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Caso Sadia:
As práticas de governança corporativa são imprescindíveis ao sucesso de uma organização, tanto no curto como, e talvez principalmente, no longo prazo.
Fato que foi claramente demonstrado no caso Sadia, onde essas práticas não foram realizadas de forma efetiva e “surpreendida por uma crise” veio a desmoronar. Um caso de conflito de interesses, omissão de informações, negligência de providencias e atitudes.
Escolhido para ser o “bode expiatório” da Sadia, o diretor financeiro afastado da Sadia fez declarações interessantes:
• “Os instrumentos financeiros de derivativos (...) tiveram papel essencial nas práticas comerciais e financeiras da Sadia e nos últimos seis anos, foram responsáveis por aproximadamente 60% do lucro da companhia. A empresa só teve lucro em alguns anos por causa da área financeira”
• “Surpreende-me também o relatório da BDO Trevisan, conforme o que li publicado na grande imprensa, considerar apenas o ano de 2008, ou seja, a história muito recente da companhia.”
• “Quanto à política de governança corporativa da Sadia, (...) parece-me que realmente há problemas de controle interno, já que, meses após minha saída, a companhia decidiu modificar as estruturas de reporte.”
• “A meu ver, a decisão de me processar é uma clara tentativa de isentar os demais Administradores da Sadia, que geriram a companhia junto comigo e que compartilharam as mesmas decisões e as consequências positivas delas.”
"Quando você está ganhando, está todo mundo com você. Na hora que o barco começa a afundar, aí é cada um por si.“
Diversos pontos podem ser descritos nesse caso, como causas desse desmoronamento:
Uma curiosidade é o fato de seus conselheiros serem ilustres e em tese com grande know-how para o cargo, e serem” coniventes” com essa derrocada, tamanha competência, teriam sido interesses conflitantes, ou excesso de auto confiança?
Conflito de Interesses: Pessoas envolvidas com o sistema de gerenciamento de riscos não podem estar unicamente subordinadas aos executivos responsáveis pelas operações, devendo ser monitorados de forma independente.
Falta de informação aos CEOs.
Descaso na politica financeira, caracterizado pela falta de clareza e a inexistência da figura responsável por ser fazer cumprir tais políticas.
Falha dos comitês de finança (não se reunia a seis meses), de auditoria (descaso com um relatório que apontava possíveis problema apresentado meses antes).
Falta de transparência: apontando parte dos ganhos com derivativos como operacional e não receita financeira. Gerando prejuízos a empresas e investidores.
Incentivo indireto a executivos optarem por mais riscos, remuneração variável dos gestores, com componente variável associado a ganhos financeiros em operações com derivativos.
Esses pontos dentro de um cenário onde a regulamentação não indicava uma padronização de como esses instrumentos deviam ser reportados dentro das empresas foram o pano de fundo para a estratégia da Sadia, que funcionou em momentos de estabilidade econômica, mas fracassou e quebrou a empresa; mas que levou ao aprimoramento em 2008 da regulação e punições foram feitas.
O auditor financeiro não foi o único culpado. Nesta lista foram inclusos:
- Auditores,- Bancos de Investimento,- Analistas,- Agencias de Classificação de Risco de Credito,
Lições que o caso nos deixa:
- Governança deve ser um processo contínuo, diário e prioritário;- O sistema de governança deve funcionar e não ser meramente um quadro
da administração;- Conselheiros devem atuar de forma diligente, buscando perguntas e
respostas;- Cumprimento de politicas corporativas deve ser incutido na pauta da
administração;- A boa governança deve prestar contas aos investidor, de forma
transparente, sobre resultados e riscos reais incorridos pela empresa.