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    RELACIONAMENTOS

    INTERPESSOAISNOSCULOXXIEOSTRESSEMOCIONAL

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    R382 Relacionamentos interpessoais no sculo XXI e o stressemo-

    cional. Marilda Lipp ; Valquiria Tricoli ... [et al.] NovoHamburgo : Sinopsys, 2014. 16x23 cm ; 240p.

    ISBN 978-85-64468-19-1

    1. Psicologia Relacionamento interpessoal Stressemo-cional. I. Lipp, Marilda. II. Tricoli, Valquiria. III. Ttulo

    CDU 159.922

    Catalogao na publicao: Mnica Ballejo Canto CRB 10/1023

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    Marilda Lipp | Valquiria TricoliORGANIZADORAS

    2014

    RELACIONAMENTOSINTERPESSOAIS

    NOSCULOXXIEOSTRESSEMOCIONAL

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    Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2014Relacionamentos interpessoais no sculo XXI e o stress emocional

    Marilda Lipp e Valquria Tricoli (organizadoras)

    Capa:Maurcio Pamplona

    Reviso: Lvia Algayer Freitag

    Superviso editorial:Mnica Ballejo Canto

    Editorao: Formato Artes Grficas

    Sinopsys EditoraFone: (51) 3066-3690E-mail: [email protected]: www. sinopsyseditora.com.br

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    Marilda Emmanuel Novaes Lipp org.). Ph.D. em Psicologia pela George WashingtonUniversity. Ps-doutorado no National Institute of Health (HIH). Exerceu o cargo de Editora--chefe da revista Estudos de Psicologia Campinas e de professora pesquisadora na PUC--Campinas, onde dirigiu o Laboratrio de Estudos Psicofisiolgicos do Stress. Diretora doInstituto de Psicologia e Controle do Stress, membro da Academia Paulista de Psicologia ePresidente Emrita da Associao Brasileira de Stress.

    Valquiria Aparecida Cintra Tricoli org.).Doutora em Psicologia como Profisso e Cincia pelaPUC Campinas. Docente e supervisora de estgios no curso de graduao em Psicologia dasFaculdades de Atibaia (FAAT), Coordenadora do Centro de Tcnicas Teraputicas e Preventivasde Atibaia (CETEPEA). Delegada do estado de So Paulo pela Federao Brasileira de TerapiasCognitivas (2013-2015).

    Alberto J. N. Ogata. Mdico e Mestre em Medicina e Economia da Sade. Presidente daAssociao Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). Membro do Board of Directors doInternational Association of Worksite Health Promotion (IAWHP). Coordenador do MBA

    em Gesto de Programas de Promoo de Sade nas Organizaes (So Camilo). Membro doConselho Editorial doAmerican Journal of Health Promotion.

    Almir Del Prette.Psiclogo, Mestre em Psicologia Clnica (PUCCAMP).Doutor pela Universidadede So Paulo (USP/SP). Professor Titular, aposentado, vinculado ao Departamento de Psicologia eaos Programas de Ps-Graduao em Psicologia e em Educao Especial. Pesquisador do CNPq(Bolsa de Produtividade em Pesquisa Nvel 1B).

    Beatriz L. Vuelta. Doutoranda em Neurocincia com aplicaes ao Campo Cognitivo. Ps--graduao em Transtorno de Ansiedade (Associao Argentina do Transtorno de Ansiedade).Professora adjunta nas Universidades de Buenos Aires, de Barcelona e de Belgrano. Secretria

    Acadmica do Instituto de Terapia Cognitiva Comportamental da Argentina (ITCC). Con-sultora da Equipe de Terapia Cognitiva Infanto-Juvenil (ETCI).

    Autores

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    Cristiano Nabuco de Abreu. Doutor em Psicologia Clnica pela Universidade do Minho Portugal. Ps-Doutorado pelo Departamento de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da

    Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. Coordenador do Grupo de DependnciaTecnolgica do Programa dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatriada Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

    Eudes Digenes Alves Canguss. Graduado em Psicologia pela Universidade de Braslia.

    Juliano Rodrigues Afonso. Ps-Graduado em Sade Mental da Infncia e Adolescncia pe-la Faculdade de Cincias da Sade. Formao em Terapia Comportamental Cognitiva peloInstituto Pieron. Docente do Centro de Tcnicas Teraputicas e Preventivas de Atibaia (CETE-PEA) e da Faculdades Atibaia (FAAT).

    Lilian Cardoso de Souza Zinn. Mestre em Sade Pblica pela Faculdade de Sade Pblica

    da Universidade de So Paulo/USP. Especializao em Terapias Cognitivas pelo Instituto dePsiquiatria do Hospital das Clnicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de So Pau-lo/USP. Atuou como psicloga no St. Andrews Hospital (Brisbane, Austrlia).

    Louis Mario Novaes Lipp. Graduao em Biomedicina pela Faculdade Integrada Metro-politana de Campinas, com habilitao em acupuntura e patologia clnica. Especializao em

    Acupuntura na Associao Brasileira de Acupuntura. Ps-graduao em Logstica Empresarialpela USP. pesquisador na rea de utilizao dos princpios de Acupuntura para o tratamentodo stress emocional e possui trabalhos publicados nesta rea. Graduando em Farmcia naUniversidade So Francisco.

    Lucia Emmanoel Novaes Malagris. Ps-doutora pela PUC de Campinas com nfase em stress

    e sndrome metablica. Doutora em Cincias na rea de fisiologia do stress e hipertenso pelaUERJ. Mestre em Psicologia Clnica na rea do stress pela PUC de Campinas. Professora doInstituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuando na Graduao e noPrograma de Ps-graduao em Psicologia. Psicloga formada pela UFRJ.

    Magda L. da Costa.Mestre em Psicologia Clnica pela Loyola University (EUA). Colabora-dora dos setores de pesquisa e tratamento do ncleo de Dependncias Tecnolgicas (telefonescelulares e Cyber-affairs) do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso(PRO-AMITI) do Hospital das Clnicas Faculdade de Medicina da USP.

    Samia Aguiar Brando Simurro. Mestre em Psicologia. Vice-Presidente da Associao Brasileirade Qualidade de Vida (ABQV). Diretora da Associao Brasileira de Psicoterapia (ABRAP).Professora do MBA em Gesto de Programas de Promoo da Sade nas Organizaes noCentro Universitrio So Camilo. Coordena treinamentos e capacitaes em wellness coachinge community coaching.

    Sheila Giardini Murta. Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade deBraslia (UnB), com estgio de doutoramento na Queensland University of Technology,

    Austrlia. Ps-Doutora pela Universidade Federal de So Carlos e University of Maastricht,Holanda. Docente no Departamento de Psicologia Clnica e no Programa de Ps-Graduaoem Psicologia Clnica e Cultura da UnB.

    Zilda A. P. Del Prette. Doutora em Psicologia Experimental (USP/SP), com ps-doutorado em

    Habilidades Sociais (UCL/EUA). Professora Titular, aposentada, vin culada ao Departamento dePsicologia da UFSCar e aos programas de Ps-Graduao em Psicologia e em Educao Especial,ambos da UFSCar. Pesquisadora do CNPq, com Bolsa de Produtividade em Pesquisa (1A).

    vi Autores

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    Sumrio

    Prefcio................................................................................................ 9

    Lucia Emmanoel Novaes Malagris

    1 Compreendendo o StressEmocional............................................. 15

    Marilda Emmanuel Novaes Lipp

    2 A Inuncia Social no Eslo de Vida.............................................. 33 Alberto J. N. Ogata e Smia Aguiar Brando Simurro

    3 Relacionamento Interpessoal na

    Adolescncia e oStressEmocional................................................ 51

    Valquiria Aparecida Cintra Tricoli

    4 Relacionamento entre pais e flhos................................................ 64

    Juliano Rodrigues Afonso

    5 Relacionamento Familiar................................................................ 81

    Beatriz L. Vuelta

    6 Relacionamentos no Ciberespao.................................................. 119

    Magda L. da Costa, Lilian Souza e Crisano Nabuco de Abreu

    7 Habilidades Sociais, Stresse Violncia no Namoro....................... 150

    Zilda A. P. Del Pree, Sheila Giardini Murta,

    Eudes Digenes Alves Canguss e Almir Del Pree

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    8 Relacionamentos Interpessoais na Empresa:

    Fonte de Stressou de Apoio?......................................................... 184 Marilda Emmanuel Novaes Lipp

    9 Relaes Interpessoais: Como Combater o StressDirio.............. 209

    Marilda Emmanuel Novaes Lipp e Louis Mario Novaes Lipp

    Concluses........................................................................................... 239

    Valquiria Aparecida Cintra Tricoli

    viii Sumrio

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    Uma nova obra desponta no Brasil, trazendo um tema extrema-mente atual e que despertar grande interesse: os relacionamentos e ostress. Quem j no pensou sobre isso vrias vezes no seu dia a dia? Quemno se sentiu estressado em decorrncia de um ou mais relacionamentosconturbados, conflituosos ou, at mesmo, montonos? Quem no teve

    um relacionamento rompido aps muito stress? Que psiclogo no seviu, muitas vezes, diante de indivduos sofrendo as consequncias de re-laes estressantes? Todas essas questes, e muitas outras que podem serfeitas, contribuiro para que esta obra atraia muitos leitores. O livro Re-lacionamentos interpessoais no sculo XXI e o stressemocional dirigido apsiclogos e a outros profissionais da rea da sade mental, bem comoqueles que sejam leigos da cincia, mas experientes cientistas da suaprpria vida e de seus conflitos interpessoais.

    A presente obra deixa claro que, antes de tudo, importantecompreender as relaes interpessoais no sculo XXI e o possvel stressemocional decorrente delas. Ao longo do tempo, os relacionamentosforam se transformando, novas demandas foram surgindo, a capacidadede tolerar foi diminuindo e, consequentemente, o stressfoi aumentando.Isto porque os envolvidos, muitas vezes, tm dificuldade em se ajustars novas demandas ou no possuem estratgias de controle do stress.

    Este assunto abordado no primeiro captulo por Marilda EmmanuelNovaes Lipp, especialista no assunto. A autora discorre sobre as rela-

    Prefcio

    Lucia Emmanoel Novaes Malagris

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    es interpessoais no sculo XXI e enfatiza como o stressmal manejado

    pode ser danoso para as relaes interpessoais, contaminando-as.A seguir, Alberto J. N. Ogata e Smia Aguiar Brando Simurroapresentam o tema da influncia social no estilo de vida. Segundo eles, ape-sar das campanhas que vm sendo veiculadas visando melhoria dos fato-res associados ao estilo de vida, no tm sido observadas mudanas signifi-cativas nos hbitos dos brasileiros. Os autores destacam que o profissionalde sade precisa considerar a interao entre os mltiplos componentesque envolvem a sade, tendo em vista uma abordagem dinmica e holsti-

    ca do indivduo, de modo a valorizar sua condio psicossocial.O relacionamento interpessoal na adolescncia foco do captu-

    lo de Valquiria Aparecida Cintra Tricoli, o qual aborda aspectos das re-laes entre os pares, os pais e os filhos, assim como a escolha profis-sional e o uso da internet. A autora indica formas de o adolescente li-dar com o stressemocional que pode acomet-lo nessa fase to cheia demudanas e de possibilidades. Ela apresenta as especificidades dessa

    etapa da vida e ressalta as expectativas impostas pela sociedade atual, asquais levam, muitas vezes, o adolescente a queimar etapas, o que podetrazer srias consequncias e contribuir para o desenvolvimento dostressexcessivo. Dentro da temtica, Tricoli enfatiza as questes sexuaise a escolha profissional. A autora tambm destaca a relevncia da ava-liao e da identificao do stressna adolescncia para que danos sejamevitados na vida dos jovens.

    Ainda enfocando aspectos relacionados aos jovens, Juliano Ro-drigues Afonso aprofunda, em seu captulo, o tema do relacionamentoentre pais e filhos no sculo XXI, ressaltando as transformaes que omundo vem sofrendo e a quantidade e a velocidade com que as infor-maes vo chegando. Ele menciona as constantes mudanas de valo-res nas diversas reas e a necessidade de adaptaes na comunicao.Como outros autores deste livro, Afonso no poderia deixar de fazermeno internet e s suas implicaes para o jovem. O autor refere-

    -se aos recursos que esta proporciona e lembra que estes podem serutilizados de modo produtivo, mas tambm podem gerar problemas

    10 Prefcio

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    Relacionamentos Interpessoais no Sculo XXI e o Stress Emocional 11

    quando utilizados de forma inadequada e indiscriminada. Outro as-

    pecto bastante interessante trazido pelo autor para reflexo a inversode poder quanto transmisso de conhecimentos e informaes na re-lao entre pais e filhos. Ele trata ainda dos limites e da postura dospais, dando sugestes e enfatizando que sempre haver a possibilidadede erros e que os pais devem desenvolver relacionamentos com quali-dade e afeto, sem deixar de lado os ajustes s mudanas do sculo XXI.

    O captulo de Beatriz L. Vuelta faz uma reviso sobre as deman-das do sculo XXI, enfatizando, principalmente, as mudanas que a

    conformao familiar vem sofrendo. A autora destaca ainda que, quan-do o stressfamiliar grande, os integrantes da famlia precisam desen-volver aes de acomodao e de adaptao. Ela apresenta as repercus-ses no cotidiano das famlias quando as estratgias desenvolvidas paralidar com as novas demandas no alcanam os resultados esperados emenciona as verses atuais da famlia, categorizando-as em trs tipos famlias didicas ou monoparentais, famlias recompostas e famlias de

    trs geraes e apresentando suas peculiaridades.Um tema que tambm foco da presente obra, o qual no pode-ria deixar de ser includo em funo de seu carter atual, refere-se aos re-lacionamentos amorosos virtuais, chamados de cyberaffairs, que envol-vem novas formas de se relacionar no sculo XXI.Escrito porMagda L.da Costa, Lilian Souza e Cristiano Nabuco de Abreu, o captulo enfatizaavariedade de estmulos que facilitam o incio e a manuteno das rela-es virtuais. Os autores lembram que, assim como h uma variedade deopes de interaes disponveis, tambm so muitas as intenes e ostipos de relacionamentos virtuais: um simples caso, encontros casuais va-riados, namoro contnuo, entre outros. So abordados aspectos relacio-nados a vrios tipos de sitese servios on-line, a dificuldades associadas, acomunicao, a fantasia e a intimidade no ciberespao. Os autores men-cionam ainda assuntos relacionados a sexualidade, confiana, traio eaos riscos a que os frequentadores das redes sociais esto expostos. Por

    fim, destacam que nem tudo ruim, dando o devido crdito aos aspec-tos positivos da tecnologia, por exemplo, o fato de aproximar pessoas.

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    Zilda A. P. Del Prette, Sheila Giardini Murta, Eudes Digenes

    Alves Canguss eAlmir Del Prette tratam de outro aspecto de extremarelevncia na atualidade: a relao entre habilidades sociais, stresse vio-lncia no namoro. Em um nico captulo, eles conseguem reunir trstemas de importncia, os quais podem estar associados e exigem com-preenso e, muitas vezes, interveno. Como os autores deixam claro,as relaes de namoro entre jovens e adolescentes nas quais existamconflitos graves e persistentes associados ausncia de estratgias ade-quadas de enfrentamento podem tornar-se uma relevante fonte de

    stressemocional. Eles descrevem dois conceitos complementares, habi-lidades sociais e competncia social, enfatizando que um bom repert-rio de habilidades sociais condio necessria, mas no suficiente,para um desempenho socialmente competente, e que os dficits de ha-bilidades sociais, juntamente com outras caractersticas pessoais, po-dem dificultar a superao do stress.Os autores associam as emoesnegativas, como raiva e ansiedade, s dificuldades interpessoais e afir-

    mam que um bom repertrio de habilidades sociais representa um fa-tor de proteo e de manejo de conflitos e de violncia no namoro.Alm disso, citam diversos problemas decorrentes de relaes nas quaishaja agresses por parte do parceiro ntimo, tais como doenas cardio-vasculares, gastrintestinais e leses, acrescentando inclusive a possibili-dade de suicdio e homicdio em consequncia de relaes de namoroviolentas entre jovens e adolescentes.

    O captulo de Marilda Emmanuel Novaes Lipp sobre relaciona-mentos interpessoais na empresa traz tona um tema de relevncia in-questionvel, uma vez que a maioria dos indivduos passa a maior par-te do dia no ambiente de trabalho. Uma obra que pretende abordar re-lacionamentos no poderia deixar de tratar do assunto, pois as dificul-dades interpessoais ocupacionais podem constituir grande fonte de so-frimento para os indivduos, afetando sua qualidade de vida e bem-es-tar geral. Ao referir-se ao cenrio atual, a autora cita a competitividade

    por bons empregos, salrios e posies privilegiadas no mundo empre-sarial, o que gera uma busca frentica por aprimoramento. Alm disso,

    12 Prefcio

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    ela enfatiza a importncia dada na atualidade competncia social,

    que a habilidade de lidar com o outro e de trabalhar em grupo. As-sim, torna-se fundamental discutir o tema e as formas de se desenvol-ver tal competncia quando esta for deficitria, o que feito de manei-ra bastante abrangente por Lipp. Os papis da cumplicidade, da acei-tao do outro, da empatia, da comunicao adequada, da colaboraoe da confiana entre os membros de uma equipe, assim como os pro-blemas organizacionais decorrentes quando tais aspectos no esto pre-sentes, so ressaltados no captulo. A autora esclarece oque dificulta as

    relaes interpessoais e descreve perfis de personalidade que podemcontribuir para um clima organizacional deficitrio ou favorvel, almde mencionar as consequncias do stressno trabalho para os emprega-dos e para as empresas. Por fim, oferece dicas para a manuteno deum bom relacionamento no ambiente corporativo, enfatizando o quedeve ser evitado e o que pode ser feito para promov-lo.

    Alm de discutir a questo dos relacionamentos em diversos

    contextos e sob diferentes prismas e sua ligao com o stress, a presenteobra ainda oferece, por meio do captulo escrito por Marilda Emma-nuel Novaes Lipp e Louis Mario Novaes Lipp, uma ampla explanaosobre o stresse as formas de combat-lo nas relaes interpessoais. Oobjetivo principal do captulo apresentar os quatro pilares de contro-le do stress, importantes tambm para sua preveno, ressaltando a im-portncia do equilbrio emocional, do exerccio fsico, da alimentaoantistress e do relaxamento e explicando as bases cientficas de todoseles ao longo do texto, o que valoriza o captulo de forma significativa.Os autores ressaltam ainda que relacionamentos, em geral, trazem ale-gria e satisfao, mas que alguns podem tornar-se fonte de angstia esofrimento. Eles destacam as consequncias do stress emocional nosmbitos fsico e mental, as quais trazem sintomas como irritabilidade,impacincia e descompromisso, que podem causar grandes prejuzosnas relaes em diversos segmentos, por exemplo, na famlia e no tra-

    balho. Enfatizam que o indivduo estressado transforma-se, frequente-mente, em uma fonte de stresspara todos ao seu redor e que isto exige

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    reflexo e autocrtica. Os autores explicam tambm como a acupuntu-

    ra pode ajudar na reduo da sintomatologia do stress.Os assuntos explorados neste livro no apenas elucidam o temaem termos tericos, mas tambm contribuem de modo prtico para acompreenso de uma diversidade de relacionamentos. Neste sentido, aobra poder ajudar as pessoas a viver melhor e a no desperdiar rela-es com potencial para serem extremamente prazerosas por muitotempo. De modo brilhante, o livro aborda os temas com aprofunda-mento, trazendo subsdios prticos tanto para terapeutas quanto para

    leigos e, assim, consistindo em uma importante contribuio cientfi-ca, acadmica e social. Sua leitura proporcionar importante conheci-mento para profissionais de sade mental psiclogos e psiquiatras ,e tambm para o leigo, que muito se beneficiar das dicas para a com-preenso e para o desenvolvimento de relacionamentos mais prazero-sos. Boa leitura e bons relacionamentos!

    14 Prefcio

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    INTRODUO

    Hans Selye, conhecido como o pai da estressologia, enfatizava ques quem est morto no tem stress. Dizia ele que o stress parte inerentedo viver e que necessrio se torna aprender a lidar de forma eficaz com

    os desafios bons e maus do decorrer da vida (Selye, 1956, 1974). Em-bora seja impossvel eliminar os estressores do dia a dia, est dentro dacapacidade humana aprender e praticar estratgias de manejo das tensesque possibilitem uma vida mais tranquila e de melhor qualidade. estaa parte mais otimista do estudo do stress: a ideia de que todos, inde-pendentemente de idade, sexo ou condio econmica, podem, a qual-quer momento, aprender a lidar melhor com as tenses da vida.

    A sociedade atual caracterizada pela sua volatilidade. Tudo mu-da, rpida e profundamente, nos dias atuais, e, como consequncia, omundo est cada vez mais estressante. Assaltos, mudanas de valores,tecnologia avanada, crescente desestruturao familiar, alteraes noshbitos sexuais, casamentos de duas casas, oportunidades de boas car-reiras, excesso de competio e muitos outros fatores externos e internoscontribuem para que se viva com altos nveis de stress. Em momentos decrise ou de mudanas, sobrevivem melhor os mais bem preparados para

    lidar com o que novo. As estratgias de enfrentamento podem seraprendidas naturalmente ou por meio de um processo teraputico.

    Compreendendo

    o StressEmocional

    Marilda Emmanuel Novaes Lipp

    1

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    16 Compreendendo o Stres Emocional

    Ainda hoje, o organismo do ser humano reage ao stress de um

    modo fisiolgico igual a de seus antepassados, do ponto de vista fisio-lgico. O stress uma reao que objetiva preservar a vida. Assim, ohomem da antiguidade ficava com o corao acelerado na hora deenfrentar as feras porque precisava fazer circular mais sangue nas per-nas e nos braos, a fim de que estes ficassem mais fortes e ele pudesselutar ou fugir. Encolhia os ombros, escondendo a jugular, com medode que o animal pulasse em seu pescoo e o matasse.

    Atualmente, nossos estressores, de modo geral, no requerem mais

    esta reao de luta ou fuga identificada por Canon (1929). Nossa luta verbal e mais sutil. Deste modo, na maioria das vezes, a reao ao stressqueainda temos no mais til nem necessria. Ela nos prepara para uma aoque j no to exigida e at condenada, como nos casos em que umataque de fria no trnsito ocorre em funo de uma reao ao stress. Estepreparo fisiolgico para agir contra o estressor de modo fsico altamentenegativo para o homem do sculo XXI, pois, devido sofisticao atual, tor-na-se necessrio enfrentar nossos oponentes com habilidades sociais. Anfase na competncia social, na assertividade, e no mais na fora fsica,portanto importante aprender a reduzir a excitabilidade orgnica originadado stresse desen volver tcnicas ou estratgias mais atuais e socialmente aceitaspara lidar com os embates da vida.

    Embora haja um componente geneticamente determinado nareao automtica ao stress, a cultura de cada momento da sociedadedefine, sem dvida, quais estratgias de enfrentamento devem ser uti-

    lizadas pelo indivduo em cada poca. de se prever que, neste exatomomento, a evoluo do ser humano, que ocorre com uma lentidoimpressionante, esteja modificando a reao antiga que os nossos ante-passados tinham ao stress. Algumas pessoas j esto lidando com ele demodo menos fsico. Outras j esto sabendo controlar as reaes aostresse no ficam por longos perodos naquele estado de luta ou fuga.Que estratgias de enfrentamento surgiro ou sero mais adequadaspara os anos vindouros depender dos tipos de estressores presentes nasociedade globalizada. A melhor estratgia de enfrentamento aquelaapropriada ao estressor do momento, aquela que fornece uma soluo

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    Relacionamentos Interpessoais no Sculo XXI e o Stress Emocional 17

    para o desafio enfrentado sem causar grandes danos para o organismo,

    sejam eles fsicos, emocionais ou sociais. Quando se tenta utilizar umenfrentamento inadequado demanda presente, o stressse manifesta. fcil entender quem vai sobreviver s mudanas to dramticas

    que esto ocorrendo. Sero justamente aqueles de ns que esto se adap-tando e mudando seu modo de reagir aos agentes estressores. isto quetorna fundamental o aprendizado de novas estratgias de enfrentamentoque nos ajudem a lidar com o stressdo mundo moderno (Lipp, 2005).O ideal seria que estas estratgias mais adequadas atualidade fossem

    aprendidas na infncia, com pais e professores. Muitas vezes, porm,estes tambm no foram treinados no manejo do stresse, logicamente,no conseguem ensinar s crianas aquilo que no aprenderam. Estalacuna, tanto em adultos como em crianas, pode ser eliminada com oaprendizado por meio de livros, de artigos, ou de um processo terapu-tico centrado nesta problemtica. Se o stress for bem compreendido econtrolado, pode, at certo ponto, ser positivo, pois preparar o orga-nismo para lidar com situaes difceis da vida. Porm, se no for con-trolado e estiver constantemente na pessoa, poder contribuir para odesenvolvimento de presso alta, enfarte, artrite, asma e doenas de pele,na rea fsica, e de ansiedade, depresso e pnico, na rea psicolgica.

    Os primeiros passos para tal aprendizado consistem em com-preender o que constitui o stress, conseguir identificar seus sintomas fsi-cos e mentais, entender suas fontes e, acima de tudo, utilizar os meiosde preveno e de reduo do stressem seu organismo como um todo,

    tanto no mbito fsico como no emocional. necessrio procurar sa-ber sempre mais sobre o stressporque a responsabilidade pela prpriavida de natureza indelegvel, portanto, no se deve encarregar os ou-tros do dever de procurar o prprio bem-estar.

    DEFININDO O STRESS

    Stress uma reao que envolve componentes fsicos, psicol-gicos, mentais e hormonais. Ela ocorre diante de qualquer desafio, po-

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    18 Compreendendo o Stres Emocional

    sitivo ou negativo, real ou imaginrio, que exija uma grande adaptao

    e que produza desgaste no organismo. Tal desgaste causado pelas al-teraes psicofisiolgicas que ocorrem quando a pessoa se v forada aenfrentar uma situao que, de um modo ou de outro, a irrite, a ame-dronte, a excite ou a confunda, ou mesmo que a faa imensamentefeliz. Qualquer situao que desperte uma emoo forte, boa ou m,que exija mudana, pode ser uma fonte de stress.

    Stress tambm pode ser definido como um estado de tensomental e fsica que produz um desequilbrio no funcionamento global

    do ser humano e enfraquece seu sistema imunolgico, deixando-osujeito a infeces e doenas. O stressresulta de uma interao entre apessoa e o mundo em que ela vive. O modo como ela percebe e inter-preta o seu ambiente , muitas vezes, o fator preponderante para deter-minar que reao ela ter. Independentemente do que causou o stress,as reaes das pessoas (mos suadas, dor de cabea, taquicardia, respi-rao ofegante, etc.) so muito semelhantes no incio do processo destress. Mais tarde, quando o stressj est em fase mais adiantada, quediferenas ocorrem, dependendo dos pontos mais vulnerveis da pes-soa. Devido ao perfeitamente integrada do stresssobre todo o orga-nismo humano, seus sintomas podem ter uma caracterizao somticaou psicolgica.

    MECANISMO DE AO DO STRESS

    Quando algo ocorre na vida de uma pessoa, causando mudanas,o corpo faz um esforo para se adaptar nova situao. As mudanasfisiolgicas associadas s reaes ao stress so processadas pelas vriaspartes do sistema lmbico. Quando um estressor excita o hipotlamo,uma cadeia de reaes bioqumicas altera o funcionamento de quase todasas partes do corpo. O sistema nervoso autnomo mobiliza o corpo para li-dar com o stress e a glndulas suprarrenais produzem adrenalina e corti-coides. Se a produo destas substncias for excessiva ou muito prolon-gada, problemas srios de desgaste orgnico podem ocorrer.

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    Relacionamentos Interpessoais no Sculo XXI e o Stress Emocional 19

    O stressmuito severo acarreta um aumento do crtex das glndulas

    suprarrenais. Estas, por sua vez, comeam a produzir corticosteroides emexcesso, especialmente cortisona, um dos hormnios responsveis pelareao de stress. A fim de produzir os corticosteroides, as glndulas utilizamuma quantidade grande de lipdios (gordura) e, portanto, depauperam-se.Os lipdios so essenciais para a sntese dos hormnios corticosteroides.Assim, quanto maior for o nvel de stress, maior ficar o crtex das gln-dulas suprarrenais e maior ser a depauperao das mesmas.

    RESILINCIA E VULNERABILIDADE

    interessante notar que algumas pessoas so mais e outras somenos propensas a desenvolver stress, dependendo de sua resilinciaaos desafios da vida. Reivich e Shatt (2002) definiram resilincia co-mo a habilidade de perseverar e de adaptar-se quando as coisas noesto bem. O conceito de resilincia antagnico ao de vulnerabili-dade. Porm, estes no so conceitos excludentes, e sim parte de ummesmo contnuo; em um extremo ficam os indivduos altamente sen-sveis, os hipervulnerveis aos eventos vitais, e no outro ficam as pes-soas altamente resilientes (Anthony & Cohler, 1987).

    Vulnerabilidade envolve a noo de que as pessoas so diferentes e,assim, reagem de modo distinto a eventos aparentemente semelhantes. Oque leva as pessoas a responder de forma to dspar uma constante rea

    de pesquisa (Freire, Lopes, Veras, Valena, et al., 2007). Uma hiptese que tal diversidade seja oriunda no apenas da constituio biolgica e doambiente social, mas tambm do mecanismo de percepo do mundo aoseu redor (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1997). O conjunto de tendnciasinatas, interagindo com as experincias de vida, gera uma matriz de vulne-rabilidades e de resistncias em propores extremamente individuais eespecficas. A interao destes fatores na vida de diferentes pessoas, emcontextos diversos, com as peculiaridades prprias de cada indivduo, re-sulta em mltiplas caractersticas e habilidades de enfrentamento s adver-sidades (Lipp, Malagris, Oliveira & Prieto, 2009).

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    SINTOMAS DO STRESS

    Alguns sintomas do stress so identificados facilmente, comomos suadas, respirao rpida, taquicardia, acidez do estmago, ten-so muscular e dor de cabea. Outros so to sutis que a pessoa s ve-zes nem os percebe. Entre os sintomas mais difceis de identificar esto desinteresse por quaisquer atividades no diretamente relacionadas causa do stress. O relacionamento entre a pessoa estressada e as outrastorna-se complicado, e ela comea a sentir-se distante dos outros emo-

    cionalmente. Outro sintoma a sensao de estar doente, sem querealmente haja qualquer distrbio fsico aparente. Ansiedade, depressoe raiva podem estar diretamente relacionadas ao stress excessivo. Re-centemente, descobriu-se que a percepo de risco tambm fica alte-rada durante perodos de stress, provavelmente porque a pessoa se con-centra muito no estressor que lhe mais importante e no se fixa noque se passa ao seu redor (Lipp et al., 2013). O Anexo A (Lipp, Mala-

    gris & Novais, 2011) apresenta uma lista dos sintomas mais comunsna pessoa estressada que pode servir de ajuda para a identificao dapresena de stress.

    O AGRAVAMENTO DO STRESS

    O processo de stressdivide-se em quatro fases: alerta, resistncia,quase exausto e exausto. Cada etapa possui caractersticas prprias esintomas tpicos:

    Alerta: nesta fase, a pessoa produz muita adrenalina e fica em es-tado de prontido para lidar com a situao que precisa enfrentar. Emboratenha taquicardia, tenso muscular e insnia, ela se sente forte e capaz. afase positiva do stress. Se a fase de alerta for mantida por perodos muitoprolongados ou se novos estressores se acumularem, o organismo entrar

    em ao para impedir o desgaste total de energia, partindo para a fase deresistncia. Nesta etapa, resiste-se aos estressores e tenta-se restabelecer o

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    equilbrio interior que foi quebrado na fase de alerta. A produtividade cai

    dramaticamente. Caracteriza-se pela produo de cortisol. A vulnerabili-dade da pessoa a vrus e bactrias se acentua. Resistncia:ocorre quando a pessoa tenta se adaptar situa-

    o, isto , tenta restabelecer um equilbrio interno. medidaque este equilbrio atingido, alguns dos sintomas iniciais de-saparecem. Esta adaptao, porm, utiliza a energia que o or-ganismo necessita para outras funes vitais.

    Quase exausto: quando a tenso excede o limite do geren-

    civel, a resistncia fsica e emocional comea a ceder. Aindah momentos em que a pessoa consegue pensar de modo claroe objetivo, tomar decises, rir de piadas e trabalhar, porm, tu-do isto feito com esforo e estes perodos de funcionamentonormal se intercalam com momentos de total desconforto. Hmuita ansiedade nesta fase. A pessoa experimenta uma gan-gorra emocional. O cortisol produzido em maior quantidadee comea a ter o efeito negativo de destruir as defesas imuno-lgicas. Doenas comeam a surgir.

    Exausto: a fase mais negativa do stress, a patolgica. o mo-mento em que um desequilbrio interior muito grande ocorre.A pessoa entra em depresso, no consegue se con centrar ou tra-balhar. Suas decises muitas vezes so impensadas. Doenas gravespodem surgir, como lceras, presso alta, psorase, vitiligo. A de-presso muito comum nesta fase.

    Sintomas do stressde acordo com as fases e a gravidade

    Os Quadros 1.1 a 1.4 apresentam alguns sintomas que as pes-soas tm relatado quando se encontram em cada fase do stress. O diag-nstico deve ser feito por um psiclogo especializado, mas os quadros

    a seguir fornecem uma noo geral do agravamento do stress(Lipp, Ma-lagris & Novais, 2011).

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    Quadro 1.1Diculdades relatadas por pessoas que se encontram na fasede alerta do stress

    Sono: Diculdade para dormir muito acentuada devido adrenalina.

    Sexo: Libido alta, muita energia. O sexo ajuda a relaxar.

    Trabalho: Grande produvidade e criavidade, pode varar a noite sem diculdade.

    Corpo:Tenso, msculos retesados. No incio da fase ocorrem taquicardia (corao disparado),

    sudorese, falta de fome e de sono, mandbula tensa, respirao mais ofegante do que o

    normal. O organismo reage em uma perfeita unio entre mente e corpo, a tenso do corpo

    encontra correspondncia na mente.

    Humor: Eufrico. Pode ter grande irritabilidade devido tenso sica e mental experi mentada.

    Quadro 1.2Diculdades relatadas por pessoas que se encontram na fasede resistncia do stress

    Sono: Normalizado.

    Sexo: Libido comea a baixar, pouca energia. O sexo no causa interesse.

    Trabalho: Produvidade e criavidade voltam ao normal, mas s vezes no consegue ter novas ideias.

    Corpo: Cansado, mesmo tendo dormido bem. O esforo de resisr ao stressse manifesta em

    certa sensao de cansao. A memria comea a falhar. Mesmo no estando ainda com

    nenhuma doena, o organismo sente-se doente.

    Humor: Cansado, s se preocupa com a fonte de seu stress. Repete o mesmo assunto, torna-se

    tedioso.

    Quadro 1.3Diculdades relatadas por pessoas que se encontram na fasede quase exausto do stress

    Sono: Insone, acorda muito cedo e no consegue voltar a dormir.

    Sexo: Libido quase desaparece. A energia para o sexo est sendo usada na luta contra ostresse

    a pessoa perde o interesse.

    Trabalho: Produvidade e criavidade caem drascamente. Consegue somente dar conta da

    rona, mas no cria nem tem ideias originais.

    Corpo: Cansado. Uma sensao de desgaste aparece. A memria muito afetada e a pessoa

    esquece fatos corriqueiros, at seu prprio telefone. Doenas comeam a surgir. As mulheres

    podem apresentar diculdades na rea ginecolgica. Todo o organismo sente-se mal. Ansie-

    dade passa a ser senda quase todo dia.

    Humor: A vida comea a perder o brilho, no acha graa nas coisas, no quer socializar, no

    sente vontade de aceitar convites ou de convidar. Considera tudo muito sem graa e as pessoas

    parecem tediosas.

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    Quadro 1.4Diculdades relatadas por pessoas que se encontram na fasede exausto do stress

    Sono: Dorme pouco, acorda cedssimo, no se sente revigorado pelo sono.

    Sexo: Libido desaparece quase completamente.

    Trabalho:No consegue mais trabalhar normalmente, no produz, no consegue se concentrar

    nem decidir. O trabalho perde o interesse.

    Corpo: Desgastado e cansado. Doenas graves podem ocorrer, como depresso, lceras, pres-

    so alta, diabetes, enfarte, psorase, etc. No h mais como resisr ao stress, a batalha foi per-

    dida. A pessoa necessita de ajuda mdica e psicolgica para se recuperar. Em casos mais graves

    pode culminar na morte.

    Humor:No socializa, foge dos amigos, no vai a festas, perde o senso de humor, ca apco.

    Muitas pessoas tem vontade de morrer.

    O QUE PODE CAUSAR STRESS

    Eventos que geram tenso mental ou psicolgica so chamados deestressores. Embora existam alguns estressores universais, que afetam a

    todos, independentemente de cultura ou de gentica, como morte, frio,calor excessivo, fome, sede e dor, h outros que impactam pessoas demodo diferente, conforme foi discutido anteriormente. Muitas vezes ummesmo evento causa reaes distintas dependendo da pessoa, devido vulnerabilidade e interpretao que cada um d ao ocorrido.

    Estressores externos

    Alguns estressores so facilmente reconhecidos. Podem ser cons-titudos de relaes mal resolvidas, perdas (sentimentais, de emprego, dedinheiro, de prestgio, etc.), dificuldades financeiras, excesso de trabalho,expectativas da sociedade, preconceitos, tratamento desigual, responsa-bilidades em demasia ou aposentadoria. Podem ser provenientes tambmde eventos positivos que exijam uma grande adaptao, como nasci-mento de filho, casamento, promoo e, at, ser sorteado na loteria.

    A gravidade do stresseliciado depender da interao de diversos atri-butos, tais como a intensidade do estressor, as estratgias de enfrentamento

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    disponveis, o nvel de vulnerabilidade pessoal, a resilincia e o momento.

    interessante notar que o momento no qual o estressor ocorre tem grandeinfluncia em como a pessoa reagir. Uma pessoa pode lidar muito bemcom uma perda em certa ocasio e no em outra, em funo das conjun-turas que esteja vivenciando. Deste modo, sugere-se que a resistncia aostressno ser sempre igual. Mesmo as pessoas mais fortes podem vir a terepisdios de stresspor estarem fragilizadas pelas circunstncias que enfren-tam na vida em determinado momento. Os estressores externos criam ten-so emocional devido necessidade de se ter que lidar com eles, mas exis-

    tem outros estressores que merecem ateno, que so de origem interna.

    Estressores internos

    Muitas vezes, no h causa aparente para a tenso mental ou fsicaque um ser humano sente. Porm, h fatores individuais que podem gerartanta, ou mais, tenso do que os estressores externos. Tais fatores so cha-

    mados de fontes internas. Alguns exemplos so: negativismo ou pessimis-mo, ideias preconcebidas, perfeccionismo, pressa, conflito sobre papis, ci-mes, obsessividade e, acima de tudo, o modo estressante de se ver o mundo.

    H pessoas que parecem possuir um radar que identifica aspectosnegativos de tudo o que ocorre. Estas pessoas criam stresscom o pensa-mento. Nem sempre os perigos ou ameaas so reais. s vezes elas ima-ginam ou interpretam uma situao como sendo perigosa ou ameaadoraquando, na verdade, ela no . Quando o perigo real e imediato, o

    organismo volta ao seu estado normal de relaxamento e os sint omasregridem assim que o perigo deixa de existir. Porm, nas situaes em queo pensamento o estressor, a fonte de stressse torna mais grave, pois elaest constantemente ativa, dentro da pessoa. Nestes casos, o organismofica em estado de stress permanentemente, diminuindo a resistncia adoenas e prejudicando a qualidade de vida. O stressque vem de dentropode ser pior do que o gerado pelos estressores externos, pois acompanhaa pessoa a cada minuto do dia e em tudo o que ela faz.

    Atualmente, um dos estressores mais frequentes a chamadadoena da pressa, uma sensao crnica de estar sempre apressado, de

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    no poder perder tempo em nada que no seja relacionado ao trabalho.

    O Anexo B contm algumas perguntas que permitem a identificaoda presena da doena da pressa.

    COMO RECONHECER O STRESSEDIFERENCI-LO DE OUTRAS DOENAS

    Como primeiro passo para evitar as consequncias negativas do

    stress, importante aprender a reconhecer seus sintomas. O Anexo A ofe-rece uma lista de possveis sintomas. Um nico no deve ser consideradocomo indicativo, mas vrios deles podem ser uma indicao da presenado stress. O diagnstico preciso s deve ser feito por um especialista.

    Em geral, a pessoa que procura um mdico especialista deixa demencionar os sintomas que julga pertencerem a outra especialidade.Por exemplo, quantas pessoas se lembrariam de dizer ao cardiologistaque esto com urticria ou diarreia? O especialista de determinadarea, por sua vez, frequentemente no faz uma avaliao de sintomasde reas mdicas aparentemente independentes da sua. Neste contexto,quantos sabem, por exemplo, que o excesso de cries, as aftas frequen-tes e os problemas de gengiva podem estar relacionados ao stress? Naverdade, muito comum que o stressno seja diagnosticado e que omal se agrave com o passar o tempo e a falta de tratamento adequado.

    A combinao de tratamento mdico e psicolgico torna-se es-

    sencial nos casos de comprometimento grave. Como vrios dos sin-tomas do stress podem ser tambm sintomas de outros problemas,principalmente de doenas cardacas, aconselhvel que um check-upmdico seja feito a fim de detectar se h problemas fsicos envolvidos. claro que, em muitas situaes, o comprometimento fsico j con-sequncia de um stressexcessivo e prolongado. Ainda assim, em casosde taquicardia, suor abundante, dor no peito e hipertenso arterial,que podem ser sinais tanto de stresscomo de um princpio de infarto, fundamental que se procure primeiramente um pronto-socorro, e,depois, se avalie se stressou no.

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    COMO PREVENIR O STRESS

    A percepo do mundo, de seus aspectos negativos e positivos, produto da aprendizagem. Se esta percepo gera stress, possvel desa-prender os maus hbitos e aprender novos valores, novos modos depensar e de encarar a vida que sejam mais positivos e que, portanto, nopermitam que o stresstorne-se excessivo. Sendo assim, uma maneira deevitar o stress pela chamada reavaliao de estressores, ou reestru-turao cognitiva, como conhecida na terapia cognitivo-comporta-

    mental. Ela consiste em ver o outro lado de cada situao, procurandointerpretar o mundo de modo mais realista, menos estressgeno.

    Quanto ao stressoriundo de fontes externas, o melhor modo dea pessoa se proteger planejando sua vida de forma que as mudanas,festividades, frias, etc., sejam bastante espaadas entre si. Tambm importante controlar a afobao e reservar um tempo para o lazer e adescontrao, lembrando-se de que a vida , essencialmente, uma tare-

    fa inacabada e que o tempo fixo, no adiantando tentar estic-locomo um elstico ele no estica e nem pode ser emprestado. Deve-seorganizar a vida em termos de prioridades e lembrar que o vencedorda corrida de camundongos continua a ser simplesmente um camun-dongo. Por mais que uma pessoa se afobe, ela no ser mais do queum ser humano como qualquer outro. Desta forma, o mais importantepara evitar o stressexcessivo conhecer os prprios limites e respeit--los. Alm disso, ter uma vida saudvel e cultivar bons hbitos de vidaprotege o organismo, assim como produz uma sensao de bem-estar.

    COMO LIDAR COM O STRESS

    Normalmente, uma pessoa capaz de sobreviver a aborre ci-mentos emocionais e at de ganhar confiana e autoestima quando

    consegue conduzir estas experincias comuns de vida de maneiraeficiente. Mas importante, para a sade mental e fsica de um indi-

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    vduo, saber lidar construtivamente com a ansiedade e a tenso quando

    elas ocorrem, especialmente se os episdios forem frequentes e severos.A seguir, so listadas algumas medidas prticas que podem ajudar. 1. Conversar sobre os problemas com algum de confiana. Isto

    geralmente ajuda a aliviar a tenso e a esclarecer o que po-deria estar causando o stress.

    2. Em situaes problemticas, parar um pouco de pensar noproblema para readquirir o controle. Dar um passeio, contarat dez, assistir a um filme e fazer uma viagem curta podem

    ser eficazes, mas deve-se estar preparado para voltar e lidarcom a questo.

    3. Se perceber que usa a raiva como uma maneira frequente deresponder s situaes desagradveis, tentar conter o impul-so, descarregando-a por meio de alguma atividade fsica, co-mo cooper, jardinagem, limpeza, tnis ou caminhada. Extra-vasar a energia retida d tempo para se preparar melhor pararesolver o problema.

    4. Caso esteja frequentemente entrando em discusses e sentindo--se obstinado, procurar admitir a possibilidade de estar errado.Se isto no for de todo possvel, tentar ouvir, com calma, o queas outras pessoas tm a dizer. Normalmente, quando se tentachegar a um acordo, os outros tambm fazem um esforo nestesentido. O resultado ser um alvio de tenso, uma soluo pr-tica que melhorar a forma como voc sente-se em relao a si

    mesmo por ter lidado com a situao com maturidade. 5. Fazer algo pelos outros. Se estiver percebendo que a atenoest principalmente focada em seus problemas, tentar desvi--la para outra pessoa ou coisa, fazendo caridade, ouvindo osproblemas de um colega de trabalho (talvez ele retribua umdia) ou ajudando algum.

    6. Fazer uma coisa de cada vez. Quando se experimenta muitatenso, at as tarefas simples parecem insuportveis. medi-da que se supera cada tarefa, nota-se que as coisas no estoto terrveis assim.

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    7. Evitar a imagem do super-heri. Vrias pessoas esperam mui-

    to de si mesmas e se preocupam constantemente por pensarque no esto alcanando tanto quanto deveriam. Apesar dea perfeio parecer o ideal, quem tenta obt-la est se con-vidando a falhar, uma vez que impossvel conviver comesta expectativa irracional.

    8. Controlar o criticismo. Em virtude das prprias necessidadese imperfeies, geralmente espera-se muito dos outros, o queleva a frustraes. Lembrar-se de que cada pessoa tem seus

    direitos de se desenvolver individualmente costuma ajudar.Procurando os pontos positivos dos outros e ajudando-os adesenvolver essas qualidades, pode-se ganhar tambm umamelhor apreciao de si mesmo.

    9. Marcar uma rotina de recreao. Vrias pessoas levam a vidamuito a srio, na qual no permitem que haja tempo para exer-ccios regulares ou para passatempos absorventes e agradveis.

    10. Caso sinta-se deixado de lado das atividades de amigos, fa-zer um esforo assertivo e tentar participar. Muitas vezes aspessoas imaginam-se rejeitadas e negligenciadas porque tm,elas prprias, se autorrejeitado devido autocrtica.

    11. Melhorar seu dilogo interior. Na maioria das vezes, a ansie-dade eliminada quando substitumos o medo do fracassopela esperana do sucesso.

    CONSIDERAES FINAIS

    impossvel eliminar o stressde nossas vidas: ele existe em todasas pessoas. Podemos, porm, evitar que o stressse torne excessivo pormeio de algumas medidas, as quais incluem uma mudana na nossaatitude perante os eventos corriqueiros e inesperados da vida, um re-gime alimentar antistresse exerccios fsicos e de relaxamento.

    A compreenso de o que o stress, de seus sintomas e de suas fa-ses pode levar o ser humano a utilizar a seu favor a fora gerada pelo

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    stressque seja inevitvel. A falta de conhecimento sobre o assunto e de

    tratamento adequado pode, por outro lado, conduzir a resultados de-sastrosos, como vrias doenas orgnicas. Ignorar o perigo de um stressexcessivo e prolongado pode ser muito prejudicial. O ideal no fugir at porque isto seria impossvel , e sim aprender a enfrent-lo demodo adequado.

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