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ipen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM SISTEMA HETEROGÊNEO UTILIZADO EM MOLDAGEM DE PÓS POR INJEÇÃO A BAIXA PRESSÃO JOÃO VICENTE ZAMPIERON Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Materiais. Orientador: Dr. Francisco Ambrozio Filho São Paulo 2001

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

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Page 1: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

ipen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE

DE SÃO PAULO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA

DE UM SISTEMA HETEROGÊNEO UTILIZADO EM

MOLDAGEM DE PÓS POR INJEÇÃO A BAIXA PRESSÃO

JOÃO VICENTE ZAMPIERON

Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Materiais.

Orientador: Dr. Francisco Ambrozio Filho

São Paulo 2001

Page 2: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES Autarquia associada à Univers idade de São Paulo

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM SISTEMA HETEROGÊNEO UTILIZADO EM

MOLDAGEM DE PÓS POR INJEÇÃO A BAIXA PRESSÃO

JOÃO VICENTE ZAMP1ERON

Tese apresentada como parte dos requis i tos para obtenção do grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear -Mater ia i s

Orientador : Dr Francisco Ambrozio Fi lho

SÃO PAULO

2001

,ÜMIS*A0 rwAW,1VUi U t h t K U » * N U C U A H / S f m-C*

Page 3: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

1

"O verdadeiro desafio, não é vencer barreiras científicas e tecnológicas,

mas sim, a resistência ao trabalho em grupo, gerado pelo ego e pela

vaidade do ser humano

J. V. Zampieron

Page 4: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

ii

A Sonia, Ian e Alan,

DEDICO

oM.S^AÜ UmL.GN; t L t t U L I t O i A N Ü C L Í . A H / Ü P l l - i *

Page 5: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

iii

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Francisco Ambrozio Fi lho, pela conf iança , so l ic i tude , e amizade ,

sempre demonst rados .

Aos in tegrantes do Laboratór io de Meta lurgia do Pó do IPEN: Edval ,

Frankl in , Henr ique , Edmara , Fernando Cambiucc i , Rodr igo, Alan, Aroldo ,

pela amizade.

Ao Sr. Roni ldo Menezes pelos conselhos , e ao Sidnei J. Buso, pelo

incent ivo nos tempos d i f íce is .

Aos in tegrantes do Laboratór io de Meta lurgia do Pó do IPT: Dr. Daniel

Rodrigues , Dr. Fernando Landgraf , Cida, Israel e Emil ia , pela cord ia l idade

com que sempre me receberam, e val iosa a juda .

Aos integrantes do Centro de Processamento de Pós-CPP-IPEN: Car los A.

Beraldo, Pedro Pinto Frei tas , Oswaldo A. Araújo (Cardoso) , Renê R. de

Oliveira , Marcelo A. de Oliveira , Edson de Jesus e Edi lson de Jesus, pela

a tenção e d isponibi l idade.

Ao Dr. Jesualdo Luis Rossi , por todas as sugestões e co laborações técn icas

indispensáveis e, acima de tudo, pelo prof i ss iona l i smo e caráter .

Ao prof. Dr. Alois io Nelmo Klein, prof. Dr. Paulo Wendhausen , Luis

Maur íc io M. Resende, do Laboratór io de Mater ia is da Univers idade Federal

de Santa Catar ina, pela forma cordial com a qual sempre fui recebido.

Page 6: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

iv

Ao prof. Dr. Lírio Schaef fe r , Dr. Rodinei Medeiros Gomes, Dra. Cr is t ine

Machado Schwanke, Eduardo Cris t iano Milke, André Ricardo Mi lke e

Marcelo Rei , do Laboratór io de Transformação Meta lúrgica da Univers idade

Federal do Rio Grande do Sul, pela a juda inest imável e amizade.

Ao prof. Dr. Carlos Arthur Ferreira e a Márcia do Labora tór io de Mater ia is

Pol ímeros da Univers idade Federal do Rio Grande do Sul, pela a tenção.

Ao prof. Dr. Amadeu Logarezzi da Univers idade Federal de São Car los ,

pelas sugestões e colaboração no início deste t rabalho.

A todos do Labora tór io de Cerâmica do IPEN, pela colaboração nas anál ises

té rmicas , e de par t ículas .

À Dra. Natal ia Scherbakoff pelas anál ises térmicas rea l izadas nos

laboratór ios da Rhodia.

Ao Hidetoshi (Hidê) do Labora tór io de Mater ia is Magnét icos do IPEN, pela

a juda nos fornos de s inter ização.

À Sarita Montagna do Laboratór io de Microscopia da COPESP-Mar inha ,

pelas anál ises microscópicas , e ao Odaír D. Rigo, pelas d iscussões técnicas

e apoio.

À toda equipe do Labora tór io de Carac ter ização Tecnológica da Engenhar ia

de Minas da Pol i -USP, pela cordia l idade com que sempre fui recebido.

À secretár ia do Centro de Tecnologia de Mater ia i s , Marlene de Fát ima P.

Marcel ino , pela sol ic i tude e a tenção durante todos esses anos.

;OMlSSAC KACíCNtL U i EfcfcKGIA NUCLfcAN/SP

Page 7: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

Às secretár ias da pós-graduação: Vera L. M. Garcia, El iana L.G. dos

Santos, Ilze Puglia e Ana M.C. P. Benassi , por toda a a tenção e gent i lezas

pres tadas .

Ao Sr. Fernando J. F. Morei ra , chefe da Divisão de Ens ino , pelo apoio e

pela presença constante f rente aos órgãos f inanc iadores .

Aos amigos: Paulo H. Garzon, Dannylo A. Almeida, Marcos Aurél io M.

Moura , Marcos Banik de Pádua, Vandré D. Veni te l l i , André L. S. Masson,

Cornél io H. Suuchi, Tiago e Luis, por todos esses anos de amizade e

incentivo.

Ao CNPq, pelo auxí l io f inancei ro .

OBRIGADO A TODOS

Page 8: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

VI

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICAS DE UM SISTEMA

HETEROGÊNEO UTILIZADO EM MOLDAGEM POR INJEÇÃO A BAIXA PRESSÃO

João Vicente Zampieron

RESUMO

O processo de moldagem de pós por in jeção é uma tecnologia recente , que oferece como vantagens a alta produção de peças de geometr ia complexa com baixo custo, dispensando operações secundárias de usinagem. A presente tese centrou-se na injeção em baixa pressão de massas const i tu ídas de pós metál icos grosseiros. Tal processo inicia-se com a composição da massa, que é a combinação de pós de metal com l igantes orgânicos , obedecendo os seguintes passos: injeção em moldes, ret irada dos l igantes, s inter ização e, se necessário, operação de limpeza. Para a formulação da massa injetável é imprescindível a caracter ização dos pós, o que é pouco di fundido na l i teratura e traz muita controvérsia entre autores. Neste t rabalho foi util izado num primeiro momento um conjunto de caracter izações para pós f inos ( tamanho máximo de part ículas abaixo de 25 ^m) de aço inoxidável AISI 316 L. Poster iormente, fez-se a caracter ização reológica das massas const i tuídas desses pós, em equipamentos d i ferentes , a fim de se encontrar o mais adequado para o processo de moldagem de pós por in jeção a baixa pressão. No processo, a massa tem que apresentar um compor tamento de baixa viscosidade e, como pode ser observado, nem todos os reômetros são sensíveis para detecção de viscosidade muito baixa. Os resul tados da caracter ização f ís ica foram correlacionados entre si e com a caracter ização reológica, com o propósito de encontrar concordância entre seus valores. Finalmente, buscou-se a possibi l idade de injeção de massas const i tu ídas de pós metál icos grosseiros, atomizados a gás e a água; o que apresenta como principal vantagem, a redução de custos para o processo. Segundo a l i teratura, somente pós infer iores a 25 fim são possíveis de serem inje tados . Contudo, part indo-se do conjunto de caracter ização f í s ica de par t ículas e reológica de massas, pode-se chegar a formulação de uma massa adequada para pós grosseiros, caracterizados por part ículas infer iores a 45 jim. Salienta-se que houve necessidade de alterar muito a massa, ou seja , t rabalhar com muita cera, o que levou a uma condição pouco estável . Contudo ver i f icou-se que massas const i tuídas de pós metál icos a tomizados a gás são injetáveis , embora resultem em peças com um alto nível de porosidade, enquanto que pós atomizados a água não apresentaram condições de trabalho, sendo portanto, descartados.

••OMISSÃO NAC.CN/-1 Lit thtKUlA N li CL t AH / SP

Page 9: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

vii

PHYSICAL CHARACTERISATION OF PARTICLES AND RHEOLOGICAL OF A

HETEROGENEOUS SYSTEM USED IN LOW-PRESSURE INJECTION MOULDING

João Vicente Zampieron

Abstract

The powder inject ion moulding process is a recent technology, which of fe r s as advantages a high production of complex geometry metal parts , with low cost, where secondary operat ions of machinery are unnecessary. The main of this thesis was centered on a coarse powders feedstock inject ion. The process begins with the composition of the mass, that is the combination of metal powders with organic binders. The fol lowing steps succeed inject ion in moulds, debinding, sintering and, if necessary, cleaning. For the formulat ion of the feedstock it is indispensable the character isat ion of the powders. This is l i t t le mentioned in the open l i terature and brings up controversy among authors. At f i rs t , a series of powders character isa t ions of AISI 316 L stainless steel (below 25 jam) was adopted. The next step was to character ise the rheological behaviour of the feedstock using d i f ferent rheological apparatus, so as to f ind the most appropriate equipment to the low-pressure powder inject ion molding process. The mass has to present a favourable rheological behaviour , which is low viscosity. The resul ts of the physical character isat ion were correlated among themselves and with the rheological characterisat ion. This was undertaken with the purpose of f inding agreement among their values. Finally, the possibili ty of inject ion of water and gas a tomised stainless steel coarse powders feedstock was studied. This presents as main advantage, the reduction of costs for the process. According to the l i terature, only powders with size below 25 pm are possible to be in jected. Hence, starting from the physical character isat ion of par t ic les and rheological character isat ion of the feedstock, the formulat ion of an appropriate mass was found for the coarse powders. These coarse powders were character ised by part icles below 45 fim. In this case it was necessary to alter drast ical ly the feedstock composit ion, using high amounts of wax, which lead to unstable rheological condit ions. But, it was ver i f ied that feedstock const i tuted of coarse metall ic powders which were gas atomised, are injectable , although, these powders resulted in samples with a high porosity level, while, coarse water atomised powders did not present work condit ions, being therefore , discarded.

Page 10: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

viii

SUMÁRIO

Página

DEDICATÓRIA 1

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

1 - INTRODUÇÃO 1

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7

2.1 Histórico 7

2.2 Moldagem de pós por injeção 8

2.3 Obtenção dos pós metálicos 12

2.4 Aço inoxidável AISI 3I6L 14

2.5 Caracterização fisica de partículas 15

2.6 Ligantes 21

2.7 Composição da carga 23

2.8 Formulação de carga para MPI 24

2.9 Densidade de carga para injeção 25

2.10 Caracterização reológica 28

2.11 Injeção 35

2.12 Retirada do ligante 37

2.13 Sinterização 39

3 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 43

3.1 Metodologia apl icada 43

3.2 Mater ia is ut i l izados 45

3.3 Equipamentos 46

3.4 Métodos de anál ise 48

.OWSSAG KAÚCNK Gt ÉfctKGiA ttüCLfc »\i"< / SF iftfc

Page 11: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

3.5 Injeção de peças 58

3.6 Retirada de ligantes 60

3.7 Sinterização 61

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 62

Parte A . Sistemas heterogêneos pós finosfinferior a 25}j,m) 62

4.1 Caracterização física de pós metálicos e correlações 62

4.2 Caracterização de ligantes 70

4.3 Caracterização reológica de massas 73

4.4 Estudo reológico de um sistema considerado injetável 88

4.5 Injeção de peças 90

Parte fí. Sistemas heterogêneos — pós grosseiros(inferior a 45jum)—95

4.6 Caracterização física das partículas 95

4.7 Caracterização reológica das massas constituídas de pós metálicos

atomizados a água e a gás 101

4.8 Sinterização e propriedades mecânicas 104

4.9 Considerações finais 105

5 - CONCLUSÕES 106

5.1 Quanto às caracterizações físicas de partículas 106

5.2 Quanto à caracterização reológica das massas 107

5.3 Quanto ao sistema heterogêneo - pós finos 109

5.4 Quanto ao sitema heterogêneo - pós grosseiros 111

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS 113

7 - Sugestões para futuros trabalhos 125

Page 12: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

1

1. INTRODUÇÃO

A moldagem de pós por in jeção (MPI) é um processo de

conformação , que envolve uma mistura de pós com l igantes cons t i tu in tes

orgânicos , in jeção , re t i rada do l igante e s inter ização. A grande vantagem

deste processo é que proporciona aos mater ia is metá l icos , cerâmicos ou

compósi tos , a mesma versat i l idade, no que se refere à confo rmação

observada nos mater ia is te rmoplás t icos produzidos por in jeção . O

principal aspecto é poss ibi l i tar a fabr icação de peças com fo rmatos

complexos , valendo-se da alta produt iv idade e elevado grau de

automação ver i f icados nos processos de in jeção (JONHSON, 1997; M &

M, 1997, COHRT, 1999).

A moldagem de pós por in jeção permite produção em série de

peças de alta precisão e complexidade de forma, abr indo um novo

hor izonte de soluções de engenhar ia e pro je tos , poss ib i l i tando obtenção

de peças complexas, até então inviáveis pelos processos d isponíve is ,

incluindo a compactação e a s inter ização. Outro aspecto impor tante é o

acabamento super f ic ia l , que pode dispensar a usinagem poster ior

(Op.ci t ) .

Uma outra vantagem confer ida por esta técn ica , vem a ser a

fabr icação de peças que apresentam, devido a alta taxa de produção , uma

minimização de custos. Porém, nessas peças de geometr ia complexa , os

problemas relat ivos às d imensões tais como: empenamento , cont rações ,

var iações em determinadas secções sejam t ransversais ou longi tudina is ,

ainda não foram tota lmente resolvidos (MARTYN, 1999; MANGELS,

1994).

:OMiSS£C lUC-GNM I ' f t totKGIA N U i / i t A M / S F

Page 13: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

2

Segundo JOHNSON (1997), na América do Nor te es t ima-se a

exis tência de um mercado de 100 milhões de dólares , e por vol ta de 40

empresas produzindo peças u t i l izando o processo MPI. É impor tan te

ressa l tar ainda, que tal processo, tem como pr incipais áreas de ap l icação ,

as industr ias de computadores e impressoras , indust r ias au tomobi l í s t i cas

e aeronáut icas , máquinas regis t radoras e copiadoras , máquinas têx te i s ,

indúst r ias de armas leves, indústr ias e le t rônicas , de e le t rodomés t icos e

de comunicações , disposi t ivos médicos , odonto lógicos e ópt icos , e

ins t rumentação de modo geral (GERMAN, 1990).

O processamento por MPI envolve, além da mis tura do pó com o

l igante pol imér ico , e in jeção , outras etapas que se compõem de re t i rada

de l igante, que pode ser térmica e/ou química , e s in te r ização .Tal

processo ut i l iza os mesmos equipamentos usados pela indústr ia de

t rans formação de plást icos.

No processo de moldagem existem duas poss ib i l idades de

produção de peças: uma à alta pressão, j á bas tante explorada e

conhecida , e outra à baixa pressão, ainda pouco divulgada. Até o

momento a l i tera tura tem se concentrado na moldagem de pós metá l icos

por in jeção a alta pressão, enquanto a baixa tem sido explorada com pós

cerâmicos .

As formulações de cargas e teorias de moldagem de pós metá l icos ,

são vol tadas para a alta pressão. No entanto, o processo a baixa pressão

apresenta perspect ivas muito posi t ivas no tocante a produção de peças

metál icas , o que requer um conhecimento mais p ro fundo das

carac ter í s t icas f í s icas do pó e reológicas da massa, para que se possa

produzir massas metál icas in je táveis .

Page 14: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

3

Tais massas se caracter izam pela baixa v iscos idade, onde poucos

reômetros apresentam sensibi l idade para sua detecção. Por tan to , vale

sal ientar , que esta é uma questão que se coloca de forma inexplorada

pela l i teratura .

Alguns autores , como MARTYN (1999) , e MANGELS (1994) ,

mostraram que há mais benef íc ios no processo de in jeção a baixa

pressão, do que na alta, tais como a diminuição de vazios , a redução de

empenamentos e de t r incas , após ret i rada de l igantes , e durante a

s inter ização. Tais fenômenos , observados a alta pressão, são decorrentes

de tensões induzidas durante a in jeção da massa na matr iz . O grande

desaf io por tanto, está no desenvolv imento do processo de baixa pressão ,

pois, o custo das matr izes , a manutenção e a s impl ic idade operac ional do

equipamento em relação à alta pressão, são compensadores .

A carac ter ização prévia, torna-se de fundamenta l impor tânc ia , pois

vai def in i r o sucesso no processo f ina l , pr inc ipa lmente no tocante á

formulação da carga inje tável . Neste sentido, o propósi to deste t raba lho ,

foi produzir peças de aço inoxidável AISI 316 L, u t i l izando-se pós f inos ,

a tomizados a gás, e grossei ros , a tomizados a água e a gás. Este es tudo

pre tende contr ibuir para produção de pós de alta tecnologia que deverão

ser preparados por centros de pesquisas e indústr ias .

Quando se ut i l iza o processo a alta pressão, procede-se a uma

prévia mistura fora da inje tora , para uma poster ior in jeção , visto que

para este processo, o equipamento não permite que a massa seja

preparada em seu inter ior , o que se caracter iza em desvantagem em

relação a baixa pressão. Neste sentido, o t rabalho pre tendeu encontrar

vínculos que es tabeleçam conexões entre todas as carac ter izações f í s icas

dos pós metál icos ut i l izados, e a carac ter ização reológica da massa , de

forma a ot imizar um sistema de l igantes , permi t indo a produção de peças

Page 15: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

4

de aço inoxidável , u t i l izando o processo de moldagem de pós por

in jeção , à baixa pressão.

Para o processo de baixa pressão, uma vez a t ingidas as

propr iedades ideais de mistura, são regulados os parâmetros de in jeção ,

isto é, tempera tura , tempo e pressão de injeção; e assim a moldagem é

e fe tuada , sendo que a peça obt ida, é denominada de corpo a verde. Este

t rabalho pretende contr ibuir na consol idação do conhec imento dos

mater ia is u t i l izados neste processo. As cor re lações entre os parâmet ros

f í s icos , e entre esses e os reológicos foram cons ideradas , a f im de

contr ibui r para os possíveis a jus tes nas var iáveis do processo.

Os obje t ivos da presente tese se pautaram nos seguintes aspectos:

1. Propor um conjunto de procedimentos para carac te r izações f í s icas de

pós metál icos . O ponto de part ida foi a busca do agente d ispersante

para a anál ise da dis t r ibuição do tamanho de par t ícula - um dos i tens

de caráter inédito no corpo da tese , visto que não há menção em

l i teratura .

Neste item, também se propôs, a corre lação entre a área de super f í c ie

espec í f i ca , tamanho médio de par t ícula , teor de umidade, morfo log ia

das par t ículas e dens idades solta, bat ida, h idros tá t icas e p icnomét r ica ;

a fim de es tabelecer conexões entre estas, con t r ibu indo na

normat ização para a metodologia de carac ter ização de pós metál icos .

2. Estudar o compor tamento reológico de s is temas he terogêneos ,

cons t i tu ídos de pós de aço inoxidável AISI 316 L, e um con jun to de

l igantes (pol ie t i leno de baixa densidade, cera de carnaúba , cera

microcr is ta l ina e para f ina) de composição es tabe lec ida , a t ravés do

modelo de carga crí t ica.

Page 16: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

5

Uti l izou-se três d i ferentes reômetros para ve r i f i ca r aquele que

apresenta melhor resposta para as massas ut i l izadas no processo de

baixa pressão.Tal procedimento , teve como obje t ivo de te rminar a

melhor formulação para ser ut i l izada no processo de MPI, à ba ixa

pressão.

3. Produzir massas const i tu ídas de pós metál icos grosseiros a tomizados

a água e a gás ( tamanho de par t ículas super ior a 20 jum), de

formulações in je táveis no processo MPI à baixa pressão. Para a t ingir

o próposi to , ut i l izou-se como fe r ramentas , os conhec imentos obt idos

através das carac ter izações f í s icas de par t ículas apresentadas no i tem

1, e do estudo do compor tamento reológico de massas cons t i tu ídas do

mesmo sis tema de l igantes , apresentadas no item 2.

A l i te ra tura tem f r i sado que somente pós com carac te r í s t icas f inas

( tamanho de par t ículas infer ior de 20 jim) são possíveis de serem

inje tadas . Este é outro aspecto inédi to da presente tese, no tocante ao

processo de moldagem por in jeção de pós metál icos a baixa pressão.

Para at ingir tais obje t ivos , o presente t rabalho foi rea l izado em dua

etapas. Num primeiro momento foi ut i l izado pós metá l icos cons t i tu ídos

de tamanho de par t ículas infer ior de 20 ^im em concordância com a

l i teratura . Após def in i r parâmetros de carac ter ização f í s ica de par t ícu las ,

ta is como: d is t r ibu ição de tamanho de par t ícula , área de super f íc ie

espec í f i ca , geometr ia , e tc , as massas para in jeção foram preparadas e

carac ter izadas do ponto de vista ro lógico, com o intui to de es tabelecer o

equipamento mais adequado e respect ivas fa ixas de v iscos idades e taxas

de c isa lhamento para o sis tema heterogêneo adotado (pó metá l ico mais

l igantes) .

Somente após a primeira etapa, buscou-se a u t i l ização de pós

metál icos grosseiros , carac ter izados por par t ículas abaixo de 45 jxm,

Page 17: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

6

atomizadas a gás e a água. A etapa inic ia l , foi tomada como re fe renc ia l

tanto no que diz respei to a carac ter ização f ís ica de par t ículas , como a

reológica das massas na busca de condiçoes de in je tab i l idade para o

s is tema consi t i tu ido de pós metál icos grosseiros .

Page 18: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 Histórico

Em 1920, teve início a técnica de moldagem de in jeção de pós

cerâmicos , na fabr icação de velas de ignição, vindo pos te r iormente a ser

subst i tu ído, pela prensagem isostát ica (SCHWARTZWALDER, 1994).

Em 1950, a União Soviét ica aplicou o processo comerc ia lmente ,

para obtenção de peças cerâmicas , e somente após 1960, o in teresse por

este processo se consol idou devido, pr inc ipa lmente , ao desenvolv imento

de rotores de turbinas automotivas , de fabr icação inviável por qua lquer

outro processo.

Em meados da década de 70, a técnica começou a ser u t i l izada

com obje t ivos de obtenção de formas pequenas e complexas para

mater ia is metál icos .

O diagrama de Venn, i lus t rado na Figura 1, apresenta um

esquema de seleção para apl icação do processo de in jeção. As três

cons iderações básicas , são expressas por círculos. A in te rcecção dos três

c í rculos , é a área mais atrat iva para a apl icação do processo de

moldagem de pós por in jeção (EDIRISINGHE, 1986; GERMAN, 1990;

MANGELS, 1994).

Page 19: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

8

Figura 1 - Diagrama de Venn ilustrando a melhor aplicação do

processo de moldagem por injeção (GERMAN, 1990).

2. 2 Moldagem de pós por injeção (MPI)

A metalurgia do pó está avançando em todos os se tores e entre eles

está a moldagem de pós por in jeção (MPI). Tal técnica permite obter

peças de geometr ia complexa em grande quant idade a custo compet i t ivo .

A tabela 1 mostra de forma comparat iva as vantagens econômicas e

as propr iedades de mater ia is obt idos via MPI e por outros processos .

Segundo os dados, a redução do custo final pode ser s igni f ica t iva (M &

M, 1997).

Page 20: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

9

Tabela 1- Quadro comparat ivo de processos de confo rmação

(M & M, 1997).

Caracter ís t icas Usinagem MPI Fund.de

Prec isão

Metal , do Pó

convenc iona l

Dens idade (%) 100 98 100 85

Alongamento alto alto médio Baixo

Resist . Tração al ta alta al ta Baixa

Dureza alta al ta alta Baixa

Complexidade

de forma

média alta média Baixa

Acab. Da

super f íc ie

alto al to médio Baixo

Custo alto baixo médio Baixo

Volume de

produção

baixo al to médio Alto

A principal vantagem da MPI está na capac idade do processo

produzir componentes acabados com a forma def in i t iva ("net shape") sem

necess i tar de operações secundárias extensivas , que elevam o custo do

produto. O processo de in jeção, como já foi escr i to , é s imilar àqueles

usados para moldagem de pol ímeros. Consis te em pós metá l icos ou

cerâmicos combinados com l igantes orgânicos e in je tados em moldes

com formas pré def inidas . Passos subsequentes envolvem remoção des tes

l igantes , que é uma etapa cr í t ica do processo, e pode ser de via química

ou té rmica , seguida por s in ter ização (HOLME, 1993, HENS & LEE,

1989).

Page 21: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

10

O processo pode ser dividido em alta pressão (pressões usuais em

torno de 60 MPa) e baixa pressão ( até 0,7 Mpa) (MANGELS, 1994;

MARTYN, 1999). Para ambos os casos, são dese jáve is pós metá l icos

f inos const i tu ído por par t ículas de geometr ia es fér ica , in fer iores a 20

pm. Isto, para que haja um melhor compromisso quanto a molhabi l idade

dos pós pelo l igante , e homogeneidade do mater ial .

A mistura é aquecida até formar uma massa pas tosa , que é in je tada

sob pressão num molde fechado. A pressão na cavidade produz uma

dis t r ibuição de densidade homogênea na moldagem, que pode ser ret ida

durante a s inter ização, se o processo for cuidadosamente controlado.

Quanto aos l igantes , pode-se notar que exis te uma grande

var iedade sendo ut i l izada. A escolha do l igante deve levar em conta as

carac ter í s t icas dos pós, as propr iedades reológicas da mistura e7

pr inc ipa lmente , o método que será empregado na sua ext ração, a qual

representa uma parte cr í t ica do processo.

Em geral , a l i teratura não cita dados re la t ivos à l igantes e as

poss ib i l idades de misturas entre estes, e entre estes e os pós metá l icos ,

u t i l izados no processo a baixa pressão. As formulações , são em geral ,

fe i tas para o processo de alta pressão. Assim, no presente t raba lho , este

se torna um item a ser t ra tado do ponto de vista reológico (GERMAN,

1990; ZAMPIERON et al. , 1999a; 1999b).

A in jeção de pós metál icos é adequada para peças pequenas (até

20 mm) com formas complexas, com tolerâncias d imensionais da ordem

de 0,3 % da dimensão nominal da peça, embora alguns autores tenham

repor tado peças com dimensões maiores. Com um processamento mais

prec iso , é possível obter peças com 0,1 % da to lerância d imensional

(JOHNSON, 1992; GONÇALVES & PURQUÉRIO, 1996).

TWLSSAO NTCICKFIT C>£ F.NERGIA N U C L E A H / S P »HTÍ

Page 22: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

11

Os pós para moldagem por in jeção devem apresentar carac te r í s t icas

muito espec í f icas , ou seja , devem ser f inos , e o tamanho máximo de

par t ículas deve ser infer ior a 20 um, ar redondados e com d is t r ibu ição

b imodal , segundo pesquisadores como GERMAN & BOSE (1997).

Os pós obt idos através de a tomização a gás são de maior in teresse

por sa t i s fazerem os requis i tos de dimensões e geometr ia , como exposto

anter iormente , mas segundo a l i tera tura , a a tomização a água, vem

despontando como técnica a l tamente viável na produção de pós de baixo

custo, embora não haja consenso quanto a este fa to ( JOHNSON, 1992;

NYLUND et al . , 1995; SAVAGE & GRINDER, 1992; SCHLIEPER et al . ,

1992).

A MPI pode ocupar hoje , um espaço na indúst r ia , onde podem ser

combinados lotes médios de produção, ou lotes grandes com peças de

complexidade mui to elevada. As rotas inic ia is de entrada da MPI são os

mercados de peças mic rofund idas , e pequenos componentes da moldagem

de pós convencional , com operações secundár ias como as de usinagem.

Até o momento não há menção na l i tera tura , com t raba lhos com

pós de granulometr ia acima de 20 jum, e este será aspecto central a ser

t ra tado neste t rabalho, pois proje ta perspect ivas no sent ido de redução de

custos, que é uma das preocupações das indústr ias l igadas a este assunto .

Uma var iedade muito grande de l igantes , que podem ser

considerados como sendo misturas de const i tu in tes orgânicos de

d i fe ren tes pesos moleculares , tem sido ut i l izada. A escolha do l igante

adequado deve levar em consideração as carac ter í s t icas f í s icas e

químicas do pó metá l ico , as propr iedades reológicas da mis tura (pó

metá l ico mais l igante) , e pr incipalmente o método que será empregado na

Page 23: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

12

etapa de ret i rada do l igante , ou seja, térmica ou te rmo-química (CHUNG

et al. 1990; CAO et al. 1991).

A homogeneização da mistura é determinante para a obtenção de

peças sem defei tos . Segundo RAMAN et al, (1993) , vár ios mis turadores

podem ser ut i l izados tais como; mis turadores do t ipo Z, p lane tá r io ,

ext rusoras de rosca simples ou dupla. Caso não haja uma d is t r ibu ição

homogênea de l igantes na massa, a peça in je tada vai apresentar

empenamento durante a s in ter ização (ERICKSON & AMAYA, 1993)

Os ciclos de s inter ização ut i l izados em MPI são semelhantes aos

empregados na metalurgia do pó convencional . São normalmente

u t i l izadas temperaturas um pouco mais e levadas, v isando uma maior

dens i f icação . Valores de densidade da ordem de 98% da dens idade

teór ica são obt idos f reqüentemente (HENS & LEE, 1989; CAI &

GERMAN 1995; GERMAN, 1990).

2.3 Obtenção dos pós metál icos

Os métodos que podem ser ut i l izados na produção de pós f inos ,

são: a moagem, métodos químicos e a tomização (GERMAN, 1994;

NYLUND et al. , 1995).

Apesar de poss ibi l i tar a obtenção de pós ex t remamente f inos , a

moagem não se adequa às necess idades da MPI, já que os pós moídos

são gera lmente de morfologia i r regular , possuindo também um elevado

nível de contaminação superf ic ia l . A questão da l impeza super f ic ia l é

fundamenta l , para uma s inter ização adequada.

Page 24: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

13

Os métodos químicos (precipi tação química e decomposição a

part i r de um gás), mostram-se como al tenat ivas for tes , para a produção

de pós para MPI. Tal técnica , permite a obtenção de pós ex t remamente

f inos , puros e a r redondados , requis i tos estes , impor tantes para o

processo de moldagem de pós por in jeção ( J A P K A J 9 9 1 ) .

A a tomização de pós metál icos apresentam bás icamente duas rotas ,

ou se ja , a tomização a água e a tomização a gás inerte. A a tomização a

água, em pressões e levadas (até 1000 kg/cm2) , é uma técnica que se

mostra posi t iva no mercado para a produção de pós para MPI, visto que o

seu custo é infer ior aos dos pós a tomizados a gás. A grande vantagem,

confer ida aos pós a tomização a gás, vem a ser a produção de pós com

carac ter í s t icas de tamanho de par t ículas f inas , e de mor fo log ia es fé r icas

(HARTWIG et al. , 1998; BIANCAN1ELLO et al, 1990; GERMAN, 1990).

As técnicas de produçãode pós metá l icos e respec t ivas

carac ter í s t icas podem ser visto na tabela 2. (GERMAN, 1990).

Tabela 2 - Técnicas de produção de pós metá l icos(GERMAN, 1990)

Técnica Tamanho médio

de partícula(iam)

Morfo log ia Custo

Atom, a gás 20 - 4 0 es fér ico al to

Atom, a água 10 - 40 ar redondado moderado

Atom. 25 - 4 0 es fér ico alto

cen t r í fuga

Carboni la 1 - 10 es fér ico moderado

redução de 1 - 10 pol igonal moderado

óxido

Prec ip i tação 0,01 - 3 pol igonal ba ixo

Moagem 0,1 - 40 irregular moderado

Page 25: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

14

2.4 Aço inoxidável AISI 316 L

O que motivou a ut i l ização do aço inoxidável , como mater ia l de

t rabalho, foi o fa to de possuírem grande apl icação em ambien tes

agressivos. Dentre eles, os aços inoxidáveis aus tení t icos são, a tua lmente ,

os mater ia is de maior consumo para uma série de apl icações , em

ambientes corrosivos, quer à al tas tempera turas , ou à tempera tura

ambiente . Além disso, os aços austení t icos são fáce is de t raba lhar ,

per tencendo a um grupo importante de aços de construção.

A duct i l idade e maleabi l idade dos aços inoxidáveis aus ten í t icos ,

também é considerável , e permite conseguir qualquer manipu lação a f r io ,

com um elevado grau de deformação (HONEYCOMBE, 1985).

A capac idade de encruamento dos aços inoxidáveis aus ten í t icos é

muito mais acentuada, que nos demais t ipos, o que requer fe r ramentas de

rendimento par t icu larmente elevado, para es tampagem, laminação e

t re f i l ação a f r io (Op. Cit).

Os aços inoxidáveis aus tení t icos d is t inguem-se , par t icu la rmente ,

pela ext raordinár ia res is tência aos mais var iados agentes corrosivos .

Outra apl icação, vem da necess idade de elevadas propr iedades mecânicas

inal teráveis em ins ta lações , que estão su je i tas a tempera turas elevadas.

Isto evita t rocas f reqüentes , de diversas peças e conseqüente

in ter rupções de t rabalho, o que impl icar ia em desperdíc io de tempo e

mater ia l .

Todas essas caracter ís t icas fazem com que os aços inoxidáveis

aus tení t icos , tenham uma divers idade muito grande de apl icações . Eles

são encontrados na indústr ia aerospacia l , na indústr ia au tomot iva ,

Page 26: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

15

química, e le t rônica , da construção civil , e até mesmo, na medic ina .

Assim, pode-se encontrar aço inoxidável aus teni t ico s in te r izado em:

assentos para bancos de aviões, d isposi t ivos para "sprays" de fung ic idas ,

em fechaduras de cintos de segurança de automóveis , equipamentos

dentár ios , etc. (CAI & GERMAN, 1995; NYLUND et al . , 1995).

A tabela 3 i lustra a composição de um aço inoxidável AISI 316 L,

que devido as propr iedades expostas acima, é o mater ia l usado no

presente t rabalho.

Tabela 3 - Composição química (% em peso)

do aço inoxidável AISI 316L

Elemento Químico Composição

C 0,03 (máx)

Si 1 (máx)

Mn 2 (máx)

P 0,045 (máx)

S 0,030 (máx)

Cr 17

Mo 2,5

Ni 12

Fe 65,49

2.5 Caracter ização f ís ica de part ículas

As carac ter izações f í s icas de pós metál icos são abordadas na

l i tera tura , de forma dispersa e sem nenhuma metodologia , p r inc ipa lmente

quando se t rata de ref inamento dos dados, como é exigido pela técnica de

moldagem de pós por in jeção.

Page 27: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

16

Diante disso, o rol de carac ter izações f í s icas abordadas no presente

t rabalho são: d is t r ibuição do tamanho médio, morfo log ia , teor de

umidade, e, área de superf íc ie espec í f ica das par t ículas . Exis tem

corre lações poss íveis , que poss ib i l i tam, entre tais parâmet ros , um melhor

controle durante a anál ise , o que será t ra tado em resul tados e discussão.

2.5.1 - Distr ibuição do tamanho de partícula

A dis t r ibuição de tamanho de par t ículas é um parâmetro , que

fornece informações a respei to do intervalo de tamanho em que se si tua a

população de par t ículas , e o compor tamento desta população, ou se ja ,

monomodal , b imodal , etc. O conhecimento de tal parâmet ro auxi l ia as

correções no processo, de forma a manter as carac te r í s t icas de um

produto, em termos de desempenho e reprodut ib i l idade de suas

propr iedades f inais (GERMAN, 1990).

Ent re tan to , estas técnicas de análise tem sido ut i l izadas por

pesquisadores , sem atentarem para um prévio ensaio , a fim de se

encontrar o agente dispersante adequado. A dis t r ibuição do tamanho de

par t ículas , pode ser medida através de d i f ração de luz Laser , ou

ut i l izando-se de um Sedígrafo (raio-X). Ambas as técn icas necess i tam de

pós em suspensão, para serem fe i tas as anál ises .

Page 28: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

17

2,5.1.1 - Agentes dispersantes

Para uma análise cr i ter iosa para ambas as técnicas an te r io rmente

ci tadas, é necessár io um ef ic iente agente d ispersante , cu ja função seria

manter o conjunto de par t ículas em suspensão, durante todo o tempo de

anál ise . Isto evita que os pós se ag lomerem, o que faz com que

sedimentem rapidamente . Isto é f reqüente em pós metá l icos , devido a sua

alta densidade e tamanho, quando comparados com pós cerâmicos .

Um controle da es tabi l idade de suspensões pode ser obt ido pelo

conhecimento do potencial zeta, que pode ser def in ido como a d i fe rença

do potencial e le t ros tá t ico dado pelas cargas num ponto do l íquido e um

ponto muito próximo da superf íc ie da par t ícula . Todos os mater ia is em

contato com um l íquido adquirem uma carga e o potencia l zeta é um

importante indicador desta carga. Quanto maior o valor do potencial zeta

mais estável é o sistema, e consequentemente mais e f ic ien te o agente

d ispersante em manter a suspensão (BERGSTROM & PUGH, 1994;

WEINER et al., 1999; ZAMPIERON et al . , 1999a).

Três efe i tos pr incipais podem ser responsáveis pelas d ispersões : o

e fe i to e lé t r ico , estéreo e e le t ro-es téreo.

• O e fe i to e létrico é t ra tado pela teoria da dupla camada, ou teoria

DVLO (Der jaguin ; Verwey; Landau; and Overbeek) , a qual descreve

o jogo entre repulsão e le t ros tá t ica e atração de Van der Waals .

Quando uma par t ícula é imersa em uma solução, adquire carga em sua

superf íc ie . A carga da sua superf íc ie , mais a camada de íon d i fusa em

sua superf íc ie , const i tuem a dupla camada elétr ica. Alguns sais

podem induzir a uma única carga, de tal forma que tem-se um e fe i to

de repulsão entre as par t ículas , man tendo- se a suspensão dese jada .

Page 29: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

18

• O e fe i to estéreo, é conseguido pela absorção de grandes moléculas

ou pol ímeros na superf íc ie das par t ículas , cr iando uma repulsão entre

as par t ículas .

• Em vários s is temas, pr incipalmente os b io lógicos , requerem uma

combinação de efeitos e íetrostát icos e estéreos, a t ravés da ação de

pol icá t ions e pol iânions (BERGSTRÕM & PUGH, 1994; RUSSEL et

al . , 1989).

2.5.2 - Área de superf íc ie específ ica

A natureza da superf íc ie individual das par t ículas é um fator

impor tante , com forte peso para força motora de s in te r ização , e para

res is tência verde do compacto. E um parâmetro d i f íc i l de descrever

quant i ta t ivamente , e por isso, é descri to s implesmente pela rugos idade

superf ic ia l das par t ículas , em escala microscópica .

Pós a tomizados a água, normalmente apresentam alta rugosidade

super f ic ia l , observáveis em ampliações re la t ivamente ba ixas , ao

contrár io dos pós a tomizados a gás, que podem ter rugos idade muito

f ina. Uma forma de determinar tal parâmetro , é através da técnica de

BET (Brunauer , Emmett and Teller) . Tal método, é u t i l izado para a

de terminação de área de superf íc ie de par t ículas , e fundamenta - se na

adsorção e desorção de gases pela superf íc ie , sendo a técnica requer ida

toda vez que a superf íc ie seja uma condição necessár ia para um

processo.

A técnica BET permite também, c lass i f icar os poros nas par t í cu las

que const i tuem os pós, de acordo com os seus tamanhos .

Page 30: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

19

(i) poros com larguras que excedam a 50 nm (0,05 jam) são chamados

de macroporos ;

(i i) poros com larguras entre 2 nm e 50 nm são chamados de

mesoporos;

( i i i ) poros com larguras até 2 nm são chamados de microporos

Tal c lass i f icação é de extrema importância em tecnologia que

envolvam estudos mais cr i ter iosos de par t ículas (ROUQUEROL et al . ,

1994; SING et al. , 1985).

2.5.3 Tamanho médio de part ículas - técnica Fisher

A anál ise via FISHER é uma técnica apl icável para par t ícu las

abaixo de 50 jam, e é baseada na taxa de escoamento de um gás, passando

entre as par t ículas . A var iação da taxa de escoamento com pressão é

ut i l izada para determinar o diâmetro médio do tamanho de par t ículas , e

através da equação:

onde pé a densidade teórica do metal , e d é o d iâmetro de par t ícu las ,

pode-se obter a área de superf íc ie espec í f ica S.

Uma poss ib i l idade que tal técnica permite , é obter a área de

super f íc ie espec í f ica , e corre lacioná- la com as medidas de BET,

Sedígrafo ou Cilas, os quais fornecem dis t r ibuição do tamanho de

par t ícula , servindo como parâmetro ver i f icador , durante as anál ises

(ZAMPIERON et al . , 1999a).

Page 31: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

20

2.5.4 - Morfologia e topograf ia das part ículas

A morfo logia ideal das par t ículas , segundo a l i t e ra tura

(THUMMLER & OBERACKER, 1993), é a es fér ica com super f íc ie lisa.

Isso é decorrência do processo ut i l izado para a obtenção dos pós, ou

se ja , os obt idos via a tomização a gás, que apresentam geometr ia e s fé r i ca ,

e os obt idos via a tomização a água, de geometr ia i r regular , com alto

índice de i r regular idade superf ic ia l . Isto vai inf lu i r de forma negat iva no

processo de in jeção, pr incipalmente no de baixa pressão.

2.5.5 - Teor de umidade

Este é um importante parâmetro para o processo de moldagem por

in jeção , pr inc ipa lmente na etapa de ret i rada do l igante, pois a água

absorvida e adsorvida, pode favorecer l igações secundár ias , ou se ja ,

pontes de hidrogênio, ref le t indo em t r incas , empenamentos , etc. das

peças , durante a ext ração dos l igantes.

Alguns t rabalhos revelaram que, após os pós serem secos em

es tu fas , à tempera turas em torno de 100 °C, durante pelo menos 1 hora,

há uma melhora na mistura dos pós com agentes l igantes. A d iminuição

da umidade, pode levar a uma provável redução na fo rmação de pontes

de h idrogênio (ZAMPIERON, 1999a) para pós f inos (granulometr ia

infer ior a 25 jum). Isto expl icar ia a menor incidência de empenamentos e

t r incas , nas peças s inter izadas , cu jos pós foram submetidas a uma etapa

de secagem.

,UMí£SAG f.'ACtCMi-i CfcüfútNüil NuCltAh/Ür irt-

Page 32: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

21

2.6- Ligantes

O ligante é um veículo temporár io , que promove o empaco tamento

homogêneo do pó na forma dese jada , dando res is tência a verde ao

compactado, e mantendo as par t ículas na forma obtida do molde, até o

iníc io da s inter ização. Por esta razão, muito embora o l igante não dite a

composição f inal do produto, ele tem grande in f luênc ia no sucesso do

processamento (GERMAN AND BOSE,1997; ANWAR et al . , 1995).

Os l igantes são s is temas mul t icomponentes , tendo um grande

compromet imento com as propr iedades da mis tura e com as e tapas

poster iores . A mistura é fei ta de tal forma, que haja uma boa

molhabi l idade do pó, boa homogeneidade e v iscos idade , que de acordo

com a l i teratura, se encontra entre 15 e 40 Pa.s (GERMAN, 1990). Já

outros autores como (ZAMPIERON et a l . , 1999a , ZAMPIERON et al.

2001) , t rabalharam com viscosidades mais baixas, mos t rando que para

baixa pressão, pode-se encontrar valores em torno 1 a 5 Pa.s.

O t ipo de l igante ut i l izado irá def in i r a f ração máxima de pó, que

pode ser ut i l izada, a qual usualmente f ica entre 54 e 64 %, em volume.

As carac ter í s t icas que um l igante deve apresentar , segundo a l i tera tura

(GERMAN, 1990; THUMMLER & OBERACKER, 1993) são:

-ba ix íss ima viscos idade

-boa molhabi l idade aos pós

-boas propr iedades mecânicas

- fac i l idade de remoção de res íduos

-custo razoável

-baixa toxic idade

A Tabela 4 (GERMAN, 1990) apresenta uma lista de l igantes

t íp icos , ut i l izados em MPI. Os l igantes são, bas icamente , compostos de

Page 33: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

22

um po l ímero (normalmen te um t e rmop lá s t i co ) , e ad i t ivos , t ambém

orgân icos .

Tabela 4 - L igan tes t íp icos u t i l i zados em moldagem de pós por

i n j eção (% em vo lume) - MPI ( G E R M A N , 1990)

Composição 1 Composição 2 70 % parafina 67 % polipropileno

20 % cera mícrocristalina 22 % cera mícrocristalina 10 % metil etil cetona 11 % ácido esteárico

Composição 3 Composição 4 33 % parafina 69 % parafina

33 % polietileno 20 % polipropileno 33 % cera de abelha 10 % cera de carnaúba

1 % de ácido esteárico 1 % ácido esteárico Composição 5 Composição 6

45 % poliestireno 65 % de resina epóxi 45 % óleo vegetal 25 % de cera

5 % polietileno 10 % de estearato butílico 5 % ácido esteárico

Composição 7 Composição 8

25 % de propileno 50 % cera de carnaúba 75 % óleo de amendoim 50% polietileno

Composição 9 Composição 10

35 % polietileno 58 % poliestireno 55 % cera de parafina 30 % óleo mineral 10 % ácido esteárico 12 % óleo vegetal

Composição 11 Composição 12

98 % anilina 56 % água 2 % parafina 25 % metil celulose

13 % glícerina 6 % ácido bórico

Composição 13 Composição 14

72 % poliestireno 4 % agar 15 % polipropileno 3 % glicerina

10 % polietileno 93 % água 3 % ácido esteárico

Page 34: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

23

Para o processo de baixa pressão, uma vez a t ingidas as condições

ideais de mistura , são regulados os parâmetros de in jeção , isto é,

tempera tura , tempo de in jeção e pressão de in jeção. Assim, a moldagem

é e fe tuada , sendo que a peça obtida é denominada de corpo a verde. Se o

processo for a alta pressão, procede-se a uma pe lo t ização e

a rmazenamento da mistura, para uma poster ior in jeção.

2.7 - Composição da carga

A carga a ser moldada por in jeção é composta por pós metá l icos ,

ou cerâmicos e l igantes orgânicos , obje t ivando a obtenção de uma

mistura homogênea entre o material par t iculado e o l igante . A mis tura

desses componentes tem como obje t ivo preparar a carga para in jeção .

Esta é uma etapa necessár ia , tendo em vista as d i fe renças de

densidade dos componentes da carga e a conseqüente tendência à

segregação, durante a manipulação. Este é um momento , em que se deve

levar em conta as caracter ís t icas do pó, tais como, o empacotamento e a

f r ação volumétr ica , bem como, a v iscos idade da massa (HENS & LEE,

1989; HENS et al. 1991).

A mistura pode ser preparada em vários t ipos de equ ipamentos ,

havendo gera lmente , a necess idade de aquecimento . O processo de

extrusão é ut i l izado com maior f reqüênc ia , devido ao fa to de poss ib i l i ta r

uma homogeneização ef ic ien te da massa. Extrusoras de rosca dupla

apresentam, boa relação homogene idade-produção , permi t indo um

processamento cont ínuo, levando a uma alta molhabi l idade entre o pó

metá l ico /cerâmicos e os const i tu intes orgânicos (EDIRISINGHE, 1986;

GERMAN, 1990; MUTSUDDY, 1989).

Page 35: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

24

Como há uma tendência na espec ia l ização de cada uma das e tapas

da MPI, já é possível encontrar no mercado, fo rnecedores da mis tura

pronta para in jeção , conforme BLOEMACHER et a l . (1997) .

A adição de const i tu in tes orgânicos poss ib i l i ta a in jeção da

mis tura , de modo a reproduzir o formato desejado. As carac te r í s t icas dos

pós e dos const i tu in tes orgânicos , tem importância fundamenta l nas

etapas que se seguem (HENS & LEE, 1989; NYLUND et al . , 1995;

GONÇALVES & PURQUÉRIO, 1996).

Caso não haja uma mistura homogênea ao longo da peça, poderão

ser observados problemas de empenamentos , após a s in ter ização

(ERICKSON & AMAYA, 1993).

2.8 Formulação de carga para moldagem por injeção

Uma carga de in jeção é formada a part ir da adição sucessiva de pó

metá l ico , a um dado sistema de l igantes. Isto é fe i to até o momento em

que seja at ingida a carga cr í t ica de in jeção, ou seja , a f ração volumét r ica

máxima de pó metál ico, aceitável pelo s is tema, com a devida

molhabi l idade do pó. A massa deste pó na mistura, pode ser ca lculada ,

segundo GERMAN (1990) , de acordo com a equação abaixo:

m = m<-Xyp'Pp (2)

onde : mp — massa do pó metál ico

ml ~ massa do l igante

X = f ração volumétr ica do pó metál ico

Page 36: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

25

pp = densidade picnométr ica do pó

= densidade do l igante

O reconhecimento do ponto de carga cr í t ica , pode ser

fundamentado nas caracter izações de densidade, reologia e

compor tamento térmico da mistura. Em termos de dens idade , pode-se

dizer que a carga crí t ica é a f ração volumétr ica máxima, para a qual a

densidade exper imental de uma carga, ainda é igual à densidade teórica.

Por outro lado, em termos de reologia, uma carga in je tável a baixas

pressões , deve apresentar compor tamento pseudoplás t ico e a v i scos idade

na tempera tura de in jeção deve ser infer ior a 40 Pa.s (GERMAN, 1990;

THÜMMLER & OBERACKER, 1993; WARREN & GERMAN, 1988).

2.9 Densidade da carga de injeção

Modelos matemát icos podem ser usados para descrever as re lações

entre caracter ís t icas e cargas de pós, e s is temas de l igantes orgânicos .

Sis temas com densidades bat idas , re la t ivamente al tas, requerem baixas

concentrações de l igantes , para que seja at ingida a carga cr í t ica de pó.

A carga ót ima de pó, conterá um pouco menos desse mater ia l , do

que a carga cr í t ica, a fim para acomodar f lu tuações inerentes em pós,

l igantes , mistura e contração na s inter ização. Baseados em dados

disponíveis , es t ima-se que a carga ót ima, es te ja na fa ixa de 2 a 5 %

abaixo da carga crí t ica de um dado pó, para um dado s is tema de l igantes .

A densidade teórica pode ser calculada segundo GERMAN, (1990)

pela equação abaixo:

Page 37: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

26

pt = pp.Xvp + pt(\-Xvp) (3)

onde: pt = densidade teórica da massa

Xvp= f ração volumétr ica do pó

pi - dens idade do l igante

pp = densidade do pó metál ico

rear ran jando a equação acima temos:

P t = P t + X ^ ( p p - p , ) (4)

onde a carga crí t ica é dada por:

C0=Ü.96JTW (5)

onde : CQ - carga ótima

Xvc= f ração volumétr ica crí t ica (car regamento cr í t ico)

No caso do gráf ico de carga crí t ica (Figura 2), nota-se que, desde o

momento em que só há l igantes no sis tema, até pouco mais de 60 % em

volume de pó metá l ico , o valor de dens idade , medido exper imenta lmente ,

é exatamente igual ao valor teór ico da densidade dado pela reta, que

termina na densidade teórica do pó metál ico. A part ir deste valor , que é

a carga crí t ica do sistema, adições sucessivas de pó metá l ico passam a

provocar uma queda na densidade e a curva dada pelos pontos

Page 38: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

2 7

exper imenta is , tende à densidade bat ida do pó metá l ico (GERMAN,

1990; GERMAN & BOSE, 1997).

A f igura 2 é um gráf ico de de terminação de carga cr í t ica , por

densidade de carga in je tável ( " feeds tock") . Tal representação de

composição , indica a f r ação volumétr ica máxima de pó metá l ico em

relação ao l igante.

— teoria

• prática

densidade picnométrica

do pó

faixa de carregamento

ótima

densidade do ligante

"densidade batida' do pó

carregamento crítico

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

fração volumétrica do pó metálico

Figura 2 - Modelo de determinação de composição através da carga crítica (GERMAN,

1990).

Page 39: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

28

2.10 Caracterização reológica

2.10.1 - Conceitos

A reologia é def in ida como sendo "o estudo de mudança na forma e

no f iuxo do mater ia l" . É portanto, uma ciência que lida com o f luxo e

as deformações que resultam desse f luxo, envolvendo f r i cção do f lu ido .

A viscosidade pode, então, ser def in ida como sendo: a f r i cção interna

ocas ionada , quando uma camada de f lu ido , se move contra outra camada

de f lu ido.

Isaac Newton propôs um modelo para descrever esse processo ,

desenvolvendo um concei to mais percept ível de v iscos idade , em termos

de quant idades mensuráveis . Assim, pode-se obter medidas desta f r i cção

interna de um f luido, considerando-a como uma res is tência ao f luxo, e

denominá- la v iscosidade.

A representação da def in ição de Newton pode ser expressa pelo

modelo de dois planos parale los , de f lu idos de área igual (A), separados

por uma dis tância (x), e movendo-se em uma mesma direção, a d i fe ren tes

ve locidades (dv/dx), conforme i lus t rado na Figura 3.

F

t Figura 3 - Modelo de dois planos mostrando gradientes de

velocidade.

Page 40: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

2 9

Nesta f igura , a área é representada por "A" e dada em cm2 , a

d is tância que separa os dois p lanos é "dx "; e as ve locidades as quais se

movem são " v i " e v2". Newton assumiu que, a força "F" necessár ia para

manter a d i fe rença de velocidade, é proporcional à d i fe rença em

ve loc idade , através do l íquido ou da velocidade gradiente .

Isso, expresso em fórmula é dado por :

F d V fiL\ A dx

onde 77 é uma constante para um determinado mater ia l , e denominada de

viscosidade.

dv O gradiente de velocidade " — " é a medida de ve loc idade , na qual

dx

uma camada intermediár ia se move com relação a outra. Isto descreve o

c isa lhamento que o l íquido exper imenta e é chamada de " taxa de

c isa lhamento sendo sua medida def in ida e chamada de segundo inverso

(s*1). Neste modelo, a taxa de c isa lhamento é assumida como un i forme,

do topo ao fundo , entre as placas parale las , e assim dv/dx é igual a v/x.

A força por unidade de área é denominada de " força de

c i sa lhamento" , e representa a força necessár ia para produzir a ação de

c isa lhamento , tendo como unidade de medida dina/cm 2 .

Uti l izando-se os termos s impl i f icados , a v iscos idade 77 pode ser

def in ida matemat icamente pela fórmula:

Page 41: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

3 0

« = - (?) ,v

onde: n ^v i scos idade

/ = f o r ç a de c isa lhamento

s = t a x a de c isa lhamento

A unidade fundamenta l de medida de v iscos idade é o "Poise ".

Assim, um mater ia l que re quer uma força de c isa lhamento de uma dina

por cent ímetro quadrado, para produzir uma taxa de c isa lhamento de um

segundo inverso (s"1), tem uma viscosidade de 1 Poise ou cem cent iPoise

(1 d i n a / S e g / c m M P ) .

Outra maneira de expressar a medida de v iscos idade , é em "Pascal

vezes segundo" (Pa.s) ou mil iPascal vezes segundo (mPa.s) , e estas são

unidades do sistema (SI). Assim, um Pascal vezes segundo é igual a 10

Poise (1 Pa.s = 10 P); um mil iPascal vezes segundo é igual a um

cent iPoise (1 mPa.s - 1 cP ) (TANNER, 1988; VINOGRADOV&

MALK1N, 1980; WALKERS, 1980).

2.10.2 Reologia versus processo MPI - aspectos básicos

O compor tamento reológico de mul t i fases como as empregadas em

MPI, via de regra, é pseudoplás t ico , ou seja , a v iscos idade decresce com

o aumento da taxa de c isa lhamento . Es te compor tamento reológico ainda

é pouco conhecido, e esta área está se f i rmando com o advento do

processo de moldagem de pós por in jeção (HSU & IO, 1996,

AGARWALA & PATTERSON, 1992, CAO et. al. 1991).

;QM:SSAC UACICNU LE ENERGIA M U Ü L E A R / S F :PLI

Page 42: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

31

A viscosidade da mistura também é inf luenc iada pela f r ação

volumétr ica do pó, pela pressão de in jeção, pela tempera tura de in jeção e

do molde, e pelas caracter ís t icas f í s icas do pó (GERMAN, 1990).

A viscosidade cresce com o aumento da f ração volumétr ica do pó

segundo a equação:

(8) vpm

onde: rj = v iscos idade da mistura

rh = viscosidade do l igante

Xvp = f ração volumétr ica do pó

Xvpm= f ração volumétr ica máxima do pó (empacotamento) .

A viscosidade da mistura é inversamente proporc iona l à

tempera tura , da mesma forma que o é, no caso dos te rmoplás t icos .

Deve-se chegar a uma solução de compromisso entre a redução da

viscos idade com o aumento da tempera tura de in jeção , e os conseqüentes

efe i tos deletér ios causados por este aumento de tempera tura , os quais

seriam: re tardamento do ciclo de in jeção , maior incidência de t ensões ,

tendência à segregação e aumento no consumo de energia (GERMAN,

1990).

Não se descar ta a ut i l ização de temperaturas mais e levadas que as

usuais , quando se deseja introduzir al tas f rações volumétr icas de pós, o

que é possível para o processo MPI em alta pressão, já a ba ixa pressão

torna-se inviável devido a vola t i l idade das ceras. Além da t empera tura

de in jeção , deve-se considerar a temperatura do molde, tendo em vista a

Page 43: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

32

moldabi l idade e controle das tensões de cont ração , o que para baixa

pressão, deve f icar em torno de 60 °C (ZAMPIERON et al. , 1999).

As carac ter í s t icas f ís icas do pó, que mais in f luenc iam a

v iscos idade são: tamanho médio de par t ícula , d i s t r ibu ição

granulométr ica e morfologia das par t ículas . A v iscos idade é

inversamente proporcional ao tamanho de par t ícula , onde par t ículas

es fér icas proporc ionam uma menor v iscos idade , já que possuem menor

área por unidade de volume, reduzindo, por tanto, o atr i to (GERMAN,

1990).

2.10.3 Tipos de comportamento de f luidos .

A. Newtoniano: o f lu ido Newtoniano, ou um material c l a ss i f i cado como

Newtoniano , é aquele cuja viscosidade é independente da taxa de

c isa lhamento , na qual é medida. Ex. água, óleos minera is , leci t ina

l íquida, etc.

B. Não - Newtoniano: o material não-Newtoniano pode ser c l a s s i f i cado

em dois grupos:

Não -Newtoniano independente de tempo

Não -Newtoniano dependente de tempo

B . l . Não - Newtoniano independente do tempo

> Pseudo-plást ico

O material pseudo-plás t ico , é c lass i f icado como aquele em que a

v iscos idade decresce com o aumento da taxa de c isa lhamento . Isto é

Page 44: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

33

chamado de "c isa lhamento f ino" . Efe tuando-se a le i tura em um

viscosímetro de baixa para alta ve locidade , se as le i turas se repet i rem ao

se re tornar para baixa , o material é considerado independente do tempo

e de c isa lhamento f ino.

> Plást ico de Bingham

Se o mater ia l pseudo-plás t ico apresenta forças in ternas , que o

impeçam de f lu i r , até certo ponto de tensão de c isa lhamento , e em

seguida começa a f lu i r , ele é c lass i f icado como plás t ico de Binghan.

> Dilatante

Se o material é medido de baixa para alta ve loc idade , e a

v iscos idade aumenta com o crescimento desta ( taxa de c i sa lhamento) , o

mater ia l é c lass i f icado como dilatante. Ex. amido de milho com água,

misturas de areia /água. A di la tância também é denominada de

"c i sa lhamento espesso" .

B. 2 Não -Newtoniano dependente de tempo

> Tixotrópico:

Alguns f lu idos vão mostrar uma mudança de v iscos idade , em função

do tempo, quando submetido a uma taxa de c isa lhamento constante . Se a

viscosidade est iver decrescendo nesta relação de tempo, então esse

Page 45: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

34

material será denominado t ixotrópico. Ainda, ao se real izar as medidas

a l terando a velocidade de alta para baixa e v ice-versa , obt iver-se nas

le i turas ascendentes , valores d i fe ren tes dos obt idos nas le i turas

descendentes , então o material é c lass i f icado como sendo t ixot rópico , e

dependente de tempo. Alguns exemplos são graxas e t in tas em geral .

Estes mater ia is também podem ser c lass i f icados como plás t icos de

Bingham.

> Reopéxicos:

Se o mater ia l for submetido à ação de uma força c isa lhante

constante , e a v iscos idade for aumentando com o passar do tempo, esse

mater ia l é considerado como reopéxico ou reopéct ico. É essenc ia lmente

o oposto da caracter ís t ica t ixotrópica . Um exemplo: suspensão de

pentóxido de vanádio (V2 O5).

Considerações -: propriedades

Alguns fa tores que afetam as propr iedades reológicas são:

tempera tura , taxa de c isa lhamento, condição de medida , tempo, técnicas

de preparação de amostra , composição do material e adi t ivos , bem como

carac ter í s t icas de dispersões .

Assim, as propr iedades reológicas são a l tamente in f luenc iadas

pelas caracter ís t icas f ís icas das par t ículas , o fe recendo impor tantes

parâmetros de controle de processabi l idade de mater ia is , e poss ib i l i tando

o estudo de t ra tamentos químicos , mecânicos ou térmicos , durante um

processo (BIRD et al., 1987; MANRICH & PESSAN, 1987; WALTERS,

Page 46: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

35

1980; FREDRICKSON, 1964; EIRICH, 1956; TANNER, 1988;

VINOGRADOV & MALKIN, 1980; BRETAS & D 'AVILA, 2000).

2.11 Injeção

Quando o processo de in jeção de pós metál icos foi in t roduzido , a

maior ia das máquinas ut i l izadas era improvisada. Hoje , exis te uma

var iedade considerável de máquinas para a MPI.

Exis tem l i teraturas (MANGELS, 1994; MARTYN, 1999) que

af i rmam ser possível obter peças metá l icas , moldadas por in jeção com

pressões abaixo de 100 psi (0,7 MPa), mantendo-se a mesma qual idade

que as moldadas sob pressões de várias dezenas ou centenas de vezes

maiores .

A in jeção de pós metál icos pode ser efe tuada ut i l izando o mesmo

t ipo de equipamento ( in je tora e moldes) , usado na in jeção de cerâmicas

avançadas e pol ímeros. Os moldes de in jeção são pro je tados em função

do tipo de produto, e da produção requerida.

Os pr incipais parâmetros envolvidos são a d inâmica do escoamento

da massa in je táve l , a pressão da massa, a saída de gases, o desgaste das

partes cr í t icas , a geometr ia , a economia e o grau de au tomação dese jado .

Na in jeção de metais , grande atenção deve ser d ispensada ao desgas te , o

qual é ext remamente abrasivo. Para compensar a re t ração, a cavidade

deve ter dimensões superiores à da peça desejada , em função do t ipo de

mistura a ser in je tada (WREGE et al . , 1994; FORTULAN, 1997; ROMAN

et al . , 1996; MANGELS, 1994).

Page 47: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

3 6

A injeção tem por objet ivo, conformar a mis tura composta na etapa

anter ior . É real izada na MPI da mesma forma como é na indúst r ia de

t rans formação de plást icos. As pr incipais var iáveis envolv idas na in jeção

são:

- per f i l de tempera tura no ci l indro de in jeção;

- tempera tura de in jeção;

- ve loc idade de in jeção ;

- t empera tura do molde;

- pressão de moldagem;

- tempo de moldagem;

- tempo de res f r i amento no molde.

O controle destas var iáveis tem por obje t ivo, não só produzir peças

in je tadas l ivres de defe i tos , mas também livres de tensões , que possam

introduzir d is torções nas etapas pos ter iores , como na ret i rada do l igante

e na s inter ização (ERICKSON & AMAYA, 1993).

Como o número de var iáveis é bastante grande, e como todas elas

tem um impacto razoável na qual idade do in je tado, o estudo de cada uma

iso ladamente torna-se ext remamente t rabalhoso. Modelos ana l í t i cos que

descrevem a etapa da in jeção na MPI, também podem ser fe r ramentas

poderosas , na previsão das condições ideais de in jeção.

A moldabi l idade da mistura , é a carac ter ís t ica que controla a etapa

de in jeção. Uma boa moldabi l idade permite a obtenção de peças com

formatos complexos , e com índices de defe i tos acei táveis . As

propr iedades reológicas da mistura , ou seja , a var iação da v iscos idade

com a taxa de c isa lhamento , são o que def inem sua moldabi l idade

(GERMAN & BOSE, 1997).

Page 48: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

37

O processo de moldagem de pós por in jeção , oferece opor tun idades

para novas composições . Ao lado dos mater ia is t rad ic iona is , baseados

nos processos de conformação do pó (meta lurgia do pó), este processo

pode ser ut i l izado para conformação de aço inoxidável , aço carbono, aço

l iga, l igas de tungs tênio , l igas de cobal to , f ibras cerâmicas r e fo rçando

matr izes cerâmicas ou matr izes de compósi tos metál icos , bem como para

uma var iedade de compósi tos (GERMAN, 1990; KARANDIKAR &

RAMAKRISHNAN, 1987).

Outra poss ibi l idade do processo de in jeção de pós é a da co-

moldagem de di ferentes mater ia is , isto é, um produto formado pela

combinação de d i fe ren tes mater ia is . Esta opção, tem recebido a tenção,

em produtos que visem a formação de barre i ras de condução, super f íc ies

de desgaste e in terconecções elétr icas (GERMAN, 1990), tendo como

obje t ivo, a obtenção de um corpo livre de defe i tos , es t ru tura lmente

estável e que reproduza o formato desejado.

2.12 Retirada do l igante

Após a moldagem, segue-se a re t i rada do l igante , que é exclus iva

da MPI, d i fe ren temente do que se observa na in jeção e na s in ter ização ,

onde é possível ut i l izar-se o fer ramenta l teór ico e prát ico j á exis tente . É,

sem dúvida, a etapa que possui maior número de var iáveis . Duas rotas

até o momento são as mais ut i l izadas: re t i rada térmica do l igante , e

re t i rada química do l igante (GERMAN, 1990; ANGERMANN et al . ,

1992).

Page 49: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

38

• via térmica - ass is t ida por capi lar idade, onde as peças são colocadas

sob um manto de a lumina, sil ica etc.; ou s implesmente , levando em

conta, as tempera turas de vapor ização ou decomposição dos l igantes .

• via química - onde a peça entra em contato com um solvente , quer

seja de forma imersa, ou s implesmente , em contato com os vapores

destes.

Esta etapa, quando mal fe i ta , resulta em t r incas no compactado após a

s inter ização. A remoção do aglut inante , sem a ruptura da l igação das

par t ículas , é um processo del icado que deve ser a lcançado at ravés de

uma série de passos.

In ic ia lmente , o l igante mantém as par t ículas jun ta s e deve ser

extra ído dos poros, sem dis torcer ou contaminar o compacto . Esta é a

etapa mais demorada e menos desenvolvida da MPI (GERMAN,1990) .

O termo "retirada térmica" será u t i l izada para os casos onde há

exc lus ivamente o uso da temperatura . Neste caso é comum sustentar as

peças em um leito de a lumina, para que parte do l igante l íquido, à uma

dada temper tura , possa ser removido por capi lar idade - "wick ing

debinding"- (GERMAN, 1987; VETTER et al. , 1994; ZHANG, 1990).

A ret i rada térmica do l igante, pode ser real izada em d i fe ren tes

a tmosferas obje t ivando não só uma maior e f ic iênc ia , mas também

proporc ionar uma proteção quanto à oxidação. Evidentemente obje t iva-se

até a redução de óxidos, j á exis tentes nas superf íc ies dos pós. Neste caso

a ut i l ização de misturas contendo hidrogênio tem sido inves t igadas

Page 50: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

3 9

(SHUKLA & HILL, 1989; BANKOVIC, 1990; ERICKSON & WIECH,

1987).

A ut i l ização de s is temas de vácuo para ret i rada té rmica do l igante ,

e pos ter ior s in ter ização, em uma só etapa, também pode ser uma

a l ternat iva técnica e economicamente viável , embora ha ja d i f i cu ldades

re lac ionadas com o controle da composição química , p r inc ipa lmente

quanto ao teor de carbono, o que se apresenta como desvantagem

(STREICHER et al . , 1991; BANKOVIC & GERMAN, 1991).

A a l ternat iva que tem se mostrado mais e f ic ien te , ou seja , e tapas

de ret i rada do aglomerante mais rápidas , é a d issolução química a

quente , segundo alguns autores (GERMAN,1990; ANGERMANN et al.

1992).

A redução do tempo de remoção ainda é alvo de muita pesquisa e,

por tanto, a combinação de técnicas de extração, tem sido es tudada por

muitos pesquisadores até o momento (BANKOVIC & GERMAN, 1990;

HWANG & HSIEH, 1996). O obje t ivo é a obtenção de um "esque le to"

metál ico poroso, mas livre de defe i tos .

2.13 Sinterização

A etapa poster ior à remoção dos l igantes é a s in ter ização, que é

e fe tuada tal qual na metalurgia do pó convencional . A peça resul tante da

extração, denominada peça marrom, é aquecida até uma tempera tura

abaixo do ponto de fusão do mater ia l , de forma que seja promovida a

união entre as par t ículas , a f im de propiciar à peça, a res i s tênc ia

esperada.

Page 51: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

40

Sinter ização é o processo de união das par t ícu las , quando

aquecidas a tempera turas e levadas, abaixo da tempera tura de fusão . Em

uma escala microes t ru tura l , esta união das par t ículas ocorre à medida

que as l igações de soldas (pescoço) crescem, nos pontos de contato entre

as par t ículas .

Par t ículas menores s inter izam mais rapidamente , porque a energia

superf ic ia l por unidade de volume, é inversamente proporcional ao

diâmetro da part ícula . Porém, nem toda a energia superf ic ia l está

disponível como uma força di recionada para a s inter ização. O processo

d i fus ivo é gera lmente dominante , porém vários fa tores in f luenc iam a

taxa de s in ter ização, tais como a densidade inicial , mater ia l , tamanho de

par t ícula , a tmosfera de s in ter ização, tempera tura e taxa de aquec imento

(GERMAN & BULGER, 1992; GERMAN, 1994 ).

Sinter ização com fase l íquida é uma opção atrat iva para muitos

mater ia is de alto desempenho que são conformados através MPÍ, por

causa do ciclo de processamento rápido, densidade f inal alta e exce len tes

propr iedades f ina is (GERMAN & BULGER, 1992; ).

A capacidade de dens i f icação na s in ter ização, está in t imamente

l igada ao tamanho de part ícula do pó ut i l izada, tempera tura , tempo e

a tmosfe ra de s in ter ização, e à un i formidade do empacotamento das

par t ículas , após a etapa de ret i rada do l igante. A cont ração observada na

s in ter ização é considerável , j á que a densidade após a re t i rada do

l igante , é da ordem de 60% da densidade teórica.

O sucesso da MPI está l igado à poss ib i l idade de se produzi r , em

larga escala, peças s in ter izadas , possuindo densidades ainda maiores do

que as ver i f icadas nos s inter izados convencionais . E comum se obter

OMISSÃO KACCNM OF ENERGIA MUCLEAH/SP W.»

Page 52: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

41

peças com densidades da ordem de 96% a 99% da densidade teór ica , com

dimensões e propr iedades controladas (GERMAN & BOSE, 1997).

A s in ter ização de aços inoxidáveis moldados por in jeção , e os

e fe i tos de s is temas de l igantes neste processo , é um tema muito es tudado

devido a sua grande apl icação, pr incipalmente em ambientes agress ivos

(HSU & IO, 1996; ANWAR et al. , 1995). Após a e tapa de s in te r ização ,

o produto f inal está pronto para o uso, ou para operações secundár ias ,

como cal ibração, t ra tamento de superf íc ie , etc. Esta e tapa, tem por

obje t ivo, a obtenção de um produto livre de defe i tos , e com a mais al ta

densidade possível . A f igura 4, mostra os passos do processo MPI (REI,

1999).

Page 53: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

42

w

Pó metálico Ligante | |

Mistura e moldagem por injeção

Peça marrom

Extração química (remoção das ceras)

Peça verde

Extração térmica remoção do polímero e aditivos

Sintetização Peça pronta

Figura 4: Etapas do processo de moldagem de pós por in jeção-MPl

(REI.M, 1999).

Page 54: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

43

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Metodologia aplicada

O trabalho foi desenvolvido, tomando como base, pós de aço

inoxidável AIS1 316L de duas granulometr ias : uma infer ior a 20 |im,

a tomizados a gás, e outra infer ior a 45 jim, a tomizados a gás e a água.

Tais pós, foram caracter izados quanto ao tamanho médio de par t ículas ,

d is t r ibuição do tamanho de par t ícula , área de super f íc ie espec í f i ca ,

morfo log ia e teor de umidade. Os resul tados foram cor re lac ionados , a

f im de encontrar vínculos entre as anál ises .

A d is t r ibuição do tamanho de par t ícula , foi rea l izada via d i f r ação

de luz LASER e via absorção de raio X. O tamanho médio de par t ícula

foi medido pelo método FISHER. O agente d ispersante , foi encont rado

através de um phmetro e de um zetâmetro. Quanto à forma das par t ícu las ,

foi fe i to uma dispersão de pós, sobre um suporte metá l ico , e estes foram

anal isados por microscopia e le t rônica de varredura .

Os l igantes ut i l izados foram: pol ie t i leno de baixa dens idade , cu ja

função é dar res is tência mecânica ao corpo a verde; cera de carnaúba que

age como desmoldante e lubr i f icante da matr iz; para f ina , que é u t i l izada

para baixar a v iscos idade da mistura; e cera mícrocr is ta l ina , que auxi l ia

a carnaúba, como agente desmoldante .

A carac ter ização dos l igantes , foi real izada através de ca lor imet r ia

d i ferencia l de varredura (DSC), para conhecer os respect ivos pontos de

Page 55: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

4 4

fusão , necessár io para a composição das massas; e a t ravés de

te rmogavimet r ia (TGA), para se conhecer o intervalo de tempera tura de

evaporação, o que é necessár io para os a jus tes dos fornos , na e tapa de

re t i rada dos l igantes.

Seguindo-se o cr i tér io de carga cr í t ica , massas de vár ias

composições foram preparadas dentro da in je tora de baixa pressão

modelo MIGL 28 - Peltsman, u t i l izando-se o mis turador t ipo p lanetár io .

Tais massas, foram ensaiadas através de reômetros , o que permit iu

ver i f icar a a tuação das ceras, e pol ímeros a f im de o t imizar sua

formulação , visto que a l i teratura pouco menciona para os casos de baixa

pressão.

A composição das massas foi obtida através do método proposto

por German (1990) , conhecido por método de carga cr í t ica , conforme

most rado na f igura 2.

As massas foram submet idas à anál ises reológicas , em tres t ipos

reômetros , e as suas dens idades medidas por p icnometr ia gasosa, à fim

de ver i f icar a sua homogeneidade .

Pos ter iormente , foram submetidas a uma anál ise por microscopia

e le t rônica , a fim de ver i f icar a molhabi l idade das par t ículas , d i s t r ibu ição

dos l igantes , e a formação de bolhas, devido à evaporação das ceras.

As massas foram in je tadas em forma de barras para le lep ipédicas . O

processo de in jeção foi acompanhado por medida de dens idade , rea l izada

em corpos a verde, pelo método hidros tá t ico . As peças in je tadas , foram

levadas a fornos tubulares , nos quais procurou-se rea l izar a re t i rada de

l igante e s in ter ização, via té rmica e via química, sendo que a pr imeira ,

foi real izada em um único passo.

Page 56: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

45

Fez-se medidas de dureza das peças, a f im de conhecer as

propr iedades mecânicas , e aval iar a o t imização do processo . As anál ises

de dens idades h idros tá t icas e geométr icas , foram empregadas nas

amostras s in ter izadas , a fim de se determinar as poros idades fechadas e

abertas .

3.2 Materiais uti l izados

Foram ut i l izados pós f inos de aço inoxidável AISI 316L, os quais

foram uma resul tante de duas granulometr ias : uma 80 % abaixo de 22pim,

e outra, 90 % infer ior a 16 jxm e pós grosseiros infer ior a 45 jam. Os pós

grosseiros foram atomizados a água e a gás, enquanto os f inos foram

atomizados somente a gás.

Para determinar a dis t r ibuição granulométr ica dos pós metá l icos ,

foi necessár io encontrar um agente d ispersante adequado, e para tal ,

foram ut i l izados: pol iacr i la to de sódio, hexafos fa to de sódio, á lcool ,

Darvan n°6, Dispersal L e p i ro fos fa to de sódio.

Vale lembrar que a escolha do aço inoxidável , deveu-se à sua

ampla ut i l idade mesmo em ambientes agressivos; e quanto à escolha do

s is tema de l igantes , j á ci tados, foi devido à reunião de fa tores como

permissão de t rabalho em baixa v iscos idade, e baixa tempera tura . Além

disso, t ra ta-se de mater ia is de ampla d isponib i l idade comerc ia l , e de

baixo custo.

Na etapa de ret i rada dos l igantes , foram ut i l izados heptano e

c ic lohexano, como uma pr imeira tenta t iva , e descar tados logo em

seguida devido a problemas ambientais . A opção mais in teressante foi

via térmica assis t ida por alumina.

Page 57: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

46

3. 3 Equipamentos

Para as anál ises dos pós, quanto ao tamanho médio de par t icula , foi

u t i l izado um analisador de partículas Fisher ( subsieve sizer) . Para a

anál ise de dis t r ibuição do tamanho de par t icula , foi u t i l izado um

granulómetro modelo Cilas 1064, e um Sedígrafo , que real iza a anál ise

granulométr ica via raio X.

Quanto às anál ises de área de superf íc ie espec í f i ca , foram

real izadas através de um BET - ASAP 2000, enquanto que a forma

geométr ica das par t ículas , foi determinada por um microscópio de

varredura marca Philips.

Para a preparação de massas, e in jeção de peças, foi ut i l izada uma

injetora Peltsman modelo MIGL-28, manual e desprovida de vácuo,

conforme f igura 5.

Figura 5. Injetora Pel tsman, modelo MIGL-28 des t inada ao

processo de baixa pressão.

Page 58: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

4 7

Os l igantes foram carac ter izados por ca lor imetr ia d i fe renc ia l de

varredura (DSC) na Rhodia , e por análise térmica d i ferencia l (DTA) e

anál ise te rmo-gravimétr ica (TGA) no Labora tór io de Cerâmica do IPEN.

As massas foram caracter izadas por reômetros de torque

Brookf ie ld , modelo DV II, aquecido por uma res is tência e lé t r ica

conhecida como termocel , local izado na Univers idade Federal do Rio

Grande do Sul - UFRGS; e um reômetro de torque Brookf ie ld modelo

DVIII aquecido por água, local izado no IPEN.

Foi ainda, u t i l izado um reômetro capi lar Galaxy III modelo

9052, local izado no laboratór io de pol ímeros - UFRGS, e um capi lar do

tipo HAAKE Polylab Sistem, local izado na Univers idade Federal de

Santa Catar ina- UFSC, com a pretensão de ver i f icar o equipamento mais

adequado, para massas aqui ut i l izadas .

Um picnômetro a gás Hélio, foi u t i l izado para encontrar densidade

das massas; e uma balança anal í t ica , ut i l izada para encontrar dens idade

hidros tá t ica , de corpos a verde e s inter izados.

Na ret i rada de l igantes e s in ter ização, foram ut i l izados um forno

tubular , no qual estava acoplada uma bomba mecânica , com medidor de

vácuo, e um controlador manual de aquecimento .

Page 59: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

48

3.4 Métodos de anál ise

3.4.1 Caracter ização f ís ica dos pós metál icos

3.4.1.1 Retirada da amostra

O procedimento para a ret i rada de amostras representa t ivas de

lotes de pós, seguiu a norma ASTM - B215, tanto para o p rocessamento ,

quanto para os ensaios de laboratór io.

3.4.1 .2 Determinação das densidades aparente solta e aparente

batida dos pós metál icos.

Par t indo-se de pós de aço inoxidável AISI 316 L de duas

granulometr ias - uma contendo 80 % de par t ículas abaixo de 22 jum, e

outra contendo 90 % de par t ículas abaixo de 16 jxm, montou-se 11 lotes ,

var iando-se as porcentagens de 0 a 100 % de cada amost ra , ou se ja , 0-

100; 10-90; 20-80 e assim por diante, e real izou-se ensaios de dens idade

aparente e densidade bat ida, segundo as normas ASTM -B 417 e ASTM-

B 527, respect ivamente .

3.4.1.3 Agentes dispersantes -distribuição do tamanho de partículas

Para real izar a dis t r ibuição das par t ículas ( já que possuem

densidades 7,9 g/cm3 , e levadas em relação aos pós cerâmicos) , foi

necessár io , antes de tudo, d ispersá- las . Foi ut i l izado para tal , um

Page 60: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

49

zetâmetro , e pos ter iormente um phmetro, e seus resu l tados foram

comparados .

As medidas foram fei tas em pós em suspensão cons t i tu ída de um

agente d ispersante , água e o pó de aço inoxidável AISI 316 L . Para a

de terminação do melhor agente d ispersante , foram real izados ensa ios

com os conhecidos comerc ia lmente , e u t i l izados por ceramis tas , e

indústr ias de pigmentos ( t intas) .

As anál ises de d is t r ibuição de par t ículas , foram rea l izadas em um

granulômetro modelo CILAS 1064, que func iona por d i f r ação de luz

LASER, que através de bloqueio de luz permite medidas de mater ia is

par t iculados , numa faixa de 0,1 a 500 Foi u t i l izado ainda, um

Sedígrafo que, através de raio-X, detecta o tamanho de par t ícu las , por

meio de uma varreção, durante a sedimentação destas , e comparado seus

resul tados com o método de luz LASER.

3.4.1.4 Tamanho médio das part ículas - método FISHER

Para a determinação do tamanho médio das par t ículas , u t i l izou-se o

apare lho "Fisher Sub-Sieve Sizer" (FSSS), o qual ut i l iza o pr inc íp io de

permeabi l idade do ar, ou seja , é baseada na taxa de escoamento de um

gás, passando entre as par t ículas . Tal método, permite medir par t ícu las

no intervalo de 0,2 a 50 jum, o que é de grande ut i l idade no cont ro le dos

processos.

A anál ise via FISHER, é uma técnica que pode ser cor re lac ionada

com a área de super f íc ie espec í f ica , a t ravés da equação 1. A norma

ut i l izada , neste caso, foi a ASTM-B330.

Page 61: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

50

3.4.1 . 5 Determinação da área de superf íc ie espec í f ica de

pós - método BET.

Este método descreve o procedimento para a de terminação da área

de super f íc ie espec í f ica , pelo processo de adsorção de n i t rogênio .

3.4.1.6 Determinação da umidade dos pós.

A determinação da umidade foi obt ida, através da u t i l ização de

um forno t ipo mufla , com aquecimento até 200 °C. Para tanto , co locou-se

cerca de 20 g de uma amostra no inter ior de um cadinho, aquecendo-se

até 120 °C, e mantendo-o por 4 horas , nesta tempera tura .

Obteve-se assim, o teor de umidade, através da d i fe rença das

massas f ina is ( m f ) e iniciais (mi), das amostras es tudadas , segundo a

equação 9:

umidade = " " ' " ^ . Í O O [%] (9) mi

Tal item interfere di re tamente na ret i rada de l igantes , o que pode

ser observado pela d iminuição de empenamentos , quando ut i l izado o

procedimento acima.

OMISSÃO KAwiGNM CE EMERGIA NUCLEAR/SP

Page 62: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

51

3.4.1.7 Determinação da densidade picnométrica dos pós.

O método de determinação da densidade p icnométr ica ut i l iza o

pr incípio de que a mudança de pressão de um gás (hél io) cont ido num

recipiente , com uma variação discreta de volume, é função do volume de

qualquer objeto sól ido, cont ido no recipiente .

O picnômetro apresenta duas câmaras ca l ibradas , e a t ravés da lei

dos gases

PV = nRT (10)

é possível determinar as pressões (P) das câmaras , e consequen temente ,

calcular o volume (V) não preenchido pelo gases, que é o volume da

amostra , segundo a equação:

Vamostra - Vcel ~ ^£Xp (11)

Fazendo -se uso da fórmula de densidade, ou seja ,

P = - (12) V

pode-se determinar a densidade da amostra .

Sendo Vs, o volume do sól ido; Pi e Vi, a pressão e volume

inic ia is ocupados pelo gás; Pf e Vf, a pressão e volume f ina i s , ocupados

pelo gás, à tempera tura constante , pode-se apl icar a lei dos gases

per fe i tos , e obter-se a var iação, em volume, dada por:

Page 63: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

52

Pi-Pf AVs= J (13)

PfVs

A part i r deste pr incípio , uma amostra de pós metá l icos foi

submet ida a uma análise picnométr ica , a fim de de terminar a dens idade

destes. Através da d i fe rença entre esta medida, e da dens idade teór ica do

mater ia l , pode-se obter a porosidade fechada , cu ja in f luênc ia está na

obtenção de peças pós-s in ter izadas , com um certo nível de re t ração ,

capaz de ref le t i r em tr incas e empenamento das peças.

3.4 .1 .8 Morfologia das part ículas

A morfo log ia das par t ículas foi observada por microscopia

e le t rônica de varredura (MEV). Esta técnica mostra , de forma

qual i ta t iva , a forma, e as condições topográf icas de super f íc ie das

par t ículas .

Os pós de aço inoxidável AISI 316L, foram dispersos em

lamínulas , levados a uma câmara, onde foi vapor izado ouro, com o

obje t ivo de recobrir a amostra . Tal procedimento proporc iona melhores

condições , no tocante à ni t idez, para a obtenção das respec t ivas

micrograf ias .

3.4.1.9 Composição química dos pós metál icos

A composição química foi determinada e comparada com a do

fabr ican te e, pos ter iormente , todos os resul tados foram corre lac ionados .

Para a detecção de óxidos ou outros contaminantes , foi ut i l izada a

Page 64: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

53

técnica de Mõssbauer . Esta anál ise foi fe i ta pelo laboratór io de f í s ica da

Univers idade Federal de São Carlos - U F S C a r .

3.4.2- Caracterização dos l igantes

Foram determinados as pr incipais carac ter í s t icas f í s icas dos

l igantes ut i l izados conforme, mostra a tabela 5.

Tabela 5 - Caracter ís t icas f ís ica dos l igantes (MAJEWSKA-GLABUS et

al. , 1995).

Densidade Temp. Viscosidade (Pa.s) Temperatura

(g/cm3) Fusão na temperatura de Referência

(°C) De referência (°C)

Polietileno 0,92 113 0,79 130

Parafina 0,90 62 0,009 101

Carnaúba 0,99 86 0,0209 110

Cera 0,97 125 0,018 120

Microcristalina

Os l igantes foram caracter izados através de anál ise termo-

di ferencia l (DTA) e do método de ca lor imetr ia d i ferencia l de var redura

(DSC) e pos ter iormente por análise t e rmo-grav imét r ica (TGA).

3.4.2.1 DTA e DSC

As anál ises via DTA e DSC, foram real izadas a f im de obter os

pontos de fusãode cada l igante const i tu in tes da mistura . Isto permi t iu o

de terminar a tempera tura no inter ior da in je tora , durante a mis tura dos

componentes para a composição das cargas.

Page 65: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

54

Estas técnicas são similares e procedem por meio de regis t ro de

tempera turas de t ransição através da comparação de tempera turas da

amostra e de uma referência . Tal amostra , é to ta lmente inerte dentro da

fa ixa de tempera tura ensaiada.

3.4.2.2 Análise termo-gravimétrica (TGA)

A anál ise te rmogravimétr ica se baseia em perda de massa, com

aumento de temperatura , através da evaporação, o que permit iu a

obtenção do perf i l té rmico do forno para a ext ração de l igantes e

s inter ização.

3.4.2.3 Reometria

Os reômetros ut i l izados foram do tipo Brookf ie ld ( torque) , capi lar

e Haake. Os reômetros do tipo Brookf ie ld (Figura 6) são u t i l izados para

controle de qual idade em processos gerais , sendo mui to empregados para

s is temas dispersos como: t intas , barbot inas etc.

Este aparelho mede o torque requerido, para girar uma haste , que

está imersa no l íquido em teste. Tal haste é movimentada por um motor

s incrônico, através de uma mola cal ibrada. A folga angular da haste

atrás do motor, é proporcional à v iscos idade .

Várias ve locidades padrões são possíveis , e pode-se colocar vár ios

t ipos de haste imersas em l íquidos (discos, c i l indros , etc.) . Viscos idades

Page 66: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

55

desde 100 cP (cent iPoise) , até v iscos idades cons ideradas a l tas , podem

ser medidos por este equipamento.

Assim, as massas são anal isadas em rec ip ientes de volume de

aproximadamente 40 mL e, a través do movimento rotacional são

re t i radas as taxas de c isa lhamento e v iscosidade. Tais rec ip ientes , podem

ser aquecidos a t ravés de água, ou através de res is tência e lé t r ica , s is tema

este, conhecido como termocel .

Figura 6 - Reômetro de Torque - Brookf ie ld Modelo DVII

Page 67: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

56

O reômetro capilar (Figura 7) apresenta uma s i tuação, onde o

f lu ido é cons tantemente ext rudado, com velocidade cons tan te , a t ravés de

um or i f íc io capilar de área t ransversal c i rcular . Mede-se a força exercida

pelo pistão sobre o f lu ido, para que este escoe, e mede-se também a

vazão do mesmo. A massa a ser anal isada é impuls ionada por um pis tão,

ver t ica lmente para dentro de um barr i l , que possui d iâmetro e a l tura

de terminados , enquanto sensores registram as medidas reo lógicas , como

viscos idade e taxa de c isa lhamento , para equipamentos g rá f icos

acoplados ao mesmo.

Figura 7 - Reômetro Capilar modelo Galaxy.

Page 68: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

57

O reômetro do tipo Haake ( f igura 8) tem, bas icamente , o mesmo

pr incipio de func ionamento que o reômetro capi lar modelo Galaxy, sendo

que a d i ferença reside na forma como o f lu ido é levado até o capi la r ,

a t ravés de uma rosca sem fim. E um equipamento que permite as medidas

para massas, contendo uma alta porcentagem de pol ímeros. Uma rosca

sem fim impulsiona a massa, onde cont ro ladores térmicos mantém sua

temperatura em nível dese jado , e sensores medem a v i scos idade , taxas de

c isa lhamento , e outros parâmetros reológicos.

Figura 8 - Reômetro capilar do tipo HAAKE.

Page 69: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

58

3.4.3 Caracter ização reológica em diferentes equipamentos

Foi caracter izado o compor tamento reológico de cinco lotes

apresentados na tabela 8, em 3 t ipos de reômetros , loca l izados em Santa

Catar ina e Rio Grande do Sul, com o obje t ivo de aval iar a compos ição de

l igantes , e o equipamento mais adequado para cargas de in jeção , em

baixa pressão .

Antes de iniciar as medidas reológícas , os lotes foram

homogeneizados num mis turador Pol i lab Sistem HAAKE, local izado em

Santa Catar ina , a fim de garantir a melhor molhabi l idade das par t ícu las

pelos l igantes , e obtidas as densidades p icnométr icas de cada massa.

Em seguida, as mesmas cargas foram levadas para o Rio Grande do

Sul, tendo sido real izado o mesmo procedimento para os reômetros , um

do t ipo rotacional ou de torque , e outro do tipo capi lar .

Foram real izadas 4 ensaios para obtenção das medidas reológicas

para cada lote, a fim de garantir a reprodut ib i l idade dos resul tados.

3.5 Injeção de Peças

A tempera tura de in jeção foi de 145 °C, a uma pressão de 0,6

MPa, e a matr iz foi previamente aquecida a uma tempera tura de 50 °C. O

sis tema de l igantes usado neste estudo foi composto de 40 % em volume

de l igantes , e 60 % de pós metál icos .

Para del inear a melhor condição de in jeção , os corpos a verde

foram in je tados , em pressões de 0,4; 0,5; 0,6 e 0,7 MPa, em

Page 70: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

59

t empera turas que var iaram entre 135 a 155 °C, o que foi acompanhado

através de medidas de densidades.

A mistura meta l -pol ímero , pode ser cons iderada como um s is tema

pol imér ico modi f icado , e foi real izada numa câmara sob agi tação

constante . A homogeneidade da mistura , foi acompanhada a t ravés de

f ra tura de amostras e também através de medidas reológicas num

reômetro , modelo Brookif ie ld DVIII.

3.5.1 - Injeção de massas const i tuídas de pós f inos

Pós a tomizados a gás, muito f inos ( infer ior a 20 pm) de aço

inoxidável AISI 316L foram ut i l izados nesta estapa, e mis turados com

l igantes. A massa resul tante da mistura; pó metá l ico mais l igante , foi

obt ida sob agi tação constante (60 rpm), dentro da própr ia in je to ra , a

tempera tura de 150 °C.

As amostras foram in je tadas à pressão de 0,4; 0,5; 0,6 e 0,7 MPa

em tempera turas no intervalo de 135 a 155 °C. Os resul tados da var iação

de pressão e tempera tura , foram aval iados por densidade a verde e a

homogeneidade , a t ravés da f r a togra f i a dos corpos a verde, e por medidas

reológicas .

3.5.2 - Injeção de massas const i tuídas de pós grosse iros

Pós de aço inoxidável AISI 316L usados, foram produzidos

a t ravés de a tomizaçao a gás e a água. Foram c lass i f i cados abaixo de

45 pm, através de peneiras 325 #, 400 # and 500 # (mesh) , obedecendo

a norma ASTM B-214.

Page 71: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

60

Tal procedimento foi repet idos várias vezes, sendo acompanhadas

por anál ises de dis t r ibuição de tamanho de par t ícula , até se obter o

mesmo compor tamento para ambas as amostras.

Para garant i r a homogeneidade entre as carac ter í s t icas f í s icas das

amostras , foram ut i l izados anál ises de d is t r ibuição e tamanho médio de

par t ículas via d i f ração de luz LASER e via raio-X . O propósi to foi obter

uma dis t r ibuição de tamanho de par t ícula , s imilar para ambos os pós

a tomizados , a gás e a água, e compará- los .

Duas mis turas com a mesma formulação foram produzidas , uma

com pós a tomizados à água, e outra com pós a tomizados à gás, assim

const i tu ídas : 60 % em volume de pós metál icos , 5 % em volume de

pol ie t i leno de baixa densidade, 7 % em volume de cera de carnaúba , 25

v/o de cera de paraf ina , e 3 % de cera microcr is ta l ina .

3.6 - Retirada de l igantes

Esta etapa consis t iu de extrações via química e via té rmica , e a

e f ic iênc ia de cada uma foi aval iada. A questão ambienta l também foi

uma preocupação constante . Foi adotada a extração de l igantes , via

té rmica assis t ida por alumina, onde a s in ter ização pode ser real izada na

peça marrom, de forma cont ínua, reduzindo o tempo destas e tapas .

3.6.1 - Extração por via térmica, assist ida por alumina

As barras para le lepipédicas foram colocadas em cadinhos de

a lumina, e cobertas por alumina de granulometr ia 325 mesh, e levadas ao

OMiSSAC KAC»CNíl üE EMEKGIA NUCLEAR/SP WL*

Page 72: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

61

forno com taxa de aquecimento de 7 °C por minuto, sob vácuo de IO"2

torr,

O controle do aquecimento era fei to manualmente , a f im de se

evitar a inércia do forno. Sempre que havia a l teração do vácuo, o que

denotava evaporação de l igantes , era mantida a tempera tura cons tan te ,

até o res tabelec imento do vácuo, nas condições iniciais . Isto era mant ido

até 600 °C, o que garantia a completa e l iminação dos l igantes. A

tempera tura , pos ter iormente , era elevada até 1.250 °C, num único ciclo.

3.6.2 - Extração por via química

Nesta etapa, o corpo a verde era submetido a solventes como ciclo

hexano, benzeno, heptano, entre outros, cuja tempera tura girava em

torno de 50 °C. Dentre tais solventes , o heptano foi o escolh ido , dada a

sua e f ic iênc ia e baixa toxic idade , em relação aos demais .

3.7 - Sinterização

A sinter ização foi fe i ta em forno tubular , mergulhando as peças a

verde em leito de a lumina, a fim de que auxi l iasse na conservação da

forma, e na extração do l igante. Foram real izados ensaios de dens idades

e dureza, obje t ivando a determinação da evolução das propr iedades

mecânicas em tempera turas próximas a de s inter ização.

A tempera tura de s inter ização foi de 1250 °C por 1 hora, seguida

de res f r i amento lento, sob baixo vácuo.

Page 73: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

62

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resul tados foram divididos em partes A e B. A parte A consis te

dos s is temas cons i tu idos de pós f inos e a parte B, os cons t i tu ídos de pós

grosseiros cu jas técnicas foram deta lhadas na parte A. Quanto aos

l igantes , com as caracter ís t icas térmicas já conhecidas , as únicas

mudanças foram em relação a quant idade entre ceras e o pol ie t i leno

u t i l izadas entre as par tes A e B .

PARTE A - SISTEMAS HETEROGÊNEOS CONSTITUÍDOS DE PÓS

FINOS ( inferior a 25 jim)

4.1. Caracterização de pós metál icos e correlações .

4.1.1 Composição química

Em pós metál icos , de maneira geral , o nível de impurezas pode

a fe ta r sobremaneira outras caracter ís t icas do própr io pó, e também a

qual idade do produto f inal . Por tanto, uma anál ise química , confo rme

i lus t rado na Tabela 6, é importante , devendo-se observar com especial

a tenção, a presença de e lementos contamínantes endurecedores do

mater ia l , que podem alterar as propr iedades f inais do produto , a fe tando

inclusive a s interabi l idade.

Outra caracter ís t ica de grande relevância , é a presença de óxidos

super f ic ia i s , que podem ser or iginár ios do processo de fabr icação do pó,

e também de uma estocagem prolongada. Estes óxidos são abras ivos , e

Page 74: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

63

podem comprometer a vida do ferramental de compactação (GRAF et al. ,

1991).

Tabela 6 - Resultados de análise química dos pós aço inoxidável AISI

3 1 6 L - Osprey e LCT-USP*

Amostra 80 % -22 jam 90 % -16 fim 80 % -22 jam 90 %-16jnm

Osprey Osprey LCT LCT

Fe Bal Bal Bal Bal

Ni 13,19 12,59 13,3 13,3

Cr 16,73 16,64 16,0 15,9

C 0,017 0,019 * * * * * *

Si 0,710 0,520 0,40 0,40

P <0,04 0,021 0,04 0,04

Mo 2,69 2,89 1,74 1,64

Mn 1,61 1,48 1,65 1,64

S <0,035 0,004 * * * * * *

*LCT - Labora tór io de Caracter ização Tecnológica sediada no

depar tamento de Engenhar ia de Minas - USP

Osprey - Sandvik Group Company

*** anál ises não real izadas

Pode-se observar que não houve a l teração da composição química ,

o que poder ia permit i r o surgimento de contaminantes , que pudessem

comprometer a vida do fer ramenta l .

Page 75: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

64

4.1.2 Diagnóst ico do empacotamento de partículas

Os pós contendo par t ículas abaixo de 22 um e 16 um, foram

mis turados em um misturador " tú rbu la" durante 1 hora, a fim de

encontrar o melhor empacotamento de par t ículas , entre as duas

granulometr ias . Os resul tados estão i lustrados na Figura 9

densidades solta e batida

E J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

—•—d solta

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

—1— dbatida

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J

J

4,5 «r* 4 -

3,5 E 3 -

3 ? 5 8 , "8 2

1 1,5 3 1

0,5 0 J 1 1 1 1 1 I 1 1 1 1 I

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

amostras

Figura 9 - Determinação das densidades solta e bat ida.

Page 76: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

65

A part i r do resul tado obt ido, ver i f icou-se que a melhor re lação foi

a apresentada pelo lote 7, ou seja , 60 % abaixo de 22 micrômetros e 40

% abaixo de 16 micrômetros , o que de terminou sua escolha como

padrão, embora os demais lotes não tenham most rado d i fe renças

s igni f ica t ivas de empacotamento , em relação ao padrão es tabe lec ido , o

que se deve ao caráter f ino, de larga fa ixa de d is t r ibuição das par t ícu las .

As amostras var iaram em 10 % em massa, uma em relação a outra ,

e as melhores , foram as amostras 7 e 8, cujo conjunto de dens idades

coincidi ram. A amostra 7 foi a escolhida , por apresentar o melhor

conjunto de densidade batida (4,55 g/cm3) e solta (3 ,57g/cm 3 ) , o que é

um indicio de um melhor empacotamento , segundo a l i te ra tura

(GERMAN, 1990; THUMMLER & OBERACKER, 1993).

4.1.3 Agentes dispersantes - d is tr ibuição do tamanho de

partículas.

Na preparação das amostras , foram usados os seguintes agentes

dispersantes : hexameta fos fa to de sódio, pol iacr í la to de sódio, Dispersai

130 R, Darvan n° 6 e Disper lan L., obedecendo a teor ia de potencial zeta

(BERGSTRÒM & PUGH, 1994). O ze tâmetro foi descar tado, pois os pós

aval iados t inham densidades altas, e tamanhos que excediam à

capacidade de análise do equipamento.

Para encontrar o agente dispersante adequado, fez-se uma mis tura

de água, agente dispersante e pó metál ico, onde procurou-se observar o

pH em que a mistura se es tabi l izava, mantendo as par t ículas em

suspensão por um maior intervalo de tempo. Assim, dentre os agentes , o

pol iacr í la to de sódio, foi o que apresentou a es tabi l ização de pH mais

rápida , e manteve por mais tempo o mesmo valor .

Page 77: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

66

É importante sal ientar que, os agentes d i spersan tes , apresentam

resul tados em termos de dispersão. Contudo, somente a comparação entre

eles, permite uma aval iação mais consis tente , quanto ao maior grau de

dispersão. O melhor agente dispersante é aquele que mantém as

par t ículas bem dis t r ibuídas em um sistema pelo maior tempo poss ível .

Na determinação do tamanho de par t ículas , o Sedígrafo não

apresentou reprodut ib i l idade de resul tados , sendo tal técnica descar tada ,

pois é um processo muito demorado. A d is t r ibu ição do tamanho de

par t ículas foi caracter izada através de d i f raçâo de luz LASER, cu jos

resul tados apresentaram reprodut ib i l idade. Os ensaios eram refe i tos , a

fim de se obter conf iab i l idade nos resul tados.

O perf i l da dis t r ibuição do tamanho de par t ículas , se apresentou de

forma bimodal (Figura 10), o que segundo alguns autores (GERMAN,

1990; NYLUND et al. , 1995; CAI & GERMAN, 1995), leva a uma alta

densidade de empacotamento , revelando-se como um caráter pos i t ivo ,

para o processo de moldagem por in jeção a baixa pressão.

Page 78: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

67

(%)

9 0 . 0

80.0

7 0 . 0

60,0

5 0 . 0

4 0 . 0

3 0 . 0

20.0

10.0

0.0 . 0.1 1.0 10.0 loo.o (jam)

Figura 10 - Dis t r ibuição de tamanho de par t ículas de pó de aço

inoxidável AISI 316 L, obtido via d i f r ação de luz LASER.

4.1.4 Tamanho médio de partícula e área de superf íc ie

específ ica

Uma vez ver i f icado que a morfo logia das par t ículas era e s fé r i ca ,

pode-se anal isar o tamanho médio de par t ícula , e cor re lac ionar com a

área de superf íc ie espec í f ica , obtida via BET, através da equação 1, o

que apresentou resul tados s imilares , most rando que os métodos Fisher e

Page 79: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

68

BET tem uma boa correlação. Isto se deve à geometr ia es fé r ica dos pós

(veja tabela 7).

O valor da área de superf íc ie espec í f i ca , pode ser um bom

indicador da reat ividade dos pós. Pós es fér icos , com baixa rugos idade

superf ic ia l (asper idade) , apresentam um baixo teor de umidade , o que é

conf i rmado na tabela 7.

Tabela 7 - Caracter ís t icas f ís icas do pó de aço inoxidável AISI 316 L.

Dif ração BET-área de Fisher - Morfo log ia

Laser Umidade super f íc ie tamanho das par t ícu las

(um) (%) especí f ica médio de

(m2 /g) part ícula

(pm)

D,o = 1,85 0,04 0,092 8,24 es fé r ica

Dso = 8,25

D9o= 20,24

4.1.5 Teor de umidade

Os pós foram submetidos durante 4 horas, a uma tempera tura de

120 °C, a fim de medir o teor de umidade. Este é um impor tan te

parâmetro , para o processo de moldagem por in jeção, p r inc ipa lmente na

etapa de ret i rada do l igante, pois a água adsorvida , pode favorece r

l igações secundár ias , ou seja , pontes de h idrogênio , re f le t indo-se em

t r incas , empenamentos , etc. das peças durante a ext ração dos l igantes . O

teor igual a 0,04 %, ref le te baixa umidade, o que é a l tamente favorável

para o processo em questão.

Page 80: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

69

4.1.6 Morfologia das partículas

A morfo logia foi carac ter izada , a través de microscopia e le t rônica

de varredura (MEV). Os pós produzidos por a tomização a gás, eram

cons t i tu ídos por par t ículas es fé r icas , o que pode ser conf i rmado a t ravés

de MEV (f igura 14). A principal vantagem de tal mor fo log ia , segundo a

l i teratura (GERMAN, 1990; THÜMMLER & OBERACKER, 1993) é a

homogeneidade e boa propr iedade de empacotamento , o que é favorável

para o processo MPI, por cont r ibui r , para evi tar a formação de vazios

nas peças in je tadas

Figura 11 - Microscopia e le t rônica de varredura de pós de aço

inox AISI 316 L a tomizados a gás most rando

morfologia tendendo a forma esfér ica .

Page 81: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

70

4.1.7 - Densidade picnométrica

A densidade picnométr ica , regis t rada para a mostra resul tante da mis tura

foi;

Massa da amostra (M) = 60,974 g 1

!- =>Densidade(D) = 7,99 g / c m 3

Volume da amostra (V)= 7,631 cm J

Cons iderando que a densidade teórica do aço inoxidável AISI 316

3 L é de 7,9 g/cm , e tendo observado uma densidade p icnomét r ica de

3

7,99 g/cm , pode-se ver i f icar que os pós a tomizados à gás, em questão,

apresentaram uma porosidade nula, o que permit iu uma minimização de

efe i tos de contração, durante a s inter ização.

4.2 - Caracter ização de l igantes

A carac ter ização térmica é fundamenta l para se conhecer a fa ixa de

tempera tura de ut i l ização dos l igantes (WEST, 1990). No caso da

composição da massa, é importante observar a tempera tura de fusão dos

l igantes , que é determinado pelo DTA ou DSC. No caso da re t i rada dos

l igantes , a tempera tura de evaporação é que vai determinar o perf i l de

aquecimento do forno e pode ser obtido pelo TGA.

A anál ise via DTA, conforme mostrada na f igura 12, permi t iu

obter as temperaturas de fusão de cada const i tu inte orgânico. A

importância desta propr iedade f ís ica determinou a forma de mis tura dos

l igantes , ou seja , a ordem e quant idade de cada um. A tempera tu ra de

jwiSSAC ntí,;CKU et t fo thuu NUÜUAN/ÜP

Page 82: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

71

homogeneização não pode ser superior á tempera tura de fusão , pois a

mesma d i f icu l ta a interação entre os l igantes , e entre estes e as

par t ículas , levando à segregação do l igante , cu jo ponto de f u s ã o se ja

mais elevado. Estes dados estão d isponibi l izados na tabela 5.

A molhabi l idade do pó pelo l igante depende, por tan to , da

tempera tura necessár ia , para que ocorra a mis tura dos l igantes , e da

in teração entre estes, e o pó metál ico. Isto torna-se necessár io , uma vez

que a pouca solubi l idade entre estes , pode levar a uma segregação quer

de ceras , quer do pol ie t i leno. Assim, em geral , a mistura dos l igantes

com o pó, mostrou-se ser uma etapa demorada, a qual de termina o

sucesso da in jeção.

Os pós metá l icos , contr ibuíram para a melhor d is t r ibuição té rmica ,

auxi l iando de maneira posi t iva, durante a fusão dos l igantes . Na f igura

12, pode-se observar as tempera turas de fusão dos cada l igante. A cera

microcr is ta l ina é a mais e levada, apresentando uma tempera tura de fusão

de 136 °C, e acima desta tempera tura , ver i f ica-se a degradação térmica

através de picos de t ransições endotérmicas e exotérmicas .

Page 83: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

72

Figura 12. Anál ise te rmo-di fe renc ia l (DTA) dos l igantes u t i l izados no

processo.

Quanto a anál ise via te rmogravimétr ica (TGA), most rou-se um bom

indicador de temperatura de evaporação dos cons t i tu in tes orgânicos

( f igura 13). Com este ensaio, pode-se ver i f i ca r o in tervalo de

temperatura de perda de massa dos l igantes , e o residual de cada um após

o ensaio, permit indo assim ajuste de fornos , a fim de se obter um perf i l

térmico mais adequado, para a composição ut i l izada, no caso da etapa de

ret i rada de l igantes no processo de moldagem (f igura 4).

Uma das preocupações quanto à presença de res íduos , é a

poss ib i l idade destes al terarem a composição química do aço,

t rans formando- o de aços 316L, em aço 316, devido a presença de

Page 84: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

73

carbono or iundo dos l igantes. Assim o TGA torna-se uma fe r ramenta

importante , para a previs ibi l idade de tempo de ext ração térmica.

Análise térmica de ligantes

0 100 200 300 400 500 600 700 Temperatura ( °Q

Figura 13. Anál ise te rmogravimétr ica (TGA) dos l igantes u t i l izados no

presente processo .

4. 3 Caracter ização reológica de massas

4.3.1 Composição da carga

In ic ia lmente , foram montadas 6 mis turas , a fim de se

encontrar a melhor relação metal / l igante, u t i l izando-se o método de

carga cr í t ica (GERMAN, 1990), conforme Figura 2.

Page 85: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

74

Carga Crítica

9

8

~ 7 r»

1 6

2 5 0

T3 . (0 4 "

1 3 -o Q 2

1 i

0 • w a r

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Fração V o l u m é t r i c a d o Pó M e t á l i c o (%)

Figura 14 - Determinação de composição por carga cr í t ica

Cons iderando que, de acordo com a l i teratura , no pr imeiro desvio

s ign i f ica t ivo , encontra-se o ponto da composição da carga, o que de

acordo com a f igura 14, ocorreu a 70% da f ração volumétr ica do pó

metál ico e 30 % dos l igantes , tes tou-se uma primeira mistura à baixa

pressão, o que levou a resul tados negat ivos.

A partir daí , vários composições foram submet idas à inúmeros

ensaios , até chegar na relação 60 % de f ração volumétr ica do pó

metá l ico , e 40 % dos l igantes , ainda com resul tados não sa t i s fa tó r ios .

Fixou-se então tal composição, e montou-se 5 lotes, con fo rme

apresentado na Tabela 8, var iando-se apenas a f ração de l igantes .

Page 86: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

75

Tabela 8 - Compos ições de cargas para in jeção em baixa pressão

(% em volume)

Aço Polietileno Parafina cera de Cera

inoxidável de baixa carnaúba microcristalina

Material AISI316L densidade

Lote 1 60 0 28 10 2

Lote 2 60 4 25,2 9 1,8

Lote 3 60 8 22,4 8 1,6

Lote 4 60 12 19,6 7 1,4

Lote 5 60 16 16,8 6 1,2

Dentro da porcentagem es tabelecida para os l igantes , ou se ja , 40 %

em volume, procurou-se variar a composição entre o pol ímero ut i l izado e

as ceras , tentando ot imizar as melhores condições para o processo de

moldagem por in jeção a baixa pressão. A l i tera tura apenas mostra as

fo rmulações para alta pressão, e a pouca l i tera tura exis tente para o

processo a baixa pressão, refere-se apenas a mater ia is cerâmicos .

Cada lote foi submetido a ensaios reológicos em três d i fe ren tes

reômetros , a fim de se determinar o equipamento mais adequado, e os

parâmetros necessár ios a obtenção de composições in je táve is . A

tempera tura de ensaio foi de 145 °C.

4.3.2 - Comportamento reológico de massa no lote 1

O lote 1 possuía uma composição de 60 % de pós metál icos e 40 %

de l igantes. Os l igantes eram const i tu ídos apenas pelas ceras, o que

Page 87: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

76

s igni f ica que toda a lei tura obtida dos três reômetros , eram

essencia lmente advindas da ação destas.

Contudo, pode-se observar que a ausência de pol ie t i leno neste lote,

levou à produção de peças sem resis tência mecânica , p re jud icando a

manutenção da geometr ia destas , durante a ext ração dos l igantes.

No reômetro capilar (Figura 15), a massa do lote 1, por ter uma

grande quant idade de cera e ausência de pol ie t i leno, não apresentou

resul tados coerentes , visto que a ação da gravidade fazia com que as

ceras , na tempera tura de 145 °C, escorressem pelo capi lar antes mesmo

das medidas serem iniciadas. Foi necessár io reduzir a tempera tura para

95 °C, o que descaracter izou o processo, já que a l terou-se a t empera tura

de in jeção. Além disso, a ação das bolhas de ar apr i s ionadas durante a

descida do punção, resul tou em descont inuidades na medida, mos t rando

uma baixa sensibi l idade do equipamento para essa composição .

Neste reômetro foi ut i l izado um capi lar 1.0 de L/D = 20, para que

houvesse condições de lei tura. O pr imeiro e o úl t imo ponto, mostram um

possível e fe i to das bolhas de ar apr is ionadas , conforme já mencionado.

As descont inuidades da curva, com a quase sobrepos ição dos

pontos, são indícios de heterogeneidade da massa.

O des l izamento da mistura na parede é cons iderado como uma

grande fonte de erros nas medidas reológicas . Este fenômeno já foi

t ra tado por alguns pesquisadores (AGARWALA AND PATTERSON,

1992; LANTERI et al. , 1996 ) e uma das expl icações se deve ao fa to da

massa estar mais di luída próxima a parede do capi lar , do que no centro.

Page 88: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

77

Reometria Capilar- lote 1

1 4 0 , .- . . . ,.... ... ... . .

S. i o o

£ 80 ra 2 60 (0

> 20

0

0 200 400 600 800 1000 1200

Taxa de Cisalhamento (s~1)

Figura 15. Compor tamento da massa do lote 1, submet ido ao reômetro

capi lar Galaxy.

Em relação ao reômetro Haake, foi possível d is t ingui r um

compor tamento tendendo a pseudoplás t ico , embora esse reômetro tenha

pouca sensibi l idade para baixa v iscos idade, conforme observado na

Figura 16, pelas i r regular idades entre os pontos regis t rados pelo

equipamento . Houve aqui também a necess idade de baixar a tempera tura

(90 °C), para que houvesse poss ibi l idade de lei tura, o que o carac ter izou

como inadequado para as condições propostas .

As descont inuidades na curva, mostram uma massa pouco

apropr iada para in jeção com def ic iência de homogeneização da cera com

o pó.

Page 89: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

78

Resul tados do reômet ro - HAAKE

0 1 0 0 0 2 0 0 0 3 0 0 0 4 0 0 0 5 0 0 0 6 0 0 0 7 0 0 0 S 0 0 0

taxa de c isa lhamento (s-1)

Figu ra ló - Compor tamentodo da massa ensaiada no reômetro HAAKE

para o lote 1.

O reômetro de torque Brookf ie ld (Figura 17) mostrou um

compor tamento concordante com o Haake. A tempera tura do pr imeiro foi

maior (90 °C)em relação a este (85 °C), o que está de acordo com a

maior ação c isa lhante , mostrada pelo reômetro Haake.

As v iscos idades , mostram uma concordância nos va lores

( lembrando que ImPa.s = l cP) , entre as medidas do reômetro HAAKE e

o de Torque. As descont inuidades das medidas de v i scos idades ,

caracter izam uma massa pouco adequada para a in jeção.

Page 90: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

79

reômetro de torque •viscosidade-lotel

o. o^ QT •o « TS '55 O o (/) >

3500 3000 2500 2000

1500 1000

500 0

0 10 20 30

taxa de cisalhamento(s-l)

Figura 17. Comportamento da massas ensaiadas no reômetro de torque

Brookfield para o lote 1.

4.3.3 - Comportamento reológico de massa no lote 2

O lote 2, cuja composição global (proporção de l igantes + pó) é a

mesma apresentada no lote anterior , apresentou um acréscimo de 10 % de

poliet i leno, cuja função, anter iormente descri ta , é dar resistência

mecânica ao corpo a verde.

Com o acréscimo de 10 % de poliet i leno à massa desse lote,

ver i f icou-se que apenas o reômetro de torque, apresentou uma resposta

mais adequada, uma vez que houve uniformidade nas leituras regis t radas

por este reômetro, na temperatura de injeção.

Page 91: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

80

Em outras palavras, o reômeto de torque (Figura 18) mostrou

sensibi l idade de leitura, f rente aos demais, os quais mostraram

irregularidade e imprecisão.

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

reômetro de torque

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 •

2 0 0 0 0

18000

16000

£ 14000

^ 12000

" 10000 2 </> 8 0 0 0 • —

.2 6 0 0 0 • > 4 0 0 0

2 0 0 0

0

.2 6 0 0 0 • > 4 0 0 0

2 0 0 0

0

.2 6 0 0 0 • > 4 0 0 0

2 0 0 0

0

.2 6 0 0 0 • > 4 0 0 0

2 0 0 0

0

.2 6 0 0 0 • > 4 0 0 0

2 0 0 0

0 S 10 15 2 0 2 5 3 0

taxa de c (sa lhamento(s -1 )

Figura 18 - Comportamento da massa ensaiada no reômetro de torque

Brookfield - lote 2.

O reômetro HAAKE (Figura 19) demonstrou, que na temperatura de

injeção (145 °C), não há possibi l idade de obter-se uma boa lei tura, o

que o torna inadequado para este fim, e portanto, não favorece a

comparação entre os três reômetros, sob as mesmas condições de

temperatura.

iÜMISSAÜ NAÜÜN01 DE ENtHÜIA N U C l E A N / S T irr_.

Page 92: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

81

renrrrtro HVMsE- kite 2

O 2DG0 4000 6C00 8000 1C00D 12D0D

taradedsdhamsic^-l)

Figura 19- Comportamento da massa ensaiada no reômetro HAAK.E para

o lote 2.

Quanto ao reômetro capilar (Figura 20), este apresentou um

comportamento mais próximo do esperado, apesar da presença de pontos

destoantes e sobrepostos, provavelmente devido à presença de bolhas na

massa.

Page 93: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

82

Resultados da Reometria Capilar-lote 2

0 100 200 300 400 500 600 Taxa de Cisalhamento (s )

Figura 20 - Comportamento da massa ensaiada no reômetro capilar

Galaxy para o lote 2.

4.3.4 - Comportamento reológico de massa no lote 3

No lote 3, o poliet i leno representou 20 % da quant idade total de

ligantes presentes na massa, o que garantiu a manutenção da geometria

das peças.

A homogenidade da massa foi atingida num tempo menor, além da

composição ter favorecido a ausência de bolhas, durante a injeção das

peças. Ainda, neste lote, foi possível observar um aumento da

viscosidade da massa, em relação ao ocorrido nos lotes 1 e 2, graças a

ação do poliet i leno, que apesar de estar em menor quant idade em

relação às ceras, teve uma influência mais contundente na massa.

No reômetro Capilar (Figura 21), as anál ises foram fei tas em

temperaturas de 140 °C. As i rregular idades registradas durante o ensaio

denota que, apesar da quantidade de poliet i leno, essa composição

apresentou viscosidade abaixo da sensibi l idade do equipamento.

Page 94: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

83

As med idas ob t idas no reômet ro de Torque B r o o k f i e l d (F igura 22)

ap resen ta ram um compor t amen to l inear , com uma d i s t r i bu i ção mais

homogênea , sem que houvesse necess idade de va r i ação de t e m p e r a t u r a de

ensa io (145 °C).

vis

co

sid

ad

e(c

P)

Resultados do reômetro termocel

• viscosidade Lote3

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

• — •

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

vis

co

sid

ad

e(c

P)

3 10 15 20 25

taxa de cisalhamento(s-l)

Figura 22 - C o m p o r t a m e n t o do reômetro de to rque Brook f i e ld

para o lote 3.

Page 95: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

84

Para a real ização do ensaio no reômetro HAAKE (Figura 23),

houve a necess idade de baixar a temperatura da mistura , reve lando que

tal equipamento necessi ta de al tas taxas de c i sa lhamento , o que o

descarac ter izou , para as condições do processo de moldagem.

Figura 23 - Compor tamento da massa ensaiada no reômetro

HAAKE - lote 3.

4.3.4 - Comportamento reológico de massa no lote 4

Neste lote, cuja presença de pol ie t i leno foi da ordem de 30

%, a mistura do pó metál ico com os l igantes demandou um tempo maior

Page 96: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

85

em relação aos demais , para sua mistura total , conf i rmando a ação do

pol ie t i leno no aumento da viscosidade.

Pode-se ver i f icar que, apesar do reômetro capi lar não ter t ido

sens ib i l idade para medir amostras com elevadas quant idades de cera,

como no caso dos lotes 1, 2 e 3, neste caso apresentou um

compor tamento mais próximo do ideal , graças à sua capacidade de medir

alta v iscos idade.

Em outras palavras , o reômetro do t ipo Capi lar (Figura 24) não

pode t rabalhar em temperaturas em torno de 145 °C, que é a tempera tura

de in jeção da massa, pois o efe i to da gravidade e aquec imento das

paredes , fazia com que a cera escorresse , não permi t indo le i turas

corre tas pelo aparelho. Assim, foi necessár io ut i l izar t empera turas mais

baixas de t rabalho (90 °C), o que levou a altas taxas de c i sa lhamento .

Resultados da Reometria Capilar-lote 4

250

200

£ 150 0

1 100 V) o

| 50

0

0 200 400 600 800 1000 1200

Taxa de Cisalhamento (s'1) Figura 24 - Compor tamento da massa ensaiada no reômetro Capi lar

Galaxy para o lote 4.

Page 97: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

86

Apesar dessa composição conter 30 % de pol ie t i leno de baixa

dens idade , o mesmo não contr ibuiu para que houvesse le i tura do

reômetro HAAKE, havendo a necess idade de baixar a tempera tura para

100 °C , o que pode ser conf i rmado pelas altas taxas de c i sa lhamento ,

regis t radas na f igura 25.

reômetro capilar-HAAKE

f 5

0

2000 4000 6000 8000 taxa de cisai hamento(s-1)

10000

Figura 25 - Compor tamento da massa ensaiada no reômetro HAKE

para o lote 4.

Quanto ao reômetro Termocel l , pode-se real izar o ensaio dentro

das condições exigidas pelo processo de in jeção , o que s ign i f icou a

manutenção da temperatura próxima às condições de t rabalho da in je tora

Page 98: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

87

(140 °C). Através da Figura 26, pode-se observar um compor tamento de

dis t r ibuição dos pontos, prat icamente homogênea.

Reômetro de torque

Q. u, af T3 «j ;o <75 o o ifí

• >

•viscosidade-lote4

10 15 20 25 30

taxa de cisaihamento(s-1)

Figura 26: Comportamento da massa ensaiada no reômetro de torque

Brookfiel para o lote 4.

4.3.2.5 - Comportamento reológico de massa no lote 5

A quantidade de poliet i leno desta mistura foi de 40 %, o que

certamente inviabil izou a massa, devido à alta viscosidade. Deve-se

ressal tar que, apesar dos pós metálicos auxiliarem a dis t r ibuição térmica,

atuando no sentido da sua homogeneização da massa, mesmo assim não

foi possível a produção de massas.

Este lote se caracterizou por um comportamento de alta

viscosidade, mesmo em temperaturas mais elevadas, (165 °C)

Page 99: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

88

imposs ib i l idade de mistura dentro da in je tora , excedendo as condições de

in jeção , tais como temperatura , pressão e rotação.

Diante das condições acima descr i tas , o lote foi descar tado.

4.4 Estudo reológico de um sistema considerado injetável

4.4.1 Caracterização reológica

A part i r dos resul tados anter iormente apresentados , montou-se uma

composição de massas que se s i tuasse entre os lotes 2 e 3, em cu ja

composição , o pol ie t i leno par t ic ipou com 15 % dos l igantes. Pode-se

ver i f icar que o melhor compor tamento tende, na re lação v iscos idade

versus taxa de c isa lhamento, a uma f igura do tipo hipérbole equi lá te ra , o

que ju s t i f i ca a escolha entre os lotes ci tados. A compos ição da carga (pó

+ l igante) a ser in je tada se encontra na tabela 9.

Tabela 9 - Composição da carga in je tada para pós metá l icos f inos .

Matéria-prima Quantidade (% em volume)

Aço inox AISI 3 16 L 60

Pol ie t i leno 6

Carnaúba 8,5

Para f ina 23,8

Cera microcr is ta l ina 1,7

A carac ter ização reológica real izada mostrou um compor tamento

pseudoplás t ico , ou seja , a viscosidade diminuiu com a taxa de

Page 100: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

89

c isa lhamento , o que é favorável para o processo de moldagem por

injeção. Ainda, a viscosidade em função do tempo, mostrou um

compor tamento t ixot rópico , mostrando que esses eventos não são

excludentes . Tal resul tado está de acordo com a l i teratura (GERMAN &

BOSE, 1997) ( f iguras 27 e 28), e com os resul tados obt idas das anál i ses

e fe tuadas pelo reômetro de torque Broockf ie ld DVI1 - UFRGS.

viscosidade vs tempo

600 —í i — — i i i , 0,5 1,0 1,5 2.0 2,5 3,0 3.5 4,0 4,5

tempo (min)

Figura 27 - Compor tamento da massa ensaida num reômetro de

torque- Brookf ie ld DVIII -IPEN.

Page 101: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

90

Viscosidade vs taxa de cisalhamento

940 920 900 880 860

— 840 % 820

V 800

1 2

780 760

> 700

620 600

• L ;

: í

! :

[

16 20 24 28 32 36 40 44 48

taxa de cisalhamento ( s-1 )

Figura 28 - Compor tamento da massa ensaiada no reômetro de

torque Brookf ie ld DVIII-IPEN.

4.5 Injeção de peças

Após as anál ises reológicas , fez-se in jeções em pressões de 0,5,

0,6 e 0,7 MPa, em tempera turas var iando entre 130 e 150 °C. Os

resul tados podem ser observados na f igura 29.

(MISSÃO NACIGNAL LE ENtHGIfl NUCLEAH/5P »«>

Page 102: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

91

Figura 29 - Peças in je tadas mostrando defe i tos de in jeção tais como

t r incas e preenchimento incompleto do molde.

As melhores condições foram f ixadas em 145 °C, e 0,7 MPa de

pressão, revelando boas condições de injeção. Isto pode ser conf i rmado

pela geometr ia bem acabada das peças produzidas , cuja es t ru tura não

apresentou tr incas, bolhas ou empenamentos , conforme mostra a f igura

30.

Page 103: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

92

Figura 30 - Peças isentas de defe i tos , mostrando d i fe ren tes geometr ias .

Na remoção dos l igantes, foram usados processos t e rmo-qu ímicos

(nos quais a peça à verde fica submetida ao heptano aquecido em torno

de 50 °C) e térmico, onde as peças são submet idas a um baixo vácuo.

Na remoção térmica ut i l izou-se leito de a lumina, o que contr ibui

para a manutenção da geometr ia das peças e também auxi l ia a remoção

do l igante via capi lar idade.

Quanto às propr iedades mecânicas destas peças, foram

acompanhadas através de ensaios de dureza e dens idade , até t empera turas

próximas a da s in ter ização (1200 °C), conforme i lus t rado na tabela 10.

Page 104: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

93

Tabela 10 - Evolução de densidade e dureza em várias tempera turas

próximas a de s inter ização.

Temperatura

(°C)

900 1000 1100 1200

Densidade

(g/cm 3 )

4,704 5,420 5,616 5,912

Dureza (HB) 53 77 116 151

Embora o presente t rabalho não obje t ivasse o conhec imento da

etapa de s in ter ização, esta foi real izada conjuntamente com os ensaios de

dureza, no sent ido de acompanhar a evolução das propr iedades

mecânicas . O compor tamento da densidade e dureza, mostraram que as

massas respondiam posi t ivamente ao processo de s inter ização.

Os resul tados da tabela 10 conf i rmam, através da evolução da

densidade e dureza dos corpos submetidos em tempera turas ascendentes ,

que os dados do reômetro de torque modelo Brookf ie ld , foram conf iáve i s

para predizer a viabi l idade do uso da massa propos ta , no processo de

moldagem por in jeção de pós metál icos a baixa pressão. A f igura 31,

mostra peças a verde e s inter izadas , e a f igura 32 mostra mic rogra f ias de

peças s inter izadas , ressa l tando uma microporos idades homogênamente

d is t r ibuída pela amostra.

Page 105: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

Figura 31. Peças in je tadas em baixa pressão: s in ter izada

e a verde

Figura 32. Micrograf ia ópt ica de amostras s in ter izadas ,

de massas const i tu ídas de pós abaixo de

20| im, inje tada a baixa pressão.

Page 106: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

95

PARTE B- SISTEMAS HETEROGÊNEOS CONSTITUÍDOS DE PÓS

GROSSEIROS ( inferior a 45 jim).

Par t indo de 2 lotes a leatór ios de pós grossei ros , um a tomizado a

gás e outro a água, submeteu-se tais lotes à seleção de par t ículas , a t ravés

de peneiras de malhas de 325, 400 e 500 #.

Tal procedimento foi repet ido várias vezes, até se obter de ambos

os lotes, par t ículas de tamanhos infer iores a 45 pm, porém conservando

as mesmas d is t r ibuições e compor tamentos entre si.

4.6. Caracter ização f ís ica das part ículas

A tabela 11 mostra caracter ís t icas f í s icas dos pós a tomizados à água,

e a gás . A morfo logia es fér ica do pó atomizado a gás, tende a valores do

FSSS (Fisher Subsieve Sizer) próximos de dso, de te rminado pelo

granulômetro CILAS. Assim, durante a seleção dos pós a tomizados , a

gás e a água, as anál ises via CILAS e via FSSS, foram rea l izadas

con jun tamente , a fim de assegurar que a d is t r ibuição de tamanho de

par t ículas fossem semelhantes .

Page 107: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

96

Tabela 11 - Caracter ís t icas f ís icas dos pós de aço inoxidável AISI

316L atomizados a gás e a água.

dlO Densidade Teor de FSSS BET

d50 p icnométr ica umidade

Pós d90

(pm) (g/cm3) (%em peso) (jiim) (m 2 /g)

19

Atomizados a 36 7,85 0,13 15,8 0,102

água 58

12

Atomizados a 27 7,89 0,022 21,3 0,039

gás 43

A umidade foi mais alta para os pós a tomizados a água, do que para

os pós a tomizados a gás, devido à rugos idades super f ic ia i s , o que pode

favorecer l igações químicas secundár ias , do t ipo pontes de h idrogênio

com os l igantes. Esta consideração pode expl icar a d i f i cu ldade na

ret i rada dos l igantes , quando ut i l izado pós sem uma prévia secagem; o

que ref le t ia em geral no aparec imento de t r incas , e empenamentos nas

peças metál icas , durante a s inter ização.

Pode-se ainda, corre lacionar a umidade com a geometr ia dos pós, ou

seja , pós a tomizados a água apresentam umidade mais e levada. Isto pode

ser um parâmetro de aval iação prévia, num pr imeiro momento de

composição de carga.

O tamanho médio de part ícula obtido por FSSS e a área de super f íc ie

espec í f ica obtida pelo método de BET, foram corre lac ionados pela

equação 1. O método FSSS mostrou que, pode ser usado como um

Page 108: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

97

controle de processo, pela medida do diâmetro médio de par t ícula ,

quando da carac ter ização dos pós, devido ao fa to de ser mais bara to e

mais rápido, que o método BET.

A densidade pícnométr ica serviu para avaliar a poros idade fechada

dos pós, pois ela pode agir negat ivamente , durante a s in te r ização das

peças de metal obtido por MPI.

O pó metál ico que apresentou maior densidade p icnométr ica , e

consequentemente menor porosidade fechada, foi o pó a tomizado a gás,

conforme demostrado na Tabela 11 .

As f iguras 33e 34 i lustram a dis t r ibuição de tamanho de par t ículas ,

para os pós a tomizados a água e a gás, respec t ivamente . Foi poss ível

observar uma pequena f ração de tamanho de pós abaixo de 10 |j.m.

Também um comportamento estrei to e monomodal , pode ser cons ta tado

para ambas os pós, o que de acordo com a l i tera tura (GERMAN & BOSE,

1997; CAI & GERMAN, 1994), não é favorável para se ter um nível al to

de empacotamento de par t ícula , no processo MPI.

Page 109: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

98

Figura 33 - Dis t r ibu ição do tamanho de par t ículas de pós de aço

inoxidável AISI 316 L a tomizado a água

Para anal isar a d is t r ibuição de tamanho de par t ícula , a t ravés de

d i f ração de luz LASER, foi necessár io encontrar-se um bom agente

d ispersante , como já descri to. Este fenômeno é regido pelos e fe i tos

e lé t r ico , es téreo e es téreo-e lé t r icos (LASKOWSKI & PUGH, 1992).

Page 110: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

99

Também para os pós grosseiros , os melhores resul tados foram obt idos

com o uso de pol iacr í la to de sódio.

Figura 34. Dis t r ibuição do tamanho de par t ículas de pós de aço

inoxidável AISI 31L atomizados a gas.

As f iguras 35 e 36 (micrograf ía e le t rônica de var redura) most ram a

morfo log ia dos pós a tomizados. As par t ículas a tomizadas a água ( f igura

35) são i r regulares e mostram asper idades em sua super f íc ie , que

contr ibuem para d i f icul tar o penei ramento , e também aumentam o atr i to

inter par t ículas , levando a uma viscosidade de mis tura meta l -po l ímero

mais alta.

Page 111: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

100

Figura 35- Micrograf ia e le t rônica dos pós a tomizados a água

mostrando super f íc ies i r regulares .

A topograf ia das par t ículas de pós a tomizadas a gás, é ( f igura 36)

bastante lisa e de geometr ia es fé r ica , os quais contr ibuem de modo

posi t ivo, favorecendo a in jeção, e superando os pontos negat ivos , como o

fato de ser monomodal , e possuir par t ículas acima do tamanho

recomendado pela l i teratura (ZAMPIERON, 2001; GERMAN, 1990;

NYLUND et al i , 1995).

SSAO NACXNM C F . f c N t H G I A N U C L E A H / S P

Page 112: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

101

Figura 36. Micrograf ia de pós de aço inoxidável AISI 316 L

a tomizados a gás, mostrando super f íc ie lisa e geometr ia

tendendo a esfér ica .

A área de superf íc ie especí f ica para as par t ículas a tomizadas a água,

é bem mais alta do que para as a tomizadas a gás. A forma esfér ica das

par t ículas a tomizadas a gás, diminui a área de superf íc ie espec í f i ca , o

que denota uma menor capacidade de retenção de umidade, favorável ao

processo MPI.

4.7 - Caracter ização reológica das massas const i tuídas de pós

metálicos inferior a 45 ^m atomizados à gas e a água

A figura 37 mostra a var iação da v iscos idade em relação a taxa de

c isa lhamento . É possível observar que, para a mistura contendo pós

Page 113: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

102

atomizados a água, há uma maior v iscos idade em relação aos pós

a tomizados a gás, o que se deve a geometr ia i r regular destes pós, os

quais exibem asper idades na sua superf íc ie , sendo estas responsáveis

pelo aumento de atr i to entre as par t ículas .

Foi repor tado por GERMAN (1990) , que as asper idades da super f íc ie

da par t ícula , têm uma inf luência muito pequena na v iscos idade de massas

ut i l izadas no processo MPI. Segundo este autor , a geometr ia da

par t ícula , tem um efe i to mais preponderante na dens idade de

empacotamento e na viscosidade.

Durante a obtenção dos resul tados , pode-se observar que para

par t ículas grosseiras ( tamanho de part ículas abaixo de 45 ^m) , a

geometr ia e a rugosidade da superf íc ie dos pós, passam a ter uma ação

con jun ta , colaborando com o aumento da v iscos idade.

Figura 37 - Compor tamento reológico das misturas provenien tes

de massas ( " feeds tocks" ) const i tu ídas de pós

a tomizados a gás e a água

Page 114: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

103

A mistura contendo pós a tomizados a água, manteve um

compor tamento pseudoplas t ico por um curto in tervalo de tempo, devido a

baixa capacidade das par t ículas , de se manter em uma mis tura

homogênea , decorrente da elevada segregação dos pol ímeros pelas

par t ículas . Tenta t ivas foram fe i tas para a correção da f ração de l igantes ,

e não houve condições de se reverter a he terogeneidade na massa, sem

que isto a fe tasse as propr iedades reológicas requeridas .

Para as misturas const i tu ídas de pós a tomizados a gás, o

compor tamento pseudoplás t ico foi mant ido por um tempo maior , e as

medidas mostraram-se mais l ineares , s ign i f icando que a massa

apresentou-se mais homogênea. Ambos as massas foram ensaiadas a

148 °C.

Através das pequenas var iações apresentadas pelos pontos na curva

de v iscos idade versus taxa de c isa lhamento , foi possível fazer a correção

da f ração de l igantes , durante o processo de in jeção da massa, até

at ingir-se o compor tamento desejado, ou seja pseudoplás t ico .

A per turbação ver i f icada através da s inuos idade na curva de var iação

da v iscos idade versus taxa de c isa lhamento, para a massa cons t i tu ída de

pós a tomizados a água, mostra que é contra producente o uso de tal

mistura no processo MPI. A alta quant idade de l igantes u t i l izados para

a tenuar tal e fe i to , u l t rapassou o l imite cr í t ico suger ido em l i te ra tura , ou

seja , até 45 % em volume de l igantes (GERMAN, 1990; ZAMPIERON,

2 0 0 1 ) .

Tal per turbação ver i f icada no compor tamento reo lógico da massa

(água) , foi devido á cont r ibuição das asper idades super f i c ia i s ,

jun tamente com uma dis t r ibuição monomodal , e es t re i ta de par t ículas .

Foi também observado um tamanho médio e levado, cr iando uma grande

res is tência das par t ículas , perante sol ic i tações do tipo c isa lhante .

Page 115: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

104

A composição const i tu ída de pós a tomizados a gás, apresentou

melhor homogein ização , devido a forte cont r ibuição da geometr ia

es fé r ica , o que superou as desvantagens da d is t r ibuição es t re i ta dos pós,

e e levados tamanhos médios de par t ículas , fazendo com que o

compor tamento pseudoplás t ico fosse mantido.

4.8 - Sinterização e propriedades mecânicas

A sinter ização foi real izada a temperatura de 1250 °C por uma hora

con jun tamente com a ret irada dos l igantes , como no caso dos pós f inos .

Pode ser observado que o nível de porosidade elevada contr ibuiu para a

d iminuição de tempo desta etapa (4 horas).

A densidade registrada foi de 6,1 g / c n r , e uma dureza de 157 HB,

o que denota que apesar da alta porosidade, o s in ter izado exibe

propr iedades mecânicas sa t i s fa tór ias , para sua ut i l ização como f i l t ros , ou

onde a alta porosidade não comprometa a sua apl icação. A f igura 38,

ressal ta macroporos idades na peça, d is t r ibuida de forma heterogêna.

Figura 38. Micrograf ia óptica de amostra s in ter izadas de massas

const i tu ídas de pós grosseiros a tomizados a gás, e

in je tadas a baixa pressão.

Page 116: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

105

4.9 - Considerações f inais

Um dos itens que del ineou o sucesso do presente t rabalho , foi a

metodologia para encontrar o agente dispersante . Em alguns casos como

o BET, foi pedido ajuda para os fabr icantes a fim de determinar meios de

anál ise para pós metál icos. O zetâmetro e o phâmetro também

demandaram muito tempo para a jus tes de condições .

Quanto á caracter ização reológica , foi necessár io conhecer outros

equipamentos , cujo objet ivo era encontrar concordância entre seus

resul tados. Assim, através de t ra tamento dos dados provenientes dos

d i fe ren tes equipamentos , pre tendia-se encontrar equiva lênc ia , que

levasse a possíveis conf i rmações entre os resul tados dos d i fe ren tes

equipamentos , o que não foi constatado.

Segundo MACOSKO, (1994) , é possível encontrar coerência nas

medidas obt idas por d i ferentes reômetros. Cada reômetro apresentou , no

entanto , caracter ís t icas dis t intas , quanto a de te rminação do

compor tamento reológíco.

Tal , no entanto, não foi observado nos resul tados obt idos pelos

reômetros ut i l izados no presente t rabalho. Isto se deve ao fa to , de não se

poder t ratar a mistura aqui produzida , como um sistema homogêneo , o

que estar ia de acordo, com a observação fe i ta por outros pesquisadores

(ROSNER et al. , 1992).

Nos resul tados obt idos de cada reômetro, pode-se ve r i f i ca r que

nem todos os equipamentos são sensíveis à detecção de v iscos idade

muito baixa. Isto se deve ao fato de que as carac ter í s t icas de cada

equipamento , é determinada pela sua concepção de pro je to , no que diz

respei to a sua parte mecânica , e létr ica e e le t rônica.

Page 117: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

106

5- CONCLUSÕES

5.1 Quanto às caracter izações f í s icas de part ículas

• O tamanho médio de par t ículas , de terminado pelo método

FISCHER, e a área de superf íc ie de terminada pelo BET,

re lac ionados pela equação 1, podem ser cor re lac ionados com o àso

da d is t r ibuição de tamanho de par t ículas , quando se trata de pós

a tomizados à gás de d is t r ibuição monomodal , t endendo a uma

curva Gaussina. O mesmo não se ver i f i cando , para pós a tomizados

a água, e para curvas que tendem ao compor tamento bimodal .

• O baixo teor de umidade das par t ículas , está d i re tamente

re lac ionado à caracter ís t icas como: geometr ia es fé r ica , pouca

rugosidade e menor área de superf íc ie .

• A técnica de d i f ração de luz LASER, na de te rminação da

d is t r ibuição do tamanho de par t ículas , most rou-se super ior à

técnica via raio X, devido à rapidez de execução dos ensaios .

• O método de determinação de melhor agente d ispersante , most rou-

se e f ic ien te via phmetro, já que as par t ículas excediam em tamanho

e densidade, para sua ut i l ização no zetâmetro.

Page 118: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

107

.2 Quanto à caracterização reológica das massas.

O sis tema HAAKE (capi lar ) apresentou vantagens na

homogeneização da massa, e desvantagens para as medidas

reológicas em composições de baixa v iscos idade , o que pode ser

observado pelas per turbações , e d is tâncias entre as medidas .

O reômetro capilar mostrou-se inadequado para massas p roduz idas

para o processo de moldagem por in jeção a baixa pressão, devido a

grande quant idade de ceras, o que inf luenciou negat ivamente na

reprodut ib i l idade de resul tados.

Ver i f icou-se que as l i teraturas exis tentes (GERMAN, 1990) não

apresentam composições para baixa pressão, e sim para o processo

de alta pressão.

O reômetro de torque, t ipo Brookf ie ld aquecido pelo s is tema de

res is tência elétr ica ( termocel) , apresentou maior cons is tênc ia em

medidas , em relação aos outros reômetros , o que pode ser vis to

pela pouca, ou nenhuma per turbação nas curvas. As d is tânc ias

entre as medidas estão bem dis t r ibuídas , o que é um indício de que

a melhor composição, realmente se local iza entre os lotes 2 e 3.

Neste equipamento , os exper imentos puderam ser acompanhados

através de observação direta , no decorrer dos ensaios , o que os

outros reômetros não permitem.

A corre lação entre as medidas dos reômetros capi lar , HAAKE e de

torque ( termocel) não é possível , devido a possuí rem his tór ias

d i ferentes , o que está re lac ionado com suas partes mecânicas ,

e létr ica e e le t rônicas , permit indo algumas vezes, que suas medidas

sejam próximas, porém nunca iguais.

Page 119: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

108

• O compor tamento reológico das massas, mos t ra ram que a

composição ideal tendem para uma curva (v iscos idade versus taxa

de c isa lhamento) do tipo hipérbole equi lá tera .

• Para o sis tema de l igantes aqui u t i l izado, a quant idade ót ima de

pol ímeros se situa na fa ixa entre 10 e 20 % do total dos l igantes , o

que denota que o processo MPI a baixa pressão, tem alta

dependência das ceras.

Page 120: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

109

.3 Quanto ao sistema heterogêneo const i tuído de pós f inos

atomizados a gás ( inferior a 25 fim).

É recomendado, antes de misturar os pós f inos com l igantes

orgâncios , um aquecimento dos mesmos por 4 horas a 120 °C, o

que pode levar o teor de umidade para ordem de 10"2 %. Isto pode

contr ibuir , para as anál ises de densidade p icnométr ica e para a

provável redução de l igações secundár ias , as quais pode a fe ta r a

parte mais crí t ica do processo que é a extração do l igante .

A a lumina mostrou-se muito e f ic ien te na redução do tempo, na

etapa de extração de l igante, e também na manutenção da forma até

s inter ização.

A correção de compor tamento para o pseudoplás t ico , pode ser

acompanhado de forma dinâmica durante o processo, fazendo-se

s imples medidas de densidades. Hete rogene idades da massa

durante a in jeção , podem ser ve r i f i cadas a t ravés de

descont inuidades na análise reológica .

A moldagem por in jeção a baixas pressões , apresenta-se como um

processo pra t icamente isento de perdas, pois as peças a verde,

podem ser reaprovei tadas através de correções de massa e

re in je tadas . Isso vai ref le t i r num custo muito baixo do processo .

A in jeção a baixa pressão, apresenta condições de t rabalho mui to

es t re i ta em relação a tempera tura , pressão de in jeção e compos ição

dos l igantes , mas os custos compensam tais d i f icu ldades .

Nos testes pre l iminares , embora o heptano tenha se most rado

e f ic ien te na ret i rada via te rmo-química , devido ao caráter polar ,

Page 121: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

110

foi escolhida a re t i rada via térmica, ass is t ida por capi la r idade por

questões ambientais .

,*SA0 NAGCNÍ-V OF ENÉHBIfl N U C L f A H / S P « t *

Page 122: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

I l l

Sistemas heterogêneos const i tuídos de pós grosse iros (abaixo

de 45 |im) atomizados a gás e a água.

A massa const i tu ída de par t ículas a tomizadas a água, apresen tou

maior d i f icu ldade de homogeneização da mistura metal-

pol ímero. Mesmo ut i l izando uma alta f r ação volumétr ica de

pol ímeros , a fim de reduzir os e fe i tos de sua geometr ia , que

leva ao aumento da v iscos idade, não houve poss ib i l idade de

in jeção.

Apesar dos pós a tomizados a gás terem par t ículas acima de 25

jam, a contr ibuição da geometr ia ( tendendo a es fé r ica ) superou

as desvantagens representadas pela sua d is t r ibuição es t re i ta e

monomodal . A predominância de ceras, em relação ao

pol ie t i leno, mostrou-se um fa tor decis ivo no tocante a

in je tab i l idade da massa.

O resul tados obt idos pelo anal isador Fisher , para pós abaixo de

45 jam, a tomizados a gás, assim como os pós f inos , também

apresentaram uma boa corre lação, com os resul tados obt idos por

BET, através do uso da equação (1). Isto torna o anal i sador

Fisher , um importante ins t rumento de anál ise de controle de

processo, devido o curto tempo de anál ise , e o ba ixo custo

quando comparado ao método BET.

Para a anál ise da d is t r ibuição do tamanho de par t ículas de pós

de aços inoxidáveis AISI 316, por d i f r ação de luz LASER, o

pol iacr i la to de sódio mostrou-se ser um ef ic ien te agente

d ispersante , mesmo para os pós grosseiros .

A obtenção de peças mostra a v iabi l idade do uso de pós

Page 123: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

112

grosseiros . Apesar de exibir uma baixa dens idade , é possível

sua ui l ização em ambientes onde tal condição não seja um fa tor

determinante .

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 136: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

1- Composição de cargas u t i l izando pol ímeros apolares

2- Comparação da etapa de ret i rada de l igantes entre as vias termo-

químicas , térmica e assis t ida por alumina

3- Aval iação de mercado em relação ao processo de moldagem de pós

por in jeção a baixa pressão.

4- Estudo do processo de moldagem de pós a baixa pressão ut i l izando

geometr ias complexas

5- Estudo da ação de d i ferentes l igantes na etapa de ret i rada de l igantes

c "SSAO NACiljNfi. Of ENtHGIA NUCLEAR/SP *r t>

Page 137: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PARTÍCULAS E REOLÓGICA DE UM

.CSD m C T M!n;s,e'i0 I M V B M I ID&n 9 H ! ? C i é f e I FEDERAI I SE£5£ BRASIL Tecnologia ItabaMndoamtodooBraatt

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associada à Universidade de 3 k Paulo para fins da dftslno da Pós-Graduaçio.