos de milhares de trabalhadores, proporcionando-lhes um futuro mais tranqüilo,

contribuem ainda com o país através do pagamento de impostos. Em termos de impostos diversos e taxas (excluindo-se os encargos trabalhistas), em 2006, os Fundos de Pensão pagaram mais de R$ 128 milhões e R$ 117,8 milhões em 2005.

Em 2006, os Fundos de Pensão associados à Abrapp conseguiram ultrapassar a meta atuarial3 em mais de R$ 30 bilhões. A rentabilidade estimada do segmento foi de 23,6%. É a excelência na gestão das aplicações que proporciona este significativo superávit. Os Fundos de Pensão não apenas cumpriram as suas metas, como as ultrapassaram, indicando uma boa gestão dos recursos dos trabalhadores colocados sob sua responsabilidade, gestão essa baseada em sistemas de governança e acompanhamentos seguros e transparentes.

3. A Meta Mínima Atuarial é o valor

mínimo esperado para o retorno de

investimentos dos recursos garantidores

do Plano de Benefícios, geralmente fixado como

sendo a taxa de juros adotada na avaliação

atuarial conjugada com o Índice do Plano.

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Relatório social 2007

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CARGO

8,2%

12,5%

15,7%

63,7%

Presidência e Diretorias

Gerências

Coordenação e Chefias

Funcionais

CO N T R I B U I ÇÕ E S S O C I A I S

Os Fundos de pensão são uma “articulação inteligente de partes interessadas, pois envolvem empresas patrocinadoras ou instituidoras, trabalhadores, o Estado e as empresas investidas numa mesma atividade” (ABRApp/ISS/SINDApp, 2005). As operações dos Fundos de pensão impactam na sociedade de forma signifi cativa, nos âmbitos econômico, social e ambiental. Diagnosticar o impacto social no contexto da previdência Complementar Fechada implica mensurar a natureza e intensidade desse aspecto na gestão dos próprios Fundos de pensão e nas operações das empresas nas quais possuem participação. Signifi ca, ainda, identifi car o perfi l do público interno e as práticas trabalhistas adotadas, o compromisso com os direitos humanos, os benefícios gerados em suas atividades e também a responsabilidade pelos planos de benefícios que administram.

perfi l do público interno

Os Fundos de pensão no Brasil empregaram cerca de 6.000 pessoas e contrataram mais de 700 terceiros, em 2006. Considerando apenas as 19 empresas participadas que integram este relatório1, pode-se ainda agregar mais de 294 mil funcionários e 60 mil terceiros.

Em termos hierárquicos, o gráfi co 1 apresenta como se dividem os funcionários dos Fundos de pensão no Brasil.

1. DISTRIBUIÇãO MéDIADOS FUNCIONáRIOS pOR CARgOS

1. Os Fundos de pensão que contribuiram com

o Relatório informaram possuir participações em

281 empresas.

O perfi l dos empregados poridade revela que a maioria dos funcionários dos Fundos de pensão está na faixa dos 25 aos 39 anos, representando 44,5% do total.

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41Relatório social | 2007

Até 25 anos

Faixa de 25 a 39 anos

Faixa de 40 a 50 anos

Mais de 50 anos

8,2%

34,6%

41,8%

15,4%

COLABORADORES

2. FAIXAS ETáRIAS DOS COLABORADORES DOS FUNDOS DE pENSãO

2. Segundo dados do DIEESE, de 2004.

A última pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBgE (pNAD,2006) aponta que 40,1% da população ocupada está na faixa dos 40 aos 50 anos e os Fundos empregam 36,8% funcionários nesta faixa etária, o que demonstra uma proximidade com o dado nacional e, portanto, uma atitude de não discriminação por motivo de idade.

Segundo o último Censo Demográfi co do IBgE realizado em 2000, existem cerca de 15 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos no Brasil (8,6% da população brasileira). Boa parte dessas pessoas, apesar de já se encontrarem em fase fi nal de carreira, mantém seu vigor e maturidade para novos projetos

3. ESCOLARIDADE DOS EMpREgADOS

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior completo

Ensino Superior incompleto

Pós-graduação

NÍVEL

6,7%

15,7%

22,1%

33,6%

21,8%

de vida. Neste sentido, 24,1% dos Fundos de pensão possuem um programa de preparação para a aposentadoria.

Mais de 40% dos empregados dos Fundos de pensão possuem curso superior completo e 26,4% possuem pós-graduação. Comparando-se com a média nacional de 6,8% da população com curso superior completo2, os dados do setor estão bem acima, indicando um público com elevado nível educacional.

Empregados com mais de 20 anos de casa representam 22,7% e com até 4 anos 34,6%. O índice de turnover caiu de 10,3% para 8,3%, de 2005 para 2006.

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5. TOTAL DE COLABORADORES pOR gêNERO

valorização da Diversidade

Existe uma série de iniciativas tanto em nível nacional quanto internacional que proíbem ou condenam a discriminação, o assédio e todas e quaisquer outras formas de opressão exercidas sobre os funcionários das instituições com base em diferenças de origem étnico-racial, defi ciência, idade, orientação sexual e crença religiosa. portanto, é papel dessas instituições defi nirem métodos de combate à discriminação e promoção da diversidade, em seu ambiente de trabalho. A partir disso, 12% dos Fundos de pensão possuem política explícita de valorização da diversidade na admissão e promoção dos seus funcionários. Nesse universo, 14% fazem monitoramento e estabelecimento de metas com relação a raça, gênero, faixa etária e porte de defi ciência a fi m de garantir equidade na contratação, e 86% têm controle e punição para casos de discriminação.

Feminino� � Masculino

2005

47,3%

52,7%

2006

47,8%

52,2%

4. TEMpO DE CASA DOS EMpREgADOS

Até 4 anos de casa

4 a 10 anos de casa

10 a 20 anos de casa

Mais de 20 anos de casa

COLABORADORES

29,5%

27,4%

23,7%

19,4%

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43Relatório social | 2007

MULHERES

1. DISTRIBUIÇãO DE gêNERO pOR CARgOS - 2005

Executivos (Presidência e diretoria) 13,3% 86,7%

Gerência 55,3% 44,7%

Coordenação e chefia 51,5% 48,5%

Funcionais 59,3% 40,7%

Executivos (Presidência e diretoria) 20,8% 79,2%

Gerência 51,9% 48,1%

Coordenação e chefia 46,5% 53,5%

Funcionais 55,2% 44,8%

2005 HOMENS

Questão de gênero

Do total de empregados dos Fundos de pensão em 2006, mais de 52% são mulheres, o que está em sintonia com a média nacional de 51,3%, e maior que a participação de mulheres no mundo do trabalho, que é de 48,1%, conforme dados do IBgE, 2006.

Em 2006, as mulheres ocupavam 52% dos cargos funcionais, mais de 51% dos cargos de gerência e 20% dos cargos mais altos na hierarquia (cargo executivo). Isso caracteriza os Fundos de pensão como locais que valorizam a mulher no aspecto participação em postos de trabalho, uma vez que a média nacional é de, por exemplo, 10,6%3 para cargos executivos.

MULHERES2006 HOMENS

3. Fonte: pNAD, IBgE, 2006.

4. pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, IBgE, 2005 e 2006.

Questão Racial

Os brasileiros que se declararam negros (compostos por pretos ou pardos) eram 49,4% em 2005, e 49,5% em 2006, segundo o IBgE4. O número de colaboradores negros mapeados nos Fundos de pensão em 2006 foi de 26,6% do total, portanto abaixo do total nacional. Assim, em termos de emprego geral nos Fundos de pensão, a questão de raça necessita de atenção.

No aspecto de participação nos níveis mais altos da gestão das Entidades, a perspectiva não se altera: mais de 70% dos altos cargos de governança (presidência e Diretoria) são ocupados por brancos e, nos cargos de coordenação

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BRANCOS

2. DISTRIBUIÇãO DOS COLABORADORES DOS FUNDOS DE pENSãO, SEgUNDO RAÇAS E CARgOS NAS ENTIDADES

NEgROS OUTRAS RAÇAS

Executivos (Presidência e diretoria) 71,4% 27,0% 1,6%

Gerência 72,6% 25,1% 2,3%

Coordenação e chefi a 84,2% 14,8% 0,9%

Funcionais 68,3% 27,5% 4,2%

Executivos (Presidência e diretoria) 70,1% 28,2% 1,7%

Gerência 74,3% 23,4% 2,3%

Coordenação e chefi a 84,2% 14,7% 1,1%

Funcionais 69,0% 27,1% 3,9%

2005

BRANCOS NEgROS OUTRAS RAÇAS2006

e chefi a, esta ocupação chega a 84,2%. porém, vale ressaltar que a participação de negros nos níveis executivos das Entidades é signifi cativamente maior que

6. TOTAL DE COLABORADORES pOR RAÇA

2005

68,7%

27,7%

3,6 3,3%

2006

70,1%

26,6%

Brancos

Negros

Outras raças

a média nacional, de 3,4%5. A tabela 2 indica a distribuição dos colaboradores dos Fundos de pensão, segundo raça e cargos nas Entidades.

5. Fonte: pesquisa “perfi l Social, Racial e

gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e

suas Ações Afi rmativas”, Instituto Ethos, 2005.

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45Relatório social | 2007

Diversidade e questão salarial

Se, por um lado, as mulheres estão representadas de forma adequada no conjunto dos funcionários dos Fundos de Pensão, com relação ao salário há um desafio a ser enfrentado, na medida em que o salário dos homens era 27,5% maior do que o das mulheres em 2006. Também neste ano, os brancos recebiam 103,5% a mais que os negros. Reconhecendo as discrepâncias salariais, 17,2% dos Fundos de Pensão afirmaram ter políticas com metas para reduzir a distância entre essas remunerações

Diversidade – Outras práticas

Alguns Fundos de Pensão realizam outras práticas que estão em consonância com a promoção da diversidade, tais como a contratação de portadores de deficiência (10,3%) e a realização de programas voltados aos jovens (62,1%). Um desafio são os programas de primeiro emprego, pois apenas 10,3% dos Fundos contratam jovens de acordo com a Lei do Aprendiz. O total de contratados segundo estas práticas em relação ao número total de funcionários segue na ilustração abaixo.

MULHERES

Média Salarial 4.584,09 5.777,67 4.496,55 5.731,52

2005HOMENS

2006MéDIA SALARIAL - gêNERO (R$)

MULHERES HOMENS

BRANCOS

Média Salarial 7.813,99 3.441,90 7.197,32 3.537,05

2005NEgROS

2006MéDIA SALARIAL - RAÇA (R$)

BRANCOS NEgROS

pERFIL DE CONTRATAÇãO 2006

Portadores de deficiência 0,9%

Inclusão do Jovem no Mercado de Trabalho 9,5%

Jovens (Lei do Aprendiz) 1,4%

Nenhuma das anteriores 0,8%

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valores pagos em remuneraçãodireta e indireta

Considerando remuneração fi xa, indireta e variável, os Fundos pagaram mais de R$ 290 milhões em 2006, dos quais 75,7% correspondem aos salários e gratifi cações de função (remuneração fi xa), 17,5% a benefícios de previdência complementar, assistência médica e odontológica, auxílio educação básica, auxílio universitário e 6,8% referentes à remuneração variável.

A remuneração indireta, responsável por 17,5% dos recursos pagos em 2006, está distribuída conforme a tabela 3.

Nos plano de assistência médica e hospitalar, 91,3% dos Fundos incluem os dependentes de seus empregados e 37,9% incluem seus aposentados e respectivos benefi ciários.

Bons locais para se trabalhar

Em 2006, o número de ações trabalhistas movidas contra os Fundos de pensão correspondeu a menos de 0,5% de seu universo de funcionários. Esse dado, unido aos 46,8% de funcionários com mais de dez anos de casa, sugere que os Fundos de pensão são bons empregadores e mantém uma boa relação com seus funcionários.

Entre os Fundos de pensão, 51,7% possuem política de gestão de horas extras negociada com os empregados amplamente divulgada e acessível e 24,1% realizam pesquisa de qualidade de vida para seus colaboradores.Com base nas pesquisas realizadas em 2006, a totalidade dos Fundos de pensão ou já estabeleceram metas para melhorar os resultados obtidos ou estão analisando quais serão os próximos passos.

7. DISTRIBUIÇãO DOS vALORES pAgOS EM REMUNERAÇãO

Remuneração fixa

Remuneração indireta

Remuneração variável

2005

76,2%

18,8%

5,0% 6,8%

2006

75,7%

17,5%

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47Relatório social | 2007

Mais de 90% dos Fundos de pensão garantem o direito de associação, participação e representação dos empregados no sindicato da categoria e, em 48,2% dos Fundos, existem comissões de empregados que foram eleitos pelos próprios colaboradores para representá-los.

Terceirização

Também é premissa à sustentabilidade que as instituições possuam políticas segundo critérios de Responsabilidade Social que orientem sua relação com terceiros, incluindo sua capacitação, seleção e avaliação. Nesse sentido, 27,5% dos Fundos de pensão afirmaram possuir

esses tipos de políticas e práticas, sendo que 12,1% apresentaram programas de desenvolvimento da cadeia de fornecedores segundo a Responsabilidade Social.

Ainda, 39,7% dos Fundos dizem oferecer as mesmas condições de saúde e segurança aos trabalhadores terceirizados e 15,5%, através de contrato com empresas de terceirização, estendem os benefícios oferecidos aos seus empregados aos trabalhadores terceirizados.

Os contratos de 24,1% dos Fundos de pensão também incluem cláusulas referentes à inexistência de trabalho forçado ou trabalho infantil em qualquer atividade de seus fornecedores.

2005

3. DISTRIBUIÇãO DOS vALORES pAgOS EM REMUNERAÇãO INDIRETA

Alimentação 25% 31%

Educação 2% 2%

Capacitação e Desesenvolvimento Profissional 7% 8%

Creche ou auxílio-creche 2% 3%

Participação em Fundos de Pensão 15% 19%

Saúde 21% 28%

Segurança e medicina do trabalho 1% 2%

Transporte 4% 4%

Outros 22% 4%

INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 2006

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0748

perfil do atendimento ebenefícios entregues

Segundo a Secretaria da previdência Complementar, os Fundos de pensão beneficiaram mais de 6,5 milhões de pessoas, entre participantes, assistidos e beneficiários, em 2006. Esses números representam um aumento de público de aproximadamente 5,8% em relação a 2005. Os benefícios pagos em 2006 totalizaram quase R$ 16 bilhões, direcionados a 417,6 mil benefícios. As tabelas 4 e 5 indicam, respectivamente, a população envolvida com o setor e os tipos de benefícios pagos pelos Fundos de pensão.

voluntariado e preocupação social

Os programas de voluntariado têm-se consolidado nos últimos anos como uma porta de entrada para a Responsabilidade Social. Ao iniciar

esses programas, as organizações percebem como a RSE pode contribuir com a sociedade, ao mesmo tempo em que traz benefícios para elas mesmas. Entre os Fundos de pensão, 24,1% possuem programa de voluntariado próprio ou participam de programa da patrocinadora, tendo envolvido, nos dois últimos anos, cerca de 4,5% do seu quadro de funcionários em ações que beneficiaram mais de 2300 pessoas. A participação dos funcionários dos Fundos de pensão em programas de voluntariado está em linha com os percentuais brasileiros, pelos quais 41% das empresas brasileiras mobilizam até 5%7 de seu corpo funcional para esse tipo de ação. é interessante perceber que houve um aumento de 40,5%, entre 2005 e 2006, na quantidade de horas dedicadas, por funcionário, a programas de voluntariado, o que indica uma sensibilidade importante para o tema.

2005

4. pOpULAÇãO ENvOLvIDA COM O SETOR

Participantes 1.729.536 1.906.410

Assistidos 411.294 442.492

Beneficiários de Pensão 148.525 162.896

Designados 6 3.983.947 4.122.445

Total 6.273.302 6.634.243

DESCRIÇãO 2006

6. Designado é a pessoa indicada pelo participante ou assistido, que poderá ter direitos e benefícios, de acordo com as regras estabelecidas no Regulamento do plano de benefícios.

7. Fonte: publicação “pesquisa do voluntariado

Empresarial no Brasil”, Riovoluntário, 2007.

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49Relatório social | 2007

TIpO DE BENEFíCIO

Aposentadoria por tempo de contribuição 197311 4840,09 238660 4365,62

Aposentadoria por idade 10541 2627,88 10784 2438,87

Aposentadoria por invalidez 48041 1747,99 53063 1604,2

Pensões 89211 1231,02 115132 1559,39

Total 345104 3409,11 417639 3191,42

2005

5. TIpOS DE BENEFíCIOS pAgOS pELOS FUNDOS DE pENSãO

vALOR MéDIO (R$)

2006

QUANTIDADE vALOR MéDIO (R$)QUANTIDADE

Sobre a conscientização dos participantes a respeiro de temas sociais e promoção da cidadania, 50% dos Fundos de pensão já desenvolveram campanhas com essas temáticas voltadas a seus participantes.

Risco Social nas operaçõescom participadas

Tanto os princípios Básicos Ethos-ABRApp, para Investimentos Socialmente Responsáveis, quanto

os princípios para o Investimento Responsável – pRI, promovido pelas Nações Unidas8, visam a inclusão das questões ambientais, sociais e de governança nas análises e tomadas de decisão de investimentos como forma de diminuir o risco das operações e alinhar essa atividade com os interesses e demandas da sociedade.

Considerando o risco social nas operações das participadas, alguns Fundos de pensão já avaliam temas vinculados:

2005

6. pROgRAMAS DE vOLUNTARIADO DOS FUNDOS DE pENSãO

Percentual de empregados que participaram do programa 4,4% 4,5%

Média de horas dedicadas por funcionário em cada ano 37h 52h

Quantidade de beneficiados ou atendidos pelo programa 561 1772

2006

Fonte: Informe estatístico SpC e Consolidado estatístico ABRApp

8. O pRI é uma iniciativa financeira do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEp FI) e do pacto global das Nações Unidas. ver www.unpri.org.

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Rela

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0750

• 8,6% dos Fundos de pensão avaliam a ocorrência de trabalho forçado ou análogo;• 6,9% avaliam a ocorrência de trabalho infantil;• 1,7% avaliam a probabilidade de existência de passivos trabalhistas decorrentes de condições de trabalho nas empresas antes de decidir seus investimentos.

Contribuição Social das Empresas participadas

As empresas que integram este Relatório participam de 12 setoresda economia, sendo que 21,1%estão no mercado de energia.

Em relação ao número de empregados, essas empresas ampliaram, em 14%, em 2006, o total de postos de trabalho, em relação a 2005. Ampliaram também o número de trabalhadores terceirizados:2,7% a mais.

Faixa etária

pela ilustração a seguir, caso se considere a valorização de funcionários com idades mais elevadas como um fator de RSE verifi ca-se que as participadas tendem a valorizar mais que a média nacional os empregados entre 40 e 50 anos, diminuindo, porém, a valorização, para empregados com mais de 50 anos.

Escolaridade

A maior parte dos empregados possui ensino médio e 84,2% das empresas possui ou apóia programas de desenvolvimento educacional para seus empregados.

valorização da diversidade

Os programas de valorização da diversidade são realizados em 42,1% das empresas e a informação

8. EMpRESAS pARTICIpADAS pOR SETOR

Energia

Bancos

Siderurgia e Metalurgia

Alimentos, Bebidas e Fumo

Serviços de Transporte e de Logística

Automotivo

Mineração

Papel e Celulose

Química e Petroquímica

Seguradoras

Serviços Diversos

Turismo e Lazer

SETORES

5%

11%

21%

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51Relatório social | 2007

dos funcionários, segundo as questões de gênero e raça, estão indicados a seguir.

Diversidade e questão de gênero Segundo a última pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílio (IBgE, 2006), a participação de mulheres no mercado cresceu 3,3% e dos homens aumentou 1,82%. Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho, cerca de 42 milhões para 39 milhões de mulheres. Nas empresas que participam deste Relatório, o número de mulheres representou, em 2006, 33,1% dos empregos, portanto menor que o valor nacional de 48,1%. Nos mais altos cargos de governança existentes em 2006, as mulheres ocuparam 13,3% (Executivos) e 22,4% (gerência).

9. FUNCIONáRIOS – IDADE

Até 25 anos

25 a 39 anos

40 a 50 anos

Mais de 50 anos

Empregados:

PARTICIPADAS

2006

PEA 9

2006

42,5% 38,8%

21,5%

15,3%

26,8%

24,3%

8,7%

22%

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior completo

Ensino Superior incompleto

Pós-graduação

NÍVEL

4,8%

15,7%

15,3%

55,5%

8,7%

10. FUNCIONáRIOS - ESCOLARIDADE

9. pEA: população Economicamente Ativa. para este caso, foram considerados cidadãos com mais de 16 anos. Fonte: pNAD, IBgE, 2006.

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Diversidade e questão racial

Em relação à questão racial, não houve um signifi cativo aumento do número de funcionários negros e de outras raças nos dois últimos anos e o percentual de ocupação dos cargos por brancos em 2006 foi de 78,2%. Os negros ocuparam 9,9% e as outras raças 11,9% dos cargos disponíveis. Embora esses valores ainda demonstrem um desafi o existente, o percentual de contratação de negros aumentou mais que o de brancos em 2006, em relação a 2005.

O percentual de negros em cargos executivos correspondeu a 2,2% e de outras raças a 6,5%. Já nos cargos de gerência, coordenação, chefi a e funcionais, os negros e as outras raças ocuparam uma média de 10,4% e 6,6% respectivamente.

Diversidade e questão salarial

A média salarial dos homens em 2005 foi 15,9% maior que a das mulheres em 2005 e essa diferença caiu para 12,1% em 2006. O mesmo não aconteceu com a média salarial de brancos e negros, pois em 2005 os brancos recebiam 28,3% a mais que os negros e em 2006 essa diferença aumentou para 31,8%. Os funcionários de outras raças também receberam 7,1% a mais que os negros em 2005 e essa diferença aumentou para 12,1% em 2006. Já com relação aos empregados de outras raças e os empregados brancos, esses recebiam 23% a mais em 2005 e, em 2006, essa diferença passou a ser 22,4%, uma queda de 0,6%.

Inclusão Social

Das empresas participantes, 26,3%

11. COMpOSIÇãO DO QUADRO DE FUNCIONáRIOS SEgUNDO A QUESTãO DE gêNERO

Homens� � Mulheres

2005 2006

67,3% 66,9%

33,1%32,7%

CO N T R I B U I ÇÕ E S S O C I A I S

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53Relatório social | 2007

CARgOS DISpONívEIS

Executivos 86,6% 13,4% 86,7% 13,3%

Gerência 79,2% 20,8% 77,6% 22,4%

Coordenação e chefi a 55,8% 44,2% 55,4% 44,6%

Funcionais 68,6% 31,4% 68,4% 31,6%

2005

7. CARgOS DISpONívEIS NAS EMpRESAS pARTICIpADAS

MULHERES

2006

HOMENS MULHERESHOMENS

12. COMpOSIÇãO DO QUADRO DE FUNCIONáRIOS SEgUNDO A QUESTãO RACIAL

Brancos

Negros

Outras raças2005 2006

8,5% 9,9%

11,1% 11,9%

80,4% 78,2%

afi rmaram ter políticas com metas para reduzir a distância entre as maiores e as menores remunerações. Outra ação de inclusão social diz respeito à contratação de aprendizes. Em 2005, eles representavam 0,4% dos funcionários das empresas participantes, passando a 0,5%em 2006.

Saúde e Segurança

Os programas nas áreas de saúde e segurança no trabalho permitem manifestar a preocupação das empresas com seu público interno e, entre as empresas participadas, 100% afi rmaram ter um ou mais programas nessa área e 55,5% possuem

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2005

CARgOS – RAÇA 2005

2006

certificações na área de saúde e segurança do trabalho.

O número de acidentes ou doenças do trabalho também caiu significativamente em 2006, em relação a 2005, registrando queda de 10,7% nos acidentes ou doenças com afastamento, 36,4% nos acidentes ou doenças com afastamento permanente e 27,3% nos acidentes ou doenças do trabalho com morte.

participação sobre os lucros eresultados (pLR)

A maioria das empresas (94,4%) possui política de participação

sobre os lucros e resultados (pLR) negociada, acessível e difundida entre todos os funcionários. Os valores distribuídos representaram 0,7% do faturamento em 2005 e 1,0% em 2006.

Relação com Fornecedores eTerceirizados

Do total das empresas pesquisadas, 52,6% aplicam critérios de Responsabilidade Social na cadeia de fornecedores e, das que possuem tais práticas, 50% conduzem programas de promoção e enraizamento da Responsabilidade Social junto a fornecedores.

Executivos - Brancos 90,5% 91,3%

Executivos - Negros 2,0% 2,2%

Executivos - Outras Raças 7,5% 6,5%

Gerência - Brancos 93,3% 87,7%

Gerência - Negros 4,7% 9,1%

Gerência - Outras Raças 2,1% 3,2%

Coordenação e chefia - Brancos 90,5% 84,8%

Coordenação e chefia - Negros 7,6% 12,7%

Coordenação e chefia - Outras Raças 1,9% 2,5%

Funcionais - Brancos 77,9% 76,5%

Funcionais - Negros 8,8% 9,4%

Funcionais - Outras Raças 13,3% 14,1%

CO N T R I B U I ÇÕ E S S O C I A I S

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55Relatório social | 2007

A promoção da compra de produtos ou serviços junto a micro e pequenas empresas locais são uma forma de valorizar esse segmento empresarial e contribuir com o desenvolvimento econômico e social do país, e 26,3% das empresas afirmaram ter esta prática. 15,8% dizem estender os benefícios de seus empregados aos funcionários terceirizados.

valores e transparência

Os balanços sociais são um dos itens de análise sugeridos pelos princípios Ethos-ABRApp para Investimentos Socialmente Responsáveis e 78,9% das empresas participantes deste relatório afirmaram publicar Balanços Sociais em 2006. Outros 78,9% afirmaram possuir Código de ética, documento que orienta a conduta das empresas e guia sua relação com as partes interessadas.

participação cidadã einvestimento social

A promoção da cidadania é preocupação das empresas participadas, uma vez que 63,1% promoveram programas de voluntariado, com a participação de 4,4% de seus funcionários em 2006. Além disso, 84,2% das empresas realizam ou investem em projetos sócio-ambientais em áreas diversas que beneficiaram mais de 13 milhões de pessoas de diversas comunidades, conforme os dados

abaixo. Os recursos investidos em 2005 representaram 0,25% do faturamento total das empresas e, em 2006, houve uma ampliação para 0,28%.

A tabela abaixo indica as áreas onde, de forma mais significativa, as empresas participadas investem. Segundo se percebe, a maior quantidade de projetos diz respeito à Cultura e preservação do patrimônio, seguidos por projetos na área de Infância e Juventude e Meio Ambiente.

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INvESTIMENTO SóCIO-AMBIENTAL

2005 2006

Com relação ao total de projetos no ano 6,1% 5,4%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 35,3% 38,4%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano 0,8% 13,5%

Com relação ao total de projetos no ano 71,4% 67,1%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 14,2% 23,8%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano 97,6% 73,1%

Com relação ao total de projetos no ano 2,2% 1,9%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 3,3% 6,4%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano 0,04% 0,6%

Com relação ao total de projetos no ano 11,4% 17,1%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 3,8% 5,1%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano 0,02% 0,3%

Com relação ao total de projetos no ano 0,1% 0,3%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 0,1% 0,2%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano ND ND

Com relação ao total de projetos no ano 8,8% 8,1%

Investimento nesse tema com relação ao total de projetos no ano 43,2% 26,2%

Público-beneficiado com relação ao total de beneficiários no ano 1,5% 12,5%

EDUCAÇãO

CULTURA E pRESERvAÇãO DO pATRIMôNIO

DESENvOLvIMENTO COMUNITáRIO E INCLUSãO

INFâNCIA E JUvENTUDE

SAÚDE

MEIO AMBIENTE

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Relatório social 2007

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0758 CO N T R I B U I ÇÕ E S A M B I E N TA I S

Os impactos negativos do modelo de produção e consumo adotados no último século fizeram com que a questão ambiental deixasse de ser preocupação exclusiva de ambientalistas e pesquisadores e ganhasse espaço em toda a sociedade. A questão vem construindo novas formas de relacionamento com o meio-ambiente, pautadas agora na preocupação com a escassez dos recursos naturais e na minimização do impacto de suas atividades sobre o meio. Os Fundos de Pensão, atores sociais responsáveis e importantes, começam a mobilizar suas estruturas internas e, numa dimensão mais ampla, a pautar seus investimentos por critérios relacionados à Sustentabilidade. Essa mudança de visão e mobilização para uma maior preocupação sócio-ambiental envolve um enorme desafio que os Fundos de Pensão demonstram ter aceitado. Pela natureza de suas operações1, essas organizações possuem dois níveis de impactos ambientais: (1) aqueles

decorrentes da prática de suas atividades; (2) aqueles que são fruto das operações das empresas nas quais investem. O impacto causado pelas práticas de suas atividades é, em certa medida, relativamente pequeno, resumindo-se ao consumo de energia e água em suas instalações, ao uso de insumos de materiais de escritório, e à geração de resíduos de suas instalações, principalmente papel. O maior impacto - esse de forma indireta - vem das empresas nas quais investem, principalmente aquelas sobre as quais os Fundos de Pensão possuem certo grau de influência, a ponto de definir alterações em suas operações, com conseqüentes impactos ambientais.

O impacto da gestão deFundos de Pensão sobre omeio ambiente

Os Fundos de Pensão, apesar de possuírem, pela sua natureza, um impacto ambiental relativamente limitado, têm investido na melhoria das operações e sistemas internos, buscando minimizar os impactos ambientais de suas atividades e a redução do consumo de recursos naturais:

• 46,6% investiram em melhorias para redução do consumo de água;

• 58,6% diminuíram o consumo de energia;

• 51,7% reduziram o consumo de copos descartáveis;

1. Segundo a pesquisa, os Fundos de Pensão possuem, em média,

67 funcionários por Entidade, sendo

caracterizadas como organizações de

pequeno porte. Na realidade, a maior parte

delas possui um número de funcionários bem

menor que esse, e essa média acaba sendo

elevada por algumas poucas organizações

que possuem um número muito maior de

funcionários.

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59Relatório social | 2007

• 62,1% investiram em melhorias para reduzir o consumo de papel; e

• 36,2% investiram em melhorias para reduzir o uso de produtos de limpeza.

42,0%

1. VARIAÇãO NO CONSUMO ANUAl

dE RECURSOS NATURAIS

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Água (m3)

Energia (KWh)

Copos descartáveis (un)

Papel (Ton)

3,6%8,4%

3,5%

Uso dos Recursos Naturais

Apesar dos investimentos acima, pode-se ver no gráfico 1 que ainda há um grande desafio no tratamento do tema ambiental nas operações dos Fundos de Pensão, uma vez que o consumo de recursos naturais tem sido crescente nessas entidades, até porque o setor tem vivido um período de grande crescimento. Atenção especial merece a água, com aumento de consumo superior a dos outros recursos.

Consumo e descarte conscientes

diante da evolução do quadro de consumo, é importante mencionar também que o Relatório identificou uma mobilização dos Fundos de Pensão para o consumo consciente, pois 74,1% dos Fundos realizam algum tipo de campanha ou mobilização. As temáticas e percentuais de Fundos envolvidos constam no gráfico 2.

2. ENVOlVIMENTO dOS FUNdOS dE PENSãO COM O CONSUMO CONSCIENTE

RECURSO % de Fundos que desenvolveram campanhas

Água 34,5%

Energia 36,2%

Copos Descartáveis 34,5%

Papel 44,8%

0 25 50 75 100

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Ainda, 20,7% dos Fundos de Pensão informaram discutir internamente sobre os impactos ambientais que envolvem suas atividades, contribuindo com a disseminação do conhecimento e a conscientização dos funcionários nessa área. Além disso, 17,2% dos Fundos afirmaram fazer campanhas para o consumo consciente ou similar voltadas a seus participantes.

Com relação ao descarte de resíduos, um percentual significativo de Fundos de Pensão realiza a coleta seletiva (43,1%) e, somente em 2006, foram separadas 1.181,25 toneladas de papel e uma tonelada de plásticos diversos. Os resíduos oriundos da coleta seletiva dos Fundos de Pensão ainda contribuem com a questão social, pois 52% dos Fundos doam o material para instituições, tais como creches, associações e asilos, ou para cooperativas de catadores. O gráfico 3 indica a destinação dos resíduos dos Fundos de Pensão.

Contribuições ambientais dasempresas participadas

Investimentos que beneficiam o ambiente > A preocupação com a questão ambiental tem mobilizado investimentos das empresas participadas, como demonstra o quadro a seguir apresentado. Em 2006, segundo informações das empresas que participaram desta pesquisa, foram investidos mais de R$ 496 milhões em alterações para minimizar os impactos ambientais de suas operações, o que significa um aumento de mais de 130% em relação a 2005. Essas empresas investiram na questão ambiental 0,12% do faturamento, em 2005, e 0,31%, em 2006.

Minimização do impacto ambiental > Em relação às modalidades de iniciativas das empresas para minimização do impacto ambiental oriundo de suas atividades, o relatório mapeou várias iniciativas

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3. dESTINAÇãO dOS RESídUOS COlETAdOS (%)

A Entidade destina para a Prefeitura Municipal (coleta regular) 12,0%

A Entidade paga a uma empresa terceirizada para a coleta. 24,0%

A Entidade doa o material reciclável para uma cooperativa de catadores 24,0%

A Entidade doa o material para outra instituição que não as citadas acima 28,0%

Outros 12,0%

0 25 50 75 100

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61Relatório social | 2007

importantes, indicando que o tema de meio ambiente é absolutamente relevante para as empresas nas quais os Fundos de Pensão investem. As iniciativas que mais chamam a atenção são as seguintes:

• 84,2% têm iniciativas de redução, utilização e reciclagem de recursos;

• 52,6% têm iniciativas para incorporar o uso de fontes de energias renováveis em seus processos;

• 68,4% têm iniciativas para o aumento da eficiência energética;

• 89,5% têm iniciativas para redução do consumo de água;

• 73,7% têm iniciativas para redução da geração de resíduos sólidos;

• 57,9% têm iniciativas redução da geração de efluentes líquidos.

O número de empresas certificadas pela ISO 140012 é de 63,2% do total pesquisado, e 52,6% realizam estudos e projetos voltados ao ciclo de vida de seus produtos.

Insumos para a Produção

Segundo informações das próprias empresas, um número significativo de participadas (68,4%) monitora os materiais usados na produção, seja em peso ou em volume, sendo que esse mesmo percentual também utiliza, em diferentes etapas de suas

operações, materiais provenientes da reciclagem. Nas empresas que utilizam materiais oriundos da reciclagem, o percentual que estes representam sobre o valor total em insumos comprados é de 42,75%, um valor expressivo considerando que esta prática se estabeleceu no mercado recentemente. Além disso, um percentual expressivo das empresas possui política explícita de não-utilização de materiais e insumos provenientes da exploração ilegal de recursos naturais (73,7%).

Proteção da Biodiversidade

Evidenciando a importância de se discutir a relação do setor produtivo com a diversidade de espécies, foi mapeado que 73,7% das empresas atuam em áreas protegidas ou próximas dessas áreas. desse número, 92,9% descrevem o impacto sobre a biodiversidade e desenvolvem ações de prevenção ou mitigação e apenas 7,1% mencionam não ter qualquer iniciativa nesse sentido. O compromisso com a biodiversidade também se manifestou por meio de projetos, pois mapeou-se que 73,7% das empresas atuam na preservação da biodiversidade e na conservação ou recuperação ambiental desenvolvendo um ou mais projetos.

Emissões, Efluentes e Resíduos

diante do intenso debate acerca dos temas das mudanças climáticas e do aquecimento global, tanto no nível nacional

2. ISO 14000 é uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas.

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quanto no internacional, o cálculo e controle das emissões, bem como o estabelecimento de metas de redução dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) são elementos que interferem no risco empresarial e conferem um diferencial competitivo a longo prazo. As empresas envolvidas nesta pesquisa têm reconhecido e se engajado no tema, sendo que 52,6% delas calculam o total de emissões direta e indireta de gases de efeito estufa e 47,4% calculam as emissões de Nox3, Sox e outras emissões atmosféricas. destaca-se ainda que 63,2% das empresas têm iniciativas para reduzir as emissões de GEEs. A média de redução de GEEs, quando apresentada pelas empresas, foi de 11% em 2006.

A preocupação com a destruição da camada de ozônio, que tem o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio (1987) como principal referência, também movimentou acordos e políticas ao redor do mundo nas últimas décadas. O cálculo das emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio é feito por 26,3% das empresas participantes deste relatório.

Transporte de resíduos perigosos

Segundo o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), mais de 400 milhões de toneladas de resíduos perigosos são gerados no mundo inteiro e cerca de 10% deste total cruza as

fronteiras entre países. A Convenção de Basiléia, que entrou em vigor em 1992, estabeleceu os resíduos considerados perigosos e iniciou a discussão sobre a minimização de seu uso e transporte ao redor do mundo. O percentual de empresas participadas que transporta exporta, importa ou trata resíduos considerados perigosos nos termos desta Convenção é de 31,6%.

Engajamento na questão ambiental

demonstrando seu engajamento na questão ambiental, 84,2% das empresas participam de comitês com o governo e comunidade que discutem a questão ambiental e o mesmo percentual de empresas apóia ONGs ou projetos da comunidade que lidam com questões ambientais. O público-interno também é alvo de iniciativas de educação ambiental e campanhas para o consumo consciente de recursos naturais: 78,9% das empresas que participam deste Relatório afirmaram realizar tais atividades periodicamente.

CO N T R I B U I ÇÕ E S A M B I E N TA I S

3. Gases produzidos por fábricas e motores

e liberados para atmosfera:dióxidos de enxofre (SOx) e nitrogênio (NOx).

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Relatório social 2007

P R O J E TO S S O C I A I S

A m b I E n TA I S&

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Programas nas áreas sociais e ambientais

apoiados pelos Fundos de Pensão contribuem

com a sociedade de diversas formas. A tabela e

os relatos que seguem demonstram que, através

de parcerias com atores sociais e instituições

diversas, com criatividade e participação

ativa dos funcionários e de seus próprios

participantes, muitos Fundos de Pensão têm

feito sua parte na busca por um mundo mais

sustentável.

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PÚbLICO ALVO

Saúde 13,3% Participantes, Assistidos e ONGs, governos, Todo território nacional, dependentes e funcionários empresas Viçosa (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE)

Educação 6,7% Funcionárias, crianças Empresas, ONGs Estado do Rio de Janeiro e adolescentes (escolas de comunidades)

Desenvolvimento 20,0% Comunidades e Patrocinadora Ilha do Governador (RJ),Comunitário e instituições carentes (Empresa), ONGs e Rio de Janeiro (RJ), Inclusão Social e grupos menos outras Fundações Região Metropolitana de favorecidos Belo Horizonte (MG) e Litoral Norte da Bahia (BA)

Cultura e 6,7% Participantes ativos e Instituições de Rio de Janeiro (RJ) ePreservação do assistidos e Educação e municípios vizinhosPatrimônio comunidades Pesquisa e ONGs

Infância e Juventude 3,3% Crianças Empresas Rio de Janeiro (RJ)

Terceira Idade 33,3% Aposentados, pensionistas e Patrocinadora Região Sul (Estados do participantes acima dos (Empresa), corretora Paraná, Santa Catarina, 50 anos, instituições e e seguradora, Rio Grande do Sul e cidade comunidades carentes entidade de educação de Porto Alegre), Região e cultura, ONGs e Metropolitana do governo Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE)

Meio Ambiente 16,7% Colaboradores, participantes, ONGs e ABRAPP Rio de Janeiro (RJ) e familiares, empresas, Porto Alegre (RS) investidores e comunidade - Impacto mundial

ÁREAPARTICIP.AçãOnO TOTAL dE PROJETOS

PRInCIPAISPARCEIROS

CIdAdES Ou REgIõES

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O Projeto SEmEnTE - Serviço de Atendimento à Saúde mental realizado pelo AgROS – Fundo de Pensão da universidade Federal de Viçosa, em parceria com a divisão de Saúde da uFV, atende cerca de 60 portadores de transtornos mentais graves, por meio de uma equipe interdisciplinar. Os pacientes do “SEmEnTES” têm ampliado seus recursos psico-sociais e se estabilizado ao longo do tratamento, participando melhor das atividades propostas, e os familiares têm compartilhado suas dificuldades, desenvolvendo assim uma nova postura frente aos transtornos mentais.

O Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis) desenvolve há 13 anos o Programa de Casos Excepcionais para participantes, assistidos e dependentes em todo território nacional. O programa, que atendeu 545 pessoas em 2006, é oferecido a participantes em situações excepcionais temporárias, de difícil solução por parte dos envolvidos, gerando problemas de ordem psico-social com conseqüente interferência negativa no desempenho de suas atividades funcionais e sociais. O Programa provê remédios, aparelhos auditivos, próteses, cadeiras de rodas, etc., e as atividades assistenciais têm fonte própria de recursos, contabilizadas distintamente das receitas previdenciárias. Seu custeio decorre do pró-labore recebido da venda de seguro de vida em grupo e de seguros de automóveis. Atualmente, o Instituto busca parcerias com empresas e fornecedores

SAÚdE

a fim de que possa diminuir o custo de aquisição de alguns medicamentos e equipamentos, e com isso atender um maior número de participantes.

A Fundação Real grandeza realiza trabalho em parceria com a casa Ronald mcdonald desde 1999, através da venda de vales, que podem ser trocados por sanduíches big mac nas lojas mcdonald. Os valores arrecadados vão para o tratamento de crianças com câncer atendidas pela Instituição. Em 2006, a Real grandeza participou da VII Campanha mcdia Feliz. nesse ano, além dos vales para o mcdia Feliz, também foram vendidos produtos como camisetas, canetas e toalhas da campanha de combate ao câncer da Casa Ronald mcdonald. A parceria também demonstra que, sem utilizar recursos financeiros da Entidade, também se pode contribuir com a sociedade.

no Projeto Amor Pela Vida, liderado por uma organização que presta atendimento fisioterapêutico a vítimas de violência urbana e que sobrevivem em estado de pobreza e miséria, a Fundação Real grandeza contribui por meio da doação de cartuchos vazios. Em 2006, a Fundação doou mais de 32 itens, entre cartuchos de impressoras vazios para reciclagem, alimentos e material de limpeza e higiene, beneficiando 100 pessoas atendidas pelo Projeto.

A Fundação Real grandeza também apóia campanhas de doação de sangue. Através do seu Programa

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de Responsabilidade Social, a Fundação Real grandeza, em parceria com Furnas e o HemoRio, atuou na 2º Campanha de doação de Sangue de 2006 e na 1ª Campanha nacional de doação de Sangue. O grupo de Teatro da Fundação, chamado de “Real em Cena”, participou de uma campanha sócio-educativa e de cidadania e, através de seus meios de comunicação, mobilizou empregados, aposentados e pensionistas do grande Rio para doarem sangue. Em 2006, foram doadas 547 bolsas de sangue para o HemoRio.

O Programa de Consciência Corporal Anti-Estresse da Fundação Real grandeza realizado desde 1998, tem por finalidade minimizar agentes causadores de estresse, através de trabalhos de respiração e reeducação de postura, alongamento e exercícios para o relaxamento das articulações e musculatura, promovendo uma melhoria da qualidade de vida entre os funcionários, com conseqüente redução do absenteísmo e atrasos.

O Programa da Condição Físico Funcional, desenvolvido pela Fundação Coelce de Seguridade Social, promove exercícios físicos para assistidos voltados à potencialização de suas qualidades físicas, tais como fortalecimento muscular, coordenação motora, equilíbrio estático e dinâmico, agilidade, flexibilidade, reeducação de postura, melhoria respiratória cardiovascular e relaxamento. O Programa acontece desde 2004 na sede da Fundação, em Fortaleza.

A Fundação Real grandeza, como filiada ao COEP-RJ (Rede nacional de mobilização Social) desde 2004, vem cooperando efetivamente no Concurso nacional “O COEP e a Escola”, que agrega alunos de 5ª a 8ª séries das escolas municipais de todo o país. Em 2006 os participantes tinham como tarefa criar uma música com o tema Os Jovens e os Objetivos do milênio. no Rio de janeiro, o projeto envolveu 400 pessoas.

A Semana em homenagem ao dia Internacional da mulher acontece há 5 anos na Fundação Real grandeza e é voltada às funcionárias da Fundação e das instituições parceiras. É realizada nas instalações da Fundação, através da parceria com a CAEFE (Caixa de Assistência dos Empregados de Furnas e Eletronuclear) e Furnas. durante a semana, ocorrem palestras, debates, homenagens, mostra de projetos sociais e venda de produtos elaborados pelos projetos sociais apoiados pela Fundação Real grandeza, tais como o das mulheres Artesãs de Tubiacanga. O grupo de Teatro “Real em Cena” também apresentou o espetáculo “mulheres do Cotidiano”, criado especialmente para esse evento.

EduCAçãO

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A Caixa de Previdência dos Funcionários do banco do brasil – PREVI contribui com o desenvolvimento comunitário através do Programa berimbau que visa promover o desenvolvimento regional sustentável e a redução das desigualdades através da geração de trabalho e renda e inclusão social da comunidade do entorno do empreendimento de Costa do Sauípe, localizado no Litoral norte da bahia. O Programa já desenvolveu projetos de artesanato de piaçava, reciclagem e compostagem, agricultura familiar, pesca artesanal, turismo e educação, que já beneficiaram mais de 800 pessoas. Alguns de seus resultados são: capacitação da comunidade local, maior comercialização dos produtos desenvolvidos, conscientização ambiental e promoção de práticas ecológicas, melhoria da qualidade de vida e maior desenvolvimento comunitário.

A Fundação Real grandeza, como filiada ao COEP- RJ (Rede nacional de mobilização Social) participa junto às demais associadas do projeto de desenvolvimento local da comunidade de Tubiacanga, localizada na Ilha do governador – RJ. Há 4 anos o projeto desenvolve ações na área da saúde, cultura, lazer, profissionalização, formação de cooperativas de trabalho, orientação jurídica e inclusão digital. A comunidade possui um telecentro com 10 microcomputadores e já formou 3 cooperativas de trabalho.

O projeto gerAção da Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública (CAPESESP) é responsável pela captação de recursos financeiros, materiais e humanos, em favor de entidades carentes, tais como orfanatos, asilos e creches comunitárias. no 2º dia útil de cada mês, dia do pagamento do salário dos funcionários, circulam listas entre as divisões da empresa, coletando doações em dinheiro. As doações são espontâneas. As receitas arrecadadas são revertidas em bens e serviços para as instituições assistidas, sem distinção de credo religioso ou viés político. Existe uma comissão gestora composta por seis funcionários que avalia e acompanha as doações. O gerAção não possui cunho meramente assistencialista e, com isso, não faz doações em dinheiro. Em quase quatro anos de movimento, cerca de 2000 pessoas de 30 instituições já foram apoiadas pelo projeto.

Há 5 anos a mendesprev atua como parceira de suas patrocinadoras no Projeto Inverno Solidário, que arrecada roupas, agasalhos, cobertores e calçados novos e usados para doá-los a comunidades carentes da Região metropolitana de belo Horizonte.

A gincana da Solidariedade - Troféu gerência Solidária, promovida pela Fundação Real grandeza, envolve há cinco anos grupos gerenciais de até 32 componentes na arrecadação e doação de diversos itens para instituições que

dESEnVOLVImEnTO COmunITÁRIO& InCLuSãO SOCIAL

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CuLTuRA & PRESERVAçãO dO PATRImônIO

atendem a idosos, crianças, portadores de câncer e HIV positivo de comunidades carentes. Já foram arrecadados e doados 14.757 itens entre alimentos, material de limpeza e higiene, vestuário, cama mesa e banho, eletrodomésticos, eletro-portáteis, medicamentos e móveis. Só em 2006, a V gincana da Solidariedade arrecadou mais de 10 mil itens, 124,47% acima do ano anterior.

O projeto moradia e Cidadania busca resgatar na escola o espaço para a construção da identidade e da cidadania. Com esse espírito, a FunCEF doou 135 microcomputadores para essa entidade. Os aparelhos foram repassados a 16 escolas públicas do distrito Federal que desenvolvem programas de inclusão digital. A Ong moradia e Cidadania, uma das maiores organizações da sociedade civil de interesse público do país, tem sede nacional em brasília, e conta com 24 coordenações estaduais e 9.280 associados, além de parceiros e voluntários. Fundada pelos empregados da Caixa Econômica Federal em setembro de 2000, a Ong foi motivada pelo movimento Social de Combate à Fome e à miséria, lançado em 1993, pelo sociólogo Herbert de Souza, o betinho. A Organização desenvolve, atualmente, 250 projetos em todo o país nas áreas de educação, geração de emprego, micro-crédito, qualificação profissionalizante, educação digital, alfabetização de jovens e adultos, ações de melhoria para a moradia de famílias de baixa renda e promoção de cooperativas em economia solidária.

Funcionários da CAPESESP constituiram um grupo de teatro amador, fundado em 2003, denominado “nós em Cena”, que se apresenta em teatros, escolas, orfanatos e igrejas sem a cobrança de ingressos e já atendeu 1700 espectadores em 2006. O “nós em Cena” é patrocinado pela Associação dos Servidores da CAPESESP e tem parceria com a Academia brasileira de Letras. É solicitado aos espectadores um quilo de alimento não perecível para doar às instituições assistidas pelo Programa gerAção que capta recursos financeiros, materiais e humanos, em favor de entidades carentes.

O grupo de Teatro “Real em Cena” da Fundação Real grandeza atende 1.600 pessoas por ano entre participantes ativos, assistidos e comunidade e tem como objetivo levar cultura, lazer e informação para a sociedade. Ele realiza, há mais de 8 anos, apresentações mensais na empresa, em escolas, hospitais, asilos, orfanatos, comunidades carentes, praças públicas e empresas. Em 2006, os destaques foram as apresentações dos espetáculos “beleleu existe mesmo” e “mulheres do Cotidiano”, além da esquete “doe Sangue, doe Vida”.

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A Fundação Codesc de Seguridade Social – FuSESC, desde 2003, formula e implementa políticas de qualidade bio-psico-social e cultural junto aos participantes assistidos do Estado de Santa Catarina, com o apoio de instituições parceiras e conveniadas. Já foram beneficiados mais de 3mil participantes.

Visando o atendimento de algumas das necessidades básicas dos idosos, vítimas de AVC – Acidente Vascular Cerebral e de deficientes são doados periodicamente ao Centro Social Ana Vieira Pinto, entidade que atende idosos do morro Santa marta em botafogo, Rio de Janeiro, alimentos, material de limpeza e higiene, medicamentos, fraldas geriátricas, vestuário e calçados. O material é arrecadado através de uma caixa de coleta permanente situada na recepção do edifício sede da Fundação Real grandeza, e durante o “Arraiá” da Solidariedade, festa anual de confraternização de funcionários, assistidos e pensionistas, que conta com mais de 400 freqüentadores todos os anos.

mais de 2 mil idosos já receberam apoio da Fundação ELETROCEEE no projeto Adoção de Entidades, que beneficia instituições que trabalham com idosos em regime asilar, gerando recursos para o pagamento das despesas das entidades adotadas. As instituições são eleitas por voto direto dos participantes da Fundação ELETROCEEE. Através desse

TERCEIRA IdAdE

trabalho, a Fundação busca sensibilizar e mobilizar participantes, assistidos e colaboradores para o exercício do voluntariado. Periodicamente, o Serviço Social da Fundação visita as entidades beneficiadas para acompanhar o trabalho desenvolvido junto aos asilados. Os recursos investidos nesse projeto são provenientes de contribuições dos participantes da Fundação, com parceria da seguradora Icatu Hartford e da corretora Amauri bueno.

A Fundação Celpos estimula participantes e colaboradores a contribuírem em trabalhos voltados à cidadania. nesse contexto, surgiu a Campanha Semear, direcionada a crianças, jovens e idosos carentes da Região metropolitana do Recife. Essa campanha tem como objetivo principal valorizar trabalhos que possibilitem o crescimento e a integração social da comunidade. A primeira instituição beneficiada foi uma creche e, segundo relato da Fundação Celpos, a consciência da responsabilidade social entre participantes e colaboradores foi despertada de forma significativa.

Os Assistidos da Fundação Coelce de Seguridade Social – FAELCE desde 2004 contam com o Projeto Pipoca com guaraná, que exibe um filme uma vez por mês e traz um consultor organizacional para discutir e analisar com eles as mensagens contidas no filme. Cerca de 40 pessoas por mês participam da atividade que acontece na

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sede da Fundação em Fortaleza.

Há 10 anos o Programa de Preparação para a Aposentadoria da Fundação Corsan promove, em parceria com sua patrocinadora, um Seminário de 40 horas para participantes acima dos 50 anos visando promover a reflexão e o estímulo à construção de um projeto de vida. O Programa, que ocorre em Porto Alegre, inclui palestras e oficinas que abordam questões vivenciadas na aposentadoria, bem como suas implicações psico-sociais, despertando os envolvidos para a necessidade de planejar a aposentadoria e quanto aos novos papéis que podem ser desempenhados junto à família e comunidade nesse período.

A Fundação Corsan também participa, há 4 anos, da articulação e fortalecimento de Organizações não governamentais para a implementação das ações relativas a políticas públicas voltadas ao idoso e tem atuado no Fórum Estadual Permanente da Política do Idoso do Estado do Rio grande do Sul.

O Projeto maturidade Ativa, realizado pela Fundação Corsan em parceria com o Serviço Social do Comércio-SESC, busca formar um grupo de convivência para aposentados e pensionistas maiores de 50 anos, estimulando-os para o lazer e a realização de atividades físicas e culturais. O Projeto acontece há 2 anos no SESC de Porto Alegre.

A Fundação Real grandeza cede, há 20 anos, um espaço para a venda de produtos do unICEF - Fundo das nações unidas para a Infância. Essa cessão de espaço, localizado no Pátio do Escritório Central de Furnas Centrais Elétricas, ocorre durante algumas semanas no ano. Em 2006, as vendas aconteceram durante os bazares internos da Fundação, entre os meses de novembro e dezembro. A venda dos cartões e produtos unicef tem beneficiado milhares de crianças e a Fundação se orgulha em participar de um projeto em prol da infância e juventude do brasil.

InFÂnCIA &JuVEnTudE

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mEIO AmbIEnTE

O projeto de Educação Ambiental da Fundação ELETROCEEE tem promovido, há 8 anos, a conscientização dos colaboradores na busca de novas práticas de desenvolvimento sustentável. Seu objetivo é classificar os resíduos inertes, seco, orgânico e tóxico, e reverter o produto da venda do material reciclável em benefício de creches da periferia de Porto Alegre. Com isso, obteve-se a diminuição da produção de resíduos e sua separação correta, e mil crianças e adolescentes de comunidades carentes de Porto Alegre receberam a doação de cestas básicas e computadores.

O Programa Reciclamendes é responsável pela organização da coleta seletiva e encaminhamento de todo o material reciclável coletado para a ASmARE (Associação de Catadores de Papel, Papelão e material Reaproveitável). O programa existe desde 2004 e acontece nas empresas do grupo mendes Júnior. A mendesprev participa ativamente do programa desde sua criação.

O público beneficiado pelo projeto Consciência Ecológico Social da Fundação Real grandeza é composto de 580 cooperados da Ong “doe Seu Lixo”, que recebem os materiais recicláveis oriundos da coleta seletiva da Fundação Real grandeza. O projeto foi iniciado em 2006, sendo criada uma

comissão de consciência ecológico-social que tem implementado ações e programas para o desenvolvimento e sucesso do projeto.

Os Fundos estão se mostrando responsáveis não apenas em relação ao meio ambiente, mas também no que diz respeito ao futuro dos ativos nos quais investem, tornando-se cada vez mais parceiros de projetos que estreitam o compromisso do mundo corporativo com a proteção do meio ambiente e o crescimento sustentado. neste sentido, o Carbon disclosure Project (CdP)1 mobilizou vários Fundos de Pensão Associados à Abrapp para discutir as possibilidades de mapear e reduzir a emissão dos gases causadores do efeito estufa. A AbRAPP tem sido uma das parceiras nesta iniciativa e tem incentivado o envolvimento do setor com o CdP. O resultado na área previdenciária é um esforço coletivo que combina o empenho de empregadores, instituidores e trabalhadores que se dedicam em prol de uma sociedade mais justa e da preservação da qualidade de vida no planeta. no setor de Fundos de Pensão, fazem parte do CdP as Instituições:

• bAnESPREV - Fundo banespa de Seguridade Social

• Ceres - Fundação de Seguridade Social

• FAELCE – Fundação Coelce de Seguridade Social

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• FAPERS – Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural no Rio grande do Sul

• FAPES – Fundação de Assistência e Previdência Social do bndES

• FATL – Fundação Atlântico de Seguridade Social

• FIPECq – Fundação de Previdência Complementar dos Empregados ou Servidores da FInEP, do IPEA, do CnPq, do InPE e do InPA

• FumPRESC – Fundo multipatrocinado de Previdência Complementar de Santa Catarina

• FunCEF – Fundação dos Economiários Federais

• Fundação banrisul de Seguridade Social

• Fundação CESP

• Fundação Copel de Previdência e Assistência Social

• Fundação CORSAn dos Funcionários da Companhia Riograndense de Saneamento

• Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER

• Fundação São Francisco de Seguridade Social

• FuSESC – Fundação Codesc de Seguridade Social

• InFRAPREV – Instituto Infraero de Seguridade Social

1. Carbon disclosure Project parte de um projeto global que já se encontra no mundo em sua quarta edição e se destina a levar as empresas a reduzir a produção dos gases que são causa do efeito estufa e, conseqüentemente, contribuem para elevar a temperatura média da Terra. Com sede em Londres, o CdP é uma iniciativa que reúne mundialmente 225 investidores institucionais, responsáveis pela gestão de uS$ 31,5 trilhões, e que por meio de pesquisas atualizadas anualmente já consegue acompanhar o nível de responsabilidade ambiental de 500 das maiores corporações globais do planeta. O resultado da pesquisa permite que empresas e gestores tenham acesso a dados pertinentes às mudanças climáticas e aos consequentes impactos no mercado corporativo. no brasil, em 2006, 72% das empresas responderam ao questionário a maior parte delas relatou ter estratégia para redução de emissão de gases relacionados a projetos de ecoeficiência.

• Itaubanco – Fundação Itaubanco

• Petros – Fundação Petrobras de Seguridade Social

• Postalis – Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos

• PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do banco do brasil

• Real grandeza – Fundação de Previdência e Assistência Social

• SEbRAEPREV - Instituto Sebrae de Seguridade Social

• Valia – Fundação Vale do Rio doce de Seguridade Social

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A Responsabilidade Social é um avanço na forma como se deve gerir uma empresa. Após o início do processo de industrialização, as características do mercado passaram por muitas mudanças, obrigando as empresas a incorporar outros atributos de competitividade para poder atuar em seus segmentos: diversificação de produtos, fortalecimento da cadeia de fornecimento, ampliação da rede de distribuição, preocupação com o cliente, cuidados com o meio ambiente e, mais recentemente, a Responsabilidade Social também se tornou um atributo de competitividade. Isso ocorreu sem que, no entanto, os demais atributos fossem deixados de lado. Assim, as demandas sobre as empresas e organizações aumentaram e se sofisticaram, incorporando sempre os avanços gerenciais conseguidos até então. nesse sentido, a

Responsabilidade Social necessita, para poder ser eficiente, de todos os aspectos de uma boa gestão. no caso dos Fundos de Pensão, é necessário que estes cuidem do básico, como administrar com profissionalismo os recursos colocados sob sua responsabilidade e manter uma boa relação com seus funcionários, participantes e patrocinadoras, para, então, começar a se falar em Responsabilidade Social. Pelo que se viu neste Relatório, os Fundos de Pensão estão conscientes de suas responsabilidades básicas e as gerenciam de forma eficiente. Até por isso, conseguem avançar de forma tão vigorosa rumo à Responsabilidade Social, que irá fortalecer os demais aspectos do dia-a-dia dos Fundos de Pensão.

Para o setor, como já citado, incorporar a Responsabilidade Social em sua gestão e na análise de seus investimentos, significa amplificar a possibilidade de assegurar ganhos consistentes para os milhares de trabalhadores que confiam aos Fundos de Pensão seus recursos, para que possam usufruir de um futuro tranqüilo através da poupança previdenciária com a qual contribuem. nesse sentido, a Responsabilidade Social de um Fundo de Pensão é uma garantia adicional para o trabalhador. Este Relatório é uma forma de trazer informações relevantes à sociedade a respeito da Responsabilidade Social do setor de Previdência Complementar Fechada.

Perspectivas e desafios para a incorporaçãoda Responsabilidade Social nos Fundos de Pensão no brasil

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Quando a Abrapp decidiu promover a criação do Relatório Social das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, ela pretendia atingir, basicamente, três objetivos:

(1) Fortalecer a cultura de RSE dentro do sistema de previdência complementar, através de maior publicidade sobre o tema;

(2) Fornecer aos Fundos de Pensão uma ferramenta apropriada para a avaliação e aprimoramento do grau de envolvimento com o tema;

(3) demonstrar à sociedade o envolvimento e o compromisso dos fundos de pensão com a construção de um país sustentável.

O fortalecimento da cultura aconteceu de forma significativa, tanto pela divulgação em torno da realização do Relatório (artigos publicados na Revista dos Fundos de Pensão, e de forma eletrônica no site da Abrapp, comunicação a todas as associadas, etc.), quanto pela própria participação dos Fundos, respondendo ao questionário que originou este Relatório. Foram 60 Fundos de Pensão (21% do total de associados da Abrapp) que responderam às perguntas e contribuíram para o sucesso da iniciativa. Se analisarmos sob a ótica de investimentos, a representatividade daqueles que participaram desta primeira Edição é ainda maior: mais de 70% dos

investimentos totais do setor. Seguramente há ainda espaço para evolução, porém, caso se leve em conta que o Relatório depende de participação voluntária dos Fundos de Pensão, não se pode negar que o Relatório obteve considerável êxito. Além disso, como a equipe responsável por esse Relatório pôde verificar, o processo de resposta ao questionário foi muito participativo, envolvendo pessoas de várias áreas das Entidades. Isso foi extremamente importante, pois ajudou a fortalecer os conceitos relacionados ao tema nas Fundações. As próprias discussões sobre o que responder foram, por si só, um grande processo educativo. Portanto, consideramos que ao primeiro objetivo foi plenamente satisfeito.

Como ferramenta para avaliação e aprimoramento da prática de RSE entre os Fundos de Pensão, o questionário utilizado para gerar este Relatório apresenta perguntas, que se utilizadas de forma comparativa ao longo do tempo, poderão apoiar as Entidades no estabelecimento de estratégias para desenvolvimento do tema. Além disso, algumas das perguntas sugerem ações possíveis em termos de RSE, o que já é um instrumento de aprimoramento das práticas de gestão. O testemunho de vários Fundos de Pensão que participaram deste processo foi no sentido de sentir, a partir de agora, que existe uma ferramenta em

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Responsabilidade Social customizada para sua realidade, o que irá facilitar o processo de incorporação da RSE às suas atividades.

Como se percebe com a leitura do Relatório, o tema de RSE, apesar de ainda ser relativamente novo entre os Fundos de Pensão, tem sido avaliado e trabalhado de forma consistente por várias Entidades. um dado que explicita essa leitura é que 17% dos Fundos de Pensão já contam com mecanismos de integração da RSE em seu planejamento estratégico e cerca de 7% deles já possuem uma área específica para cuidar desse tema. Esse último dado é positivo e não deve ser avaliado de forma absoluta pois, na realidade, a maior parte dos Fundos de Pensão possui poucos funcionários, e uma área exclusiva para esse tema não se justificaria. Portanto, o universo de Fundos de Pensão com uma quantidade que permita ter uma área de RSE é bem menor, o que torna os 7% bem mais significativos.

Em termos de governança há avanços importantes, e a busca por transparência tem sido a tônica nos últimos anos. A existência de Códigos de Ética caracteriza quase 100% dos Fundos de Pensão da amostra e uma abertura constante ao diálogo com patrocinadoras e participantes também caracteriza o setor. É importante perceber que, para os Fundos de Pensão, os Códigos de Ética não se constituem em ferramentas de controle, mas sim em

instrumentos de apoio nos processos decisórios, visão que é bastante moderna em termos de gestão. nos processos de transparência e diálogo em que os Fundos de Pensão se envolvem, vale ressaltar que 19% dos Fundos que participaram deste Relatório já publicam seus balanços Sociais. Ainda, no tema governança, a prática de diálogo com stakeholders, particularmente funcionários, participantes, patrocinadoras ou órgãos de regulamentação, é bastante freqüente. Isso se percebe, por exemplo, através das pesquisas que os Fundos de Pensão fazem com seus participantes (53,4% fazem esse tipo de pesquisa), com um elevado grau de satisfação dos mesmos (83%). Por outro lado, há o desafio de abertura das Entidades ao diálogo com outros públicos, o que de fato começa a ocorrer, através de iniciativas como este Relatório. Há uma grande oportunidade de se avançar em temas sociais e ambientais no setor, através da qualificação dos representantes das Entidades, que atuam como conselheiros nas Participadas, uma vez que apenas 3,4% dos Fundos de Pensão têm ações de treinamento desse público importante.

Em relação a aspectos sociais, a questão de diversidade merece relevância, pela atenção que os Fundos de Pensão dão a esse tema. As mulheres encontram, nessas Entidades, locais que as valorizam profissionalmente, pois mais de 13%

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dos níveis mais altos da gestão dos Fundos são ocupados por mulheres, valor substancialmente maior que a média nacional, de 10,6%1. Além disso, os Fundos de Pensão têm em seu corpo funcional uma média superior de funcionários com mais de 50 anos, o que denota a valorização de profissionais de maior idade. Além disso, 12% dos Fundos de Pensão possuem políticas explícitas de valorização da diversidade. Há, porém, um aspecto da questão de diversidade que merece atenção do setor que é a questão de raça, pois a participação de negros em cargos de chefia, apesar de estar acima da média nacional, ainda não corresponde à participação desse público no corpo funcional dos Fundos de Pensão. Outro desafio é o aspecto de salários. Como se viu no capítulo referente à questão social, os salários médios de brancos ainda são quase duas vezes maiores que os de negros e, dos homens, quase 28% maior que os das mulheres. Porém, os

Fundos de Pensão estão conscientes desse desafio e mais de 17% deles já iniciaram políticas para diminuir as distâncias salariais apontadas. Ainda no aspecto diversidade, vale mencionar que os Fundos de Pensão têm valorizado a presença de portadores de deficiência em seus quadros funcionais, contratando esse público, ainda que não obrigados pela legislação.

um aspecto interessante é a questão do Voluntariado: 24% dos Fundos de Pensão possuem programas próprios de voluntários ou participam de programas de suas patrocinadoras. Os Fundos de Pensão envolvem cerca de 4,5% de seus funcionários nesses programas, o que é um valor alinhado aos percentuais brasileiros, em que 41% das empresas brasileiras, que desenvolvem programas de voluntariado, mobilizam até 5%2 de seu corpo funcional para esse tipo de ação.

1. Fonte: Pesquisa “Perfil Social, Racial e gênero das 500 maiores Empresas do brasil e suas Ações Afirmativas”, Instituto Ethos, 2005.

2. Fonte: Publicação “Pesquisa do Voluntariado Empresarial no brasil”, RioVoluntário, 2007

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das Entidades participantes deste Relatório, 5,3% possuem políticas e práticas de utilização de fornecedores locais em unidades operacionais importantes. Esse aspecto de promoção do desenvolvimento local através da compra de produtos produzidos localmente é, também, um desafio para os Fundos de Pensão, como também o são os programas de primeiro emprego, pois 10,3% dos Fundos contratam jovens de acordo com a Lei do Aprendiz, o que poderia ser ampliado.

Existe uma preocupação importante dos Fundos de Pensão com relação a seus funcionários, o que se reflete em um baixo turnover (cerca de 8%), muitos funcionários com bastante tempo de casa e insignificante número de processos trabalhistas. Além disso, essa percepção de que os Fundos de Pensão são organizações

interessantes para se trabalhar é fortalecida pelo fato de que quase a totalidade dessas Entidades inclui nos planos de saúde os familiares de seus funcionários e que existem, na maioria deles, processos de preparação para a aposentadoria.

Com relação ao aspecto ambiental, devido ao setor em que atuam e pelo porte da maioria dos Fundos de Pensão, essa é uma área onde eles se percebem como produzindo pouco impacto, o que efetivamente é verdade. Apesar dessa visão, alguns aspectos são bem trabalhados, como a preocupação com o consumo consciente (74% dos Fundos desenvolvem ações nesse tema), a coleta seletiva (43,1% dos Fundos) e o controle sobre o consumo de recursos naturais em seus escritórios. Além disso, é importante frisar que cerca de 52% dos Fundos de Pensão doam

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os resíduos produzidos ou os recursos arrecadados com a venda desses resíduos para cooperativas de catadores. O aspecto do meio ambiente assume relevância, para os Fundos de Pensão, quando avaliam o impacto ambiental das empresas nas quais investem, o que ocorre com 50% deles.

Pelos dados obtidos através de diferentes perguntas, 50% dos Fundos de Pensão já incluem tanto aspectos ambientais quanto sociais das empresas nas quais querem investir em suas análises de investimento. Ao fazer essa avaliação, a maioria dos Fundos de Pensão utiliza ferramentas próprias, e apenas 5% deles utilizam o balanço Social das empresas nas quais pretendem investir. Aqui está uma oportunidade interessante: ampliar a utilização dos balanços Sociais da empresas como fonte de informações

sobre a RSE das mesmas, na medida em que quase 80% das empresas participantes deste Relatório publicam balanços Sociais.

A Abrapp, através da publicação da 1ª Edição do Relatório Social das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, espera ter conseguido cumprir seu papel, e transmitir à sociedade a importância do setor para o desenvolvimento do brasil. Como foi dito no início, apesar de ser um tema relativamente novo para o setor, muito já foi feito. E os resultados apresentados comprovam isso, o que anima os Fundos de Pensão a, cada vez mais, trabalhar no sentido de gerir de forma ética e transparente os recursos de seus participantes e de contribuir para a construção de um país economicamente próspero, socialmente inclusivo e ambientalmente saudável.

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2007, Abrapp – Associação brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar

Todos os direitos reservados. Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

1º Relatório Social das Entidades Fechadas de Previdência Complementar

RealizaçãoAbrapp – Associação brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar

Coordenação Editorialnúcleo Técnico AbRAPP / ICSS / SIndAPP

Consultoria e TextoTerra mater Empreendimentos Sustentáveis (marcelo Linguitte, Rubens mazón e maria Tavares).

AgradecimentosAos Fundos de Pensão Petros e Previ pelo esforço e dedicação de sua equipe pela revisão do questionário que deu origem e este Relatório.

Capa e Projeto gráficoLiria Okoda - designer de Comunicação

Impressãográfica Copypress

Tiragem2.000 exemplares

Outubro, 2007.