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Carmem - Uma estrada sem volta

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Um pequeno livro de contos reunidos pelo poeta Marcos Samuel Costa. Livro do poeta Marcos Samuel para baixar na internet.

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CarmenUma estrada sem volta

contos

Marcos Samuel Costa

Redes sociais

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Essa pergunta ficou por muito tempo na minha cabeça, como se tivessem disparado uma arma, puxado um gatilho desde então. Até agora fico pensando: O que faz uma pessoa criar um perfil falso em uma rede social? Se passar por alguém que não é, aparentemente não tem maldade alguma. Aparentemente, pois tem. Jorge era um rapaz novo, morava com os pais, ficava quase o tempo todo dentro de seu quarto, pouco falava com seus familiares a qual dividia moradia, isso provocava certo incomodo em seus pais, mas com tempo acabaram aceitando. Ele conseguiu enfim viver em seu próprio mundo. Fazia uma faculdade semipresencial, que só assistia às aulas ao vivo em um dia da semana. Sua família chegou a pensar que o problema estava neles que não sabiam ter um relacionamento bom com o filho, mas logo descobriram que ele nem se quer tinha colegas de faculdade que se relacionava. Cedo começou a frequentar um psicólogo, que até hoje o acompanha, logo foi diagnosticado com depressão. O choque foi grande para a família, o que fazer? Quem procurar? Pensavam: – Será que ele vai se matar?

Desde então Jorge passou a viver vigiado, observado, isso o incomodava. Mas acima de tudo, era um rapaz que nas observações de muitos, não mataria se quer uma mosca. Mas ninguém além dele, sabia o que passava por sua mente. A mente humana é um cemitério de sonhos mortos, um jardim de sonhos que nascem para também esperar a morte. A casa dele era pequena, três quartos, uma cozinha, uma sala de jantar e uma cozinha. Sua mãe era perita no IML, e seu pai escrivão de policia, uma união quase perfeita da vida, duas pessoas que viram e ouviram um pouco de tudo: morte, assassinato, estrupo eram coisas que Jorge sabia muito bem como aconteciam, vez ou outra seu pai vinha com um novo grande barbarem para compartilhar com todos de casa. Isso não o deixava zangado, ele gostava de ouvir, guardava tudo que ouvia.

Suas saídas nas ruas eram sempre uma imensa melancolia, frequentava um pequeno bar no fim da rua, que tinha um cheiro de urina, apenas pessoas velhas frequentavam aquele lugar, uma lâmpada em cima de sua cabeça, músicas que fizeram sucesso nos anos 70. Jorge talvez, fosse um homem, que vivia o ontem, mesmo sendo o hoje. Sua alma era uma das mais velhas da face da terra, era velho dentro de si, além de velho, era virgem, nunca penetrou uma mulher, nunca viu uma entrar em orgasmo. Nunca sentiu o prazer da pele soada encostando a sua, a sensação de ter um rosto roçando o seu. No bar, ele era todos, menos ele mesmo, era um mundo em conflito, menos ele mesmo, era tudo e nada.

– Jorge, porque tanto fracasso? Jorge, por quê?

Sua mente era quem mais lhe acusava, não posso ver tanta escuridão em alguém, como via em Jorge. Um homem de meia idade, um homem novo, um rapaz. Sua infância guarda maculas de dor, um dia saiu da escola, a rua estava calma como de costume para o horário, era quase meio dia, o sol estava pino, queria só chegar em casa e comer a comida de sua mãe. Um percurso, um percurso que mudou tudo na vida dele, se tivesse chegado em casa como queria, talvez, mas certo do que digo, seria um homem

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diferente. Aproximou-se dele, um ser, um homem, um cara, sua mente escolheu melhor que eu o adjetivo para dar aquela pessoa, parecia ser apenas qualquer alguém que faz uso de uma via pública. Essa tal aproximação foi tudo. Mudou tudo.

Porem Jorge tinha um amigo chamado John, um garoto franzino de olhos fundos e voz calma, passos quase contados. Seu jeito sereno, era sua marca, também já fazia faculdade, amigos desde adolescência, não só amigo, mas o único amigo. O único que visitara Jorge, que entrara em sua casa, conhecera seus pais, saberá um pouco mais do enigma que era o amigo. Mais tarde John conheceu uma garota, que manteve um relacionamento, respeitado em seu curso como um dos melhores. Filosofia. Mas ainda vivia com seus pais, mas com uma vida mais independente. Foi quem descobriu a façanha do amigo, sua identidade secreta. Mas não podia imaginar que tudo aquilo era só o começo.

Era sábado, ambos estavam livres das aulas, só tinham trabalhos leves para fazer, então John foi visitar Jorge, mas avisou antes.

– Tudo bem cara pálida? disse John – De boa, e você cara? Respondeu Jorge – Para falar a verdade não muito bem, queria estar melhor. – Que tá havendo já? – É a Bianca, ela falou que cansou de ser enrolada, disse que ou casaríamos ou tudo acabado.Jorge olhou assustado, e virou-se para o lado da janela e continuou – nossa véio, que tu pensa em fazer? – Não sei por isso vim conversar.

John falou da menina que estava conhecendo em uma rede social, que ela parecia ser perfeita, segundo ele, que sabia tudo o que ele gostava, parecia que se conheciam há anos, falou empolgado, e Jorge só ouvindo, o amigo continuou, falou até que amava a namorada, mas não negava esse novo relacionamento, mesmo sendo virtual, mas que mexia muito com sua mente, e com seu psicológico.

– Nunca nem a vi pessoalmente, mas foi um envolvimento forte demais, você me entendi cara? – Não sei véio, mas me diz como é o nome dela? – Lídia Santos.

A conversa durou muito tempo, acabaram comendo juntos, jogando um playzinho rápido, e John foi embora. Agora era Jorge e sua consciência. Jorge pegou seu notebook e entrou no perfil que não era seu, mas sim de Lídia Santos, e respondeu para John Wiliam – Tudo acabou, adeus.

Acompanha-me neste vinho?

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O silêncio foi quebrado abruptamente, uma voz roca de choro, ou sufocada pelo ódio, ou a união de tudo isso e o sentimento de traição.

– Cala tua boca. Como pode ter me feito de besta? – Você foi a pior mulher que pude ter, cachorra, puta. – Não fala assim comigo, tenho rojo de ti. Verme.

Aquela não era a primeira e nem a ultima briga que David ouvia e presenciava de seus pais. Tinha seus nove anos de idade, ouvia tudo aquilo como muita dor, escondia-se numa pequena porta que tinha na estante de sua casa, e tapava seus ouvidos, aquilo doía demais nele.

– Sai da minha casa, saia, saia, leva tuas coisas.

Essa foi a ultima vez que viu seu pai em casa, nas demais vezes foi em outros lugares e na sua nova casa. David não conseguiu superar tudo aquilo. Suas notas na escola foram abaixando, sua comunicação com as outras crianças foram só ficando a cada dia pior.

Laura era uma psiquiatra, bem de vida, sempre lutou muito, nunca parou para nada, teve dois filhos com o marido, o dr. João, um medico bem sucedido em tudo o que fazia também, mas ele não sabia ser fiel a mulher, os últimos anos de casamento foram apenas brigas e lamentos. Todo o amor e amizade foram acabando, eram apenas dois seres que dividiam tudo, a separação podia custar muito caro para ambos, mas tudo tem um certo limite, tudo estava muito ruim, mas ainda eram casados, mas João não sabia ser fiel a nada. Seu novo caso foi com uma mulher próxima a Laura e gato d’água para tudo acabar. Ela arrumou todas as coisas dele e jogou na rua. Fizeram uma guerra, e não deram-se conta que o filho via tudo, que já não era mais o mesmo.Naquele momento estavam girando em torno dos seus próprios umbigos, e o filho, o filho sempre vendo tudo.

Os anos passaram, eram cada um em sua nova vida, ela com seu doutorado na porta, ele em Sampa fazendo sucesso em sua carreira e com uma nova mulher. Ele só vinha em Belém uma vez por ano ver a família. Mas nunca se perguntaram “será que seus filhos acompanharam suas adaptações? Superaram tudo?”. Não, nunca param para pensar nos filhos, o dinheiro estava sempre presente, as melhores escolas, as melhores roupas, uma vida sem sacrifícios.Mas o tempo mostrou que nem tudo é tão simples, David cresceu, tornou-se um adolescente com o cabelo comprido e as orelhas furadas, revoltado com tudo, um quarto preto, camisas de banda de rock. Normal? Não acha que isso é completamente normal? Até que a pela primeira vez tentou se matar.

– Você não tem pai? David, v-o-c-ê não tem pai? – Então porque ele não vem aqui na escola? Hein? Fala.

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Não tinha o pai para acompanha-lo no futebol, para ver os jogos da teve com ele, foi um grande vazio. Sua mente ao decorrer dos anos foi ficando mais confusa, já não tinha verdade absoluta de nada, chegou a por um cigarro de maconha na boca, sair algumas vezes para fumar, mas aquilo não completava seu vazio, sua dor, a falta do pai. Começou a beber frequentemente, todos os dias, depois de hora em hora, bebia para não sentir esse grande vazio. Sua mãe não percebia tudo o que acontecia, sempre foi um bom aluno, na escola voltou a ter as melhores notas, pouco falava, pensava ela que toda aquela revolta, era típica da idade dele.

Na primeira vez que tentou matar-se, encheu-se de remédio, foi tomando um após um. Na sua casa tinha uma pequena farmácia. Foi quando todo mundo acordou para a dor que até então era apenas dele.

– Como ele estar? Como? – Ele irá ficar bem, foi só um susto.

Depois de tanto tempo sem vir a Belém, enfim João veio, foi direto para o hospital ver o filho que queria se matar, e pela primeira vez desde que separaram, estavam um na frente do outro, juntamente os responsáveis por tudo o que devera aconteceu com o filho. Será que se deram conta? Ou não, seus umbigos outra vez falaram mais alto?

– Laura como ele tá? – estável e medicado.

João foi direto a direção do hospital, por sorte, o diretor era um velho amigo de academia, não precisou nem falar que era médico, e o colega mesmo em Belém ouvia falar do sucesso dele em São Paulo. E logo permitiu que João acompanhasse o filho de perto, assim como sua mulher que também era médica. No terceiro dia David acordou, abriu os olhos lentamente, a luz o fazia voltar a fechar os olhos. Mas estava acordado.

– Filho – disse uma voz feminina. – Campeão – disse uma voz masculina.

Não pode crer no mesmo instante, eram seu pai e sua mãe. Deu um “oi” entre os lábios.

Alguns anos passaram, passou tomar remédios controlados. Seu agnóstico foi de depressão. Voltava aos poucos a sua vida, chegou a viajar para ver o pai. Arrumou uma namorada, chegou aos seus dezoito anos, tornou-se um rapaz aparentemente feliz. Tudo novamente soava como uma boa música, faziam sonhos para ele, planejavam sua faculdade. Tornou-se novamente um bom rapaz. Sua mãe estava no trabalho quando o telefone toca e alguém avisa que David tivera sumido. Foi um choque muito grande, acionou todos os amigos dele, e ninguém sabia dele. O carro dela sumiu junto com ele. Todos começaram a procura, Belém é grande

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demais, mas não perdeu a fé, foi quando passou perto do muro da igreja Santo Alexandre e viu seu carro, correu, e viu tudo trancado, quebrou o vidro com uma pedra. Viu o filho jogado ao lado de varias garrafas de vinho secas.

Dois mundos

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Sabemos, de certo, a vida pode ser mais que isso, mais que uma febre que arrasta nosso corpo, mais que um temor que leva-nos a morte, a vida não apenas uma cólera. Ela é a perfeita criação. Um ser em mudança, ela é quem quer ser. Henrique era um cara de meia idade, voz rouca, pele morena, olhos fundos e tristonhos, um andar muito silencioso para alguém de sua idade. Nas series inicias do ensino fundamental sofria muito bulling dos seus colegas, justo pelo fato de sempre andar cheio de amuletos, tinha um alho em um bolso, uma pimenta no outro, cheio de pulseiras do círio de Nazaré no pulso, e um terço no pescoço. Mas superou tudo aquilo, hoje é um homem comum, não tem mais tantos amuletos, já sai de preto quando bem entendi. Não evita passar perto de escadas nas sextas-feiras treze, e nem tão pouco se preocupa com o horoscopo.

Quando tinha vinte anos casou-se com Cida, a Cidinha que tanto lhe fez feliz. Mas algo incomodava muito Henrique, a sensação de ter vivido toda a sua vida antes de estar vivendo-a no hoje. Acredito que poucas sensações são piores do que estar. Ele acreditava que entre o nosso mundo, existia outro paralelo.

Em uma tarde a qual ficou dormindo em casa, algo muito diferente aconteceu, teve a impressão, não podia usar outra palavra além dessa, já que nem conseguia explicar o que acontecera. Sonhou, ou teve a impressão, ou imaginou, isso não foi a máxima, o que mais chama atenção é o fato em si. Acordou, mas não conseguiu levantar-se da cama, como se o sono fosse mais forte do que ele, viu seu corpo deitado, e com muita força tentou despertar-se outra vez. Ficou logo em pânico, “que devera ser aquilo?” pensou ele. Desde esse dia, teve a real certeza que de fato existe esse tal “dois mundos”.

– Estou te falando mulher, eu sou de mentir? – Não amor, mas isso não pode ser real, foi só apenas uma impressão, deite-se aqui do meu lado. Venha amor, deixe disso.Henrique passou a mão por seu cabelo, olhou firme para a mulher, abriu ainda um pouco a boca, e quando ia falar novamente, deteve-se. Deitou ao lado da mulher, e não disse nada.

Cida ficou pensando no outro dia, foi trabalhar e em cada folga, ficava com aquilo. – Será que Henrique estar sofrendo algo? – Não era de hoje que ele vinha com essas coisas, ela bem que insista – vá menos procurar um terreiro – alertava ela sempre. Foi percebendo como o marido ficava cada vez mais apreensivo. Então ela mesmo decidiu, mulher é isso mesmo, forte e decidida, sua mãe sempre lhe falava isso. Pegou uma foto do marido e foi ao terreiro.

Henrique morava em Belém, mas mudou-se para Ponta de Pedras há alguns anos, poucas vezes voltou em Belém com o intuito de ver sua família, na verdade ele pouco falava deles. Cida mesmo não conhecia nem um, só um primo distante. A vinda do marido para Ponta de Pedras por si só era estranho, veio em um barco de açaí, disque era formado em Belém em alguma coisa, mas a paixão tem disso, faz a gente ficar besta, ele nunca deu motivo de desconfiança, e sempre que precisavam ir Belém ao médico ou

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receber o seguro ficavam na casa de algum parente dela. Mas só agora isso fazia sentido, justo agora que ela estava enfrente a uma mãe de santo. – Mulher, tu é casado com um morto, este teu marido já morreu.

Carmen

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De tantos anos vividos ficaram as marcas das estradas, das estrelas do céu, do cheiro do café e do perfume pessoal de cada pessoa que nos cruzam. Era madrugada, Pablo estava sentado, com os braços em cima de uma mesa, lápis na orelha, um pensamento distante, o tempo passava sem nem um tipo de preocupação com as consequências que causava nele, a velhice.

– É isso, vou fazer um monologo sobre minha vida, sobre quem eu sou. Pensou ele alto. Continuou – uma peça, uma peça que conte o circo que foi minha vida.

Ainda bem novo conheceu Carmem, uma mulher da vida, que aos fins de semana era sua por dez reais, e com o tempo passou a ser dele de graça, até que ficaram de vez juntos. Uma relação muito diferente, assim como ele, ela era de todo mundo e de ninguém, ela sabia que aquele garoto que se apresentou a ela, não era mais um que podia ocupar sua cama, e sair sem voltar nunca mais, sabia que sua volta seria de fato certa. Um retorno. Ele demorou muito pouco para ir vê-la novamente, mas sendo ela quem era não podia acreditar novamente em um bom e lindo amor.

– Puta a gente come no máximo duas vezes – disse-lhe um amigo.

Aquela mulher não era apenas puta para Pablo, ela era quem era, isso não podia mudar. Pouco tempo depois estavam juntos, marido e mulher, amantes, namorados, não era mais a relação de puta e menino novo cheio de orgasmo e vontade de transar, eram um casal.

– Meu filho se tu ficar com essa mulher te juro que nunca darei uma palavra a ela – disse sua mãe. E assim foi, até sua morte, sogra nunca trocou sequer uma palavra com a nora.

Ruim mesmo foi quando seu pai soube que invés de advogado o filho seria poeta, que casaria com uma puta, ou ex-puta. Não pensou duas vezes, expulsou o filho de casa. E juntos menino novo e mulher da vida foram juntos prostituir suas vidas, fazendo arte nos semáforos e nas ruas da vida. Até descobrir a linda voz da mulher.

A vida seguiu, ela segui, nunca para, não tem porque parar, ela é isso, uma estrada sem volta. Carmem era dona de um café que só Deus, Pablo amava ela e seu café. Mas ela morreu. Morreu de silêncio, o silêncio a matou. Um câncer tomou seu corpo, destruiu tudo, e quando chegou a alma, enfim apagou se para tudo. Ele continuou a vida, escrevendo peças com nomes falsos, ver a critica celebrar seu nome, quando em si, estar um mundo morto, um mar sem vida. Ave triste, céu, um céu sem vou. E ele só sabe falar mau de si mesmo.

Capa de trás:

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Marcos Samuel Costa da Conceição nasceu com o rio praticamente debaixo

dos braços, é filho, neto e bisneto de pescadores, cresceu ouvindo muitas estórias e

mitos. Aprendeu a amar as dimensões dos rios, mas acima de tudo aprendeu a fala dos

rios – o silêncio –, seus primeiros poemas sugiram tão natural como os sonhos e os

medos da vida. autor de alguns livros: Pés no chão e sonhos no ar (edição do autor,

2012), Convites para Amar (editora LiteraCidade, 2013), Sentimentos de um século 21

(Multifoco Editora, 2014), e Titulado amor (editora LiteraCidade, 2014), e um em co-

autoria com dois amigos: Interpoética (Big Times editora, 2015). Participou de mais de

20 antologias literárias.

Como cada um escolhe onde quer nascer, como disse o poeta Paulo Vieira, Marcos

Samuel então decidiu nascer na antiga comunidade perdida no tempo de Itaguary –

Marajó – Grão-Pará.